ix congresso ibérico de estudos rurais - indice de resumos

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Resumos das Comunicações no IX CIER Resúmenes de las comunicaciones en IX CIER 27 28 / 07 / 2012

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Resumos das apresentações do IX Congresso Ibérico de Estudos Rurais

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Page 1: IX Congresso Ibérico de Estudos Rurais - Indice de Resumos

Resumos das Comunicações no IX CIER Resúmenes de las comunicaciones en IX CIER

27 – 28 / 07 / 2012

Page 2: IX Congresso Ibérico de Estudos Rurais - Indice de Resumos

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Índice de Sessões Temáticas

Índice de Módulos de Comunicaciones 27 JULHO / JULIO. INÍCIO: 14.30 H. SALA 1 ............................................................................................................................4

IMIGRAÇÃO E DESENVOLVIMENTO RURAL EM PORTUGAL: SIGNIFICADO REAL E POTENCIAL A PARTIR DE UMA ANÁLISE DAS TENDÊNCIAS GERAIS E DO EMPREGO NA AGRICULTURA ....................................................................................................4

TRABALHADORES IMIGRANTES NA AGRICULTURA ALGARVIA: UM ESTUDO SOBRE A COMUNIDADE MARROQUINA ..................4

AGRICULTURA INTENSIVA DE EXPORTACIÓN, INMIGRACIÓN Y TRANSFORMACIÓN RURAL. EL CASO DEL CAMPO DE CARTAGENA. 1990-2010 (MURCIA) .....................................................................................................................................................4

CAMBIOS Y NUEVOS DESAFIOS EN LA SOCIEDAD AGRARIA. ................................................................................................4

LAS ESTRUCTURAS FAMILIARES RURALES: ADAPTACIÓN Y RESILIENCIA ................................................................................5

27 JULHO / JULIO. INÍCIO: 16.30 H. SALA 1 ..........................................................................................................................5

O DESEQUILÍBRIO DEMOGRÁFICO COMO GERADOR DE DESIGUALDADES MULTIDIMENSIONAIS. ............................................5

COMO INVERTER AS TENDÊNCIAS DEMOGRÁFICAS RECESSIVAS NA REGIÃO DEMARCADA DO DOURO, PATRIMÓNIO MUNDIAL DA HUMANIDADE? ........................................................................................................................................................5

A IDENTIDADE DOS HABITANTES DE UM PEQUENO MUNICÍPIO PAULISTA: ANÁLISE DAS CONSEQUÊNCIAS DA MIGRAÇÃO. .......5

LOS SERVICIOS BÁSICOS DE EDUCACIÓN Y SANIDAD EN LAS DINÁMICAS DEMOGRÁFICAS RURALES: DIFERENTES IMPACTOS SEGÚN PERFILES DE POBLACIÓN ESTACIONAL O PERMANENTE...........................................................................................6

INMIGRACIÓN INTERNACIONAL EN EL ENTORNO DE ÁREAS NATURALES PROTEGIDAS EN ESPAÑA Y PORTUGAL. ......................6

27 JULHO / JULIO. INÍCIO: 16.30 H. SALA 2 ..........................................................................................................................6

A TERRA E O GÉNERO NAS COMUNIDADES MATRILINEARES DE TIMOR-LESTE ......................................................................6

A HERDADE DAS CASAS DO SOUDO (ZEBREIRA, BEIRA BAIXA). ENTRE O COMUNITARISMO E O INDIVIDUALISMO AGRÁRIO. ......6

NAS TERRAS DE CONQUISTA: SESMARIAS E ESTRUTURA FUNDIÁRIA NOS SERTÕES DA PECUÁRIA (AMÉRICA PORTUGUESA, 1679-1750)...................................................................................................................................................................6

MODO DE VIDA, TERRITÓRIO E MOBILIDADE NO QUILOMBO DA POÇA................................................................................7

A UNIDADE DE CONSERVAÇÃO DOS PONTÕES CAPIXABAS E OS IMPACTOS À IDENTIDADE E TERRITORIALIDADE DA COMUNIDADE CAMPONESA POMERANA DE PANCAS/ES ...................................................................................................7

28 JULHO / JULIO. INÍCIO: 09.00 H. SALA 1 ..........................................................................................................................7

UTILIZAÇÃO DE RESIDÊNCIAS SECUNDÁRIAS: NOVAS MOBILIDADES E VELHAS PROCURAS NO RURAL......................................7

REGRESSO DE EMIGRANTES AO INTERIOR DE PORTUGAL CONTINENTAL: O EXEMPLO DO MUNICÍPIO DA SERTÃ ......................7

TERRITÓRIO E COMUNIDADE: DESAFIOS NA INTERVENÇÃO EM ESPAÇO RURAL NO ALGARVE. ...............................................8

VIDA NO CAMPO – ANATOMIA DE UM MITO ....................................................................................................................8

27 JULHO / JULIO. INÍCIO: 14.30 H. SALA 2 ..........................................................................................................................8

MUSEUS E DESENVOLVIMENTO RURAL. O CASO DO MUSEU DO PÃO (SEIA/SERRA DA ESTRELA) .............................................8

EL MOVIMIENTO DE LOS EQUIPAMIENTOS PARA LA EDUCACIÓN AMBIENTAL EN ESPAÑA: NUEVAS FORMAS DE CONSERVACIÓN E INNOVACIÓN DE LO RURAL ..........................................................................................................................................9

PROJECTO À DESCOBERTA DO MUNDO RURAL: IDENTIFICAÇÃO E INVENTARIAÇÃO DE BOAS PRÁTICAS DE DESENVOLVIMENTO LOCAL EM MEIO RURAL EM 26 CONCELHOS PORTUGUESES. ..............................................................................................9

28 JULHO / JULIO. INÍCIO: 09.00 H. SALA 2 ..........................................................................................................................9

MYFARM.COM, HORTAS REAIS NO ESPAÇO VIRTUAL. ........................................................................................................9

DESAFIOS SOCIAIS, AMBIENTAIS E POLÍTICOS NAS NOVAS EXPERIÊNCIAS DO MUNDO RURAL EM PORTUGAL ........................ 10

O PROJECTO QUERENÇA: A MICROGEOECONOMIA DAS BAIXAS DENSIDADES MISSÕES DE INTERVENÇÃO E RESGATE EM ÁREAS RURAIS REMOTAS ....................................................................................................................................................... 10

27 JULHO / JULIO INÍCIO: 14.30 H. SALA 3 ......................................................................................................................... 10

TERRITÓRIOS RURAIS: RURAL DESAFIADO OU RURAL DESEJADO? ..................................................................................... 10

SERÁ O PATRIMÓNIO GEOMORFOLÓGICO UMA INUSITADA ÂNCORA DO TOURING CULTURAL E PAISAGÍSTICO? PROPOSTA DE VALORIZAÇÃO TURÍSTICA DAS RELAÇÕES SUBJACENTES À PAISAGEM CONSTRUÍDA. ........................................................... 10

VISITAÇÃO E TURISMO DE NATUREZA EM ÁREAS PROTEGIDAS: CONTRIBUTO PARA O DESENVOLVIMENTO LOCAL E FACTOR DE ATRACÇÃO REGIONAL .................................................................................................................................................. 11

O TURISMO EM ESPAÇO RURAL NUMA ENCRUZILHADA: DESRURALIZAÇÃO, NATUREZA MITIFICADA E VULNERABILIDADE ECONÓMICA ............................................................................................................................................................... 11

27 JULHO / JULIO INÍCIO: 16.30 H. SALA 3 ........................................................................................................................... 11

RECURSOS DE APOYO A LOS VISITANTES EN EL MEDIO RURAL: EVALUACIÓN DE LOS CENTROS DE INTERPRETACIÓN EN GALICIA ................................................................................................................................................................................. 11

ECOTURISMO ESPIRITUAL: UMA ABORDAGEM DE TURISMO SUSTENTÁVEL? ...................................................................... 12

DESTINOS ENO-GASTRONÓMICOS: UMA OPORTUNIDADE PARA O RURAL, O CASO DO ENOTURISMO NO ALENTEJO .............. 12

HACIA EL ESTABLECIMIENTO DEL TURISMO ALIMENTARIO EN EL NOROESTE DE MEXICO: EL CASO DE URES, SONORA ............ 12

POSTER – 27 JULHO / JULIO 18.00 H – APRESENTAÇÃO NA SALA 3 / PRESENTACIÓN CERCA DE LA SALA 3................................ 12

TURISMO E DESERTIFICAÇÃO: OS CASOS DE IDANHA-A-NOVA E DE PENAMACOR ............................................................... 12

27 JULHO / JULIO INÍCIO: 14.30 H. SALA 6 ......................................................................................................................... 13

VALORACIÓN DE EXTERNALIDADES TERRITORIALES EN DENOMINACIONES DE ORIGEN DE ACEITE DE OLIVA. EL PAPEL DE LA GOBERNANZA ............................................................................................................................................................. 13

LAS BAZAS TERRITORIALES DE LAS DENOMINACIONES DE CALIDAD DIFERENCIADA EN EL ACEITE DE OLIVA ........................... 13

DIAGNÓSTICO RURAL PARTICIPATIVO SOBRE EL SECTOR CAPRINO EN EL VALLE DE LA OROTAVA-TENERIFE ........................... 13

APUNTES PAISAJÍSTICOS Y TERRITORIALES DEL ALT EMPORDÀ (CATALUÑA). VISIONES DESDE LA AGRICULTURA ECOLÓGICA ... 14

27 JULHO / JULIO INÍCIO: 14.30 H. SALA 7 ......................................................................................................................... 14

Page 3: IX Congresso Ibérico de Estudos Rurais - Indice de Resumos

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AS DINÂMICAS RECENTES DAS ACTIVIDADES AGRÍCOLAS EM PORTUGAL CONTINENTAL: UMA ABORDAGEM BASEADA NA METODOLOGIA HJ-BIPLOT............................................................................................................................................ 14

UM MODELO DE DESAGREGAÇÃO DE ENCARGOS DE PRODUÇÃO VARIÁVEIS DA BASE RICA POR ACTIVIDADE ........................ 14

WILLINGNESS TO PAY FOR ENHANCED ANIMAL WELFARE: RESULTS FROM PHONE AND IN-PERSON SURVEYS ........................ 14

EFECTOS DIRECTOS E INDIRECTOS DE LOS BENEFICIOS PERCIBIDOS Y PLACE ATTACHMENT EN LA DISPOSICIÓN A PAGAR Y LA LEALTAD..................................................................................................................................................................... 15

27 JULHO / JULIO. INÍCIO: 16.30 H. SALA 7 ........................................................................................................................ 15

QUALIDADE DE VIDA E SISTEMAS DE PRODUÇÃO: UM ESTUDO EM ASSENTAMENTOS RURAIS NO ESTADO DE SÃO PAULO – BRASIL ....................................................................................................................................................................... 15

ANÁLISE DA MULTIFUNCIONALIDADE EM PROPRIEDADES FAMILIARES ATRAVÉS DOS ELEMENTOS INTERNOS E EXTERNOS DO SISTEMA AGRICULTURA EM RIO CLARO-SP/BR ................................................................................................................ 15

DINÁMICA DEL MEDIO RURAL Y LA TIPOLOGIA EMPRESARIAL: COOPERATIVAS VERSUS BODEGAS EN CASTILLA-LA MANCHA ... 16

28 JULHO / JULIO. INÍCIO: 09.00 H. SALA 3 ........................................................................................................................ 16

LAS EXPLOTACIONES LÁCTEAS ANTE LA DESAPARICIÓN DEL SISTEMA DE CUOTAS Y LOS CAMBIOS EN LOS MERCADOS Y DINÁMICA PREVISIBLE Y ESTRATEGIAS DE ADAPTACIÓN DE LAS EXPLOTACIONES EN GALICIA............................................... 16

O PERFIL DOS PRODUTORES FAMILIARES DA PECUÁRIA LEITEIRA DO MUNICÍPIO DE CIDADE GAÚCHA, PARANÁ – BRASIL........ 16

O LEITE COMO ESTRATÉGIA DE INSERÇÃO DOS ASSENTADOS DA REFORMA AGRÁRIA NOS MERCADOS DINÂMICOS: O CASO DA COOPERTERRA - BRASIL ............................................................................................................................................... 16

ESTRATEGIAS PARA EL DESARROLLO DE NUEVOS PRODUCTOS EN LA INDUSTRIA AGROALIMENTARIA ................................... 16

NUEVAS ORIENTACIONES PRODUCTIVAS: EL SECTOR AGRARIO COMO SUMINISTRADOR DE CULTIVOS ENERGÉTICOS. ............ 17

28 JULHO / JULIO. INÍCIO: 09.00 H. SALA 6 ........................................................................................................................ 17

EZEQUIEL DE CAMPOS, A ACTIVIDADE AGRÍCOLA E A PRESERVAÇÃO AMBIENTAL (1900-1926) ............................................. 17

FRESCO MEDITERRÂNEO. EXPANSÃO DO REGADIO E MUDANÇAS NA AGRICULTURA EM PORTUGAL (SÉCULOS XIX-XX) ........... 17

EMPREENDER NA FILEIRA DAS PLANTAS AROMÁTICAS E MEDICINAIS (PAM) EM PORTUGAL ................................................ 17

LA CAPACIDAD DE INNOVACIÓN DEL CONSUMIDOR Y SU EFECTO EN LA ESTRUCTURA DE DECISIÓN DE UNA INNOVACIÓN ALIMENTARIA ............................................................................................................................................................. 17

INNOVATIVE FIRMS AND THE URBAN/RURAL DIVIDE: THE CASE OF AGRO-FOOD SYSTEM - ARE RURAL AGRIFOOD FIRMS INNOVATIVE? THE CASE OF VALENCIA REGION ............................................................................................................... 18

27 JULHO / JULIO. INÍCIO: 14.30 H. SALA 8 ........................................................................................................................ 18

RESERVA AGRÍCOLA NACIONAL E EXPANSÃO URBANA NA BACIA LEITEIRA PRIMÁRIA DE ENTRE-DOURO-E-MINHO: FRAGMENTAÇÃO DA PAISAGEM E TIPOLOGIA DE PRESSÃO URBANÍSTICA .......................................................................... 18

NATURBA – PARA UM PROJETO PARTILHADO ENTRE A CIDADE E O CAMPO: O CASO DE PALMELA ....................................... 18

AGRICULTURA URBANA EM PRESIDENTE PRUDENTE: POTENCIALIDADES E IMPASSES.......................................................... 19

A INSTALAÇÃO DE JOVENS AGRICULTORES NA REGIÃO CENTRO E A TRANSIÇÃO RURAL ...................................................... 19

27 JULHO / JULIO. INÍCIO: 16.30 H. SALA 8 ........................................................................................................................ 19

MODELIZACIÓN DEL DESARROLLO ECONÓMICO RURAL, MODELOS DE CRECIMIENTO ESPACIALES ........................................ 19

O PAPEL DAS REDES DE BASE ECOLÓGICA NA COESÃO TERRITORIAL EM PORTUGAL. ........................................................... 20

(DES)ENVOLVIMENTO E (DES)IGUALDADES SOCIAIS: UMA ANÁLISE DE ALGUNS DOS DETERMINANTES E EFEITOS DO MIX DE POLÍTICAS DE COMBATE À POBREZA RURAL NO BRASIL ................................................................................................... 20

EFEITOS TERRITORIAIS DOS PROGRAMAS DE DESENVOLVIMENTO RURAL DA UE EM PORTUGAL (2000-2006). O CASO DA NUT II DO ALENTEJO ............................................................................................................................................................. 20

DESARROLLO Y COOPERACIÓN TRANSFRONTERIZA: LECCIONES DE ALGUNAS EXPERIENCIAS DE INVESTIGACIÓN.................... 20

28 JULHO / JULIO. INÍCIO: 09.00 H. SALA 8 ........................................................................................................................ 20

PROJETOS DE IRRIGAÇÃO NO SEMI-ÁRIDO BAIANO: DISPUTAS TERRITORIAIS E CONTRADIÇÕES ........................................... 21

A PROVISÃO DE SERVIÇOS COLECTIVOS EM ESPAÇO RURAL: PROBLEMAS, DESAFIOS E ALTERNATIVAS .................................. 21

ENCUESTA SOBRE CONDICIONES DE VIDA Y LABORALES EN ESPACIOS NATURALES PROTEGIDOS: EL CASO DEL BARRIO DE TAGANANA-TENERIFE. ................................................................................................................................................. 21

RURAL MATTERS – SIGNIFICADOS DO RURAL EM PORTUGAL: ENTRE AS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS, OS CONSUMOS E AS ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO ........................................................................................................................... 21

27 JULHO / JULIO. INÍCIO: 14.30 H. SALA 5 ........................................................................................................................ 22

CIDADANIA, NOVAS RURALIDADES E PROCESSOS DE DESENVOLVIMENTO NA BAIXADA FLUMINENSE (RIO DE JANEIRO-BRASIL) ................................................................................................................................................................................. 22

MANDALLA: TECNOLOGIA SOCIAL SUSTENTÁVEL NUM TERRITÓRIO QUILOMBOLA GERENCIADO POR CAMPONESAS.............. 22

COOPERATIVE FINANCIAL INSTITUTIONS AND REGIONAL AND RURAL DEVELOPMENT: THE PORTUGUESE CASE ..................... 22

PROJECTO ASAS – ALDEIAS SUSTENTÁVEIS E ACTIVAS ...................................................................................................... 22

27 JULHO / JULIO. INÍCIO: 16.30 H. SALA 5 ........................................................................................................................ 23

SOCIOLOGÍA RURAL, SEGURIDAD ALIMENTARIA Y MOVIMIENTOS CAMPESINOS EN AMÉRICA LATINA................................... 23

CONFLICTOS SOCIOAMBIENTALES Y GOBERNABILIDAD EN UN ÁREA RURAL MARGINAL DE LA ARGENTINA. ACTORES SOCIALES Y ACCIÓN POLÍTICA EN LA PROVINCIA DEL CHACO FRENTE A LOS PROCESOS DE DEFORESTACIÓN Y AVANCE DE LA FRONTERA AGRÍCOLA (1980-2009) ................................................................................................................................................ 23

AGENTES LOCAIS E PARTICIPAÇÃO PÚBLICA NO PLANEAMENTO E GESTÃO FLORESTAL. O CASO DO SÍTIO DA SERRA DE MONTEMURO............................................................................................................................................................. 23

EL ENFOQUE ASCENDENTE EN LAS INICIATIVAS COMUNITARIAS DE DESARROLLO RURAL LEADER Y SUS PROGRAMAS AFINES EN ESPAÑA...................................................................................................................................................................... 23

28 JULHO / JULIO. INÍCIO: 09.00 H. SALA 7 ........................................................................................................................ 24

DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL: ALGUMAS PERSPETIVAS SOBRE O MEIO RURAL NO BRASIL E EM PORTUGAL FACE AO DESAFIO DA GOVERNANÇA .......................................................................................................................................... 24

ASSOCIAÇÕES DE DESENVOLVIMENTO LOCAL: ESTUDO EXPLORATÓRIO ARTICULADO COM A GESTÃO DE RELAÇÕES INTER-ORGANIZACIONAL, REDES E COOPERAÇÃO ..................................................................................................................... 24

COOPERAÇÃO TRANSFRONTEIRIÇA E DESENVOLVIMENTO LOCAL EM TERRITÓRIOS DE BAIXA DENSIDADE: O CASO DA EUROCIDADE CHAVES-VERÍN ........................................................................................................................................ 24

ANÁLISE DE REDES E S.I.G. – UMA ANÁLISE EXPLORATÓRIA APLICADA AOS ACTORES SOCIO-ECONÓMICOS E INSTITUCIONAIS DA LEZÍRIA DO TEJO.......................................................................................................................................................... 25

A RURALIDADE NO DISCURSO ESCOLAR DA GEOGRAFIA................................................................................................... 25

Page 4: IX Congresso Ibérico de Estudos Rurais - Indice de Resumos

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Sessão / Módulo de Comunicaciones I

27 Julho / julio. Início: 14.30 h. Sala 1

A – Migrações, mobilidades e desigualdades em áreas rurais / Migraciones, movilidades y desigualdades en áreas rurales Mesa: Luis Camarero Imigração e desenvolvimento rural em Portugal: significado real e potencial a partir de uma análise das tendências gerais e do emprego na agricultura Luís Moreno; Alina Esteves Centro de Estudos Geográficos, Instituto de Geografia e Ordenamento do Território. (Edifício da Faculdade de Letras, Alameda da Universidade 1600-214 Lisboa, Portugal, [email protected], [email protected])

Como mostram vários estudos, Portugal tem vindo a tornar-se país de destino de imigrantes, para além de manter ainda, embora em modalidades diferentes do passado, uma significativa marca de emigração. Também no caso das áreas rurais, cuja população muito tem evoluído em função de migrações internas e externas, por razões estruturais e conjunturais, a imigração é um fenómeno de interesse crescente. Trata-se de uma realidade que corresponde ao ganho de relevância, em Portugal Continental, entre os imigrantes das vagas mais recentes, daqueles que trabalham na agricultura, em acréscimo às actividades em ramos que estão especialmente presentes nos centros urbanos, além dos que vieram por motivos não laborais (ex.: pós-reforma, mostrando maior ou menor envelhecimento activo), o que se repercute em mudanças sensíveis na repartição territorial das áreas de destino em Portugal. Apesar do actual contexto de dificuldade económica e desemprego em geral, a segmentação do mercado de trabalho tem vindo a garantir lugar para os trabalhadores estrangeiros nas áreas rurais onde uma certa agricultura empresarial representa a principal ou uma das principais fontes de dinamismo. Este é o ponto de partida do estudo que se apresenta e que, com carácter exploratório, pretende ilustrar, por um lado, o papel real que alguns tipos de imigrantes têm vindo a desempenhar na mudança social e económica em meio rural. Por outro lado, mostra-se a expressão diversa que representa em Portugal, no continente, a imigração afecta à agricultura, não deixando de ensaiar uma tipologia dos territórios marcados por esta realidade. Com base nestas duas componentes de abordagem, estabelecem-se algumas pistas de trabalho que abrem caminho para repensar a ligação entre a população alóctone de origem estrangeira e as novas oportunidades para diferentes tipos de áreas rurais em Portugal Continental. Palavras-Chave: imigração, desenvolvimento rural, agricultura

TRABALHADORES IMIGRANTES NA AGRICULTURA ALGARVIA: UM ESTUDO SOBRE A COMUNIDADE MARROQUINA Maria Lucinda Fonseca, Dora Sampaio, Rui Carvalho MIGRARE, Centro de Estudos Geográficos, Instituto de Geografia e Ordenamento do Território, Universidade de Lisboa, Edifício da Faculdade de Letra, Alameda da Universidade, 1600-214 Lisboa Portugal

A discussão académica em torno da questão agrícola em Portugal tem sido, na maioria dos casos, centrada em questões de índole económica, perspectivadas nos sentidos da produção agrícola e, mais em geral, do desenvolvimento e multifuncionalidade dos espaços rurais. As abordagens de carácter predominantemente social e, particularmente, as relacionadas com o estudo dos nexos existentes entre imigração e agricultura/espaços rurais, são escassas e referenciam apenas pontualmente o papel destes imigrantes no sector agrícola. É neste contexto que surge o presente estudo, que procura robustecer a análise em torno da associação entre a dimensão agrícola, enquanto actividade fundamental à organização socioeconómica e territorial das áreas rurais, e a dimensão social, discutindo o papel e as características da comunidade imigrante empregada neste sector. O foco da investigação recai, assim, sobre a mão-de-obra marroquina a

laborar no sector agrícola no Algarve, a terceira mais representativa ao nível regional (após a ucraniana e a romena). A análise centrar-se-á em dois aspectos primordiais – por um lado, o perfil individual destes imigrantes, aflorando dimensões como os perfis etários e de género, bem como o seu período de residência em Portugal; e, por outro lado, o seu perfil laboral, realçando questões como as formas e estratégias de obtenção do primeiro emprego em Portugal e as respectivas trajectórias laborais individuais (o que incluirá, também, informações relativas ao tipo de ocupação no país de origem e na região de destino). A informação apresentada tem por base, ao nível primário, um conjunto de questionários e entrevistas aplicados à comunidade marroquina residente no Algarve no âmbito do projecto europeu THEMIS (Theorizing the Evolution of European Migration Systems). Ao nível secundário, serão utilizadas estatísticas de enquadramento, disponibilizadas pelo Ministério da Solidariedade e Segurança Social (MTSS) (Quadros de Pessoal). Os resultados obtidos revelam, entre outros aspectos, a existência de alguma homogeneidade no que concerne às variáveis de nível individual dos imigrantes marroquinos empregados na agricultura no Algarve. Simultaneamente, é ainda de salientar a consistência dos seus percursos laborais, ou seja, a manutenção do mesmo tipo actividade desenvolvida (e, em alguns casos, dos próprios empregadores) no país de origem, após a chegada a Portugal. Esta dinâmica parece remeter assim para a importância do conhecimento agrícola especializado, por parte destes imigrantes, das suas redes familiares e de sociabilização, bem como dos contactos entre empregadores e trabalhadores ainda no país de origem, como elementos que poderão explicar, em grande medida, as estratégias individuais de procura e obtenção de emprego (e, em geral, de emigração) e o recurso, pelas empresas agrícolas no Algarve, a mão-de-obra de origem marroquina. Palavras-Chave: Comunidade marroquina; imigração; sector agrícola; Algarve.

AGRICULTURA INTENSIVA DE EXPORTACIÓN, INMIGRACIÓN Y TRANSFORMACIÓN RURAL. EL CASO DEL CAMPO DE CARTAGENA. 1990-2010 (MURCIA) Francisco Torres Pérez a y Elena Gadea Montesinos b. a Universidad de Valencia. Facultad de Ciencias Sociales, Avg dels Tarongers 4-b. 460021. Valencia. [email protected] b Universidad de Murcia. Facultad de Economía y Empresa, Campus de Espinardo. 30100. Murcia. [email protected] La llegada de trabajadores inmigrantes al Campo de Cartagena, comarca agrícola de la Región de Murcia, está relacionada con la expansión de la agricultura intensiva y el desarrollo de un complejo de grandes empresas y cooperativas exportadoras cuya necesidad de mano de obra barata y flexible fue cubierta por los jornaleros inmigrantes. En la década de los años 90 se trataba, en su inmensa mayoría, de un hombre, marroquí, en situación irregular. Este perfil se diversificó con el nuevo siglo, con la llegada de los latinoamericanos, primero, y europeos del este, después, la creciente feminización y perfil familiar. En menos de dos décadas, estos municipios agro-exportadores se han transformados en pueblos multiculturales donde entre un 25%, Torre Pacheco, y un 35% del vecindario, Fuente Álamo, son inmigrantes de diversos orígenes. Este proceso hace del Campo de Cartagena un buen “laboratorio” para analizar los vínculos entre reestructuraciones productivas, migraciones internacionales y las transformaciones que generan en los contextos rurales. Más, en concreto, en las zonas de agricultura intensiva de exportación. Esta comunicación presenta el caso del Campo de Cartagena abordando las transformaciones y requerimientos del modelo productivo, el papel del inmigrante en él, y los impactos tanto a nivel de mercado de trabajo como de la vida vecinal de estos municipios. Este proceso de inserción social se ha visto desestabilizado con la crisis económica. Se abordará, en primer lugar, el modelo de agricultura intensiva de exportación que se enfrentaba, desde finales de los años 80, a una creciente asalarización, acuciante necesidad de mano de obra al tiempo que, para ser competitivo en el mercado mundial, tenía que mantener estables los costes laborales. Esto se resolvió con el creciente recurso a jornaleros inmigrantes. La comunicación aborda los mecanismos

y estrategias empresariales, la gestión de la mano de obra, las diferencias según los colectivos y su evolución en estos años, con trayectorias ocupacionales de los inmigrantes más diversificadas. Como consecuencia de esta inserción laboral de los inmigrantes se ha conformado un mercado de trabajo y una estructura productiva etnofragmentada, donde los trabajadores y trabajadoras inmigrantes ocupan las posiciones inferiores e interiorizadas. En paralelo se ha dado la inserción social de los nuevos vecinos y vecinas que ha transformado radicalmente a estos municipios. Si a finales de los años 90 se daba una alta concentración en pedanías y casas aisladas en el campo, diez años después los vecinos inmigrantes viven en mayor proporción en los núcleos urbanos, lo que facilita el acceso a los servicios y espacios públicos y su presencia en diversos ámbitos de la vida local. Igualmente, se ha dado una mejora de la vivienda inmigrante con una importante reducción de la infravivienda. Este proceso de inserción se ha visto desestabilizado, desde mediados de 2008, por los impactos de la crisis, tanto a nivel socio-económico, en términos de paro, aumento de las irregularidades y mayor indefensión del trabajador inmigrante, como en un retroceso en las condiciones de su inserción social en estos municipios, hoy sometida a mayores dificultades.

Palabras clave: agricultura intensiva de exportación, inmigrantes, estructura etnofragmentada, transformaciones rurales, región de Murcia.

CAMBIOS Y NUEVOS DESAFIOS EN LA SOCIEDAD AGRARIA. Ana Velasco

a * y Silvia Martin

b

a Universidad Politécnica de Madrid. ETSI Agrónomos. Departamento de Economía Agraria y Ciencias Sociales. 28040 Madrid, [email protected]. b Consejería de Agricultura y Ganadería de la Junta de Castilla y León. Servicio Territorial de Segovia. Centro de Formación Agraria. Segovia. [email protected] Entendemos por cambios en la estructura social agraria aquellas transformaciones que se están produciendo en roles y comportamientos de esta sociedad en términos, de territorio, población y colectivos. Estamos ante desafíos notables para el mantenimiento de un sector de producción, como es el agrario, en una diversidad cultural representada por sociedades rurales en plural. Desde los años 90 hasta hoy, el medio rural ha pasado por cambios importantes y los análisis relativos a la sociedad agraria han quedado en segundo plano, sin embargo hoy este sector económico retoma resonancia; por un lado, bajo el eco de crisis económica, por las dificultades de los agricultores a sostener sus explotaciones agrarias y por otro lado, por la inclusión irreversible del sector agrario como un sector económico más de la sociedad, no solo a través de la inclusión Régimen Especial Agrario al Régimen General de la Seguridad Social, también por el marco legislativo orientado a incorporar a esta sociedad derechos laborales existentes en la sociedad global y acercar la igualdad de oportunidades entre hombres y mujeres, como es la Ley de Titularidad Compartida de las Explotaciones Agraria. Tampoco se puede omitir, en la sociedad rural, la falta de oportunidades para jóvenes, lo que en el mundo agrario se concretiza por el diagnóstico de una política de instalación que mejore las oportunidades de este colectivo en beneficio de un desarrollo sostenible. En nuestra comunicación recogeremos algunos de los resultados procedentes de un proyecto de investigación en el que se analiza: por un lado los cambios que han tenido lugar en la estructura fundiaria a lo largo de las dos últimas décadas, y por otro el desafío que representa el relevo generacional de las explotaciones, en un contexto de grandes dificultades en el campo, y la incorporación de las mujeres a esta actividad. En la metodología hemos utilizado el análisis de estadísticas, contrastando los dos últimos censos agrarios; la revisión de las políticas sobre la instalación de jóvenes agricultores y las de acercamiento de igualdad de oportunidades de género; contando asimismo con el enfoque cualitativo entrevistando a jóvenes agricultores para acercarnos a su representación sobre la cuestión. Todo ello nos habla de un mundo rural que está en un proceso de cambio social. PALABRAS CLAVE: Cambio, Oportunidades, Sector agrario, estructura de las explotaciones, relevo generacional, juventud y género.

