janeiro e fevereiro de 2006 - pwc · sobre a colecta do irc relativa ao exercício de 2005, e...
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Notícias InforFisco
JANEIRO E FEVEREIRO DE 2006
SUMÁRIO
1. LEGISLAÇÃO FISCAL PUBLICADA EM JANEIRO E FEVEREIRO DE 2006 .................................. 2
2. INSTRUÇÕES E DECISÕES ADMINISTRATIVAS ...................................................................... 4
3. HARMONIZAÇÃO FISCAL COMUNITÁRIA .............................................................................. 9
4. JURISPRUDÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL ADMINISTRATIVO.............................................. 10
5. JURISPRUDÊNCIA DO TRIBUNAL CENTRAL ADMINISTRATIVO NORTE (TCAN)........................ 12
6. JURISPRUDÊNCIA DO TRIBUNAL CENTRAL ADMINISTRATIVO SUL (TCAS) ............................ 14
7. JURISPRUDÊNCIA DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DAS COMUNIDADES EUROPEIAS ..................... 19
8. NOTAS DE ENQUADRAMENTO .......................................................................................... 22
Notícias InforFisco N.º 77 – Janeiro e Fevereiro de 2006
FLASH NEWS Diplomas aprovados em Conselho de Ministros: * De 5 de Janeiro - Proposta de Lei que altera a Lista I anexa ao Código do IVA e o artigo 112.º do Código do Imposto
Municipal sobre Imóveis. Esta Proposta de Lei prevê a redução da taxa de IVA, de 21% para 5%,
incidente sobre os serviços silvícolas necessários à limpeza e intervenção cultural nos povoamentos
florestais, realizados em explorações agrícolas e silvícolas. Por outro lado, visa, ainda, permitir aos
municípios instituir uma majoração do imposto municipal sobre imóveis (IMI), incidente sobre os prédios
rústicos com áreas florestais abandonados e cujos proprietários não cumpram as práticas necessárias à
sua boa manutenção e à prevenção dos incêndios. Esta majoração, a fixar por deliberação das
assembleias municipais, pode ir até ao dobro da taxa de 0,8% do IMI incidente sobre estes prédios,
sujeita a uma colecta mínima de 20 euros por cada prédio abrangido.
1. LEGISLAÇÃO FISCAL PUBLICADA EM JANEIRO E FEVEREIRO DE 2006
DIPLOMA ASSUNTO
DLR 3/2006/A,
de 16.1.2006
APROVA O ORÇAMENTO DA REGIÃO AUTÓNOMA DOS AÇORES - No quadro da adaptação do sistema fiscal às especificidades da Região,
estabelece que os lucros que beneficiarão de dedução à colecta do IRC
ou do IRS, nos termos do artigo 6.º do DLR n.º 2/99/A, de 20 de Janeiro
são os que forem reinvestidos em:
a) Criação de novas unidades de alojamento no turismo rural e de
habitação e ampliação e reformulação das já existentes;
b) Aquisição de embarcações de pesca;
c) Investigação científica e desenvolvimento experimental (I&D) com
interesse relevante;
d) Tratamento de resíduos e efluentes e energias renováveis.
No que respeita ao valor de investimento mínimo a considerar na
concessão de incentivos fiscais de base contratual mantém o montante de
2.500.000 euros montante é, porém, reduzido para 500.000 euros quando
respeite a investimentos efectuados nas ilhas do Corvo, Flores, São
Jorge, Graciosa e Santa Maria.
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Toda a informação contida neste documento está apresentada em forma resumida, sendo a respectiva informação integral susceptível de ser consultada na Base de Dados InforFisco.
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DL 18/2006,
de 26.1.2006
IRC - DONATIVO - MECENATO - De acordo com o artigo 4.º deste
diploma, são automaticamente abrangidos pelo regime fiscal do mecenato
os donativos efectuados à Fundação Casa da Música.
PORT 90/2006,
de 27.1.2006
IMI - CUSTO MÉDIO DE CONSTRUÇÃO - FACTOR DE CAPITALIZAÇÃO - Fixa em 492 euros o custo médio de construção a
considerar, no ano de 2006, na avaliação de prédios urbanos e mantém
em 12,5 o coeficiente de actualização do valor patrimonial dos prédios
urbanos arrendados.
DL 25/2006,
de 8.2.2006
IRS - IRC - REGIME ESPECIAL - VALORES MOBILIÁRIOS - Altera o
regime de isenção de IRS e IRC dos rendimentos de capitais e mais-
valias provenientes de valores mobiliários representativos de dívida
pública e não pública, no sentido de excluir do respectivo âmbito as
pessoas colectivas detidas, directa ou indirectamente, em mais de 20%
por entidades residentes em território português e incluir no respectivo
âmbito os bancos centrais e as agências de natureza governamental, dos
países, territórios ou regiões qualificados como «paraísos fiscais».
PORT 132/2006,
de 16.2.2006
IRS - INCIDÊNCIA - EXCLUSÃO - LIMITES LEGAIS - Fixa os montantes
das prestações por encargos familiares, bem como das prestações que
visam a protecção de crianças e jovens com deficiência e ou em situação
de dependência.
DPR 12/2006,
de 21.2.2006
IRC - IRS - DUPLA TRIBUTAÇÃO INTERNACIONAL - CONVENÇÃO - TURQUIA - Ratifica a Convenção entre a República Portuguesa e a
República da Turquia para Evitar a Dupla Tributação e Prevenir a Evasão
Fiscal em Matéria de Impostos sobre o Rendimento, aprovada pela RAR
n.º 13/2006.
L 6/2006,
de 27.2.2006
NOVO REGIME DO ARRENDAMENTO URBANO - Aprova o Novo
Regime do Arrendamento Urbano (NRAU). Entre outros, altera o Decreto-
Lei n.º 287/2003, de 12 de Novembro e o Código do Imposto Municipal
sobre Imóveis, no sentido de penalizar em sede fiscal os proprietários que
mantêm os prédios devolutos e da obrigatoriedade de pedir uma nova
avaliação do imóvel para os senhorios que queiram aumentar as suas
rendas antigas, de acordo com o valor patrimonial do prédio.
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2. INSTRUÇÕES E DECISÕES ADMINISTRATIVAS - CIRCULARES DA DGCI
N.º/DATA ASSUNTO
1/2006,
de 10.2.2006
IRS - RETENÇÃO NA FONTE - CONTINENTE - Divulga as tabelas de
retenção na fonte aplicáveis, em 2006, a rendimentos de titulares com
domicílio fiscal no território do Continente.
2/2006,
de 10.2.2006
IRS - RETENÇÃO NA FONTE - REGIÃO AUTÓNOMA DOS AÇORES - Divulga as tabelas de retenção na fonte aplicáveis, em 2006, a
rendimentos de titulares com domicílio fiscal no território da Região
Autónoma dos Açores.
3/2006,
de 16.2.2006
IRC - LUCRO TRIBUTÁVEL - CONTABILIDADE - OPÇÃO - PRAZO - Divulga o Despacho n.º 246/06-XVII do SEAF que sanciona entendimento
segundo o qual os sujeitos passivos de IRC e de IRS, que se encontrem
enquadrados no regime simplificado de tributação, podem entregar no
corrente exercício de 2006, em suporte de papel nos seus Serviços Locais
de Finanças, uma declaração de alterações a solicitar, respectivamente, o
seu enquadramento no regime geral de tributação/contabilidade
organizada, ainda que não tenha decorrido o período mínimo de
permanência no regime simplificado.
