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Jaime Bergamim [email protected] e site:
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ABORDAGEM DO ACONSELHEMNTO PASTORAL Técnicas de Aconselhamento com vista no Ministério
Pastoral
1
ABORDAGEM DO ACONSELHEMNTO PASTORAL
Técnicas de Aconselhamento
Texto Básico – Tg. 5. 19-20
Jaime Bergamim1
Resumo: A abordagem do aconselhamento pastoral com base na Teologia bíblica pouco defere do
aconselhamento com ênfase na Psicologia Pastoral. A abordagem desse trabalho é para facilitar e ajudar aquele que desejam ministrar aconselhamento, mesmo sendo leigo. Aconselhar é um dom que exige conhecimentos especial sobre o aconselhando para que se possa ter êxito no aconselhamento. Obedecer algumas regaras será muito eficaz para o aconselhamento. No primeiro ponto vamos estudar as técnicas não diretivos do aconselhamento. No sendo ponto vamos abordar a escolha do método para aconselhar analisando cada item e suas particularidades. No terceiro e último ponto abordaremos o resultado final do aconselhamento que trata da libertação, reconciliação, cura, renovação e responsabilidade do aconselhado. Precisamos ter em mente que o resultado final do aconselhamento não depende do conselheiro, mas unicamente do aconselhado, pois ele a é a pessoa bem mais informado sobre si, e conhecer de perto o seu sofrimento. O Conselheiro é o mediado entre o problema e a solução facilitando ou abrindo caminho para a cura e libertação.
Palavras chaves: Técnica, Aconselhamento e Abordagem
INTRODUÇÃO
Todas as áreas do ministério são difíceis, pois não estamos lidando
apenas com material, mas sim com o espiritual. Mas entre todas, eu ainda acredito
que o ministério de aconselhamento é o mais difícil.
1 Curso Básico de Teologia pela EETAD Campinas -Sp, Curso Médio de Teologia pel FAETA, Campinas -Sp e
Bacharel em Teologia – Faculdade Walter Martins (FWM), Rio de Janeiro-Rj, Mestrado em Psicologia Pastoral
– Faculdade Teológica da Bahia (FATCBA), Vitória da Conquista Bahia-BA, Pedagogo (Licenciatura plena)
Universidade Castelo Banco (UCB) São Paulo-SP, Pós-Graduando em Gestão de Pessoas e Aconselhamento
Bíblico – Faculdade Teológica Betânia (FATEBE), Curitiba-Pr Professor do instituto Bíblico das Assembleias
de Deus Ensino e Pesquisa (IBADEP) Colombo-Pr, Professor da Escola Bíblica Dominical em Várias Igrejas.
Curso de aperfeiçoamento em Escatologia pela Instituto Ugo Cariel Penã e Daril Sales, Seminário de Dala no
Chile (curso por extensão). Ev. Na Igreja Evangélica Assembleia de Deus – Ministério de Guaraituba-Colombo-
Pr.
2
Quando pensamos em aconselhamento, estamos lidando com os
sentimentos, com a alma e com o íntimo das pessoas. É necessária a cautela
quando vamos lidar com esse assunto em nossa comunidade; seja ela cristã ou não,
pois o Ministério de Aconselhamento não está restrito unicamente a igreja a qual
pertencemos. Podemos ser úteis na área do Aconselhamento até mesmo onde
moramos e onde trabalhamos.
Todas as pessoas são movidas de sentimentos e emoções seja qual for a
sua crença ou cultura. Quando essas pessoas encontram alguém com qual pode
expressar livremente seus problemas, produz dentro dela a “Cartasse”. Logo,
então, os sentimentos começam a desaparecer.
Assim, para lidar com essas situações, alem do conhecimento Bíblico é
importante conhecermos algumas técnicas práticas que nos dará existo ainda maior
no nosso trabalho como obreiros (as) do Senhor.
Nesse artigo estaremos abordando algumas técnicas importantes:
1ª Parte Técnicas não diretivas: 1. Ganhar a confiança da pessoa 2. Aceitar o argumento e o aconselhado incondicionalmente 3. Escutar 4. Escutar com interesse 5. Refletir e responder 6. Formular perguntas 7. Encontrar solução
2ª A escolha do Método: 1. Aconselhamento de apoio 2. Dominar o processo de aconselhamento (Técnica diretiva) 3. Confrontando o problema 4. Levantamento de passado do aconselhado (antecedente) 5. Atitudes que denuncia o caráter do aconselhado.
