jornal agosto 2007

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Sindicato dos Empregados em Administradoras de Consórcios, Vendedores de Consórcios, Empregados e Vendedores em Concessionárias de Veículos, Distribuidoras de Veículos e Congêneres no Estado de Minas Gerais AGOSTO/2007 Sindicato amplia a luta O trabalho ameaçado! Em sua visita recente a Minas, o ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, ouviu uma descrição desastrosa das relações de trabalho e do risco de greves sistemáticas pela retirada do poder da Justiça do Trabalho em fazer conciliações e julgar dissídios coletivos. O caos anunciado já começa a explodir em violência. Páginas 2, 4 e 5 Gerson, presidente do SINDCON-MG O SINDCON-MG começa obras de expansão da sede social da entidade, aumentando o conforto e criando espaços alternativos para os associados. PÁGINA 6

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Page 1: Jornal Agosto 2007

Sindicato dos Empregados em Administradoras de Consórcios, Vendedores de Consórcios, Empregados eVendedores em Concessionárias de Veículos, Distribuidoras de Veículos e Congêneres no Estado de Minas Gerais

AGOSTO/2007

Sindicato amplia a luta

O trabalho ameaçado!Em sua visita recente a Minas, o ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, ouviu

uma descrição desastrosa das relações de trabalho e do risco de greves sistemáticaspela retirada do poder da Justiça do Trabalho em fazer conciliações e julgar dissídioscoletivos. O caos anunciado já começa a explodir em violência. Páginas 2, 4 e 5

Gerson,presidente doSINDCON-MG

O SINDCON-MG começa obras de expansão dasede social da entidade, aumentando o conforto ecriando espaços alternativos para os associados.

PÁGINA 6

Page 2: Jornal Agosto 2007

EdiçãoJosé Geraldo Ribeiro

MG 02717 JP

FotosTomaz Cintra

CTP e ImpressãoLastro Editora

AGO/2007

Distribuição gratuita

EXPEDIENTE

Gerson Antônio FernandesPRESIDENTE

Repouso SemanalRepouso SemanalRepouso SemanalRepouso SemanalRepouso SemanalRemunerado paraRemunerado paraRemunerado paraRemunerado paraRemunerado paraos trabalhadoresos trabalhadoresos trabalhadoresos trabalhadoresos trabalhadores

Agosto19,23%

Setembro25,00%

Outubro19,23%

Sindicato dos Empregados emAdministradoras de Consórcios,

Vendedores de Consórcios, Empregadose Vendedores em Concessionárias deVeículos, Distribuidoras de Veículos e

Congêneres no Estado de Minas GeraisAv. Itaú, 400

Dom Bosco - BH - MGCep: 30730-435

PABX: (31) 3464 8383FAX: (31) 3464 5678

[email protected]

2 SINDCON-MG - Trabalho e Cidadania - Agosto/2007

vida dos cidadãos no centro dacapital. Dois quarteirões inteirosda rua Sapucaí foram isolados,para que os soldados munidos demetralhadoras, bombas e porretespudessem negociar“pacificamente” com cerca de 180invasores do prédio da Vale,fazendo reféns dois trabalhadoresda Ferrovia Centro-Atlântica,subsidiária da CVRD.

Não houve mortos. Depois dequatro horas de inspiração aoterror, três ônibus da políciaconduziram os invasores para oDeoesp para investigações,identificando-os como a serviçode milícias formadas pelomovimento Conlutas, queradicaliza em busca de umsocialismo mesmo que tardio.

É difícil ainda acreditar queficaremos à mercê em plenocentro da capital mineira deagressores, aos gritos de “a Valeé nossa”, em movimentosdirigidos à distância por liderançasirresponsáveis e que não medemas consequências de seus atos.Devemos por fim lamentar quenão haja autoridade competentepara se manifestar à sociedade,de forma educativa e orientadora,para que os aparelhos ideológicosmanipulem a opinião pública etransformem estas ameaças e osagressores em vítimas.Deputados ou radicais da políticaideológica devem receberpublicamente os conceitos quemerecem.

O clima de impunidaderetirado do péssimoexemplo de tantos

parlamentares e integrantes dogoverno envolvidos emescândalos e CPI’s vemestimulando na sociedademanifestações violentas eameaçadoras contra a integridadedos cidadãos.

Devemos aceitar comolegítima qualquer manifestação dediscordância, seja ela embasadaem fundamentos irrefutáveis e atémesmo amparada por iniciativasde caráter ideológico. Sópoderemos aceitar taismanifestações, no entanto, até omomento em que respeitemtambém os argumentos contráriose que não se exerçam pelaviolência, que tolham o direitouniversal de cidadania, que nãoobriguem ninguém com as armasdo autoritarismo ou da coerção.

A impunidade no alto escalãopara irregularidades e crimes degrosso calibre nada devem àsbarbaridades cometidas maisembaixo nas invasões de terras epatrimônios seja no meio rural ouurbano.

