jornal cavh

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Eleições para diretoria da Faculdade no 2º semestre: falta de democracia Nesse ano teremos um acontecimento de muita importância, que irá influenciar a Cásper pelos próximos 4 anos: eleições para a diretoria da Faculdade. Essa eleição, que poderia ser uma chance para mudar os rumos que nossa faculdade vem tomando, na verdade, é mais um acon- tecimento de fachada do que uma oportu- nidade para reflexões e mudanças. Eleições ou “governos biônicos” Além das eleições acontecerem apenas de quatro em quatro anos - o que faz com que os estudantes só vejam uma eleição em sua vida acadêmica (na USP, por exemplo, há eleições a cada 3 anos para reitor), os direto- res são escolhidos diretamente pela Funda- ção, que é a Mantenedora da Cásper. Na re- alidade, é eleita uma lista tríplice para cada cargo (diretor e vice), e depois a Fundação escolhe os dois que achar melhor. Mas esses são apenas alguns dos proble- mas do funcionamento da Cásper. Além dessa falta de democracia, existe a questão da autonomia pedagógico-financeira. Esse tipo de autonomia, que existe na maior parte das universidades públicas, serve para que ela não fique refém de algum governo de turno ou gestor, no caso das faculdades particulares. A autonomia serve para que os próprios debates na comunidade aca- dêmica ditem seu funcionamento. Só que aqui na Cásper, o que seria uma aparente abertura para os estudantes nos órgãos de deliberação se transforma em... Nada. Veja o que diz o regimento interno da Fa- culdade no artigo nº 92, o que demonstra que na prática a Fundação comanda tudo: “Dependem da aprovação da Mantene- dora as decisões dos órgãos colegiados e complementares que importem aumento de despesas”. Representação de verdade Teoricamente os representantes discentes participam das decisões da faculdade, ape- sar de que seja numa proporção totalmente desigual. O órgão máximo de decisões da Instituição é a Congregação: ela é composta por todos os professores da faculdade, pelo diretor e o vice, mas apenas 2 funcionários da Faculdade e 8 alunos - que participam também das 4 coordenadorias de curso. Por isso, temos que lutar por uma real mudança no regimento da Cásper que con- quiste a autonomia pedagógico-financeira e democracia através desses órgãos de re- presentação. Esses órgãos devem funcionar através da paridade (participação equitati- va) dos 3 setores da faculdade: professores, funcionários e estudantes. Muito dinheiro... No ano passado, veio à tona um escândalo de enormes proporções: a Fundação Cásper Líbero era uma das dez maiores devedoras de IPTU para a prefeitura: R$ 24 milhões. Uma CPI feita na Câmara dos vereadores foi montada e o CAVH esteve presente em algu- mas dessas reuniões. Na Câmara, soubemos que a Fundação Cásper Líbero perdeu seu ca- ráter de filantropia entre outros motivos por- que “verificou-se a distribuição disfarçada de lucros através dos altos salários dos diretores”. A situação é ainda mais agravante se obser- varmos o argumento de que a Faculdade traz prejuízos para a Fundação. De acordo com os dados dessa CPI, a Fundação fatura R$ 120 milhões anuais, com receitas da Faculdade, TV, rádio, site e locação de imóveis. Isso de- monstra que a Fundação está indo na contra- mão de seu próprio fundador, Cásper Líbero, que especificou em seu testamento que a Fa- culdade deveria ser mantida pela Fundação. A própria faculdade já chegou a ser gratuita antigamente. Mensalidades Jornal do CAVH - maio 2010 - nº 3 •http://blogcavh.wordpress.com/ • twitter.com/ca_casper • [email protected][email protected] O AV SSO E Centro Acadêmico Vladimir Herzog A falta de autonomia pedagógica da Faculdade em relação à Fundação e a falta de democracia para decidir os rumos da Cásper estão por trás dos problemas de mensalidades, estrutura, grade curricular e mercantilização do ensino As notícias que