3ª Resultado final do aconselhamento 1. Libertação 2. Reconciliação 3. A Cura 4. Renovação e Responsabilidade
I. TÉCNICAS NÃO DIRETIVAS:
1. Ganhar a confiança das pessoas
É o primeiro passo para termos êxito no aconselhamento. Criar um
relacionamento mútuo e fazer com que a pessoa se sinta a vontade. O tratamento
3
com naturalidade é importante nesse primeiro contato com aconselhado. Ganhar a
confiança é trazer a pessoa para nosso lado. Algumas pessoas mantêm-se na
defensiva, quando fala sobre si ou sobre o seu problema, e jamais vai se abrir com
uma pessoa que ela não tem confiança. É importante que o conselheiro tenha bom
exemplo, goze de uma vida moral digna que não tenha do que se envergonhar ou ser
acusado de alguma falha. Caso contrario, o aconselhado na falará de seus
problemas.
Toda pessoa que espera ser ajudada tem plena confiança no seu
conselheiro. Se ambos não chegarem logo no assunto do problema, isso não é
tempo desperdiçado, pois é muito difícil para o aconselhado falar de sua vida
privada sem que antes adquira confiança.
Sempre na primeira visita que fazemos a ágüem, precisamos estabelecer
contato através do diálogo, nunca falando direto ao assunto, podemos frustrar ou
inibi-lo e nosso alvo não será atingido.
Jesus quando encontrou com a mulher junto ao poço de Jacó, ele
primeiro estabeleceu contrato, ganhou a confiança da mulher:
Disse-lhe então a mulher samaritana: Como, sendo tu judeu, me pedes de beber a
mim, que sou mulher samaritana? (Porque os judeus não se comunicavam com os
samaritanos) Respondeu-lhe Jesus: Se tivesses conhecido o dom de Deus e quem é o
que te diz: Dá-me de beber, tu lhe terias pedido e ele te haveria dado água viva2.
A mulher não conhecia Jesus. Ele chamou a sua atenção para algo que
satisfazia a sua necessidade naquele momento; água que mata sede.
Quando Jesus ganhou a confiança da mulher, mandou chamar o marido:
Disse-lhe Jesus: Vai, chama o teu marido e vem cá3.
A partir de então o diálogo estava aberto. Jesus ganhou a confiança da
mulher, era tudo que Jesus queria para poder tocar no âmago do seu objetivo
“Salvar a mulher”, ela respondeu: não tenho marido.
2. Aceitar o argumento e o aconselhado incondicionalmente
2 Jo. 4.9 e 10 3 Jô 4. 16
4
Seja qual for a situação, é importante aceitar o argumento e o aconselhado
incondicionalmente. Não julgue a pessoa e nem inicia seu conselho em forma de
sermão. Alias, você está fazendo uma visita para aconselhamento.
É certo que o aconselhado terá um monte de desculpa e argumentos que
o conselheiro no primeiro momento não poderá reprovar e nem aprovar.
Não fique surpreso e nem o fendido quando ouvir detalhes torpes nas
experiências do aconselhado. A Mulher samaritana disse; disse-lhe então a mulher
samaritana
Como, sendo tu judeu, me pedes de beber a mim, que sou mulher samaritana?
(Porque os judeus não se comunicavam com os samaritanos)4.
Precisamos ter muito cuidado para não distanciar as pessoas de nós por
que não aceitamos como elas são.
Outro exemplo bem clássico é o caso de Zaqueu. Enquanto todos
censuravam Zaqueu por ser publicano, aquele que cobrava impostos injusto. Mas
quando Jesus encontrou com Zaqueu, ao contrario do que fazia os outros, Jesus foi
pousar em sua casa, e a Bíblia diz que ele recebeu gostoso ou com alegria
Quando Jesus chegou àquele lugar, olhou para cima e disse-lhe: Zaqueu, desce
depressa; porque importa que eu fique hoje em tua casa. Desceu, pois, a toda a
pressa, e o recebeu com alegria5.