Tivemos no último dia 22, emBelo Horizonte, uma invasão deum patrimônio particular, sede daCompanhia Vale do Rio Doce, queresgatou da nossa triste memóriapara a realidade viva eameaçadora policiais armados atéos dentes, prontos para detonaruma reação que poria em risco a

Reféns da guerraideológica

Gerson Fernandes

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3 SINDCON-MG - Trabalho e Cidadania - Agosto/2007

Respeito aos direitos ça do Trabalhonos processos deconciliação e jul-gamento de dis-sídios coletivos.Carlos Lupi ouviupassivamente oalarmante diag-nóstico da lide-rança sindical deque não sobraaos trabalhado-res outra alterna-tiva senão a de-flagração de gre-ves para defen-dermos nossos direitos. Omotivo, ressaltado amplamentepela imprensa em geral, é aemenda 45, que proíbe os tribu-nais do trabalho de julgarem dis-sídios coletivos sem que estes

tenham ingressado na justiçacom a anuência das duas parteslitigantes. Rogério Fernandes,afirmou que esta exigência “seassemelha em pedir a um crimi-noso a autorização para que eleseja processado”, ou seja, a des-moralização crônica do “estadode direito”. Foi ainda bastanteressaltado para o ministro, queestava acompanhado doDelegado Regional do Trabalho,o sistemático descumprimento decláusulas de acordos coletivospor empresas em várias catego-rias profissionais, ficando aprática criminosa sem uma práti-ca efetiva de fiscalização de ins-tância da justiça do trabalho e deinstrumentos do próprio Ministé-rio do Trabalho e Emprego.

A ida de Carlos Lupi foi para aassinatura de um compromissoentre a Usiminas e o Sindicatodos Metalúrgicos para tentar sa-nar uma das maiores dores de

O movimento sindical brasilei-ro e os direitos constituídos pe-los trabalhadores através da Con-solidação das Leis do Trabalho(CLT) e pelos acordos coletivosestão sendo colocados em xequepelo Governo Federal, que nãosai do estágio letárgico e daparalisia nas reformas essenciaise urgentes que o País precisa.

Em recente encontro com tra-balhadores da Usiminas, em Ipa-tinga, o ministro do Trabalho eEmprego, Carlos Lupi, pôde ou-vir no meio de uma multidão umapelo veemente do presidente daForça Sindical MG, Rogério Fer-nandes, para que o governo re-gulamente urgentemente e inter-fira junto ao Congresso Nacionalpara que sejam respeitados osdireitos e a autonomia da Justi-

“A JUSTIÇA DO TRABALHO FOI AMORDAÇADA PELA EMENDA 45. É COMO PEDIR A UM CRI

Sindicalistas compareceram para cobrar postura do ministro

Dirigentes sindicais com Rinaldo (presidente da Usiminas)

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4 SINDCON-MG - Trabalho e Cidadania - Agosto/2007

no trabalhocabeça dos traba-lhadores, o relacio-namento da empre-sa com prestadoresde serviços terceiri-zados. No convênioassinado entre aUsiminas e o Sindi-pa, a maior empre-sa montou portento-sa estrutura de as-sistência médica,para estender estebenefício a trabalha-dores nas emprei-teiras. O problema,

no entanto, “é mais embaixo”. Amaior dificuldade enfrentada pe-las categorias profissionais comas empreiteiras é a contrataçãode mão de obra externa para ati-vidades consideradas fins da em-presa contratante. As contrata-ções, como vêm sendo demons-trado por ações do Ministério Pú-blico do Trabalho e da própriaDelegacia Regional do Trabalho(DRT-MG) visam substituir traba-lhadores com direitos constituí-dos em acordos coletivos e be-nefícios sociais estabelecidospela empresa por outros que pas-sam a exercer as mesmas ativi-dades em condições desumana-mente precárias, num processogradual de substituição que visaestritamente aumentar o lucrocom a pauperização do trabalha-dor. Várias empresas importan-tes, como a Cemig (MG), a Em-basa (BA) foram obrigadas a as-sinarem um Termo de Acordo de

Conduta (TAC), seobrigando a não maisfazer as contratações ir-regulares de terceiriza-dos em atividades fins.Nos acordos mais re-centes, no entanto, aterceirização vem sen-do rigorosamente ex-tinta.