vimos dos últimos anos apontam que Lula está fazendo grandes investimentos na área da Educação. Mas essa aparência se desfaz quando vemos seus projetos mais de perto. Uma das principais políticas do governo Lula para a educação privada é o PROUNI, sistema que concede bolsas em universidades particulares em troca de isenção de im- postos. Acontece que essa política é feita para privilegiar os empresários da educa- ção (apelidados de tubarões do ensino). Como o ensino privado estava enfren- tando uma grande crise devido à expan- são desenfreada, com vagas ociosas e inadimplência de estudantes, o governo encontrou essa “jeitinho” de repassar dinheiro para esses empresários. De quebra, Lula ainda retira investimentos das universidades públicas. De acordo com o professor da Universidade Fe- deral do Rio de Janeiro (UFRJ) e ex- presidente da Associação Nacional dos Docentes de Ensino Superior (ANDES), Roberto Leher, “o PROUNI é uma bóia de salvação do Ensino Pago”. Lula poderia muito bem investir de fato em Educação de qualidade. Ao invés dis- so, precariza as universidades públicas e privilegia as particulares, que sabemos serem bastante inferiores em relação à qualidade de ensino e de acesso. Governo Lula repete FHC e privilegia empresários da Educação Nos últimos anos, ocorreram aumentos sucessivos de mensaliades acima da infla- ção. Só nos últimos dois anos, as mensali- dades chegaram a subir 15% como reflexo da crise econômica. Se observarmos os índices de reajustes anuais e a inflação do período (de acordo com o regi- mento, os aumentos são balizados pelo índice IGP-M), pode-se observar que nos últimos 4 anos as mensalidades subiram 7%, o que sig- nifica, ao final de um ano, aproximadamente R$821 a mais por aluno. Se pegarmos um pe- ríodo um pouco mais longo, poderemos ver como a situação é problemática. Desde 2000 a inflação subiu 87,60% e nossa mensalida- de subiu 150,77%. Hoje as mensalidades de PP, RP e Jo, que custam R$978,02, poderiam custar R$875. Ou seja, cada aluno perde cerca de R$1236 por ano! Isso sem falar dos preços do curso de RTV que hoje é o mais caro da faculdade, R$1261,75 e não possui estrutura suficiente. Muitos alunos têm que procurar cursos fora da Cásper para poder entrar no mercado de trabalho. O problema não é só o aumento das men- salidades. Estamos perdendo cada vez mais qualidade e estrutura. As nossas salas de aula estão cada vez mais cheias e sem estrutura para acomodar a todos com conforto, até mesmo porque aumentou o número de alu- nos em sala de aula. Nem todas as salas têm equipamentos necessários para atender às ne- cessidades dos professores. E ainda perdemos a lanchonete do 6º andar e o vestiário! Por isso tudo, nós queremos: Audiência Pública com a Fundação; Democracia e autonomia na Faculdade; Por uma representação paritária entre professores, funcionários e estudantes; Melhoria de estrutura na Faculdade; Transparência nas contas e controle das finanças pela própria Faculdade; Por reformas no regimento; Pela união dos estudantes da Cásper Líbero! Conselho de Representantes dia 17, às 20h40, no CAVH O CAVH está convocando reuniões de estu- dantes que podem fazer com que o movimento avance Casper. Nesta segunda-feira, dia 17, os estudantes se reunirão no Conselho de Repre- sentantes para discutir e deliberar sobre os pro- blemas e dificuldades sentidos nas salas de aula e na faculdade, tais como laboratórios, grade cur- ricular, estrutura, alimentação, xerox e bibliote- ca, além de temas mais gerais, tais como demo- cracia, eleições para a diretoria e mensalidades. Esperamos que todos os representantes de sala e candidatos à representação nos órgãos colegia- dos que apareçam para discutirmos juntos os rumos da Cásper. Reunião na 2ª feira, dia 17, irá deliberar sobre eleições de representantes, participação estudantil no Congresso da Conlutas e eleição do Centro Acadêmico, entre outros assuntos