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LAS ESTRUCTURAS FAMILIARES RURALES: ADAPTACIÓN Y RESILIENCIA Luis Camarero* Departamento de Teoría, Metodología y Cambio Social. UNED C/Senda del Rey s/n 28040 Madrid. e-mail: [email protected] La comunicación analiza las tendencias actuales de composición de los hogares rurales en España en relación a los cambios e importantes desequilibrios en las estructuras demográficas de las áreas rurales, dentro del contexto de las transformaciones en las formas de organización familiar de las sociedades contemporáneas. A partir de información censal y mediante análisis específicos de la Encuesta de Presupuestos Familiares (EPF) se obtienen diversos indicadores de composición y de convivencia intergeneracional. Los datos señalan el mantenimiento de estructuras familiares basadas en la permanencia generacional en los hogares. La importancia que tienen los hogares compuestos por hijos solteros en edades maduras que residen junto a sus padres, que bien puede denominarse neo-mayorazgo, sugiere el establecimiento de nuevos contratos sociales entre generaciones. En el contexto de fuerte masculinización y envejecimiento estas estructuras de hogar pueden interpretarse como formas de adpatación resiliente de los sistemas sociales frente a los desequilibrios demográficos y sociales que atraviesan las áreas rurales. Con el debate sobre la capacidad y adaptación de las estructuras familiares como mecanismos de absorción los desequilibrios sociales que configuran las áreas rurales se quiere enriquecer el debate sobre la resiliencia de los sistemas sociales. Este proyecto de investigación se inscribe en la Acción Complementaria Red de Estudios Socioterritoriales CSO2011-15703-E, también ha recibido financiación del proyecto de I+D+i: CSO2008-01286 “Movilidad Espacial, Mercados de Trabajo y Sostenibilidad en Áreas Rurales”. Palabaras claves: Hogares rurales, desequilibrios demográficos, resiliencia

Sessão / Módulo de Comunicaciones II

27 Julho / julio. Início: 16.30 h. Sala 1

A – Migrações, mobilidades e desigualdades em áreas rurais / Migraciones, movilidades y desigualdades en áreas rurales Mesa: Ricard Morén-Alegret O DESEQUILÍBRIO DEMOGRÁFICO COMO GERADOR DE DESIGUALDADES MULTIDIMENSIONAIS. Maria Inácia Sobral Félix Faria (Rua Luísa Tody, Lote 625, 2865-677 Fernão Ferro, Portugal, e-mail: [email protected]) Falar de áreas rurais é uma tarefa complexa que requere algum cuidado. A definição de “rural” tem sido construída com base em diversos indicadores: tipo de atividades económicas predominantes, número de habitantes por aglomerado populacional, densidade demográfica ou a distância aos grandes centros. Sendo um conceito dinâmico, desde já, delimitamos o termo “rural” ao espaço geograficamente interior com baixo índice demográfico, população envelhecida e estrutura económica frágil. Portugal é um país de matriz rural, onde as inadequadas e escassas estruturas de base são verdadeiros óbices à entrada nos circuitos económicos internacionais, donde resulta a urgência duma integração estratégica do espaço rural no sistema mundial. Neste contexto, abordar a realidade rural em Portugal implica enquadrá-la na recente conjuntura global, nomeadamente nas migrações internacionais, enquanto contributo para o equilíbrio demográfico. Profundos desequilíbrios de distribuição populacional, intensificados nas últimas décadas o século XX, geram e agravam desigualdades – pequenas aldeias do interior

perdem habitantes para as grandes metrópoles ou para as cidades-Concelho. Persistiu a expectativa que a construção de acessibilidades (redes rodoviárias) e entrada de milhares de imigrantes iria contribuir para inverter essa tendência. Tal não ocorreu, motivados pela procura de trabalho, os imigrantes revelaram “uma elevada tendência de aglomeração geográfica” nas zonas urbanas, ao mesmo tempo que os autóctones rurais davam origem a novos processos de emigração. O despovoamento importa custos que se estendem não só aos territórios de saída mas também aos de chegada. Nas cidades o superavit populacional compromete a qualidade de vida dos cidadãos. Nos territórios rurais, onde as distâncias são um fator desmotivador da fixação das populações, agravavam-se as desigualdades multidimensionais e a desertificação humana é cada vez mais uma realidade. Coloca-se o desafio: Sabendo as causas do despovoamento e até as consequências. Como inverter a situação? Palavras- chave: demografia, desequilíbrio, migrações, rural.

COMO INVERTER AS TENDÊNCIAS DEMOGRÁFICAS RECESSIVAS NA REGIÃO DEMARCADA DO DOURO, PATRIMÓNIO MUNDIAL DA HUMANIDADE? Helena Pina* Departamento de Geografia, FLUP [email protected]

Espaço inolvidável, a Região Demarcada do Douro distende-se por cerca de 250000 ha, dos quais 45000 ocupados pela vinha contínua (IVDP, 2011). Implantada na bacia hidrográfica do Douro, em solo xistoso, ostenta um microclima de cariz mediterrânico, onde ressalta uma paisagem excecional, em socalcos, em que, recorrendo a castas regionais selecionadas, se produzem vinhos excelentes, se bem que sobressaindo o Vinho do Porto. Região com um longo historial, o Douro ostenta um quadro paisagístico, económico, social, arquitetónico e cultural soberbo, distintivo, o que justificou a sua classificação pela UNESCO, em Dezembro de 2001, como “Paisagem Evolutiva Viva, Património da Humanidade”. Não obstante, os obstáculos ao seu desenvolvimento acumulam-se, nomeadamente os ambientais e paisagísticos, resultantes da inadequada renovação/reestruturação dos vinhedos, que, interligada com as alterações climáticas, facilita os episódios erosivos e a descaracterização paisagística. A estes problemas adicionam-se os de âmbito social, como o declínio demográfico, por sua vez indissociável do envelhecimento dos residentes e da prevalência de um débil perfil cultural e técnico, cenário com particular incidência ainda entre a população agrícola. Como a vinha é o sustentáculo económico e social da região, o quadro ainda se enegrece quando constatamos que também a estrutura agrária é problemática, particularmente a estrutura fundiária, muito deficiente, já que o grau de parcelamento das explorações agrícolas e a dispersão dos blocos são elevados, dominando as explorações com menos de 2 hectares distribuídos por 2 a 5 blocos dispersos. Obviamente que os reflexos de tal cenário na produtividade regional são indeléveis. Se juntar ainda a expansão (des)regrada dos vinhedos e a debilidade das acessibilidades internas, além do escasso empreendedorismo, compreenderemos a degradação do quadro duriense, apesar da persistência de múltiplas potencialidades. Nesta comunicação, tendo por base os resultados disponibilizados pelo INE através do Recenseamento Geral da População de 2011 e do Recenseamento Agrícola de 2009, complementados por ampla documentação bibliográfica e trabalho de campo, realçam-se alguns parâmetros do quadro demográfico, já que a paisagem duriense, correspondendo a “uma sucessão de socalcos repletos de videiras e de história”, exige para a sua manutenção uma dilatada mão de obra, que, no entanto, é cada vez mais reduzida e onerosa. Efetivamente, na sequência dos amplos fluxos migratórios, a população remanescente é escassa e idosa, se bem que numa matriz muito heterogénea, onde os núcleos urbanos se destacam. São, no entanto, estes residentes que preservam o património duriense. Num contexto de crise generalizada, que estratégias adoptar para a sustentabilidade deste território? Como reduzir o declínio demográfico e facilitar a melhoria do perfil

técnico e cultural dos durienses? Serão as tendências atuais irreversíveis? Através de dois casos exemplificativos, comprova-se que existem, de facto, estratégias inovadoras, conjunturais, que potenciam a dinamização deste território, invertendo tal cenário. Há que divulgar estes exemplos, pois está em causa um espaço privilegiado, classificado como Património Mundial da Humanidade! Palavras chave: declínio demográfico, envelhecimento, perfil sócio-cultural, estratégias de desenvolvimento

A IDENTIDADE DOS HABITANTES DE UM PEQUENO MUNICÍPIO PAULISTA: ANÁLISE DAS CONSEQUÊNCIAS DA MIGRAÇÃO.1 Almir de Paula e Silva* Mestre em Sociologia – Unesp de Araraquara, São Paulo - Brasil Membro do NEA (Núcleo de Estudos Agrários) - Unesp de Rio Claro, São Paulo – Brasil - E-mail: [email protected] Darlene Aparecida de Oliveira Ferreira Professora Assistente Doutora dos Programas de Pós-Graduação em Sociologia da FCL-UNESP/Araraquara e de Geografia do IGCE-UNESP/Rio Claro, São Paulo – Brasil - E-mail: [email protected] Neste trabalho se considera a análise da relação campo-cidade nos pequenos municípios paulistas, especificamente no município de Cristais Paulista na microrregião de Franca, estado de São Paulo, Brasil. Ele é resultado de uma pesquisa de mestrado, tendo como tema central o pequeno município e as relações estabelecidas com o meio rural. O objetivo do trabalho é analisar a realidade do município de Cristais Paulista, localizado na região nordeste do Estado de São Paulo, fazendo parte da microrregião geográfica de Franca e como ocorre a relação campo-cidade em seu interior. Para compreender como se dá a relação, fez-se um breve resgate de estudos clássicos sobre a relação campo-cidade, inclusive o debate atual brasileiro sobre a temática. Procurou-se elementos de definição de pequeno município, cidade e pequena cidade. Buscou-se também mostrar as interpretações oficiais dos Censos, ressaltando, a taxa de urbanização e seus possíveis equívocos na definição do espaço rural e urbano no Brasil. Um dos aspectos presentes na pesquisa ao analisar a microrregião e o município de Cristais Paulista foi a migração. Utilizando os dados do Censo Demográfico 2000, descobrimos um fato que chama atenção para o município. Cristais Paulista possui o maior contingente populacional que não é natural do local dentre os municípios da região de Franca e até mesmo se comparado à média estadual que é de 54,7% e para municípios de até 10 mil habitantes o percentual aumenta para 56,8%. A menor taxa no estado seria para municípios entre 100 e 500 mil habitantes que chega apenas a 49,6%, sendo que a de Cristais Paulista é de apenas 37,0%. Para explicar este fato buscamos os dados dos censos demográficos de 1970 a 2000 do IBGE e ao analisar esses dados juntamente com alguns acontecimentos ocorridos na região, verifica-se que eles podem ter criado em parte o fato acima, ou sido pelo menos responsável juntamente com a migração intra-regional. Ao analisar os dados referentes aos municípios da microrregião, percebemos uma dinâmica populacional entre eles, que de certa forma pode ter relação com alguns fatos históricos levantados no trabalho, além da imigração inicial, uma mais recente, de caráter intra-regional, onde as pessoas buscam melhores condições de vida, dependendo do momento que vive a economia de seu município. A proximidade de Cristais Paulista com o município de Franca, também faz com que haja um maior contingente de pessoas vindo para a cidade, já que uma de suas características é ser uma cidade dormitório. Apesar dos dados do IBGE revelarem um baixo crescimento da cidade em relação às demais da região, eles nos mostram uma configuração populacional bem singular e

1 Este trabalho é parte das discussões da dissertação de mestrado do autor, intitulada: As relações entre o pequeno município e o espaço rural - Cristais Paulista (SP) um estudo de caso, defendida em 2010 na FClar-Unesp, Araraquara (SP).

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interessante, com alterações de dados populacionais, alternando crescimento e decréscimo em sua população. Geralmente a população de cidades pequenas apresenta uma maior homogeneidade do que os grandes centros urbanos em suas características como: tradições, crenças, linguagem, opiniões e comportamento. O que comumente favorece essa homogeneidade em pequenos centros é que a população conserva uma estabilidade, tanto quantitativamente, como qualitativamente, junto com um quase inexistente fluxo de imigração de pessoas para a cidade. No presente estudo nos deparamos com um pequeno município que nos oferece outra análise relacionada à migração e importante para analisarmos a questão da identidade do lugar. Palavras-Chave: rural, urbano, pequeno município, migração, São Paulo.

LOS SERVICIOS BÁSICOS DE EDUCACIÓN Y SANIDAD EN LAS DINÁMICAS DEMOGRÁFICAS RURALES: DIFERENTES IMPACTOS SEGÚN PERFILES DE POBLACIÓN ESTACIONAL O PERMANENTE Jaime Escribano* Instituto Interuniversitario de Desarrollo Local, Universidad de Valencia. C/Serpis, 29-4, 46022-Valencia. [email protected] Pretendemos explicar el papel que los servicios y equipamientos educativos y sanitarios elementales de nivel local juegan en las decisiones de la población para: a) acudir (desde zonas urbanas o rurales) a determinados municipios del interior de la Provincia de Valencia y fijar su residencia en ellos; b) estando ya instalados en medio rural desde un principio, desplazar ésta de un núcleo a otro. Puesto que todos los municipios rurales experimentan algún tipo de dinámica demográfica positiva o negativa, planteamos un análisis diferenciando entre sí los principales perfiles de población que participan en dichas dinámicas tanto de forma temporal (inmigrantes, turistas extranjero…), como permanente (población local, retornados…). El análisis se desarrolla en las 5 áreas LEADER+ de la Provincia de Valencia, a través de varios municipios tomados como casos de estudio por recoger con claridad los contrastes territoriales del medio rural, y la diversa organización y proyección territorial que los servicios educativos y sanitarios adoptan sobre éste. La información cualitativa derivará de 80 entrevistas semiestructuradas realizadas de forma personal a diversos actores clave. Si atendemos a los principales perfiles de población que de forma temporal o permanente se vinculan con los espacios rurales, y dejamos de lado a los habitantes locales, la presencia física de los servicios educativos y/o sanitarios a nivel municipal no es determinante para decidir el lugar en el que instalarse (al menos durante una fase inicial). No obstante, con el tiempo la influencia de estos servicios es mayor, aunque no se traduzca para todos estos perfiles en cambios de residencia. En cambio para la población local sin vehículo, pero también para toda la demás que ve progresivamente reducidas sus condiciones de movilidad, el valor de los servicios básicos locales de educación y sanidad es tan determinante, que explica claramente las decisiones de estos habitantes para permanecer en el núcleo elegido (de instalación inicial), o salir de éste hacia otro más y mejor equipado. Palabras clave: perfiles demográficos, movilidad, espacio rural, servicios educativos, servicios sanitarios.

INMIGRACIÓN INTERNACIONAL EN EL ENTORNO DE ÁREAS NATURALES PROTEGIDAS EN ESPAÑA Y PORTUGAL. Albert Mas Palacios

a* y Ricard Morén Alegret

b.

Grup de Recerca sobre Migracions , Departament de Geografia, Universitat Autònoma de Barcelona (Edifici B Campus de la UAB 08193 Cerdanyola del Vallès, [email protected]; [email protected]). La presencia de un entorno muchas veces definido como “natural”, puede ser visto como un importante factor de atracción para la inmigración en busca de un mejora de calidad de vida hacia áreas no metropolitanas. Los espacios naturales protegidos y zonas circundantes, como territorios donde los elementos naturales están a priori

presentes de una forma remarcable, aparecen como apropiados para llevar a cabo investigación con el objetivo de conocer mejor este tipo de migración. Este artículo presenta los resultados preliminares obtenidos a través del proyecto de investigación “Immigrants’ integration and the role of a diversity of organisations in achieving sustainable small towns and rural areas” (MICINN, 2010-1012). Sobre la base de una recopilación de datos cuantitativos y cualitativos, ofrece ideas originales sobre la migración de calidad de vida en la comarca del Alt Empordà (España) y el municipio de Odemira (Portugal). Además, el artículo explora el rol desempeñado por el medio ambiente natural (y el espacio protegido presente en cada una de las áreas de estudio) en la llegada de inmigrantes internacionales en estos territorios. Además también se adentra en la convivencia de la migración por calidad de vida y la migración laboral y de la frontera a veces difusa que existe entre ellas. Palabras Claves: Inmigración internacional, espacios naturales protegidos, migración por calidad de vida, España, Portugal.

Sessão / Módulo de Comunicaciones II 27 Julho / julio. Início: 16.30 h. Sala 2

A – Migrações, mobilidades e desigualdades em áreas rurais / Migraciones, movilidades y desigualdades en áreas rurales Mesa: Júlio César Suzuki A TERRA E O GÉNERO NAS COMUNIDADES MATRILINEARES DE TIMOR-LESTE Vanda Narcisoa, Pedro Damião de Sousa Henriquesb, Mário Tilmanc aInvestigadora independente bDepartamento de Economia da Universidade de Évora e CEFAGE cUniversidade Nacional Timor Lorosa’e

Apesar de existirem poucos grupos matrilinear no mundo, estes estão espalhados por todos os continentes, com predominância da Africa e na Ásia. Em Timor-Leste, o sistema matrilinear encontra-se, em maior ou menor grau, presente em 3 grupos etnolinguísticos (Búnaque, Tétum-Terik e Galoli) representando uma pequena minoria da população. A relação das pessoas com a terra, sendo muito forte em Timor-Leste, varia no entanto entre os seus diferentes grupos etno-linguísticos e, em particular entre os dois sistemas de parentesco, o sistema patrilinear (dominante) e o matrilinear sujeito deste estudo. A relação dos indivíduos com a terra reflecte as estruturas mais profundas da sociedade, nomeadamente os papéis de género. O objectivo deste trabalho é identificar e caracterizar os aspectos relacionados com o uso e o fruto da terra que caracterizam o sistema matrilinear Búnaque em Timor-Leste, analisar a realidade das mulheres nessas comunidades relacionando o uso e aproveitamento da terra com os papéis de género e fazer uma reflexão sobre as implicações das tendências actuais de evolução dos regimes de posse da terra para as mulheres e para uma gestão sustentável da terra. Esta investigação utiliza dados secundários e dados primários obtidos através de inquérito por questionário em duas aldeias Búnaque. É feita uma avaliação das implicações das tendências actuais nos regimes de posse da terra para a gestão da terra e sustentabilidade. Palavras-chave: Timor-Leste, sistema matrilinear, terra e género

A HERDADE DAS CASAS DO SOUDO (ZEBREIRA, BEIRA BAIXA). ENTRE O COMUNITARISMO E O INDIVIDUALISMO AGRÁRIO. Jorge Manuel Vicentea* a INRB, I.P. / L-INIA, Unidade de Investigação de Ambiente e Recursos Naturais, Quinta do Marquês, 2784-505 Oeiras, Portugal, [email protected] A vila da Zebreira é uma povoação raiana localizada a cerca de 45 Km de Castelo Branco. Estamos em presença de um território em que predomina a grande propriedade, que se enquadra de algum modo no sistema de latifúndio

mediterrâneo, e onde as aldeias compactas se intercalam com enormes áreas de terrenos outrora dominados por uma agricultura de sequeiro extensiva, onde predominava a cultura cerealífera. Existem largas manchas de montado e olival. Estamos perante um tipo de paisagem agrária muito semelhante ao Alentejo. Desde tempos muito remotos que ocorre na Zebreira um caso curioso de usufruto colectivo de uma propriedade. Trata-se da Herdade do Soudo, uma grande propriedade de 2.068 hectares, na qual todos os anos, no dia de Santo André (30 de Novembro), se procede ao sorteio, entre os lavradores, da “sorte”, ou seja, à parcela da Herdade que cabe a cada um na folha destinada a sementeira do cereal. O caso da aldeia da Zebreira foi dado a conhecer pelos trabalhos de Orlando Ribeiro, datando o primeiro de 1939. Em 1950 o padre Dr. José Ribeiro Cardoso publicou um importante trabalho sobre a herdade do Soudo. Em 1966 foi publicada tese de doutoramento de Albert Silbert (2ª edição, 1978), na qual o exemplo da aldeia da Zebreira é detalhadamente examinado. Mais recentemente o caso da Herdade do Soudo na Zebreira foi abordado num trabalho muito importante da autoria do Professor Pedro Manuel Agostinho da Silva (1998), fruto de um demorado trabalho de campo e duma minuciosa pesquisa documental. São estes estudos que estão na base desta nossa comunicação, onde no entanto iremos dar maior relevo às indicações da tese de doutoramento de Albert Silbert sobre a Herdade do Soudo e à sua inserção na questão da dualidade entre o comunitarismo e o individualismo agrário. Palavras-Chave: comunitarismo agrário; individualismo agrário

NAS TERRAS DE CONQUISTA: SESMARIAS E ESTRUTURA FUNDIÁRIA NOS SERTÕES DA PECUÁRIA (AMÉRICA PORTUGUESA, 1679-1750) José Eudes Gomes Instituto de Ciências Sociais/Universidade de Lisboa (Av. Professor Aníbal de Bettencourt 9, 1600-189 LISBOA, Portugal, [email protected] A partir das últimas décadas do século XVII, intensificaram os confrontos entre as sucessivas levas de conquistadores e os diversos grupos indígenas que senhoreavam os sertões das chamadas Capitanias do Norte do Estado do Brasil. O conjunto desses enfrentamentos intermitentes pela posse da terra ficou conhecido como Guerras dos Bárbaros (1680-1720), tendo como epicentro as ribeiras do Açu e Jaguaribe, nas capitanias do Rio Grande do Norte e Ceará, respectivamente. Dali, as pelejas e disputas seguiram o curso dos rios e veios d’água, recurso essencial por conta da irregularidade de chuvas na região, disseminando-se para outras ribeiras e sertões, marcando o processo de colonização efetiva de uma ampla região através da guerra, da fabricação de currais e instalação de fazendas de criar. Dentro de poucas décadas, aqueles vastos sertões se tornariam a principal zona de produção pecuária da América portuguesa. A partir da década de 1720, o criatório praticado nas diferentes ribeiras das capitanias do Ceará, Rio Grande e Piauí ganhou o mercado atlântico através da produção e comercialização de carnes secas, praticada por meio de comércio de cabotagem. Em tal conjuntura, as sesmarias atuaram como mecanismo de desterritorialização e reterritorialização das terras conquistadas, responsável pela tentativa de institucionalização do domínio colonial e a produção de novas territorialidades. Partindo de tais considerações, o objetivo desta comunicação é discutir o processo de apropriação colonial das principais ribeiras das capitanias do Rio Grande do Norte (Açu, Caicó e Seridó), Ceará (Jaguaribe, Coreaú e Acaraú) e Piauí (Parnaíba), através dos requerimentos e concessões de cartas de sesmarias. Fonte privilegiada para a análise e o entendimento do avanço da fronteira da colonização, os pedidos de concessão de datas de sesmarias permitem perceber o estabelecimento de novas configurações territoriais, assim como a formação e reprodução das primeiras elites locais estabelecidas nos seus diversos sertões. Nesse sentido, os principais aspectos discutidos serão: a cronologia dos pedidos e doações, as localizações e dimensões das terras requeridas e concedidas, as origens espaciais e sociais dos requerentes, a natureza individual ou coletiva dos pedidos, o número de requerentes em cada pedido de doação, o total de concessões obtidas

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por cada solicitante, os principais motivos apresentados como justificativa para a doação, os índices de absenteísmo e a sua variabilidade ao longo do tempo, a importância dos recursos hídricos como fator motivador apresentado nos pedidos e, finalmente, os índices de confirmação das doações registrados nas chancelarias régias. Outro aspecto a ser levado em consideração são as menções ao porte de patentes das tropas locais, citadas pelos requerentes como forma de chancelar a concessão da terra para homens supostamente empenhados na defesa das fazendas e ampliação das conquistas. Em termos gerais, o levantamento desse tipo de informação possibilita descobrir em que medida as elites milicianas locais eram elites terra-tenentes, ou ainda, em que ribeiras e vilas esse padrão era mais importante ou frequente. Justamente por conta da formalidade e aridez dos pedidos e cartas de doação de sesmaria, é preciso ainda questionar as suas ausências e silêncios. Desse modo, através da análise do conjunto dos pedidos e cartas de doação se buscará analisar o sistema de propriedade fundiária nas capitanias do Ceará, Rio Grande do Norte e Piauí. Palavras-Chave: sesmarias, estrutura fundiária, pecuária, América portuguesa, séculos XVII-XVIII

MODO DE VIDA, TERRITÓRIO E MOBILIDADE NO QUILOMBO DA POÇA Júlio César Suzuki Universidade de São Paulo - Departamento de Geografia - Avenida Prof. Lineu Prestes, 338. Cidade Universitária. CEP: 05508-080 - Caixa Postal: 72042 - São Paulo- Brasil. Professor Doutor junto ao Departamento de Geografia da Universidade de São Paulo. [email protected] O Vale do Ribeira tem passado por substancial processo de transformação, sobretudo nas últimas décadas do século XX, o que tem provocado intensas mudanças nas comunidades rurais da região, particularmente as quilombolas, como é o caso da Poça. Localizada na margem direita do rio Ribeira de Iguape, no sul do estado de São Paulo, abrange áreas dos municípios de Jacupiranga e Eldorado, aproximadamente a 20 quilômetros da sede do município de Jacupiranga. As populações remanescentes de quilombo, a partir da Constituição Federal de 1988, tiveram a possibilidade de requerer as terras habitadas por seus ascestrais, o que tornou possível a construção de novos territórios. É interessante pontuar que o Vale do Ribeira é a região na qual está o maior contínuo de Mata Atlântica preservada do Brasil e que também concentra a maior parte das comunidades quilombolas do estado de São Paulo, ocasionando, por conseguinte, diversas tensões entre todos os sujeitos envolvidos nessa região, sejam eles quilombolas, fazendeiros, grileiros, ambientalistas ou o Estado. Como em outras comunidades, em Poça, observa-se o fenômeno da mobilidade espacial – a migração – e a existência de redes migratórias. Estas redes podem ser de imigração, emigração ou dos dois tipos de fluxos migratórios ocorrendo simultaneamente, com suas densidades e direções variando de acordo com o contexto histórico, social, econômico e político em que se encontra o local, a região e os sujeitos em questão. (OBJETIVO) Assim, o nosso objetivo é o de analisar a produção do território quilombola de Poça, no Vale do Ribeira paulista, tomando como referência as dimensões materiais e imateriais da produção social da comunidade em relação ao processo migratório existente entre os anos de 1960 e 2010. (METODOLOGIA) Para a realização da pesquisa, fizeram-se necessários o levantamento de fontes referente ao tema; a coleta de dados primários, em trabalho de campo na comunidade, obtidos a partir de entrevistas semi-estruturadas que buscavam a reconstituição da história de vida dos moradores; e a composição de séries fotográficas. (RESULTADOS) A população de Poça, vinculada, sobremaneira, à agricultura da banana, com o reconhecimento do quilombo, por parte do Governo do Estado de São Paulo, tem fortificado os laços de solidariedade entre os moradores, permitindo a criação de novas lideranças e da Associação de Moradores como instância política fundamental na interlocução com as prefeituras de Eldorado e Jacupiranga. No entanto, não se impediu a mobilidade populacional, cujas principais determinações estão na transição da policultura pela monocultura da banana; na introdução de necessidades oriundas das aglomerações urbanas até então desconhecidas no interior da comunidade; nas facilidades de transporte

abertas após a conclusão da rodovia BR-116 Régis Bittencourt e na implantação de uma linha regular de ônibus, mesmo que precária e insuficiente para as necessidades do bairro, estabelecendo a ligação entre Poça e Jacupiranga; na redução da disponibilidade de terras e o esgotamento das mesmas; na adoção de novo estilo de trabalho; a dependência em relação ao dinheiro e ao mercado para a satisfação das necessidades ampliadas; na busca pelos moradores ao trabalho. Palavras-chave: mobilidade, território, quilombola, modo de vida, Poça.

A UNIDADE DE CONSERVAÇÃO DOS PONTÕES CAPIXABAS E OS IMPACTOS À IDENTIDADE E TERRITORIALIDADE DA COMUNIDADE CAMPONESA POMERANA DE PANCAS/ES Elaine Mundim Bortoletoa ; Júlio César Suzukib aDoutoranda em Geografia Humana, [email protected] ; bProfessor Doutor junto ao Dep. de Geografia, [email protected]. Universidade de São Paulo - Departamento de Geografia - Avenida Prof. Lineu Prestes, 338. Cidade Universitária. CEP: 05508-080 - Caixa Postal: 72042 - São Paulo- Brasil. O trabalho apresentado objetivou compreender o processo de reterritorialização da população pomerana na região de Pancas, Espírito Santo, Brasil, na busca por um novo território, analisando os fatores efetivos que possibilitaram essa reterritorialização e que permitiram o desenvolvimento de relações de identidade e identificação ao território e, consequentemente, a recriação simbólica daquele que consideram como o seu território de vida desde 1930, bem como os impactos que a transformação da área em Unidade de Conservação (UC) trouxe a essa relação. A comunidade camponesa pomerana, constituída por 583 famílias, vive há mais oitenta anos na região de Pancas, trabalhando com a terra e mantendo o modo de vida tradicional. A área onde vive a comunidade pomerana e seus descendentes foi transformada em Unidade de Conservação dos Pontões Capixabas em 2002, inicialmente na categoria Parque Nacional, sem que houvesse uma consulta à comunidade local sobre o significado da transformação do seu espaço de vida em uma área de preservação ambiental que impossibilitava a presença humana. Esta situação provocou grande descontentamento e trauma entre os camponeses pomeranos, pois correm o risco de serem desterritorializados, agora, do espaço onde recriaram seu modo de vida e identidade. A pesquisa se fundamenta na história oral e memória, uma vez que a tradição oral se constitui em um traço marcante entre a comunidade camponesa pomerana. Assim, a técnica da história de vida se faz essencial, permitindo ao pesquisador perceber o entrevistado como sujeito do processo histórico que relata, uma vez que cada sujeito conta a história sob o seu ponto de vista, de acordo com suas emoções. A recuperação das memórias dos membros mais velhos da comunidade permitiram a compreensão de como as relações de identidade e identificação ao território foram desenvolvidas, possibilitando a recriação simbólica do espaço de vida dos pomeranos reterritorializados e dos descendentes que dão continuidade a essa territorialidade no Espírito Santo e de como a criação da Unidade de Conservação afetou fortemente o sentimento de territorialização da comunidade, introduzindo a revolta, o medo e a desconfiança em que tudo passou a ser entendido como ameaça ao seu território de vida. PALAVRAS-CHAVE: identidade, território, modo de vida tradicional, pomeranos, reterritorialização

Sessão / Módulo de Comunicaciones III

28 Julho / julio. Início: 09.00 h. Sala 1

A – Migrações, mobilidades e desigualdades em áreas rurais / Migraciones, movilidades y desigualdades en áreas rurales Mesa: Álvaro Domingues

UTILIZAÇÃO DE RESIDÊNCIAS SECUNDÁRIAS: NOVAS MOBILIDADES E VELHAS PROCURAS NO RURAL Tiago Gillot Faria

a, Maria João Canadas

b e Ana Novais

c

a Instituto Superior de Agronomia (Tapada da Ajuda, 1349-017 Lisboa, Portugal, [email protected]). b Instituto Superior de Agronomia ([email protected] ). c Instituto Superior de Agronomia ([email protected]). Perante a rápida modernização da agricultura, os espaços rurais nos países desenvolvidos foram palco de mudanças significativas nas últimas décadas. Em Portugal, tal como noutros países da Europa do Sul, estas transformações ocorreram de forma mais tardia e menos profunda. Em todo o caso, meio século passado, a agricultura deixou de constituir a grelha de análise fundamental para ler o rural. Consumado o forte êxodo para as grandes cidades do litoral e para o estrangeiro, as perdas demográficas e o envelhecimento da população caracterizam grande parte do rural do Continente português. O estilo de vida é actualmente menos distinguível do urbano e as últimas décadas atenuaram distâncias e trouxeram, em parte, os equipamentos e a qualidade de vida que faltavam no momento da partida massiva dos seus habitantes. Em algumas zonas, a chegada de novos residentes permitiu alguma revitalização demográfica e a dinamização das economias locais. Novas actividades substituem o anterior domínio da agricultura, algumas das quais associadas a novas procuras de origem urbana, que crescentemente interpretam estes territórios como espaços de consumo. No estudo abordaram-se as novas dinâmicas económicas e sociais no contexto do rural de baixa densidade. Foi avaliada a utilização de residências secundárias nestes territórios, uma das dimensões das novas procuras pelo espaço rural, observando-se os impactes locais que decorrem da existência destas habitações e da presença dos seus utilizadores. Trata-se dum estudo de caso, numa aldeia do distrito de Castelo Branco, onde foi realizado um inquérito por questionário a utilizadores de residências secundárias. Avaliada a sua contribuição para as dinâmicas locais, os resultados demonstram que, durante as suas estadias, estes visitantes sazonais, marcados por uma relação anterior com o local, constituem um importante fluxo populacional e desenvolvem actividades associativas e práticas de consumo localmente relevantes. O estudo avaliou ainda a evolução na utilização das casas e das práticas desenvolvidas durante as estadias, que permitiu registar uma intensificação nas últimas décadas. Apesar destes sinais promissores, foram também identificadas relações entre os padrões de utilização das casas e as diversas gerações de utilizadores que deixam em aberto o futuro deste movimento. Palavras-Chave: rural, residências secundárias, dinâmicas, baixa densidade, mobilidades.

REGRESSO DE EMIGRANTES AO INTERIOR DE PORTUGAL CONTINENTAL: O EXEMPLO DO MUNICÍPIO DA SERTÃ Fernando Martins

a*, Dulce Pimentel

a*.

a Instituição: e-Geo / Centro de Estudos de Geografia e Planeamento Regional. Faculdade de Ciências Sociais e Humanas. Universidade Nova de Lisboa. (Av. Berna 26-C, 1069-061 Lisboa, Portugal, [email protected] , [email protected]) O regresso de emigrantes às suas áreas de origem é uma característica marcante na generalidade dos municípios nacionais, quase tão antiga como a própria história da emigração portuguesa. Nesta apresentação propomo-nos analisar o regresso de emigrantes ao município da Sertã, localizado no interior centro de Portugal continental, ao longo das últimas três décadas e meia, ou seja, no período de vigência da democracia portuguesa. Não há dados estatísticos precisos do número de regressados a Portugal, razão pela qual estudos sobre esta temática incidem, em geral, sobre áreas relativamente pequenas do território nacional (municípios ou agregações de municípios), onde se torne possível efectuar a recolha da informação através de trabalho de campo. Assim, o município da Sertã é apresentado como caso de estudo, tendo sido objecto de levantamento exaustivo de dados em todos os lugares existentes (Martins, 2004).

