jornal da adufrj - ssind - edição 843

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Andes-SN Ano XIII n o 843 5 de maio de 2014 Central Sindical e Popular - Conlutas Jornal da Seção Sindical dos Docentes da UFRJ www.adufrj.org.br Estudantes de novos cursos organizam uma agenda de reivindicações para resolver problemas. Página 4 Encarte do Andes-SN expõe a pauta do Encontro Nacional de Educação Protesto Marcha a Brasília Manifestações programadas para terça- feira (6) e quarta-feira (7) se destacam esta semana na agenda de atividades aprovada em reunião do Setor das Instituições Federais de Ensino Superior (IFES) do Andes-SN. Página 2 No debate da regulamentação interna sobre promoção e progressão docente, uma proposta articulada por alguns decanos e professores da Coppe versa sobre a promoção exclusivamente para a classe dos professores Titulares. Essa articulação tem ignorado os trabalhos da Comissão Permanente de Pessoal Docente (CPPD), instância competente para fazer a discussão. O Conselho Universitário vai decidir sobre o assunto na sessão do dia 22 de maio. Página 3 Dieese Corrosão inflacionária submete salários Estudos feitos pelo Dieese a pedido do Andes-SN revelam que a remuneração de grande parte dos docentes das Ifes sofre desvalorização. Página 5 Uma marcha de manifestantes na Av. Brasil marcou o 1º de Maio no Rio de Janeiro. Eles se deslocaram Mobilizados REGULAMENTAÇÃO DA CARREIRA Consuni vai tratar só dos Titulares? 1º de Maio sitiado do trecho na altura da Fundação Oswaldo Cruz até a favela Baixa do Sapateiro, uma das que integram o Complexo da Maré. O conjunto de favelas, como se sabe, está sob ocupação militar desde o início de abril. No protesto, representantes de sindicatos e do movimento social pediram o fim da ocupação e a desmilitarização da Polícia Militar. PAINEL ADUFRJ. Página 7 UFRJ EBA abre série sobre condições de trabalho O Jornal da Adufrj inicia uma série de reportagens para mostrar as precárias condições de trabalho que transformam o dia a dia numa maratona de dificuldades. Página 8 Silvana Sá - 29/04/2014 Samuel Tosta - 1º /05/2014

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Jornal da Adufrj - SSind - Edição 843

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Andes-SN Ano XIII no 843 5 de maio de 2014 Central Sindical e Popular - Conlutas

Jornal da Seção Sindical dos Docentes da UFRJ

www.adufrj .org.br

Estudantes de novos cursos organizam uma agenda de reivindicações para resolver problemas. Página 4

Encarte do Andes-SN expõe a pauta do Encontro Nacional de Educação

ProtestoMarcha a BrasíliaManifestações programadas para terça-feira (6) e quarta-feira (7) se destacam esta semana na agenda de atividades aprovada em reunião do Setor das Instituições Federais de Ensino Superior (IFES) do Andes-SN. Página 2

No debate da regulamentação interna sobre promoção e progressão docente, uma proposta articulada por alguns decanos e professores da Coppe versa sobre a promoção exclusivamente para a classe dos professores Titulares. Essa articulação tem ignorado os trabalhos da Comissão Permanente de Pessoal Docente (CPPD), instância competente para fazer a discussão. O Conselho Universitário vai decidir sobre o assunto na sessão do dia 22 de maio. Página 3 Dieese

Corrosão inflacionária submete saláriosEstudos feitos pelo Dieese a pedido do Andes-SN revelam que a remuneração de grande parte dos docentes das Ifes sofre desvalorização.Página 5

Uma marcha de manifestantes na Av. Brasil marcou o 1º de Maio no Rio de Janeiro. Eles se deslocaram

Mobilizados

REGULAMENTAÇÃO DA CARREIRA

Consuni vai tratar só dos Titulares?

1º de Maio sitiado

do trecho na altura da Fundação Oswaldo Cruz até a favela Baixa do Sapateiro, uma das que integram o Complexo da Maré. O conjunto de favelas, como se sabe, está sob ocupação militar desde o início de abril. No protesto, representantes de sindicatos e do movimento social pediram o fim da ocupação e a desmilitarização da Polícia Militar. PAINEL ADUFRJ. Página 7

UFRJEBA abre série sobre condições de trabalhoO Jornal da Adufrj inicia uma série de reportagens para mostrar as precárias condições de trabalho que transformam o dia a dia numa maratona de dificuldades.Página 8

Silvana S

á - 29/04/2014

Sam

uel Tosta - 1º /05/2014

2 5 de maio de 2014www.adufrj.org.br

SEÇÃO SINDICAL DOS DOCENTES DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO DO SINDICATO NACIONAL DOS DOCENTES DAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIORSede e Redação: Prédio do CT - bloco D - sala 200 Cidade Universitária CEP: 21949-900 Rio de Janeiro-RJ Caixa Postal 68531 CEP: 21941-972 Tel: 2230-2389, 3884-0701 e 2260-6368Diretoria da Adufrj-SSind Presidente: Cláudio Ribeiro 1ª Vice-Presidente: Luciana Boiteux 2ª Vice-Presidente: Cleusa Santos 1º Secretário: José Henrique Sanglard 2º Secretário: Romildo Bomfim 1º Tesoureiro: Luciano Coutinho 2ª Tesoureira: Regina Pugliese CONSELHO DE REPRESENTANTES DA ADUFRJ-SSIND Escola de Serviço Social Mauro Luis Iasi; Luis Eduardo Acosta Acosta; Henrique Andre Ramos Wellen; Lenise Lima Fernandes Faculdade de Educação Claudia Lino Piccinini; Andrea Penteado de Menezes; Alessandra Nicodemos Oliveira Silva; Filipe Ceppas de Carvalho e Faria; Roberto Leher Escola de Comunicação Luiz Carlos Brito Paternostro Faculdade de Administração e Ciências Contábeis Vitor Mario Iorio Instituto de Economia Alexis Nicolas Saludjian Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional Cecilia Campello do Amaral Mello Faculdade Nacional de Direito Mariana Trotta Dallalana Quintans; Vanessa Oliveira Batista Faculdade de Arquitetura e Urbanismo Eunice Bomfim Rocha; Luciana da Silva Andrade; Sylvia Meimaridou Rola; André Orioli Parreiras Escola de Belas Artes Patrícia March de Souza; Carlos de Azambuja Rodrigues; Rogéria Moreira de Ipanema Faculdade de Letras Gumercinda Nascimento Gonda; Vera Lucia Nunes de Oliveira Escola de Educação Física e Desportos Luis Aureliano Imbiriba Silva; Alexandre Palma de Oliveira; Marcelo Paula de Melo; Michele Pereira de Souza da Fonseca Escola de Enfermagem Anna Nery Walcyr de Oliveira Barros; Gerson Luiz Marinho Coppe Vera Maria Martins Salim Escola Politécnica José Miguel Bendrao Saldanha; Coordenador de Comunicação Luiz Carlos Maranhão Editor Assistente Kelvin Melo de Carvalho Reportagem Silvana Sá e Elisa Monteiro Projeto Gráfico e Diagramação Douglas Pereira Estagiários Darlan de Azevedo Junior e Guilherme Karakida Tiragem 4.000 E-mails: [email protected] e [email protected] Redação: [email protected] Diretoria: [email protected] Conselho de Representantes: [email protected] Página eletrônica: http://www.adufrj.org.br Os artigos assinados não expressam necessariamente a opinião da Diretoria.