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Jornal do Centro Acadêmico Vladimir Herzog - Faculdade Cásper Líbero

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Page 1: Jornal CAVH

Eleições para diretoria da Faculdade no 2º semestre: falta de democracia

Nesse ano teremos um acontecimento de muita importância, que irá influenciar a Cásper pelos próximos 4 anos: eleições para a diretoria da Faculdade.

Essa eleição, que poderia ser uma chance para mudar os rumos que nossa faculdade vem tomando, na verdade, é mais um acon-tecimento de fachada do que uma oportu-nidade para reflexões e mudanças.

Eleições ou “governos biônicos”Além das eleições acontecerem apenas de

quatro em quatro anos - o que faz com que os estudantes só vejam uma eleição em sua vida acadêmica (na USP, por exemplo, há eleições a cada 3 anos para reitor), os direto-res são escolhidos diretamente pela Funda-ção, que é a Mantenedora da Cásper. Na re-alidade, é eleita uma lista tríplice para cada cargo (diretor e vice), e depois a Fundação escolhe os dois que achar melhor.

Mas esses são apenas alguns dos proble-mas do funcionamento da Cásper. Além dessa falta de democracia, existe a questão da autonomia pedagógico-financeira. Esse tipo de autonomia, que existe na maior parte das universidades públicas, serve para que ela não fique refém de algum governo de turno ou gestor, no caso das faculdades particulares. A autonomia serve para que os próprios debates na comunidade aca-dêmica ditem seu funcionamento. Só que aqui na Cásper, o que seria uma aparente abertura para os estudantes nos órgãos de deliberação se transforma em... Nada.

Veja o que diz o regimento interno da Fa-culdade no artigo nº 92, o que demonstra que na prática a Fundação comanda tudo:

“Dependem da aprovação da Mantene-dora as decisões dos órgãos colegiados e complementares que importem aumento de despesas”.

Representação de verdade

Teoricamente os representantes discentes participam das decisões da faculdade, ape-sar de que seja numa proporção totalmente desigual. O órgão máximo de decisões da Instituição é a Congregação: ela é composta por todos os professores da faculdade, pelo diretor e o vice, mas apenas 2 funcionários da Faculdade e 8 alunos - que participam também das 4 coordenadorias de curso.

Por isso, temos que lutar por uma real mudança no regimento da Cásper que con-quiste a autonomia pedagógico-financeira e democracia através desses órgãos de re-presentação. Esses órgãos devem funcionar através da paridade (participação equitati-va) dos 3 setores da faculdade: professores, funcionários e estudantes.

Muito dinheiro...No ano passado, veio à tona um escândalo

de enormes proporções: a Fundação Cásper Líbero era uma das dez maiores devedoras de IPTU para a prefeitura: R$ 24 milhões.

Uma CPI feita na Câmara dos vereadores foi montada e o CAVH esteve presente em algu-mas dessas reuniões. Na Câmara, soubemos que a Fundação Cásper Líbero perdeu seu ca-ráter de filantropia entre outros motivos por-que “verificou-se a distribuição disfarçada de lucros através dos altos salários dos diretores”.

A situação é ainda mais agravante se obser-varmos o argumento de que a Faculdade traz prejuízos para a Fundação. De acordo com os dados dessa CPI, a Fundação fatura R$ 120 milhões anuais, com receitas da Faculdade, TV, rádio, site e locação de imóveis. Isso de-monstra que a Fundação está indo na contra-mão de seu próprio fundador, Cásper Líbero, que especificou em seu testamento que a Fa-culdade deveria ser mantida pela Fundação. A própria faculdade já chegou a ser gratuita antigamente.

