jornalzinho do caracol - edição 24

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Informativo semestral do Caracol Escolinha n.º 24 • dezembro 2013 Editorial Como não podemos ignorar o que nos cerca, o destaque desta edição é para o Projeto Tá Ligado, uma parceria do Caracol com a Escola de Educação Infantil Creare e com a empresa de segurança Squadra, tendo como objetivo elaborar um Projeto de Segurança, com foco na prevenção. Pela importância do tema, além da matéria de capa, o assunto é tratado também na entrevista da contracapa, com Gustavo Caleffi, Sócio-Diretor da Squadra - Gestão de Riscos. Na página central, leia notícia acerca do trabalho da poesia na Educação Infantil. As crianças dos Maternais II tiveram a oportunidade de participar de uma bagunça amalucada, como afirmaram as Professoras Flaviane Anchieta e Gilmara de Oliveira, a partir do trabalho do poeta Alexandre Britto. Também confira as dicas da Nutricionista Cynthia Striebel, que fala sobre a importância de um hábito simples e importante para a nossa saúde: lavar as mãos frequentemente. Temos ainda um relato sobre a Jornada Literária, já tradicional no Caracol, seguindo a filosofia de trabalho da Escola de incentivar a leitura das mais diversas formas. Em 2013, foram trabalhadas as obras de Mário Quintana e André Neves, culminando com a visita deste ao Caracol, o que causou encantamento e alegria nas crianças. E como tudo esteve carinhosamente “desmiolado” neste semestre, o projeto musical do Jardim A foi desenvolvido a partir da obra, não de um cantor ou compositor, mas de um dos grandes escritores brasileiros, Monteiro Lobato, matéria da página central. E assim chegamos a mais um final de ano, muito felizes com o resultado dos projetos desenvolvidos e com a participação efetiva das famílias. Desejamos a todos Boas Festas e um Ano Novo de muita paz e energias renovadas! Uma boa leitura. Valesca Karsten e Ieda Luiza Minuscoli Diretoras do Caracol Escolinha projeto Tá Ligado A vida, e muitas vezes tudo que acontece em uma sala de aula, é como uma história em quadrinhos que já vem escrita e só nos resta colorir. Outra possibilidade é a de reescrever a história, que tenha um sentido, e colorir do seu modo. Já não é mais possível manter-se como espectador dos acontecimentos contraditórios. Há que levar para a aula aquilo que está nas ruas. Agindo assim também estaremos na rua, desde que sejamos capazes de enfrentar os medos da mudança e sentindo, pensando e agindo sobre as implicações destas insatisfações no contexto escolar. Na atitude de compreender para agir, é improdutivo separar o dentro e o fora, pois um conflito não é só externo, já que diz respeito a um indivíduo complexo que tem dúvidas quanto a suas percepções internas e, da mesma forma, nenhum conflito é puramente interno, pois remete, em ato ou em potência, a conflitos sociais. Ney Bruck Doutor em Psicologia e Professor da Universidade Federal de Pelotas A cada dia que passa, mais impressionantes são as notícias sobre a falta de segurança que existe nas grandes e pequenas cidades do nosso país. Os dados que lemos nos diferentes canais de comunicação nos assustam e fazem com que pensemos em como podemos transformar esse aspecto assustador em algo mais tranquilo e seguro. Para podermos entender melhor o que vem acontecendo nesses últimos anos em relação à segurança, precisamos levar em consideração alguns aspectos relevantes como a banalização da vida, a perda da moral e ética, a inversão de valores, o livre comércio ilegal, a falência da família, a legislação falha, o caos no sistema penitenciário e a falência da segurança pública. Tais aspectos geram uma impunidade total em relação ao que pode se ter como consequência desses atos. Sabemos que abordar temas envolvendo violência (roubo, sequestro, morte) não é assunto que combina com a infância, porém acreditamos que as crianças podem e devem ser os agentes multiplicadores de uma ação preventiva nesse sentido. Sendo a escola um espaço de formação das crianças, não poderíamos deixar de abordar essa temática tão presente na nossa sociedade contemporânea. É importante destacar que um trabalho dessa natureza, ainda na primeira infância, possibilita que as crianças possam internalizar atitudes importantes que garantam a sua segurança. A ideia em abordar essa temática partiu da Valesca, uma das Diretoras do Caracol, que foi buscar uma parceria com a Escola de Educação Infantil Creare e com a empresa de segurança Squadra, tendo como objetivo elaborar um Projeto de Segurança, com o foco na prevenção. Iniciamos o Projeto Tá Ligado reunindo as três instituições e estabelecendo alguns aspectos relevantes e pertinentes ao tema e ao público a que se destinaria. Realizamos reuniões com as equipes das duas Escolas para elaboração, análise e troca de experiências sobre o Projeto. Nesse primeiro momento, ficou estabelecido que as turmas de Maternal II, Jardim A e Jardim B, isto é, crianças de 4 a 6 anos, desenvolveriam o Projeto. A escolha por essa faixa etária teve como objetivo compreender como essa temática seria recebida pelos alunos para podermos, no ano de 2014, ampliarmos esse Projeto para os grupos de crianças menores. Deise Lunardi Coordenadora Psicopedagógica do Caracol