Reunião com o MEC acontece no próximo dia 21

Uma agenda intensa de atividades, com para-lisação nacional em

21 de maio, foi um dos enca-minhamentos da reunião do Setor das Instituições Federais de Ensino Superior (IFES) do Andes-SN, em Brasília. Nesse dia haverá vigília para a reu-nião com o MEC, prevista para as 16h.

A Caravana da Educação Federal, nesta terça-feira (6) e a Marcha a Brasília, no dia seguinte, também integram o calendário de lutas aprovado. Para o período de 12 a 16 de maio, está prevista uma semana de mobilização local nas uni-versidades.

A decisão sobre o período de deflagração da greve, com base no resultado da rodada de assembleias gerais das Seções Sindicais, foi remetida para a próxima reunião do Setor das Federais, que acontece em 24 e 25 de maio.

“Foi uma das maiores e mais densas reuniões do Se-tor das IFES. Fizemos uma cuidadosa avaliação da con-juntura, das audiências com o Ministério da Educação e do resultado das assembleias gerais. A orientação do Setor é intensificar a mobilização, fortalecendo as assembleias, aprofundando o debate sobre a greve, reforçando as pautas locais a partir da articulação com a pauta nacional de ne-gociação em curso”, explicou Marinalva Oliveira, presiden-ta do Andes-SN. O encontro contou com a presença de 70 docentes, sendo 63 represen-tantes de 43 seções sindicais e sete diretores nacionais.

De acordo com Marinalva, o Setor das IFES também orien-tou a constituição de fóruns locais articulados, se possível, com os técnico-administrati-vos e estudantes, no que diz respeito à precarização das condições de trabalho e fun-cionamento. “Devem ser mon-

tados minidossiês contendo descrição sumária das carên-cias locais de cada universida-de e paralisação dos docentes no dia 21 de maio, com ativi-dades de mobilização”.

Unidade na açãoDurante a reunião, repre-

sentantes da Fasubra e Sina-sefe apresentaram informes dos movimentos grevistas protagonizados pelas entida-des. Os técnico-administrati-vos das universidades federais estão em greve desde 17 de março, enfrentando a truculên-cia de alguns reitores, que cor-taram ponto dos trabalhadores que aderiram ao movimento e judicializaram a greve da ca-tegoria.

Os docentes e técnicos das IFE representados pelo Sinase-fe iniciaram a paralisação em 21 de abril. Segundo balanço da entidade, trabalhadores de instituições de mais de dez es-tados já integram a greve.

06/05: Caravana da Educação Federal a Brasília;

07/05: Marcha dos SPF a Brasília;

Entre os dias 12 a 16 de maio: Rodada de Assembleias ge-rais, incluindo na pauta a para-lisação do dia 21 de maio.

De 12 a 16 de maio: Semana de Mobilização Local - Cons-tituição de fóruns locais arti-culados, se possível, com os técnicos e estudantes no que diz respeito à precarização das condições de trabalho e funcio-namento da instituição. Devem ser montados minidossiês con-tendo descrição sumária das carências

MOVIMENTO DOCENTE

Paralisação no dia 21Setor das Federais do Andes-SN encaminha intenso calendário de mobilização até o fim de maio

Confira a agenda de mobilização e luta

Reunião contou com a presença de 70 docentes, sendo 63 representantes de 43 seções sindicais e sete diretores nacionais

Fotos: Andes-SN

Comissão de garis do Rio marca presença

Uma comissão de garis, tra-balhadores da Comlurb do Rio

de Janeiro, também participou do Setor das Federais para com-partilhar a experiência do movi-mento grevista organizado pela

categoria, durante o carnaval. Eles declararam apoio à luta dos docentes. (Fonte: Andes-SN. Edição: Adufrj-SSind)

15/05: Dia Nacional de Luta contra as remoções da Copa e ações policiais de restrição ou cerceamento à livre manifesta-ção da população;

21/05: Mesa de reunião SESu/MEC e Andes-SN, às 16h;

21/05: Paralisação nos locais de trabalho;

Entre os dias 22 e 23 de maio: Rodada de Assembleias Ge-rais, incluindo na pauta a greve nacional dos docentes das IFE e intensificação da mobilização na categoria;

24 e 25 de maio: próxima reu-nião do Setor das IFES.

5 de maio de 2014 3www.adufrj.org.br

Definição sobre o tema é dia 22 no Consuni

Os decanos incluíram nas pautas das reu-niões de Centro dos

últimos dias o tema da regu-lamentação interna na UFRJ sobre promoção de profes-sores Titulares, indicando que as propostas anteriores da Comissão Permanente de Pessoal Docente (CPPD) e da Comissão de Legislação e Normas (CLN) do Con-suni/PR-2 não mais seriam apreciadas pelo Conselho Universitário de 22 de maio.

Essa nova proposta igno-ra por completo os trabalhos da CPPD, que tem atribui-ção institucional prevista no Regimento da UFRJ e na Lei de Carreira (nº 12.772/12). Ainda segundo o texto, pas-saria a haver uma regra de transição que reduz a pon-tuação exigida nos dois pri-meiros anos, dificultando o acesso à classe dos Titulares depois desse período.