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O número mais significativo de chegadas ocorreu em 1975, na sequência do regresso de portugueses das ex-colónias africanas (retornados), que, no caso do município da Sertã, equivaleu a quase 1200 pessoas (4,9% da população residente), de acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística. Desde essa data, e para o mesmo município, estima-se que terão já regressado cerca de outro milhar de pessoas, vindo de regiões muito diversas (América do Norte e do Sul, África, Médio Oriente e também da Austrália), sendo no entanto mais numerosas as provenientes de França (36%), Suíça (21%) e Alemanha (12%). De outras áreas do território continental, maioritariamente da Área Metropolitana de Lisboa, terão vindo também cerca de duas centenas. Ao contrário do fluxo de regressos de 1975 (retornados) – que ocorreu num período muito curto (poucos meses) e em condições económicas e sociais muito difíceis – os regressos ocorridos nos últimos trinta e cinco anos tiveram menor visibilidade mediática. As áreas de fixação de residência são pontuais e distribuídas por todo o município, de modo muito faseado no tempo. Quase sempre em regressos voluntários e planeados, envolvendo, nomeadamente, a construção da casa de habitação e a preparação do futuro negócio/modo de vida; às vezes prevendo viagens periódicas ao país de emigração para visitar familiares, beneficiar de serviços de saúde ou para garantir a possibilidade de, se necessário, poder voltar a partir. Nesta comunicação propomo-nos analisar a ocorrência do regresso de emigrantes ao município da Sertã, desde 1975, estudando, nomeadamente, a variação dos fluxos, as áreas de proveniência, a actividade exercida pelos emigrantes antes e após o percurso migratório, as razões principais do regresso e da escolha do local de residência e o contributo que têm dado para o desenvolvimento deste município. Palavras-chave: emigração de portugueses; regresso; Sertã; interior de Portugal

TERRITÓRIO E COMUNIDADE: DESAFIOS NA INTERVENÇÃO EM ESPAÇO RURAL NO ALGARVE. Marta Santosa aFaculdade de Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa - Centro de Investigação em Arquitectura, Urbanismo e Design - CIAUD (Rua Sá Nogueira, Pólo Universitário, Alto da Ajuda, Lisboa, Portugal, http://ciaud.fa.utl.pt/). Doutoranda em Arquitectura – Conservação e Restauro, [email protected] As áreas de Baixa Densidade do Algarve tiveram, nos anos 2000-2007, implementado um Plano Estratégico, desenvolvido no âmbito do Programa Operacional do Algarve, e que estabeleceu a “Iniciativa de Revitalização das Aldeias do Algarve”. O “Programa das Aldeias“ interviria localmente através de dois gabinetes de apo io – Barlavento (Silves) e Sotavento (Tavira) – operacionalizando no terreno as acções identificadas nos Planos de Intervenção de cada aldeia, desenvolvendo um conjunto de projectos em onze aldeias algarvias: Carrapateira (Aljezur), Budens (Vila do Bispo), Caldas de Monchique (Monchique), São Marcos da Serra (Silves), Paderne (Albufeira), Querença (Loulé), Estoi (Faro), Cachopo (Tavira), Vaqueiros (Alcoutim), Odeleite (Castro Marim) e Cacela Velha (Vila Real de Santo António). A selecção das onze aldeias que beneficiassem desta iniciativa incidiu sobre aquelas que apresentavam dinâmicas passíveis de serem potencializadas e intensificadas, capazes de elas próprias se constituírem em pólos difusores da dinâmica a implementar, obedecendo a um conjunto de critérios e parâmetros, para além do seu valor patrimonial do seu conjunto edificado e paisagístico: a sua relação aldeia – paisagem, o quadro de relações e redes sociais existentes e os processos de mobilidade, o quadro demográfico e respectiva evolução, a capacidade de incentivo às actividades económicas locais. O Programa tinha como estratégia de intervenção a promoção da integração e coesão territorial e social, à escala regional, desempenhando um processo de reabilitação urbana à escala de uma pequena aglomeração rural, executando um conjunto de acções coordenadas que permitisse conjugar os três domínios de acção fundamentais: recuperação e revitalização das aldeias, dinamização económica e a concretização de infra-estruturas essenciais.

Às aldeias seleccionadas seriam desenvolvidas tipologias de projectos que visavam fundamentalmente quatro grandes objectivos: recuperação do património construído e salvaguarda dos valores paisagísticos, promoção de dinamização socioeconómica, induzir ou reforçar dinâmicas de fixação e atracção da população, e a criação de uma imagem e um programa de animação para as Aldeias do Algarve. Na execução dos projectos para a recuperação das aldeias, tornou-se vital a integração da comunidade nas diversas etapas do programa, na recolha de saberes-fazer, no inventário das vivências e das tecnologias construtivas, nas acções de sensibilização patrimonial e de formação profissional e na (re)construção do património. Findo o período de implementação do plano estratégico, seriam articuladas várias acções para a prática da reabilitação junto da população. Iniciativas que viriam a contribuir de forma significativa para a salvaguarda do património construído, preservando os valores sociais e culturais da comunidade local, encorajando a participação da população na valorização e na tomada de medidas de salvaguarda do seu património, dinamizando as identidades culturais locais, aumentando o orgulho, a auto-estima e a cidadania no seu território. Palavras-Chave: Aldeias do Algarve, revitalização, comunidade, participação, educação patrimonial.

VIDA NO CAMPO – ANATOMIA DE UM MITO Alvaro Domingues Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto, Via Panorâmica S/N, 4150-755 Porto Portugal Na sequência da publicação do livro “Vida no Campo” (ed. Dafne, Porto, 2012), propomo-nos dissecar os conteúdos do suposto conceito de “rural” enquanto qualificativo da economia, cultura, paisagem, modo de vida, etc., num contexto em que as condições tradicionais da ruralidade (e da dicotomia rural/urbano) estão completamente ultrapassadas. Convencionalmente era “rural” tudo aquilo que pressupunha a simultaneidade de duas condições: em termos económicos, as actividades agro-pecuárias e florestais seriam a base económica dominante; e em termos culturais, as culturas camponesas enquanto culturas tradicionalistas, fechadas sobre si, variando segundo tipicismos étnico-geográficos, etc., constituiriam o traço comum das sociedades rurais. Para lá desta questão da coincidência da agro-cultura, estaria a dicotomia rural/urbano ou cidade/campo. Sendo a cultura cultivada dominantemente “urbana”, o rural era uma espécie de pano de fundo genérico fora das preocupação da maior parte das ciências. A modernização biotecnológica da agricultura, a globalização dos mercados dos produtos e serviços prestados pela agricultura (do leite ao turismo rural) e a própria desruralização – o recuo simultâneo do peso da economia agrícola e da cultura camponesa), criaram este paradoxo em torno do “mundo rural”, das suas funcionalidades e idiosincrasias. Desde a estetização da ruralidade em forma de resort ou de turismo rural, até ao abandono puro e simples, ou à intensa modernização das empresas e dos processos de produção agro-pecuária, já não se sabe que fazer ao adjectivo rural convertido em conceito vago que serve para designar tudo, desde as fantasmagorias do regresso à terra enquanto recuperação do paraíso perdido, até às hortas urbanas na cobertura dos edifícios. Vida no Campo é sobre tudo isto: memórias, fantasias e factos sobre a superação do trauma da perda do Portugal (profundo), o último país rural da Europa que a partir do final dos anos cinquenta – o pico da importância da agricultura na economia, no emprego e na paisagem – entrou na aceleração da mudança, da globalização, do abandono da agricultura tradicional… e na crise. Palavras-Chave: RURAL, CAMPO, PAISAGEM, GEOGRAFIA, CULTURA

Sessão / Módulo de Comunicaciones I

27 Julho / julio. Início: 14.30 h. Sala 2

B – Induzindo novos movimentos: iniciativa e criatividade desafiam o Rural / Induciendo nuevos movimientos: iniciativa y creatividad desafían lo Rural Mesa: Rui d’Espiney DIREITO À EDUCAÇÃO DIFERENCIADA NO CAMPO: ESTUDO DE CASO DE UM CURSO DE EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS DO PROGRAMA NACIONAL DE EDUCAÇÃO NA REFORMA AGRÁRIA DO BRASIL Marcela do Amaral Pataro Machado* Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – SR-10 (Rua Jerônimo Coelho, 185, sala 1201, Centro, Município de Florianópolis, Estado de Santa Catarina, CEP: 88.010.-030, Brasil, [email protected]) O presente trabalho apresenta a discussão de uma proposta de escolarização, no âmbito do Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (vinculado ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária do Brasil) direcionada a jovens e adultos do campo, moradores de Projetos de Assentamento do estado de Santa Catarina. O estudo visa compreender sob quais aspectos a proposta de educação do campo diferenciada contribui para a promoção do direito constitucional à igualdade, bem como discutir o direito à diferença, através da educação do campo, como instrumento de alcance da igualdade material na educação do campo à luz dos instrumentos normativos nacionais. Utilizou-se a pesquisa qualitativa através de estudo de caso, com a realização de grupos focais com os atores da ação educativa; observação participante das aulas do curso nos Projetos de Assentamento e das reuniões de avaliação e planejamento, bem como análise dos questionários de avaliação do curso pelos educandos. A análise registra uma experiência de ação afirmativa que incorpora as peculiaridades e princípios da política nacional de educação do campo brasileira, visando à superação das desigualdades econômicas, sociais e simbólicas historicamente construídas no país. Palavras-Chave: educação, campo, direito, igualdade.

MUSEUS E DESENVOLVIMENTO RURAL. O CASO DO MUSEU DO PÃO (SEIA/SERRA DA ESTRELA) Marta Amadoa* e Paulo Carvalhob aCâmara Municipal de Seia (Largo Dr. António Borges Pires, 6270-494 Seia, Portugal, [email protected]). b

CEGOT (Universidade de Coimbra, Largo da Porta Férrea, 3004-530 Coimbra, Portugal, [email protected]) A renovação do panorama museológico nos últimos trinta anos reflete o alargamento das funções museológicas que passam de mera conservação para um uso social do património, com vista a um desenvolvimento da comunidade. O crescimento e a diversificação do universo patrimonial; a valorização e o papel central da paisagem enquanto matriz cultural; a abertura dos museus aos mais novos e a preocupação de os tornar espaços de fácil e didático contato com o passado; a forma dinâmica, agradável, aliciante de expor peças e materiais, com um fio condutor no percurso do visitante; a investigação da realidade cultural do território numa perspetiva de interdisciplinaridade, e o envolvimento das populações num processo conducente à sua promoção são as características mais expressivas da cisão com os cânones da museologia tradicional. Em contexto rural, os museus podem constituir elementos fundamentais na salvaguarda, divulgação e valorização do respetivo património local, no qual se reflete e se encontra a história, a tradição e a imagem ancestral do mundo rural,

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onde os visitantes possam perceber como se trabalhou e viveu naqueles lugares, o que se produziu, as histórias que se contavam, as tradições das populações. Neste sentido, os museus configuram um instrumento privilegiado de descoberta ou de reinvenção das vias e das formas de intervir no desenvolvimento, promovendo a atividade dos artesãos, a produção, a venda, a manutenção de um saber-fazer, a criação de riqueza, ou articulando-se com algumas intervenções no território, ao nível dos parques naturais, paisagens ou manutenção de equipamentos. A análise do modo como os museus podem contribuir para revitalizar o território, melhorar a qualidade de vida dos residentes, reforçar a identidade local, captar novos visitantes e, deste modo, contribuir para o desenvolvimento local, no contexto de diversos exemplos nacionais e internacionais, será aprofundada através do estudo do Museu do Pão (Seia), um investimento privado, inaugurado em 2002 (e que recebe mais de 100 mil visitantes/ano), com a apresentação e discussão de dados cedidos pelo Museu, bem como os resultados de inquéritos por questionário e entrevistas aos visitantes (no primeiro caso recorrendo à análise fatorial de correspondências múltiplas - AFCM). Como principais conclusões, podemos afirmar que este espaço museológico, com uma localização privilegiada num dos principais eixos de acesso ao topo da Serra da Estrela, segue os pressupostos apresentados pela Nova Museologia, assumindo-se como uma instituição com um vasto leque de funções de natureza pedagógica, cultural, social, de preservação de valores, de desenvolvimento local e de fator capaz de atrair um número significativo de visitantes (sobretudo nacionais) – indiferentes, interessados, culturais e lúdicos, de acordo com a metodologia da AFCM). Contudo, é necessário referir também qua a Serra da Estrela têm vindo a beneficiar, em particular nestas últimas décadas, de uma revalorização do respetivo potencial ecológico e cultural, tornando-se mais atrativa ao nível paisagístico, ambiental, e histórico-cultural. Palavras-Chave: Museus, Desenvolvimento Rural, Museu do Pão, Serra da Estrela.

EL MOVIMIENTO DE LOS EQUIPAMIENTOS PARA LA EDUCACIÓN AMBIENTAL EN ESPAÑA: NUEVAS FORMAS DE CONSERVACIÓN E INNOVACIÓN DE LO RURAL Araceli Serantes Pazos Universidade da Coruña El objetivo de esta comunicación es presentar los equipamientos para la educación ambiental como un recurso para la conservación e innovación del medio rural. Con tal motivo presentamos ejemplos que revelan el interesante papel dinamizador que están jugando estos centros en espacios rurales muchas veces olvidados o de difícil intervención, a través de distintos programas y prácticas. Se consideran equipamientos para la educación ambiental muchas de las aulas forestales, aulas activas, aulas del mar, aulas d ela naturaleza, centros de innovación ambiental, centros de educación ambiental, granjas escuela, pueblos escuela, campos de aprendizaje, centros de interpretación, albergues en la naturaleza, jardines botánicos, zoologicos, acuarios, huertos de ocio, centros de ecología urbana y un sin fin de denominaciones más. Esta denominación genérica aglutina a una serie de centros de educación no formal que desarrollan programas de Educación Ambiental como actividad principal, en unas instalaciones fijas o móviles para el desarrollo de las actividades recogidas en un documento público y que cuentan con un equipo educativo estable y profesionalizado, que utiliza los recursos del medio y los adapta a los distintos colectivos de usuarios. Los equipamientos se caracterizan también por tener un modelo de evaluación y gestión sostenible, por lo que en si mismos son ejemplos de buenas prácticas. En el Estado español existen más de 700 iniciativas en todo el territorio, localizándose un número importante de ellas en zonas rurales. En esta comunicación presentamos una tipología de equipamientos para la educación ambiental en zonas rurales, que recoje las distintas características de estos centros, en función de los programas que desarrollan: conservación y recuperación de trabajos artesanales y técnicas tradicionales, de recuperación de especies autóctonas y creación de bancos genéticos, de desarrollo y dinamización local, de innovación en el ámbito productivo rural, de nuevas actividades económicas y servicios, de formación y divulgación, etc.

Con esta radiografía pretendemos presentar “quienes son” y “qué están aportando”, con la intención de hacer visible este movimiento educativo, muchas veces desconocido, y con el fin de potenciar sinergias con otros actores. Palabras Claves: educación ambiental, equipamientos de educación ambiental, conservación, innovación. (bibliografia no resumo original disponivel no CD / bibliografía en el resumen original disponible en el CD)

PROJECTO À DESCOBERTA DO MUNDO RURAL: IDENTIFICAÇÃO E INVENTARIAÇÃO DE BOAS PRÁTICAS DE DESENVOLVIMENTO LOCAL EM MEIO RURAL EM 26 CONCELHOS PORTUGUESES. Rui d’Espiney *a, Isadora Oliveira* a, Raquel Gonçalves* b a ICE – Instituto das Comunidades Educativas (rua do Almada, loja 2, r/c, 2910-227, Setúbal, Portugal, [email protected]). bAnimar – Associação Portuguesa para o Desenvolvimento Local (Rua Antero de

Quental, Edifício Ninho de Empresas, Bairro Olival de Fora, 2625-640, Vialonga, [email protected] ). O Mundo Rural português tem sofrido profundas alterações nas últimas décadas. Durante esse período, a imposição de políticas de crescimento baseadas em lógicas de mercado provocou uma profunda desestruturação das dinâmicas até então existentes. De um modo ou de outro, levou à extinção de práticas endógenas auto-resistentes ou à sua circunscrição e limitação. Os novos desafios, por outro lado, potenciaram a emergência de novas dinâmicas e iniciativas locais que apontam para novas relações no e do Mundo Rural com a estrutura societária mais global e, mais especificamente, para lógicas de desenvolvimento alternativas e inovadoras. Tais dinâmicas locais emergentes terminam por contrapor fenómenos como o isolamento das populações, o envelhecimento, a baixa escolaridade, a descapitalização do mundo rural, a relação de sentido único com o mundo exterior, com dependência crescente de fontes de receitas exógena, o empobrecimento relativo e a cada vez mais intensa periferização. Pesa, contudo, o considerável desconhecimento sobre as práticas de sucesso, a pouca visibilidade sobre as suas valias e uma generalizada ausência de utilização de meios e instrumentos compatíveis com a modernidade. O Projecto “À Descoberta do Mundo Rural”, elaborado e dinamizado por uma parceria entre o ICE e a Animar, co-financiado pelo Programa para a Rede Rural Nacional, procura identificar, inventariar e caracterizar as práticas de desenvolvimento local em meio rural dinamizadas por actores locais, cidadãos e entidades em 26 concelhos de 13 dos 18 distritos do país, dando visibilidade às boas práticas e promovendo as iniciativas que se destaquem para a construção de propostas alternativas de desenvolvimento. E, como objectivos específicos, pretende: identificar práticas e experiências inovadoras no domínio do desenvolvimento rural; proporcionar a partilha e socialização das práticas e procedimentos dos vários agentes, favorecendo processos auto-formativos que requalifiquem cada um deles; caracterizar e promover as boas práticas numa perspectiva de potencial replicação; contribuir para a definição de linhas de políticas de acção que possam de alguma forma influenciar as estratégias orientadoras da PAC em 2013; apoiar a emergência e/ou desenvolvimento de iniciativas locais de tipo novo. A metodologia consiste no estabelecimento de contactos em rede através da técnica da “bola de neve”, pesquisas na internet, questionários, entrevistas semi-directivas, observação semi-participante e análise de conteúdo. Como dimensões de análise das iniciativas identificadas, serão considerados: o grau e amplitude da participação que implicam, a promoção cidadã que incentivam, a inscrição num propósito de busca de soluções colectivas para questões centrais e comuns que atravessem o local, a requalificação dos recursos endógenos e das memórias locais, o nível de sustentabilidade das iniciativas e dos seus resultados, e o grau de democraticidade das decisões tomadas. Resultados preliminares apontam para: o interesse dos actores no estabelecimento de espaços de diálogo e partilha; o fechamento de algumas entidades sobre si mesmas em resposta às dificuldades económicas enfrentadas; a necessidade do reconhecimento do valor das iniciativas, bem como a sua promoção e visibilização junto dos agentes internos e externos.

Palavras-chave: desenvolvimento rural, desenvolvimento local, inovação, dinâmica, boas práticas.

Sessão / Módulo de Comunicaciones III

28 Julho / julio. Início: 09.00 h. Sala 2

B – Induzindo novos movimentos: iniciativa e criatividade desafiam o Rural / Induciendo nuevos movimientos: iniciativa y creatividad desafían lo Rural Mesa: António Covas MYFARM.COM, HORTAS REAIS NO ESPAÇO VIRTUAL. Luis Luz*a, Nelson Lopesb, Raul Santosc, Rodrigo Filiped, Sara Biscaiae, Tiago Nunesf. a, b, c, d, e, f Instituto Politécnico de Beja, Rua Pedro Soares, Campus do Instituto Politécnico de Beja, Apartado 6155, 7800-295 Beja, Portugal, [email protected] O objectivo do projecto MyFarm.com é o de fornecer aos clientes a possibilidade de gerirem, a partir da Internet, uma horta (7 por 7m), na qual podem escolher os produtos hortícolas que pretendem cultivar, assim como as operações culturais que pretendem realizar na mesma. O cliente tem uma área pessoal na página do projecto, na qual recebe informações sobre a sua parcela: grau de desenvolvimento das culturas, previsões para as colheitas; operações culturais que estão a ocorrer, ou irão ocorrer; conselhos sobre operações culturais a realizar e respectivas consequências na cultura e impacto ambiental; etc.. Nesta sua área o cliente pode ainda ver online o que está a ocorrer na sua parcela observando a mesmo através de câmaras de vigilâncias, às quais apenas o cliente e o gestor da parcela/cliente terão acesso. Todas as operações realizadas na parcela são igualmente gravadas e estarão disponíveis (pelo menos 48h) na área do cliente, para o caso do cliente não as poder ver em tempo real. Os produtos da horta serão, após informação dada pelo gestor da parcela/cliente, entregues uma vez por semana em hora e local a combinar com o cliente, desde que não seja ultrapassado o raio de 20km da horta. O pagamento deste serviço será feito através de um sistema de pontos, ou seja, os clientes para se registarem têm que comprar pontos, estes pontos são depois usados para o aluguer mensal da parcela, a plantação/sementeira dos produtos, as operações culturais e a colheita e entrega dos produtos. Todos os meses os clientes têm que comprar mais pontos para responder às operações a realizar nas suas parcelas. Os clientes podem ganhar pontos, se contribuírem de forma directa, em algumas acções na sua horta (na plantação e na colheita). Trata-se de um serviço inovador que aposta numa horta que é ao mesmo tempo virtual e real, a qual permite aos clientes o acesso a produtos escolhidos e produzidos especificamente para eles, num processo em que a produção e a qualidade podem ser sempre acompanhadas pelo cliente. Não temos conhecimento de qualquer outro projecto com estas características, pelo menos em Portugal. Este projecto irá iniciar-se, no terreno no mês de Abril, com um projecto piloto com apenas vinte parcelas, para clientes de Beja, pois pretendemos, antes de nos deslocarmos para as grandes zonas urbanas de Portugal, testar este serviço de modo a corrigir eventuais falhas que só no terreno serão visíveis. Estamos confiantes no desenrolar deste projecto pois embora ainda o projecto não tenha arrancado no terreno, já temos cerca de 250 pessoas (famílias) que manifestaram o seu interesse em serem clientes deste projecto (maioritariamente da zona urbana de Lisboa). Palavras-Chave: hortas, internet, inovação, empreendedorismo.

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DESAFIOS SOCIAIS, AMBIENTAIS E POLÍTICOS NAS NOVAS EXPERIÊNCIAS DO MUNDO RURAL EM PORTUGAL Lúcia Fernandes

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aCentro de Investigação em Sociologia Económica e das Organizações (SOCIUS/ Universidade de Lisboa) e Centro de Estudos Sociais (CES/ Universidade de Coimbra), Portugal, [email protected] . Esta investigação faz parte de um projeto de investigação de pos doutoramento iniciado em Janeiro de 2012 no SOCIUS/ISEG e no CES/ UC. O seu objetivo principal é estudar a aplicação, apropriação, tradução e reformulação dos discursos e conceitos do decrescimento e da transição em Portugal, avaliando os desafios sociais, ambientais e políticos que colocam na busca de uma nova organização de sociedade. Como objetivos específicos destaco a compreensão de como as discussões de decrescimento e transição estão (ou não) na origem e na prática das experiências existentes em Portugal nos últimos 10 anos, a análise da mobilização coletiva dos atores nestas experiências e uma avaliação se muitas delas se concretizam apenas como uma opção para a sobrevivência. O conceito do decrescimento, criado nos anos 1970, como uma forma de crítica ao pensamento económico dominante, que tenta colocar a tónica na discussão do modelo de sociedade que tem o crescimento económico como pilar central e chama a atenção para a necessidade de decrescimento económico. Já o conceito de transição surgiu, em 2006, num contexto não académico para responder ao facto de haver uma incerteza sobre o futuro, colocada pelos efeitos das alterações climáticas e pela previsão de esgotamento do petróleo e é fortemente apoiado no conceito de permacultura, uma forma holística de planeamento e gestão de jardins, vilas, aldeias e comunidades ambientalmente sustentáveis, saudáveis, socialmente justos e economicamente viáveis. Serão realizados estudos empíricos de casos em quintas, ecovilas, hortas urbanas e experiências/ projetos de permacultura em que os conceitos do decrescimento e da transição servem como uma base ideal para experimentações de modelos de produção e consumo alternativos. Os impactos ambientais, sociais, económicos e para a saúde do surgimento das experiências de decrescimento e/ou transição em Portugal são um aspeto relevante do projeto. Os principais atores nas experiências de terreno são os chamados "neo rurais", habitantes das cidades que anseiam uma vida mais saudável e harmoniosa, mas também os habitantes de aldeias do interior que buscam alterar as suas práticas diárias rumo a uma vida mais sustentável. Vários outros agentes e entidades também são parte integrante dos projetos. As práticas agrícolas são um dos temas centrais dos projetos, mas também as fontes energéticas e infra estruturas. As experiências serão analisadas também através do estudo de práticas concretizadas noutros contextos, em particular em Inglaterra e Espanha, pioneiros na teorização e aplicação dos conceitos de decrescimento e transição em cidades, propriedades agrícolas e bairros urbanos. Palavras-Chave: transição, decrescimento, permacultura, agricultura, Portugal.

O PROJECTO QUERENÇA: A MICROGEOECONOMIA DAS BAIXAS DENSIDADES MISSÕES DE INTERVENÇÃO E RESGATE EM ÁREAS RURAIS REMOTAS António Covasa* e Maria das Mercês Covasb

aUniversidade do Algarve/Centro de Investigação sobre o Espaço e as Organizações

(CIEO), (Faro, 8005-139, Faro, Portugal, [email protected]). bUniversidade do Algarve/Centro de Investigação sobre o Espaço e as Organizações (CIEO), (Faro 8005-139, Portugal, [email protected]) O Projecto Querença é uma experiência-piloto de intervenção sócio-comunitária que usa a metodologia multifuncional para impulsionar e despertar a “inteligência territorial” de um espaço rural. O Projecto Querença é uma missão de resgate de territórios em risco, gravemente atingidos por processos de desertificação e abandono dos seus capitais e activos e, por isso, cada vez mais próximos de limiares-críticos do seu processo de desenvolvimento.

O Projecto Querença está orientado para as áreas rurais de baixa densidade, sejam aldeias, grupos de aldeias ou mesmo de municípios, de geometria variável e de acordo com uma análise de pertinência dos recursos existentes, potenciais e disponíveis. O Projecto Querença visa promover o empreendedorismo de jovens licenciados em situação profissional precária, usando, para o efeito, uma abordagem territorial inovadora, “uma estrutura de missão residente”, que visa fixar no interior dos municípios aquela população universitária recém-licenciada. Dá preferência a jovens licenciados e/ou pós-graduados com pouca ou nenhuma experiência profissional, oriundos do concelho em questão ou concelhos vizinhos, recrutados através de um processo de selecção realizado pelas entidades promotoras do projecto. O Projecto Querença cria uma “institucionalidade dedicada”: os promotores constituem, para além da comissão coordenadora, uma comissão local e uma comissão técnica de acompanhamento para seguir de perto o grupo de missão residente; a ligação à aldeia faz-se através de um Fórum Aldeia sendo ainda constituídos grupos de apoio ao projecto aqui designados por clubes. O Projecto Querença será constituído ou integrado por três tipos de acções ou projectos: projectos de interacção social, de interacção simbólica e projectos empresariais propriamente ditos. Trata-se, por esta ordem, de confirmar a aceitação social do projecto por parte da população, de reabilitar o espírito sócio-comunitário nas aldeias, de tornar sustentável um pequeno grupo empresarial local. Palvras-Chave: microgeoeconomia, baixas densidades, rural remoto, estrutura de missão residente, institucionalidade dedicada, territórios inteligentes.

Sessão / Módulo de Comunicaciones I

27 Julho / julio Início: 14.30 h. Sala 3

C – Turismo, Lazer e Recreio: movimentos e mudanças em áreas rurais / Turismo, Ocio y Recreo: movimientos y cambios en áreas rurales Mesa: Jorge Gonçalves TERRITÓRIOS RURAIS: RURAL DESAFIADO OU RURAL DESEJADO? José Carvalho* e Paula Ruivo* *Instituto Politécnico de Santarém, Escola Superior Agrária de Santarém, Quinta do Galinheiro, Apartado 310, 2001-904 Santarém Unidade de Investigação do Instituto Politécnico de Santarém, Complexo Andaluz, Apartado 279, 2001-904 Santarém O mundo rural está repleto de condicionantes que promovem variáveis para uma equação de desenvolvimento muito elaborada, mas pouco utilizada pelos agentes envolvidos e pelos possíveis interessados, locais ou não, em sair do marasmo no qual a grande maioria dos espaços caíra. O processo de sustentabilidade é arquitectado, segundo os residentes, não num procedimento valorativo, mas num sistema onde a imagem da obra feita e de promoções individuais por parte de quem lidera, é mais importante, por comparação com o aproveitamento e racionalização dos recursos, a médio e longo prazo. Se é evidente e bonito, no curto prazo, a intenção e realização das promessas de pintura de um novo quadro rural, onde as questões estruturais são premissas, o tempo e as populações já mostraram que preferem um novo modelo, no qual sejam reconhecidas as diversas funções que, cumulativamente, e de forma integrada, accionam e satisfazem o que elas próprias querem e desejam. Na realidade, as necessidades não são tão diferentes das demais populações, nem os recursos tão distintos que justifiquem tão exclusivas políticas de intervenção, que preconizam apenas a correcção e/ou eliminação das assimetrias entretanto geradas. Os resultados: parcos, escassos, não muito relevantes. As populações: desacreditam perante sucessivos falhanços, perdem ligações sentimentais aos processos. As políticas: desmotivam os agentes, consumem mais recursos do que o valor que geram. Reconhecem-se dificuldades de articulação entre as sucessivas políticas,

identificam-se as rupturas ao longo do tempo, do ponto de vista social e produtivo e prevalecem as vulnerabilidades das economias locais. Ou seja, parece existir um doente com sintomas muito bem descritos, com diagnóstico universalmente aceite, mas cujo tratamento continua a não ser eficaz, persistindo a discussão sobre as substâncias activas ou os medicamentos a prescrever. E para já, não há hospital que aceite e trate tal doença. Estas são as conclusões dos sucessivos estudos que realizámos de norte a sul do país, em espaços rurais tão geograficamente afastados, como Rio de Onor (Bragança), S. Leonardo da Galafura (Vila Real), Moura Morta (Viseu), Aldeia da Pena (Viseu), Praia da Tocha (Coimbra), Escaroupim (Santarém), Marvão (Portalegre) e Avelãs de Cima (Aveiro). A metodologia de trabalho consistiu num estudo prévio complementado com visitas ao local, com realização de entrevistas aos actores da governança e aplicação de inquéritos por questionário aos residentes e outros utilizadores do território. Procurou-se com esta análise comparativa, validar os problemas comuns, as necessidades emergentes, as funções que tanto gostariam de ver reconhecidas, ou seja, a necessidade de repensar e renovar actividades, acções, intervenções e desejos para o mundo rural, explicitamente direcionadas e sustentadas com aplicação das ferramentas e instrumentos do marketing, não ultrapassadas com a mera construção de redes viárias e de comunicações, com os investimentos em outras estruturas de suporte e com as (re)invenções políticas. Palavras-Chave: territórios rurais, recursos, políticas, actores do território.