Jesus aceitou o argumento da samaritana, por que além de ser uma
verdade, havia também o elemento cultural: a mulher não podia conversar com um
homem fora dos muros da cidade. Ainda, aquela mulher era poliandra6. Jesus
aceitou o publicano Zaqueu com todos os seus defeitos
Quando aceitamos as pessoas como elas são, estamos conduzindo elas
à cura emocional e moral.
Muitas vezes não conseguimos existo em um aconselhamento, porque
não aceitamos as pessoas como elas são e nem seus argumentos. Se essa pessoa
não tivesse problemas, nós não estaríamos ali para aconselhar.
Muitos conselheiros com pouca experiência pensam que é fácil aceitar a
pessoa incondicionalmente, mas não é tão fácil assim. Nós temos as nossas
4 Jo. 4.9: 5 Lc 19. 5-6 6 Mulher de vários maridos
5
opiniões formadas, e queremos que todos as sigam. Entenda que cada pessoa é um
ser diferente com sentimentos diferentes, culturas diferentes e crenças diferentes.
Esses fatores são importantes no momento da visita com o objetivo de
aconselhar, ou, não necessariamente quando vamos visitar, mas também quando
somos procurados em nossos gabinetes, escritórios ou até mesmo em casa.
3. Escutar
Há um adágio popular que diz: Quando você fala, meus ouvidos sentem e
meu coração que recebe. Eu sou acostumado dizer que ouvir é uma arte, porque
exige paciência, principalmente se o nosso aconselhado é um falante possessivo
que se julga o dono da verdade.
Escutar o aconselhado tem grande valor para o conselheiro. Quando
ouvimos com paciência entenderemos qual é a real situação do nosso aconselhado.
Só quando escutamos demonstramos interesse e estamos dizendo que estamos
aceitando a pessoa como ela é.
Quando ouvimos passamos ver o problema do aconselhado de outro
ponto vista daquele que imaginamos ser.
A Bíblia diz que devemos ser cedo para ouvir e tardio para falar.
Sabei isto, meus amados irmãos: Todo homem seja pronto para ouvir, tardio
para falar e tardio para se ira7.
4. Escutar com interesse
Não basta apenas ser um bom ouvinte, é importante interessa por quilo
que se houve. Quando não interessamos no que está sendo dito pelo aconselhado,
certamente vamo-nos perde na hora de falarmos. É necessário que o conselheiro
seja parte integrante do assunto. Isso dará mais liberdade para o aconselhado falar
de si.
Quando estiver ouvindo seu aconselhado, procure olhar para ele, não se
distrai com algo a sua volta, não mude de assunto. Foque sua atenção no individuo,
mostre seu interesse por ele.
Chegará momento que o aconselhado ficará quieto; não o force a falar,
pois ele poderá estar refletindo sobre o que falou ou sobre o que vai falar. Não se
7 Tg 1:19
6
preocupe, não arrume assunto para preencher o tempo, não antecipe suas
perguntas.
Em alguns casos, o aconselhado está reprimindo suas lagrimas,
engolindo o choro. Deixa ele a vontade até que queira voltar ao assunto.
As vezes o grau de intimidade do conselheiro com o aconselhado também
faz com que o individuo reflita antes de falar. São pequenos detalhes que fazem a
diferença na hora do aconselhamento.
A disposição para ouvir muitas vezes pode ser um grande obstáculo à
ajuda. Quando estamos sempre falando, não podemos respondes aos problemas e
necessidades do aconselhado.
Muitas vezes a pessoa tem mais algo a nos dizer, mas a nossa falta de
interesse em ouvir desvia a pessoa do foco central (de ser ajudado).
5. Refletir e responder
Prepara-se para prestar atenção, refletir e responder inteligentemente.
Intelectualmente falando é ler o ponto sob discussão inteligente e criticamente. Evite
respostas difíceis, técnica as quais não fazem parte da cultura dele.
Avalie bem como e o que está sendo exposto. Cuidado para não expor
seus sentimentos, emoções.