(O texto integral desta Circular pode ser consultado na Base InforFisco.
Pesquisa: Descritores supra ou CIRC ART53)
4/2006,
de 20.2.2006
IRC - PERÍODO DE TRIBUTAÇÃO - ANUALIDADE - DECLARAÇÃO - Instruções relativas à comunicação por parte dos contribuintes da opção
por um período especial de tributação ou pelo regresso ao período de
tributação coincidente com o ano civil.
(O texto integral desta Circular pode ser consultado na Base InforFisco.
Pesquisa: Descritores supra ou CIRC ART8 N2)
5/2006,
de 24.2.2006
IRS - RETENÇÃO NA FONTE - REGIÃO AUTÓNOMA DA MADEIRA - Divulga as tabelas de retenção na fonte sobre rendimentos do trabalho
dependente e pensões a aplicar em 2006, aprovadas por despacho do
Secretário Regional do Plano e das Finanças da Região Autónoma da
Madeira, de 24 de Fevereiro.
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- OFÍCIOS-CIRCULADOS
N.º/DATA ASSUNTO
30086, da DSIVA,
de 13.1.2006
IVA - TAXA INTERMÉDIA - CARNE - PRODUTOS TRANSFORMADOS - Esclarecimento sobre o âmbito de aplicação da verba 1.1.1 da Lista II
Anexa ao Código do IVA incidente, designadamente, sobre o que, nos
termos da legislação aplicável deve ser considerado como “produtos
transformados à base de carne”.
(O texto integral deste Ofício-Circulado pode ser consultado na Base
InforFisco. Pesquisa: Descritores supra ou CIVA LISTA II VERBA 1.1.1)
30087, da DSIVA,
de 16.1.2006
IVA - CRÉDITOS EM MORA - DEDUÇÃO - Elenca as alterações mais
relevantes em matéria de IVA introduzidas pela Lei n.º 60-A/2005, que
aprovou o Orçamento do Estado para 2006, designadamente os requisitos
para a dedução do imposto respeitante a créditos em mora e à facturação
electrónica.
(O texto integral deste Ofício-Circulado pode ser consultado na Base
InforFisco. Pesquisa: Descritores supra ou CIVA ART71 N9)
30088, da DSIVA,
de 19.1.2006
IVA - TAXA REDUZIDA - ESPECTÁCULOS - DIVERTIMENTOS PÚBLICOS - Esclarece serem abrangidos pela taxa reduzida os bilhetes
de ingresso em espectáculos e divertimentos públicos bem como a
utilização de instalações destinadas à prática desportiva e a espectáculos
e divertimentos públicos.
(O texto integral deste Ofício-Circulado pode ser consultado na Base
InforFisco. Pesquisa: Descritores supra ou CIVA LISTA I VERBA 2.13)
20113, da DSIRS,
de 25.1.2006
IRS - DECLARAÇÃO MODELO 10 - INSTRUÇÕES DE PREENCHIMENTO - Instruções de preenchimento da declaração modelo
10, relativa a retenção na fonte.
(O texto integral deste Ofício-Circulado pode ser consultado na Base
InforFisco. Pesquisa: Descritores supra ou PORT 1145/2004)
20114, da DSIRS,
de 30.1.2006
IRS - DECLARAÇÃO MODELO 3 - 2006 - ENTREGA - CERTIFICAÇÃO - Instruções relativas à certificação da entrega da declaração modelo 3,
relativa a rendimentos do ano de 2005, em suporte papel.
(O texto integral deste Ofício-Circulado pode ser consultado na Base
InforFisco. Pesquisa: Descritores supra ou CIRS ART57 N1 A)
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40082, da DSIMI,
de 9.2.2006
IMI - MATRIZ PREDIAL - ACTUALIZAÇÃO - PROPRIEDADE HORIZONTAL - Divulga entendimento segundo o qual a modificação ou
alteração de um edifício submetido ao regime de propriedade horizontal,
por divisão de uma das fracções autónomas em outras fracções
autónomas ou por reunião numa única fracção autónoma de duas
anteriores fracções autónomas, determina que a avaliação a ter lugar, nos
termos das regras constantes no CIMI, incida exclusivamente sobre as
novas fracções autónomas. Nas matrizes os artigos deverão ser
corrigidos em conformidade, consoante se trate de fracções cindidas ou
fracções unificadas.
(O texto integral deste Ofício-Circulado pode ser consultado na Base
InforFisco. Pesquisa: Descritores supra ou CIMI ART13 N1 D)
20115, da DSIRS,
de 14.2.2006
IRS - DECLARAÇÃO MODELO 3 - ANEXO G1 - PRAZO - Esclarece
dúvidas quanto aos prazos de entrega do Anexo G1 da declaração
Modelo 3 de IRS, destinado a declarar mais-valias não sujeitas a
tributação e manifestações de fortuna.
(O texto integral deste Ofício-Circulado pode ser consultado na Base
InforFisco. Pesquisa: Descritores supra ou CIRS ART60 N1)
20116, da DSIRC,
de 22.2.2006
DERRAMA LANÇADA PARA COBRANÇA EM 2006 - Divulga a lista dos
Municípios que lançaram derramas para cobrança em 2006, incidentes
sobre a colecta do IRC relativa ao exercício de 2005, e respectivas taxas.
(O texto integral deste Ofício-Circulado pode ser consultado na Base
InforFisco. Pesquisa: Descritores supra ou L 42/98 ART18)
- CIRCULARES DA DGAIEC
N.º/DATA ASSUNTO
21/2006, Série II,
de 17.2.2006
IVA - AIB - MEIOS DE TRANSPORTE NOVOS - Rectifica a Circular n.º
80/2005, Série II, de 7 de Dezembro, relativa à competência da DGAIEC
para a liquidação e cobrança do IVA devido nas aquisições
intracomunitárias de meios de transporte novos não sujeitos a imposto
automóvel quando realizadas por determinadas entidades.
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- OUTRAS COMUNICAÇÕES E DECISÕES - DO MINISTRO DAS FINANÇAS
N.º/DATA ASSUNTO
DESP 4037/2006,
de 8.2.2006
IRS - RETENÇÃO NA FONTE - REGIÃO AUTÓNOMA DOS AÇORES - Aprova as tabelas de retenção na fonte aplicáveis, em 2006, a
rendimentos de titulares com domicílio fiscal no território da Região
Autónoma dos Açores.
(Publicação: DR II, n.º 37, de 21.2.2006)
DESP 4038/2006,
de 8.2.2006
IRS - RETENÇÃO NA FONTE - CONTINENTE - Divulga as tabelas de
retenção na fonte aplicáveis, em 2006, a rendimentos de titulares com
domicílio fiscal no território do Continente.
(Publicação: DR II, n.º 37, de 21.2.2006)
- DO SECRETÁRIO DE ESTADO DOS ASSUNTOS FISCAIS
N.º/DATA ASSUNTO
Despacho n.º 312/2006,
de 23.12.2005
IVA - AIB - MEIOS DE TRANSPORTE NOVOS - PAGAMENTO - Aprova
a declaração aduaneira da embarcação e aeronaves (DAEA) relativa à
liquidação e cobrança do IVA relativo a aquisições intracomunitárias de
meios de transporte novos.
(Publicação: DR II, n.º 5, de 6.1.2006)
(O texto integral deste Despacho pode ser consultado na Base InforFisco.