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Page 1: Jornalzinho do Caracol - Edição 24

Informativo semestral do Caracol Escolinha • n.º 24 • dezembro 2013

EditorialComo não podemos ignorar o que nos cerca, o destaque desta edição é para o Projeto Tá Ligado, uma parceria do Caracol com a Escola de Educação Infantil Creare e com a empresa de segurança Squadra, tendo como objetivo elaborar um Projeto de Segurança, com foco na prevenção. Pela importância do tema, além da matéria de capa, o assunto é tratado também na entrevista da contracapa, com Gustavo Caleffi, Sócio-Diretor da Squadra - Gestão de Riscos.

Na página central, leia notícia acerca do trabalho da poesia na Educação Infantil. As crianças dos Maternais II tiveram a oportunidade de participar de uma bagunça amalucada, como afirmaram as Professoras Flaviane Anchieta e Gilmara de Oliveira, a partir do trabalho do poeta Alexandre Britto. Também confira as dicas da Nutricionista Cynthia Striebel, que fala sobre a importância de um hábito simples e importante para a nossa saúde: lavar as mãos frequentemente.

Temos ainda um relato sobre a Jornada Literária, já tradicional no Caracol, seguindo a filosofia de trabalho da Escola de incentivar a leitura das mais diversas formas. Em 2013, foram trabalhadas as obras de Mário Quintana e André Neves, culminando com a visita deste ao Caracol, o que causou encantamento e alegria nas crianças.

E como tudo esteve carinhosamente “desmiolado” neste semestre, o projeto musical do Jardim A foi desenvolvido a partir da obra, não de um cantor ou compositor, mas de um dos grandes escritores brasileiros, Monteiro Lobato, matéria da página central.

E assim chegamos a mais um final de ano, muito felizes com o resultado dos projetos desenvolvidos e com a participação efetiva das famílias. Desejamos a todos Boas Festas e um Ano Novo de muita paz e energias renovadas!

Uma boa leitura.

Valesca Karsten e Ieda Luiza Minuscoli Diretoras do Caracol Escolinha

projetoTá Ligado

A vida, e muitas vezes tudo que acontece em uma sala de aula, é como uma história em quadrinhos que já vem escrita e só nos resta colorir. Outra possibilidade é a de reescrever a história, que tenha um sentido, e colorir do seu modo. Já não é mais possível manter-se como espectador dos acontecimentos contraditórios. Há que levar para a aula aquilo que está nas ruas. Agindo assim também estaremos na rua, desde que sejamos capazes de enfrentar os medos da mudança e sentindo, pensando e agindo sobre as implicações destas insatisfações no contexto escolar. Na atitude de compreender para agir, é improdutivo separar o dentro e o fora, pois um conflito não é só externo, já que diz respeito a um indivíduo complexo que tem dúvidas quanto a suas percepções internas e, da mesma forma, nenhum conflito é puramente interno, pois remete, em ato ou em potência, a conflitos sociais.

Ney BruckDoutor em Psicologia e Professor da Universidade Federal de Pelotas

“ “A cada dia que passa, mais impressionantes são as notícias sobre a falta de segurança que existe nas grandes e pequenas cidades do nosso país. Os dados que lemos nos diferentes canais de comunicação nos assustam e fazem com que pensemos em como podemos transformar esse aspecto assustador em algo mais tranquilo e seguro.