Segundo informações públicas dadas pelos Deca-nos nas reuniões dos Cen-tros, o documento é oriundo de um grupo de professo-res da Coppe, com adesão posterior do Conselho De-liberativo daquela unidade, que está sendo debatido nos Centros para posteriormen-te ser pautado no Consuni.

A Adufrj-SSind solicitou ao reitor Carlos Levi audi-ência para tratar desse tema do debate da carreira na UFRJ e também das condi-ções de trabalho.

Debates realizadosO Centro de Ciências

Jurídicas e Econômicas (CCJE) realizou sua discus-são no dia 25, enquanto o Centro de Filosofia e Ciên-cias Humanas (CFCH) pro-moveu uma apresentação de propostas em 28 de abril. No dia 30, foi a vez do Centro de Ciências Matemáticas e da Natureza (CCMN) e do Centro de Letras e Artes (CLA) cumprirem o roteiro de debates sobre o tema. Já o Conselho de Ensino de Gra-duação (CEG), no dia 30, debateu a proposta da CPPD e irá apresentar sugestões a partir desta.

CarrEIra DOCENTE

Nova regulamentação será apenas para os Titulares? Articulação de decanos e professores da Coppe não inclui as demais classes da carreira

A proposta da Comis-são Permanente de Pessoal Docente,

embora não corresponda a todas as demandas do mo-vimento docente, pode ser considerada como ponto de partida. De acordo com o presidente da Seção Sin-dical, Cláudio Ribeiro: “A Adufrj-SSind reconhece a legitimidade institucional da CPPD, o que não signi-fica que concordemos com sua proposta de carreira integralmente. Mas é partir dela que deve vir o debate. Vale ressaltar que as regu-lamentações anteriores se amparam no PUCRCE, que foi substituído pela nova lei de Carreiras. Portanto, a ur-gência é de todos. Aprovar regras ‘pela metade’ pode travar a pauta da UFRJ”,

destacou o dirigente. Outro problema está na

discriminação entre gera-ções embutida na proposta que versa exclusivamente sobre os Titulares. Luciana Boiteux, 1ª vice-presidente da Seção Sindical, alerta para a importância de se discutir a carreira docente como um todo, inserir os Titulares na regulamenta-ção geral e de atualizar as resoluções internas para as demais classes: “Tanto os professores novos como os mais antigos devem ser contemplados”, diz.

Por contrabandoIntegrante do Grupo de

Trabalho sobre Carreira da Adufrj-SSind (GT-Carr-reira), Maria Malta des-taca que a outra proposta

“rompe com o consenso de que a regulamentação da progressão da carreira tenha de ser realizada para todas as classes”. Além disso, “mistura atividades de pesquisa com as de ex-tensão, separando a produ-ção intelectual da pesquisa e incluindo atividades não públicas e gratuitas (como consultorias e atuação em projeto com empresas parceiras) entre atividades de extensão”. E, por fim, impede que vários perfis de professores possam co-existir em atuação na uni-versidade. “Há uma série de exigências de ativida-des que não são abertas a todos”, disse, destacando a obrigatoriedade de distin-ções, prêmios e honrarias para ascensão funcional.

Atenção, professor!A decisão sobre seu futuro é dia 22 no Consuni. Há duas propostas na mesa:

Confira as principais diferençasCPPD Grupo da Coppe

Regulamenta todas as classes, atende a todos os professores

Atende exclusivamente aos candidatos a Titulares, mantendo as regras atuais para os demais professores

Trata com equidade todas as promoções e progressões

Cria regras de transição com distinção mesmo entre os professores candidatos a Titulares (menos exigências nos dois primeiros anos, dificultando a progressão dos que pleitearem depois)

Valoriza todas as atividades realizadas ao longo da vida funcional docente

Prestigia as atividades de pesquisa,comendas, homenagens e cargos de gestão

Para o GT-Carreira da Adufrj-SSind, CPPD deve ser ponto de partida

A professora Maria Malta fala ao Conselho do CCMN sobre a proposta da CPPD e as sugestões do GT Carreira da Adufrj-SSind

Elisa Monteiro - 30/04/20104

4 5 de maio de 2014www.adufrj.org.br

DCE cria GT para acompanhar cursos novos

Silvana Sá[email protected]

Um desabafo coletivo foi o que se viu no encontro de alunos dos cursos da

UFRJ aprovados no marco do Programa de Reestruturação das Universidades Federais (Reuni), criado em abril de 2007. O even-to ocorreu na Faculdade de Letras na noite de 29 de abril. Na mesa de abertura, os professores Lu-ciano Coutinho (Adufrj-SSind), Maria Malta (IE) e Miguel Bor-ba de Sá (ex-substituto da UFRJ) deram seus depoimentos sobre suas vivências em sala de aula. Além disso, avaliaram os impac-tos do Reuni na universidade.

Os estudantes dos cursos novos aprovaram uma agenda de atividades, incluindo a par-ticipação em ato do Conselho Universitário, dia 8 de maio. As principais reivindicações são: conclusão das obras atrasadas, qualidade de estrutura, concursos para professores efetivos, revisão das grades curriculares, constru-ção de restaurantes universitários em todos os campi, construção de bibliotecas que atendam a es-ses cursos e por assistência estu-dantil. Além disso, passará a se reunir regularmente, via DCE, o Grupo de Trabalho dos Cursos Novos, aberto à participação de todos e responsável por traçar os novos passos da luta. A primeira reunião será nesta terça-feira (6), às 16h, na Faculdade de Letras.

O Diretório Central organizou a atividade em conjunto com os

rEUNI

Alunos lutam por melhores condições de estudo na UFRJE deliberam uma lista de reivindicações que será levada para a próxima sessão do Consuni, dia 8

funciona na Faculdade de Letras por falta de espaço próprio. “A primeira turma do curso vai se formar e o prédio que nos prome-teram ainda não foi construído”, afirmou o docente. O curso fun-ciona também no turno da tarde, na Praia Vermelha.

Além de recente na universida-de, o curso é noturno, o que traz outras dificuldades: “Toda aula é uma guerra, porque ninguém quer sair do Fundão às 21h30 com to-dos os problemas de mobilidade e segurança que conhecemos. A situação da UFRJ é extrema-mente complicada. Não somos contra a expansão. É importante que a universidade se abra, mas essa expansão não pode se dar de qualquer jeito. Queremos expan-são com qualidade do ensino, de infraestrutura, com maior número de ingressantes e de concursos”.