A reflexão, é dizer em palavras diferente aquilo que segundo parece que
o aconselhado está sentido. É ouvir o que ele não está dizendo, ou lendo o que
ele não escreveu.
Um bom exemplo de resposta bem refletida poderá ser: “O que me
parece, foi que ele te deixou muito (a) magoado (a).
Espere a resposta e em seguida de a receita: “Só existe uma forma de
conseguir se livra desse sentimento: É perdoando”.
Veja que abrimos um precedente para a resposta que no primeiro
momento ofenderia o aconselhado, mas que no segundo momento foi abrandada,
em vista da pergunta feita e a resposta que obtivemos.
Jesus, foi um grande conselheiro, Ele nunca dava resposta sem antes
fazer perguntas. Veja o caso da mulher apanhada em ato de adultério:
Então, erguendo-se Jesus e não vendo a ninguém senão a mulher, perguntou-
lhe: Mulher, onde estão aqueles teus acusadores? Ninguém te condenou;
7
respondeu ela: Ninguém, Senhor. E disse-lhe Jesus: Nem eu te condeno; vai-
te, e não peques mais8.
6. Formular perguntas
Cada momento do aconselhamento é um momento único. Momento que
apenas devemos ouvir, momentos apenas de interessarmos pelo assunto e
momento de fazermos perguntas. Cada coisa no seu tempo certo.
Às vezes a pergunta tem tom mais orientador que encoraja o aconselhado
a falar. Por Exemplo: Queremos que reparta seus sentimentos, que diga o que está
sentindo ou pensando, ou, no que posso te ajudar nesse momento para te tirar
dessa situação.
Esses tipos de perguntas são bastante válidas, principalmente para
aconselhando possessivo.
Eu digo que, mexemos com as suas fraquezas quando ele pensa ser
dono da verdade.
Jó, depois de ficar justificando diante de Deus, precisou se calar diante de
Setenta perguntas (Maiêutica), foi então que ele reconheceu o seu estado e
clamou:
Então respondeu Jó ao Senhor: bem sei eu que tudo podes, e que nenhum
dos teus propósitos pode ser impedido. Quem é este que sem conhecimento
obscurece o conselho? Por isso falei do que não entendia; coisas que para
mim eram demasiado maravilhosas, e que eu não conhecia. Ouve, pois, e eu
falarei; eu te perguntarei, e tu me responderas. Com os ouvidos eu ouvira
falar de ti; mas agora te vêm os meus olhos9.
Eu diria que Jó estava questionado com Deus, Deus só estava refletindo
as questões de Jó, antes de responder.
7. Encontrar solução
Encontra a solução, não significa de modo algum que o conselheiro é
obrigado tomar decisões por alguém que psicologicamente é aleijado de maneira
que nunca aprende enfrentar seu próprio problema sozinho. Quando falamos de
encontra solução, significa conduzir o aconselhado de maneira que seu problema
tenha um desfecho feliz. É muito difícil ajudar alguém que não tem desejo de se
8 João 8:10-11 9 Jó 42 :1-5
8
libertar. O conselheiro não pode ser convivente com o comportamento pecaminoso e
nem fingir que não tem importância.
Até aqui o conselheiro, andou junto fazendo amizade, adquirindo
confiança, ouvindo, sendo atento, formulou perguntas, mas, agora, é hora da ação.
Tomada de iniciativa do aconselhando é de suprema importância para o segundo
passo do aconselhamento.
II. A ESCOLHA DO MÉTODO
1. Aconselhamento de apoio
Ajudar o aconselhado em momento de crises, fortalece e desenvolver
suas próprias perspectivas e empregar os seus próprios recursos psicológicos para
enfrenta seu problema.
O apoio dado ao aconselhado não poderá ficar unicamente na iniciativa
puramente humana, não ficará apenas na esfera da influencia psicológica. Ela visa
que ação humana deve ser progressivamente substituída pela ação divina. Caso
contrário, corremos o risco de caiu no psicologismo (que á primeira função no
aconselhamento) e no moralismo pseudo-pedagógico (segunda função do
aconselhamento que é a condução do aconselhado através do ensino).
Apresentar sem limites argumentos Bíblico que comprove ao argumento
de nosso conselho, fortalecendo assim a fé e a recuperação de nosso aconselhado.
