jornal samambaia novembro 2011

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Chega o fim de ano, começa a temporada dos vestibulares. Para milhares de estudantes que durante 2011 enfrentaram longas jornadas de estudo, agora é a hora do tudo ou nada. O jornal Samambaia preparou uma reportagem especial com dicas de como agir na véspera das provas, datas dos vestibulares das principais universidades de Goiás e do país, além de relatos de quem já passou pela maratona de provas e conseguiu a aprovação e de quem ainda vai prestar os exames S amambaia 8 J ORNAL L ABORATÓRIO DO CURSO DE J ORNALISMO DA UNIVERSIDADE F EDERAL DE GOIÁS | GOIÂNIA , NOVEMBRO, 2011 Diagramação: Vanessa Martins Reta Final Saúde Bola da vez nas academias de ginástica, pilates alia condicionamento físico e estético, atraindo adeptos 7 Cidade Literatura Comerciantes das feiras da Lua e Hippie divergem sobre horário de funcionamento. Falta fiscalização por parte do poder público Histórias que provocam identificação com leitores fazem sucesso no mercado de livros infanto-juvenis 3 13 Programa “Balada Responsável” quer reduzir acidentes de trânsito relacionados à bebida Lis Lopes Ana Flávia Marinho Trânsito 5

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Edição do Jornal Samambaia de Novembro 2011.

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Page 1: Jornal Samambaia Novembro 2011

Chega o fim de ano, começa a temporada dos vestibulares. Para milhares de estudantes que durante 2011 enfrentaram longas jornadas de estudo, agora é a hora do tudo ou nada. O jornal Samambaia preparou uma reportagem especial com dicas de como agir na véspera das provas, datas dos vestibulares das principais universidades de Goiás e do país, além de relatos de quem já passou pela maratona de provas e conseguiu a aprovação e de quem ainda vai prestar os exames

Samambaia

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Jornal laboratório do curso de Jornalismo da universidade Federal de Goiás | Goiânia, novembro, 2011

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Saúde Bola da vez nas academias

de ginástica, pilates alia condicionamento físico e

estético, atraindo adeptos7

Cidade

Literatura

Comerciantes das feiras da Lua e Hippie divergem sobre horário de funcionamento. Falta fiscalização por parte do poder público

Histórias que provocam identificação com leitores fazem sucesso no mercado de livros infanto-juvenis

3

13

Programa “Balada Responsável” quer reduzir

acidentes de trânsito relacionados à bebida

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2 Samambaia >> Goiânia | Novembro, 2011

e d i t o r i a l

Natal da cautelaTexto: Serena VelosoEdição: Myla Alves

Samambaia Ano XII – Nº 53, Novembro de 2011Jornal Laboratório do curso de Jornalismo Faculdade de Comunicação e BiblioteconomiaUniversidade Federal de Goiás

ReitorProfessor Edward Madureira Brasil

Diretor da FaculdadeProfessor Magno Medeiros

Coordenador do Curso de JornalismoProfessor Juarez Ferraz de Maia

Coordenador Geral do SamambaiaProfessor Welliton Carlos

Editor de DiagramaçãoProfessor Sálvio Juliano

MonitoriaLaura de Paula Silva

DiagramaçãoAlunos da disciplina Laboratório Orientado – Diagramação

Edição ExecutivaAlunos da disciplina Jornal Impresso II

ReportagensAlunos da disciplina Jornal Impresso I

ContatoCampus Samambaia - Goiânia/GO - CEP 74001-970 Telefone: (62) 3521-1092E-mail: [email protected]

Impressão: Cegraf/UFG Tiragem: 1000 exemplares

Dia

gram

ação

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a r t i g o

Uma juventude violentaTexto: Luciano RodriguesEdição: Flávia Gomes

UMORR Layane Palhares

Há pouco mais de um mês para a chegada do natal, o comércio de todo o Brasil já entrou no espírito natalino. Os shoppings ganharam decoração com motivos que lembram a data e as lojas estão em preparativos para ampliar as vendas, com o aumento do número de vagas para serviços temporários. Neste ano, estão previstas 147 mil contratações no país, 5% a mais do que em 2010. Só em Goiás, são 16.200 oportunidades de trabalho durante o período de festas.

Com tantas ofertas de emprego espera-se um natal com grande movi-mentação na economia. Mas a situação atual mostra que não vai ser bem as-sim. Em meio à crise global, ao menor crescimento da economia doméstica, à inflação mais alta e ao endividamento dos brasileiros, os consumidores deve-rão ser mais cuidadosos na hora de ir às compras. A alta de 5% do índice de

inadimplência em 2011 seria um bom motivo para preocupação. Isso significa que o consumi-dor vai pensar duas ve-zes antes de gastar o 13º salário no aumento de dívidas e, principalmen-te, em compras a prazo.

Mesmo com a desa-celeração da economia brasileira as vendas no país devem aumentar em 7%. O percentual é menor que o registrado no ano passado, o qual chegou à casa dos 11%. Quer queira ou não, aqueles que afirmam que os sinais da chegada da crise mundial à economia brasileira ainda não estão claros podem estar errados.

A maior cautela nos investimentos por parte dos empresários e empreen-dedores, e o medo dos consumidores de

Naquilo que chama de juventude, nossa cultura costuma ver o reflexo de si mesma e a possibilidade de se perpetu-ar. Uma sociedade que se quer saudável deve, ao menos, esperar jovens um mí-nimo preparados para assumir suas res-ponsabilidades, vencer seus testes e atra-vessar a ponte que lhes levará ao estágio seguinte: o mundo adulto. Quando, no entanto, essas expectativas se vêem mais que frustradas, é momento de parar, re-fletir e agir.

As manifestações de violência urba-na tornam-se, cada dia mais, uma cons-tante na vida do goianiense. Sequestros, homicídios, mortes no trânsito, estupros

e outras palavras do gênero perderam sua aura sinistra e distante para se tornar um fantasma vizinho. Evidentemente, a violência pode ter várias faces. Mas estu-dos recentes revelam que é exatamente na juventude, que elas encontram maior expressão em nosso estado. E os núme-ros vêm crescendo, progressivamente. Se não é desconhecido um certo “desgosto” de nossa sociedade para com seus jovens, até que ponto a própria sociedade tem participação nisso?

Ser adolescente no mundo contempo-râneo não é, de fato, tarefa fácil. Entre li-berdades extremas e exigências dos mais variados cunhos (estéticas, comportamen-tais, econômicas – descontando-se a pró-pria situação psicológica, por si só confli-tuosa, que a adolescência representa), nos-

sos jovens são incapazes de se recordar de uma pequena palavrinha: o “não”.

Como toda questão complexa, é bas-tante provável que o fenômeno da violên-cia adolescente, manifestada nas grandes zonas urbanas, não comporte uma solu-ção simples. Não se resume a policiais bem armados vigiando nossas ruas ou associações simplistas entre pobreza e delinqüência. Do psíquico ao social, a tarefa será longa, mas não é demais lem-brar que começa por cada um de nós: afi-nal, do privado ao público, está em nos-sas mãos conduzir a educação de nossa juventude e escolher, conscientemente, nossos políticos.

Luciano Rodrigues é estudante do 6º período de Jornalismo

assumir contas longas, reflete bem a tal maré de azar que pode estar de passagem no Brasil. A indústria também apresenta algumas dificuldades. Agora, é esperar que essa maré tome outro rumo. Assim o país terá motivos para festejar um perío-do de paz e um feliz ano de 2012.

Enquanto isso, Dilma no Ministério do Cai Cai...

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3Samambaia >> Goiânia | Novembro, 2011

c i d a d e

Briga entre feirasDisputa por espaço e clientela no sábaDo à noite tem levaDo comerciantes Da feira Hippie e feira Da lua, as maiores Da capital, a buscarem seus Direitos para venDer mercaDorias

Texto: Isadora PícoloEdição: Laura BragaDiagramação: Steffen Kühne

“Queremos que as feiras continuem tradicionalmente nos dias previstos. Se não for assim, que seja o mesmo direito a todas as feiras, podemos começar também um dia antes”

José Adalberto,presidente da Associação dos Expositores e Amigos

da Feira da Lua

Feira Hippie: aproximadamente seis mil barraquinhas movimentam o comércio

Fotos: Isadora Pícolo

Uma verdadeira guerra move o segmento de confecções e cal-çados de Goiânia. A guerra das

feiras começa sábado às 18h quando 400 feirantes tomam conta das imediações da rodoviária. Ao começar no dia anterior ao normal, a feira Hippie atinge direta-mente a feira da Lua.

No sábado, as barracas só podem ser montadas na Praça Tamandaré às 14h e as vendas começam às 15h. Com isso, os feirantes da Lua se sentem prejudicados com a antecipação da feira Hippie - maior feira livre do país, com aproximadamen-te seis mil barraquinhas - que tem atraí-do os turistas e diminuído o movimento para outras feiras no sábado. Consequen-temente, os feirantes que iniciam os tra-balhos de madrugada, após a meia-noite, que é o horário previsto para o início da feira Hippie, ficam prejudicados.