PolitizaçãoMiguel Borba de Sá foi pro-

fessor temporário do curso de Defesa e Gestão por um ano, mas ingressou na universidade como aluno em 2001: “Acho que não há resposta fácil para a UFRJ. O que posso afirmar é que, se hoje há graves problemas, em 2001 era bem pior a realidade. Estudei no IFCS que tinha a metade do pré-dio fechada porque estava caindo. Mas hoje, a conjuntura política é mais complicada”.

Justamente pela conjuntura desfavorável, o professor solici-tou dos estudantes a organização política necessária para lutar por melhores condições de estudo e defendeu a universidade pública: “Os alunos precisam se mobilizar, precisam se politizar. Caso contrá-rio, não conseguirão nada. É espe-cial lutar pela universidade públi-ca, porque aqui podemos ter uma

centros acadêmicos e estudantes dos cursos novos. Taís Lara, dire-tora de Políticas Educacionais da entidade, explicou razão do en-contro: “A UFRJ é a maior uni-versidade do Brasil. O objetivo é unificar as demandas para que tenhamos melhores condições de ensino nesses cursos”.

Luã Braga, do Centro Acadê-mico de Defesa e Gestão Estra-tégica Internacional (Cadgei), observou que há um formulário para avaliação dos cursos. “Até o momento, 75% dos estudan-tes que responderam à pesquisa disseram que a grade curricular é insuficiente ou não é satisfatória. Também é maioria os que disse-ram que faltam professores em seus cursos: 67%”.

DificuldadesO primeiro a falar foi o pro-

fessor Luciano Coutinho, que dá aula para o curso de Biblioteco-nomia e Gestão de Unidades de Informação. “Vivemos uma situa-ção constrangedora de brigar por salas de aula”. O curso noturno

vida mais plena, construir algo no qual a gente acredita”, destacou.

As prioridadesMaria Malta esclareceu que,

para o governo, o investimento em educação não é fundamental e ba-seou sua afirmação em números: “Apenas 3,4% do orçamento pú-blico da União são destinados para Educação. Enquanto 43% do orça-mento estão comprometidos com amortização da dívida pública. E o que é dívida pública? É um ne-gócio financeiro no qual o governo decide o percentual de juros que ele deve pagar para um número muito restrito de empresários. E o pior é que ele resolve pagar muito”.

A decisão da UFRJ pelo Reu-ni, para Maria, foi errada porque “não respeita a concepção didáti-co-pedagógica” da universidade: “Não dá para aprender da mes-ma forma sem sala, em turmas superlotadas, ficando duas horas sentada num transporte até che-gar ao local de trabalho e estudo. É preciso lutar por um ensino pú-blico, gratuito e de qualidade”.

O DCE da UFRJ em-preende uma luta histórica para aumentar o número e o valor das bolsas. Durante a greve de 2012, o diretório central conseguiu reverter, junto à reitoria, a norma que não permitia a conciliação da bolsa-auxílio com a bolsa de iniciação científica. Porém, o cenário está longe de ser fa-vorável aos interessados em desenvolver a vocação para a pesquisa, uma vez que a UFRJ, atualmente, oferece apenas R$ 400 para esta modalidade de benefício.

De acordo com Luiza Fol-tran, integrante do DCE, a situação é ainda mais com-plicada, porque algumas bol-sas costumam vir sem ex-plicação exata sobre o que o graduando irá fazer: “Em algumas bolsas, o aluno, na prática, quebra o galho do professor e faz coisas que não estão no acordo”. Sem falar que o custo de vida no Rio de Janeiro atinge cifras astronômicas, sobretudo com moradia e alimentação.

Em função do baixo valor das bolsas, graduandos cos-tumam conciliar a iniciação científica com estágio remu-nerado. A prática, no entan-to, é proibida, de acordo com o regulamento da universida-de. (Guilherme Karakida)

Valor baixo das bolsas não acompanha custo de vida no Rio

Luciano Coutinho, da Adufrj-SSind

Taís Lara, diretora do DCE da UFRJ

Reunião atraiu dezenas de estudantes dos cursos novos para um dos auditórios da Faculdade de Letras, no último dia 29

Fotos: Silvana Sá - 29/04/2014

5 de maio de 2014 5www.adufrj.org.br

Projeções até 2015 são desanimadoras

Levantamento realizado pelo Departamento In-tersindical de Estatísti-

cas e Estudos Socioeconômi-cos (Dieese) para o Andes-SN aponta que grande parte dos docentes das Instituições Fe-derais de Ensino segue com a remuneração bastante cor-roída pela inflação. Ainda de acordo com esta análise, o reajuste, tão alardeado pelo governo em 2012 e parcelado em três anos, não recompõe o poder aquisitivo da categoria, muito menos reflete em ganho real para os professores.

As tabelas do Dieese – que podem ser conferidas em http://migre.me/iZNhC – confirmam estudo feito pela professora Maria Malta, do Instituto de Economia da UFRJ (e divulgado no Jornal da Adufrj nº 838, de 24 de março deste ano). A diferença é que a docente escolheu 2011 como ano-base do seu estu-do, enquanto o Dieese tomou como suporte inicial o salário de julho de 2010, quando pas-sou a vigorar a última tabela da Lei 11.784/2008 – também resultado de acordo não assi-nado pelo Andes-SN.

Vale lembrar que, de lá para cá, desapareceu a terceira linha do contracheque dos docen-tes, resultado de gratificação incorporada, fruto do termo firmado em 2011. Permanece-ram o vencimento básico e a Retribuição por Titulação.

Índices inflacionários

As projeções trabalham com os índices inflacionários ICV/Dieese e IPCA/IBGE e foram realizadas tanto para os docentes do Magistério Superior quanto para os do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico (EBTT). Nos dois casos, as variações são semelhantes.

São apresentados quatro cenários, nos quais é com-parado o reajuste no perío-do analisado com a inflação acumulada. Para as projeções futuras, é utilizada a média mensal da inflação registrada nos últimos 30 meses.

SALÁRIO

Reajuste não recompõe poder aquisitivo dos professoresAté fevereiro, quase toda a categoria perdia da inflação, segundo levantamento feito pelo Dieese

Na próxima edição, veja como ficaria o seu salário, se já estivesse em vigor a proposta de carreira única do Sindicato Nacional.

E SE ESTIVESSE VALENDO A CARREIRA ÚNICA PROPOSTA PELO ANDES-SN?