SERÁ O PATRIMÓNIO GEOMORFOLÓGICO UMA INUSITADA ÂNCORA DO TOURING CULTURAL E PAISAGÍSTICO? PROPOSTA DE VALORIZAÇÃO TURÍSTICA DAS RELAÇÕES SUBJACENTES À PAISAGEM CONSTRUÍDA. Andreia Pereiraa aFaculdade de Letras da Universidade de Coimbra - Centro de Estudos em Geografia e Ordenamento do Território (CEGOT), Largo da Porta Férrea, 3004-530 Coimbra, Portugal, [email protected] A compreensão do património geomorfológico situa-se no plano da interpretação das relações Homem - Meio, constituindo-se enquanto importante perspectiva de análise dos processos de apropriação humana do espaço. Destacando a influência preponderante que a geomorfologia possui sobre a ocupação do território – condicionando a distribuição dos recursos naturais, as acessibilidades, os modelos de povoamento e os sistemas produtivos –, pretende-se neste trabalho evidenciar como esta óptica integradora poderá transformar e enriquecer os itinerários turísticos de índole cultural e paisagística, focando as relações entre meio-físico, sociedade, economia, história e cultura local, frequentemente menos perceptíveis ao olhar do visitante, caso não sejam expostas por via de uma interpretação pluridisciplinar. Explorando a nível prático este conceito, é possível reconstituir com base no património geomorfológico o fio condutor da relação dialéctica entre a história natural e a história humana de um determinado território. Valorizando a nível turístico a relação entre as formas de relevo, especialmente ao nível das macro e meso geoestruturas, e a construção da paisagem, este ensaio atenta sobre a implantação antrópica e a organização funcional do território nos espaços de média montanha do Alto Minho, tomando como caso de estudo a Serra de Arga, bloco tectonicamente elevado, claramente delimitado pelos vales dos rios Lima, Minho e Coura. O inventário dos locais, sítios e paisagens de interesse geomorfológico susceptíveis de valorização patrimonial, turística e didáctica, culminou na apresentação de uma rota geocultural. Não negligenciando o enfoque morfoestrutural e paisagístico desta rota, salientamos a importância da cartografia geomorfológica como instrumento fundamental para a identificação das principais formas e estruturas a considerar enquanto elementos patrimoniais. Várias preocupações e critérios de ordem metodológica acompanharam o desenho deste itinerário. Atendendo à importância do património geomorfológico enquanto testemunho da dinâmica dos geossistemas, a dimensão espacio-temporal é um factor crucial a considerar, visando garantir uma multiplicidade de geoformas e processos actuantes representativa do contexto geológico, estrutural e morfológico em causa. Por outro lado, o percurso deverá salientar a diversidade do mosaico

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paisagístico, demonstrando, quando aplicável, a relação entre paisagem e morfo-estrutura. É, de igual modo, fundamental realçar a relação entre os geossistemas, geófacies e geótopos com o desenvolvimento de habitats e ecossistemas específicos. Sublinha-se ainda o interesse da interpretação dos padrões de ocupação humana do espaço à luz dos condicionantes geoestruturais, tais como as acessibilidades naturais, a distribuição dos solos com aptidão agrícola, o desenvolvimento de manchas florestais e arbustivas, a exposição das vertentes aos fenómenos meteorológicos ou ainda a localização de recursos mineralógicos. A concepção de uma rota geocultural coloca-nos perante um conjunto de opções críticas, principiando pela selecção das tipologias de património a valorizar. Se pretendemos enfatizar a relação entre geomorfologia, paisagem e cultura, enfrentamos o desafio de encontrar no terreno evidências concretas desta conjugação, que não se restringem ao património natural, devendo incluir elementos do património construído. A projecção do percurso sobre o território deverá ter em linha de conta a mensagem a transmitir, de modo a conduzir os visitantes através de uma narrativa coerente sobre o espaço geográfico. Com este intuito, é fundamental considerar criteriosamente o factor escala, a delimitação física do nosso “espaço-narrativa”, a definição da “porta” de entrada e a escolha dos nódulos estruturantes, seleccionados pelo seu especial interesse ou pela existência de estruturas e serviços de apoio. Não pode também ser descurada a capacidade de captação de diferentes públicos-alvo, a adequação a diferentes meios-de-transporte ou o grau de esforço exigido aos visitantes. Uma rota geocultural é também um produto turístico. Palavras-Chaves: Património Geomorfológico; Paisagem Cultural; Touring Cultural e Paisagístico.

VISITAÇÃO E TURISMO DE NATUREZA EM ÁREAS PROTEGIDAS: CONTRIBUTO PARA O DESENVOLVIMENTO LOCAL E FACTOR DE ATRACÇÃO REGIONAL Teresa Maria Gamitoa, Luís Correia da Silvab* a Consultora em Teresa M Gamito Unipessoal Lda. (Largo Prof. Pulido Valente 10-16º

B, 2795-159 Linda-a-Velha, Portugal, e-mail: [email protected]). b Sócio-gerente de TT-ThinkTur (Av. Duque de Avila,185-3º A, 1069-074, Lisboa, Portugal, e-mail: [email protected]. Em Portugal existe um vasto conjunto de áreas protegidas (AP) que são, pelos factores que ditaram a sua génese, locais prioritariamente destinados à conservação da natureza e da biodiversidade. No entanto, é indiscutível que estas áreas podem também constituir um factor de desenvolvimento local e um pólo de atracção regional se for devidamente articulada a conservação do seu valioso património natural, paisagístico e cultural com a utilização dos recursos naturais e o desenvolvimento socioeconómico local, numa perspectiva de desenvolvimento sustentável. Para o conseguir é necessário, primeiro que tudo, concentrar os esforços das entidades gestoras das AP na conservação e valorização da natureza e da biodiversidade, que são a razão de ser de cada área protegida. Mas, e tendo presente que “só se protege o que se gosta, só se gosta do que se conhece, só se conhece o que se visita” e que “é necessário visitar para conhecer, conhecer para gostar e, neste caso, gostar para proteger e preservar para o futuro”, importa também estimular a visita das AP, compatibilizando turismo e conservação da natureza, tendo presente que o turismo em áreas protegidas permite captar o crescente potencial de mercado de ecoturismo e turismo de natureza que se verifica a nível internacional. Complementarmente, as AP localizadas junto de grandes aglomerados urbanos, como é o caso da Área Metropolitana de Lisboa que inclui cinco AP de âmbito nacional e outras áreas de âmbito regional ou municipal também dedicadas à conservação da natureza e da biodiversidade, possuem um potencial turístico relevante nas vertentes de visitação, turismo e lazer na natureza, que poderá ser atractivo para diferentes públicos, diversificando a oferta turística tradicional e,

simultaneamente, contribuir para potenciar, de forma sustentável, a manutenção de habitats e espécies relevantes do ponto de vista da conservação da natureza. Por fim, e numa perspectiva de desenvolvimento sustentável, é fundamental assegurar a colaboração das comunidades locais, tanto nas acções de conservação da natureza e de salvaguarda do seu património como na dinamização do turismo e das actividades e desportos de natureza, gerando assim valor acrescentado para as AP, autarquias, operadores turísticos e de transportes e outros agentes económicos locais. Através desta comunicação serão apresentadas algumas metodologias destinadas à identificação e aproveitamento do potencial turístico de áreas protegidas, incluindo as utilizadas no Programa de Visitação e Comunicação na Rede Nacional de Áreas Protegidas e as aplicadas nos estudos de Turismo elaborados no âmbito da alteração do Plano Regional de Ordenamento do Território da Área Metropolitana de Lisboa (PROT-AML). Será ainda salientada a importância de, em paralelo com os planos de ordenamento das AP serem também elaborados planos de gestão que incluam uma componente de estratégia e uma perspectiva de “negócio”, tendo em vista a possibilidade de colmatar a insuficiência de recursos humanos e financeiros das suas entidades gestoras, através de parcerias. Por fim são apresentadas algumas conclusões e recomendações para o(s) modelo(s) de gestão das AP, que permitam tirar partido de todo o seu potencial como factores de desenvolvimento local e pólos de atracção regional. Palavras-Chave: áreas protegidas, visitação, turismo de natureza, desenvolvimento sustentável.

O TURISMO EM ESPAÇO RURAL NUMA ENCRUZILHADA: DESRURALIZAÇÃO, NATUREZA MITIFICADA E VULNERABILIDADE ECONÓMICA Jorge Gonçalvesa* e Mahboobeh Mohammadib O turismo em espaço rural tem sido encarado nas duas últimas décadas como uma actividade económica mas também como um sinal de resistência e enfrentamento capaz de mitigar ou mesmo reverter os múltiplos declínios verificados nas áreas rurais – envelhecimento, abandono da agricultura e dos campos, degradação do património construído – ao mesmo tempo que permitiria celebrar e valorizar a paisagem, os recursos culturais e as identidades. Entre uma desruralização evidenciada por uma contínua diminuição do PIB agrícola (neste momento inferior a 3%) e por uma desvitalização humana e social e a miragem do bucolismo e dos paraísos perdidos de quem está no exterior (do tal interior) e pensa que o rural e natureza são lugares para passar férias, ou ainda fins-de-semana prolongados, está então o turismo em espaço rural. Todavia, a sua capacidade para dirimir esta contradição é colocada aqui em causa, por três conjuntos de razões: i. Pela incapacidade de se assumir como uma alternativa sólida aos rendimentos em queda provenientes das actividades rurais tradicionais ou no esbatimento do desemprego e do despovoamento; ii. Pela promoção activa de uma perigosa ficção rural, que alimenta as oposições cidade-campo ou rural-urbano e que transforma a paisagem ou a aldeia típica no que é hoje o centro histórico das cidades: o branding com que se vendem territórios e seduzem visitantes; iii. Finalmente, pelas alterações críticas que afectam a procura-alvo desta actividade, não tanto no que respeita aos seus valores e crenças (que também estão em mudança por via das pressões geradas por destinos alternativos) mas, sobretudo, da sua capacidade financeira e disponibilidade psíquica. Ainda neste conjunto não deverá esquecer-se os efeitos penalizadores da tendência para o aumento generalizado do horário de trabalho e de redução de dias livres (feriados, férias, pontes). A presente comunicação defende que o efeito conjugado destas três tendências pesadas, abordadas a partir de informação estatística disponível e dos resultados de uma inquirição dirigida à actividade, está a arrastar a actividade para um crescente

divórcio com a dimensão socio-territorial onde se inscreve penalizando não só estas comunidades locais como frustrando o país em geral dado o esforço prestado em matéria de apoio financeiro desde os anos 90 até aos dias de hoje. Palavras-Chave: turismo em espaço rural, desruralização, rural branding, ficção rural (bibliografia no resumo original disponivel no CD / bibliografía en el resumen original disponible en el CD)

Sessão / Módulo de Comunicaciones II

27 Julho / julio Início: 16.30 h. Sala 3

C – Turismo, Lazer e Recreio: movimentos e mudanças em áreas rurais / Turismo, Ocio y Recreo: movimientos y cambios en áreas rurales Mesa: Dena Camarena Gómez RECURSOS DE APOYO A LOS VISITANTES EN EL MEDIO RURAL: EVALUACIÓN DE LOS CENTROS DE INTERPRETACIÓN EN GALICIA Araceli Serantes Pazos Universidade da Coruña La Interpretación del Patrimonio es una técnica de comunicación estratégica dirigida a los visitantes, que en su tiempo de ocio, se dirigen a un lugar de interés patrimonial (natural o cultural), uno de los recursos utilizados, cada vez más frecuentes, son los centros de interpretación. Los Centros de Interpretación han proliferado en los países de la Unión Europea, porque muchas de las ayudas de desarrollo del medio rural concedidas por esta institución, establecen como requisito la creación de dichos servicios como motores de dinamización local y de fomento del turismo. En este momento este fenómeno puede visualizarse como “una plaga” ya que, en muchos casos, se rata de edificios cerrados o con contenidos y servicios muy alejados de los objetivos previstos. En este trabajo presentamos los resultados de la evaluación de contenidos (orales, escritos, gráficos…) de los centros de interpretación de Galicia. Los objetivos que se perseguían son, en primer lugar, identificar, clasificar y categorizar los recursos destinados a los visitantes y, en segundo lugar, señalar algunas técnicas y ejemplos que podrían constituir un banco de buenas prácticas en comunicación o interpretación del patrimonio. La muestra está constituída por los Centros de Interpretación localizados en el medio rural que estaban funcionando en Galicia durante el trienio 2010-2012. La información se recogió “in situ” para lo que se definieron una serie de sistemas de categorías y listas de control que nos permitieron ir registrando de forma sistemática las observaciones. En cada visita además se fotografiaron los recursos existentes. Presentamos el estado en que nos encontramos estos centros, las debilidades y problemas que presentan, así como los elementos que consideramos tienen un gran poder comunicativo y se adaptan al público objetivo. El interés de este estudio de una realidad tan concreta como el territorio rural gallego puede servir de ejemplo para la evaluación y autoevaluación de centros similares. Palabras Claves: interpretación del patrimonio, centros de interpretación,

evaluación, visitantes.

(bibliografia no resumo original disponivel no CD / bibliografía en el resumen original

disponible en el CD)

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ECOTURISMO ESPIRITUAL: UMA ABORDAGEM DE TURISMO SUSTENTÁVEL? Anabela da Silva Marques Universidade de Coimbra, [email protected] O Ecoturismo tem sido apresentado como um segmento do Turismo que promove áreas naturais de forma sustentável, integra comunidades e pode ser concretizado num espectro desde o Turismo de Massas (Soft) ou em Turismo Natural (Hard), segundo argumenta David Weaver que além de muitos trabalhos ligados ao Ecoturismo da qual resultou a Enciclopédia do Ecoturismo. Em territórios que se idealizam equidade, esta proposta de mercado levou a uma diversificação de tipos de Ecoturismo que abrange muitos interesses para o turista, não recorrendo ao Turismo de Massas que tem como objectivo a maximização do lucro e não tem o comprometimento para com áreas protegidas. O Ecoturismo espiritual surge da combinação do turismo religioso numa paisagem que tem como objecto a observação e participação na Natureza. Desde o Jardim do Éden, aos jardins monásticos, aos rios que batizam em nome de vários credos, aos percursos geológicos que são analisados de modo distinto pelos criacionistas. A chave do sucesso está na criatividade dum projecto, na valorização cultural da população autóctone e na difusão da imagem do novo lugar que oferece vivências únicas na espiritualidade. Espaços no Oriente dedicados a ideologias religiosas do Ocidente, em que este devido às migrações, ao Turismo, se faz representarem de diversas ideologias religiosas e patrimonalizam o território. Palavras-Chave: Religião, Ecoturismo, Território, Sustentável

DESTINOS ENO-GASTRONÓMICOS: UMA OPORTUNIDADE PARA O RURAL, O CASO DO ENOTURISMO NO ALENTEJO Ana Isabel Inácio Territur–IGOT/INP (CEG, Edifício da Faculdade de Letras, Alameda da Universidade, 1600-214 Lisboa, Portugal, [email protected] ). A vertigem acelerada em que a vida contemporânea se tornou, plena de incertezas e devir, de desafios, de diversidade e mobilidade constantes veio surtir no individuo uma necessidade nova: a busca das origens, das tradições, de tudo aquilo que a Humanidade parece ter perdido nesta aceleração frenética. A valorização da cultura, do local, do genuíno, adquire um novo estatuto quase mítico, em que o Homem deseja viajar ou encontrar as raízes daquilo que fomos para definir o que somos ou seremos. Por outro lado, os problemas de saúde que derivam dos maus hábitos ou dos erros alimentares da contemporaneidade levam-no a procurar na sabedoria dos seus antepassados tradições e hábitos alimentares mais saudáveis. O vinho, bebida secular, constitui-se como um elemento importante da civilização ocidental, parte integrante da cultura mediterrânica onde em conjunto com o azeite e o pão consubstanciam a base alimentar, que hoje se sabe ser saudável e equilibrada. Os produtos enogastronómicos parecem responder a este desejo de consumo do “passado” e do “saudável”. A sua valorização traduz-se em novos desafios para os territórios rurais onde o seu berço se operacionaliza. Do ato de produzir até à visita turística estas parecem constituir ações de (re)animação, reptos ao rural onde a pluriatividade urge, mas em que se sabe existirem impactes positivos e negativos, diretos, indiretos e induzidos. Percebe-se igualmente que muitos deles são economicamente difíceis de mensurar, já que a sua importância estratégica ultrapassa a simples mais valia económica, sendo o seu contributo social, cultural, de reforço de imagem, melhoria e visibilidade acrescidas das condições agrícolas, manutenção e valorização de paisagens, entre muitos outros, implicando mais do que um sector de atividades e tendo consequências que também os envolvem. A pluriatividade é a forma de tornar sustentáveis as atividades agrícolas. O turismo é o modo de valorizá-las e de as “levar a palco”, incluindo a região em que se integram. O Alentejo é uma das regiões nacionais que protagoniza este desafio. Para o estudo empírico da região entendeu-se aproveitar a Rota de Vinhos oficialmente constituída como forma de identificar o universo de referência dos protagonistas integrando: Quintas, Adegas Cooperativas, Unidades de Alojamento Turístico e Museus

Regionais ou Locais. Utilizou-se uma triangulação de técnicas de pesquisa: a) observação participante; b) métodos qualitativos: entrevistas aprofundadas e semiestruturadas a uma amostra não probabilística por conveniência ou por bola de neve, conduzidas na sua totalidade presencialmente entre 2008e 2009; c) e finalmente, recorreu-se à análise sistemática de toda a documentação disponibilizada pelos agentes, incluindo o suporte informático e sites, que dão conta do seu histórico individual. Com vinhos relativamente novos mas também inovadores e que dão mostrar de serem de grande qualidade, traduzida em prémios nacionais e internacionais relevantes, a região abre-se a práticas enoturísticas das quais obtêm proveitos. Mas nem todos os agentes o conseguem e nem todos o fazem de igual modo ou com a mesma dinâmica. O presente trabalho reflete sobre o modo como alguns destes desafios têm sido concebidos e conseguidos, identificando-se as dinâmicas territoriais que advêm deste fenómeno. Palavras-Chave: Eno-gastronomia, Enoturismo, Alentejo, Desenvolvimento regional.

HACIA EL ESTABLECIMIENTO DEL TURISMO ALIMENTARIO EN EL NOROESTE DE MEXICO: EL CASO DE URES, SONORA Dena María Camarena*a, Jorge Walter-Montoya, Alejandro Medellín y Teresita Velarde. a Universidad de Sonora, Blvd. Luis Encinas s/n, 83000 Col. Centro, e-mail: [email protected] En años recientes, la cocina tradicional mexicana ha sido reconocida por la UNESCO como patrimonio inmaterial de la humanidad. Este distintivo implica una afirmación a las características de originalidad y tradición que integran la cocina nacional. En este sentido, la comida mexicana se considera como una de las opciones con mayor potencial de expansión en los mercados globales, ya que es la comida étnica con más ventas en el mercado norteamericano y la segunda de mayor demanda en Europa. Sin embargo, aún cuando la comida mexicana es reconocida internacionalmente, al interior del país escasamente se ha detonado como una opción de atractivo turístico. En el noroeste del país, específicamente en el estado de Sonora no existe definida ninguna ruta alimentaria o gastronómica vinculada al turismo. De ahí, que el objetivo de esta investigación es identificar los alimentos emblemáticos que pueden integrarse como una propuesta de turismo alimentario a partir del conocimiento de las preferencias de los consumidores. Para ello, se seleccionó como zona de estudio la localidad de Ures, ubicada a 65 kilómetros al este de la capital del estado. Aunque tradicionalmente se reconoce como zona turística y de comercialización de alimentos tradicionales (tamales, menudo, carne con chile, quesos, piloncillo, entre otros), no existe un análisis efectuado desde la perspectiva de la demanda que permita identificar las preferencias de los consumidores hacia los distintos alimentos típicos. Para llevar a cabo la investigación se realizó una encuesta donde participaron 250 potenciales turistas, se realizaron análisis descriptivos y mediante un experimento de elección - (donde los atributos son comida, origen y precio) y la estimación de un modelo logit-, se investigan las preferencias de los consumidores hacia las comidas tradicionales. Los resultados muestran que el 34% de los consumidores se ha desplazado a alguna de las opciones rurales con el fin de consumir alimentos típicos de la zona. La modalidad de consumo preferida es la que se realiza en un puesto tradicional (ambulante) en una comunidad rural, aunque un 26% se inclina por las opciones de restaurantes o de llevar la comida a su casa. Asimismo, se identifica que a medida que el precio de las comidas típicas disminuye la utilidad para los consumidores aumenta. La probabilidad de compra se incrementa cuando el alimento tiene como origen Ures frente a uno de otro entorno rural o de procedencia urbana, y de las distintas opciones presentadas (tamales de elote (masa elaborada a base de harina de maíz), tamales de carne y carne con chile), los tamales de elote fueron los más preferidos por los consumidores.

En general, el turismo alimentario es una opción viable de implementarse en las zonas rurales de Sonora. Los tamales de elote y el atributo origen son altamente valorados por los consumidores, por lo que adecuadas estrategias de promoción pueden contribuir a su desarrollo. Palabras Claves: Turismo alimentario, experimento de elección, modelo logit, consumidor turístico, comida tradicional mexicana. (bibliografia no resumo original disponivel no CD / bibliografía en el resumen original disponible en el CD)

Poster – 27 Julho / julio 18.00 h – apresentação na sala 3 / presentación cerca de la sala 3

C – Turismo, Lazer e Recreio: movimentos e mudanças em áreas rurais / Turismo, Ocio y Recreo: movimientos y cambios en áreas rurales TURISMO E DESERTIFICAÇÃO: OS CASOS DE IDANHA-A-NOVA E DE PENAMACOR Duarte Próspero dos Santos e Madalena Cunha Matos* Faculdade de Arquitectura – Universidade Técnica de Lisboa / CIAUD Rua Sá Nogueira | Pólo Universitário Alto da Ajuda | 1349-055 Lisboa, Portugal [email protected] , [email protected] Tradicionalmente, os estudos sobre o Património edificado centraram-se na investigação da arquitectura erudita e, numa dimensão mais reduzida, no património rural. Recentemente, têm vindo a ampliar o âmbito para domínios mais alargados, como a identidade dos lugares e a preservação das memórias do território. Portugal possui um litoral densamente povoado, à excepção da protegida Costa Vicentina, e um interior quase abandonado. A falta de oportunidades e a percepção de um futuro economicamente pouco promissor faz com que cada vez mais os residentes deste interior procurem os seus meios de subsistência noutros locais, abandonando a vida nas zonas rurais. Tudo isto obriga a uma séria reflexão sobre o futuro do espaço rural português, no sentido de se encontrarem soluções e perspectivas de revitalização para zonas interiorizadas. A presente pesquisa traduz a consciência de uma problemática que o interior de Portugal atravessa nos dias de hoje. A apresentação procura tornar visível a problemática da desertificação nos concelhos de Idanha-a-Nova e Penamacor. Estão situados na faixa mais interiorizada do país e apresentam índices de envelhecimento e de pobreza preocupantes. Fazem fronteira com Espanha, um mercado cada vez mais importante para o país, e em especial para as zonas raianas; um mercado que, devido à proximidade geográfica, pode ser marcante na economia destas áreas por via do aproveitamento das suas potencialidades. Perspectiva-se o turismo como alternativa viável para o impulsionamento da economia local. Os concelhos de Idanha-a-Nova e Penamacor, carentes de turismo, são inseridos numa proposta de roteiro que é traçado pelo interior, o qual ligará e fortalecerá toda a zona raiana portuguesa. Pela forma como se promovem e recebem os visitantes, os dois concelhos em estudo estão actualmente longe de ser destinos turísticos. Existem vários erros na recepção dos visitantes. Esta apresentação abre a discussão do tema, indicando os obstáculos e desafios para uma maior promoção da região e propõe alterações para fazer face às deficiências existentes. Através da realização de inquéritos, apercebe-se que não é só o factor de envelhecimento da população e o êxodo rural que impede zonas como estas de se desenvolverem; os hábitos, a auto-percepção dos habitantes e o seu estado de espírito fazem atrasar o desenvolvimento.

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A apresentação irá abordar o tema da desertificação e dos precedentes históricos que a motivaram e procurar entender a razão da atitude da própria população na sua reduzida capacidade de apoio ao desenvolvimento da região. A pesquisa insere-se num trabalho final de mestrado em curso, que procura discutir o tema da desertificação, situado na área de estudo, e simultaneamente apoiar a elaboração de um exercício arquitectónico de natureza turística. Palavras-Chave: Idanha-a-Nova, Penamacor, património, turismo rural, revitalização.

Sessão / Módulo de Comunicaciones I

27 Julho / julio Início: 14.30 h. Sala 6

D – Os (des)envolvimentos no domínio agro-alimentar / Cambios en el sistema agroalimentario Mesa: Xosé Armesto López VALORACIÓN DE EXTERNALIDADES TERRITORIALES EN DENOMINACIONES DE ORIGEN DE ACEITE DE OLIVA. EL PAPEL DE LA GOBERNANZA Javier Sanza, Luis Pérez y Pérezb, Pilar Egeac. a Centro de Ciencias Humanas y Sociales – C.S.I.C. (Albasanz, 26-28 – 28037 Madrid. [email protected]) b Centro de Investigación y Tecnología Agraria de Aragón (Avda. Montañana, 930. 50059 Zaragoza. [email protected]). c Universidad de Zaragoza. (Gran Vía, 2. 50005 Zaragoza. [email protected] ). Muchos de los beneficios derivados de la actividad agraria son de no-mercado, por lo que los productores no obtienen remuneración alguna por su generación. Nos referimos a externalidades económicas (calidad diferencial, acción colectiva en materia de comercialización, seguridad alimentaria), externalidades ambientales (lucha contra la erosión y la degradación de los suelos, reducción de la contaminación difusa, conservación de la biodiversidad y mantenimiento del paisaje) y externalidades socio-culturales (fijación de la población rural, gobernanza territorial y creación de un entorno innovador, puesta en valor del patrimonio cultural y natural). La relación entre producción agraria y generación de externalidades depende del modo en que se hagan las prácticas de cultivo. Las externalidades generadas por el olivar son diferentes en función de que su cultivo sea tradicional, integrado, ecológico o se abandone por falta de rentabilidad económica. En este trabajo se identifican las externalidades territoriales inducidas por el sector oleícola, se ordenan en función de las preferencias sociales y se determina qué orientación productiva maximiza dichas externalidades positivas, garantizando por tanto su desarrollo sostenible. Se parte de la hipótesis de que la rentabilidad socioeconómica y ambiental del olivar es superior a la rentabilidad privada, dado que la sociedad no tiene en cuenta estas externalidades positivas, por lo que cabría considerar la propuesta de un mecanismo de compensación a los productores. La identificación y valoración de las externalidades territoriales se ha realizado a partir de las respuestas que diversos grupos de expertos (tanto académicos como profesionales del sector) han dado a un cuestionario elaborado ad hoc. Para el tratamiento y agregación de dichas respuestas, utilizamos el Proceso Analítico de Red. Se trata de una técnica de análisis multicriterio que sirve para facilitar la toma de decisiones entre un conjunto discreto de alternativas en aquellos casos en que son muchos los criterios a considerar a la hora de elegir. Los resultados de su aplicación en dos denominaciones de origen de aceite de oliva (Estepa, en Sevilla, y Sierra de Segura, en Jaén) indican que los criterios que más pesan en la elección de la orientación productiva son la acción colectiva en materia de comercialización, la calidad diferencial y la gobernanza territorial. Sin embargo, en Estepa se considera que es con el cultivo integrado como se maximiza la sostenibildad, mientras que en Sierra de Segura se logra con el cultivo ecológico, lo que coincide con el avance que dicha orientación productiva está teniendo en cada

zona. Esto lleva a concluir que los participantes (stakeholders) que lideran la iniciativa del cambio en ambas zonas están reconduciendo el cultivo del olivar hacia los modos sostenibles que ellos consideran mejores y pone de manifiesto el extraordinario papel que, en la práctica, desempeñan las relaciones de gobernanza territorial centradas en la creación de un entorno innovador Palabras Claves olivar, valoración de externalidades territoriales, análisis multicriterio, proceso analítico de red, gobernanza territorial

LAS BAZAS TERRITORIALES DE LAS DENOMINACIONES DE CALIDAD DIFERENCIADA EN EL ACEITE DE OLIVA Pedro Ruiz Avilésa, Samir Sayadic, Luis Navarro Garcíab aInstituto de Investigación y Formación Agraria (IFAPA). Centro “Alameda del Obispo”, Córdoba. [email protected]. bInstituto de Investigación y Formación Agraria (IFAPA). Centro “Las Torres-Tomejil”, Sevilla.

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Instituto de Investigación y Formación Agraria (IFAPA). Centro “Camino de Purchil”, Granada. [email protected] El Complejo Agroalimentario es un factor clave en la ordenación del territorio y del paisaje, el mantenimiento del tejido socioeconómico y la protección del patrimonio ambiental y cultural. La UE ha ido reconociendo desde 1992 unos “signos de calidad” para sus productos agroalimentarios más típicos y genuinos obtenidos en sus mundos rurales más característicos. Cerca de 1.200 productos están ya registrados dentro de las categorías de Denominaciones de Calidad Diferenciada (DCD) y el éxito de esa iniciativa queda de manifiesto por su volumen de ventas (14.519 mio Euros en 2008), o su crecimiento sostenido: mil mio Euros en un lustro, pero también por dos indicadores de índole territorial, prestigio o ganancia de valor añadido. En esta Comunicación se realiza un recorrido sobre las DCD comunitarias de aceite de oliva virgen extra (AOVE), haciendo una especial referencia a las de Andalucía (la mitad del aceite obtenido en Europa), basado en un análisis mixto cualitativo realizado a través del estudio de la normativa y arquitectura institucional, y cuantitativo basado en datos primarios y entrevistas en profundidad a 86 agentes y actores, completado con un grupo de discusión a 12 de ellos. El trabajo finaliza con la exposición del diagnóstico y las estrategias identificadas como más útiles para potenciar estas DCD de AOVE como elementos esenciales, tanto para el propio sistema oleícola como para la vertebración social y territorial de numerosas comarcas de montaña y/o desfavorecidas mediterráneas, particularmente en el marco de la próxima reforma de la PAC 2014-2020. Palabras Claves: Denominaciones de Calidad Diferenciada, Aceite de Oliva, PAC, Andalucía.

INNOVACIÓN, SOSTENIBILIDAD Y TERRITORIO: EL CASO DE LOS OLIVOS MILENARIOS DEL MAESTRAT Josep Pérez i Soriano Departamento de Sociología y Antropología Social. Universitat de València ¿Es lícito anteponer el interés por el medio ambiente cuando la gente tiene dificultades para sobrevivir? ¿Los vestigios del pasado pueden transformarse en referentes modernos de identidad colectiva? Esta comunicación trata de responder estas cuestiones. Refiere a un proceso de conflicto entre las tres dimensiones de la sostenibilidad (la económica, la social-cultural y la medioambiental). Mediante una metodología cualitativa, se ha observado la evolución de este conflicto situado en la comarca valenciana del Maestrat. El trabajo de campo se realizaría en una primera aproximación durante el año 2005 y más recientemente, en el 2011, cuando ya son contables los resultados, y aun discutibles sus contradicciones. El programa Leader definía el capital territorial como un conjunto de elementos a disposición de un territorio, sean estos materiales o inmateriales, a considerarse como activos. Este tipo especial de capital remite a recursos como el patrimonio

natural y cultural, tales como el paisaje, las artesanías o las técnicas, susceptibles de aportar algún valor. La economía de la cultura es un enfoque que persigue valorizar espacios concretos, a partir de elementos de su identidad cultural. También la agroecología, otra perspectiva caracterizada por una visión sistémica del territorio, que acentuará este potencial endógeno del patrimonio social, natural y cultural, compatible con la biodiversidad. Sin embargo, la identidad, como el territorio, es una construcción social. El caso de los olivos milenarios del Maestrat es ilustrativo de este nuevo enfoque del desarrollo rural más sostenible y de nuevos paradigmas de consumo; es también muy relevante por su capacidad explicativa de la importancia de factores como el patrimonio rural en la construcción del proyecto territorial. El caso de estudio se refiere, precisamente y en particular, a la acción colectiva protagonizada por un grupo de agricultores que, a principios de siglo y haciendo caso omiso de los incentivos del mercado de plantas ornamentales, para calles o jardines urbanos, optaron por defender sus olivos del arranque y la venta, a pesar de ser muy viejos e improductivos. Frente a una situación de expolio natural, optaron por activar su patrimonio creando una cooperativa multifuncional. Diez años después, estos olivos milenarios se visitan, están legalmente protegidos y cosechan reconocimientos de alcance mundial, a través de diez marcas comerciales innovadoras. Estos acebuches monumentales se han convertido, además, en un símbolo de identidad y vertebración territorial: son el eje de un importante proyecto de desarrollo rural en el que participan 27 municipios de tres comunidades autónomas vecinas, que unidos, tratan de superar su secular postergación y marginalidad. Viejos olivos, nuevos iconos. Palabras clave: desarrollo rural, sociología, conflictos ambientales, olivos milenarios.

DIAGNÓSTICO RURAL PARTICIPATIVO SOBRE EL SECTOR CAPRINO EN EL VALLE DE LA OROTAVA-TENERIFE Yurena González y Adrián García Dpto. Sociología-Universidad de La Laguna El Valle de la Orotava (Tenerife-Islas Canarias) está definido territorialmente por una orografía accidentada y en pendiente que va desde el nivel del mar hasta el Parque Nacional del Teide, 2000 msnm. Desde años prehistóricos los habitantes del Valle (Guanches) bajo el menceyato o reinado del Mencey Taoro alternaban los cultivos de secano, trigo, avena, centeno con el aprovechamiento forestal y el pastoreo caprino. A partir del Siglo XV momento en el que la isla de Tenerife, y por ende el Valle de la Orotava, pasa a manos de la Corona de Castilla se produce un incremento poblacional y el consiguiente aumento en la superficie de cultivos como la caña de azúcar, la papa, la viña, nuevas variedades de cereales y leguminosas. Los aprovechamientos forestales se ven intensificados, también crece la cabaña caprina produciéndose la llegada del vacuno y el porcino. Una economía principalmente basada en la terratenencia por parte de la burguesía del Valle, provoca que un amplio sector de la población se dedique a modo de subsistencia al cultivo de alimentos de supervivencia (cereales y papas), y al pastoreo o la cría de animales de corral, en pequeñas parcelas. Con la llegada del siglo XX irrumpe de manera vertiginosa el monocultivo de los plátanos, que junto con al “turismo” llega hasta nuestros días. La selección de las mejores tierras dedicadas al cultivo de plátanos, sobre todo en costa y el progresivo avance de las construcciones que alberguen a la creciente población como a los numerosos turistas desde mediados de los cincuenta (1950), comienzan a relegar y estrangular los oficios tradicionales, entre los que se encontraba el pastoreo de trasitinerancia en el Valle. La elevada población por kilómetro cuadrado, 225 habitantes sobre una superficie de apenas 500 km2, ha supuesto que la lucha por los espacios hayan convertido el paisaje del Valle en un salpicado de construcciones que coexisten con tierras de cultivo, que van desde costa hasta la medianía (zona entre los 400-900 msnm) donde los cultivos de secano y la viña se encuentran con la ganadería caprina.