Mensalidades

Jornal do CAVH - maio 2010 - nº 3 •http://blogcavh.wordpress.com/ • twitter.com/ca_casper • [email protected][email protected] Centro AcadêmicoVladimir Herzog

O AV SSOECentro AcadêmicoVladimir Herzog

A falta de autonomia pedagógica da Faculdade em relação à Fundação e a falta de democracia para decidir os rumos da Cásper estão por trás dos problemas de mensalidades, estrutura, grade curricular e mercantilização do ensino

As notícias que vimos dos últimos anos apontam que Lula está fazendo grandes investimentos na área da Educação. Mas essa aparência se desfaz quando vemos seus projetos mais de perto. Uma das principais políticas do governo Lula para a educação privada é o PROUNI, sistema que concede bolsas em universidades particulares em troca de isenção de im-postos. Acontece que essa política é feita para privilegiar os empresários da educa-ção (apelidados de tubarões do ensino).

Como o ensino privado estava enfren-tando uma grande crise devido à expan-são desenfreada, com vagas ociosas e inadimplência de estudantes, o governo

encontrou essa “jeitinho” de repassar dinheiro para esses empresários. De quebra, Lula ainda retira investimentos das universidades públicas. De acordo com o professor da Universidade Fe-deral do Rio de Janeiro (UFRJ) e ex-presidente da Associação Nacional dos Docentes de Ensino Superior (ANDES), Roberto Leher, “o PROUNI é uma bóia de salvação do Ensino Pago”.

Lula poderia muito bem investir de fato em Educação de qualidade. Ao invés dis-so, precariza as universidades públicas e privilegia as particulares, que sabemos serem bastante inferiores em relação à qualidade de ensino e de acesso.

Governo Lula repete FHC e privilegia empresários da Educação

Nos últimos anos, ocorreram aumentos sucessivos de mensaliades acima da infla-ção. Só nos últimos dois anos, as mensali-dades chegaram a subir 15% como reflexo da crise econômica.

Se observarmos os índices de reajustes anuais e a inflação do período (de acordo com o regi-mento, os aumentos são balizados pelo índice IGP-M), pode-se observar que nos últimos 4 anos as mensalidades subiram 7%, o que sig-nifica, ao final de um ano, aproximadamente R$821 a mais por aluno. Se pegarmos um pe-ríodo um pouco mais longo, poderemos ver como a situação é problemática. Desde 2000 a inflação subiu 87,60% e nossa mensalida-de subiu 150,77%. Hoje as mensalidades de PP, RP e Jo, que custam R$978,02, poderiam custar R$875. Ou seja, cada aluno perde cerca de R$1236 por ano! Isso sem falar dos preços do curso de RTV que hoje é o mais caro da faculdade, R$1261,75 e não possui estrutura suficiente. Muitos alunos têm que procurar cursos fora da Cásper para poder entrar no

mercado de trabalho.O problema não é só o aumento das men-

salidades. Estamos perdendo cada vez mais qualidade e estrutura. As nossas salas de aula estão cada vez mais cheias e sem estrutura para acomodar a todos com conforto, até mesmo porque aumentou o número de alu-nos em sala de aula. Nem todas as salas têm equipamentos necessários para atender às ne-cessidades dos professores. E ainda perdemos a lanchonete do 6º andar e o vestiário!

Por isso tudo, nós queremos:Audiência Pública com a Fundação;Democracia e autonomia na Faculdade;Por uma representação paritária entre

professores, funcionários e estudantes;Melhoria de estrutura na Faculdade;Transparência nas contas e controle das

finanças pela própria Faculdade;Por reformas no regimento;Pela união dos estudantes da Cásper

Líbero!

Conselho de Representantes dia 17, às 20h40, no CAVH

O CAVH está convocando reuniões de estu-dantes que podem fazer com que o movimento avance Casper. Nesta segunda-feira, dia 17, os estudantes se reunirão no Conselho de Repre-sentantes para discutir e deliberar sobre os pro-blemas e dificuldades sentidos nas salas de aula e na faculdade, tais como laboratórios, grade cur-

ricular, estrutura, alimentação, xerox e bibliote-ca, além de temas mais gerais, tais como demo-cracia, eleições para a diretoria e mensalidades.

Esperamos que todos os representantes de sala e candidatos à representação nos órgãos colegia-dos que apareçam para discutirmos juntos os rumos da Cásper.