Projeção de ganhos/perdas entre 01/07/2010 e 31/03/2015 para os professores em Regime de Dedicação Exclusiva com doutorado (classes mais altas):

Den

omin

ação

Nív

el

Gan

ho/P

erda

(%)

Titular U +6,25

Ass

ocia

do

4 0,88

3 -1,91

2 -3,62

1 -4,81

Adj

unto

4 1,34

3 0,33

2 -0,62

1 -0,08

Magistério Superior

Den

omin

ação

Nív

el

Gan

ho/P

erda

(%)

Titular*

DV4 -0,883 -1,912 -3,62

DIV 1 -4,81

DIII

4 1,343 0,332 -0,621 -0,08*

EbTT *

Marco Fernandes - 26/09/2013

*Antes, não existia o cargo de Titular dentro da carreira de EBTT. E os antigos três níveis da classe D V e o nível único da classe D IV foram transformados em quatro níveis da nova classe D IV.

Até dezembro de 2014A primeira tabela faz projeções até dezembro deste ano, corres-pondente ao término do mandato da presidente Dilma Rousseff. Neste caso, considerando o ICV/Dieese quase todos os níveis da carreira, em todos os regimes de trabalho, registram corro-são salarial, com destaque para os docentes com doutorado em regime de 40 horas, cuja perda varia entre 7,37% e 8,97%, de acordo com a classe e nível em que se encontram na carreira.Para os docentes em regime de dedicação exclusiva (DE), aque-les com mestrado têm perdas entre 1,92% e 8,77%. Já os com doutorado, apenas os Titulares têm ganho de 1,03%, sendo que o restante dos docentes com esta titulação e neste regime amar-ga perdas de até 5,69%.

Até fevereiro de 2014O segundo levantamento tomou com base para análise o período entre julho de 2010 e fevereiro de 2014, correspondente ao último índice inflacionário apurado.Os dados mostram que no segundo mês deste ano, todos os do-centes com doutorado, independente do nível na carreira e regime de trabalho registraram perda salarial que varia entre 6,18% (As-sociado 4/40h) a 8,44% (Adjunto 4/40h). No caso dos professo-res doutores em regime de dedicação exclusiva, as perdas vão de 7,74% a 8,40%.

Até julho de 2014A terceira análise traça o ciclo de quatro anos e aponta que, em média, o salário dos docentes com doutorado DE acompanha a inflação, enquanto nos outros regimes de trabalho os professo-res com a mesma titulação registram variações negativas entre 4,47% e 6,02%.

Até março de 2015O último cenário faz a projeção tendo como período de referência o mês e ano em que entra em vigor a última tabela da Lei 12.772, fruto do simulacro de acordo rejeitado pela categoria docente, du-rante a greve de 2012.Levando em consideração a projeção da inflação, com base na média dos últimos 30 meses, os docentes Titulares com doutorado registram pequena recuperação, enquanto boa parte do restante da categoria con-tinua a amargar a corrosão dos salários, sem registrar ganho real no período para recompor seu poder de compra. (Fonte: Andes-SN. Edi-ção: Adufrj-SSind)

A pesquisa

“Estes estudos demonstram que, por trás do discurso do governo de que deu aumento aos professores, na realidade o nosso poder aquisitivo vem oscilando para baixo do patamar que tínhamos em 2010. Os reajustes não recuperam o poder aquisitivo dos docentes, corroído pela inflação do período”, avalia Marinalva Oliveira, presidenta do Andes-SN.De acordo com Marinalva, os cenários apontados são agravados pela retirada de direitos e salário de segmentos específicos da categoria, decorrentes das alterações que desestruturam a carreira, especialmente dos aposentados e dos novos professores.

Viés de baixa

Eleição para o Conselho da Adufrj-SSind

6 5 de maio de 2014www.adufrj.org.br

Também haverá votação para cargos vagos do CR da Adufrj-SSind

Nos dias 13 e 14 de maio, acontecem as eleições para a dire-

toria do Andes-SN, biênio 2014-2016. A chapa única “Andes de Luta e pela Base” tem como candidato a presi-dente o professor Paulo Rizzo, que já dirigiu a entidade entre 2006 e 2008, da Seção Sindi-cal do Andes-SN na UFSC. Para secretária-geral, o nome é Cláudia March, da Aduff-SSind. O 1º Tesoureiro será Amauri Fragoso, da Adufcg (Campina Grande). Junto des-ta edição, os docentes filiados à Adufrj-SSind irão receber, em um envelope, o material de divulgação da chapa.

O Sindicato Nacional, re-conhecido pela luta em defesa dos trabalhadores e da Edu-cação Pública, a cada eleição amplia seu exercício demo-crático na construção da en-tidade. A categoria, por sua vez, ao participar do processo eleitoral também fortalece seu sindicato. Podem votar os sin-dicalizados até 13 de fevereiro de 2014 e que estejam com suas contribuições em dia até 7 de março de 2014.

Regional RioNo Rio de Janeiro, a Regio-

nal do Andes-SN terá como candidato a 1º vice-presidente o ex-presidente da Adufrj-SSind, professor Luis Eduar-

As adesões para o convê-nio firmado entre a Unimed e a Adufrj-SSind estão abertas, com carência reduzida, até 15 de maio, para consultas, exa-mes, internações e cirurgias. A carência reduzida só será possí-vel para os segurados com ida-de inferior a 59 anos.

TabelaA tabela com os valores por

faixa etária pode ser conferida em http://migre.me/g4qXL. O próximo aumento só vai ocorrer em dezembro deste ano.

InformaçõesFaça seu agendamento e tire

suas dúvidas sobre o plano de saúde pelo telefone 97686-6793 ou pelo e-mail [email protected].

Plano de saúdeA Coordenação de Comu-

nicação da Seção Sindical dos Docentes da UFRJ (Adu-frj-SSind) seleciona estudan-te de Jornalismo para está-gio. Os candidatos devem ter completado, no mínimo, os quatro primeiros períodos do curso. A prioridade é para candidatos da Escola de Co-municação da UFRJ. Para concorrer, o aluno deve en-viar o currículo para o ende-reço [email protected] até 9 de maio de 2014.

O selecionado precisa es-tar à disposição para início imediato. A Seção Sindical oferece bolsa de R$ 800 e auxílio para passagens.