Pesquisa: Descritores supra ou RITI ART22 N4)
Despacho n.º 3681/2006,
de 8.2.2006
IRS - DECLARAÇÃO MODELO 3 - ANEXO G1 - Determina que no
preenchimento do Quadro 6 do Anexo G1 da Declaração modelo 3 do
IRS, onde devem ser indicados os bens adquiridos «qualquer que seja o
seu montante», apenas deve ser exigida a declaração da aquisição dos
bens nele indicados quando o respectivo valor se enquadre na tabela do
n.º 4, do artigo 89.º-A da LGT, relativo às manifestações de fortuna. O
SEAF pede ainda à Administração Fiscal que desenvolva as diligências
necessárias à obtenção, por via oficiosa, dos elementos necessários que
permitam a avaliação indirecta sempre que se verifique uma divergência
não justificada de, pelo menos, um terço entre os rendimentos declarados
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e o acréscimo de património ou consumo evidenciados pelo sujeito
passivo no mesmo período de tributação.
(Publicação: DR II, n.º 34, de 16.2.2006)
(O texto integral deste Despacho pode ser consultado na Base InforFisco.
Pesquisa: Descritores supra ou CIRS ART57 N1 A)
- DIRECTOR-GERAL DOS IMPOSTOS
N.º/DATA ASSUNTO
Declaração n.º 8/2006,
de 29.12.2005
IRC - DECLARAÇÃO MODELO 22 - Publica os modelos da declaração
periódica modelo 22, e respectivas instruções de preenchimento,
aprovados pelo Despacho n.º 1711/2005-XVII, de 28 de Dezembro, do
Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais.
(Publicação: DR II, n.º 13, de 18.1.2006)
- DIRECÇÃO-GERAL DAS RELAÇÕES BILATERAIS
N.º/DATA ASSUNTO
Aviso n.º 187/2006,
de 6.1.2006
ENTRADA EM VIGOR - CONVENÇÃO CUBA - Torna público terem sido
cumpridas as formalidades constitucionais internas de aprovação da
Convenção entre o Governo Português e o de Cuba para Evitar a Dupla
Tributação e Prevenir a Evasão Fiscal em Matéria de Impostos sobre o
Rendimento, aprovada pela Resolução da Assembleia da República n.º
49/2001. A Convenção entrou, assim, em vigor em 28 de Dezembro de
2005.
(Publicação: DR I-A, n.º 16, de 23.1.2006)
(O texto integral deste Aviso pode ser consultado na Base InforFisco.
Pesquisa: Descritores supra ou CONVENCAO CUBA ART28)
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3. HARMONIZAÇÃO FISCAL COMUNITÁRIA
DOCUMENTO ASSUNTO
Parecer fundamentado
IP/06/42, de 16.1.2006
IRC - NÃO RESIDENTE - JUROS - RETENÇÃO NA FONTE - A
Comissão Europeia enviou a Portugal um pedido formal para que altere a
sua legislação em matéria de pagamentos de juros ao exterior. Em
Portugal é aplicada uma taxa de retenção na fonte de 20% sobre os juros
brutos pagos por residentes portugueses que tenham contraído um
empréstimo junto de mutuantes não residentes (Vd. CIRC, artigo 80.º, n.º
2, al. c). Por outro lado, os juros pagos a instituições financeiras
residentes não são objecto de retenção na fonte, embora estejam sujeitos
ao imposto sobre o rendimento das sociedades português. Daí resulta que
a tributação dos pagamentos de juros a bancos estrangeiros possa por
vezes ser mais gravosa do que a dos pagamentos de juros a bancos
portugueses. A Comissão considera que a aplicação de uma tributação
mais elevada aos bancos estrangeiros restringe a livre prestação de
serviços e a livre circulação de capitais. O pedido é apresentado sob a
forma de um “parecer fundamentado”, em conformidade com o artigo
226.º do Tratado CE. Se Portugal não responder satisfatoriamente ao
parecer fundamentado, no prazo de dois meses, a Comissão poderá
submeter a questão à apreciação do Tribunal de Justiça das
Comunidades Europeias.
Parecer IVA - REEMBOLSO - BALCÃO ÚNICO - Parecer do Comité Económico e
Social Europeu sobre a “Proposta de Directiva do Conselho que define as
disposições de aplicação relativas ao reembolso do IVA, previsto na
Directiva 77/388/CEE, a sujeitos passivos não estabelecidos no interior do
país mas estabelecidos noutro Estado-Membro”.
(Publicação: JOCE, n.º C 28, de 3.2.2006)
Directiva 2006/18/CE, do
Conselho, de 14.2
IVA - TAXA REDUZIDA - Altera a Directiva 77/388/CEE no sentido de
prolongar até 31 de Dezembro de 2010 a aplicação de taxas reduzidas a
serviços com grande intensidade do factor trabalho. Os Estados Membros
poderão ainda aplicar taxas reduzidas de IVA ao fornecimento de
aquecimento urbano.
(Publicação: JOCE, n.º L 51, de 22.2.2006)
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Proposta de Directiva
COM (2006) 76 final,
de 22.2.2006
IVA - ISENÇÃO - VIAJANTES - Proposta de Directiva relativa à isenção
do IVA e dos impostos especiais de consumo cobrados sobre as
mercadorias importadas por viajantes provenientes de países terceiros.
Esta proposta visa alterar as disposições da Directiva 69/169/CEE, do
Conselho, de 28 de Maio de 1969, transposta para a ordem jurídica
nacional pelo Decreto-Lei n.º 179/88, de 19 de Maio. As alterações
propostas apontam no sentido de aumentar o actual limite global da
isenção de 175 euros para 220 euros e, simultaneamente, estabelecer
uma distinção entre os passageiros dos transportes aéreos e os outros
viajantes, fixando para aqueles um limite global de 500 euros. É também
proposta a supressão de limites quantitativos relativamente a
determinados produtos, como é o caso dos perfumes, cafés e chá, a
introdução de um limite quantitativo de 16 litros para a cerveja e o
aumento do limite para o vinho de 2 para 4 litros.
4. JURISPRUDÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL ADMINISTRATIVO
TIPO SUMÁRIO
Acórdão, de 18.1.2006
Proc. n.º 901/05
PT - LGT - LIQUIDAÇÃO OFICIOSA - AUDIÇÃO - 1. Não é nulo, mas
meramente anulável, o acto de liquidação praticado na sequência de um
procedimento em que foi omitida a audiência prévia do contribuinte, nos
termos previstos no artigo 60.º da Lei Geral Tributária. 2. O direito de
audiência prévia não é um direito fundamental cuja preterição acarrete,
em geral, a nulidade do acto. 3. Assim, a impugnação judicial do acto de
liquidação fundada no vício referido no antecedente ponto 1. deve ser
deduzida no prazo estabelecido no artigo 102.º, n.º 1 do Código de
Procedimento e de Processo Tributário, sob pena de caducidade do
direito a essa impugnação.
(O texto integral deste acórdão pode ser consultado na Base InforFisco.
Pesquisa: Descritores supra ou LGT ART60 N1 A)
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Acórdão, de 18.1.2006
Proc. n.º 1202/05
PT - EXECUÇÃO FISCAL - RECURSO JUDICIAL - PREJUÍZO IRREPARÁVEL - COMPENSAÇÃO - 1. A enumeração do n.º 3 do artigo
278.º do CPPT, não é taxativa. 2. Defendendo a reclamante que tem um
crédito sobre o Estado, susceptível de operar o pagamento da dívida
exequenda, através do instituto da compensação, e pedindo que tal
crédito seja atendido no pagamento dessa dívida, a reclamação contra o
acto de indeferimento de tal pretensão deve subir imediatamente, por ser
susceptível de causar prejuízo irreparável à reclamante.