Reunião na 2ª feira, dia 17, irá deliberar sobre eleições de representantes, participação estudantil no Congresso da Conlutas e eleição do Centro Acadêmico, entre outros assuntos

Page 2: Jornal CAVH

Também no ano passado, os alunos de RTv se reuniram para tentar resolver alguns problemas da Cásper. Tudo começou quando o pessoal ficou sem poder usar laboratórios porque o pessoal de Jô estava usando para fazer o curso da NBC, que tem todo fim de ano. Nada contra o pessoal, mas já temos falta de material suficiente no dia-a-dia. Tem uma galera que tem até que fazer cursos em outros lugares para poder entrar no mercado de trabalho. Aí fica difícil!

Chega dessa história de “RTv se vira, faz em casa, edita em casa, tem câmera própria”. Não são todos que têm condições para realizar seus trabalhos com equipamentos próprios, e mesmo se fossem, não pagamos esta pequena mensalidade pelas aulas teóricas.

Jô: estrutura para conseguir estudar

RTv: mais mensalidade,

mesmos problemas

Cásper: a luta em todos os cursos

RPPP JO

RTv

A primeira impressão que a Cás-per passa para os alunos assim que estes começam o primeiro ano é de que, por ser esta uma faculdade de comunicação, existe um diálogo en-tre a diretoria e os alunos. Mas não é isso o que acontece. Na questão das catracas, há um impedimento muito ri-goroso para a entrada de não-alunos na faculdade. Qualquer estudante que tenta entrar com um amigo que se in-teresse pela estrutura da Cásper é pu-nido sem nenhuma chance de explicar o ocorrido. O tal “delito” está previsto no Manual do Aluno. Mas basta uma

leitura na parte do documento referen-te às carteirinhas para invalidar a ati-tude da faculdade, que suspende os alunos por três dias atomaticamente: “Será PASSIVEL de punição o aluno que ceder sua carteira de estudante ou tomar emprestada a carteira de terceiros para ingressar no edifício da Fundação.”

E temos que ficar espertos porque em outras Faculs isso também está acontecendo. Já querem colocar ca-traca no Mackenzie e na PUC. Nós que sabemos como isso é ruim temos que levar esse debate!

É impressionante: parece que a cada semana a Cásper se esforça mais para atrapalhar a vida dos estudantes. Depois de acabar com o acúmulo de cotas para xerox, que a galera usava no TCC, agora censuraram o acesso a blogs.

Quem quiser fazer uma pesquisa, utilizar os blogs dos professores ou mesmo procurar alguma coisa interessante nessa ferramenta, utilizada por todos os comunicadores, tem uma cota de 3 acessos de 10 minutos.

Ou seja, você entra em 3 blogs por 10 minutos e já era. Depois a gente até consegue dar uma “muquiada” e achar um jeito de logar de novo ou em alguma ferramenta do google.

Mas o que eles ganham com isso? Parece que só querem prejudicar os alunos a qualquer preço. Ou melhor, será que com essa medida eles não querem restringir o acesso para que diminua a quantidade de pessoas no laboratório, já que a oferta de computadores é insuficiente?

Censura casperiana II: a missão

À Fundação Cásper Líbero Esta carta tem como intuito enumerar algumas re-

correntes falhas na estrutura da Faculdade Cásper Lí-bero que prejudicam o curso e o aprendizado.

Nós, enquanto alunos de jornalismo, nos sentimos lesados com a falta de aparelhagem técnica disponí-vel. Entre os muitos defeitos que podem ser apontados, três nos incomodam de forma mais direta e precisam ser resolvidos com mais rapidez.

O primeiro trata-se da falta de ventilação no quinto andar. Algumas salas são insuportavelmente quentes, impossibilitando a própria aula. Compreendemos que a fiação muito antiga impede que aparelhos de ar-condicionado sejam instalados, mas nos reunimos e elencamos algumas possibilidades que nos parecem viáveis para contornar este impasse. Há salas, como as 3, 4 e 5 que têm suas janelas lacradas, o que dificulta a circulação de ar e potencializa o calor. Além disso, os poucos ventiladores instalados nas salas de aula se

encontram em estado precário, sendo muitos deles ineficientes. Desta forma, não só a manutenção, mas também a aquisição de mais ventiladores para as salas do quinto andar são soluções viáveis e alternativas ao problema da fiação antiga.