Estágio em Jornalismo

MOVIMENTO DOCENTE

Todos às urnas dias 13 e 14Participe das eleições para a nova diretoria do Andes-SN, biênio 2014-2016, e fortaleça seu Sindicato

do Acosta. O 1º secretário será o professor Guilherme Mota (As-duerj) e o 1º tesoureiro, o profes-sor Wellington Augusto da Silva (Adur-RJ).

Na UFRJ, para aprovei-tar a infraestrutura que será montada para a votação da nova diretoria do Sindica-to Nacional, a Adufrj-SSind realizará também a eleição para os cargos vagos do seu Conselho de Representantes.

O CR é o órgão consultivo da Adufrj-SSind e o número de representantes em cada Unidade dependerá da quan-tidade local de sindicaliza-dos, da seguinte forma: até

60 sindicalizados: um repre-sentante; de 61 a 120 sindica-lizados: dois representantes, e mais de 120 sindicalizados: três representantes.

Ao Conselho de Repre-sentantes compete, entre outras tarefas: discutir e deliberar sobre os assuntos da ordem do dia; deliberar em primeira instância sobre finanças, aprovando ou re-jeitando os balanços finan-ceiros anuais da Diretoria;

fiscalizar a aplicação das finanças e do patrimônio da entidade; divulgar as ativi-dades da Adufrj-SSind no âmbito de suas Unidades; e implementar ações visando mobilizar a categoria para as programações e lutas da Se-ção Sindical.

Locais de votaçãoA lista com os locais de

votação será divulgada na próxima edição do Jornal da Adufrj.

Chapa “Andes de Luta e pela Base” foi apresentada durante o 33º Congresso da categoria, em São Luís (MA)

Paulo Rizzo, candidato a presidente

Fotos: Andes-SN

Representantes de entidades que compõem o Espaço Uni-dade de Ação participaram dia 29 de uma audiência com o ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gil-berto Carvalho. Os dirigentes apresentaram a pauta de lutas definida no Encontro Nacional, que aconteceu março em São Paulo, e reuniu mais de 2,5 mil pessoas.

O documento apresenta rei-vindicações e denúncias acerca de temas como: a destinação de dinheiro público para negócios privados nas obras da Copa do mundo; a necessidade de valo-rização e recuperação da perda dos aposentados; reversão do processo de privatizações; a luta contra diversas formas de discriminação; a defesa e regu-

larização das terras indígenas e quilombolas; o fim da crimina-lização dos movimentos sociais e desmilitarização da polícia e fim da violência policial contra manifestantes e, em particular, contra a população negra e das periferias.

O ministro Gilberto Carvalho reconheceu a importância das temáticas trazidas pelas entida-des e sinalizou a possibilidade de se estabelecer uma discussão com o Espaço Unidade de Ação em torno de algumas delas. Ou-tros pontos, como o problema relacionado aos territórios indí-genas e quilombolas já vêm sen-do acompanhados pela Secreta-ria-Geral, segundo o ministro.

José Maria de Almeida, co-ordenador da CSP-Conlutas, cobrou do governo, em nome

das entidades, celeridade e efi-cácia na solução dos problemas trazidos na pauta. De acordo com Almeida, as reivindica-ções levadas à Secretaria-Geral da Presidência vêm de diversos movimentos sociais, sindicais e populares, que representam uma grande parcela da sociedade que está desassistida pelo Estado. “Boa parte da população vê a velocidade, eficiência e inves-timentos que foram aplicados às obras da Copa e querem o mesmo empenho do governo em resolver seus problemas e necessidades básicas, causados pelo total abandono e desmonte dos serviços públicos essenciais como saúde, educação, trans-porte e acesso à moradia”, afir-mou. (Fonte: Andes-SN. Edi-ção: Adufrj-SSind)

BRASIL

Entidades levam reivindicações ao Palácio do Planalto

5 de maio de 2014 7www.adufrj.org.br

Vida de Professor diego Novaes

1º de Maio na Maré

PAIneL AdufRj DA REDAÇÃO

O Primeiro de Maio do Rio este ano mudou o roteiro. Sindicatos e movimentos sociais trocaram o tradicional trajeto Candelária-Cinelândia pela Avenida Brasil. Os manifestantes marcharam até a entrada da Baixa do Sapateiro, comunidade do Complexo da Maré que está ocupado desde o início de abril pelo Exército. Palavras de ordem pediram a desmilitarização da Polícia Militar e o fim da ocupação.Pelo Andes-SN, Sônia Lucio saudou a solidariedade de classe e a luta por uma sociedade justa. A dirigente citou as greves dos garis e dos trabalhadores do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) entre as lutas recentes contra a exploração patronal e o sindicalismo pelego. Ela explicou que o cenário da manifestação foi escolhido “porque é nas comunidades que nossas Cláudias, Amarildos e Douglas enfrentam a mais violenta opressão”.

O consultor da ONU para a Copa do Mundo, Pedro Ten-grouse, apresenta dados rele-vantes sobre a realização do torneio no Brasil. Ele infor-ma que a Fifa arrecadou no país, com o evento, o maior volume de patrocínio e direi-tos de transmissão de sua his-tória, R$ 5 bilhões. Aqui no Brasil, também se registrou a maior demanda por ingressos (especialmente para atender à plateia estrangeira). Na Áfri-

ca do Sul, Tengrouse diz que a Fifa chegou a fazer até pro-moções para vender entradas. O consultor diz, ainda, que um grupo de empresas pagou para a Fifa US$ 21 milhões para que a entidade financias-se uma Fan-Fest em cada ci-dade-sede. E, mesmo assim, os executivos estão cobrando a conta das prefeituras. Pelos cálculos do consultor, dos 200 milhões de brasileiros, “com sorte”, 0,75 % conse-

guirá algum ingresso. Eis al-gumas das razões que podem explicar por que, na véspera do evento (para inquietação de patrocinadores e da má-quina midiática), a adesão es-pontânea da massa que se viu em outras Copas foi trocada pela indiferença. Além, é cla-ro, da opressão que resulta na remoção de comunidades pobres, dos bilhões despeja-dos em obras superfaturadas, enquanto saúde, educação...

Crise na USPA USP suspendeu todas as novas contratações de pessoal, incluindo as subs-tituições de aposentados ou demitidos. O aviso foi feito por meio de uma car-ta do reitor Marco Antônio Zago enviada nesta segun-da (28) a professores, fun-cionários e alunos da ins-tituição. A Adusp já havia alertado para a escassez de verbas para a instituição – que é estadual.