Para podermos entender melhor o que vem acontecendo nesses últimos anos em relação à segurança, precisamos levar em consideração alguns aspectos relevantes como a banalização da vida, a perda da moral e ética, a inversão de valores, o livre comércio ilegal, a falência da família, a legislação falha, o caos no sistema penitenciário e a falência da segurança pública. Tais aspectos geram uma impunidade total em relação ao que pode se ter como consequência desses atos.

Sabemos que abordar temas envolvendo violência (roubo, sequestro, morte) não é assunto que combina com a infância, porém acreditamos que as crianças podem e devem ser os agentes multiplicadores de uma ação preventiva nesse sentido.

Sendo a escola um espaço de formação das crianças, não poderíamos deixar de abordar essa temática tão presente na nossa sociedade contemporânea.

É importante destacar que um trabalho dessa natureza, ainda na primeira infância, possibilita que as crianças possam internalizar atitudes importantes que garantam a sua segurança.

A ideia em abordar essa temática partiu da Valesca, uma das Diretoras do Caracol, que foi buscar uma parceria com a Escola de Educação Infantil Creare e com a empresa de segurança Squadra, tendo como objetivo elaborar um Projeto de Segurança, com o foco na prevenção. Iniciamos o Projeto Tá Ligado reunindo as três instituições e estabelecendo alguns aspectos relevantes e pertinentes ao tema e ao público a que se destinaria. Realizamos reuniões com as equipes das duas Escolas para elaboração, análise e troca de experiências sobre o Projeto. Nesse primeiro momento, ficou estabelecido que as turmas de Maternal II, Jardim A e Jardim B, isto é, crianças de 4 a 6 anos, desenvolveriam o Projeto. A escolha por essa faixa etária teve como objetivo compreender como essa temática seria recebida pelos alunos para podermos, no ano de 2014, ampliarmos esse Projeto para os grupos de crianças menores.

Deise LunardiCoordenadora Psicopedagógica do Caracol

Page 2: Jornalzinho do Caracol - Edição 24

um projetodesmiolado

“O museu desmiolado é um museu muito engraçado... A entrada é pela janela e a saída, pelo telhado...”

A partir dessa bagunça amalucada do poeta Alexandre Britto, surgiu a ideia de trabalharmos o texto poético com as turmas de Maternais II. A poesia envolve emoção e brincadeira, ritmo este que empolga e atrai as crianças.

Uma questão nos impulsionou: o porquê de se trabalhar poesia na Educação Infantil. A resposta nos pareceu clara e muito simples, pois poesia, além de ser um gênero literário com determinados elementos formais que o caracterizam, é um recurso que envolve a sensibilidade e desenvolve a oralidade.

Tudo não passou de uma agradável brincadeira, iniciando com a leitura de um livro muito engraçado que envolvia rimas e magia. Num segundo momento, o envolvimento dos alunos com o texto foi um despertar para o universo poético, por meio de atividades baseadas nos poemas: museu do chulé, do absurdo, do silêncio, do contrário, das palavras esquecidas, entre outras experiências, todas trazendo alegria e muita diversão.

Os alunos envolveram-se nas mais variadas atividades, demonstrando prazer, curiosidade e criatividade, desde desenhos, colagem e novas rimas. A produção também se deu a partir de releituras, como por exemplo: o “museu das palavras esquecidas” transformou-se em o “museu das palavras lembradas”. Nas rodas de conversa, foram surgindo questionamentos sobre os diferentes museus, saciados por respostas que o próprio poema oferecia, trazendo sensibilidade, emoção e alegria. Respostas que nem sempre são dadas de imediato, mas que fazem parte do sentimento de cada um. Para exemplificar, transcrevemos um trecho do museu das palavras esquecidas, que diz:

Outro ponto a ser destacado foi a relação dos alunos com o poeta. Sua história foi conhecida e trabalhada nas rodas de conversa. Por ser porto-alegrense, possibilitou maior aproximação. E como não poderia deixar de ser, o grande momento e o mais esperado foi o encontro com o poeta, em um sarau poético, que festejou a finalização do Projeto e o encontro do Dia dos Pais.