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En este contexto de disputa por el uso del suelo (asentamientos poblacionales, recursos de uso turístico y agricultura de complemento a las rentas de los hogares) se mantiene la ganadería caprina como un sector organizado entorno a la Cooperativa lácteo transformadora de Benijos, que elabora quesos para el mercado interior. La ganadería caprina ha visto que su tradicional forma de desarrollo, ligada al movimiento del ganado a zonas de pastos verdes, se ve dificultada por la presión demográfica y social, más vehículos (mayor congestión y limitación de tránsitos) y a un bajo reconocimiento sociológico de un oficio prehistórico en el Valle. Con la finalidad de conocer los discursos sociales sobre la ganadería transitinerante en el Valle, y la problemática que suponen las quejas de algunos vecinos y políticos sobre la actividad caprina, se lleva a cabo un análisis de discurso con metodologías de Diagnóstico Rural Participativo poniendo en colisión a diferentes grupos de trabajo: Cabreros- Técnicos relacionados con el sector- Políticos- Agricultores y Vecinos. De este análisis surge una línea de trabajo que debe finalizar en la valorización del sector caprino en el Valle de la Orortava. Palabras claves: sector caprino, pastoreo de trasitinerancia, población, territorio y análisis de discursos.

APUNTES PAISAJÍSTICOS Y TERRITORIALES DEL ALT EMPORDÀ (CATALUÑA). VISIONES DESDE LA AGRICULTURA ECOLÓGICA Xosé A. Armestoa* y Mª Belén Gómeza a Departamento de Geografía Física y Análisis Geográfico Regional, Universidad de Barcelona. Grupo de Investigación ADAPTATCC (CSO2011-23404-GEOG) (C/Montalegre, nº 6, Barcelona, 08001), Este trabajo pretende profundizar algo más en el mundo de los productores agrarios biológicos. El objetivo principal es llegar a saber cuál es el papel que juegan los agricultores ecológicos en la configuración del territorio y de los paisajes de referencia a través del conocimiento de sus puntos de vista. Por tanto, desde la perspectiva de los objetivos y de la metodología, éste es un trabajo realizado bajo el enfoque de la geografía de la percepción. El área de estudio es la comarca del Alt Empordà, un territorio de 1.357 km2 que cuenta en la actualidad con 140.428 habitantes (2011), situado en la Provincia de Girona, en el extremo NE de Cataluña (España). Históricamente se ha caracterizado este territorio por presentar un paisaje de mosaico, siendo además su litoral, la denominada Costa Brava, una de las zonas turísticas de mayor renombre, relevancia y tradición de toda España. Para tratar de captar la percepción individual de los actores protagonistas, la metodología utilizada en la preparación y evaluación de este trabajo partió de un razonamiento inductivo y se llevó a cabo en tres fases distintas pero relacionadas entre sí. La primera fase se centró en la búsqueda y recopilación de información de trabajo teórico y la selección del universo y la muestra encuesta. En esta unidad territorial, hay un total de 29 agricultores ecológicos inscritos en el Consejo Regulador de la Agricultura Ecológica (Consell Català de la Producció Agrària Ecològica, CCPAE). La segunda fase fue el trabajo de campo que a través de entrevistas en profundidad con una muestra de los agricultores orgánicos se investiga la percepción que tienen estos actores del paisaje de su explotación y del territorio regional. Así, después de la caracterización de su granja, los encuestados responden una serie de preguntas en las que el paisaje, el territorio y la agricultura son la base. Las preguntas relacionadas con los lugares de interés, los peligros, el papel desempeñado por las autoridades y otros actores del territorio y su evolución en el tiempo forman el cuerpo principal de esta parte del trabajo. Por último, se realizó el tratamiento de los datos de las entrevistas y la redacción del documento y sus conclusiones. La consideración de los encuestados como artífices del paisaje y protagonistas del territorio es evidente, así como también sus responsabilidades, eso sí, compartidas con otros actores endógenos y/o exógenos al propio territorio comarcal. Además, el trabajo demostró una gran pluralidad de opiniones en cuanto a los problemas más

acuciantes del territorio desde la perspectiva del productor ecológico, apareciendo todo un abanico de percepciones respecto a fenómenos como el turismo, la política territorial, el papel de la Unión Europea o las infraestructuras y servicios de la comarca y de Cataluña en general. Palabras Clave: Agricultura ecológica, territorio, paisaje, percepción, Costa Brava.

Sessão / Módulo de Comunicaciones I

27 Julho / julio Início: 14.30 h. Sala 7

D – Os (des)envolvimentos no domínio agro-alimentar / Cambios en el sistema agroalimentario Mesa: Mercedes Sánchez García AS DINÂMICAS RECENTES DAS ACTIVIDADES AGRÍCOLAS EM PORTUGAL CONTINENTAL: UMA ABORDAGEM BASEADA NA METODOLOGIA HJ-BIPLOT António Xavier a, Maria do Socorro Rosário b a Faculdade de Ciências e Tecnologias e CEFAGE-UE (Center For Advanced Studies in

Management and Economics) Universidade do Algarve. E-mail: [email protected] b Direção de Serviços de Estatística, Metodologia e Estudos, GPP (Gabinete de Planeamento e Políticas) E-mail: [email protected] A produção agro-pecuária é ainda um sector de grande importância em algumas regiões de Portugal onde, por vezes, tem um peso no Produto Interno Bruto, superior à média nacional. Contudo, este sector evoluiu de uma forma lenta quando comparada com a economia nacional, pois há uma diminuição do peso da agricultura no Valor Acrescentado Bruto nacional. As medidas de política agrícola europeias adoptadas pelo país e pelas regiões levaram ainda a que houvesse diferentes comportamentos por parte dos agricultores e a uma diferenciação da agricultura, com a introdução de novas culturas, de novos sistemas de produção e de níveis de intensificação distintos. Por conseguinte, torna-se relevante analisar as principais mudanças e dinâmicas ao nível de concelho, que tiveram lugar entre os dois últimos Recenseamentos Agrícolas, 1999 e 2009 (RAs). Neste contexto, a metodologia HJ-Biplot oferece inúmeras potencialidades para a análise da evolução das diferentes culturas/actividades e para o estabelecimento de relações entre variáveis. Esta é uma técnica de análise multivariada de representação simultânea simétrica de dados, que permite uma qualidade de representação óptima para as linhas e colunas (indivíduos e variáveis), sendo que o ângulo entre as variáveis pode ser interpretado como correlação e a proximidade dos indivíduos pode ser interpretada como semelhança. No entanto, são poucos os estudos que aplicam esta metodologia nas ciências agrárias). Estudos anteriores, levados a cabo pelos autores,

com esta metodologia e com base

nos dados dos últimos dois RAs, permitiram identificar as principais tendências ao nível das ocupações gerais do solo das explorações agrícolas e eventuais correlações entre elas, definindo tipologias gerais de concelhos. Contudo, esta metodologia não foi aplicada detalhadamente na análise das várias culturas agrícolas. Neste sentido, são exploradas no presente artigo as potencialidades desta metodologia no que respeita à análise das actividades agrícolas. Esta foi aplicada nos 278 concelhos de Portugal Continental nos últimos dois RAs, com vista à análise das culturas temporárias e culturas permanentes. Estes resultados foram depois interpolados com as produtividades médias e ao nível da dimensão física das explorações. Os resultados permitiram identificar de uma forma simples e, com um elevado carácter operacional, as diferentes tendências em termos de especializações culturais, sendo reveladas as principais correlações entre variáveis, bem como criadas tipologias específicas de concelhos. A análise conjunta das actividades e da dimensão das explorações permitiu ainda ter uma ideia das correlações entre ambos e tipologias no que se referem a estes parâmetros. Finalmente, a relação das tendências das actividades agrícolas dos concelhos com as produtividades médias das áreas, permitiu revelar nichos em termos de competitividade que poderiam ser

efectivamente explorados, mas que não o estão a ser em alguns casos. Estas mudanças foram relacionadas com as mudanças que tiveram lugar ao nível da Política Agrícola Comum (PAC) e ao nível de outras dinâmicas específicas, tendo por base a análise de técnicos e peritos. A análise da aplicabilidade global desta metodologia demonstrou que esta permite obter bons resultados em termos operacionais, analisar as consequências das políticas agrícolas e definir tendências, constituindo, portanto, uma ferramenta útil na análise de dados agrícolas. Palavras-Chave: culturas temporárias, culturas permamentes, HJ-Biplot, Recenseamento Agrícola, políticas agrícolas. (bibliografia no resumo original disponivel no CD / bibliografía en el resumen original disponible en el CD)

UM MODELO DE DESAGREGAÇÃO DE ENCARGOS DE PRODUÇÃO VARIÁVEIS DA BASE RICA POR ACTIVIDADE Maria do Socorro Rosárioa*; Rui Manuel de Sousa Fragosob; Maria Leonor da Silva Carvalhoc aGPP, 1099-073 Lisboa, [email protected] bDepartamento de Gestão da Universidade de Évora e CEFAGE, 7000 Évora, [email protected] cDepartamento de Economia da Universidade de Évora e ICAAM, 7000 Évora, [email protected] A informação desagregada relativamente a factores de produção é um problema generalizado das ciências agrárias. Recorre-se à utilização de inquéritos directos e pessoais junto do agricultor, com recurso a amostras pequenas, que são dispendiosos e demorados. O uso de técnicas e métodos alternativos pode ser uma experiência válida para estimar os custos variáveis de produção a um custo menor. A base de dados da Rede de Informação de Contabilidades Agrícolas (RICA) é uma fonte de informação útil para estudar aspectos da política agrícola, respeita o total dos custos por tipo de factor não sendo desagregada por actividade. A obtenção dos custos variáveis por actividade é extremamente importante para a gestão da exploração e para a análise da política agrícola. Esta dissertação tem como principal objectivo estimar os coeficientes de afectação dos custos às actividades agrícolas, a partir da RICA: é desenvolvido um modelo de desagregação dos custos de factores de produção variáveis por actividade com base na teoria da máxima entropia, aplicado na região do Alentejo e usando os dados da base RICA de 2008. Os resultados mostram que a utilização da teoria da entropia é uma opção adequada para a estimação de coeficientes de afectação dos custos dos factores de produção às actividades num contexto de informação incompleta. Os estimadores de entropia apresentam de um modo geral bons resultados do ponto de vista estatístico e econométrico, mas os modelos de Mínima Entropia Cruzada permitem obter resultados mais aderentes à realidade do que os modelos de Máxima Entropia Generalizada. Palavras-chave: máxima entropia; custos variáveis; modelo de desagregação; base RICA

WILLINGNESS TO PAY FOR ENHANCED ANIMAL WELFARE: RESULTS FROM PHONE AND IN-PERSON SURVEYS Cristina Marta-Pedroso

a*, Tiago Domingos

b*

aMountain Research Centre (CIMO), ESA, Polytechnique Institute of Bragança, Campus de Santa Apolónia, Apartado 1172, 5301-855 Bragança, Portugal, [email protected];

b Área Científica de Ambiente e Energia, DEM, e IN+, Centro

de Estudos em Inovação, Tecnologia e Políticas de Desenvolvimento, Instituto Superior Técnico, Av. Rovisco Pais, 1, 1049-001 Lisboa, Portugal, [email protected] In this paper we present the results of two surveys (phone and in person) aimed at providing insights into individuals’ preferences regarding farm animal welfare in Portugal by testing whether there is willingness to pay for beef originated from a

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production system with enhanced animal welfare standards. We focused specifically on the duration of stabling after weaning (in other words, stabling during the fattening period), in a system where the lactation phase is in the field. The phone survey was conducted nationwide and the in person survey was conducted at hypermarkets located in the Lisbon and Oporto regions having been both conducted by survey and opinion studies companies. The phone survey was designed to estimate the price premium that respondents are willing to pay to consume beef originated in animals that have not been stabled for fattening (i.e., have a free range period after weaning of 6 months). The mean WTP was estimated as 1.46 €/kg. The amount someone is willing to pay is statistically explained by Age and Income. In general younger persons tend to pay more, and, as we would expect from economic theory, the amount someone is willing to pay increases with the net household income. Motives for willingness to pay a price premium were collected. We concluded that, faced with the alternatives “beef quality” and “animal welfare”, 75.4% of the respondents willing to pay chose the first option as the core motive to be willing to pay a price premium. In the in-person survey, and given that it is frequently argued that it is not possible to produce good quality beef just on a free range system (e.g., the European Union’s organic farming regulation allows up to 20% of the animal’s life to be stabled), we investigated whether consumers would still be willing to pay a price premium in a mixed free-range/stabled scenario. Consumers were presented with pictures aimed at illustrating different alternatives, with different durations of the free range-period (0, 3 and 6 months). We observed, in our sample, that consumers always prefer the alternative featuring higher animal welfare standards. Preferences were investigated through the assessment of respondents’ willingness to pay a price premium to ensure that animals were originated under the condition of higher animal welfare. We also concluded that faced with two statements referring to beef quality and ethical reasons the former was chosen by 68% of the respondents in the sample as the underlying motive to be willing to pay a price premium. The results in the paper indicate that consumers are willing to pay to enhance calves’ welfare during the fattening period and that the underlying motives are associated with the effects that such an improvement can have on beef quality. Keywords: Animal welfare, Willingness to Pay, Phone and In-person surveys

EFECTOS DIRECTOS E INDIRECTOS DE LOS BENEFICIOS PERCIBIDOS Y PLACE ATTACHMENT EN LA DISPOSICIÓN A PAGAR Y LA LEALTAD. Natalia López-Mosquera García y Mercedes Sánchez García Universidad Pública de Navarra, Dpto. Gestión de Empresas. Edificio Madroños31006 Pamplona, Teléfono: +34-948-169396 email: [email protected], [email protected] Gran parte de la literatura económica ambiental ha sido diseñada para ayudar a los gestores del territorio a determinar las mejores prácticas de gestión para las distintas áreas naturales. Estos esfuerzos han ido dirigidos a evaluar, por adelantado, la percepción que tienen los individuos sobre distintas decisiones de gestión y su comportamiento en las áreas naturales. Durante la estancia, los individuos asignan significados y valores a las áreas naturales, que difieren en importancia y significado entre los mismos. La investigación puede ayudar a predecir las conductas que las personas adoptan de conformidad con estos sentimientos, significados y valores que asignan a las áreas naturales. Sin embargo, los investigadores han estado más interesados en el análisis del comportamiento de los individuos, y se ha prestado menos atención al proceso de formación de valores que subyacen a esos comportamientos. Las intenciones conductuales y los comportamientos de los ciudadanos en las áreas naturales son el resultado de un proceso psicológico muy complejo donde diferentes factores influyen en sus respuestas. Se han identificado un gran número de factores personales del individuo y situacionales del entorno que influyen en el comportamiento humano. La influencia de factores psicológicos, como los beneficios

personales percibidos durante la estancia y el place attachment, han sido considerados teóricamente, pero la evidencia empírica es limitada. Este trabajo proporciona evidencia empírica sobre la influencia de estos factores psicológicos en las decisiones de uso y valoración económica de los visitantes en las áreas naturales. Una aplicación empírica de los modelos de ecuaciones estructurales en dos áreas naturales periurbanas españolas va a permitir examinar el rol directo e indirecto de la percepción de beneficios en predecir el attachment de los visitantes y el desarrollo secuencial de su DAP y lealtad. En líneas generales, los resultados revelan que los beneficios saludables y sociales percibidos, y los vínculos funcionales y afectivos determinan las intenciones de DAP y lealtad de los visitantes en dos áreas naturales periurbanas. En base a los resultados, se recomienda a los gestores alcanzar una mayor comprensión de qué influye en la aceptación del público. Una posible influencia es el place attachment, un vínculo que se desarrolla entre los individuos y su entorno. El nivel de attachment a un espacio es a menudo un recurso sin explotar, sin embargo, tiene patrones reconocibles en términos de resultados. Altos niveles de place attachment a menudo resultan en un mayor compromiso de la comunidad con la preservación del paisaje, un bienestar positivo y una mayor admiración por la naturaleza. Los gestores deben utilizar sus conocimientos sobre el place attachment de los encuestados para garantizar que la estancia y la prestación de los servicios de las áreas naturales periurbanas está en línea con las expectativas, deseos y necesidades de los visitantes. Existe, por tanto, la necesidad de incluir múltiples perspectivas en la planificación y gestión del parque para asegurar que las decisiones propuestas de diseño y gestión responden a una amplia gama de puntos de vista. Así, el place attachment se puede convertir en una herramienta útil para obtener apoyo para las estrategias innovadoras que ayuden a recaudar fondos para la conservación de las áreas naturales periurbanas y, para aumentar la lealtad de los visitantes. Palabras Claves: Disposición a pagar, Gestión, Lealtad, Place Attachment, Percepción. (bibliografia no resumo original disponivel no CD / bibliografía en el resumen original disponible en el CD)

Sessão / Módulo de Comunicaciones II

27 Julho / julio. Início: 16.30 h. Sala 7

D – Os (des)envolvimentos no domínio agro-alimentar / Cambios en el sistema agroalimentario Mesa: Juan Sebastián Castillo QUALIDADE DE VIDA E SISTEMAS DE PRODUÇÃO: UM ESTUDO EM ASSENTAMENTOS RURAIS NO ESTADO DE SÃO PAULO – BRASIL Taísa M. Broslera, Sonia M. P. P. Bergamascoa, Erika S. Oliveiraa, Julieta T. A. Oliveiraa*, Fernando R. P. Andradea aFaculdade de Engenharia Agrícola – Universidade Estadual de Campinas (Av. Candido Rondon n. 501, Campinas-SP, 13.083-785 Brasil, [email protected] ) A questão da segurança alimentar humana, um direito garantido por lei no Brasil, continua sendo um desafio para cientistas e formuladores de políticas públicas. Embutida nessa questão, outras temáticas se agregam, especialmente quando se trata de populações rurais, como o acesso à terra e aos recursos financeiros e tecnológicos, formas de manejo e produção dos agroecossistemas. Com o objetivo de propor alternativas tecnológicas à produção agrícola que possam contribuir com a segurança alimentar e nutricional em grupos populacionais de risco social, está-se desenvolvendo o projeto “Segurança alimentar no campo”. Neste artigo, parte desta pesquisa maior, analisou-se a relação entre Sistemas de Produção na Agricultura e Condições de Vida de populações rurais, especificamente assentados de reforma agrária do estado de São Paulo. Adotou-se como aparato metodológico a aplicação de questionários com famílias pertencentes a assentamentos escolhidos

aleatoriamente. Foram levantadas aproximadamente oitenta (80) questões objetivas que representam as três macro-variáveis de análise: Segurança Alimentar e Nutricional (medida pela Escala Brasileira de Insegurança Alimentar – EBIA), Condições de Moradia e Sistemas Produtivos. O teste semântico do questionário e sua aplicação ocorreram durante o segundo semestre de 2011 e fevereiro de 2012, com cerca de 150 famílias. Os dados foram analisados com base em estatísticas descritivas e análise fatorial de correspondências múltiplas. A constatação das relações entre os diferentes tipos técnico-econômicos de sistemas de produção e as condições de vida dos sujeitos locais possibilita recomendações aos órgãos competentes para a elaboração de políticas de melhoria das condições de vida condizentes com a realidade local, fortalecendo também as estratégias dos agricultores familiares na conquista de seu desenvolvimento e geração de renda. Palavras-Chave: segurança alimentar, agricultura familiar, produção agrícola (bibliografia no resumo original disponivel no CD / bibliografía en el resumen original disponible en el CD)

ANÁLISE DA MULTIFUNCIONALIDADE EM PROPRIEDADES FAMILIARES ATRAVÉS DOS ELEMENTOS INTERNOS E EXTERNOS DO SISTEMA AGRICULTURA EM RIO CLARO-SP/BR Darlene Aparecida de Oliveira Ferreiraa*), Maria José Romanattob, Adriano Corrêa Maiac, Enéas Rente Ferreirad aDepartamento de Geografia, Instituto de Geociências e Ciências Exatas-UNESP-Campus de Rio Claro (Avendia 24-A nº 1515, CEP 13506-900, Rio Claro-SP, Brasil, [email protected] ). b Departamento de Ciências da Educação, Faculdade de Ciências e Letras-UNESP-Campus de Araraquara (Rodovia Araraquara-Jau Km 1, CEP 14800901, Araraquara-SP, Brasil, [email protected]). cDoutorando de Geografia do PPG em Geografia, Instituto de Geociências e Ciências Exatas-UNESP-Campus de Rio Claro (Avendia 24-A nº 1515, CEP 13506-900, Rio Claro-SP, Brasil, [email protected] ) dDepartamento de Geografia, Instituto de Geociências e Ciências Exatas-UNESP-Campus de Rio Claro (Avendia 24-A nº 1515, CEP 13506-900, Rio Claro-SP, Brasil, [email protected] ). A complexidade de fatores que demarcaram o ritmo das áreas rurais no Brasil desencadeou análises sobre o papel multifuncional a ser desempenhado pelas propriedades rurais familiares. Nosso objetivo é levantar o potencial das propriedades familiares para a multifuncionalidade no município de Rio Claro-SP/BR, área de urbanização avançada e com adoção da cultura canavieira como matriz produtiva. Buscamos definir os pressupostos da multifuncionalidade da paisagem e da agricultura familiar no município de Rio Claro–SP/BR, composta majoritariamente por pequenas propriedades. Nossa perspectiva é a de que o desenvolvimento rural baseado em políticas públicas deve fomentar a implantação de atividades não agrícolas e agrícolas diferenciadas, tornando-se alternativas de trabalho e de renda para as famílias agricultoras. Podemos afirmar que a propriedade familiar em Rio Claro-SP/BR resiste e desafia o modelo macro de expansão da urbanização no campo em busca de sua manutenção/reprodução. Diante do diagnóstico proposto, a identificação e seleção de propriedades/agricultores potenciais permitirão ao poder público elaborar novos e aprimorar programas já existentes com maior eficiência e precisão em relação às ações na área do turismo rural e da segurança alimentar. Na primeira etapa de desenvolvimento do projeto pretende-se realizar pesquisa documental que objetiva utilizar toda e qualquer fonte de informação secundária disponível, como é o caso da Prefeitura Municipal. Farão parte deste levantamento documentos oficiais, reportagens de jornal, dados disponibilizados na web, bem como material cartográfico impresso ou digital. Realizar-se-á um reconhecimento da área através de visitas, tendo como objetivo a observação e registro de informações de forma não sistemática, através de meios áudiovisuais (fotografias e filmagens) e descrições inscritas em cadernos de campo. A segunda etapa compreenderá elaboração, teste e aplicação de formulários junto aos 874 produtores rurais segundo os elementos internos (proprietários/produtores e unidades produtivas), funcionais (sistemas produtivos) e de produção (produtos, produtividade, mercado, agroindústrias) relativos às famílias produtoras. No contexto externo levantaremos e

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trataremos das características econômicas, ecológicas, demográfico-culturais e políticas dos produtores familiares rioclarenses. Para completar esta etapa realizaremos entrevistas semiestruturadas com representantes dos órgãos públicos e entidades representativas do agro. A caracterização do sistema agropecuário de Rio Claro em unidades de produção familiar apontará para a definição do potencial do capital sócio-cultural do grupo em questão e, consequentemente, para a multifuncionalidade da paisagem. Palavras-Chave: propriedades familiares, multifuncionalidade, desenvolvimento rural.

DINÁMICA DEL MEDIO RURAL Y LA TIPOLOGIA EMPRESARIAL: COOPERATIVAS VERSUS BODEGAS EN CASTILLA-LA MANCHA Juan Sebastián Castillo*, Mª Carmen García, Rosario Sánchez. Instituto de Desarrollo Regional-Universidad de Castilla-La Mancha (Plaza de la Universidad, s/n; 02071 Albacete-España, [email protected] ). Los aspectos que condicionan el éxito de las empresas vitivinícolas y la determinación de su comportamiento, ocupan una parte importante de las investigaciones, en una economía globalizada. El presente trabajo avanza en esa dirección y su objetivo es la identificación de los factores determinantes de los resultados de las empresas del sector, en concreto de bodegas y cooperativas. Las conclusiones del estudio se obtienen del análisis de una muestra de empresas pertenecientes a un mismo entorno: Castilla- La Mancha, mediante tablas de contingencia y modelos econométricos. Los datos obtenidos proporcionarán una aproximación a las características y situación actual de estas empresas, de sus políticas de comercialización, así como la importancia relativa en el sector de variables macroeconómicas, sectoriales y empresariales. Además, se deducirá si son los factores externos o de contexto y/o los de carácter interno los que más condicionan los resultados empresariales. Todas estas cuestiones justifican la realización de un trabajo empírico donde se cuantificará la relación entre el incremento de su competitividad y cuenta de beneficios, se diferenciará entre las estrategias de las cooperativas frente a las bodegas y se trazarán las directrices del sector vitivinícola. Finalmente se valorará la incidencia de la dinámica empresarial en el sector respecto a los cambios acontecidos en el mundo rural. Palabras Claves: empresas vitivinícolas, competitividad, resultados empresariales, tablas contingencia, modelos econométricos.

Sessão / Módulo de Comunicaciones III

28 Julho / julio. Início: 09.00 h. Sala 3

D – Os (des)envolvimentos no domínio agro-alimentar / Cambios en el sistema agroalimentario Mesa: Rita Robles LAS EXPLOTACIONES LÁCTEAS ANTE LA DESAPARICIÓN DEL SISTEMA DE CUOTAS Y LOS CAMBIOS EN LOS MERCADOS Y DINÁMICA PREVISIBLE Y ESTRATEGIAS DE ADAPTACIÓN DE LAS EXPLOTACIONES EN GALICIA Francisco Sineiro García; Ibán Vázquez González; Roberto Lorenzana Fernández; Edelmiro López Iglesias (Resumo não disponível / Resumen no disponible)

O PERFIL DOS PRODUTORES FAMILIARES DA PECUÁRIA LEITEIRA DO MUNICÍPIO DE CIDADE GAÚCHA, PARANÁ – BRASIL. Márcio Mendes Rocha; Felipe Andreolli Sell Departamento de Geografia, Universidade Estadual de Maringá, Av. Colombo, 5790, 87020-900, Maringá-Paraná, Brazil. E-mail: [email protected]; [email protected]

Esta comunicação é fruto da pesquisa desenvolvida em propriedades familiares no município de Cidade Gaúcha, Paraná – Brasil, compreendendo resultados obtidos a partir do projeto de iniciação científica “A mobilidade humana vista por proprietários familiares no noroeste do Paraná: um estudo de propriedades nos municípios de Cidade Gaúcha e Tapira no Paraná”. Partimos do fato de que a configuração do espaço em que estão inseridos os proprietários familiares é resultante de um emaranhado jogo de relações políticas, econômicas e sociais. O processo da modernização conservadora ocorrido no campo favoreceu a concentração fundiária, e consequentemente a mudança no perfil da produção estabelecida no município. Assim, uma grande parte dos produtores familiares passou de detentor dos meios de produção para vendedor de sua força de trabalho como assalariado, sobretudo para a usina de cana-de-açúcar e atividades urbanas, como na construção civil e na limpeza das cidades. Os que conseguiram romper a essa tendência tiveram que se adaptar às condições prevalecentes da economia e buscar novos caminhos produtivos. A pecuária leiteira foi uma alternativa. Entretanto, não sendo as opções suficientes para conseguir segurar os jovens no campo, a maioria deles passou a orientar-se para as atividades urbanas, percepcionando essa via como a melhor alternativa para “progredir na vida”. Neste quadro de análise, a nossa comunicação procura debruçar-se sobre o perfil dos produtores familiares da pecuária leiteira, apurando elementos sobre as suas perspectivas produtivas e sobre o entendimento que possuem quanto à problemática da evasão populacional, que se configura como uma forte tendência no campo em Cidade Gaúcha. Palavras-chave: Proprietários familiares, pecuária leiteira, modernização conservadora, evasão populacional.

O LEITE COMO ESTRATÉGIA DE INSERÇÃO DOS ASSENTADOS DA REFORMA AGRÁRIA NOS MERCADOS DINÂMICOS: O CASO DA COOPERTERRA - BRASIL Gabriel Murad Velloso Ferreiraa*, Pedro Selvino Neumannb , Gustavo Fontinelli Rossésc, Marta Von Endec a Universidade Federal de Santa Maria / Colégio Politécnico da UFSM / Programa de

Pós-Graduação em Extensão Rural. Av. Roraima, no 1000, Campus UFSM, Prédio 70, CEP: 97105-900, [email protected] . b Universidade Federal de Santa Maria / Programa de Pós-Graduação em Extensão Rural. Av. Roraima, no 1000, Campus UFSM, Prédio 44, CEP: 97105-900, [email protected] c Universidade Federal de Santa Maria / Colégio Politécnico da UFSM, Av. Roraima, no 1000, Campus UFSM, Prédio 70, CEP: 97105-900, [email protected] / [email protected] O presente estudo se propõe a analisar o papel da organização dos assentados, por meio de uma cooperativa, na inserção dos assentados da reforma agrária do município de Tupanciretã (Rio Grande do Sul – Brasil) nos mercados dinâmicos da cadeia produtiva do leite. Sabe-se que o trabalho associativo é uma condição essencial para que famílias de territórios rurais pobres e marginalizados possam vincular-se exitosamente a mercados dinâmicos, e esta também é uma problemática central da reforma agrária, já que o associativismo pode viabilizar economicamente a agricultura em pequena escala. Dessa forma, a relevância deste estudo se fundamenta no fato de que organizações de produtores podem auxiliar na produção de alimentos, na fixação do homem no campo, na redução da pobreza rural e na viabilização da pequena agricultura no contexto da reforma agrária. Para alcançar o objetivo proposto, realizou-se um estudo na Cooperativa Regional da Reforma Agrária Mãe Terra - COPERTERRA. A coleta de dados foi dividida em dois momentos: um exploratório e outro descritivo. As duas etapas foram realizadas por meio de entrevistas com informantes qualificados, as quais buscaram aprofundar o entendimento nos aspectos históricos, mercadológicos, nos benefícios que a cooperativa oferece aos cooperados e também no papel da extensão/assistência técnica para a consolidação do leite como alternativa produtiva na região. Como principais resultados, percebeu-se que é possível que os pequenos sobrevivam nos mercados dinâmicos tendo como atividade principal a produção leiteira. No

entanto, a organização social foi fundamental para viabilizar o acesso aos mercados e reduzir a vulnerabilidade que um produtor possui quando fornece leite isoladamente para o setor industrial. No caso da comercialização, a cooperativa possui dois canais de escoamento da produção leiteira: o do leite in natura e o de produtos industrializados. Na produção industrializada, conclui-se que não estão nos mercados dinâmicos, pois a comercialização se dá basicamente via mercados institucionais. Por outro lado, 90% da produção atual é comercializada nos mercados dinâmicos, à medida que a produção é repassada para outras indústrias. Ressalta-se que os mercados institucionais propiciam maiores ganhos e a cooperativa está voltando sua atenção para ampliação desse mercado. O mercado institucional sinaliza uma política agrícola intervencionista, já que o governo brasileiro atua desde o fornecimento da terra, passando por investimentos em equipamentos e estrutura industrial, até a compra dos produtos finais com preço superior ao do mercado competitivo. A Coperterra está inserida nos mercados dinâmicos e tem demonstrado que a atividade leiteira se adéqua à realidade da pequena agricultura e dos excluídos, já que propicia uma renda mensal e que os riscos com a sazonalidade da produção podem ser amenizados com planejamento e organização da alimentação dos animais. Além disso, esta atividade possibilita que os agricultores tenham tempo para se dedicar a produção de outros alimentos, o que garante a diversificação da propriedade. Vale lembrar, que a cooperativa também tem escoado toda a produção de alimentos dos associados, como é o caso do feijão, mandioca, tomate, hortaliças, frutas, peixes, pães, dentre outros, sendo que a maioria desta produção também é inserida nos mercados institucionais. Palavras-Chave: reforma agrária, leite, mercados dinâmicos, mercados institucionais, cooperativa.