Com o MinistroSindicatos de docentes e técnico-administrativos da Educação Federal (Andes-SN, Fasubra e Si-nasefe) pediram audiência ao ministro da Educação, José Henrique Paim, para esta terça-feira, 6 de maio.

Barrados no baile

Manifestação. A marcha pela Av. Brasil começou na altura da Fiocruz e seguiu até a Maré

Fotos: Samuel Tosta - 1º/05/2014

A Comissão da Verdade do Andes-SN realizará nova reunião ampliada com entidades sindicais e movimentos sociais na quinta-feira, 8 de maio, às 13h, na Faculdade Na-cional de Direito da UFRJ – Rua Moncorvo Filho, nº 08, terceiro andar (Audi-tório Valladão), Centro. O objetivo da reunião é abrir espaço para que as seções sindicais tragam a sua contribuição para o de-bate. O encontro também servirá para que a Comis-são da Verdade do Sindi-cato Nacional defina um conjunto de tarefas para avançar na sua missão.

Ditadura nunca mais

Inte

rnet

8 5 de maio de 2014www.adufrj.org.br

Depoimento inaugura seção especial dentro do Jornal da Adufrj

Silvana Sá[email protected]

Na UFRJ, o desmonte da universidade pública é sentido diariamente nas

diversas Unidades e Centros. Salas superlotadas, auditórios insuficientes ou inexistentes, poucos bebedouros (ou ne-nhum), banheiros depredados, saídas de emergência obstru-ídas, ausência de treinamento para casos de incêndio, precá-rias instalações e equipamentos para aulas... A lista de proble-mas é enorme.

Por isso mesmo, o Jornal da Adufrj inicia nesta edição uma série com depoimentos de professores sobre as suas condições de trabalho. A cada semana publicaremos um novo relato sobre as diferentes Uni-dades da UFRJ. Nesta edição, a professora Patrícia March, da Escola de Belas Artes, co-menta os principais problemas vivenciados por professores, estudantes e servidores técnico-administrativos na EBA, com ênfase no Departamento de De-senho Industria, no qual está lo-tada. A Unidade se localiza no prédio da reitoria, no campus da Cidade Universitária (Fundão). O relato é separado por temas:

Acesso ao Fundão“Moro em Niterói e traba-

lho na Escola de Belas Artes. O deslocamento, de carro ou de ônibus, é sempre marcado pela dúvida da chegada em tempo hábil. E piora quando uso trans-porte público, que torna meu itinerário muito mais longo. Acho que esta situação afeta a todos que se deslocam de dife-rentes partes do Rio até a Ilha do Fundão. O problema é agra-vado pela falta de outras formas de transporte público além do ônibus. É desgaste para chegar e desgaste para sair”.

Estacionamento“Estacionar carro é um outro

problema, pois a insegurança está sempre presente, mesmo quando existe estacionamento fechado. Apesar da presença de seguranças no local, que acho

precária, é uma situação ten-sa, principalmente ao final da tarde, quando está mais vazio. Como ninguém quer parar mui-to longe do acesso ao prédio, muitas vezes ocorrem proble-mas para circular com o carro”.

Telefonia“O serviço de telefonia eu

considero muito ruim, a co-municação deveria ser melhor tratada em um lugar de difícil acesso e longe de tudo. O meu departamento, de Desenho In-dustrial, no sexto andar, ficou muito tempo sem telefone, cujo conserto demorou a ser provi-denciado”.

Casos de emergência“Nunca soube de treinamen-

to para casos de emergência e nem da existência de briga-distas. Um problema que con-sidero muito sério é a falta de um setor para atendimento de emergências médicas. Mais de uma vez tive que atender alu-nos que sofreram pequenos aci-dentes ao realizarem trabalhos práticos em sala de aula e nas oficinas do curso. Salvo melhor juízo, não existe nenhum setor no prédio com profissionais preparados para atendimento em caso de acidentes. Se preci-sar de medicamento, curativo, ou outra coisa relacionada a atendimento de saúde, não tem nada, nem um local preparado para primeiros-socorros”.

Instalações“As oficinas localizadas no

segundo andar (Madeira, Me-tal e Plástico), que atendem a cursos da EBA, incluindo os alunos de meu curso, Desenho Industrial – Projeto de Produto,

possuem instalações precárias e insalubres. Maquinário e ferra-mental ultrapassados e em pés-simas condições de uso. Nós, do Curso de Desenho Industrial, já tivemos, mais de uma vez, que suspender a oferta disciplinas de Oficina do curso visando proteger alunos, professores e funcionários que usam estes es-

paços. Não só a segurança, mas também a qualidade do ensino e aprendizado das disciplinas que usam estas oficinas, estão pre-judicadas. Delas depende uma importante e significativa parte da formação de nossos alunos, que estão recorrendo a alterna-tivas fora da universidade para realizar trabalhos práticos de

finalização de curso”.

Refeições“Não existem copas para a

realização de refeições e não há bandejão no prédio, prejudican-do a qualidade de alimentação de todos, obrigados a consumir sanduíches e outras refeições do gênero nas poucas lanchonetes e trailers. Vale lembrar que já funcionou (e bem) um bandejão no prédio e o local onde ele fun-cionava no térreo, hoje, pelo que sei, está sendo subutilizado para alguma atividade administrati-va. Os alunos se deslocam para outros locais para almoçar”.

Situação predial“Em relação aos elevado-

res, já postei fotos na página da Adufrj no facebook, na UFRJ, que mostram a situação absur-da a que cotidianamente somos submetidos. Já tem muito tem-po que os elevadores estão em péssimas condições: quebra-dos, sem funcionar e, quando funcionam, estamos correndo um constante risco de ficarmos presos, o que acontece mais do que deveria. A acessibilidade no prédio da reitoria está deixa-da de lado, justamente lá onde diariamente circulam várias pessoas para atendimento no oitavo andar onde funcionam setores da administração volta-dos ao público”.

CONDIÇÕES DE TraBaLHO

Cada dia mais complicadoDocente da EBA relata as precárias instalações do seu curso e as dificuldades de deslocamento até o Fundão

Maquinário e ferramental do curso de Desenho Industrial estão em péssimas condições

No prédio da reitoria, elevadores vivem parados

Fotos: Silvana Sá - 30-04-2014

Recentemente, a Adu-frj-SSind criou um perfil no facebook para que professores, técnico-ad-ministrativos e estudan-tes possam compartilhar informações sobre as (más) condições de tra-balho e de estudo dentro da UFRJ. Há várias fo-tos relativas ao prédio da reitoria, inclusive de um vaso sanitário ao lado de uma escada....