MINOSO A AUTORIZAÇÃO PARA PROCESSÁ-LO”,

Explode a violênciaDois trabalhadores da FCA/CVRD (Companhia Vale do Rio

Doce) foram feitos reféns por cerca de 180 invasores no prédio daempresa no último dia 22. Depois de quatro horas de operaçõestáticas da polícia, que cercou os quarteirões da rua Sapucaí, naFloresta, em Belo Horizonte, armados de bombas, escopetas epoliciais especializados, três ônibus conduziram os presos para oDeoesp. Os invasores foram identificados como integrantes domovimento Conlutas, alguns carregando bandeiras do Movimentodos Sem Terra (MST).

e Carlos Lupi

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5 SINDCON-MG - Trabalho e Cidadania - Agosto/2007

sindicato e tememos queestrategicamente venhamdisposições de cortardireitos conquistados nosacordos coletivos e atémesmo instituídos naConsolidação das Leis doTrabalho (CLT).Precisamos nos prepararpara fortalecer a entidadesindical e para isto seráextremamente necessáriaa participação dostrabalhadores nas lutas dacategoria. Iremos

Sindicato investe na ampliação deestrutura e mobilização da categoriaO Sindicato desenvolve

obras de ampliação dasua estrutura física paraatender melhor ostrabalhadores associados.Estão sendo construídosespaços amplos paraatividades recreativas,com banheiros, além deum salão onde poderãoser realizadas asassembléias da categoria,além de reuniões,treinamentos e até mesmoinstalada estrutura paracursos de qualificaçãoprofissional e laboratóriode inclusão digital.

O presidente doSINDCON-MG, GersonFernandes, afirma que aentidade vem sepreparando para ampliarsua representação noatendimento aostrabalhadores, parasanar problemas quese avolumam emprejuízo à categoria:“As propostas quesempre tramitam noCongresso Nacionalprocuram dificultar aorganização dostrabalhadores em

desenvolver campanhasde sindicalização e deorientação sobre osdireitos no trabalho, alémde alertar quais asconquistas que aorganização patronal maisse insinua em cortar.Investimos na estruturado Sindicato exatamentepara isto, para ampliar oquadro de profissionaisespecializados para oatendimento dostrabalhadores e darsuporte à direção daentidade nos processosde negociações”. Gersonalerta para a “necessidadeda sindicalização e estaráorientando todos osdiretores e multiplicadorespara ampliar amobilização da categoria”.

Gerson mostra os investimentos para dar assistência aos associados

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6 SINDCON-MG - Trabalho e Cidadania - Agosto/2007

Negociações coletivas alcançam ganho realAs negociações de reajustes salariais do primeiro se-

mestre de 2007 entre 280 categorias pesquisadas pelo SAS(Sistema de Acompanhamento de Salários) - Dieese (Depar-tamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconô-micos) apresentaram resultados muito positivos aos traba-lhadores. Quase a totalidade (97%) das 280 unidades denegociação registradas entre janeiro e junho deste ano foicapaz de recompor as perdas salariais acumuladas desde aúltima data-base com reajustes salariais iguais ou superio-res à variação do INPC (Índice Nacional de Preços ao Con-sumidor), medido pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geogra-fia e Estatística).

Relatório do Dieese“Este cenário é praticamente idêntico ao observado no

mesmo período de 2006, quando 96% do total de negocia-ções atingiram esse resultado. O empenho do movimentosindical em assegurar melhores condições de remuneraçãotem trazido bons resultados. Desde 2004 aumenta gradati-vamente a proporção de negociações que conquistam au-mentos reais no momento da data-base. A série histórica doSAS-DIEESE revela que, entre 1996 e 2003, somente em1996 e 2000, mais de 50% das negociações analisadasgarantiram ganhos reais do poder de compra dos

Suplycio brasileiro

trabalhadores. Os resultados apurados no primeiro semestrede 2007 apontam que este deverá ser o quarto ano consecu-tivo em que serão assegurados ganhos reais para mais dametade das unidades de negociação estudadas” O Dieese

ressalta que “o desempenho daeconomia brasileira – mesmo

e m ritmo insuficiente – e o con-trole da inflação em baixosp a t a - mares têm contribu-

ído de forma deci-siva para essesresultados.”

Distribuição dos reajustes salariais em comparaçãocom o INPC-IBGE, por setor econômicoBrasil – janeiro a junho de 2007

Um general ex-presidente da República, tão falecidoquanto a ditadura militar, chegou a dizer que o Brasil “é o melhorlugar do mundo para se viver, pois não tinha terremoto, vulcãoe maremoto”.

A tragédia brasileira sempre foi material abundante parailustrar o bom humor do nosso povo, que ironiza a desgraçaalheia e a própria como uma espécie de anestésico parasuportá-la.

Cabe aos instrumentos de luta social fazer a leitura destanossa realidade, para que possamos colaborar com umaformação de consciência, em que o livre pensar seja estimuladopela releitura dos fatos e livrando a população da interpretaçãoexclusiva da grande imprensa, que normalmente está a serviçodo poder estabelecido.

Estaremos sempre reproduzindo ou comentando nesteespaço acontecimentos que passam a fazer parte de formamarcante dos registros que ficam para a história e que setransformam em referência para entender melhor a realidadedo nosso País. Nesta edição, fazemos uma moldura deinterpretações da infeliz declaração da ministra Marta Suplicysobre as providências que deveríamos tomar quando formosenfrentar o caos que se tornaram os aeroportos brasileiros.