O secretário municipal de turismo e desenvolvimento econômico de Goiânia, Barbosa Neto, estabeleceu um acordo permitindo aos 400 feirantes da feira de domingo iniciarem suas atividades a par-tir das 18h do sábado. Expositores das feiras Hippie e Lua fizeram um abaixo assinado pedindo que a feira de do-mingo volte a funcionar apenas no seu dia tradicional. O documen-to tem aproximadamente 1,5 mil assinaturas de feirantes da Lua e cerca de cinco mil dos trabalhado-res da feira Hippie, mas até agora nenhuma mudan-ça foi executada.

O presidente da Associação dos Ex-positores e Ami-gos da Feira da

Lua, José Adalberto, afirma que as feiras são reconhecidas no Brasil por seus dias tradicionais. “Queremos que as feiras continuem tradicionalmente nos dias previstos. Se não for assim, que seja o mesmo direito a todas as feiras, podemos começar também um dia antes”.

Cerca de 1680 famílias são benefi-ciadas com as vendas da feira da Lua e, segundo elas, estão sendo prejudicadas e sentem que são concedidos privilégios à feira hippie. O feirante Edgar Silveira, expositor da feira da Lua, relata sua in-dignação com relação a mais nova con-corrência. “Qualquer feira só pode fun-cionar um dia por semana. Não existe feira especial. Se todo mundo puder fun-cionar duas vezes por semana, tudo bem, porque então deveria ter direitos iguais.”

Fiscalização

A situação se torna mais difícil por-que não existe uma fiscalização adequa-da para o aumento de dias de funciona-mento da feira. “Pode abrir uma galeria a esmo, pode chegar com o carro, colocar manequim e vender na rua 44. Falta or-dem e a fiscalização não está presente em nenhum lugar nos arredores da feira Hi-

ppie”, conta Lira Margarete Santos, pre-sidente da Associação dos Expositores e Amigos da Feira do Sol.

Não se trata apenas da feira Hippie, qualquer uma tem vendedores não regu-lares, principalmente de CD’s e DVD’s piratas, pessoas que não têm alvará para vender e entram nas feiras aumentando a concorrência. José Adalberto diz que não há apoio da polícia militar e da guarda municipal.

Galerias

De acordo com Lira Margarete Santos, a feira hippie foi crucificada. Ela explica que quando o comércio da feira e dos ar-redores se intensificou, muitas galerias migraram da avenida Bernardo Sayão

para o local, com salas menores que uma banca de feira.

Ela põe na mesa um assunto que tem gerado muitos problemas para os feiran-tes da feira Hippie: o aumento das ga-lerias na rua 44 e proximidades. Houve crescimento do comércio no local, com muitos camelódromos, galerias e pe-quenas lojas. “Se a prefeitura der alvará a todo esse pessoal além de atrapalhar aqueles que já estão trabalhando, daqui a uns dias teremos de comprar um dos outros”, adverte José Adalberto.

Mudança de endereçoA ideia é mudar o local da feira

Hippie, hoje na praça do Trabalha-dor, para o prolongamento da Aveni-da Bernardo Sayão, no setor Fama. A proposta é do vereador Clécio Alves, do PMDB, mas até o fechamento des-ta edição não foi votada pela Câmara Municipal e tem intrigado os feirantes.

O projeto, que visa melhorar o es-paço e organização da feira, prevê es-tacionamento para 200 carros, além de evitar concorrência com as lojas que funcionam nos arredores da estação rodoviária de Goiânia.

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4 Samambaia >> Goiânia | Novembro, 2011

s o c i e d a d e

E as marchas tomam conta das ruasProtestos em forma de marchas ocuPam as ruas de muitas cidades brasileiras. o objetivo é alcançar mais liberdade e resPeito

Texto: Adriane RochaEdição: Marianna MartinsDiagramação: Guilherme Lucian “A marcha pela liberdade, rea-

lizada em junho deste ano, é um exemplo de manifestação

que remete as lutas sociais do passado. Ela tinha como objetivo inicial protes-tar contra a decisão de não permitir a realização da marcha da maconha. No entanto, com a sua divulgação, uniram--se novas bandeiras e, por fim, a marcha acabou englobando di-versos setores sociais que passavam por pro-blemas, como a greve dos professores, a crise nos bombeiros, e vá-rios outros.

A marcha da maco-nha que ocorreu em ju-lho, na capital goiana, pretendia muito mais do que legalizar o uso e comércio da subs-tância, mas também propor uma discussão sobre o aumento da violência e corrupção, geradas pelo fato de a droga ser ilegal.

Outra manifestação que também aconteceu recentemente foi a mar-cha das vadias. O movi-mento foi uma resposta à declaração de um po-licial norte-americano que disse ser culpa das próprias mulheres os estupros que acontecem, devido à forma de se vestirem. O protesto levou a uma discussão interessante sobre maior liber-dade para as mulheres se vestirem e se comportarem como quiserem.

A parada gay é, talvez, o movimento

mais bem sucedido dessas atuais mani-festações. Eurípedes Cruz, presidente da APOGLBT-GO (Associação da Pa-rada do Orgulho GLBT de Goiás), diz que a marcha é respeitada. “As paradas se tornaram tão importantes que hoje o próprio poder público apoia sua realiza-ção na maioria das cidades. Nos últimos três anos o movimento tem reunido em torno de 70 mil pessoas.”

Todos esses movimentos ganham adeptos através das redes sociais, que promovem e criam fóruns de discussões virtuais acerca do tema e, após junção

de simpatizantes, saem em marchas.

Identidade

Para o cientista político Pedro Célio, a participação nessas marchas represen-

Marcha das Vadias: mulheres promoveram reflexão social através do protesto no Campus

As paradas se tornaram tão

importantes que hoje o próprio poder

público apoia sua realização na maioria

das cidades”Euripedes Cruz,

presidente da Associação da Parada do Orgulho GLBT de Goiás

Contexto histórico Os movimentos sociais sempre fi-zeram parte da história da socieda-de. Lutas, protestos, rebeliões, além de movimentos estudantis ocorri-dos nas décadas de 60 e 70 contra a ditadura imposta pelo militarismo. Em muitas deles, pessoas foram mortas para que alguns direitos fossem conquistados. Os protestos eram por melhores salários, pela democratização política, ou garan-tia dos direitos básicos, como liber-dade de expressão. Hoje, essas bandeiras ainda são levantadas, porém em contextos diferentes. A busca pela liberdade foi ampliada. Atualmente não é rei-vindicada apenas a liberdade de expressão, mas sim a liberdade de se relacionar com pessoas do mes-mo sexo, da mulher se vestir como quiser, bem como a legalização do uso e comércio da maconha. Para o cientista político Pedro Cé-lio, é possível traçar semelhanças entre os movimentos atuais e os movimentos ocorridos no passado. “Alguns aspectos como a liberdade e o pluralismo, que a marcha do orgulho gay busca, já foram levan-tados no passado pelo movimento estudantil.”

Jaqu

elin

e Te

lis

ta uma conscientização da população e, mais que isso, uma identificação. “As manifestações acontecem na medida em que esses agrupamentos se sentem com os interesses contrários e ao que julgam serem seus direitos. Então eles lutam

por situações que querem ver reconhe-cidos como direito.”

As reivindicações começam com um processo de identificação das pessoas com o problema levantado pela marcha, mas segue como uma reflexão ao sistema polí-tico e econômico vigente.

As marchas adquirem papel impor-tante dentro da sociedade, pois propõem discussões relevantes e buscam liberdade, equiparação dos gêneros, livre sexualida-de ou comportamento. Além de possuí-rem um papel contestador, que é algo ne-cessário a toda sociedade que pretenda se desenvolver e não parar no tempo.

No dia 11 de dezembro serão realizadas as provas objetivas e discursivas do concurso de residência médica. O resultado dessa primeira fase será divulga-do no dia 6 de janeiro de 2012, no site www.cs.ufg.br. (Ana Flávia Marinho)

Concurso de Residência Médica 2012

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t r â n s i t o

Outro lado da leiConvênio do governo que reforça fisCalização de motoristas produz mudança de hábito nos bares, desperta CrítiCas de empresários e provoCa reação Contraditória de Condutores

Texto: Camila RochaEdição: Bárbara CamargoDiagramação: Jéssica Gonçalves

5

No início da noite de sábado, parceria entre policiais militares e agentes da AMT realizam Blitz na Av. T63 na capital

Um convênio entre Detran, Secre-taria de Segurança Pública, polí-cias Militar e Civil, e o Batalhão

de trânsito vem reforçando a fiscalização e educação do trânsito em todo o estado de Goiás. Juntos eles lançaram o pro-grama “Balada responsável”, que tem o objetivo de evitar acidentes de trânsito causados pelo uso de álcool.

A ação conjunta visa conscientizar os motoristas da importância do cumpri-mento da Lei Seca, que determina a apre-ensão do carro de qualquer motorista que esteja dirigindo com o nível de álcool aci-ma de dois decigramas por litro no san-gue. Além da apreensão caso seja pego,

o motorista tem que pagar uma multa de R$ 957,70 e sua carteira é suspensa.