Os recursos espirituais como as Escrituras, as promessas de Deus e a
oração são muito úteis nos momentos de crise.
Precisamos entender que ao aconselhado dependendo de seu problema,
poderá ter recaída. Não é fácil sua recuperação se o conselheiro tentar encorajá-lo
com um otimismo superficial.
O conselheiro precisa ter cuidado para não deixar que sua aproximação
com o aconselhado de acesso a outras fontes de amizades. O acolhimento pode ser
interpretado de forma erronia por ambas as partes, principalmente em se tratando do
sexo oposto.
2. Dominar o processo de aconselhamento (Técnica diretiva)
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O Conselheiro nesse caso é a figura central e domina o processo de
aconselhamento. Ele tem que analisar os fatos e dominar o processo de
aconselhamento:
Traçar o histórico da vida do aconselhado;
Vida em família;
Circunstancias prováveis que gerou o problema;
Tempo (quando começou e com quantos tempo já sofre);
Escolher o melhor caminho a ser tomado.
Veja que, para o conselheiro cristão que não tem conhecimento de
técnica da psicologia, a recuperação do aconselhado, segundo alguns entendidos é
mais rápida, uma vez que o conselheiro não se preocupa com diagnostico,
prognostico da situação, vai direito ao o problema, e além do mais, quase sempre o
conselheiro é um amigo ou pastor do aconselhado, o que facilita a relação humana
no diálogo do aconselhamento.
3. Confrontando o problema
Cada pessoa precisa encarar a realidade pois mais dura que ela seja.
Nenhum conselheiro conseguira ajudar alguém que não esteja disposta a enfrentar
ela mesma a situação em que se encontra.
Para nos cristão, o primeiro passo da confrontação chamamos de
confissão (cartasse), já estudado na introdução.
Confrontar por meio da confissão, é o melhor caminho para a
recuperação. Sabemos que toda origem do mal é o pecado. Muitas doenças e
perturbações e nervosismo tem sua origem em pecados não confessados, as
chamadas doenças psicossomáticas; Tiago afirma:
Confessai, portanto, os vossos pecados uns aos outros, e orai uns pelos
outros, para serdes curados. A súplica de um justo pode muito na sua
atuação10.
O Conselheiro precisa ser homem espiritual para conhecer quando o
problema é de ordem pessoa ou social, ou quando sua origem é espiritual
4. Levantamento do passado do aconselhado (antecedente)
10 Tg 5:16
10
Já falamos um pouco sobre isso no ponto dominar o processo de
aconselhamento. Vamos voltar ao assunto.
Quando nos deparamos com separação de casal: ninguém rompe uma
união conjugal por simples briga de cozinha. A raiz da separação pode estar na crise
entre os lençóis. Vou dar alguns exemplos para ter idéia da necessidade de levantar
o passado do aconselhado. Por que isso acontece?
a. Maus tratos do esposo ou da esposa;
b. Ressentimentos ou culpa;
c. Falta de perdão;
d. Perca de prazer um pelo outro motivados por fatores externos (Traição);
No caso de um alcoólatra ou dependente de algum tipo de droga, quais
as causas que levou a entrar por esse caminho:
a. Falta de atenção dos pais;
b. Colegas dependentes;
c. Perca de um ente querido;
d. Perca do emprego;
e. Outros fatores.
Citamos apenas dois casos para se ter idéia do que podemos fazer para
levantar antecedente do aconselhado. Mas existem muitos outros que deparamos no
dia-a-dia do nosso ministério.
5. Atitudes que denuncia o caráter do aconselhado.
Quando vamos aconselhar alguém, precisamos ficar atento aos seus
gestos, atitudes e tom de voz. São detalhes que denuncia o caráter do aconselhado
e nos facilita a compreensão com quem estamos lidando.
Veja se o aconselhado vem em sua direção com passos firmes cabeça
erguidas e olhos atentos, certamente essa pessoa está depositando crença em você
e haverá êxito no aconselhamento; mas se aproxima com passos vacilantes ou
lentos, pode ter certeza que ele tem duvida a seu respeito e a eficácia do conselho.
Cuidado com pessoas que está sempre sorrindo, ela pode estar
expressando um falso otimismo.