(O texto integral deste acórdão pode ser consultado na Base InforFisco.
Pesquisa: Descritores supra ou CPPT ART278)
Acórdão, de 25.1.2006
Proc. n.º 830/05
IRC - PRINCÍPIO DA ESPECIALIZAÇÃO DOS EXERCÍCIOS - JUROS DE MORA - 1. O princípio da especialização de exercícios, porque se
destina a tributar a riqueza gerada em cada exercício, impõe que os
respectivos proveitos e custos sejam contabilizados à medida que sejam
obtidos e suportados, e não à medida que o respectivo recebimento ou
pagamento ocorram. 2. Porém, não ofende tal princípio a contabilização
de juros de mora, referentes a uma acção judicial entretanto intentada,
como proveito, em exercício posterior (quando tais proveitos forem
efectivamente percebidos) se a não contabilização no exercício em que a
acção foi proposta não resultou de omissão voluntária ou intencional.
(O texto integral deste acórdão pode ser consultado na Base InforFisco.
Pesquisa: Descritores supra ou CIRC ART18 N1)
Acórdão, de 2.2.2006
Proc. n.º 1011/05
IRC - CUSTO NÃO DEDUTÍVEL - CUSTO NÃO DOCUMENTADO - 1.
Não podem ser considerados custos fiscalmente relevantes as despesas
que não são suportadas em quaisquer documentos, mesmo internos, e
que o contribuinte, instado pela Administração, apenas esclarece
respeitarem a «(...) pagamentos a pessoal indiferenciado que são
contratados verbalmente, por essas serras fora e cujo controle ou
documentação se torna impossível obter por parte do contribuinte uma
vez que aparecem quando lhes apetece (...)». 2. A Administração
Tributária, ao não aceitar a relevância de tais despesas e introduzir as
correspondentes correcções técnicas, não está obrigada a socorrer-se de
métodos indirectos com vista ao apuramento do montante de custos que o
contribuinte suportou, na falta dos pressupostos legais para a adopção de
tais métodos. 3. O princípio da tributação pelo rendimento real só seria
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ofendido, na circunstância, se se provasse que o contribuinte incorrera, de
facto, naquela despesa.
(O texto integral deste acórdão pode ser consultado na Base InforFisco.
Pesquisa: Descritores supra ou CIRC ART42 N1 G)
5. JURISPRUDÊNCIA DO TRIBUNAL CENTRAL ADMINISTRATIVO NORTE (TCAN)
TIPO SUMÁRIO
Acórdão, de 19.1.2006
Proc. n.º 27/00
IVA - DEDUÇÃO - FACTURA - REQUISITOS - 1. Para que o contribuinte
possa deduzir o IVA mencionado em facturas relativas a serviços
prestados, necessário é que estas revistam a forma legalmente exigida
mencionando, designadamente, a descrição concreta dos serviços
prestados, local da realização, data, entidade a quem foram prestados,
etc., de modo a que a Administração Tributária possa, eventualmente
fiscalizar a efectiva realização da prestação do serviço. 2. Deste modo,
não obedecem aos requisitos legais, não conferindo, por isso, direito à
dedução do IVA, as facturas em que apenas se mencionam, relativamente
a serviços prestados, expressões como: “Serviços prestados num prédio
de habitação”, “Serviços prestados de mão de obra”, “Serviço de
maquinaria”, “Serviço de maquinaria e compressor”, “Serviços prestados”,
“Serviços prestados de construção civil”.
(O texto integral deste acórdão pode ser consultado na Base InforFisco.
Pesquisa: Descritores supra ou CIVA ART19 N2)
Acórdão, de 26.1.2006
Proc. n.º 381/04
IRS - MÉTODOS INDIRECTOS - PRESSUPOSTOS - 1. É à
Administração Tributária que cabe o ónus de prova da verificação dos
pressupostos legais vinculativos da sua actuação, isto é, o ónus de provar
que a liquidação não pode assentar nos elementos fornecidos pelo
contribuinte e que o recurso aos métodos indiciários se tornou a única
forma de calcular o imposto a liquidar, externando os elementos que a
levaram a concluir nesse sentido, e incumbindo ao Tribunal analisar se ela
enunciou factos objectivos e concretos, verificados, donde possa concluir-
se pela existência dos pressupostos legais dos quais depende o
apuramento do imposto pelo referido método. 2. Reconhecendo a
Administração Tributária que a contabilidade do impugnante se
encontrava formalmente bem organizada, impunha-se-lhe que explicasse,
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Toda a informação contida neste documento está apresentada em forma resumida, sendo a respectiva informação integral susceptível de ser consultada na Base de Dados InforFisco.
Notícias InforFisco N.º 77 – Janeiro e Fevereiro de 2006
de forma clara, precisa e suficiente, os motivos por que entendia que ela
não evidenciava os resultados efectivamente obtidos, designadamente, se
julgava desajustadas as margens de lucro declaradas e a razão desse
julgamento face à concreta actividade ali desenvolvida. 3. Caso a decisão
de tributação por métodos indiciários não tenha bases suficientemente
seguras e adequadas a objectivar a demonstração da prática de alguma
das irregularidades previstas no artigo 38.º do CIRS, designadamente da
prática de «erros ou inexactidões no registo das operações» ou da
existência de «indícios seguros de que a contabilidade ou os livros de
registo não reflectem a exacta situação patrimonial e o resultado
efectivamente obtido», impõe-se anular a correspectiva liquidação
adicional de IRS efectuada.
(O texto integral deste acórdão pode ser consultado na Base InforFisco.
Pesquisa: Descritores supra ou LGT ART87 B)
Acórdão, de 26.1.2006
Proc. n.º 1198/05
IRS - MÉTODOS INDIRECTOS - MANIFESTAÇÕES DE FORTUNA - 1.