Plano B

A alternativa recomendada pelo De-tran aos motoristas que não desejam abrir mão do álcool em suas noites é cha-mar um táxi. O órgão fez uma parceria com as redes de táxis de Goiânia e está sendo dado um desconto de 10% em via-gens que excedam o valor de R$20.

De acordo com o presidente da Coo-perativa de Transporte em Táxi de Goiâ-nia, Luiz Roberto Alves, a procura por tá-xis da sua frota aumentou 200% desde o início da campanha. O maior movimento acontece de quinta a sábado quando cer-ca de 60 veículos circulam pela cidade fazendo corridas. A cooperativa já obte-ve um lucro 15% nas viagens que aconte-

O programa “Balada Responsável” foi assinado no dia 27 de setembro e nos primeiros 30 dias de campanha 287 pessoas foram autuadas por dirigirem embriagadas, número muito inferior ao esperado. No mesmo período foram abordados cerca de 6.600 motoristas e espera-se uma queda de 40% nos aci-dentes de trânsito.

De acordo com o presidente do De-tran, Edivaldo Cardoso, a intenção do programa não é abordar motoristas des-prevenidos. “Os locais das blitzes estão

sinalizados com bastante luz e um ba-lão informando que ali há policiais. A intenção não é pegar ninguém despre-venido e sim ensinar como é importan-te não dirigir alcoolizado”.

Os policiais responsáveis pela fis-calização poderão receber até R$ 1.440 a mais por mês, se atingirem as metas quantitativas e qualitativas de desem-penho. Essas metas são traçadas pelo percentual de carros abordados, dimi-nuição na taxas de crimes, identifica-ção de veículos clonados, entre outras.

cem no período da madrugada.Apesar do acordo entre o Detran e os

taxistas, muitas pessoas dizem que o des-conto não faz tanta diferença. O motoris-ta Renato Mota, 27 anos, afirma que se fosse chamar táxi toda vez que saísse não teria dinheiro para consumir nos bares e boates que frequenta. “Prefiro reunir os amigos em um carro só e escolher um para ficar de motorista”, diz.

Quem não está feliz com os resulta-dos da Balada Responsável são os donos de bares de Goiânia. Segundo a Associa-

“Não bebo muito, tenho condições de dirigir.

Nunca estive envolvida em acidentes de carro

e me acho capaz de dirigir mesmo após

beber algumas cervejas, então porque parar?”

Fabiana Melo,

motorista

ção Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) em Goiás, a campanha gerou uma queda de 30% no número de clien-tes de bares e restaurantes da cidade nos finais de semana. Se a queda continuar a previsão é que aconteçam demissões de funcionários do setor.

Alguns motoristas não se intimidam, como é o caso de Fabiana Melo, 34 anos

“Não bebo muito, tenho condições de dirigir. Nunca estive envolvida em aci-dentes de carro e me acho capaz de diri-gir mesmo após beber algumas cervejas, então porque parar?”. Fabiana diz já ter sido parada uma vez em uma blitz ano passado, mas apesar de não ter feito o teste do bafômetro, foi liberada.

Balada responsável

Cam

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Roc

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Samambaia >> Goiânia | Novembro, 2011

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6 Samambaia >> Goiânia | Novembro, 2011

Não tomar café da manhã ajuda a perder pesoNão, pois a digestão queima calorias. O correto é comer pouco, com frequência e sem pressa.

A melhor forma de perder peso é uma dieta rigorosaA perda rápida de peso provoca a redu-ção do metabolismo, com isso o corpo queima calorias com menos eficiência, sendo provável que a pessoa recupere os quilos, logo que voltar a comer nor-malmente.

Alimentos com baixo teor de gor-dura não engordamBaixo teor de gordura não é sinônimo

de baixo teor de calorias. É a quantidade total de calorias consumidas no alimento que importa.

Comer tarde da noite faz engordar mais rápidoO momento que a pessoa se alimenta não tem efeito sobre o destino das calo-rias. Se fizer uma grande refeição notur-na, mas não tiver exagerado nas calorias durante o dia, elas não se acumularão na cintura mais do que se você fizer a mesma refeição às 18 horas.

Bebidas alcoólicas são benéficas à saúdeUma taça de vinho por dia faz bem à saú-de, mas o álcool é rico em calorias, seu

a l i m e n t a ç ã o

Pratos brasileiros não são saudáveisOs brasileirOs, em geral, nãO têm se alimentadO de maneira cOrreta. cOmO, quandO e O que cOmer sãO perguntas frequentes daqueles que buscam uma alimentaçãO saudável

Texto: Isadora PicoloEdição: Vanessa MartinsDiagramação: Vanessa Martins

Isad

ora

Píc

olo

Alimentos saudáveis no dia-a-dia são essenciais para uma dieta equilibrada

Alimentar-se bem, variar os nu-trientes nas refeições e fazer uma dieta balanceada é uma

velha história que as pessoas estão can-sadas de ouvir, mas que às vezes passa despercebida quando não lhe é dada o devido valor. Na busca por uma alimen-tação saudável, porém, é preciso obser-var além do que se está ingerindo, mas como, com quem, quando, e onde são feitas as refeições.

Os tipos de alimentos básicos que devem ter todos os dias na mesa variam entre ricos em proteínas, carboidratos, vi-taminas, minerais, fibras e pobres em gor-dura, devendo ser adequada à idade da pessoa. As quantidades dos alimentos não podem ser insuficientes nem excessivas.

A dona de casa Cleusa Pereira revela que todos os dias não faltam salada, ar-

roz, feijão e um tipo de carne na mesa. “Quando tem macarrão, no outro dia faço algo mais leve e quando tem ovo não faço carne. Tento balancear a ali-mentação em casa variando no cardápio entre massas e carne. O arroz e o feijão são sagrados todos os dias”. Para ela, a a nutrição correta começa em casa. “A ali-mentação dos filhos tem muito a ver com a alimentação dos pais. O que os pais gostam, eles consomem em casa. É tam-bém o que os filhos comem. A alimenta-ção saudável se torna um hábito”.

Amigos e inimigos da saúde

A nutricionista Lílian Mattos enfatiza a necessidade de balancear a alimenta-ção. “A gordura, por exemplo, pode cau-sar o entupimento das artérias, causando infarto e derrame cerebral, caso seja con-sumida em excesso”, explica.

Os horários devem ser organizados para que se coma pouco, com frequência

e sem pressa. Frutas são sempre boas al-ternativas para serem ingeridas entre os intervalos de alimentação como o café da manhã e o almoço e o lanche da tarde e o jantar, pois nosso organismo absorve nutrientes que podem não conter nas re-feições diárias. Ainda mais quando estas

refeições são feitas em restaurantes ou fast foods, que são consumidos em ex-cesso pela população brasileira.

Lílian Mattos aconselha trocar pizza por sanduíche natural e refrigerante por suco de polpa como alternativas para quem não almoça em casa e não tem tempo para comer em restaurantes.

Ecogastronomia

Para aqueles que fazem almoço e jan-tar todos os dias, a preocupação com a variação de alimentos é maior. A empre-sária Rute Rodrigues Pimentel cozinha seu almoço todos os dias e cuida para ter sempre na mesa os vegetais cultivados na própria horta que tem no jardim de casa.

O modelo é adotado pelo Slow Food, uma associação internacional sem fins lucrativos, como resposta aos efeitos do fast food e que objetiva proteger espécies vegetais e raças animais, contribuindo com a defesa do meio ambiente, da cozi-nha típica regional, dos produtos saboro-sos e do prazer da alimentação.

Em Goiás, o Slow Food localiza-se em Pirenópolis. É uma boa pedida para quem busca alimentos saborosos e orgânicos.

Mitos e verdadesconsumo elevado está vinculado ao câncer de fígado, de boca, de esôfago e de mama.

As gorduras devem ser evitadas a qualquer custoA gordura é uma fonte de vitaminas A, D e E. O melhor é variar a alimen-tação com todos os nutrientes sem exagerar na gordura.

Quase não como e, mesmo assim, não perco pesoÉ importante observar aquilo que se ingere. Se esqueceu o que “provou” ao cozinhar, os drinques nas festas, o punhado de biscoitos enquanto assis-tia televisão.

Page 7: Jornal Samambaia Novembro 2011

s a ú d e

Pilates é a atividade física do momentoCom promessas de resultados expressivos, exerCíCios Com bolas ganham Cada vez mais adeptos entre anônimos e Celebridades

O método de condicionamento cor-poral e estético que é conhecido por muitas celebridades como

Madonna, Gisele Bündchen e Brad Pitt também vem ganhando adeptos fora dos holofotes. Criado pelo alemão Joseph Pi-lates, em 1920, a prática, que o ajudou a superar os próprios problemas de saúde, ficou famosa com o trabalho de reabili-tação e condicionamento físico que reali-zou com bailarinos profissionais.