ESTRATEGIAS PARA EL DESARROLLO DE NUEVOS PRODUCTOS EN LA INDUSTRIA AGROALIMENTARIA Luis González Polonioa y Silverio Alarcón Lorenzoa* a Departamento de Economía y CC.SS. Agrarias. ETSI Agrónomos. Universidad

Politécnica de Madrid ([email protected]) El objetivo de este trabajo es evidenciar que recursos y estrategias empresariales están relacionados con el desarrollo de nuevos productos en la industria agroalimentaria española. La diversificación de los productos que se ofertan al mercado precisa de una importante inversión en innovación que no todas las empresas son capaces de realizar, ya sea por falta de tecnología propia o por falta de recursos propios que se lo permitan. Por otro lado, disminuir los costes de producción es también una meta que todas las empresas deben perseguir si quieren mantener su cuota de mercado o incluso aumentarla. En definitiva, la innovación es el motor que moviliza los recursos empresariales necesarios para que las empresas sean competitivas. En concreto, la innovación en producto dentro del sector agroalimentario es una estrategia empresarial que se realiza con bastante frecuencia para aumentar la oferta de productos alimentarios. La base de datos utilizada para contrastar las hipótesis de trabajo es la Encuesta sobre Estrategias Empresariales (ESEE) que la Sociedad Estatal de Participaciones Industriales (SEPI) lleva a cabo desde el año 1990. En ella se encuesta anualmente un panel de empresas representativo de las industrias manufactureras españolas entre las que están incluidas las empresas agroalimentarias. Metodológicamente el análisis de los efectos de los diferentes recursos empresariales tanto internos como externos se ha planteado mediante un modelo econométrico en el que se ha considerado como variable dependiente (explicada) el número de innovaciones en producto y como variables independientes (explicativas) tanto los recursos empresariales tangibles como los intangibles. Dicho análisis nos permite enfocar las diferentes políticas públicas y privadas con objeto de mejorar la competitividad y los costes de las empresas agroalimentarias que se enfrentan a nuevos mercados.

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Las principales conclusiones a las que se llega son las siguientes: la innovación en proceso, la cooperación con proveedores, la inversión en bienes de equipo y el tamaño están asociadas positivamente con el desarrollo de nuevos productos tanto en las grandes empresas como en las pymes; en estas últimas, además, existe una relación positiva y significativa con la cooperación tecnológica con clientes y con los gastos internos en I+D. Palabras Clave: Innovación en producto, industria agroalimentaria, competitividad empresarial.

NUEVAS ORIENTACIONES PRODUCTIVAS: EL SECTOR AGRARIO COMO SUMINISTRADOR DE CULTIVOS ENERGÉTICOS. Rita Robles Departamento de Ingeniería y Ciencias Agrarias, Universidad de león, Avda Portugal, 41, 24071 Leon (Spain) Tal y como apuntan diferentes estúdios el desarrollo de los cultivos energéticos puede contribuir a la consecución de objetivos tan importantes como la diversificación de los ingresos en zonas rurales o la aparición de nuevos mercados de productos agrarios, sin embargo, dicho desarrollo se encuentra bajo la influencia de distintos factores (legales, económicos, sociales, técnicos, etc), que condicionan el estado de la situación actual de este sector. El presente artículo pretende analizar la situación actual del sector suministrador de cultivos energéticos para la producción de biocombustibles en España; En este sentido, utilizando el análisis de Stakeholders y el análisis DAFO, trata de identificar los factores que pueden limitar o potenciar el sector, con especial referencia a aquellos de naturaleza socioeconómica, considerando sus posibles efectos e introduciendo posibles medidas correctoras, que puedan contribuir al futuro desarrollo del sector. Los resultados evidencian que hasta el momento, tanto las medidas de tipo político como energético no han conseguido el desarrollo de estos cultivos a gran escala en los mercados nacionales, mientras que otros factores, como el nivel de precios o la competencia entre los mercados alimentarios y energéticos han sido más determinantes. Palabras claves: Análisis de Stakeholder, Análisis DAFO, cultivos energéticos. (bibliografia no resumo original disponivel no CD / bibliografía en el resumen original disponible en el CD)

Sessão / Módulo de Comunicaciones III

28 Julho / julio. Início: 09.00 h. Sala 6

D – Os (des)envolvimentos no domínio agro-alimentar / Cambios en el sistema agroalimentario Mesa: José María Álvarez-Coque EZEQUIEL DE CAMPOS, A ACTIVIDADE AGRÍCOLA E A PRESERVAÇÃO AMBIENTAL (1900-1926) Teresa Nunes Instituto de História Contemporânea, FCSH-UNL, 1096-061 Lisboa, Portugal, www.ihc.fcsh.unl.pt O objectivo deste trabalho incide na análise das ideias desenvolvidas por Ezequiel de Campos (1874-1965) sobre as relações, por vezes difíceis, entre a prática agrícola e os seus efeitos ambientais. Para tal socorremo-nos das obras publicadas pelo autor acerca da sua experiência profissional em S.Tomé e Príncipe (1899-1911) no âmbito da qual viria a desenvolver muitas reflexões sobre o impacto da cultura do cacau nas condições climatéricas do território insular e, por extensão, na manutenção dos factores determinantes da prosperidade agrícola das ilhas. Ainda nesta orientação aplicada a outro cenário geográfico, o de Portugal nas décadas de 10 e 20, analisamos o retrato da agricultura portuguesa traçado por

Ezequiel de Campos cujas preocupações se repartiam entre o incremento da produção agrícola nacional, o aumento da superfície irrigada, a difusão alargada de conhecimentos entre os agricultores portugueses e a reestruturação do perfil fundiário português. Refira-se a incidir sobre as áreas caracterizadas pela predominância do latinfúndio o qual representava ora um factor de degradação ambiental quando associado à monocultura, ora um obstáculo ao progresso económico português, em vista da sua percepção sobre as potencialidades versus os desempenhos registados pela agricultura portuguesa entre 1910 e 1926. Palavras-chaves: desenvolvimento agrícola, preservação, evolução portuguesa

FRESCO MEDITERRÂNEO. EXPANSÃO DO REGADIO E MUDANÇAS NA AGRICULTURA EM PORTUGAL (SÉCULOS XIX-XX) Dulce Freire* e Mónica Truninger* Instituto de Ciências Sociais, Universidade de Lisboa, Av.Prof. Aníbal Bettencourt, 9 1600-189 Lisboa, Portugal, [email protected] A partir da segunda metade do século XIX intensificaram-se em Portugal as discussões acerca do regadio. Ainda que houvesse quem preferisse a manutenção da agricultura de sequeiro, a defesa da expansão das áreas regadas tornou-se hegemónica entre os técnicos e motivou diversas iniciativas do Estado. Desde os anos 30 do século XX que o investimento público tem permitido multiplicar as infra-estruturas de regadio e reconverter terras de sequeiro, especialmente em regiões localizadas a Sul do rio Tejo (inserem-se nestes casos as obras para alargar o regadio nos vales dos rios Sorraia e Sado, realizadas nos anos 30/40, e o “Plano de rega do Alentejo”, que está em execução desde finais da década de 50). Esta comunicação tem dois objectivos principais: avaliar como historicamente as mudanças nas condições de acesso à água têm influenciado as opções produtivas dos agricultores e alterado os ecossistemas regionais; inserir o caso português no âmbito mais alargado das mudanças que têm vindo a tornar o Mediterrâneo “mais fresco”, procurando assim responder às solicitações político-económicas de saúde pública, valorização da economia local e desenvolvimento rural. Conclui-se avaliando em que medida estas intervenções nos ecossistemas estão a contribuir para dissipar as imagens seculares de secura e aridez das áreas mediterrânicas. Palavras-Chave: Mediterrâneo, regadio, agricultura, consumo.

EMPREENDER NA FILEIRA DAS PLANTAS AROMÁTICAS E MEDICINAIS (PAM) EM PORTUGAL Clara Lourençoa, Joaquim Cunhaa, Filipe Sousaa, Irene Aparícioa, Célia Lavadob, Margarida Amarob a ADCMoura - Associação para o Desenvolvimento do Concelho de Moura (Tv. Misericórdia, 4, 1º, 7860-072 Moura, Portugal, [email protected]). b Animar – Associação Portuguesa para o Desenvolvimento Local (R. Antero de Quental, Ed. Ninho de Empresas, Bairro Olival de Fora, 2625-640 Vialonga, Portugal, [email protected]). Empreender nas Plantas Aromáticas e Medicinais (PAM) em Portugal é o nome do projecto financiado pelo Programa para a Rede Rural Nacional (FEADER) cujo principal objectivo é contribuir para a criação de um ambiente político, social e económico favorável ao aproveitamento das oportunidades ligadas à fileira das PAM, através da concretização duma estratégia integrada para o sector que articula ampliação e qualificação do investimento individual e colectivo, capitalização de boas práticas, formação técnica, concertação estratégica e proposição de medidas de política. Há uma procura internacional crescente para os produtos ligados à fileira das PAM, resultante do aumento e diversificação dos usos das plantas nas indústrias alimentar, cosmética e farmacêutica. Os mercados actuais caracterizam-se também por um particular interesse por produtos resultantes de processos socialmente responsáveis,

em que se inclui o modo de produção biológico, que representam uma oportunidade para a produção nacional especialmente na sua vertente de exportação. Apesar da importância das PAM nas gastronomias e culturas locais e das condições de solos e clima favoráveis, em Portugal o seu cultivo não ocupa um lugar relevante nas opções tradicionais de investimento dos agricultores e nas políticas de desenvolvimento rural e a fileira é ainda incipiente. Existe, entretanto, um conjunto de iniciativas e projectos de relevo, nas áreas da produção, da transformação, da investigação, mas também da animação sectorial, de natureza empresarial, pública ou associativa, que muito têm contribuído para a visibilidade de que o sector é agora objecto e para a construção duma dinâmica efectivamente colectiva. Pretende-se, com este projecto, capitalizar este património, dando continuidade a processos, nomeadamente os iniciados no decurso do antecessor MEDISS – MEDiterranée Innovation Senteurs Saveurs (MED/ FEDER), amplamente participados pelos actores da fileira (empresas, universidades, associações, organismos públicos...), e aproveitando o seus recursos humanos, físicos e relacionais, as suas experiências, os seus conhecimentos científicos ou dos mercados, para favorecer, em Portugal, o desenvolvimento sustentável do sector. Palavras-chave: animação/ facilitação sectorial, desenvolvimento rural, estruturação de nova fileira

LA CAPACIDAD DE INNOVACIÓN DEL CONSUMIDOR Y SU EFECTO EN LA ESTRUCTURA DE DECISIÓN DE UNA INNOVACIÓN ALIMENTARIA Ramo Barrenaa ;Teresa Garcíab ;Dena Camarenac

a, bUniversidad Pública de Navarra, Departamento de Gestión de Empresas,Campus de Arrosadía. 31006 Pamplona; a, [email protected] [email protected] cUniversidad de Sonora, Departamento de Contabilidad, Blvd. Luis Encinas y Rosales, Colonia Centro, Hermosillo, Sonora 83000 (México), [email protected] La actual situación de la industria alimentaria caracterizada por una creciente competencia debida a la globalización de los mercados, así como por un consumidor cada vez más exigente y consciente de lo que busca en un producto alimenticio, ha provocado que el sector productivo se oriente hacia la innovación y el desarrollo de nuevos productos que satisfagan al consumidor y mejoren la posición competitiva de las empresas. El éxito de las innovaciones se basa en entender al consumidor y cómo los productos desarrollados son aceptados, generalmente debido a que proporciona beneficios únicos y un valor superior para el consumidor (Cooper, 1999). La investigación centrada en el consumidor ha considerado las características mentales, de comportamiento y demográficas asociadas con la disposición a adoptar innovaciones. Destacan los trabajos de Dickerson y Gentry (1983); Midgley and Dowling (1993) y Venkatraman (1991). Sin embargo, debido a su centralidad en la estructura cognitiva de los individuos, los valores poseen una poderosa base teórica para entender las disposiciones específicas del consumidor, incluyendo la disposición a probar nuevos productos o “innovativeness” (Burgess, 1992; Smith y Schwartz 1997), que parece ser un mejor predictor de la disposición a probar nuevos productos por parte de los consumidores Goldsmith y Hofacker, 1991). Además entender el proceso de adopción y la estructura cognitiva de los consumidores puede ayudar a realizar una segmentación más efectiva, mejor posicionamiento y estrategias de lanzamiento con respecto a las innovaciones en alimentos. Metodológicamente esta perspectiva se puede desarrollar a través de la teoría means-end chain (Gutman, 1982; Olson y Reynolds, 1983; Walker y Olson, 1991; Murakami y Yanagisawa, 2007). Pocos estudios han aplicado esta teoría en el mercado de los nuevos alimentos. En este trabajo se pretende determinar el papel de la tendencia innovadora del consumidor en la aceptación de innovaciones. Para ello se ha elegido un alimento, el café, como producto base, y una innovación presente en el mercado, las cápsulas de café. A través de una encuesta personal, se ha tratado de explorar el carácter innovador y la estructura de decisión de los consumidores más y menos innovadores frente a esta innovación. Se trabaja con una muestra de conveniencia de consumidores de café, 98 elementos, residentes de la ciudad de Pamplona.

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En primer lugar se propone realizar una segmentación de los encuestados en base a su tendencia innovadora con un análisis factorial de componentes principales de la escala de la tendencia a innovar (DSI: domain specific innovativeness). Posteriormente, se determina la estructura de decisión de los consumidores más y menos innovadores a través de la teoría means-end chain para cada uno de los productos analizados (el producto base y la innovación del mercado), con el fin de determinar posibles diferencias en el proceso de decisión en base al carácter innovador del consumidor. La teoría means-end chain se implementa por medio de una técnica cualitativa de entrevista que se llama laddering. Palabras clave: innovación alimentaria, carácter innovador, consumidor, means-end chain, laddering (bibliografia no resumo original disponivel no CD / bibliografía en el resumen original disponible en el CD)

INNOVATIVE FIRMS AND THE URBAN/RURAL DIVIDE: THE CASE OF AGRO-FOOD SYSTEM - ARE RURAL AGRIFOOD FIRMS INNOVATIVE? THE CASE OF VALENCIA REGION José María García Álvarez-Coquea, Teresa López-García Usachb, Mercedes Sánchez García

c

a Institución: Universitat Politècnica de València (Camí de Vera, s/n 46022 Valencia, [email protected]) bFundación IVIFA (Marqués de Dos Aigües, 3,1, Valencia [email protected]) cUniversidad Pública de Navarra (Campus de Arrosadia, Pamplona [email protected]) Rural areas in industrial economies have recently experiencing deep economic and demographic transformations. Spain’s recent period of growth did not entirely embrace rural areas. Many small communities suffered severe depopulation, including a progressive demographic ageing, and still lag behind urban areas with regard to the access to public services. Rural areas in Spain continued to experience a decline of the agricultural labour force from more than 20% of total employment in 1975 to less than 5% in 2008. Nevertheless, positive signs have emerged in terms of a move towards economic diversification outside the primary sector and the development of manufacturing industrial districts. Improvements in infrastructure and in the transport network suggest a promising future for many rural communities. Agri-food businesses are playing a role in this transformation, boosted by entrepreneurship and innovation, based on local information and resources. The agri-food industry is showing more resilience in the declining economic climate observed since 2008 than other industries. In Spain the agri-food sectors play an important role in the economy, contributing 8.7% of its GDP and more than 13.5% of total employment. In this context, this paper analyses the capacity of rural and urban spaces to promote innovation in the agri-food firms. The purpose is to determine if the rural/urban divide affects the innovative behaviour of agriculture, food processing and food distribution firms. Firm data have been obtained for one thousand firms based in the Valencia region, Spain. Out of them, over three hundred declared to have taken part in R&D&i activities, mainly in partnership with public support institutions. The database supplies data of micro and small enterprises, which have been typically underestimated in the Spanish Survey on Technological Innovation in Enterprises. The database also allows to identifying the main location of agri-food business and the territory is divided in Local Labour Systems (LLS). LLS are in turn classified as rural or urban according to alternative criteria (OECD, national legislation). A logit model has been used in the analyses. Main results suggest that the location of enterprises according to the rural/urban divide does not appear relevant concerning innovation, although businesses orientated to the primary sector seem less innovative. Co-op businesses appear to be more innovative and new firm creation is not necessarily connected with innovation, as there might appear a learning process that leads to the private-public collaboration for implementing innovations.

The paper offers an approach of innovation in the agri-food sector, traditionally considered as non innovative and explores how territory affects innovation using data from firms. Keywords: innovation, agri-food firms, Local Labor Systems, rural, urban

Sessão / Módulo de Comunicaciones I

27 Julho / julio. Início: 14.30 h. Sala 8

E – Desafios e transformações do meio rural na perspectiva das políticas públicas / Desafíos y transformaciones del medio rural desde la perspectiva de las políticas públicas Mesa: Maria João Canadas RESERVA AGRÍCOLA NACIONAL E EXPANSÃO URBANA NA BACIA LEITEIRA PRIMÁRIA DE ENTRE-DOURO-E-MINHO: FRAGMENTAÇÃO DA PAISAGEM E TIPOLOGIA DE PRESSÃO URBANÍSTICA Carlos Delgadoa*Teresa Sá Marquesb aDepartamento de Geografia, Faculdade de Letras, Universidade do Porto, Via

Panorâmica, s/n, 4150-564, Porto, Portugal, [email protected] bCentro de Estudos de Geografia e Ordenamento do Território, Departamento de Geografia, Faculdade de Letras, Universidade do Porto, Via Panorâmica, s/n, 4150-564, Porto, Portugal, [email protected] Em Portugal, o processo de urbanização sentiu-se sobretudo a partir de meados da década de 1970, assumindo diferentes ritmos e intensidades, particularmente em torno das duas principais cidades, Lisboa e Porto, e ao longo de algumas áreas do litoral. No Noroeste, esse processo foi difuso e fragmentado, aproveitando a existência de uma rede de cidades médias e de formas de povoamento historicamente dispersas. O crescimento urbano insuficientemente ordenado gera um grande consumo de solo agrícola, e causa inúmeras pressões na gestão de recursos naturais, no ambiente e no ordenamento do território, em geral. Em torno da Área Metropolitana do Porto (AMP) e na região de Entre-Douro-e-Minho (EDM), o incremento do edificado e da rede viária tem tido fortes impactes sobre o solo rural. Nesta área localiza-se a maior “bacia leiteira” do país, caracterizada por uma agricultura intensiva, mecanizada e especializada na produção de leite, e por uma forte concentração de explorações agrícolas. Nela se fixou uma competitiva indústria agro-alimentar de leite e derivados, assente num forte sector cooperativo. Os últimos Recenseamentos Agrícolas (1999-2009) mostram que, nesta região, o número de explorações tem vindo a diminuir (-31%), o mesmo sucedendo com a Superfície Agrícola Utilizada, SAU (-7,7%). Pelo contrário, verifica-se um aumento da SAU média por exploração (+26,8%) e do encabeçamento de bovinos leiteiros (+90,8%). Barcelos e Vila do Conde são os concelhos mais representativos desta bacia. Estes concelhos possuem quase 60% do total de efectivos de vacas leiteiras. O presente estudo assentou em duas linhas de investigação: - medição do impacto dos processos de urbanização na fragmentação das áreas

de Reserva Agrícola Nacional (RAN); - caracterização e tipificação da pressão urbanística sobre as áreas de RAN, nos

concelhos de Barcelos e Vila do Conde. Os processos de urbanização, para além de provocarem a redução ou degradação de solos, levam à fragmentação e ao isolamento de algumas manchas agrícolas. Estes processos podem conduzir ao excessivo parcelamento e à inviabilização económica das explorações, bem como à perda de uma importante base económica desta região. A investigação realizada comprova a existência de áreas de RAN bastante fragmentadas, particularmente nas “franjas” urbanas mais próximas da AMP. Na caracterização e tipificação da pressão exercida sobre a RAN, distinguem-se genericamente dois perfis concelhios: Barcelos, com um maior número de processos, com uma distribuição geográfica mais dispersa no território, maioritariamente requeridos por particulares e para habitação própria do agregado

familiar; Vila do Conde, com um menor número de processos, mais concentrados geograficamente, e com características mais heterogéneas, no tipo de requerentes e nas finalidades de construção. Neste estudo destaca-se o papel fundamental dos Sistemas de Informação Geográfica e das metodologias de análise estatística, na monitorização e avaliação multi-escalar dos processos de urbanização e no apoio à gestão do ordenamento do território. Palavras-Chave: Reserva Agrícola Nacional, expansão urbana, fragmentação da paisagem, bacia leiteira.

NATURBA – PARA UM PROJETO PARTILHADO ENTRE A CIDADE E O CAMPO: O CASO DE PALMELA João Carlos Antunes a, Bruno Pereira Marques b, Nuno Quelhas Moita c, Ana Filipa Coelho d, a Câmara Municipal de Palmela – Gabinete de Planeamento Estratégico, Largo do

Município, 2954-001 Palmela, Portugal, [email protected], b [email protected], [email protected], [email protected] O projeto NATURBA resultou de uma candidatura conjunta à União Europeia, no âmbito do programa INTERREG – SUDOE IV, de Toulouse, em França, líder do projeto, de San Sebastián (Guipúskoa) e de Múrcia em Espanha, e de Palmela, Loures e Barreiro, em Portugal. Esta candidatura tem como objetivo principal a conceção, experimentação e difusão de novas ferramentas de prospetiva e de gestão dos territórios na orla das grandes aglomerações do Sudoeste Europeu, bem como o objetivo de estruturar uma rede de aglomerações e de peritos NATURBA. Esta rede constituiu-se através da elaboração de um método de análise comparada entre diversos locais-piloto com um caderno de encargos/problemática comum, bem como através da implementação conjunta, nesses mesmos locais-piloto, de ateliers de projeto com o cruzamento das respetivas experiências e a criação de ferramentas comuns transferíveis. Assim e no que ao caso de Palmela diz respeito, tivemos como principal motivação, através do projeto NATURBA, conhecer as comunidades residentes em espaço rural do ponto de vista da sua realidade económica e social, mas também quanto à procura da identificação dos atuais comportamentos e paradigmas de vida em função dos locais de aquisição de bens e serviços, recursos de saúde e de ensino, hábitos culturais e de lazer, entre outros aspetos, nomeadamente ao nível da estrutura da propriedade e das atividades do setor primário. Pretendeu-se portanto e mais especificamente, conhecer os padrões comportamentais da população presente e residente na área a estudar, identificando expectativas, anseios e as principais frustrações; por sua vez e com isto pretendeu-se melhor poder compreender os paradigmas e as estratégias usadas na ocupação e transformação do território, permitindo traçar os cenários da sua possível evolução e o aclarar onde potencialmente se poderá vir a intervir e que aderências e resistências essa intervenção e delinear de políticas poderão colher. Posto isto, face às características do projeto, com um carácter temático e territorial bem determinado, optou-se por escolher um grupo de atores locais que se consideraram bastante representativos/conhecedores da realidade local, procedendo-se à entrevista dos mesmos e subsequente análise. Paralelamente, através da análise em Sistema de Informação Geográfica de cartografia de carácter histórico, com uma abrangência temporal, desde meados do século XIX até à atualidade, foi possível identificar e delimitar diferentes tipologias de ocupação territorial pelas populações residentes que, consubstanciando diferentes matrizes entre a dimensão urbana e a dimensão rural, permitiram identificar disfunções e desarticulações quer nas estruturas urbanas (subinfraestruturação, subequipamento, suburbanidade, etc.), quer nas estruturas rurais (abandono da atividade agrícola, funcionamento dos mecanismos de armazenagem e escoamento dos produtos, etc.). Neste sentido, julgamos terem-se dado passos para o delinear de critérios e quadros de referência, bem como de um modelo processual de intervenção, a concretizar a

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médio prazo, através de uma estratégia de desenvolvimento local/rural especialmente direcionada para estes territórios e problemas específicos associados. Palavras-Chave: áreas rurais em contexto metropolitano, estrutura fundiária, identificação de áreas homogéneas, Palmela, transformação do uso e ocupação do solo.

AGRICULTURA URBANA EM PRESIDENTE PRUDENTE: POTENCIALIDADES E IMPASSES Marília Coelho

a*

a Instituição: Universidade Estadual Júlio de mesquita Filho – Câmpus de Presidente

(Rua Roberto Simonsen, nº 305, 19060-900, Brasil, [email protected]) A agricultura urbana vem sendo estudada mundialmente e, cada vez mais, é reconhecida como um dos grandes filões das estratégias de desenvolvimento sustentável. Revestida de vários objetivos e congregando uma variedade substantiva de combinações e possibilidade, a agricultura urbana, aplicada às políticas públicas e a outras iniciativas, tem apresentado resultados altamente significativos e estimulantes, com exemplos em cidades pequenas, médias e também metrópoles. No Brasil, muitas cidades tiveram a relação campo/cidade modificada, quer pela crescente urbanização, quer pela expropriação de pequenos produtores e/ou sitiantes, determinada pelas chamadas culturas modernas, como a cana-de-açúcar, a laranja, a soja, e também a pecuária extensiva. Esses fatores levaram a um forte êxodo rural, agravando a situação de muitos indivíduos que vão para as cidades em busca de melhores condições de vida. A exemplo de outras cidades brasileiras, Presidente Prudente, importante pólo regional do oeste do estado de São Paulo, teve sua dinâmica populacional modificada, principalmente a partir da década de 1960, quando as culturas oleaginosas começam a entrar em decadência. Esse processo se acentua a partir da década de 1970 com a entrada da pecuária na região e, mais recentemente, com as usinas de açúcar e álcool. Por outro lado, o crescimento que vem ocorrendo nesse município, nas últimas décadas, conferiu ao mesmo uma configuração urbana com características de cidades médias brasileiras. No entanto, esse crescimento não foi acompanhado de um planejamento capaz de gerir e solucionar os problemas gritantes, oriundos dessas transformações. Como fator agravante, Presidente Prudente ainda recebe constantemente um contingente populacional de cidades vizinhas, pouco desenvolvidas, que vêm em busca de emprego e melhores oportunidades. Tal conjuntura evidentemente foi acompanhada da precarização do emprego, falta de moradia, saneamento básico, educação, atendimento médico-hospitalar e, principalmente, da falta de alimentação. É importante lembrar ainda que essas pessoas, saídas do campo ou de outras cidades, acabam sempre se instalando nas piores regiões da cidade, normalmente em áreas periféricas degradadas, com ambientes deteriorados, péssima qualidade ambiental; locais pobres, de baixo custo de vida e sem nenhuma infraestrutura. Procurando suprir suas necessidades, essa população procura formas alternativas de trabalho, renda e fonte de alimentação. É nesse contexto que a agricultura urbana se coloca como uma real possibilidade de solução para todas essas questões. Nossa proposta se volta então para uma análise da agricultura urbana em Presidente Prudente. Para tanto será apresentado nesse trabalho um resgate da formação histórica desse município, bem como dos programas, ações e iniciativas de implantação da agricultura urbana que aí existiram. Desses, uns foram abandonados, enquanto outros estão fadados ao fracasso. Assim, nosso objetivo é mostrar a grande potencialidade que esta cidade apresenta para a recepção da agricultura urbana e peri-urbana, em suas várias regiões, e que enfrenta como contraponto os descasos, impasses e interesses políticos adversos a essa iniciativa, de capital importância para toda a sociedade. Palavras-Chave: agricultura urbana, políticas públicas, qualidade de vida

A INSTALAÇÃO DE JOVENS AGRICULTORES NA REGIÃO CENTRO E A TRANSIÇÃO RURAL Pedro Soares

* Centro de Estudos Geográficos da Universidade de Lisboa (CEG-UL), Portugal, [email protected] A agricultura perdeu a tradicional hegemonia económica, social e cultural no espaço rural e deixou de ser a sua principal variável organizadora. A multifuncionalidade invadiu o espaço rural que se fragmentou em locais e manchas, articulados pelos grandes eixos de comunicação e pelos sistemas urbanos. No período intercensitário 1999 – 2009, na Região Centro o número de explorações agrícolas diminuiu 54% e perdeu-se 27% da SAU (Superfície Agrícola Útil). Porém, a tendência crescente para a instalação de jovens agricultores, as opções de produção e a análise da mancha de concentração das explorações, denotam que um novo tipo de agricultura e de agricultores está a surgir e, com isso, uma nova relação com as grandes infraestruturas e com o sistema urbano. Recorrendo aos dados disponíveis para a Região Centro de Portugal (NUTS II Centro), é possível detetar uma tendência sustentada no crescimento da aprovação de projetos de instalação de jovens agricultores. Esta nova realidade parece levar a um afastamento da relação direta entre estruturas agrícolas e o rural. A proximidade com uma grande via rodoviária pode ser mais decisiva para a implantação de uma nova exploração agrícola do que o contexto rural propriamente dito. Por sua vez, a exploração agrícola não vai acrescentar “ruralidade” ao espaço onde se insere. A agricultura é apenas mais um setor económico como outro qualquer. Os dados relativos aos projetos agrícolas aprovados em Portugal para primeira instalação de jovens agricultores, apoiados por fundos comunitários, fazem crer que esta é uma nova realidade que se desenha, mesmo em regiões onde a “transição rural” ainda sente algumas dificuldades na alteração das relações entre as pequenas economias rurais e os sistemas urbanos. A crise pode estar a desenvolver um efeito catalisador neste fenómeno que não deverá ser entendido com um mero “regresso à terra”. Palavras-chave: rural, jovens agricultores, transição. (bibliografia no resumo original disponivel no CD / bibliografía en el resumen original disponible en el CD)

COMPREENDER AS ZONAS DE INTERVENÇÃO FLORESTAL E A SUA CAPACIDADE DE INCLUIR TIPOS DE GESTÃO FLORESTAL MULTIPROPRIETÁRIO: UMA PRIMEIRA TIPOLOGIA Marco Marques*, Ana Novais, Maria João Canadas Instituto Superior de Agronomia/Universidade Técnica de Lisboa, Tapada da Ajuda, 1349-017 Lisboa, Portugal, [email protected] (A. Novais), [email protected] (M. Marques) [email protected] (M.J. Canadas) A floresta portuguesa é detida na sua maioria por proprietários florestais privados e caracteriza-se por estar, em parte (sobretudo no Norte e Centro do país), pulverizada em pequenas propriedades, constituindo um desafio à aplicação de políticas florestais. Em 2005, surgiu um enquadramento legal, a Zona de Intervenção Florestal (ZIF), que permite a possibilidade de áreas florestais associadas a propriedades de múltiplos proprietários serem integradas numa única ZIF, submetidas a um único plano de gestão florestal, a um plano específico de intervenção florestal e geridas por uma única entidade. Existem hoje 157 ZIF distribuídas pelo território continental, colocando-se hoje a questão da efetivação de uma gestão multiproprietário dessas áreas. No sentido de contribuir para uma resposta a esta questão foi realizada uma revisão bibliográfica sobre gestão florestal multiproprietário que permitiu evidenciar vantagens, caracterizar modalidades e identificar fatores que favorecem ou dificultam este tipo de gestão. Evidenciou-se também a escassez de exemplos de uma gestão conjunta propriamente dita. Além disto ensaiamos uma primeira tipologia relacionando os atributos das ZIF com as características dos seus territórios (utilizou-se como unidade de análise o

concelho onde a ZIF tem maior área). Este ensaio permitiu evidenciar a diversidade de situações existentes e discutir possíveis caminhos de cooperação entre proprietários florestais privados. Palavras-Chave: Zonas de Intervenção Florestal, gestão multiproprietário, tipologia

Sessão / Módulo de Comunicaciones II

27 Julho / julio. Início: 16.30 h. Sala 8

E – Desafios e transformações do meio rural na perspectiva das políticas públicas / Desafíos y transformaciones del medio rural desde la perspectiva de las políticas públicas Mesa: María Luisa Ibáñez MODELIZACIÓN DEL DESARROLLO ECONÓMICO RURAL, MODELOS DE CRECIMIENTO ESPACIALES Jesús Calzadilla *, José Luis López y Aurelio Villa. Departamento de Economía y Ciencias Sociales Agrarias, ETSI Agrónomos Universidad Politécnica de Madrid, Avda. Complutense s/n, 28040 Madrid [email protected], [email protected], [email protected]. El desarrollo de modelos estructurales para evaluar como los factores población, empleo, renta, recursos naturales y facilidades existentes en el territorio se relacionan en un marco rural, viene siendo un área de investigación permanente aplicada a diferentes problemas de políticas públicas; turismo rural, comercio y distribución rurales, retención de población, desarrollo industrial, impacto económico de los medios de transporte, etc. Uno de los modelos econométricos más aplicados es el modelo de ecuaciones simultaneas de Carlino-Mills-Boarnet, empleado por primera vez en 1994 para investigar el crecimiento de la población y el empleo en una muestra de condados de EE.UU. En este modelo se integra un reparto espacial asociado a las variables dependientes para cubrir el efecto que sobre la población y el empleo tienen los desplazamientos según la oferta de trabajo o mejores facilidades existentes en el territorio. Su principal virtud es poder analizar como la distribución espacial de los recursos naturales y facilidades económicas inciden en los resultados, siendo pues una herramienta de simulación para estudiar políticas públicas teniendo en cuenta la realidad territorial. Sin embargo no acaba de ofrecer modelos que permitan ir a un análisis de cómo las variables económicas se comportan en dichos marcos espaciales, para poder comparar territorios distintos y niveles de dotación y recursos diferentes. Como por ejemplo hacen los modelos de crecimiento según Solow-Swan. En la investigación realizada para adaptar formulaciones como la anterior al desarrollo rural, se ha integrado varios enfoques con reparto espacial y autorregresión (Spatial Error Model) dando lugar a modelos de relación por ejemplo entre la población de un municipio, la dotación comercial de este, y la dotación comercial de las localidades con las que interacciona. Los modelos obtenidos ofrecen descripciones del comportamiento de las variables en línea con lo observado en la realidad. Sin embargo para tener un modelo del crecimiento integral necesitamos tener otras ecuaciones adicionales considerando la población, el empleo y la renta (problema por cierto importante a nivel territorial) de forma simultánea y relacionada. En la investigación en curso, de la que esta comunicación es solo un avance, se conjugan modelos Cobb-Douglas Espaciales para las variables dependientes, con la simultaneidad de las ecuaciones mediante un modelo SUR (Seemingly Unrelated Regressions) Espacial. Con ello se esta dando continuidad a la investigación realizada, resultando para el caso de una sola ecuación el modelo estudiado. Palabras Claves: Desarrollo Rural, Modelos Econométricos Espaciales, SUR.