Flaviane Anchieta e Gilmara de Oliveira Professoras do Maternal II

“...saber o que importa custa caroanos, erros, naufrágios

não raros, vencer a si mesmoesse orgulhoso ser imaginário...”

“...O que fazer?só resta dizer adeus, tchau, até mais ver!

mas as coisas que se foram não desaparecem do mapanão viram pó, não evaporam no ar

como barcos ancorados na calmaria do caisestão fundeadas todas aqui

no museu do que ficou para trás.”

Page 3: Jornalzinho do Caracol - Edição 24

mão suja! ... já era uma vez!Lavar as mãos frequentemente! Esta é uma das atitudes mais simples para prevenir as doenças do dia a dia causadas por germes e bactérias. Um resfriado, uma gripe ou uma infecção mais séria, além de ser um risco à saúde, impede a criança de ir à escola e seguir sua rotina. O incentivo aos hábitos de higiene deve ser muito estimulado nas crianças. E é na escola que o aprendizado dessa rotina pode se transformar em algo curioso e divertido.

Essa proposta já está inserida no planejamento da Área da Saúde do Caracol Escolinha. No entanto, neste semestre, para destacá-la, sugerimos para a equipe de professores, durante o seminário pedagógico de inverno, que fosse desenvolvida uma temática específica para o contexto. Aproveitamos como base a campanha para o “Dia Mundial de Lavar as Mãos - 15 de outubro”. Combinamos de criar um slogan para ser trabalhado o ano todo no cotidiano das crianças. Assim surgiu a ênfase que ajudará o pensamento dos pequenos a viajar no tema: “Que história tua mão pode contar?”.

A partir dessa temática, cada turma desenvolveu alguma atividade relacionada à higiene das mãos. Jogos, contos, colagens, pinturas nas mãos, tudo é válido para chamar a atenção das crianças para os “monstrinhos que se escondem entre os dedos” e também para uma ação que, se bem compreendida, com certeza, vai repercutir na saúde, agora e por toda a vida, ocorrendo a internalização desse bom hábito.

Cynthia Striebel Nutricionista do Caracol Escolinha

jornada

LiteráriaAtualmente, nossas crianças cada vez mais cedo convivem com uma série de novidades tecnológicas, brinquedos de última geração, que se movimentam, falam e trocam informações. Assim como uma vasta linha de produtos informatizados. Todos esses recursos podem contribuir com o desenvolvimento infantil, desde que haja equilíbrio entre interagir com o mundo virtual e socializar com o mundo real.

Em tempos de tantos artefatos infantis, o Caracol tem em sua filosofia de trabalho incentivar a leitura das mais diversas formas. Acreditamos que a criança que tem contato com livros desde a primeira infância estimula progressivamente a imaginação, a capacidade de formular ideias e a construção de conceitos abstratos, tornando-se um cidadão crítico e pensante.

O Projeto “Jornada Literária” já é tradicional em nossa Escola. Nele as crianças têm a oportunidade de conhecer de forma mais detalhada a vida e obra de alguns autores referenciais na literatura infanto-juvenil de nosso país. Neste ano de 2013, trabalhamos as obras de Mário Quintana e André Neves, conhecemos as histórias desses autores, viajamos no universo dos personagens, criamos histórias a partir das histórias contadas, entre outras brincadeiras e aventuras.

Os Maternais II, com crianças de 3 a 4 anos, conheceram as bibliografias trabalhadas por meio de rodas de histórias, ilustraram conforme sua imaginação o que lhes foi lido, produziram textos coletivos e desenhos livres com diversos materiais.

Como culminância da Jornada, tivemos a visita de André Neves. Neste momento, as crianças puderam conversar diretamente com o autor, fizeram perguntas e descobriram curiosidades sobre as histórias e personagens que consideraram significativas. Além disso, os alunos tiveram a oportunidade de contemplar o ilustrador com as mãos na tinta, isto é, viram o André repintando uma tela do lobo dando um colo para uma menina. Foi uma experiência muito interessante, que pode ser observada pelo olhar das crianças no resultado do trabalho que está exposto na Escola.