Como não apresenta muitas contrain-dicações, o público praticante é bastante variado. “O pilates é indicado para todas as pessoas: crianças, adolescentes, adul-tos e idosos que queiram ter um corpo bonito, saudável e equilibrado”, explica a professora de pilates de solo Adriana Martins. “Mulheres grávidas e pessoas idosas que apresentam problemas car-díacos devem procurar autorização e acompanhamento médico antes de co-meçar”, complementa.

Vantagens

O maior diferencial do pilates em rela-ção aos demais exercícios físicos é a pro-messa de numerosos benefícios em um

Texto: Ana Flávia MarinhoEdição: Gilmara RobertoDiagramação: Vanessa Martins

7Samambaia >> Goiânia | Novembro, 2011

Fotos: Ana Flávia Marinhoespaço de tempo menor. “Os resultados são adquiridos de forma rápida e notados tanto por quem o pratica quanto pelas pessoas que convivem com os pratican-

tes”, comenta Solaine Perini, fisioterapeuta e presidente da As-sociação Brasileira de Pilates (ABP).

As altas mensali-dades somam pon-tos negativos para a modalidade. Algu-mas academias de ginástica oferecem aulas de pilates, po-rém em casos especí-ficos de reabilitação ou em procura de horários flexíveis é

preciso recorrer aos estúdios de pilates. Nesse caso, os preços nem sempre são acessíveis.

Exercícios

Visando o movimento consciente sem fadiga e dor, o método pilates baseia-se em cinco princípios: respiração, controle corporal, concentração, fluxo de movi-mento e precisão. As atividades levam o aluno a ganhar força, ter realinhamento corporal, perceber alívio de dores crô-nicas e tensões musculares, melhorar a coordenação motora, estimular a circula-ção e melhorar a postura, além do bem estar mental.

Embora a primeira impressão seja a de que os movimentos praticados de pés descalços sejam leves e relaxantes, não é bem assim que os exercícios realmente são. Vilma Viana, praticante de pilates de solo desde o início do ano, conta que se surpreendeu com o método: “Expe-rimentei por curiosidade, já que parecia ser um exercício fácil e com resultados rápidos. Na verdade, as atividades não são tão fáceis quanto parecem, mas per-cebi resultados significativos, principal-

Embora se possa fazer pilates em casa, o ideal é que a prática seja monitorada por um profissional

O pilates vem conquistando mulheres de todas as idades

mente o aumento da flexi-bilidade”.

Sobre as vantagens de se substituir a musculação por pilates, o professor e fisioterapeuta Luciano Bac-celli afirma que o método pode satisfazer quem quer fortalecer o corpo. “Mas se o objetivo for ganho de mas-sa muscular, nenhum outro método oferece tanta possi-bilidade quanto a muscula-ção”, afirma.

Pessoas mais suscetíveis a desencadear problemas físicos devido a profissão podem encontrar no pila-tes uma forma de ajudar o corpo. “Os exercícios de pilates podem ser pratica-dos por pessoas sedentárias que resolvem iniciar alguma atividade física, bem como por atletas de ponta, como esportistas de diversas mo-dalidades e bailarinos”, con-clui Solaine Perini.

Como se fazA utilização de aparelhos e acessórios tem como função auxiliar o movimento cons-ciente ao estimular, facilitar e desafiar a execução de forma assistida e resistida. Cada modalidade utiliza-se de objetos e movimentos específicos e necessita de locais apropriados.

Modalidade Onde realizar O que é utilizado

Aparelhos (estúdio)

Estúdios especializados

Equipamentos de mecanoterapia que utilizam

molas para dificultar os exercícios (reformer, trapézio,

wall unit, cadeira, barril e step barril)

Solo

Em academia de ginástica ou em casa

Bolas, tubos, elástico, discos proprioceptivos

Page 8: Jornal Samambaia Novembro 2011

e d u c a ç ã o

Terror do vestibular

O desafio de escolher uma carrei-ra promissora e conseguir vaga em uma universidade reconhe-

cida preocupa muitos estudantes. Com a exigência crescente de boa formação aca-dêmica, a demanda por vagas em cursos superiores no país aumenta a cada ano e a concorrência também. A pressão so-bre os alunos do terceiro ano do ensino médio e de cursinhos pré-vestibular é grande. Muitos chegam a desenvolver problemas físicos e psicológicos em de-corrência do ritmo intenso de estudo e da preocupação constante em ser aprovado.

Passar no vestibular sempre foi si-nônimo de dificuldades, mas com o au-mento da concorrência por uma vaga na

Texto: Lis LopesEdição: Myla AlvesDiagramação: Raniê Solarevisky

8 Samambaia >> Goiânia | Novembro, 2011

faculdade, a prova tem se tornado mais complicada. Em 1975, havia 2,2 candida-tos por vaga, em média. Hoje, existe 4,6, ou seja, esse número dobrou. Isso aconte-ce porque o número de candidatos cresce consideravelmente, enquanto a oferta de vagas avança num ritmo menor.

O vestibular é mais que um exame. Enquanto está no colégio, o aluno até pode ir mal em uma prova ou outra, pois o que conta é sua média anual. Já com o vestibular não é assim. Quem se sair mal, sabe que só terá outra chance no semes-tre ou ano seguinte. O teste resume os co-nhecimentos de uma vida de estudo num único dia e, isso somado ao nervosismo e à ansiedade, pode ser algo traiçoeiro para o aluno que se esforçou. Muitas vezes, calma e agilidade podem contar mais que o conhecimento das matérias em si.

A estudante Camila Ribeiro, 20, que atualmente está cursando Publicidade e

Propaganda, foi aprovada na primeira tentativa depois de muito estudo e dedi-cação. “O terceiro ano foi bastante com-plicado. É como se tivesse uma pressão sobre mim de todos os lados, no colégio, em casa, com os colegas concorrentes. Estudei muito e não achava que fosse conseguir, pois a concorrência no ano em que prestei vestibular era 12 por vaga”, conta.

Gabriela Guimarães, 20, colega de Camila no Ensino Médio, escolheu prestar para Medicina, o curso mais concorrido nas universidades. Já fez provas de várias universidades nos dois últimos anos e ainda não obteve a aprovação.

Matriculou-se no cursinho e do-brou seu ritmo de estudo. “Eu sei que passar para Medicina numa universi-dade federal é muito difícil, mas é o meu sonho e pretendo continuar estu-dando até conseguir a aprovação em alguma das faculdades que escolhi”.

Apoio familiar

Além do suporte psicológico, é fundamental que os alunos recebam total apoio dentro de casa. Um am-biente calmo e sem barulhos favorece a concentração nos estudos. Outro fa-tor essencial é a sensibilidade da famí-lia em perceber quando o estudante está sobrecarregado e sugerir que ele

EstudantEs prEcisam lidar com a prEssão das provas, a concorrência quE aumEnta a cada ano E a difícil tarEfa dE EscolhEr uma profissão

descanse um pouco, pratique atividades físicas e coloque o sono em dia. O equi-líbrio é fundamental para que o vestibu-lando alcance os resultados almejados e cabe aos pais observar o comportamen-to dos filhos dentro de casa oferecendo apoio necessário.

A dona de casa Valéria Maldi, que atualmente tem os três filhos na univer-sidade, vivenciou o desgaste do perío-

do pré-vestibular em seu lar. “Cada ano foi um filho meu prestando vestibular, então eu tinha a impressão que aquela época de stress não iria acabar nunca. Eu e meu marido demos todo o apoio possível e tivemos que aturar muito mau humor também. Mas valeu a pena, agora que cada um está na faculdade, cursando o que sempre sonhou”, conta.

Gabriela Guimarães estuda muito para realizar o sonho de cursar faculdade de Medicina

“Passar para Medicina numa universidade

federal é muito difícil, mas é meu sonho”

Gabriela Guimarães,vestibulanda

Camila Ribeiro (E) com as amigas da faculdade: aprovação na primeira tentativa

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Page 9: Jornal Samambaia Novembro 2011

Com o ritmo intenso de estudos, a maioria dos alunos acaba esquecendo de cuidar da saúde. É muito importante manter uma alimentação balanceada e nutritiva, pois o desgaste físico é gran-

de e necessita-se de uma boa reposição de energia. Isso significa fazer de cinco a seis refeições por dia, o que inclui café da manhã, almoço, jantar e lanches leves intercalados.

Calendário de provas

PS 2012/1

UFG2ª fase: 4 e 5 de dezembro

UnB 10 e 11 de dezembro

FUVEST2ª fase: 08, 09 e 10 de janeiro de 2012

UFSC 10, 11 e 12 de dezembro

UNESP 2ª fase: 18 e 19 de dezembro

UNICAMP2ª fase: 15, 16 e 17 de janeiro de 2012

UFMG2ª fase: 3 a 6 de janeiro de 2012

Não adianta nada a pessoa estudar o dia inteiro, durante todo o ano, se ela não tiver

um pouco de lazer”Élia Maria,psicóloga

ansiedade. A psicóloga Élia Maria afirma que

o estudante deve procurar maneiras de aliviar o stress e balancear o ritmo pesa-do de estudos com momentos de lazer. “Não adianta nada a pessoa estudar o dia inteiro, durante todo o ano, se ela não descansar e tiver um pouco de la-zer. Quando chegar o dia do vestibular, estará extremamente exausta e isso dimi-nui as chances de um bom desempenho no exame”, relata. Segundo a psicóloga, uma dica válida é fazer exercícios de res-piração profunda para aliviar a tensão.