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O PAPEL DAS REDES DE BASE ECOLÓGICA NA COESÃO TERRITORIAL EM PORTUGAL. Rosário Oliveira a *, Ricardo Tomé b, Luis Grave c, Isabel Maurício d e-GEO Centro de Estudos de Geografia e Planeamento Regional Edifício ID – Sala 3.10, Av. de Berna 26 – C 1069-061 Lisboa Email: [email protected] a Professora Convidada a tempo completo no Departamento de Geografia e Planeamento Regional (DGPR), FCSH/UNL, Investigadora no Centro de Estudos de Geografia e Planeamento Regional, e-GEO. b Doutorando em Geografia e Planeamento Territorial (DGPR-FCSH/UNL) c Doutorando em Geografia e Planeamento Territorial (DGPR-FCSH/UNL) d Mestranda em Gestão do Território (DGPR-FCSH/UNL) A Agenda Territorial 2020 assume a coesão territorial como um dos pilares fundamentais de orientação estratégica para o desenho das políticas setoriais com incidência no território no próximo Quadro Estratégico Comum 2014-2020. Num contexto de enorme complexidade e incerteza, são claras as orientações para a criação de estruturas ou infraestruturas diversas que resultem numa maior e mais eficiente coesão, capazes de contrariar eventuais ameaças ao Projeto de Europa Comunitária. Portugal, em função de um conjunto de indicadores recentes, apresenta, na última década, uma fraca dinâmica na maioria do território nacional, verificando-se, contudo, o acentuar do fenómeno de “litoralização” e das múltiplas assimetrias no sentido demográfico, social, económico, cultural e político sendo, por isso, um território caracterizado por uma evidente “descoesão”. Torna-se assim fundamental assegurar que as directivas europeias em matéria de coesão territorial sejam integradas nas políticas públicas nacionais. O presente artigo pretende refletir sobre o modo como a coesão territorial poderá ser atendida no âmbito das políticas de ambiente, de ordenamento do território e de desenvolvimento rural partindo das estruturas de base ecológica já existentes. Começa por se apresentar o quadro de referência da coesão territorial a nível europeu, relacionando-o com uma análise crítica a nível nacional, baseada nos resultados de alguns indicadores dos Censos 2011 e nas oportunidades que representam as estruturas de base ecológica já previstas no Sistema de Gestão Territorial, como são o caso da Estrutura Regional de Proteção e Valorização Ambiental (ERPVA), definida no âmbito dos Planos Regionais de Ordenamento do Território (PROT), e a Estrutura Ecológica Municipal (EEM), definida no âmbito dos Planos Diretores Municipais (PDM). No primeiro caso será feita uma avaliação das ERPVA em matéria de continuidade/descontinuidade espacial e do seu potencial multifuncional. No segundo caso, importa perceber o modo como as orientações de âmbito regional poderão ser integradas na escala municipal numa perspetiva relacional e sistémica, em prol de um país com novas perspetivas de coesão e de novas parcerias entre o rural e o urbano, o norte e o sul, o interior e o litoral, ou seja um país territorialmente mais coeso. Palavras-Chave: Coesão territorial, Dinâmicas Territoriais, Estruturas Ecológicas, Multifuncionalidade.

(DES)ENVOLVIMENTO E (DES)IGUALDADES SOCIAIS: UMA ANÁLISE DE ALGUNS DOS DETERMINANTES E EFEITOS DO MIX DE POLÍTICAS DE COMBATE À POBREZA RURAL NO BRASIL Marilene Souza2 Luciene Rodrigues Universidade Estadual de Montes Claros – UNIMONTES / Programa de Pós Graduação em Desenvolvimento Social –PPGDS / Av. Dr. Rui Braga, s/n, campus Prof. Darcy Ribeiro, Prédio 3- sl. 107 - Montes Claros-MG / CEP: 39.400-000 - Brasil [email protected];[email protected] [email protected]

2 Universidade Estadual de Montes Claros – UNIMONTES / Programa de Pós Graduação em Desenvolvimento Social –PPGDS / Av. Dr. Rui Braga, s/n, campus Prof. Darcy Ribeiro, Prédio 3- sl. 107 - Montes Claros-MG / CEP: 39.400-000 - Brasil [email protected];[email protected]

A partir de abordagem multidimensional da pobreza, o estudo busca analisar uma das faces das desigualdades sociais - a pobreza rural. No âmbito teórico, o estudo busca discutir a relação entre desenvolvimento e pobreza, compreendendo esta como privação de acesso a ativos, políticas e serviços públicos e participação social e política. No Brasil rural muitas famílias encontram-se em condições materiais desvantajosas, que justificam apoio para sair da situação em que se encontram. Segundo dados do IBGE, de um total de 29,83 milhões de brasileiros residentes nomeio rural, um em cada quatro se encontra em extrema pobreza (25,5%), perfazendo um total de 7,59 milhões de pessoas. Diante deste quadro, o Plano Brasil Sem Miséria tem por objetivo elevar a renda e as condições de bem-estar da população, agregar transferência de renda, acesso a serviços públicos, nas áreas de educação, saúde, assistência social, saneamento, energia elétrica e inclusão produtiva. Todavia, nos territórios observa-se que algumas famílias conseguem acessos e apoios estatais e outras não. Que fatores explicariam a inclusão/exclusão dessas famílias como beneficiárias das políticas de combate à pobreza rural? As famílias beneficiadas são, efetivamente, as com maiores necessidades? Em que medida a existência de capital social, participação social e política, nível educacional, acesso a terra e mercados explicam a inclusão/exclusão dos programas públicos? Qual a capacidade dos programas de combate à pobreza alteram a condição socioeconômica das famílias? Quais as condições produtivas destas famílias, sua produção é suficiente para autoconsumo e para o mercado? Quais as características dos circuitos de comercialização de que participam? São canais tradicionais, alternativos ou dominados pelo cpital? Qual o seu grau de dependência/autonomia econômica? Em termos metodológicos, para a pesquisa empírica, o estudo elegeu algumas famílias pobres do bioma Cerrado, no Norte do estado de Minas Gerais, potenciais beneficiárias das políticas de combate à extrema pobreza e de apoios públicos. As famílias foram organizadas em dois grupos: as que acessam as políticas públicas e as que não conseguem apoio do Estado por razões diversas. A comparação dos dois grupos foi feita considerando variáveis relacionadas a aspectos materiais e simbólicos. O estudo conclui que esforços de combate à pobreza e promoção do desenvolvimento rural para resultar em transformações estruturais efetivas, pecisariam incluir todas as famílias que se encontram nesta situação e não apenas uma pequena parcela situada no extremo da franja. Adicionalmente, o acesso à terra é uma condição importante para a viabilidade produtiva e melhoria da renda familiar e do auto-consumo. Palavras-Chaves: desenvolvimento rural, pobreza, políticas públicas, plano Brasil Sem Miséria, Norte de Minas, Cerrado.

EFEITOS TERRITORIAIS DOS PROGRAMAS DE DESENVOLVIMENTO RURAL DA UE EM PORTUGAL (2000-2006). O CASO DA NUT II DO ALENTEJO Eduardo Medeiros; Luís Moreno Centro de Estudos Geográficos, Instituto de Geografia e Ordenamento do Território, (Edifício da Faculdade de Letras, Alameda da Universidade 1600-214 Lisboa, Portugal, [email protected], [email protected]). No período compreendido entre 2000-2006, Portugal foi alvo da intervenção de um Programa Operacional especificamente direccionado para o apoio à Agricultura e ao Desenvolvimento Rural (AGRO), que por sua vez foi complementado por medidas de apoio a esse mesmo sector de actividade económica, nos sete Programas Operacionais Regionais. Adicionalmente, três outros Programas de apoio ao Desenvolvimento Rural foram implementados numa lógica de apoio transversal ao desenvolvimento rural. Um deles destinou-se exclusivamente ao território continental (RURIS) e os dois restantes às duas Regiões Autónomas (Madeira e Açores). No total, mais de 5 biliões de Euros foram investidos em projectos que visaram, em última instância, tornar a actividade agrícola mais competitiva e sustentável, através de medidas que se centraram na modernização de equipamentos e infra-estruturas, na formação aos agricultores, no apoio aos jovens agricultores, na implementação de métodos agrícolas mais ecológicos, no apoio à florestação e ao emparcelamento,

na melhoria dos processos de comercialização e de marketing, no restabelecimento do potencial de produção afectado por desastres naturais, entre outras. Neste artigo, procuraremos produzir uma visão de síntese sobre os principais efeitos territoriais (resultados + impactos) resultantes da implementação dos projectos aprovados no âmbito desses onze Programas, durante o terceiro Quadro Comunitário de Apoio, em Portugal. Para tal, a análise apresentada será fortemente apoiada pela leitura dos relatórios de execução final dos vários Programas mencionados. Em acréscimo, será apresentada uma análise mais aprofundada dos efeitos de alguns desses Programas na NUT II do Alentejo, suportada numa série de dados recolhidos por meio de entrevistas e grupos de discussão a entidades e responsáveis pela implementação dos mesmos. Palavras-Chave: Desenvolvimento Rural, Agricultura, Programas Comunitários, União Europeia, Alentejo

DESARROLLO Y COOPERACIÓN TRANSFRONTERIZA: LECCIONES DE ALGUNAS EXPERIENCIAS DE INVESTIGACIÓN José Manuel del Barrio* y María Luisa Ibáñez Departamento de Sociología y Comunicación, Universidad de Salamanca (Campus Miguel de Unamuno, s/n 37007 Salamanca – España, [email protected]; [email protected]). Durante los últimos años, uno de los ámbitos más dinámicos de la cooperación transfronteriza entre España y Portugal ha sido la participación y colaboración de equipos de investigación de Universidades de ambos países en la realización de estudios prospectivos para el desarrollo transfronterizo. En este marco, destacan al menos tres estudios elaborados por varios equipos universitarios de la Universidad de Salamanca, la Universidad de la Beira Interior, la Universidad de Trás-os-Montes y el Instituto Politécnico de Guarda en el marco de distintos colaboración con las Comunidades Territoriales de Cooperación Provincia de Salamanca, Beira Interior Norte y Duero Superior. Los títulos de los trabajos, que he coordinado, son muy significativos: (1) Beira Interior Norte-Provincia de Salamanca. Valorar la historia y conquistar el futuro, (2) Frontera y Desarrollo. Fronteira e Desenvolvimento y (3) Directorio transfronterizo de productores ecológicos y artesanales. Directorio transfronteiriço de produtores biológicos e artesanais. La comunicación pretende ofrecer información, en primer lugar, sobre al menos cinco asuntos complementarios: 1) las estrategias de colaboración de las instituciones implicadas, 2) las metodologías de investigación que se han utilizado, 3) los diagnósticos más relevantes de los informes que se han realizado, 4) algunas de las medidas estratégicas que se han diseñado en cada uno de ellos y 5) los impactos que han tenido en las dinámicas de desarrollo económico y social y en la cooperación transfronteriza. A partir de la experiencia académica y profesional relacionada con la realización de dichos estudios, la comunicación se complementará en un segundo momento con una reflexión teórica con fines eminentemente aplicados sobre las lecciones que pueden extraerse para la mejora de la gobernanza y la cooperación transfronteriza en la conocida como “La Raya hispano-lusa”. Palabras Claves: cooperación transfronteriza, gobernanza, investigación social.

Sessão / Módulo de Comunicaciones III

28 Julho / julio. Início: 09.00 h. Sala 8

E – Desafios e transformações do meio rural na perspectiva das políticas públicas / Desafíos y transformaciones del medio rural desde la perspectiva de las políticas públicas Mesa: Elisabete Figueiredo

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PROJETOS DE IRRIGAÇÃO NO SEMI-ÁRIDO BAIANO: DISPUTAS TERRITORIAIS E CONTRADIÇÕES José Aparecido Lima Dourado

a, Antonio Thomaz Junior

b

aUniversidade Estadual Paulista, Faculdade de Ciência e Tecnologia (FCT/UNESP) / Centro de Estudos de Geografia do Trabalho (CEGeT) – Presidente Prudente, Brasil, [email protected]); bFCT/UNESP e CEGeT (Coordenador). Na Região Nordeste, nas duas últimas décadas verifica-se a ocorrência de maciços investimentos públicos e privados em grandes obras (transposição de bacias, perímetros irrigados, exploração mineral, ferrovia, construção de barragens, entre outras), ocasionando profundas transformações no território. Assim, este artigo tem como objetivo analisar a expansão do agrohidronegócio e as disputas territoriais no Semi-árido baiano a partir da década de 1990. E é nesse contexto que nos propomos apreender como os projetos desenvolvimentistas implantados pelo Estado no Semi-árido baiano fomentam a mobilidade e plasticidade do trabalho no campo, através do desmonte de comunidades tradicionais (camponesas, fundo de pasto, ribeirinhas, povos indígenas e quilombolas) para viabilizar o processo expansionista do capital. Analisar a realidade atual torna-se uma questão candente para que se possa compreender como vem ocorrendo a apropriação da terra e da água, seus múltiplos usos e a implantação de políticas públicas nessa região, ambas direcionadas para a produção energética, grãos, celulose, fruticultura e extração mineral, assim como as lutas travadas pelos sujeitos caatingueiros pela defesa de seus territórios. Essas atividades exigem grandes volumes de água em seu processo produtivo, constituindo um verdadeiro comércio virtual de água, pois estes produtos são, em sua maioria, destinados aos mercados internacionais. A apropriação das fontes de água pelo capital tem gerado conflitos, pois sua territorialização acaba desrespeitando os direitos das populações locais e comunidades tradicionais, revelando assim o caráter perverso da expansão do agrohidronegócio no Semi-árido. Esse é o cenário para o século XXI: conflitos por terra e água no centro das disputas territoriais e de classe. Palavras-chave: agrohidronegócio; conflitos pela terra e pela água; irrigação no semi-árido baiano.

A PROVISÃO DE SERVIÇOS COLECTIVOS EM ESPAÇO RURAL: PROBLEMAS, DESAFIOS E ALTERNATIVAS João Fermissona* a ImproveConsult – Consultoria e Estudos, Lda. (Avenida de Berna, nº4, 2º dto., 1050-040 Lisboa, Portugal, [email protected] ) A acessibilidade aos designados serviços colectivos (educação, saúde, etc.) assume um papel determinante nas condições de vida das populações, influindo também na maior ou menor atractividade dos territórios para efeitos de fixação residencial e/ou de desenvolvimento de actividades económicas. No caso particular dos espaços rurais, existe evidência que a reduzida dimensão populacional (frequentemente penalizada por processos estruturais de retracção demográfica) constitui um fator que tem limitado severamente a criação ou manutenção in-situ de serviços coletivos. Tal limitação decorre normalmente da inexistência de níveis de procura que justifiquem os custos de investimento e exploração associados à disponibilização local desses serviços (pelo menos nos moldes em que estes são convencionalmente entendidos), exigindo assim a deslocação física das populações afectadas aos locais onde os mesmos se encontram implantados para satisfação das suas necessidades. Adicionalmente, interessa assinalar que a penalização das condições de acesso aos serviços colectivos é ainda agravada pelos custos (monetários e não monetários) inerentes a essa deslocação, os quais tendem a ser maioritariamente imputados aos utilizadores. Face ao relativamente escasso património de conhecimento e debate sobre esta matéria em Portugal, a presente comunicação privilegia a identificação e sistematização de modelos alternativos (muitas vezes complementares) de provisão de serviços colectivos em espaço rural, abrindo espaço à discussão das suas vantagens e desvantagens e das condições em que a sua implementação se poderá

revelar pertinente e adequada. Esta discussão é precedida pela apreciação crítica da abordagem dominante em Portugal e das razões que determinam a sua limitada aplicabilidade a espaços rurais. Paralelamente, procede-se também à mobilização do conhecimento detido sobre práticas e experiências estrangeiras para ilustrar as opções de materialização desses modelos alternativos. As principais conclusões obtidas evidenciam a necessidade e oportunidade associadas ao desenvolvimento de novas modalidades de provisão de serviços colectivos em espaço rural, destacando aí a importância do aprofundamento de culturas e práticas de governância baseadas num quadro de sólida integração territorial e inter-institucional, da concepção e especificação de soluções técnicas complementares àquelas que são preconizadas pela abordagem dominante e do desenvolvimento de referenciais metodológicos de suporte à tomada de decisão. Palavras-Chave: acessibilidade, serviços colectivos, espaços rurais.

ENCUESTA SOBRE CONDICIONES DE VIDA Y LABORALES EN ESPACIOS NATURALES PROTEGIDOS: EL CASO DEL BARRIO DE TAGANANA-TENERIFE. Yurena González y Adrián García Dpto. Sociología-Universidad de La Laguna Con la declaración en 1987, de la mayor parte del Macizo de Anaga (Tenerife-Islas Canarias) como Parque Natural, se reconoció oficialmente el valor patrimonial de este espacio (limítrofe con las mayores áreas de desarrollo urbano de la isla de Tenerife, las ciudades de Santa Cruz de Tenerife y San Cristóbal de La Laguna) y se sentaron las bases legales para asegurar la conservación de los recursos de Anaga, así como propiciar un mayor desarrollo social y económico para los habitantes de esta parte de la isla. La Ley de Ordenación del Territorio y Espacios Naturales Protegidos de Canarias reclasifica el área como Parque Rural (1994), figura que amplia el marco de actuación de los principios proteccionista, afianzando la apuesta por la protección medioambiental y la promoción de los habitantes que viven el lugar. Desde 1996 se lleva a cabo un proceso de gestión activa en el Parque Rural de Anaga. En los primeros años de trabajo se hizo un esfuerzo relevante en materia de mejora de infraestructuras básicas de los núcleos de población y de carácter rural, equipamientos agrarios, inversiones también en materia de infraestructuras protectoras (accesos, hidrográficas, forestales), así como en el ámbito de la creación de equipamientos y servicios de acogida a los visitantes. A pesar de ello, aún no puede decirse que la acción combinada que supone la propia gestión del Parque Rural de Anaga, unido a las intervenciones de las Administraciones Locales, sean suficientes o estén adecuadamente orientadas para conseguir revertir tendencias negativas como el despoblamiento, el abandono de las actividades productivas tradicionales, su escasa capacidad de reconversión tecnológica y de organización, el éxodo laboral y demográfico de los jóvenes, el bajo nivel de instrucción, la falta de iniciativa social y empresarial, así como la escasa participación de la población local en las actividades económicas más rentables. Para detectar la evolución de los indicadores de estado y proceso relativos a las cuestiones apuntadas, así como para buscar alternativas, se pone en marcha un estudio cuyo objetivo es la elaboración de diagnósticos y el desarrollo de estrategias de acción conjunta que permitan abordar las causas de las problemáticas manifestadas, determinando hasta qué punto son adecuadas las intervenciones actuales, y proponiendo aquellas medidas que permitan optimizar los recursos dispuestos con esa finalidad. Realizar una Encuesta sobre condiciones de vida y laborales en el barrio de Taganana (cabecera poblacional del E.N.P), situado en una zona de uso moderado (viviendas dispersas con servicios e infraestructuras de tipo “blandas”) y proporcionar información primaria para posteriores acciones, fue uno de los primeros trabajos llevados a cabo. Palabras claves: Espacio Natural Protegido, encuesta sobre condiciones de vida y laborales, población, investigación acción participativa, políticas públicas.

RURAL MATTERS – SIGNIFICADOS DO RURAL EM PORTUGAL: ENTRE AS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS, OS CONSUMOS E AS ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO3 Elisabete Figueiredo Departamento de Ciências Sociais, Políticas e do Território, GOVCOPP, Universidade de Aveiro, 3810-193 Aveiro, Portugal, [email protected]

A intensificação, a partir de meados do século XX, dos processos de desruralização e de dissociação entre o rural e o agrícola trouxe consequências relativamente bem documentadas para as áreas rurais das sociedades ocidentais, indutoras de profundos processos de reconfiguração e representando constrangimentos e potencialidades diversas para aqueles territórios. Efetivamente, particularmente em Portugal, o papel social e económico do mundo rural alterou-se de forma dramática, passando de espaço produtor de alimentos e reserva de mão-de-obra, para espaço crescentemente reconhecido como multifuncional, combinando as produções agrícola e florestal com outras atividades e funções, designada e principalmente a proteção ambiental, a conservação da paisagem, a preservação das tradições culturais e o desenvolvimento de atividades associadas ao lazer e ao turismo. As transformações do mundo rural e os seus efeitos foram igualmente acompanhadas por mudanças em termos das representações e significados sociais e políticos daquele mundo, que se encontram amplamente por explorar, mas que são motivadoras de novos consumos e relações rural-urbano, assim como de rearranjos nas políticas e medidas de desenvolvimento. Esta comunicação tem por objetivo a apresentação e discussão acerca um projeto de investigação que se iniciou recentemente exatamente sobre os significados do rural em Portugal. A partir da conjugação de perspetivas teóricas e metodológicas multidisciplinares, o projeto estrutura-se então em torno dos diversos significados que o mundo rural – considerando igualmente toda a sua pluralidade – pode assumir, procurando articular estreitamente as representações sociais, as procuras e os consumos do rural em Portugal – avaliadas com base num inquérito por questionário a lançar a uma amostra representativa da população portuguesa – com a análise de diversos tipos de documentos (publicidade, notícias veiculadas pelos mass media, cinema, entre outros) e das várias estratégias políticas desenvolvidas no país, nos últimos 25 anos. Concretamente, o projeto Rural Matters procurará conhecer os aspetos centrais na formação e conteúdo das representações, articulando-os com as principais motivações e materializações dos consumos do rural e com a forma como as estratégias e medidas políticas têm incorporado, veiculado e operacionalizado as várias necessidades e vivências em presença nos territórios rurais. Espera-se que o projeto Rural Matters dê um importante contributo em termos do entendimento do que é, do que pode e do que deve ser o mundo rural em Portugal, entendimento que é não apenas relevante em termos do desenvolvimento dos espaços rurais, mas igualmente em termos da coesão do território nacional e da valorização da sua pluralidade geográfica. Reconhecendo as atuais assimetrias do território português como um dado estrutural, será relevante assumir as oportunidades que o rural pode representar, encontrando novas dinâmicas e funções e procurando instrumentos para a integração de diferentes (e muitas vezes

3 O Projeto Rural Matters (PTDC/CS-GEO/117967/2010) é financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (co-financiado pelo COMPETE, QREN e FEDER) e iniciou-se a 2 de Maio de 2012. Da equipa fazem parte, além da coordenadora (Elisabete Figueiredo, DCSPT - UA), Isabel Rodrigo (ISA- UTL); João Luís Fernandes (FLUC); Elisabeth Kastenholz, Celeste Eusébio, Maria João Carneiro (DEGEI – UA); Artur Cristóvão e Lívia Madureira (DESG – UTAD) e Renato Miguel do Carmo (CIES – ISCTE- IUL). O Projeto tem como consultores Keith Halfacree (Swansea University) e Fernando Oliveira Baptista (ISA-UTL).

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conflituais) visões, na expetativa de contribuir para o desenho e aplicação de estratégias de desenvolvimento territorial mais eficazes. Palavras-Chave: áreas rurais, representações sociais, procuras, consumos, estratégias de desenvolvimento rural.

Sessão / Módulo de Comunicaciones I

27 Julho / julio. Início: 14.30 h. Sala 5

F – O envolvimento dos actores na governança para um meio rural territorializado / La implicación de los actores en la gobernanza para un medio rural territorializado Mesa: Rogério Roque Amaro CIDADANIA, NOVAS RURALIDADES E PROCESSOS DE DESENVOLVIMENTO NA BAIXADA FLUMINENSE (RIO DE JANEIRO-BRASIL) Betty Nogueira Rocha

a*, Maria Sarita Mota

b

a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ). Instituto Multidisciplinar. Av. Governador Roberto Silveira, Centro, 26210-210, Nova Iguaçu, Rio de Janeiro, Brasil. b Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE-IUL). Av. das Forças Armadas, Ala Autônoma, Sala 236, 1649-026, Lisboa, Portugal. Nas últimas décadas a temática do desenvolvimento territorial rural ganhou ampla visibilidade e um conjunto importante de documentos teóricos tem sido produzido tanto no âmbito acadêmico, como no enquadramento estratégico elaborado pelo quadro das instituições governamentais. Ao direcionarmos nosso olhar para o mundo rural nos referimos a um espaço socialmente integrado à sociedade e que se expressa numa relação dialógica entre rural e urbano. Este mundo rural mantém particularidades históricas, sociais e culturais, porém, enquanto um espaço dinâmico é também expressão de distintos processos e apropriações. Referimo-nos aqui à construção social do espaço rural resultante da ocupação do território, das formas de dominação e diferenciação social ali existentes relacionadas à uma base material (como a estrutura de uso e posse das terras por exemplo) e uma base simbólica (resultante da apropriação simbólicas do espaço e nas referências identitárias). Nesta perspectiva, o conceito de território é fundamental para compreensão dos processos engendrados neste mundo rural. Estudos recentes indicam que a formação de um território resulta do encontro e da mobilização dos atores que integram um determinado espaço geográfico procurando identificar e resolver problemas comuns. Devido sua configuração mutável, provisória e inacabada a construção de um território pressupõe a articulação e relação de proximidade dos atores sociais que ali interagem. Assim, o “território dado” (cuja delimitação político-administrativa é conhecida e referenciada) pode abrigar vários “territórios construídos”. O território deixa de ser analisado como uma simples base física onde se dá as relações sociais e passa a ser visto como um tecido social, uma organização complexa feita por laços que vão além de seus atributos naturais, dos custos de transportes ou de aspectos de ordem econômica. Este artigo é o resultado parcial de uma pesquisa sobre o mundo rural no Estado do Rio de Janeiro, tendo como foco a Baixada Fluminense (região metropolitana do município do Rio de Janeiro). Em 2006, a parceria entre a ONG “Instituto Terra” e a Transpetro (empresa subsidiária integral da Petrobrás) resultou num processo de seleção de agricultores residentes próximos aos dutos localizados no município de Nova Iguaçu. Deste processo foi criada a UNIVERDE, Cooperativa de Agricultura Familiar e Produtos Orgânicos, atualmente composta por 40 (quarenta) famílias que utilizam-se das faixas de duto para a produção agrícola, independentemente das empresas que inicialmente capitanearam o projeto. Estas famílias se reconhecem e se autodenominam como “agricultores familiares em faixa de duto”.

Na medida em que o Estado do Rio de Janeiro ganha visibilidade nacional e internacional em virtude da realização dos grandes eventos (Rio +20, Copa do Mundo 2014 e Olimpíadas 2016) priorizando megainvestimentos nos mais diversos setores da economia, focamos nossas lentes num projeto que envolve a agricultura familiar em parceria com a sociedade civil organizada e setor privado a fim de analisar as potencialidades e possíveis gargalos na construção de processos de desenvolvimento local impulsionado pelos ideais de inclusão social, cidadania e sustentabilidade. Cidadania, novas ruralidades e processos de desenvolvimento são temas centrais no debate atual, tanto na academia quanto na gestão de políticas públicas, movimentos sociais e organizações da sociedade civil. No presente artigo, gostaríamos de avançar nas reflexões que norteiam nossa percepção acerca desta problemática, reconhecendo os limites impostos por um trabalho científico. Palavras-Chave: agricultura familiar; cidadania; novas ruralidades; desenvolvimento; Baixada Fluminense

O PAPEL DAS FUNÇÕES ECONÓMICA E SOCIOCULTURAL DA PRODUÇÃO ANIMAL NO BEM-ESTAR E NO DESENVOLVIMENTO DAS COMUNIDADES RURAIS DE TIMOR-LESTE Elisa Maria Varela Bettencourta, Mário Tilmanb, Pedro Damião de Sousa Henriquesc, Vanda Narcisod, Maria Leonor da Silva Carvalhoe aDepartamento Medicina Veterinária da Universidade de Évora e ICAAM bUniversidade Nacional Timor Lorosa’e cDepartamento de Economia da Universidade de Évora e CEFAGE dInvestigadora independente eDepartamento de Economia da Universidade de Évora e ICAAM As espécies pecuárias desempenham uma função económica e sociocultural muito importante para os agregados familiares rurais, tais como oferta de alimentos, nutrição das famílias, fonte de rendimento, fertilidade do solo, sustento, transporte, tracção animal, diversificação cultural e sustentabilidade agrícola. A função económica, a mais importante, é ser uma fonte de rendimento monetário, de alimentação e de acumulação de poupanças. A função social corresponde aos valores simbólicos associados a cada espécie à utilização dos animais para o cumprimento de um conjunto de ritos e de obrigações sociais das famílias e das comunidades. O objectivo deste trabalho é, para três comunidades rurais do distrito de Bobonaro -zona de montanha, zona de várzea e zona costeira- identificar e caracterizar as diferentes funções que a produção animal e as espécies pecuárias desempenham para essas comunidades rurais; realçar a importância da produção animal para o bem-estar e desenvolvimento rural; e relacionar as funções desempenhadas pela produção pecuária com atributos económicos, sociais e culturais das comunidades. Os dados utilizados nesta pesquisa foram recolhidos em 2011 através de um inquérito por questionário. A produção pecuária em Timor-Leste é de natureza familiar sendo as principais espécies os bovinos, búfalos, suínos, caprinos, galinhas, ovinos e equinos e tendo importantes funções económicas e sociais. Palavras chave: Timor-Leste, pecuária, função económica, função sociocultural, bem-estar, desenvolvimento

MANDALLA: TECNOLOGIA SOCIAL SUSTENTÁVEL NUM TERRITÓRIO QUILOMBOLA GERENCIADO POR CAMPONESAS. ALVES, Arilde Franco *DANDRÉA, Alexandre Fonseca

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba (IFPB) - Câmpus João Pessoa. Av. Primeiro de Maio, 720, bairro Jaguaribe, CEP.: 58.015-430, João Pessoa-PB, Brasil. [email protected] , [email protected] No território da comunidade quilombola “Caiana dos Crioulos”, município de Alagoa Grande, Estado da Paraíba, Brasil, composto por 126 famílias, destacamos a

presença feminina, visto que a maioria dos chefes dessas famílias camponesas afro-descendentes sempre estiveram envolvidos com os trabalhos sazonais da lavoura canavieira regional e/ou empregos urbanos nas grandes metrópoles. Nosso trabalho de investigação científica através dos Programas PIBICT & PIBITI-CNPq/IFPB1, iniciado em 2010 com a “Proposta de Implantação de Mandallas, no Quilombo Caiana dos Crioulos” e, agora, em 2012 com o “Acompanhamento do Desenvolvimento Produtivo do Sistema Mandalla implantado no Quilombo Caiana dos Crioulos”, nos apontou que o engajamento nessa Tecnologia Social Sustentável tem a frente, sobretudo, um grupo de 08 camponesas. Essa experiência tem demonstrado muito além das questões ambientais, a partir da produção de alimentos de maneira mais saudável, que enfatiza, obviamente, os princípios da Permacultura, com um forte ingrediente de gênero, que se destaca no resgate e defesa de culturas e tradições camponesas mais sustentáveis, voltadas a geração de renda e a melhoria da qualidade de vida rural. Palavras-Chave: mandalla; comunidade quilombola; agricultura sustentável; questões de gênero;

COOPERATIVE FINANCIAL INSTITUTIONS AND REGIONAL AND RURAL DEVELOPMENT: THE PORTUGUESE CASE Maria de Fátima Ferreiro*, Sérgio Lagoa*, Licínio Pina** *ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa, Portugal ** Crédito Agrícola, Portugal After the 2008 financial crises, it emerged the idea that cooperative banks may play an important role in the promotion of the social role of finance. Taking as example the case of the only Portuguese Cooperative bank, Crédito Agrícola (CA), in this paper we study the contribution of cooperative banks for regional and rural development. This was done using complementary qualitative and quantitative arguments. On the qualitative side, we analyse CA institutional characteristics, territorial presence and the articulation with the local economic and social tissues. On the quantitative side, an econometric model is estimated to assess the impact of CA on regional economic growth. Both analyses conclude that CA has a positive and distinct effect on regional and rural development.