Com o aditamento à LGT da alínea d), do artigo 75.º da LGT e do artigo
89.º-A, efectuado pela Lei n.º 30-G/2000, de 29 de Dezembro, o legislador
criou uma nova situação em que cessa a presunção de veracidade da
declaração do contribuinte: o de existirem manifestações de fortuna em
desproporção com os rendimentos declarados (designadamente, no caso
de aquisição de um automóvel ligeiro de passageiros de valor igual ou
superior a 50.000 euros, quando o contribuinte declare rendimentos
inferiores a 50% do valor no ano de matrícula). 2. Nesses casos em que
as manifestações de fortuna estejam em desproporção com os
rendimentos declarados, passou a permitir-se à Administração Tributária
proceder à avaliação indirecta da matéria tributável, a menos que o
contribuinte prove que os rendimentos declarados correspondem à
realidade (inversão do ónus da prova) e que a fonte dos rendimentos
necessários para assegurar as manifestações de fortuna evidenciadas é
outra - cfr. artigos 87.º, alínea d) e 89.º-A, n.º 3, da LGT. 3. Nos termos do
disposto no n.º 4, do artigo 89.º-A, da LGT, se o sujeito passivo não fizer a
prova acima referida, considera-se como rendimento tributável em sede
de IRS, categoria G (incrementos patrimoniais), o rendimento padrão
apurado nos termos da tabela daquele preceito legal (para as aquisições
de automóveis ligeiros de passageiros de valor igual ou superior a 50.000
euros, o rendimento padrão é de 50% do valor no ano de matrícula com o
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Notícias InforFisco N.º 77 – Janeiro e Fevereiro de 2006
abatimento de 10% por cada um dos anos seguintes - actualmente, após
1 de Janeiro de 2005, na redacção dada pela Lei n.º 55-B/2004, de 30 de
Dezembro, com o abatimento de 20% por cada um dos anos seguintes), a
menos que existam indícios fundados, de acordo com os critérios
previstos no artigo 90.º da LGT, que permitam à Administração Tributária
fixar rendimento superior. 4. Limitando-se o contribuinte a fazer prova que
contraiu um empréstimo no montante de 25.000 euros, tendo ficado com o
encargo mensal, para solver tal crédito, de 568,83 euros, e que declarou
rendimentos no montante de 9.628,83 euros, tendo adquirido um veículo
automóvel ligeiro pelo preço de 71.096,59 euros, tal prova é insuficiente
para ilidir a presunção de evasão fiscal relativamente aos rendimentos
declarados naquele ano. 5. Decorre da conjugação dos n.ºs 1, 2, al. a) e
4, do artigo 89.º-A da LGT, que o legislador pretendeu que a
Administração Tributária pudesse lançar mão da avaliação indirecta da
matéria colectável quando e tão só o contribuinte procedesse à aquisição
de qualquer um dos bens referidos na tabela prevista no n.º 4 do referido
artigo 89.º-A da LGT. O contribuinte é tributado com recurso a este
método de cada vez que tenhamos a ocorrência desse facto aquisitivo e
esse facto aquisitivo apenas pode servir de base à tributação no ano em
que ocorre ou se tiver ocorrido nos três anos anteriores.
(O texto integral deste acórdão pode ser consultado na Base InforFisco.
Pesquisa: Descritores supra ou LGT ART89-A)
6. JURISPRUDÊNCIA DO TRIBUNAL CENTRAL ADMINISTRATIVO SUL (TCAS)
TIPO SUMÁRIO
Acórdão, de 24.1.2006
Proc. n.º 875/05
PT - EMBARGOS DE TERCEIRO - POSSE - HERANÇA INDIVISA - 1. O
nosso sistema jurídico acolhe a teoria sobre a natureza da comunhão
hereditária que vê nesta instituição uma mera comunhão ordinária ou por
quotas, uma compropriedade de caracteres especiais, submetida a regras
especiais. 2. Nesse âmbito, há que operar com o conceito de comunhão
de mão comum para enquadrar o regime a que a lei subordina o
património comum dos cônjuges, o das sociedades não personalizadas e
o da herança indivisa, regime este que se caracteriza pelo "facto de o
direito dos contitulares não incidir directamente sobre cada um dos
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Toda a informação contida neste documento está apresentada em forma resumida, sendo a respectiva informação integral susceptível de ser consultada na Base de Dados InforFisco.
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elementos (coisa ou crédito) que constituem o património, mas sobre tudo
ele concebido como um todo unitário, o que equivale a dizer que "aos
membros da comunhão, individualmente considerados, não pertencem
direitos específicos sobre cada um dos bens que integram o património
global, não lhes sendo lícito, por conseguinte, dispor desses bens, ou
onerá-los, no seu todo ou em parte. 3. Assim, havendo sido efectivada
penhora sobre o direito e acção a herança indivisa, aberta por óbito do
marido da Recorrente (artigo 232.º, alínea c) do C.P.P.T.), sobre a
herança como tal, dado que é uma universalidade de coisas, direitos e
obrigações, não pode ser exercida posse. 4. É que a herança é uma
universalidade jurídica insusceptível de ser possuída, sendo as coisas
integrantes, isoladamente, que constituem o objecto das relações jurídicas
pelo que o quinhão hereditário sobre a referida herança é, pois
insusceptível de posse, pelo que não pode ser ofendida pela penhora. 5.
A essa luz não é configurável a colisão da penhora com a posse ou
direitos de gozo da agora Recorrente, porquanto não foi sobre seus
direitos que a penhora incidiu visto que o que foi penhorado não foi
qualquer dos bens do acervo hereditário, nem mesmo uma fracção deles,
mas apenas a parte que nestes cabe ao executado, o direito do
executado a tal herança, de acordo com o artigo 232.º do C.P.P.T.
(O texto integral deste acórdão pode ser consultado na Base InforFisco.
Pesquisa: Descritores supra ou CPPT ART237)
Acórdão, de 24.1.2006
Proc. n.º 994/03
IVA - DEDUÇÃO - OPERAÇÃO SIMULADA - PROVA - 1. Para que haja
direito à dedução do IVA mencionado nas facturas e documentos
equivalentes, além de ser necessário que estes estejam passados em
forma legal (n.º 2, do artigo 19.º e artigo 35.º do CIVA), também é
necessário que as operações ali constantes se tenham realizado e pelo
preço aí referido, não podendo deduzir-se imposto que resulte de
operações simuladas ou em que seja simulado o preço constante da
factura ou documento equivalente (n.º 3, do artigo 19.º CIVA). 2. À
Administração Tributária cabe o ónus de prova da verificação dos
requisitos estabelecidos no artigo 82.º, n.º 1 do CIVA para que possa
liquidar adicionalmente o IVA respeitante a deduções indevidas, mas já
não a existência dos factos contra ela afirmados pelo contribuinte,
traduzidos na existência dos factos tributários e sua expressão
quantitativa.
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Toda a informação contida neste documento está apresentada em forma resumida, sendo a respectiva informação integral susceptível de ser consultada na Base de Dados InforFisco.
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(O texto integral deste acórdão pode ser consultado na Base InforFisco.
Pesquisa: Descritores supra ou CIVA ART19 N3)
Acórdão, de 24.1.2006
Proc. n.º 1217/03
IRC - CUSTO DEDUTÍVEL - PUBLICIDADE - Um custo, para ser
relevante fiscalmente, tem de ser afecto à exploração, no sentido de que
deve existir uma relação causal entre tal custo e os proveitos da empresa.
Todavia, essa relação causal aferidora da dispensabilidade ou
indispensabilidade do custo não é uma relação de causalidade
necessária, do tipo conditio sine qua non ou de resultados concretos
obtidos com o acto, mas antes uma relação que tenha em conta as
normais circunstâncias do mercado, considerando o risco normal da
actividade económica, em termos de adequação económica do acto à
finalidade da obtenção maximizada de resultados.
(O texto integral deste acórdão pode ser consultado na Base InforFisco.
Pesquisa: Descritores supra ou CIRC ART23 N1 B)
Acórdão, de 31.1.2006
Proc. n.º 971/03
IRC - MÉTODOS INDIRECTOS - PRESSUPOSTOS - 1. A tributação das
empresas deve fazer-se pelo lucro real, sendo regra geral a da
determinação do lucro tributável com base na respectiva declaração de
rendimentos, a qual, por sua vez, assenta na contabilidade. 2.
Excepcionalmente, em determinadas circunstâncias, designadamente
quando a contabilidade enfermar de omissões ou inexactidões que não
permitam que o apuramento do lucro tributável se faça com base nela e
se mostrar inviável a quantificação directa, a lei permite que a
Administração Tributária proceda à fixação do lucro tributável mediante o
recurso a métodos indiciários (artigos 16.º, n.º 3 e 51.º, n.ºs 1 e 2 do
CIRC), devendo fundamentar a sua decisão (artigos 268.º, n.º 3 da CRP,
125.º do CPA, 21.º e 81.º do CPT e 53.º, n.º 1 do CIRC) e competindo-lhe
demonstrar a verificação dos pressupostos legais que permitem a
tributação por métodos indiciários.