Alguns estudantes chegam até mes-mo a desenvolver depressão ou um leve início da doença, devido à pressão intensa do período pré-vestibular. Élia recomenda que os pais fiquem atentos ao comportamento dos filhos em casa e, caso percebam algum indício de de-pressão ou abalos psicológicos, devem procurar um terapeuta ou um psicólogo para acompanhar esses adolescentes.

Véspera

Depois de tanto esfor-ço durante o ano, noites mal dormidas, várias lis-tas de exercício, horas de estudo intenso, pressão e muito cansaço, é chegada a semana da prova. E o que fazer na véspera da prova, quando a ansieda-de já está à flor da pele?

O melhor é colocar os livros de lado e descansar o dia inteiro para estar bem preparado físico e psicologicamente para o dia tão temido. Professor de Geografia e Geopolí-tica, Henrique Oliveira percebeu como o vesti-bular mexe com a cabeça dos alunos. “O melhor a se fazer na véspera é descansar bastante, as-sistir um filme, descon-trair e ter uma boa noite Após cansativa maratona de estudos, vestibulandos vão para casa. Reta final já começou

Preparação é fundamental para o sucesso

de sono. Não adianta ficar desesperado fazendo listas de exercícios ou revisando a matéria. O que o aluno tinha a apren-der ele já aprendeu. Na véspera não re-solve, pelo contrário, só deixaria o aluno cansado e até mesmo desesperado com a sensação de não saber toda a matéria”, ressalta.

Uma dica importante é se organizar para o grande dia, separar o material que deve levar para o local de prova e sair de casa com antecedência em relação ao horário marcado para evitar imprevistos. Na véspera, o estudante também deve ter uma boa noite de sono para chegar à prova completamente repousado e pron-to para a maratona de questões que virão pela frente.

Na hora da prova, o vestibulado pre-cisa manter a calma, ler os enunciados com bastante atenção e esperar pelo re-sultado que pode dar início a uma nova etapa de sua vida.

Além de cuidar bem da alimentação, esses alunos devem procurar um tem-pinho na agenda de estudos para prati-car alguma atividade física. Segundo o médico Rodrigo Pastor, os benefícios da atividade física para o cérebro são nota-dos ao longo de toda a vida acadêmica, mas principalmente em épocas decisi-vas, como o vestibular. “A atividade fí-sica promove uma descarga saudável de adrenalina no cérebro, deixando a pes-soa mais atenta, com menos tendência à sonolência, além de ajudar a manter o ín-dice de glicose no sangue, fundamental para a nutrição dos neurônios. E além de tudo, o exercício é uma ótima forma de aliviar o stress”, destaca.

Ansiedade

O vestibular traz um pacote de fato-res que podem prejudicar o estado físico e psicológico dos estudantes: ansiedade, medo, nervosismo, stress, sedentarismo, má alimentação, poucas horas de sono e descanso. Além de estudar e se alimen-tar bem, o estudante precisa controlar a

9Samambaia >> Goiânia | Novembro, 2011

Page 10: Jornal Samambaia Novembro 2011

Governo federal investe em infraestrututraA presidente Dilma Rousseff acredita que investir em infraestrutura faz parte da

“estratégia para garantir que o Brasil continue se desenvolvendo em ritmo adequado e de dizer não à crise internacional”. A declaração foi dada no dia 16 de setembro, em Belo Horizonte (MG), durante a cerimônia de anúncio de investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para a Copa do Mundo de 2014. O evento teve a presença do ex-jogador de futebol e embaixador do Brasil para a Copa, Pelé. Na data, o governo federal marcou os mil dias que faltavam para o início das competições.

Carros importados ficam mais caros O governo brasileiro vai aumentar, a partir de dezembro deste ano, o Imposto

sobre Produtos Industrializados (IPI) no preço de automóveis importados em 30% para montadoras localizadas fora do Brasil. A taxa atinge empresas que não cum-prirem alguns requisitos, como utilizar, na fabricação dos veículos, no mínimo 65% de produtos nacionais ou regionais (Mercosul) e investir em pesquisa e desenvol-vimento. A medida deve evitar a exportação de empregos para outros países, como afirmou o ministro da Fazenda, Guido Mantega.

>> E eu com isso?Com essa medida do governo, diferenciam-se veículos fabricados no Brasil dos

importados (que geram empregos em outros países). Entretanto, a concorrência entre as montadoras instaladas aqui diminuirá, o que eleva o preço final dos produtos. Au-mentar tributos é um modo rápido de solucionar problemas a curto prazo, mas acaba prejudicando o consumidor, que pagará mais para adquirir os produtos que deseja.

Edição: Bárbara Camargo Diagramação: Larissa Vieira

10 Samambaia >> Goiânia | Novembro, 2011

Carros chineses serão atingidos pela nova medida do governo de aumentar o IPI

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>> E eu com isso?Apesar das afirmações da presidente Dilma, as obras planejadas para a Copa

de 2014 estão atrasadas. A fim de deixar o país pronto para 2014, o governo deverá aumentar o ritmo de trabalho e aplicações financeiras, o que acaba estourando o orçamento. Toda essa falta de organização e planejamento será paga com dinheiro público, arrecadado por meio de impostos.

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Faltando mil dias para o início da Copa, Dilma e Pelé visitam obras do Mineirão (MG)

No dia da visita, os operários que tra-balham na construção do estádio Minei-rão fizeram uma paralisação. Eles apro-veitaram a presença da presidente para protestar por melhores salários. Sobre o estádio, Dilma afirmou que é de fato um dos estádios com tempo de resolução dos mais extraordinários do Brasil.

Operários insatisfeitos paralisam trabalho nas obras do Mineirão

ECONÔMICOGIROpor Ana Flávia Marinho

... porém funcionários estão insatisfeitos

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rodu

ção

Empresas de tecnologia são mais valiosas Mesmo com a crise econômica mundial, empresas do ramo tecnológico per-

manecem entre as mais valiosas do mundo. No início de setembro, o relatório da Consultoria Brand Finance mostrou que a Apple cresceu de valor em 33%, supe-rando pela primeira vez a Microsoft e saltou, de janeiro para setembro, da oitava posição para a primeira. Já a Microsoft, que estava em segundo lugar em janeiro, passou para terceiro em setembro. Google, Apple e Microsoft lideram a lista.

Nos dois períodos o Google manteve a liderança. Em primeiro lugar na lista, a marca está avaliada em 48.278 bilhões de dólares. A Apple vale 39.301 bilhões de dólares e a Microsoft, 39 bilhões de dólares.

Page 11: Jornal Samambaia Novembro 2011

e c o n o m i a

Quando investir no mercado de ações?Saber eScolher a corretora de açõeS e ter cautela na hora de aplicar podem Ser cruciaiS para o SuceSSo no inveStimento. meSmo com pouco dinheiro é poSSível ganhar dinheiro

Texto: Danilo BoaventuraEdição: Flávia GomesDiagramação: Steffen Kühne

11Samambaia >> Goiânia | Novembro, 2011

Mercado de ações. Para muitos é algo desconhecido e inaces-sível. Para quem tem muito

dinheiro, é coragem. Mas não é bem assim. De acordo com especialistas, é possível fazer bons investimentos com pouco dinheiro e ter retornos satisfató-rios. Para isso é necessário, pelo menos, conhecer um pouco desse universo, seja estudando ou indo atrás de orientações com profissionais qualificados. Saber escolher a empresa certa para investir seu capital e estar pronto para correr ris-cos é fundamental para se obter sucesso.

Muitas corretoras exigem um valor mínimo para o ingresso no mercado fi-nanceiro e nem todas operam com valo-res baixos. Porém, é possível encontrar corretores e empresas dispostos a traba-lhar com valores iniciais pequenos.

De acordo com o Portal do Investi-dor, do Ministério da Fazenda, escolher a corretora de investimento na bolsa de valores é a primeira decisão de quem quer entrar no mercado de ações. É a empresa que fará o meio de campo entre o investidor e a Bovespa. Ele transmite a

ordem de compra e venda e a empresa – mais especificamente seu corretor – executa.

A escolha pode influenciar toda a experiência no mercado de ações. O re-comendável é utilizar aquelas que são membros da Bovespa como referência. Além disso, é preciso estar ciente que os retornos nem sempre são rápidos. Se-

gundo os especialistas, isso dependerá do valor e do tempo de investimento.

Análise gráfica

O especialista em análise gráfica de ações, Leandro Martins, afirma que quem inicia uma operação no mercado de ações costuma cometer quatro erros rotineiros. O primeiro deles é a falta de humildade. “Isso acontece quando o operador lê dois livros de análise gráfi-ca e acha que é o suficiente para conhe-cer o mercado”.