PROJECTO ASAS – ALDEIAS SUSTENTÁVEIS E ACTIVAS Rogério Roque Amaroa*, Rui d’Espineyb e Clara Lourençoc 4 a Animar – Associação Portuguesa para o Desenvolvimento Local (Bairro Olival de Fora, 2625-640 Vialonga, Portugal, [email protected]). b Instituto das Comunidades Educativas (Manteigadas, 2900-142, [email protected]). c

Associação para o Desenvolvimento do Concelho de Moura (Santo Agostinho, 7860-072, [email protected]) Os territórios rurais portugueses são actualmente marcados pelas mudanças que, nas últimas décadas, desenharam novas realidades e desafios. À anterior formatação das economias e sociedades rurais segundo o predomínio da agricultura, seguem-se dinâmicas económicas e sociais que hoje configuram a existência de diferentes rurais. Uma grande parte destes territórios está condicionada por importantes debilidades económicas e sociais: à quase ausência ou incipiência de novas actividades, soma-se a acentuada perda demográfica e o envelhecimento da população. Este cenário,

1 Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica e Tecnológica & Programa Institucional de Bolsas de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação – Conselho Nacional de desenvolvimento Científico e Tecnológico/IFPB. 4 Com a colaboração de Célia Lavado, Tânia Gaspar, Tiago Gillot Faria, Hugo Evangelista, Filipe Sousa e José Neves.

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dominante onde se impõem as mais baixas densidades populacionais, convoca respostas por parte das instituições públicas, da sociedade civil e das comunidades. Nas últimas décadas, o desenvolvimento local – e, em particular, o desenvolvimento rural – passou a figurar nas políticas públicas e afirmou-se um movimento associativo com esse objectivo. Tendo em conta esta realidade, importa olhar para essas experiências e procurar aprofundar e actualizar as formas de intervenção nas vastas porções de território onde o dinamismo e a sustentabilidade das economias e sociedades locais estão ainda distantes. Assim, o projecto ASAS – Aldeias Sustáveis e Activas, financiado pelo Programa da Rede Rural Nacional e implementado por uma parceria constituída pela Animar – Associação Portuguesa para o Desenvolvimento Local, pelo Instituto das Comunidades Educativas e pela Associação para o Desenvolvimento do Concelho de Moura, tem como finalidade a valorização da intervenção em aldeias isoladas ou em risco de despovoamento, tendo em vista a melhoria da qualidade de vida para os seus e suas habitantes. Os princípios orientadores da intervenção passam pela aposta na revitalização económica e social dos territórios, com base numa estratégia integrada assente na diversificação da economia e do emprego local e na valorização dos recursos endógenos, privilegiando as ambições e a mobilização das comunidades para ultrapassar os problemas identificados. Nos eixos estratégico-metodológicos, aponta-se para a importância das parcerias na acção e para o trabalho em rede, numa intervenção de base territorial que observe a diversidade das comunidades, dos seus problemas e dos actores em presença. O projecto dá prioridade aos contatos presenciais com os agentes de desenvolvimento rural e local para levantamento de experiências, permitindo desenhar, a partir do terreno, propostas concertadas num Programa Mínimo de Revitalização de Aldeia que contribua para a definição de políticas públicas que estimulem a promoção de aldeias sustentáveis. A constituição de uma Comunidade de Prática de âmbito nacional, participada activamente por todos os actores envolvidos, permitirá aplicar instrumentos de sistematização da problemática e da realidade observada, com clara ligação aos territórios e aos contextos locais. Por outro lado, a criação de uma acção piloto em Safara, uma aldeia no concelho de Moura, e do Intercâmbio entre Aldeias baseada em troca de boas práticas, acções de interacção interterritorial e redes colaborativas, permitirá identificar os mecanismos responsáveis pela mudança, de forma mais clara e à escala local. Palavras-Chave: projecto, aldeia, sustentabilidade, dinâmica, parceria.

Sessão / Módulo de Comunicaciones II

27 Julho / julio. Início: 16.30 h. Sala 5

F – O envolvimento dos actores na governança para um meio rural territorializado / La implicación de los actores en la gobernanza para un medio rural territorializado Mesa: Rosa Gallardo SOCIOLOGÍA RURAL, SEGURIDAD ALIMENTARIA Y MOVIMIENTOS CAMPESINOS EN AMÉRICA LATINA Armando Sánchez Albarrán Profesor Investigador del Departamento de Sociología de la Universidad Autónoma Metropolitana unidad Azcapotzalco. Correo: [email protected] Frente a las pretensiones de los países de la OMC y el BM de promover el libre mercado en la Agricultura Mundial, Vía Campesina y otras organizaciones luchan, a nivel mundial, por la defensa de la soberanía alimentaria, la defensa de la ecología y, especialmente, la reivindicación de nuestra Madre Tierra. Desde la sociología rural y a partir del análisis de los movimientos sociales se propone como objetivo analizar a Vía Campesina, en América Latina, desde una perspectiva cultural y a partir de los procesos de construcción de sentido que se genera en la producción de un discurso

que le da identidad a dicho movimiento. Interesa destacar que Vía Campesina es integrado por un tejido social que se producen en virtud de la fuerza de las comunidades rurales y que se conforma de redes y organizaciones informales de campesinos, indígenas, mujeres, jóvenes sin tierra que luchan por un mundo mejor.

CONFLICTOS SOCIOAMBIENTALES Y GOBERNABILIDAD EN UN ÁREA RURAL MARGINAL DE LA ARGENTINA. ACTORES SOCIALES Y ACCIÓN POLÍTICA EN LA PROVINCIA DEL CHACO FRENTE A LOS PROCESOS DE DEFORESTACIÓN Y AVANCE DE LA FRONTERA AGRÍCOLA (1980-2009) Adrián Zarrilli * *UNQ-CONICET/ARGENTINA; e-mail: [email protected] La expansión de la frontera agrícola en la Argentina, motorizada fundamentalmente por la enorme expansión del cultivo de soja, ha producido una de las mayores transformaciones económicas, sociales, demográficas y ambientales, en la historia del país. Simultáneamente la tasa de deforestación de bosques nativos –relacionada fuertemente con el proceso anteriormente citado-llegó, según índices oficiales, a superar varias veces el promedio mundial –con enormes impactos en la biodiversidad y en comunidades rurales tradicionales. El nordeste de Argentina (y dentro de la región, la provincia del Chaco en particular) es una de las áreas donde la soja emerge como en una de las principales actividades agrícola y donde la situación social revela, coincidentemente, los niveles de pobreza e indigencia más altos del país. En la región, la agricultura familiar y los pequeños productores están desapareciendo, mientras continúa la emigración rural hacia los asentamientos miserables e las grandes ciudades, en un contexto donde centenares de pueblos rurales están en proceso de extinción. En este contexto, la discusión central del problema socio-ambiental reside en una lucha por la apropiación de la renta proveniente de los recursos naturales, tanto por sectores intra como extra regionales. Esta cuestión revela también la incapacidad del mercado y también del Estado para valorar monetariamente determinadas externalidades. Una de las consecuencias no deseables del modelo actual, se refiere a la inequidad en el acceso y uso de los recursos naturales, sumado a sus servicios ambientales, y las externalidades ambientales no internalizadas (que lleva a las empresas a privatizar los beneficios y socializar los costos ambientales). Este problema se manifiesta en “conflictos ambientales” en los que se contraponen “de forma dialéctica y directa, diferentes lógicas y sistemas de manejo de los recursos naturales, imponiéndose un cada vez más emergente sistema comercial-extractivo de recursos naturales que limitó formas y sistemas tradicionales de aquellos grupos humanos altamente dependientes de estos bienes para conformar sus respuestas estratégicas de reproducción”. En este contexto el objetivo central del trabajo propuesto será la de analizar el accionar que diferentes actores sociales sostienen frente a cambios estructurales en el sector rural chaqueño y sus implicacias en el sistema político. En el caso de estudio propuesto, la mayoría de estos conflictos ambientales se apoyan en la problemática derivada de la mala gestión de los recursos naturales. El resultado es una intensificación en los procesos de deforestación, el creciente desequilibrio ambiental y un enorme abanico de conflictos socioambientales desatados precisamente, por las modificaciones surgidas del modelo sojero impuesto por el mercado. Por lo tanto el objetivo central del presente trabajo será precisamente, analizar los diversos conflictos surgidos del mencionado proceso de cambio productivo, entender sus lógicas, la construcción de su discurso y los diferentes y complejos procesos de politización que tienen lugar en el mundo rural chaqueño en el contexto antes mencionado. Palabras claves: Argentina; Soja; Conflictos; Política; Chaco (bibliografia no resumo original disponivel no CD / bibliografía en el resumen original disponible en el CD)

AGENTES LOCAIS E PARTICIPAÇÃO PÚBLICA NO PLANEAMENTO E GESTÃO FLORESTAL. O CASO DO SÍTIO DA SERRA DE MONTEMURO Alexandra Marta-Costa

a*; Rui Pinto

a;

Filipa Torres Manso

b; Manuel Luís Tibério

a;

Inês Carneiroa; José Portelaa a CETRAD/DESG/UTAD, Apartado 1013, Quinta dos Prados, 5001-801 Vila Real, Portugal, *[email protected] b

CIMO/CIFAP/UTAD, Apartado 1013, Quinta dos Prados, 5001-801 Vila Real, Portugal Os espaços florestais, ocupando cerca de 60% do território português, refletem a aptidão florestal do país. Todavia, problemas relacionados com a sua gestão e ordenamento, prevenção e combate de incêndios condicionam o seu desenvolvimento de forma sustentável. Variadas abordagens têm sido testadas com o objetivo de atenuar aqueles problemas, mas continua a não existir uma verdadeira estratégia integrante e integradora capaz de dar resposta às diversas necessidades e expetativas do sector florestal, do ambiente e das populações. A ausência de participação pública e dos diferentes stakeholders envolvidos na definição e concretização de políticas públicas subsiste como um dos constrangimentos a uma correta gestão e ordenamento dos espaços florestais em Portugal. O Sítio da Serra de Montemuro reflete um cenário onde se reúnem muitos daqueles problemas, tendo sido, por isso, escolhido como região de estudo pela equipa da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, no âmbito do projeto de investigação “ForeStake - O papel dos agentes locais no sucesso da política florestal em áreas afetadas por incêndios em Portugal”. Este estudo, ainda em curso, visa propor uma estratégia efetiva de participação dos agentes, das suas organizações e das comunidades locais que conduza à gestão florestal sustentável, com particular ênfase na prevenção e mitigação dos incêndios florestais e na recuperação de áreas ardidas. O presente trabalho pretende identificar a perceção dos agentes locais face à realidade florestal do Sítio da Serra de Montemuro. Para esse objetivo, foram desenvolvidas, no âmbito do projeto ForeStake, um conjunto de entrevistas a várias entidades e organizações com ligações ao setor florestal daquele território e que integram o Grupo de Acompanhamento Local do projeto. Os primeiros resultados obtidos no âmbito desta investigação revelam a subvalorização e subaproveitamento dos espaços florestais; o reduzido nível de participação pública por parte da população nas questões relacionadas com a aplicação e definição de orientações estratégicas para a gestão e defesa da floresta contra incêndios; a falta de comunição entre os diversos agentes e entidades públicas e privadas; e o desinteresse e absentismo de muitos proprietários florestais. As funções atribuídas aos espaços florestais, para além das tradicionais produção lenhosa e silvopastorícia, parecem indicar a produção de energia eólica como um novo motor de rendimento. Neste trabalho são ainda identificadas as principais técnicas de defesa da floresta contra incêndios e recuperação de áreas ardidas implementadas no Sítio Serra de Montemuro, de acordo com os agentes locais inquiridos, as quais serão alvo de posterior avaliação e monitorização, de modo a perceber o impacto das mesmas no âmbito da problemática da mitigação dos efeitos dos incêndios florestais no território em estudo. Palavras-Chave: Agentes locais, gestão florestal, incêndios, participação pública, território.

EL ENFOQUE ASCENDENTE EN LAS INICIATIVAS COMUNITARIAS DE DESARROLLO RURAL LEADER Y SUS PROGRAMAS AFINES EN ESPAÑA Autores: Melchor Guzmána,Rosa Gallardob, y José Emilio Guerrerob Instituciones: a) Consejo Social de la UCO y b) Universidad de Córdoba. La Iniciativa comunitaria LEADER ha tenido como fin introducir y experimentar un nuevo enfoque de desarrollo rural, al que se ha denominado “método LEADER”, descrito como la aplicación combinada de los llamados ocho rasgos o especificidades LEADER, entre las que se sitúa de forma prioritaria el “enfoque ascendente”. El enfoque ascendente “bottom-up” tiene como fin fomentar la toma de decisiones

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participativa a nivel local, en todo aquello relacionado con las políticas de desarrollo rural, lo que puede conllevar una mayor eficacia, más flexibilidad, descentralización y un mayor nivel de consenso. Se persigue la implicación de los agentes locales: la población en su conjunto, los grupos de interés económico y social, así como las instituciones públicas y privadas. En la aplicación del enfoque ascendente están implicados distintos niveles de actuación (europeo, nacional, regional y local), con respuestas también diferentes en cuanto a su capacidad para interpretar y aplicar este enfoque. Con estos planteamientos, el objetivo de esta comunicación es exponer los resultados de la evaluación de la interpretación y aplicación del enfoque ascendente en el contexto de la iniciativa LEADER en España desde 1991. Se trata de valorar si tras la aplicación de la iniciativa LEADER en relación al enfoque ascendente se han logrado los siguientes resultados: Problemas y necesidades locales mejor definidos; Mejor organización de los agentes; Decisiones locales mejor comprendidas y apoyadas por la población; Fomento de ideas y proyectos innovadores; Identificados efectos ejemplificadores, y Mejora del capital social. En general los resultados han sido positivos, lo que demuestra que los modelos ascendentes son posibles y de gran utilidad. Se ha evidenciado que la aplicación de políticas cuantitativamente poco importantes en cuanto a recursos económicos, pero enfocadas a aspectos transcendentales como: el proceso de construcción institucional basado en el enfoque ascendente, la integración de la perspectiva de género y juventud, la cooperación pública-privada, la concertación social y la creación de los Grupos de Acción Local, y el enfoque territorial dirigido a la mejora de las habilidades de las comunidades locales; han producido unos efectos muy positivos sobre los territorios. En este sentido la iniciativa LEADER ha sido un ejemplo que ha ayudado a entender nuevas dimensiones de la eficiencia y eficacia en los procesos de construcción institucional y territorial. Podemos resumir que las externalidades más importantes de este tipo de procesos son el incremento de las capacidades técnicas e institucionales, las reglas, los procesos y protocolos de gestión y concertación, y los compromisos compartidos. El mundo rural puede y debe asumir una parte importante del protagonismo de su propio desarrollo, la construcción del futuro tiene una parte importante de lo propio y de la cercanía. Se puede aprender a consensuar, a convivir y a trabajar juntos con diferentes ideologías e intereses, y avanzar en una cultura de la convivencia, tomando decisiones “in situ”, acertando o equivocándose con normalidad. Palabras clave: Gobernanza territorial, actores sociales, enfoque ascendente.

Sessão / Módulo de Comunicaciones III

28 Julho / julio. Início: 09.00 h. Sala 7

F – O envolvimento dos actores na governança para um meio rural territorializado / La implicación de los actores en la gobernanza para un medio rural territorializado Mesa: Sérgio Claudino DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL: ALGUMAS PERSPETIVAS SOBRE O MEIO RURAL NO BRASIL E EM PORTUGAL FACE AO DESAFIO DA GOVERNANÇA Fernanda Viana de Alcantaraᵅ* e Luis Moreno bᵅ Universidade Federal de Sergipe – UFS – Sergipe – 49000-000- Brasil [email protected]

ᵇ Universidade de Lisboa, CEG/IGOT-UL – Lisboa – Portugal [email protected] A sociedade produz o espaço no qual deseja viver e se reproduzir, segundo a sua perspectiva de organização e das relações sociais. Neste sentido a relação homem versus meio merece relevante atenção, sendo entendida como um processo de mediação de interesses e conflitos, entre os diferentes sujeitos sociais. Este processo define e redefine, continuamente, o modo como os actores sociais e económicos,

através de suas práticas, alteram o meio em que vivem e também como se distribuem, na sociedade, os custos e os benefícios decorrentes das suas ações. A partir desse entendimento, apresenta-se a necessidade de repensar as relações entre actores como um processo social e histórico, construído com respostas a novos desafios e a outros antigos e recorrentes. Neste quadro, considera-se necessária uma reflexão sobre a abordagem do desenvolvimento territorial no Brasil e em Portugal, pesando embora as significativas e notórias diferenças no que diz respeito à dimensão territorial e a aspectos sócio-econômicos e ambientais existentes entre estes dois países. Assim o presente trabalho tem como objetivo refletir em torno das políticas públicas e do processo de elaboração e implementação das ações voltadas em especial para a promoção do desenvolvimento em áreas rurais. E neste sentido compreender o desafio da construção de um processo de mediação capaz de movimentar e orientar as políticas, encaminhando assim o interesses para a discussão em que se evidencie a problemática da governança. O ponto de convergência, ao considerar as realidades do Brasil e de Portugal, refere-se ao reconhecimento da importância da participação e interação de diferentes sujeitos sociais / actores na tentativa de delinear caminhos para o desenvolvimento territorial. Assim o trabalho apresenta caráter exploratório, realizando uma abordagem que pondera o desafio da governança, por meio de uma análise que parte de levantamento bibliográfico na temática e da análise de entrevistas realizadas com actores vinculados a entidades e processos de desenvolvimento territorial, tais como Associações de Desenvolvimento Local em Portugal e os Colegiados Territoriais Rurais no Brasil. Reconhece-se que a participação da sociedade civil na elaboração das políticas públicas pode ser significativa e consequente, propiciando a ultrapassagem de aparentes contradições de interesses e visões inerentes aos domínios público e privado, em particular quando nos referimos aos meios rurais em que se procura aumentar a densidade de compromissos e de respostas. Trata-se de responder ao desafio de desenvolvimento territorial, face à dificuldade em se constituir uma capacidade governativa de compromissos múltiplos de entrosamento estratégico dos actores. Palavras-chave: Desenvolvimento, Políticas Públicas, Governança.

ASSOCIAÇÕES DE DESENVOLVIMENTO LOCAL: ESTUDO EXPLORATÓRIO ARTICULADO COM A GESTÃO DE RELAÇÕES INTER-ORGANIZACIONAL, REDES E COOPERAÇÃO Timothy Koehnen Centro de Estudos Transdisciplinares para o Desenvolvimento (CETRAD) Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) 5001 Vila Real, Portugal, [email protected] O documento irá apresentar dados empíricos de uma pesquisa exploratória de relações inter-organizacionais em associações de desenvolvimento local. Estas instituições e as suas ligações com outras organizações governamentais serão exploradas. O estudo irá descrever as preocupações e arranjos inter-organizacionais na gestão e na governação dessas instituições, bem como a contrapartida da aprendizagem e partilha de informação, para a comunicação organizacional. O documento irá também abordar o processo de tomada de decisão descentralizada e as relações inter-organizacionais para beneficiar as comunidades rurais de Portugal. A amostra de instituições que responderam a um questionário enviado pelo correio representa uma parte da Federação Portuguesa de Associações de Desenvolvimento Local “ Minha Terra”. Na discussão dos resultados, o documento abordará quais os meios que permitem melhorar a cooperação, a comunicação inter-organizacional e fortalecer os vínculos com as populações locais através de processos de ação pública e educação. Palavras-Chave: governância, relações inter-organizacionais, processo de ação social, gestão de redes.

COOPERAÇÃO TRANSFRONTEIRIÇA E DESENVOLVIMENTO LOCAL EM TERRITÓRIOS DE BAIXA DENSIDADE: O CASO DA EUROCIDADE CHAVES-VERÍN Susana Amaral Centro de Investigação em Ciências Sociais (CICS) da Universidade do Minho (Campus de Gualtar, 4710-057, Portugal, [email protected]) A presente comunicação tem por objecto a relação entre cooperação transfronteiriça e desenvolvimento local. Baseado no estudo de caso da Eurocidade Chaves-Verín, intenta-se compreender em que medida as iniciativas de cooperação transfronteiriça demonstram capacidade de gerar desenvolvimento nos territórios de fronteira de baixa densidade demográfica mas, simultaneamente, com significativo potencial endógeno, possibilitando a atracção/fixação de recursos humanos qualificados, capazes de sustentar esse processo. O projecto de investigação que precede e enquadra esta apresentação resultou de uma experiência de observação participante, que decorreu no último trimestre de 2009, na Unidade de Cooperação Estratégica da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte, no âmbito da elaboração de uma tese de mestrado. De entre os projectos promovidos ou acompanhados pela Comissão, elegeu-se a temática da cooperação transfronteiriça entre o Norte de Portugal e a Galiza, focalizando a análise na experiência da Eurocidade Chaves-Verin e na forma como este projecto inovador se posiciona face às dinâmicas de cooperação de proximidade e de desenvolvimento local em territórios de baixa densidade. A iniciativa de cooperação transfronteiriça entre Chaves e Verín apresenta-se como um exemplo actual de experimentação, a nível local, de novas formas colaborativas de acção, através de um projecto de desenvolvimento intermunicipal transfronteiriço que aposta nas potencialidades de ambos os territórios de fronteira, de forma a acumular maior escala e massa crítica capaz de potenciar o eixo interior da Euro-região Galiza-Norte de Portugal. Partindo de uma questão inicial genérica – “será que é possível gerar desenvolvimento local, sustentado na cooperação transfronteiriça intermunicipal?” – a investigação delimita o seu alcance numa outra questão mais específica: “em que medida o projecto Eurocidade Chaves-Verín poderá contribuir para o aumento dos níveis de qualificação da população deste território e da sua envolvente (efeito difusor) e para a atracção/fixação de pessoas e de investimento?”. Sendo a tónica essencialmente qualitativa e empírica, é na análise do conteúdo das entrevistas realizadas a responsáveis institucionais de nível local, intermunicipal e regional, que reside o valor acrescentado desta investigação. Uma série de dimensões são exploradas, sempre apoiadas por excertos dos depoimentos dos entrevistados e por comentários sustentados pelo quadro teórico de referência, bem como pelos dados e pela informação documental disponíveis. As principais conclusões, baseadas no cruzamento dos resultados do tratamento das entrevistas com os pressupostos teóricos, evidenciam uma certa décalage entre, por um lado, os objectivos formulados, as expectativas criadas e as acções previstas em plano e, por outro lado, as acções efectivamente iniciadas e realizadas até ao momento, nomeadamente no que concerne ao objectivo de atracção/fixação de recursos humanos qualificados e de actividades com valor económico acrescentado. O grau de excelência que as acções se propõem atingir não é compatível, quer com a quantidade, quer com a qualidade dos recursos humanos que, neste momento, permanece no território da Eurocidade. A criação de oportunidades socioeconómicas diminuirá o risco de perda de população se for capaz de ser competitiva em relação aos outros mercados concorrenciais e não se basear numa lógica de mão-de-obra barata, de outro modo, não provocará o efeito desejado, pois o capital humano continuará a procurar mercados alternativos. Vislumbra-se, ainda, um longo caminho a percorrer na operacionalização das metas de desenvolvimento para este território e de qualidade de vida para os seus habitantes. Urge, assim, tornar a relação cooperação transfronteiriça-desenvolvimento local ainda mais virtuosa e, cada vez mais, capaz de contrariar o círculo vicioso do subdesenvolvimento dos territórios fronteiriços do interior. Palavras-Chave: cooperação transfronteiriça, desenvolvimento local e qualificação.

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A GOVERNANÇA EM TERRITÓRIOS DE BAIXA DENSIDADE. O CASO DE TRÁS-OS-MONTES E ALTO DOURO Nuno Azevedo

1, T. Sá Marques

2, L. Ramos

3

1 CEGOT / EHATB, [email protected] 2 CEGOT/ FLUP, Porto, [email protected]

3 UTAD, Vila Real, [email protected]

O desenvolvimento dos territórios rurais tem-se baseado na mobilização dos recursos endógenos, quer ao nível do capital produtivo quer do capital humano. Nos últimos anos tem-se vindo a dar maior atenção ao papel desempenhado pelas organizações (políticas, económicas, sociais e culturais), enfatizando a importância da confiança e da vontade de cooperar entre as várias entidades. A existência de recursos produtivos de valor acrescentado, a presença de um capital humano devidamente instruído e qualificado e uma rede de instituições extensa e disseminada pelo território são factores fundamentais nos processos de desenvolvimento. Nas áreas de baixa densidade com recursos humanos e produtivos escassos, o que diferencia, muitas vezes, um processo com êxito de outro em vias de fracasso é a existência de uma boa e estruturada interação entre as diversas instituições e atores identificados com o território (Moyano Estrada, 2009). Tal interação gera confiança, mobiliza os atores sociais e facilita a implementação de políticas. A existência de um bom sistema de governança contribuirá, no futuro, decisivamente para o desenvolvimento mais sustentável do território em termos sociais, económicos e ambientais (Alvarez et al., 2006). Todavia estes espaços encontram-se cada vez mais dependentes da ação das autarquias locais (Baptista, 2007) e da sua capacidade de mobilizar os vários agentes e atores na dinamização e promoção do desenvolvimento. Atendendo aos princípios que devem gerir uma “boa governança” (abertura, participação, responsabilidade, eficácia, coerência, proporcionalidade e subsidiariedade,…), e partindo nomeadamente das orientações do “Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas” e da “Declaração Universal dos Direitos do Homem”, esta investigação desenvolve-se na região de Trás-os-Montes e Alto Douro e assenta em torno de três reflexões complementares. Parte-se do pressuposto conceptual que a inteligência colectiva se constrói com base em processos de aprendizagem capazes de estabelecerem diagnósticos e uma visão estratégica para a região. O processo de desenvolvimento concebe-se de uma forma participada, em que os diferentes interesses vão sendo mediados tendo em vista a construção de consensos estratégicos. Assim, nesse processo é importante que a base institucional construa, partilhe e confirme os diagnósticos estratégicos e esteja de acordo relativamente aos desafios ao desenvolvimento regional. A segunda reflexão considera que a confiança inter-institucional e o entendimento comum do papel e das funções de cada instituição são factores fundamentais no processo de desenvolvimento da competitividade e da coesão regional. A partilha de responsabilidades e a construção da confiança inter-institucional assentam em processos transparentes com grande circulação de informação, onde os agentes se reconhecem mutuamente e as lideranças dinamizam processos. As diferentes organizações sabem as suas funções e papéis e há condições para a partilha de obrigações. A terceira reflexão reconhece que os compromissos e as ações em parceria reforçam os processos de aprendizagem colectiva e que as aprendizagens são lentas e também exigem condições externas que a favoreçam. A aprendizagem institucional, embora lenta, mostra as fragilidades institucionais locais e regionais e a resistência do poder central em experimentar políticas públicas de base territorial, nomeadamente reconhecendo os mosaicos territoriais existentes.

ANÁLISE DE REDES E S.I.G. – UMA ANÁLISE EXPLORATÓRIA APLICADA AOS ACTORES SOCIO-ECONÓMICOS E INSTITUCIONAIS DA LEZÍRIA DO TEJO Patrícia Abrantes

a*, Paulo Morgado

a, Eduarda Marques da Costa

a, Margarida

Queirósa, Eduardo Jonasa aCentro de Estudos Geográficos, Instituto de Geografia e Ordenamento do Território, (Edifício da Faculdade de Letras, Alameda da Universidade 1600-214 Lisboa, Portugal, patrí[email protected]) O processo de urbanização contemporânea, marcado por formas urbanas dispersas e fragmentadas, tem vindo a contribuir para o declínio do uso/ocupação do solo agrícola, sobretudo nas regiões metropolitanas. Na Lezíria do Tejo (NUT III) – região periférica à área metropolitana de Lisboa (AML) -, cerca de 4% do uso do solo agrícola passou para uso do solo artificial (principalmente, para tecido urbano residencial), estando relativamente acima da média nacional de 3% (Abrantes, et al, 2012). O presente estudo é desenvolvimento no âmbito do projecto internacional DAUME – Durabilité des Agricultures urbaines en Méditerranée (Sustentabilidade das agriculturas urbanas nas regiões mediterrâneas). Este projecto visa contribuir para a integração, numa perspectiva de sustentabilidade, dos sistemas urbanos e agrícolas em regiões sujeitas a fortes pressões urbanas. Ora, segundo o projecto DAUME uma parte importante dessa integração pode ser alcançada através da governança territorial, por exemplo através de actores (políticos, sociais, económicos) que em conjunto podem contribuir para a construção de projectos territoriais integradores. Assim, este estudo apresenta uma metodologia exploratória para analisar as redes de actores na Lezíria do Tejo. Partindo de informação de base previamente georreferenciada, i.e. de informação referente aos actores sociais, económicos e institucionais relacionando agricultura e desenvolvimento urbano, utiliza-se a modelação topológica em Sistemas de Informação Geográfica (SIG) para medir e analisar as características espaciais dessa rede de actores, em termos de estrutura e de acessibilidade. A construção da rede e a análise das métricas utilizam uma aplicação específica em SIG, nomeadamente o Geo-graph, desenvolvido por Morgado (2010). Os resultados permitem contribuir para o entendimento do nível de integração da rede de actores na região, assim como por quem e em que locais. Dos 319 actores georreferenciados, apenas 193 partilham uma ligação (e.g. partilham um projecto, fazem parte de uma associação, etc.), significando uma rede ainda pouco estruturada e conectada. Em termos topológicos, o nó central e o nó com maior grau de intermediação estão localizados fora da região (ambos correspondem ao Ministério da Agricultura). Em termos geográficos, o nó central localiza-se em Santarém (Escola de hotelaria e turismo de Santarém). Uma análise por concelho revela que Almeirim, Azambuja e Coruche são os concelhos com menos conectividade, ou seja, a maior parte dos actores apenas partilha uma ligação. Santarém, Rio Maior e Benavente partilham várias ligações com diversos actores. Desde já esta análise exploratória permite uma abordagem à integração da rede de actores na região, assim como ao potencial e/ou vulnerabilidade da rede se adicionarmos e/ou eliminarmos determinados nós. Permite ainda analisar a organização territorial da rede para posterior análise de casos de estudo. Palavras-Chave: rede de actores, informação georreferenciada, modelo topológico, território, agricultura e sistema urbano (bibliografia no resumo original disponivel no CD / bibliografía en el resumen original disponible en el CD)

A RURALIDADE NO DISCURSO ESCOLAR DA GEOGRAFIA Sérgio Claudino

Centro de Estudos Geográficos/Instituto de Geografia e Ordenamento do Território da Universidade de Lisboa, Avenida Professor Gama Pinto 1649-003 Lisboa, Portugal, [email protected]

Se é consensual que a Escola desempenha um papel central na socialização dos discursos sobre os territórios e as sociedades, os discursos escolares acabam por merecer uma reduzida atenção a especialistas de diferentes áreas. Por exemplo, para o investigador em estudos rurais ou urbanos, a construção daqueles discursos incumbe aos especialistas do currículo, aos professores - no receio de se avançar por um domínio de que se reconhece a complexidade. Episodicamente, partilha-se a indignação por erros científicos grosseiros. Assim, o actual processo de avaliação prévia de manuais escolares, desencadeado pela Lei nº 47/2006, responsabiliza de forma particular as universidades por uma avaliação centrada, desde logo, no “Rigor científico, linguístico e conceptual” (alínea a) do nº 1 do Artigo 11.º). Do lado das editoras, dos autores e dos próprios professores, este rigor, a inteligibilidade do texto e a atractividade gráfica do manual, decisivos para o sucesso das vendas, são prioritarios. E quem se detém, sobre as mensagens (poderosas) mensagens ideológicas que subjazem aos “textos visíveis” do currículo? Há aqui uma evidente lacuna. No Portugal de meados do século XX, o mundo rural foi alvo de atenção privilegiada na disciplina de Geografia: era este o mundo de um Estado Novo enraizado nas boas virtudes do povo simples e trabalhador; por outro lado, dominava a escola regional francesa, centrada nas respostas dos grupos humanos às condições naturais, que melhor se reconheciam no mundo rural. Já no Portugal que se vai urbanizando no último quartel do século XX, os programas e manuais dos discípulos de Orlando Ribeiro acabam por prolongar um discurso ruralista, já desfasado das realidades e expectativas dos jovens. A presente comunicação pretende identificar os discursos sobre a ruralidade veiculados nos atuais programas e manuais escolares de Geografia e contribuir para a reflexão sobre os mesmos. As atuais Orientações Curriculares de Geografia, do 3º ciclo do ensino básico, apontam para uma diferenciação (simplista) ente áreas rurais e urbanas e os respectivos modos de vida. No Ensino Secundário, no programa de Geografia A, há uma referência mais atenta às “Áreas rurais em mudança”. Mas não se esgotam aqui as referências e os discursos sobre o rural e o urbano: nas alusões, aparentemente neutras, aos diferentes territórios, surgem mensagens poderosas sobre a ruralidade e a urbanidade. Os autores de programas e manuais residem, como se poderia aguardar, nos principais centros urbanos. A visão que veiculam é a de quem, desde a cidade, olha para o mundo rural. Numa dualidade redutora, a cidade surge como espaço de oportunidades e do conforto, em oposição aos espaços mais associados à ruralidade (de leitura cada vez mais complexa). E é este o discurso difundido, de forma indiferente e acrítica, aos jovens residentes por todo o país. A ruralidade, enquanto referente pessoal e social, é alvo de uma leitura depreciativa desde logo nas geografias das nossas escolas. Palavras-Chave: escola, programas, manuais, ruralidade, urbanidade.