(O texto integral deste acórdão pode ser consultado na Base InforFisco.
Pesquisa: Descritores supra ou CIRC ART16)
Acórdão, de 7.2.2006
Proc. n.º 6639/02
IVA - DEDUÇÃO - PRESSUPOSTOS - 1. Atento o disposto na al. a) do
n.º 1, do artigo 20.º do CIVA, só poderá deduzir-se o IVA que tenha
incidido sobre bens ou serviços adquiridos para a realização de
operações tributáveis, sendo imprescindível que esses bens estejam
directa e exclusivamente afectos ao exercício da actividade económica
exercida pelo sujeito passivo. 2. Não tendo feito prova, como incumbia
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Toda a informação contida neste documento está apresentada em forma resumida, sendo a respectiva informação integral susceptível de ser consultada na Base de Dados InforFisco.
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ao impugnante, que a construção estava ligada a fins próprios da
exploração agrícola, o Imposto sobre o Valor Acrescentado constante da
factura referente àquela construção foi indevidamente deduzido, sendo as
deduções indevidas equiparadas à falta de entrega do imposto (cfr. artigo
96.º, alínea d) do CIVA).
(O texto integral deste acórdão pode ser consultado na Base InforFisco.
Pesquisa: Descritores supra ou CIVA ART20 N1 A)
Acórdão, de 14.2.2006
Proc. n.º 941/05
PT - RGIT - IVA - CONTRA ORDENAÇÃO - COIMA - DISPENSA - 1. A
invocação de diferimento de pagamento, por parte de clientes, dos
serviços prestados e do IVA correspondente, não se configura como
circunstância subsumível a causa de exclusão da ilicitude e da culpa da
infracção de falta de entrega da respectiva prestação tributária, dado que
o IVA é exigível no momento da emissão da factura ou documento
equivalente, ou no termo do prazo legal para a respectiva emissão, se não
for respeitado (artigo 8.º, n.º 1, als. a) e b) do CIVA). 2. Para efeitos do
disposto no artigo 32.º, n.º 1 do RGIT, a exigência cumulativa de que a
prática da infracção não ocasione prejuízo efectivo à receita tributária não
tem em vista os casos em que a regularização veio a ocorrer, com
pagamento integral da quantia em dívida, mas sim as situações em que
não chegou a produzir-se prejuízo, antes de ocorrer a regularização.
(O texto integral deste acórdão pode ser consultado na Base InforFisco.
Pesquisa: Descritores supra ou RGIT ART32)
Acórdão, de 14.2.2006
Proc. n.º 1000/06
IVA - ISENÇÃO - TRANSMISSÃO INTRACOMUNITÁRIA - REQUISITOS - 1. As TIBs - transacções intracomunitárias de bens - estão isentas de
IVA quando, cumulativamente se verifiquem os seguintes requisitos: seja
efectuada por um sujeito passivo como tal previsto na alínea a), do n.º 1,
do artigo 2.º do CIVA; o adquirente esteja registado para efeitos de IVA
em outro Estado-membro; o adquirente tenha utilizado o seu número de
identificação para efectuar a aquisição, e o adquirente esteja abrangido
por um regime de tributação das aquisições intracomunitárias de bens. 2.
Resulta dos autos que o adquirente espanhol não estava abrangido por
um regime de tributação de AIBs - aquisições intracomunitárias de bens -,
uma vez que se encontrava cessado desde 4 de Novembro de 1994,
quando as operação em causa ocorreram no ano de 2001, esta não
poderia subsumir-se à previsão do artigo 14.º do RITI, não sendo por
conseguinte, uma operação isenta, pelo que a impugnante deveria ter
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Toda a informação contida neste documento está apresentada em forma resumida, sendo a respectiva informação integral susceptível de ser consultada na Base de Dados InforFisco.
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liquidado o respectivo IVA pelo qual é responsável (cfr. Artigos 2.º, alínea
d) e 7.º, alínea a) ambos do CIVA). 3. Ainda que se admita que a
impugnante tenha actuado de boa fé, decorrente da aparência que
revestiram os factos tendo em conta a garantia prestada pela "Cosec" ao
negócio e número que lhe foi fornecido pela adquirente espanhola, a
questão está apenas em saber se a operação é ou não isenta, ou dito de
outro modo, se reúne ou não os requisitos previstos no artigo 14.º do RITI.
4. E, não obstante a inexistência de norma legal que imponha à
impugnante a responsabilidade por ter de conhecer das eventuais
irregularidades de que padeça a situação tributária da empresa
compradora, o certo é que a Administração Fiscal faculta aos
interessados tal informação e, assim, a impugnante devia assegurar-se de
que estão reunidos todos os requisitos do artigo 14.º do RITI, antes de
considerar isenta a operação. 5. Se o sujeito activo da operação só se
preocupa com a existência de um número (qualquer que seja) e não
averigua se o adquirente se encontra abrangido por um regime de
tributação das aquisições intracomunitárias de bens (Artigo 14.º, al. a) do
RITI, parte final) só cumpre metade da regra, sujeitando-se a tomar por
isenta uma operação que o não é. 6. É que o artigo 14.º do RITI não tem
como destinatário a Administração Fiscal, mas sim os respectivos sujeitos
passivos: a Administração Fiscal fará o controlo a "posteriori", como
resulta do artigo 82.º, n.º 2 do CIVA, mas é o sujeito passivo que terá de
se precaver contra uma possível fraude às regras do artigo 14.º.
(O texto integral deste acórdão pode ser consultado na Base InforFisco.
Pesquisa: Descritores supra ou RITI ART14 A)
Acórdão, de 14.2.2006
Proc. 872/05
PT - NOTIFICAÇÃO INSUFICENTE - FALTA DE FUNDAMENTAÇÃO - 1. A notificação não é um elemento intrínseco do acto e, portanto, não é
um requisito da sua validade, mas simples condição da sua eficácia, aliás,
suprível por outras formas de conhecimento (cfr. Código do Procedimento
Administrativo, artigo 67.º). 2. A recorrente podia lançar mão da faculdade
do n.º 1, do artigo 37.º do CPPT, para se habilitar com todos os dados de
que precisasse para se esclarecer sobre a legalidade dos actos recorridos
e se decidir pela apresentação ou não apresentação da impugnação, não
sofrendo dúvida de que só a falta de fundamentação do acto constitui
preterição de formalidade legal. 3. A faculdade consentida pelo artigo 37.º
do CPPT é o modo único de sanação da deficiência da notificação, com
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© PricewaterhouseCoopers, 2006
Toda a informação contida neste documento está apresentada em forma resumida, sendo a respectiva informação integral susceptível de ser consultada na Base de Dados InforFisco.
Notícias InforFisco N.º 77 – Janeiro e Fevereiro de 2006
diferimento do início do prazo para uso dos meios graciosos ou
contenciosos de impugnação, não constituindo condição para o acesso a
esses meios. 4. A falta de uso daquela faculdade terá como
consequência a impossibilidade de invocar o vício de forma por falta de
fundamentação como causa de pedir da impugnação judicial deduzida
contra o acto cuja fundamentação não tenha sido comunicada ao
contribuinte. 5. A falta de comunicação dos fundamentos de uma
liquidação apenas determina a anulabilidade desse acto, visto que não
contende com a validade, mas apenas com a eficácia do acto.