Excesso de otimismo e falta de dis-ciplina são, na visão do analista, o se-gundo erro. Ele explica que o investi-

dor iniciante, pouco cauteloso, acredita com convicção que a operação será lu-crativa e não se preocupa com prováveis perdas.

Falta de metodologia fixa e utiliza-ção de informações em excesso, pro-curando ter conhecimento de todos os dados disponíveis, também são erros. “Isso acontece quando mudam-se cons-tantemente a forma de fazer operações e indicadores utilizados”, explica o es-pecialista. Ele acrescenta que excesso de informações pode gerar confusão.

Riscos

Segundo a professora da Faculdade de Administração, Ciências Contábeis e Economia (Face) da UFG, Aletheia Ferreira, existe a impressão equivocada que risco é sempre algo negativo e isso não é verdadeiro. Ela explica que o ris-co deve ser definido como uma variação esperada dentro de um resultado, que pode ser positivo ou negativo.

Todo investidor quer que o capital tenha rendimentos crescentes. De acor-do com Aletheia, a rentabilidade está sempre diretamente relacionada ao ris-co. “Cabe ao investidor definir o nível do risco que está disposto a correr em função de obter maior ou menor lucra-tividade”, acrescenta. Isso significa que entrar no mercado das ações pode ser sim uma boa oportunidade de ganhar dinheiro. A professora aconselha que a melhor forma de não ter prejuízos é co-

Professora Aletheia: a rentabilidade é diretamente relacionada ao risco

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Erros comunsFalta de humildade

Excesso de otimismo e falta de disciplina

Falta de metodologia fixa

Utilização de informações em excesso

Resultado: pode gerar confusão na hora de aplicar o dinheiro

É preciso estar ciente que os retornos nem

sempre são rápidos. Isso dependerá do

valor e do tempo de investimento

>>

meçar investindo pouco dinheiro e usar corretoras de ações com referência no mercado.

Se por um lado há pessoas que in-vestem no capital de renda variável sem receio, há quem imagine que esse setor da economia é um bicho de sete cabeças. Para o administrador e consultor finan-ceiro Euller José Alves, falta informa-ção. Segundo ele, no Brasil não existe a cultura de aplicar no mercado de ações. “Nos EUA cerca de 100 milhões de pes-soas aplicam na bolsa. Aqui esse núme-ro é de 600 mil e mesmo assim a nossa bolsa é forte”, conta ele.

De acordo com Euller, uma pessoa interessada em se tornar investidor pode começar comprando ações de em-presas como a Vale e a Brookfield. “Uma ação da Vale custa sete reais, contudo a companhia costuma vender essas ações em lotes de R$100. Na somatória o valor resulta em R$700, mas é possível com-prar por unidades, desde que a taxa de custódia no valor de dez reais esteja in-clusa” acrescenta.

- Dia 7 de dezembro serão divulgadas as disciplinas ofertadas como Núcleo Livre para o período de férias/verão – 2012.- Entre os dias 8 e 16 de dezembro os professores devem publicar as notas e frequências das disciplinas do 2º semestre/2011.- Nos dias 14 e 15 de dezembro os estudantes poderão solicitar inscrições nas disciplinas ofertadas para o período de férias, via internet. (Ana Flávia Marinho)

Fique atento às datas importantes no final de ano da UFG!

Page 12: Jornal Samambaia Novembro 2011

c i d a d a n i a

Outro jeito de ver e viverEdilma E alisson – ElE com cEguEira congênita E Ela com cEguEira adquirida- Explicam como EnxErgam o mundo, sonham E driblam o prEconcEito social

Edilma Salles sofreu um aciden-te automobilístico aos 17 anos, quando se deslocava da cidade

para fazenda, em Conceição do Ara-guaia, no Pará. Ela ficou 30 dias interna-da, sendo 15 em coma. Após 10 meses de tratamento, conseguiu transplante de córnea em um dos olhos e enxergou bem por dois anos e meio. Mas logo teve rejeição à cirurgia e precisou reti-rar o globo ocular.

Edilma não se surpreendeu com a rejeição, pois sabia que tinha um prazo de até seis anos após o transplante para confirmar se a cirurgia teria dado certo. “Logo que perdi a visão eu me reabi-litei muito rápido no Centro de Apoio (ao deficiente visual). Em três meses aprendi o Braille, aprendi a me locomo-ver, voltei para escola. Passei no Enem e entrei para faculdade”, afirma Edilma.

Texto: Lídia CunhaEdição: Marianna MartinsDiagramação: Jéssica Gonçalves

“A fase mais difícil é quando você re-almente fala: agora eu sou cega”, decla-ra Edilma. De acordo com ela, existem muitas pessoas que passam cerca de dois anos até aceitar essa condição.

Além do apoio da família e dos ami-gos, o que ajudou na recuperação de Edilma foram os objetivos que ela tinha traçado antes de perder a visão. A estu-dante sempre sonhou em fazer direito e hoje está no último período do curso.

Dificuldades

Alisson Azevedo, apesar de não co-nhecer a sensação de enxergar e depois perder a visão, também passou por uma fase difícil quando começou a compre-ender as limitações. Para ele, foi a partir da adolescência que surgiram as impli-cações de não enxergar e o que isso lhe acarretaria. “Foi uma fase difícil, cheia dos conflitos de um adolescente soma-dos aos conflitos relacionados à ceguei-ra”, afirma Alisson.

Hoje ele relembra esse momento de

sua vida e explica que, naquela épo-ca, a situação pare-cia não ter solução. “Na verdade, acho que não se resolve, mas isso não tem a ver com cegueira, mas com a filosofia de vida”.

Alisson é pre-sidente do Centro de Apoio ao Deficiente Visual e fre-quenta o local desde os 12 anos. Ele ressalta a importância do convívio com cegos mais experientes. Entre outras coisas, eles o ensinaram que era possí-vel ser independente e poder caminhar sozinho pelas ruas.

Depois de entrar em uma faculdade de direito, Alisson passou em um con-curso público. É hoje técnico judiciário.

Preconceito

Edilma Salles conta que sente o pre-conceito todos os dias, mas nunca enca-rou isso como motivo para se deprimir. Ela afirma que é notória a compaixão das pessoas pelo seu problema. Muitas vezes, ela tem dificuldade até para fazer compras. “Quando entro em alguma loja, a vendedora não quer me mostrar as mercadorias e diz: olha, você é cega, não tem como te atender. Então preciso explicar: eu sou consumidora e quero ver o produto nas minhas mãos. Não adianta me mostrar na vitrine, eu quero pegar”, afirma Edilma.

Já para Alisson, o preconceito está exposto na sociedade, embora muito velado. “O preconceito está no dia a dia. Um caso concreto de discriminação aconteceu quando passei no concurso do TRE nas vagas destinadas aos por-tadores de necessidades especiais, e fui considerado inapto para as atribuições

Alisson Azevedo, cego desde criança, é formado em direito e tenta provar, através de um processo, que é apto para assumir a função de técnico judiciário no Tribunal Eleitoral

Como os cegos sonham Uma curiosidade comum a todos refere-se aos

sonhos dos cegos. Edilma Salles conta que ainda tem a sua memória visual. “Eu sei o que é uma cor vermelha, azul. Essa memória visual é muito viva na minha cabeça. No meu sonho não sou cega, eu sempre estou enxergando. Vejo o sol, uma floresta, as pessoas” explica a estudante.

As pessoas que já nasceram cegas, que nunca viram cores e formas, como é o caso do Alisson, ge-ralmente sonham com as situações que convivem no seu dia-a-dia. “Eu não enxergo no sonho, mas eu tenho uma percepção da presença da pessoa. É uma percepção extra-sensorial. Eu não preciso que a pes-soa fale para eu saber que ela está perto. É para mim uma espécie de hiper-realidade”, conta Alisson.

Edilma Salles ficou cega aos 17 anos, mas sabe como enfrentar a vida

Lídia Cunha

do cargo”. Alisson esperou quatro anos pelo processo na Justiça para tomar posse do cargo. A ação ainda está em curso e ele acredita ter grandes chances de ganhar a causa.

Tecnologia

Hoje a tecnologia traz muitos pro-gramas para auxiliar o deficiente visual a ter o mesmo acesso às informações da internet, como Virtual Vision, Jaw e o Dosvox. Esse último possibilita um cego escrever e ler, através de programas in-terativos, o que outras pessoas escreve-ram, diferentemente do método Braille, que só é utilizado por uma minoria cega ou interessada no assunto.

Já o Virtual Vision e o Jaw são sof-twares que fazem a leitura da tela de computador, além de permitir ao usuá-rio cego navegar pela internet enquanto recebe informações sonoras de textos da rede de computadores.

Alisson conta que a internet trou-xe muitas vantagens para os cegos. “O maior bem que ela nos trouxe foi o de podermos nos comunicar com as pesso-as não cegas, a partir do mundo da es-crita”, ressalta.