O segundo é a falta de internet sem fio no quinto andar. Sendo uma faculdade voltada para o estudo de Comunicação, é impensável e incoerente o fato de não disponibilizarem internet wireless para os alunos em todo o quinto andar. Para evitar congestionamentos nos laboratórios de redação, muitos já preferem levar o próprio notebook, mas esbarram na dificuldade de falta de conexão. O número de computadores dispo-níveis para os alunos não supre a demanda, e aqueles que tentam “contribuir” (trazendo o próprio laptop de casa) não conseguem realizar as tarefas por um proble-ma de fácil resolução.

O terceiro refere-se à precária situação em que se en-contram as impressoras / máquinas de xerox do 5o.

andar. Nos dias em que precisamos fazer trabalhos que precisam ser impressos para que sejam entregues, é certo que se formará uma fila enorme que demora a andar por conta de defeitos que toda hora acontecem nessas máquinas. Muitas vezes os alunos esperam por muito tempo na fila para chegar a certo ponto em que são avisados que preciso reenviar o trabalho para ser impresso, pois ele foi perdido. A impressora deu defei-to. Isso é inaceitável diante do preço da mensalidade, aliás, anualidade.

É preciso atentar que estes não são os nossos únicos argumentos ou exemplos e, caso seja necessária uma reunião para que este assunto seja discutido com mais profundidade, estamos à disposição.

Temos um único objetivo com essa carta: a melhoria no ensino desta faculdade, o que acreditamos ser uma meta em comum.

Os alunos de Jornalismo já começaram a se movimentar para discutir os problemas do curso. Além de problemas na grade curricular, encon-tram problemas na estrutura. Por isso, elaboraram uma carta/ abaixo-as-sinado pedindo mudanças na ventilação, xerox, laboratórios e wireless.

O abaixo-assinado será passado nas salas de aula e pode ser feito também por outros cursos. A ideia é fortalecer o movimento no Conselho de Representantes desta segunda-feira. Cada sala deve eleger seu re-presentante para a reunião. Força Cásper!

Em publicidade temos uma curiosa disputa física com a Fundação. Até o ano de 2007 tínhamos uma lanchonete no nosso andar! Sim, o rápido intervalo de dez minutos até que nos permitia menos correria e menos fi-las para nos alimentarmos. Para quem tem curiosidade de saber onde ficava a cantina basta olhar para o escritório do BestShop TV, programa que traz bons lucros para a Fundação e para a Gazeta. Além da lan-chonete, perdemos outro espaço importan-te: os vestiários dos atletas que treinam na quadra.

O que aconteceu com esse vestiário? Tornou-se um banheiro exclusivo para os funcionários desse mesmo escritório de Telemarketing do BestShop TV. E tam-bém existe um pequeno problema que traz incômodos durante as aulas que é a falta de equipamentos como um simples datashow que na Kalunga custa apenas 10x de R$ 239,90 s/ juros no cartão.

PP: braço de ferro

Censura casperiana I: a catraca

Page 3: Jornal CAVH

Semana democrática

RPPP JO

RTv

Movimento Estudantil nacionalEm debate: reorganização dos movimentos sociais

Desde os anos 30, o movimento estudantil brasi-leiro teve a União Nacional dos Es-tudantes (UNE) como sua principal representante. Lutas importantes foram encabeçadas pela entidade, como nos anos de chumbo da di-tadura e na campanha “O Petróleo é nosso”. Porém, com a ascensão do Governo Lula, a en-tidade que já vinha de um processo de burocra-tização, vinculou-se ao governo, colocando todo e qualquer projeto do go-verno acima dos interesses reais dos estudantes.