(O texto integral deste acórdão pode ser consultado na Base InforFisco.
Pesquisa: Descritores supra ou CPPT ART37)
7. JURISPRUDÊNCIA DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DAS COMUNIDADES EUROPEIAS
TIPO SUMÁRIO
Acórdão, de 12.1.2006,
Proc. n.º C-246/04
Turn und Sportunion
IVA - DIRECTIVA - RENÚNCIA A ISENÇÃO - Os Estados-Membros,
quando concedem aos seus sujeitos passivos o direito de optar pela
tributação prevista no artigo 13.º, C, da Sexta Directiva 77/388/CEE, do
Conselho, de 17 de Maio de 1977, podem distinguir consoante a natureza
das operações ou as categorias dos sujeitos passivos desde que
respeitem os objectivos e os princípios gerais da Sexta Directiva,
designadamente o princípio da neutralidade fiscal e a exigência de
aplicação correcta, simples e uniforme das isenções previstas.
(O texto integral deste acórdão pode ser consultado na Base InforFisco.
Pesquisa: Descritores supra ou DIR 77/388/CEE ART13 C)
Acórdão, de 12.1.2006,
Proc. n.º C-354/03
Optigen
IVA - DIRECTIVA - FRAUDE CARROSSEL - As operações, como as que
estão em causa nos processos principais, que não são em si mesmas
fraudulentas em relação ao imposto sobre o valor acrescentado,
constituem entregas de bens realizadas por um sujeito passivo agindo
nessa qualidade e integram uma actividade económica na acepção dos
artigos 2.º, ponto 1, 4.º e 5.º, n.º 1, da Sexta Directiva 77/388/CEE, do
Conselho, de 17 de Maio de 1977, na medida em que satisfaçam os
critérios objectivos em que assentam aqueles conceitos,
independentemente da intenção de um operador diferente do sujeito
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© PricewaterhouseCoopers, 2006
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Notícias InforFisco N.º 77 – Janeiro e Fevereiro de 2006
passivo em causa na mesma cadeia de entregas e/ou da eventual
natureza fraudulenta, de que esse sujeito passivo não tinha e não podia
ter conhecimento, de uma outra operação dessa cadeia de entregas,
anterior ou posterior à operação realizada pelo referido sujeito passivo. O
direito de um sujeito passivo que efectue tais operações a deduzir o
imposto sobre o valor acrescentado pago a montante não pode ser
afectado pela circunstância de, na cadeia de entregas na qual se inserem
essas operações, sem que esse sujeito passivo saiba ou possa saber,
uma outra operação, anterior ou posterior à realizada por este último,
estar viciada por fraude ao imposto sobre o valor acrescentado.
(O texto integral deste acórdão pode ser consultado na Base InforFisco.
Pesquisa: Descritores supra ou DIR 77/388/CEE ART4 N2)
Acórdão, de 9.2.2006
Proc. n.º C-415/04
Stichting Kinderopvang
Enschede
IVA - DIRECTIVA - ISENÇÃO - ASSISTÊNCIA SOCIAL - O artigo 13.º, A,
n.º 1, alíneas g) e h), da Sexta Directiva 77/388/CEE do Conselho, de 17
de Maio de 1977, relativa à harmonização das legislações dos
Estados-Membros respeitantes aos impostos sobre o volume de negócios
- Sistema comum do imposto sobre o valor acrescentado: matéria
colectável uniforme, conjugado com o n.º 2, alínea b), deste mesmo
artigo, deve ser interpretado no sentido de que prestações de serviços de
mediação entre pessoas que procuram e pessoas que oferecem um
serviço de guarda de crianças, realizadas por um estabelecimento de
direito público ou por um organismo reconhecido de carácter social pelo
Estado-Membro em causa, só podem ser isentas ao abrigo das referidas
disposições se:
- o próprio serviço de guarda de crianças preencher os requisitos de
isenção previstos nessas disposições;
- esse serviço for de uma natureza ou de uma qualidade tais que os pais
não poderiam ter a certeza de beneficiar de um serviço do mesmo valor
sem recorrer a um serviço de mediação como o que é objecto do litígio no
processo principal;
- esses serviços de mediação não se destinarem essencialmente a
proporcionar receitas suplementares ao prestador mediante a realização
de operações efectuadas em concorrência directa com as de sociedades
comerciais sujeitas a imposto sobre o valor acrescentado.
(O texto integral deste acórdão pode ser consultado na Base InforFisco.
Pesquisa: Descritores supra ou DIR 77/388/CEE ART13 A N1 G)
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Acórdão, de 21.2.2006
Proc. n.º C-419/02
BUPA
IVA - DIRECTIVA - EXIGIBILIDADE - PAGAMENTO ANTECIPADO - Não são abrangidos pelo âmbito de aplicação do artigo 10.º, n.º 2,
segundo parágrafo, da Sexta Directiva 77/388/CEE, os pagamentos
antecipados de um montante fixo, pago em relação a bens genericamente
indicados numa lista que pode ser modificada a qualquer momento por
comum acordo entre o comprador e o vendedor e a partir da qual o
vendedor poderá eventualmente escolher artigos, com base num acordo
que este pode rescindir unilateralmente a todo o momento, recuperando a
integralidade do pagamento antecipado não utilizado.
(O texto integral deste acórdão pode ser consultado na Base InforFisco.
Pesquisa: Descritores supra ou DIR 77/388/CEE ART10 N2)
Acórdão, de 21.2.2006,
Proc. n.º C-255/02
Halifax
IVA - DIRECTIVA - DEDUÇÃO - NORMA ANTIABUSO - 1. A Sexta
Directiva 77/388/CEE deve ser interpretada no sentido de que se opõe ao
direito do sujeito passivo a deduzir o IVA pago a montante quando as
operações em que esse direito se baseia forem constitutivas de uma
prática abusiva. 2. A declaração da existência de uma prática abusiva
exige, por um lado, que as operações em causa, apesar da aplicação
formal das condições previstas nas disposições pertinentes da Sexta
Directiva e da legislação nacional que transpõe essa directiva, tenham por
resultado a obtenção de um benefício fiscal cuja concessão seria contrária
ao objectivo prosseguido por essas disposições. Por outro lado, deve
igualmente resultar de um conjunto de elementos objectivos que as
operações em causa têm por finalidade a obtenção de um benefício fiscal.
3. Quando se verifique a existência de uma prática abusiva, as operações
implicadas devem ser redefinidas de forma a restabelecer a situação tal
como ela existiria na ausência das operações constitutivas da prática
abusiva.
(O texto integral deste acórdão pode ser consultado na Base InforFisco.
Pesquisa: Descritores supra ou DIR 77/388/CEE ART17 N2 A)
Acórdão, de 21.2.2006,
Proc. n.º C-223/03
Huddersfield
IVA - DIRECTIVA - DEDUÇÃO - NORMA ANTIABUSO - A Sexta
Directiva 77/388/CEE opõe-se ao direito do sujeito passivo de deduzir o
IVA pago a montante quando as operações em que esse direito se baseia
são constitutivas de uma prática abusiva.
(O texto integral deste acórdão pode ser consultado na Base InforFisco.