Sem essa tecnologia ele teria que es-crever na máquina de datilografia Brail-le e alguém teria que revisar. “Isso era terrível, por causa da privacidade”, ex-plica Alisson.

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12 Samambaia >> Goiânia | Novembro, 2011

Page 13: Jornal Samambaia Novembro 2011

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“Manhê, compra esse livro pra mim?”Livros infanto-juvenis representam onda de best-seLLers e mostram que crianças e adoLescentes Lêem

Existem três tipos de dragões, os ce-lestes, os pequeninos e os do mar. Os pequenos comem ratos, o que é

um pouco nojento, mas eles têm bandos bem organizados”, diz Gustavo Fleury, 10, que ensina para a mãe tudo o que aprendeu em “Como Treinar seu Dra-gão”. Era uma vez histórias que começa-vam com “era uma vez”. O novo público leitor, formado por crianças e adolescen-tes, quer saber mesmo é de zumbis, deu-ses gregos, dragões, princesas que fazem fofoca e, claro, aquele que não se deve nomear: Voldemort.

As prateleiras da seção infanto-juve-nil estão quase sempre abarrotadas de novidades. Basta ir a uma livraria no sá-

Texto: Natânia CarvalhoEdição: Guilherme GonçalvesDiagramação: Susanna Vigário

Gustavo Falcão se aventura pelo mundo mágico criado pelo escritor Rick Riordan

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bado à tarde. Os corredores estão cheios de filhos cutucando os pais com, no mí-nimo, dois exemplares na mão. Segun-do pesquisa do Instituto Pró-Livro, é na infância e adolescência que os brasilei-ros estão mais dispostos a ler. Até os 10 anos, calcula-se que crianças leiam cerca de sete livros por ano, batendo, portan-to, a média nacional que é de cinco volu-mes para cada leitor.

O que eles lêem

Muito se especula sobre o que essa meninada gosta de ler. Outro Gustavo, o Falcão, de 14 anos, diz que em um bom livro não pode faltar ação, suspense, mi-tologia e personagens da sua idade.

Marta do Nascimento, professora de português, diz que a literatura infanto--juvenil tem sofrido uma mudança notá-vel, isto porque a infância e a adolescên-cia mudaram. “As crianças estão sendo mais expostas, a dualidade agora é aceita em vez de uma moral rígida.”

Para Marta, esta mudança está muito mais no jeito de se contar as histórias do que na temática. “Edith Nesbit já contava histórias fantásticas no século XIX. Hoje J.K. Rolling faz isso com maestria. Temá-ticas muito parecidas, envolvendo mun-dos mágicos e segredos, mas formas de escritas muito diferentes”.

O que os autores também descobri-ram é que a faixa etária infanto-juvenil é bem dividida. Isso transformou o merca-do em sub-mercados: de um lado, tem-se crianças que apreciam a poesia de “Ana Levada da Breca”; de outro, crianças que vibram com aventuras da coruja Soren em “A Lenda dos Guardiões”; há os ado-lescentes que mergulham nos dilemas de “Mano”, escrito por Heloísa Prieto e Gil-berto Dimenstein, e ainda os que torcem pelo vampiro que desafiou Drácula na

Ao lado de pôsteres e de uma garrafa de suco de abóbora, Danielly Bernardes afirma que Harry Potter a incentivou a ler mais

saga “Crepúsculo”.

Literatura e vertentes

Separar literatura e sub-literatura pa-rece coisa de criança, mas não é. Algumas pessoas se perguntam se livros como “Diários de um Banana” e outros escritos pela autora Thalita Rebouças têm o mes-mo valor dos livros ditos de “adultos”. A resposta é fácil: literatura infantil não é uma arte menor. “Ela [a literatura infan-to-juvenil] não tem que se explicar, mas é muito gentil dizendo para os pais e para os malucos das academias: eu preparo a criança para querer algo a mais, para querer ler mais”, garante a professora.

Danielly Bernardes, 19, diz que come-çou a ler quando conheceu os livros de J.K. Rolling, “Conheci Harry quando era criança e seus livros falavam mais do que

Os cinco trabalhos de Percy JacksonAs sagas sempre conquistaram

o público de crianças, adolescentes e ‘nerds’. Essa premissa vem se pro-vando verdadeira com os cinco livros que compõe a série “Percy Jackson e os Olimpianos”. A saga, escrita pelo texano Rick Riordan, conta a história de Percy Jackson, um garoto que sem-pre está encrencado na escola, enfren-ta uma situação complicada com seu padrasto, além de ter Transtorno de Atenção e Hiperatividade e Dislexia. Mas esses estavam longe de serem seus problemas. Percy descobre que é filho de Poseidon, deus dos mares, o que significa que ele é um semideus. No século XXI, os deuses vivem nos Estados Unidos, no mais alto – e secre-to – andar do Empire State.

Gustavo Falcão afirma que os li-

vros de Percy têm o que todo menino gosta de ler. E não é que tem mesmo? Os livros alcançam níveis de popula-ridades incríveis no Brasil, que perde em números de fãs apenas para os Estados Unidos. Percy Jackson é uma das apostas para substituir a saudade deixada nos fãs de Harry Potter que acabaram de perder o bruxinho para um final feliz.

Para a mineira Fernanda Siepier-ski, economista e relações internacio-nais, que lidera o site Percy Jackson Br, uma página dedicada a notícias da série para os fãs brasileiros, as crianças se apaixonaram pelos livros porque Riordan criou uma história cheia de ação e sem muito drama, além de to-ques de bom humor, com referências a Mitologia Grega.

A Universidade Federal de Goiás abrirá concurso público para pro-fessores adjuntos, assistentes e auxiliares de carreira do magistério superior em 2012. Serão oferecidas 43 vagas e os salários chegam a mais de 7 mil reais. As inscrições para cada área serão feitas em dias diferentes, via internet. As datas variam de 16 de novembro de 2011 a 24 de fevereiro de 2012. (Ana Flávia Marinho)

Concurso para professores

13Samambaia >> Goiânia | Novembro, 2011

sobre magia. Harry estava sozinho e na-quele momento eu também estava. Co-mecei a ir a bibliotecas. Acho que tudo depende de como você reage ao estímulo que o livro causa”.

Page 14: Jornal Samambaia Novembro 2011

c u l t u r a

Novos talentos da música brasileiraEx-modElo E cantor quE comEçou no tEatro mostram cançõEs com ritmos difErEntEs E conquistam público

Texto: Brunno FalcãoEdição: Lara LeãoDiagramação: Guilherme Lucian

T iê, de 31 anos, e Thiago Pethit, de 27, são dois dos novos nomes que estão em alta no atual cenário da

música brasileira. Os músicos, de esti-los únicos, vêm conquistando público e crítica com suas músicas que inovam o mercado. Tiê, a cantora com nome de passarinho, agora faz parte do catálogo de artistas da Warner Music Brasil.

Mas não foi sempre assim. A cantora cursou Relações Públicas, foi modelo e até dona de um brechó-restaurante em São Paulo. Sobre o modo como entrou no mundo da música, Tiê responsabiliza a família, em especial a avó, a atriz Vida Alves. Em entrevista ao Samambaia, Tiê contou que sua avó e sua mãe a incen-tivaram, e ela acabou escolhendo a mú-sica. A cantora estudou canto em Nova York e também em São Paulo, onde, em 2004, conheceu Toquinho.

Foi com ele que Tiê gravou a primei-ra música e saiu em turnê pelo Brasil e Europa. Em 2007, Tiê gravou, em parce-ria com Dudu Tsuda, um EP com qua-tro músicas. Seu primeiro disco, “Sweet Jardim”, foi lançado em 2009. Todo o ál-bum, com músicas autorais, foi gravado de forma independente e ao vivo, o que, segundo a cantora, trouxe uma intimi-dade muito grande ao disco. Em “Sweet Jardim”, a letrista e cantora também toca piano e violão.

Este ano, Tiê lançou o segundo ál-bum de sua carreira: “A Coruja e o Co-ração”, que traz a participação de nomes como Jorge Drexler, Marcelo Jeneci e Hélio Flanders.

Já Thiago Pethit começou no teatro.

Tiê: cantora com nome de passarinho encanta público e crítica com sua voz e letras

“Acontecimento”Thiago e Tiê, amigos que já tra-

balharam juntos em “Essa Canção Francesa”, presente no EP “Em Outro Lugar”, de Pethit, e na versão de “Jealous Guy”, em homenagem a John Lennon, são dois nomes de destaque daquele que está sendo chamado “Movimento dos Novos Paulistanos”. Esse movimento, ao qual Thiago prefere chamar “acontecimento”, ai-nda tem os nomes de Marcelo Jeneci, Tulipa Ruiz, Céu e outros tantos, que são responsáveis por um novo mo-mento da nossa música. Momento caracterizado pela grande quanti-dade de música de qualidade, de rit-mos diferentes entre si, mas que não deixam de dialogar. À Tiê, ao Pethit, e aos Novos Pau-listanos, saudações dos brasileiros, dos franceses, e dos passarinhos.