Tratamentos melancólicos: Exemplo da esposa ou esposo que durante o
aconselhamento se tratam com expressões tais como: meu amorzinho, minha
11
querida (o), mas que com entonação de voz sarcástica, bem provável que essa (e)
esposa (o) seja rebelde ou esteja ressentida (o).
Conheça o caráter de seu aconselhado para ter existo em seu trabalho;
nunca esqueça; se lhe faltar sabedoria peça Deus.
Ora, se algum de vós tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a
todos dá liberalmente e não censura, e ser-lhe-á dada11.
III. RESULTADO FINAL DO ACONSELHAMENTO
1. Libertação
Todo aconselhamento deve ter por objetivo a libertação do aconselhado.
O Conselheiro tem a oportunidade de participar das práxis de Deus, ou seja, aquilo
que Deus faz através do conselho. O conselheiro é um instrumento que Deus usa, a
ferramenta de trabalho é sua palavra, de onde o Espírito Santo parte; parte da
Palavra para a ação poderosa na libertação.
Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres12.
O caminho para a libertação, as vezes parece demorado a vista do
conselheiro, mas a atuação do Espírito Santo não é por força e nem por violência.
O conselheiro a luz da comunhão divina de libertação, justiça e paz, está
consciente que seu trabalho no ministério de aconselhamento sempre ocorrer no
contexto cultural e social de igreja e da sociedade em geral. A inclusão social desse
individuo no contexto cultural e social da igreja é muito importante no processo de
libertação.
Uma pessoa envolvida com dragas, dificilmente será liberto se ela não foi
inserida no seio da igreja. Em segundo lugar, a inclusão social do individuo vai
depender do grau de libertação, ou recuperação alcançada. Então como podemos
observar, o trabalho do conselheiro vai alem da esfera religioso-cristã.
As vezes nos ganhamos um dependente para Cristo e depois não
sabemos o que fazer com ele. As nossas igrejas não estão preparadas para lidar
com tais situações. Assim, a recuperação e libertação fica mais difícil, e quando não,
às vezes nem acontece. Vamos abordar com mais detalhes no item “cura”.
11 Tg 1:5 12 Jo 8:36 -
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2. Reconciliação
Ao aconselharmos alguém, quase sempre pensamos no ambiente
religioso-cristão, isso no nosso caso especifico. Mas deixe me lançar mãos da
Abordagem Humanista-secular, que não leva em conta lugar algum para Deus.
Essa abordagem, lança mão apenas daquilo que leva o bem-estar do aconselhado,
e intervém por algum tempo para que o aconselhado atinja seu alvo.
Já na Abordagem Teocêntrica, pressupõe a existência de um Deus
eterno que tem para a humanidade propósitos finais. Nesse processo Deus uso o
conselheiro, seu instrumento para levar a efeito mudanças na vida do aconselhado.
Essa mudança deve produzir arrependimento e por fim a reconciliação com Deus,
com a família e com a igreja. A reconciliação, eu diria que é o passo final do
aconselhamento, tendo em vista que ele abre a porta definitivamente para a curar,
tanto física quanto espiritual, Colossenses afirma:
E que, havendo por ele feito a paz pelo sangue da sua cruz, por meio dele reconciliasse consigo mesmo todas as coisas, tanto as que estão na terra como as que estão nos céus13.
Em alguns casos quando o aconselhado se nega a reconciliação, ficamos
em duvida a respeito de sua libertação.
3. A Cura
Shalom, para o homem bíblico, significa uma harmonia plena de todo o
ser do homem: espiritual, psicológica, física e material. Esse equilíbrio total só pode
ser alcançado em Deus. Só nele se pode receber o Shalom, se pode obter a paz. A
saudação significa todas as bênçãos que alguém pode alcançar.
Evidentemente que quando falamos da cura como resultado do
aconselhamento, logo estamos visando o lado espiritual do aconselhado. De modo
nenhum podemos lançar mãos da filosofia humanista que descarta o poder da fé,
dando lugar ao tratamento inócuo (efeito placebo).