Pesquisa: Descritores supra ou DIR 77/388/CEE ART17 N2 A)
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Notícias InforFisco N.º 77 – Janeiro e Fevereiro de 2006
8. NOTAS DE ENQUADRAMENTO
As notas constantes dos números seguintes não pretendem ser uma análise exaustiva dos textos a que se
reportam, mas tão somente permitir, através de uma leitura rápida, o conhecimento dos aspectos
essenciais do seu conteúdo.
8.1. NOVO REGIME DO ARRENDAMENTO URBANO: IMPLICAÇÕES FISCAIS (*)
O Novo Regime do Arrendamento Urbano, aprovado pela Lei n.º 6/2006, de 27 de Fevereiro, para entrar
em vigor 120 dias após a sua publicação, contém relevantes implicações na área da tributação do
património imobiliário. De acordo com a exposição de motivos que acompanhou a proposta de lei, esta
medida legislativa teve em vista dinamizar, renovar e requalificar o mercado do arrendamento urbano
apresentando “como principais eixos estruturantes a actualização faseada das rendas baixas e a
renovação e requalificação urbana, bem como a penalização dos proprietários de casas devolutas.”
Embora tenhamos feito já uma breve análise à proposta do Governo, importa agora retomá-la em atenção
às relevantes modificações que, na área da tributação, lhe foram introduzidas.
8.1.1. Actualização das rendas. Como se referiu já, um dos eixos estruturantes do novo regime é a
actualização faseada das rendas baixas. Tal actualização incidirá, exclusivamente, sobre rendas
resultantes de contratos anteriores a 1990, quando se trate de arrendamento para habitação ou a 1995 no
caso de arrendamentos comerciais. O critério essencial de determinação do valor de correcção das rendas
assenta nas avaliações efectuadas ao abrigo da legislação tributária.” Partindo do princípio de que a
verdade do mercado deve corresponder à verdade fiscal, toma-se como referência a avaliação fiscal, ao
abrigo das regras do Código do Imposto Municipal sobre Imóveis (CIMI), seguindo-se critérios objectivos e
fórmulas seguras para determinar uma relação entre o valor de um prédio e a remuneração do capital
determinante para a fixação de um justo valor de arrendamento. Com efeito, a reforma da tributação do
património, aprovada pelo Decreto-Lei n.º 287/2003, de 12 de Novembro, instituiu um sistema de avaliação
dos prédios urbanos com base num conjunto de factores objectivos, em geral comuns a todos os prédios,
de que se destacam o valor base de construção e os coeficientes de localização, a par de outros, de
natureza intrínseca, como sejam a área, coeficientes de afectação, de qualidade e conforto e ainda a
antiguidade do imóvel. Por recurso a uma fórmula que contempla esses índices, a avaliação fiscal tem em
vista obter um valor patrimonial tributário que, abaixo do valor de mercado, se situará entre 70% a 90%
deste valor. As regras de determinação do valor patrimonial tributário constam dos artigos 38.º e seguintes
do CIMI. Aplicáveis aos prédios novos, estas regras são extensivas aos prédios antigos sempre que sejam
objecto de uma transmissão onerosa ou gratuita. De acordo com o Novo Regime do Arrendamento Urbano
agora aprovado, passam também a ser objecto de avaliação, por recurso àquelas regras, os prédios
arrendados sempre que o senhorio pretende aumentar as suas rendas.
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8.1.2. Valor máximo da actualização. A renda actualizada não pode exceder o valor anual
correspondente a 4% do valor locado. Este valor é definido como o produto do valor da avaliação realizada
para o efeito, nos termos do CIMI, multiplicado por um coeficiente de conservação fixado em níveis
variáveis entre 1,2 e 0,7, consoante o estado de conservação do prédio. Estes níveis, considerando
estados de conservação entre excelente e péssimo, são determinados por recurso a directrizes que serão
objecto de diploma autónomo.
8.1.3. Iniciativa do senhorio. Para promover a actualização da renda, o locador, antes de qualquer outra
iniciativa, tem de pedir uma nova avaliação do prédio nos serviços de finanças da área da sua localização.
Efectuada esta, e desde que ao prédio seja atribuído um coeficiente equivalente a um estado de
conservação de nível médio, bom ou excelente, pode então comunicar ao arrendatário o montante da
futura renda, cujo limite máximo é o acima referido. É facultada ao inquilino a possibilidade de, por seu
lado, requerer uma nova avaliação fiscal caso discorde do valor naquela apurado.
8.1.4. Actualização faseada. A actualização da renda não é porém imediata, sendo faseada por um
período de 5 anos que pode ser estendido até 10 ou reduzido para 2 em função das condições sócio-
económicas do arrendatário. Em qualquer caso, o limite máximo de actualização é fixado em 50 euros no
primeiro ano e 75 nos seguintes.
8.1.5. Consequências fiscais. O valor fiscal obtido na avaliação requerida para efeitos de actualização
das rendas passa a ser igualmente relevante para efeitos de tributação do património. É, no entanto,
considerada apenas uma parcela do valor patrimonial em função da progressiva actualização das rendas.
Para tanto, logo que a avaliação se encontre concluída, é atribuída ao senhorio a obrigação de comunicar
ao serviço de finanças competente, mediante declaração de modelo oficial, o período de faseamento de
actualização da renda ou a sua não actualização. Na falta de comunicação, presume-se que o faseamento
da renda se faz ao longo de 5 anos. Todavia, se for efectuada a avaliação fiscal para efeitos de
actualização da renda e não seja legalmente permitida a actualização pretendida - o que ocorrerá sempre
que o nível de conservação do prédio seja mau ou péssimo - a tributação recairá sobre a totalidade do
valor apurado naquela avaliação a partir do 3.º ano, inclusive, àquele em que a mesma tenha sido
efectuada.
Quanto aos prédios arrendados que não sejam objecto de avaliação para actualização da renda, a base de
tributação será o valor resultante da capitalização da renda anual por 12, se este valor for inferior ao que
resultar da actualização do valor patrimonial tributário com base nos coeficientes constantes da Portaria n.º
1337/2003, de 5 de Dezembro. Este regime cessa, porém, os seus efeitos a partir de 2007 passando o
valor patrimonial tributário, na ausência de reavaliação fiscal, a ser determinado exclusivamente com base
naqueles coeficientes de actualização.
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8.1.6. Prédios devolutos. Os prédios que se encontram devolutos há mais de um ano determinam, para
os seus proprietários, uma penalização fiscal. Trata-se de medida já contemplada no actual ordenamento
jurídico-tributário. Com efeito, a Lei n.º 55-B/2004, de 30 de Dezembro, conferiu aos municípios a
possibilidade de, mediante deliberação das assembleias municipais, majorar em 30% a taxa aplicável aos
prédios urbanos devolutos. É, agora, agravada a taxa do imposto municipal, que se eleva para o dobro das
taxas gerais aprovadas pelos municípios respectivos. O agravamento da tributação deixa de depender da
decisão dos municípios passando a ser automática. É concedida autorização ao Governo para, no prazo
de 120 dias, definir o conceito fiscal de prédio devoluto, considerando como tal os que, durante um ano se
encontrem desocupados. Deverão ser tomados como indícios de desocupação a inexistência de contratos
em vigor com prestadores de serviços públicos essenciais, ou de facturação, relativos a consumos de
água, electricidade, gás e telecomunicações. Em todo o caso, não poderão ser considerados devolutos os
prédios destinados a habitação por curtos períodos em praias, campo, termas e quaisquer locais de
vilegiatura, para arrendamento temporário ou para uso próprio.
(*) Leonel Corvelo de Freitas
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