Contudo, apesar deste ce-nário, os estudantes continuaram suas lutas e aprofundaram debates sobre a necessidade de uma alternativa nacio-nal que pudesse lutar de fato pelos in-teresses dos estudantes.

Assim, os estudantes organizaram um Congresso Nacional de Estudan-tes, em julho do ano passado, para que pudésssemos fundar uma nova ferramenta de luta. Surgiu, então, a Assembléia Nacional dos Estudantes - Livre, a ANEL.

Com a necessidade da criação de uma alternativa à UNE, que já não cumpre mais o papel de realizar as lutas do movimento, a ANEL busca edificar-se como uma entidade representativa e independente na organização das lutas do estudante e de suas reivindicações.

Livre de vínculos com o governo e partidos políticos (apesar da participa-ção destes), a ANEL vem sendo cons-truída de forma heterogênea, o que confere uma pluralidade fundamental no movimento estudantil.

Apesar de recente, a entidade já soma uma significativa experiência nas lutas dos estu-dantes e em apoio aos trabalhadores, resga-tando o caráter combativo e reivindicatório que o movimento estudantil precisa.

Além dos muros da universidadeA ANEL é filiada à Coordenação Nacio-

nal de Lutas (Conlutas), entidade sindical que nasceu em oposição à Central Única dos Trabalhadores (CUT) e sua cooptação pelo governo petista, num porocesso análo-go ao da UNE com o governo.

Nos últimos 4 ou 5 anos, a Conlutas este-ve presente em praticamente todas as lutas e greves de trabalhadores que defendiam seus direitos contra ataques do governo ou mes-mo de empresários.

Entre os dias 3 e 6 de junho, em Santos, ocorrerá mais um importante passo para o processo de reorganização dos trabalhadores e estudantes: haverá o 2º Congresso da Con-lutas (dias 3 e 4) e logo em seguida um ou-

tro, de Unificação (nos dias 5 e 6), para que a Conlutas se unifique com outras centrais sin-dicais e movimentos que se mantiveram do lado dos trabalhadores após o governo Lula. Participarão desse Congresso de Unificação a Intersindical, o Movimento dos Trabalha-dores Sem Teto (MTST), o Movimento Ter-ra, Trabalho e Liberdade (MTL), a Pastoral Operária, entre outros movimentos.

A unificação é fundamental para estancar a fragmentação da esquerda que se opõe ao governo Lula e potencializar as lutas popu-lares. A participação dos estudantes é um tema recorrente e as entidades divergem quanto à questão. Porém é inegável a im-portância do movimento estudantil como movimento social, enquanto ferramenta de luta combativa e vinculada aos interesses da classe trabalhadora, o que pode fortale-cer ainda mais a nova central.

O debate sobre o movimento estudantil, bem como os movimentos sociais em geral, é de fundamental importância para o CAVH,

pois as lutas dos estudantes têm que se fun-damentar em bases políticas sólidas e não podem se restringir às pautas da Faculdade. O CAVH, que está aberto a todos para a dis-cussão desses temas, almeja ampliar a com-preensão crítica dos estudantes em relação à sociedade e à política e fomentar o debate nesses eixos, o que é essencial para a forma-ção humana e social em uma universidade.

O CAVH enviará observadores a esses dois Cogressos como forma de fortalecer a unidade entre estudantes e trabalha-dores. Além disso, no dia 5, haverá uma plenária chamada pela ANEL e pela esquerda da UNE. Nela pretendemos debater as lutas e a reorganização. Não há momento melhor para isso, já que es-taremos todos presentes no Congresso de Unificação. Assim como a Anel, a es-querda da UNE também dispõe de 120 vagas de observadores a esse congresso. É hora de ir para base discutir o congres-so e preparar a Plenária de Santos.

Manifestação pelo fora Sarney (esq.) e Assembleia Nacional da Anel, realizada

no campus da UFRJ(dir.). Enquanto a UNE e a CUT se atrelaram ao governo, essas entidades continuaram dos lados dos trabalhadores e juventude

Como a gente pode presenciar aqui na faculdade, sem a democracia não pode-mos modificar nada do que achamos importante. E na sociedade isso não é diferente! O aprofundamento desse tema é bastante importante, principalmente para futuros comunicadores sociais.

