jornalismo em bases de dados e o hackeamento dos jornais
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Apresentação realizada no 10º Encontro Nacional de Pesquisadores em Jornalismo (SBPJor), em novembro de 2012, em Curitiba.TRANSCRIPT
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Jornalismo em bases de dados e o hackeamento dos jornais
Yuri Almeida | @herdeirodocaosFACOM (UFBA) | GJOL | LabJor | CNPq
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• As bases de dados permitem potencializar as práticas colaborativas jornalísticas.
• A disponibilização da API será fundamental para ampliar o hackeamento dos jornais e contribuir para a melhoria técnica e social dos meios de comunicação.
Argumento central
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• Os bancos de dados estão no cerne do processo criativo para a elaboração de produtos para grande parte das novas mídias (MANOVICH, 2001).
• Bases de dados têm papel essencial no processo de convergência jornalística (Barbosa, 2007;2009)
Argumento central
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Funções das bases de dados
1. sustentar a produção e a distribuição dos conteúdos; 2. integrar distintas plataformas (impresso, TV, rádio,
Web, móveis, entre outras); 3. gerenciar o fluxo de informação e o conhecimento
nas redações; 4. suportar ações de interação que envolvam usuários e
profissionais através do conteúdo informativo e de entretenimento,
5. além de armazenar, classificar, relacionar, recuperar e apresentar as informações” (Barbosa, 2009)
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Cultura da convergência
• convergência midiática - múltiplos suportes midiáticos, múltiplos mercados midiáticos e migração do público dos mass media;
• inteligência coletiva - um processo coletivo e constitui uma nova forma de consumo e fonte de poder;
• cultura participativa - o consumidor como ator ativo no processo comunicacional (Jenkis, 2006).
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Dados por dados?
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Contextualizar, recombinar, estruturar a informação
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Como pescar? O que pescar?
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Final da Eurocopa 2012/Twitter
• 15 mil publicações por segundo;
• + de 16 milhões de posts durante a partida
• Por dia aproximadamente 300 milhões
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Stream é suficiente?
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Relevância!
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• Jornalismo de Precisão - a articulação do jornalismo com métodos das Ciências Sociais na coleta, análise de dados, como caminho para uma verdade verificável (Meyer, década de 70)
• Computer-Assisted Reporting (CAR), principalmente no processamento de grandes bancos de dados, scraping (raspagem), data mining (mineração de dados)...
Algumas técnicas...
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Porém...
As bases de dados possibilitam ao jornalismo a criação de um formato com estatuto próprio e desempenha três funções simultâneas e complementares.
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• a) de formato para a estruturação das informações;
• b) de suporte para modelos de narrativa multimídia; e
• c) de memória dos conteúdos publicados (BARBOSA, 2006, pg. 2)
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Cultura hacker, liberação da API e o hackeamento dos jornais
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“O hacking é o símbolo maior da cibercultura,” podendo ser visto pela ótica da astúcia dos usos (Perriault), do desvio (Becker) e da despesa improdutiva (Bataille)” (LEMOS, 2002, pg. 237).
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O hackeamento não significa apenas a capacidade e domínio de linguagens e códigos, mas sim, uma busca por criação de novas formas de ver e se relacionar com os ambientes.
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2008As grandes empresas de comunicação, em
liberar as suas respectivas API’s, com a proposta de permitir a criação de aplicativos
em torno dos conteúdos, infográficos, mashups, agregadores de conteúdo, além de
potencializar a distribuição das notícias e aumentar a audiência para os sites
jornalísticos.
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Efeitos...ou reconfigurações
• Criar uma rede de inovação em torno dos jornais e transformá-los em interfaces de conteúdo programável.
• a abertura da API radicaliza as apropriações colaborativas e o hackeamento, pois o próprio código fonte (bases de notícias, CMS e programação) é disponibilizado para remix da comunidade.
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• O hackeamento pode potencializar o que o Paul BradShaw conceitua como Data Driven Journalism , ou Jornalismo Guiado por Dados
• Barbosa e Torres (2012) defendem que o Jornalismo Guiado por Dados é uma vertente do Paradigma JDBD – Jornalismo Digital em Base de Dados
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4 partes do Jornalismo Guiado por dados
Bradshaw sustenta que o Jornalismo Guiado por Dados compreende quatro partes essenciais:
1 - a pesquisa de dados; 2 - interpretação dos dados, 3 - visualização dos dados e 4 - recombinação dos dados.
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“Hackear el Periodismo”
Mancini (2011) diz que hackear o jornalismo é trabalhar para melhorar os aspectos técnicos, encontrar alternativas para as questões financeira e contribuir para otimizar a prática social.
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• WikiLeaks - com os vazamentos de documentos oficiais de órgãos públicos;
• Huffington Post - pelo o caráter colaborativo;
• Newser - pelo papel de agregador
Experiências…(Mancini, 2011)
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Novas práticas
Ou mais práticas....
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Jornais como The Guardian e Estadão, por exemplo, têm promovido ações de hackeamento em suas redações. O The Guardian reuniu, em 2008 e em 2012, programadores, jornalistas, designer, entre outros para desenvolver aplicativos em torno do conteúdo e serviços do jornal. NYTimes,
USAToday, Financial Times e BBC também foram algumas das empresas que promoveram o hackathon em suas sedes.
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Assim...
(proposta) Tipologias para o hackeamento
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• interno: quando é desenvolvido pelas empresas de comunicação a partir das suas próprias API’s ou base de dados públicos (como as experiências desenvolvidas pelo The Guardian e o Estadão);
• externo: quando comunidades de hackers, jornalistas e demais profissionais criam novos produtos a partir de bancos de dados públicos, API’s dos jornais, entre outros.
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Algumas inquietações
70% dos profissionais disseram que as matérias elaboradas a partir das bases de dados foram muito importantes, porém a falta de conhecimento adequado foi o maior obstáculo para a utilização dos bancos de dados;
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Em relação à operacionalização, 50% pontuaram que trabalharam com programadores e/ou designer e 33% contaram com ajuda de um estatístico na analise dos dados. (Pesquisa do European Journalism Centre)
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• Neste contexto de jornalismo em bases de dados e liberação das API’s pelas empresas de comunicação é preciso repensar também o papel e o perfil dos jornalistas.
• A mediação e interação entre jornalistas e audiência precisam ser distintas do gatekeeper e gatewatcher, e sim, em um modelo de cartografia da informação