O nosso objetivo no aconselhamento é atingir espirito, alma e corpo. A
cura do interior para o exterior:
a. O espirito – Sede do desejo de salvação. É ele que se relaciona com Deus.
b. Alma – Sentido de vida, sede das emoções e sentimentos.
13 Cl 1:20
13
c. Corpo – Sentido de relacionamento com o mundo visivel.
O aconselhamento, leva em conta a transformação total do ser, não apenas
nos aspectios psicológicos com entendem os humanistas-sociobilógico.
4. Renovação e Responsabilidade
Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos como um sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não vos conformeis a este mundo, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus14.
Veja que a renovação é precedida de responsabilidade. Não conformar
com as coisas do mundo. Aqui em nosso estudo a ideia é não conformar a vida
vivida anteriormente, mas ser renovado em sentimentos, atitudes, ações e práticas.
Caso contrário, todo esforço do conselheiro será inútil.
Considerações finais
Intitulamos nosso estudo como visitação e aconselhamento, porque
quando visitamos alguém é por que está havendo algo que desmotivou aquele
individuo da prática ou exercício da fé.
Amiúdes o assunto, descrevemos o ministério de aconselhamento como o
mais difícil, porém o mais glorioso. O aconselhamento arrebata almas que estão
indo a caminho do inferno. Zacarias afirma:
Assim diz o Senhor meu Deus: Apascenta as ovelhas destinadas para a matança. Eu pois, apascentei as ovelhas destinadas para a matança, as pobres ovelhas do rebanho. E tomei para mim duas varas: a uma chamei Graça, e à outra chamei União; e apascentei as ovelhas15.
Quando usamos a vara da graça e da união, ganhamos as pessoas,
mesmo que elas não mereçam o nosso apoio, reintegramos elas a união corpo de
Cristo, mostramos para ela o caminho do céu, cumprimos o nosso ministério e
arrebatamos uma alma do inferno. Esse é o resultado final e com êxito do
aconselhamento Pastoral.
Que Deus nos de coração sábio, entendimentos do Espírito Santo e graça
para alcançarmos aqueles que estão a mercê do inimigo sendo levando para a
matança. Amem.
14 Rm. 12: 1-2 15 Zc 11:4 e 7 -
14
Bibliografia
COLLINS, GARY R.; Ajudando uns aos outros pelo aconselhamento Editora Vida Nova- Tradução de Gordon Chown.
HOFF, PAUL; O pastor como conselheiro – Editora visa Psicologia e Aconselhamento Tradução de Jeferson Magno Costa.
SCHIPANI, DANIEL S. - O Caminho da Sabedoria no Aconselhamento Pastoral Editora Sinodal – Categoria: Teologia Pratica e Aconselhamento Pastoral Tradução de Paul Tronquist.
S.J., A. GODIN – A relação humana no Diálogo Pastoral – Editora Edições Paulina – Categoria: Psicologia.
Glossário
Cartasse: purgamento das emoções
Possessivo - Que tem exacerbado sentimento de posse - (*) dono da verdade)
Maiêutica - Processo dialético e pedagógico socrático, em que se multiplicam as perguntas a fim de obter, por indução dos casos particulares e concretos, um conceito geral do objeto em questão - (*) Métodos de perguntas e respostas.
Purgamento das emoções confis purificar, eliminando as impurezas ou matérias
estranhas são.
Psicossomático - (Diz-se das perturbações ou lesões orgânicas produzidas por influências psíquicas (emoções, desejos, medo, etc.)
Sarcástica - zombaria
Práxis - Atividade prática; ação, exercício, uso. (*) aquilo que Deus faz na vida da pessoa
Efeito placebo -Forma farmacêutica sem atividade – (*) comprimido de farina com açúcar na sua maioria, caso o placebo provoque algum resultado, este será, apenas, de natureza psicológica.
Amiúdes - Repetidas vezes; repetidamente; frequentemente – (*) usamos amiúde para não repetir a mesma frase ou texto.
Mercê - Gênero que serve para comerciar; mercadoria – (*) Nesse caso, o inimigo é o negociador da salvação.
Prognostico - Juízo médico, baseado no diagnóstico e nas possibilidades terapêuticas, acerca da duração, evolução e termo de uma doença. (*) Nossa nota explicativa para dar clareza ao assunto.