Faremos, através do CAVH, a “Se-mana Democrática”, que serão alguns dias voltados para discussões sobre o que está acontecendo no mundo. De abertura, teremos uma palestra com um antigo professor da casa, Arbex, que falará sobre “Democracia na Co-

municação”, além de palestras sobre a Palestina, com uma refugiada de lá, além de uma estudante da Cásper que estuda sobre o tema. Também discuti-remos sobre o Haiti, com um estudan-te da Unicamp que esteve lá no dia do terremoto. Para finalizar com chave de

ouro passaremos um documentário so-bre Vladmir Herzog com o diretor do filme Vlado!

Divulgaremos as datas e o lugar das palestras nos murais do CAVH e dos cursos em breve. Não percam!

Page 4: Jornal CAVH

LibertaCult

I

Poesia se faz da vontade de quebrar palavra

de comer e cuspir palavra manchando o branco do papel.

De água minha palavra desfaz

a fibra e a forma

só não tinge de carmim a imaculada

alva folha.

II

Poesia se faz da vontade de juntar palavras

aleatoriamente no espaço a ver se formam asas.

Costurar palavra, tecer cada ponto

tramando um pano ultra-planando.

Só não me alça do simples

(a intocada, alta

asa) chão.

(ou seria o contrário?)

O “Liberta Cult” é a coluna dedicada a assun-tos sobre cultura geral e como ela está difundi-da socialmente. É o lugar das idéias, das críti-cas culturais, poesias, imagens e manifestações artísticas do mundo e dos próprios estudantes. Incentivar a integração artístico-cultural, entre

os alunos que se interessam por cultura, e que são favoráveis a publicação dos trabalhos feitos por artistas e escritores, por enquanto amado-res, é o nosso foco principal.

O CAVH acredita que o estudante de hoje apresenta uma necessidade muito grande de

poder se expressar livremente e encontrar um lugar ideal para que isso ocorra sem ser repri-mido ou usufruir de vandalismo para tal. As portas estão abertas aos mais diversos mani-festos culturais-Lutamos pela Liberdade de Expressão!

Nesta edição você encontra:

-“Reversos”- poema;-“Gigante”- pastel em tela;- “Homenagem à Vlado” - fotografia.

“Gigante” – Fernanda Coppedê

estudante de Relações Públicas da Faculdade Cásper Líbero.

GIGaNTE

“REversos”- Livia Galeote e Tiago Bentivoglio; estudantes de Letras da

Universidade de São Paulo Homenagem à Vlado – Lee Petrus

estudante de Jornalismo da Faculdade Cásper Líbero.

Calendário de lutas

CineCaVH

A seção de cultura do Avesso é um espaço para todo o tipo de discussões. Nessa primeira edição do LibertaCult, trazemos poesias, fotos e pinturas. Não esqueça que no blogcavh.wordpress.com você pode ver mais discussões. O nosso email é: [email protected]

Reversos

O CineCAVH está chegando com mais filmes. Agora, trazemos Sacco e Vanzetti, sobre o julgamento de anarquistas dos EUA e A Batalha do Chile, excelente documentário sobre o processo de revolução chilena, a organização dos trabalhadores e o golpe de Pinochet

TeatroNosso grupo está ficando cada vez mais fortalecido e

com mais pessoas interessadas aparecendo nas reuniões! As aulas acontecem de terça-feira ao meio dia e às 17h na sala 6 do 6º andar. Requisito: ser um amante do teatro!

Email para contato: [email protected] [email protected]

Homenagem à VLaDO

22/05 - Sarau do CAVH

3 a 6/06 - Congresso da Conlutas e de Unificação

27/05 - Festa reabertura do CAVH!16/05 - Conselho de Representantes18/05 - Eleições para Representantes Discentes