Fotos: Divulgação

“Eu diria que faço uma música universal

e acho muito difícil classificar”

Thiago Pethit, cantor

A vida nos palcos influencia a música do cantor e compositor. Dentre suas influ-ências, Pethit cita as músicas de teatro de cabaré e os músicos que trabalharam com teatro, como Cida Moreira, Lou Reed, Nick Cave e Tom Lehrer. “Sou in-fluenciado por quase tudo que escuto e não escuto também”, diz.

Como resultado de toda essa mis-tura, essa influência, o ator que virou

cantor acrescenta: “Diria que faço uma música universal, e acho muito difícil classificar”. E assim é. Nem mesmo os admiradores de seu trabalho têm facili-dade na hora de classificar as músicas do cantor. Seu público é resultado de muito trabalho. O próprio músico diz que, no começo, ele não existia; foi construído aos poucos. “Quando comecei, estava muito isolado, musicalmente”, afirma.

Com apenas um álbum lançado, “Berlim, Texas”, de 2010, que, segundo o cantor e compositor, foi feito com o úni-co objetivo de se comunicar, o valor do pequeno Thiago é reconhecido pelo pú-blico e crítica. Caetano Veloso, inclusive,

já o apontou como sendo destaque en-tre os nomes da atual música brasileira. Neste ano, Pethit concorreu ao Prêmio Multishow, na categoria Experimente, mas não levou o troféu. Apesar de dizer que adorou o fato de ter sido lembrado, e indicado, salienta que prêmios de mú-sica, em geral, não o agradam por tentar classificar tudo e acabar diminuindo a real dimensão das produções musicais.

Pethit: o pequeno paulista de nome francês que conquistou até Caetano Veloso

14 Samambaia >> Goiânia | Novembro, 2011

Page 15: Jornal Samambaia Novembro 2011

c i n e m a

Produções alternativas ganham espaçoCom grande número de interessados por filmes não-ConvenCionais, CresCe demanda por loCais de exibição. Ufg e goiânia oUro são algUmas das opções

Texto: Bruna MitchellEdição: Danielen GonçalvesDiagramação: Jéssica Gonçalves

15Samambaia >> Goiânia | Novembro, 2011

Documentário sobre Tim Maia, exibido no Festival de Cinema Latina-Americano Perro Loco: cinema alternativo

Carlos Siqueira

Onde encontrar

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llCine UFGA Universidade Federal de Goiás inau-gurou há três anos o Cine UFG que está sempre trazendo mostras temáti-cas e retrospectivas de cineastas como Bergman, Tarantino, Lars Von Trier, Godard e Kubrick. Sessões: diárias (segunda à sexta) em dois horários: 12h e 17h30Ingressos: R$6 (inteira) e R$3 (meia)Programação: www.proec.ufg.brLocal: Campus II da UFG, atrás do prédio da Faculdade de Letras

Goiânia OuroO cinema do Centro Municipal de Cul-tura Goiânia Ouro criou uma proposta para apresentar mostras de cinemas de vários países. Já passaram pela casa, mostras de cinema alemão, ar-gentino, francês, cinematografia pouco vista, entre outras. As produções locais também têm espaço como as mostras ABD, Urbana, Trash, além da exibição de curtas produzidos em Goiânia. Sessões: 12h30, 15h e 20hIngressos: R$1Programação:www.goianiaouro.comLocal: Rua 3, esq. com a rua 9, Centro

Cine Lumiére Da rede Lumiére, o cinema localizado no shopping Bougainville mantém a linha cult. No site da rede, há um espaço voltado para o cinema não-convencional, denominado Cine Cult. Filmes como Melancolia, do dinamarquês Lars Von Trier e O canadense, de Denis Villeneuve, ganham espaço na grade de longas.Sessões: 13h40, 16h15, 18h50, 21h30Ingressos: R$16 (inteira) e R$8 (meia) de segunda à quinta, R$18 (inteira) e R$9 (meia) às sextas, sábados, domingos e feriadosProgramação:www.cinemaslumiere.art.brLocal: Rua 9, setor Marista

Cine UFG exibe filmes que não ganham espaço nos cinemas convencionais

Quando se trata do mundo cine-matográfico muitos ainda ten-tam refletir sobre uma questão

primordial: afinal, para o que serve o cinema? É possível vê-lo como entrete-nimento, expressão artística, meio de difusão de ideologia ou até mesmo uma forma de pensar o mundo e a socieda-de. Os filmes considerados “pensantes” são aqueles que não seguem um modelo clássico e normalmente não se pautam no gosto e aceitação do público. Cinema cult ou culto é o termo que se tornou po-pular para tratar de tais narrativas.

O Cine UFG e o cinema do Centro Municipal de Cultura Goiânia Ouro apa-recem sempre no cenário alternativo com mostras e exibições. Outro local conheci-do do público cativo é o Cine Lumière do Shopping Bougainville. O Lumière é uma rede brasileira de cinemas que está presente em três Shopping Centers na capital goiana, mas a programação um pouco diferenciada é encontrada somen-te no Bougainville.

De acordo com Neoclésio Vieira, res-ponsável pela programação do local, o grande número de pessoas que frequen-tam o local se deve à grande demanda de interessados por cinema alternativo em Goiânia. O programador afirma que essa é uma preocupação da Lumière, que vem tentando suprir essa procura e man-ter uma linha de cinema cult.

No site da rede é possível encontrar um espaço voltado para o cinema não--convencional, denominado “Cine Cult”. Filmes como “Melancolia”, do dinamar-quês Lars Von Trier e “O canadense”, de Denis Villeneuve, ganham espaço na grade de longas.

Neoclésio Vieira anuncia também que um novo complexo somente com

exibições de produções alternativas será inaugurado até o mês de dezembro. De acordo com o funcionário da rede, o lo-cal promete ser mais uma opção para os amantes de todas as maneiras de repre-sentação da sétima arte.

Internet

“Não fosse o acesso possibilitado por essa revolução cultural proporcionada pela internet os cinéfilos estariam per-didos”, diz Rafael Castanheira Parrode. O amante do cinema faz referencia a um termo muito utilizado hoje em dia, mas que surgiu como um movimento de gosto e educação para com o cinema, na França dos anos 1960. Atualmente a cine-filia é tratada como o gosto pelo cinema e o interesse demonstrado por tudo aquilo que se relaciona com a sétima arte. Ra-fael Castanheira é cinéfilo e curador da Mostra Facetas do Cinema Oriental, que esteve em cartaz no Cinema do Centro Municipal de Cultura Goiânia Ouro, no mês de agosto.

Como Rafael aponta, muitos amantes do cinema alternativo estão migrando das telonas para as telas do computador. Essa necessidade surge da carência de exibições de tais filmes, tanto brasileiros, como internacionais, nas salas de cine-ma convencionais. Parte dessa demanda é nutrida por mostras ou locais como o Cine UFG, que propõem uma abor-dagem diversificada do Cinema. Além disso, algumas mostras temáticas fazem muito bem o papel de apresentar dife-rentes estilos e os grandes clássicos dessa forma alternativa de ver a sétima arte.

O que falta é cobrir a demanda de mostrar as novas produções do cinema pensante feito no cenário atual. Para os cinéfilos de plantão, como Rafael Cas-tanheira, “a programação está cada vez mais restrita e vinculada aos interesses das maiores distribuidoras brasileiras”. Rafael destaca que os filmes que geral-

mente ganham mais espaço são aqueles pro-duzidos pelo cinema hollywoodiano ou qual-quer um que siga esse mesmo molde. “As pro-duções alternativas têm o intuito de incomodar e fazer pensar, uma vez que a criatividade não foi limitada por contra-tos ou acordos com grandes estúdios”, destaca o cinéfilo. “É essa certa liberdade na hora da produção que quer ser condu-zida na hora da exibição”. Percebe-se que

o pedido dos cinéfilos, com internet ou não, é que as inquietações saiam do tema da infraestrutura e fiquem presentes ape-nas na saída das sessões.

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o l h a r e s

Texto e fotos: Ana Flávia MarinhoEdição: Laura de PaulaDiagramação: Guilherme Lucian

Samambaia >> Goiânia | Novembro, 2011

Vandalismo em prédios públicos é algo que se observa com frequência em Goiânia. Infe-lizmente, esse ato deplorável vem tomando conta de locais de relevância política, social e turística da cidade. Nem a Praça Cívica – construída em 1933, em arquitetura art déco

– foi poupada. Além das degradações físicas, o abandono é notado com alguns usos inade-quados da praça, como lavadores de carro ocupando as calçadas e moradores de rua que se abrigam nos velhos bancos. Apesar disso, tudo segue normalmente, sem que haja indignação das milhares de pessoas que circulam pela região todos os dias, ou qualquer fiscalização e atitude do poder público. Um local tão importante para a história goiana merece a atenção da sociedade e precisa con-tinuar com suas características arquitetônicas intactas. Mais que isso, é preciso evitar que o vandalismo continue ocorrendo impunemente e apagando parte da memória de Goiânia.

Memória abandonada

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