Todos podem colabo-rar: basta enviar uma ou mais imagens, com breve descrição e a indicação do local da universidade onde existe o problema. Para acessar esta nova página: http://www.face-book.com/condicoesde-trabalhoufrj. O perfil an-terior da Seção Sindical, de maior abrangência, já foi transformado em uma fanpage. Ela pode ser vi-sitada em: https://www.fa-cebook.com/adufrj.ssind.

Condições de trabalho em imagens

InformativoEspecialEncontro Nacional de Educação

Brasília (DF)Abril de 2014

O desafio desse en-contro é confrontar o projeto educacional dominante, construin-

do uma proposta alternativa de educação para o país que preserve os princípios do PNE da Sociedade Brasileira no método e no conteúdo, garanti ndo a am-pliação dos recursos para a edu-cação pública; a universalização do direito ao conhecimento, à cultura e à ciência e a valorização do professor.

Nesse senti do, o ANDES-SN, juntamente com os movimentos sociais, as enti dades sindicais e estudanti s comprometi dos com a educação, tomou a iniciati va de rearti cular o Comitê Executi vo Nacional da Campanha dos 10% do PIB para a Educação Pública, Já! no ano de 2013, tendo a re-lação trabalho-educação como princípio, com uma escola uni-tária, que arti cule a formação geral com a formação técnica, tecnológica e crítica, para o enfrentamento do projeto de Educação do governo.

A prioridade é concreti zar a

agenda dos encontros prepa-ratórios por todo o país neste primeiro semestre de 2014 vi-

sando à realização do Encon-tro Nacional de Educação, em agosto.

Contrapor uma proposta al-ternati va de educação pública brasileira ao PNE do governo é tarefa central para fortalecermos os interesses e mobilizações da classe trabalhadora, construin-do uma agenda de lutas para a educação brasileira. Os encontros preparatórios ao Encontro Na-cional estão pautados em sete grandes eixos centrais, defi nidos no Comitê Executi vo Nacional da Campanha dos 10% do PIB para a Educação Pública, Já!

Por que a construção de um Encontro Nacional de Educação?

Participe! Conclamamos você a parti cipar ati vamente, em sua região, das ati vidades preparatórias ao Encontro Nacional de Educação. A mobilização de todos é fundamental para fortalecer a nossa luta em defesa da Educação pública, direito inalienável da população brasileira. Procure a sua seção sindical e saiba como se integrar a esse movimento.

Encontre materiais de apoio e mais informação no site: www.andes.org.br

Encontro Nacional de Educação 8 a 10 de agosto de 2014 Rio de Janeiro (RJ)

Por que a construção de um Encontro Nacional de Educação?

InformANDES Especial/20142

EIXOS CENTRAIS DO ENCONTRO NACIONAL DE EDUCAÇÃO

Privatização e mercantilização da educação: das creches à Pós-graduação:A qualidade do ensino público promovido pelo

Estado expressa as desigualdades econômico-sociais que têm caracterizado a realidade brasileira. O descompromisso do Poder Público, sobretudo no que se refere ao financia-mento da educação, resulta na expansão privada e agrava o caráter elitista e excludente do sistema de ensino vigente no país.

A superação desse quadro conduz à necessidade de redefi-nição da política educacional nacional da educação infantil à pós-graduação. Aspecto essencial para tal definição consiste no estabelecimento, a partir do poder normativo e fiscaliza-dor do Estado, de um padrão de qualidade para a educação brasileira que elimine as distorções e assegure uma produção cultural, artística e científica verdadeiramente criadora, con-forme as aspirações da sociedade brasileira.

Precarização das atividades dos trabalhadores da educação:As condições de trabalho dos profissionais de educa-ção vêm sendo degradadas deliberadamente, desde

há muito, por mecanismos de precarização, que vão desde a não contratação de professores e técnicos em quantidade suficiente até a implantação de programas de expansão inconsequentes, que não atendem às reais necessidades da população. Essa reali-dade desnuda as ações do governo de descaso e descompromis-so com a educação pública e o atrelamento a setores privados com políticas mercantilistas para a educação.

avaliação meritocrática na educação:A avaliação de caráter produtivista proposta pelos governos tende a ser um dos principais instru-

mentos para a implantação do modelo privatista e empresa-rial ao qual tentam submeter às instituições de ensino.

O modelo de avaliação defendido pelo ANDES-SN tem como referência principal a avaliação de todo o processo de ensino/aprendizagem, que leve em conta todos os elementos que o constituem, como os projetos de educação, institucio-nal e pedagógico, as condições de trabalho e estudo.

Encontro Nacional de Educação 8 a 10 de agosto de 2014 Rio de Janeiro (RJ)

Somos contra:Defendemos:

Financiamento da educação Pública:A Educação deve ser pública e gratuita, em seus diferentes níveis e modalidades, pois é

um direito inalienável da população brasileira, garantido pela Constituição - e não um serviço ou uma mercado-ria -, instituindo-se em obrigação do Estado, que deve provê-la.

Desta forma, é essencial o investimento anual e imedia-to de, no mínimo, 10% do Produto Interno Bruto (PIB) na-cional, em educação pública e gratuita, em todos os níveis.

democratização da educação: A democracia interna deve ser garantida es-truturalmente nos mecanismos de decisão, controle e gestão como também devem ser

preservados os padrões nacionais mínimos de salário, con-dições de trabalho e acesso à capacitação. Os mecanismos de avaliação deverão ser plenamente democratizados, como condição para evitar a subordinação à lógica do mercado ou ao clientelismo político.

acesso e Permanência:É obrigação do Estado a garantia do acesso ao sistema educacional de forma universal. Uma política de Estado para a educação deve prio-

rizar a criação e manutenção de sistemas e instrumentos que permitam, a estudantes de qualquer nível de ensino, condições de alimentação, transporte, moradia e dispo-nibilidade de material de estudo.

Passe livre e transPorte Público:A reivindicação de passe livre e transporte público de qualidade constitui-se em luta não

somente do movimento estudantil, mas de toda a classe trabalhadora brasileira contra a predominância das em-presas privadas na gestão do transporte público. O Passe Livre para os estudantes deve fazer parte de uma política coerente de acesso e permanência.