Bianca Toldo Professora do Maternal II

musicalSítio do Pica-pauAMARELO

Todos os anos o Jardim A desenvolve um projeto musical, no qual é escolhido um artista para a turma estudar sua vida e obra. Como fechamento, acontece uma apresentação das músicas selecionadas pelos alunos para os pais. Neste ano não poderia ser diferente! Mas foi. O Projeto musical do Jardim A 2013 foi simplesmente emocionante, com alma literária. O artista escolhido não foi um cantor, nem compositor, mas sim um dos grandes escritores brasileiros, Monteiro Lobato.

Durante quase dois meses, os alunos acompanharam suas histórias, conheceram um pouco da sua vida e obra e entraram no seu mundo imaginário. O envolvimento dos alunos com este Projeto foi significativo. A turma, além de ouvir as obras de Monteiro, vivenciou as aventuras do sítio da vovó Benta em suas brincadeiras. Cada um pode representar seu personagem preferido e criar diferentes enredos para o faz de conta.

E as músicas? As músicas foram escolhidas pelos alunos, que auxiliaram também na criação das coreografias. Durante todo este período de estudo, nossas tardes foram deliciosamente musicais. As cantorias aconteciam não somente nos ensaios para a apresentação, mas durante as brincadeiras, durante as atividades plásticas, durante as rodas de conversas e nos diversos momentos da rotina. Tudo foi motivo para

cantarolar: “marmelada de banana, bananada de goiaba”... foram momentos mágicos.

Momentos em que a turma pode conhecer alguns compositores importantes da MPB, como Gilberto Gil, Jorge Vercilo, Baby do Brasil, entre outros, e compreender como é o trabalho de um compositor. Interessante foi também contar com a participação dos pais, que contribuíram com o Projeto enviando as edições dos livros que foram da sua infância. Afinal, Monteiro Lobato e o Sítio do Pica-pau Amarelo também estiveram presentes na vida dos adultos.

Ver o brilho nos olhinhos de cada aluno foi gratificante e poder reviver as aventuras dos netos de Dona Benta foi mais que especial.

Que o faz de conta, a literatura e a música estejam para sempre na vida dos nossos pequenos.

Janaina Silva Professora do Jardim A

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Edição: Kad Comunicação • Rua General Andrade Neves, 100/403 • Centro • Porto Alegre • RS • 90010 210 (51) 3221 0094 • 9913 9639 Jornalista Resp.: Adriana Vargas • Reg. Prof. 9141 • Proj. Gráfico: Juliana Lammel • (11) 6068.5555 • Editoração: Gabriela Lunardi • (51) 9295.4693

Caracol Escolinha • Rua Eng. Afonso Cavalcanti, 51 Bela Vista • Porto Alegre • RS 90440 110 • (51) 3332.9257 • (51) 3332.8411 • Diretoras: Valesca Karsten • Ieda Luiza Minuscoli

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Gustavo CaleffiSócio-Diretor da Squadra - Gestão de Riscos

Qual a sua opinião sobre a questão da segurança em Porto Alegre?

Realmente, Porto Alegre é uma das Capitais com os maiores índices de criminalidade, principalmente em crimes que atingem diretamente cidadãos comuns, como latrocínio, roubo de veículos e assalto a residências.

Existem estatísticas que indiquem quais os horários de maior incidência de assaltos?

Existem estatísticas que demonstram os índices de criminalidade, porém esses dados não são confiáveis. Recentemente, o jornal Zero Hora publicou um levantamento que demonstrou que 40% dos assaltados sequer procuram a polícia para fazer boletim de ocorrência. A principal causa dessa situação decorre do fato de nossas forças policiais estarem desacreditadas pela população. Por inúmeros motivos, dentre eles o tempo de espera para atendimento nas delegacias e o baixo índice de sucesso na recuperação de patrimônio roubado.

Como as escolas e os pais podem se prevenir?

Realmente, a prevenção em escolas depende de uma integração entre instituição, pais e equipe disciplinar, pois não são viáveis outros mecanismos muitas vezes sugeridos, como vigilância armada. Por isso, cabe aos pais ter muita atenção para o desembarque e embarque de crianças em carros; cabe às crianças estarem instruídas a colaborarem com seus pais nesses momentos; e cabe à escola incentivar e promover essa conscientização entre o grupo em geral.

Com a sua experiência, quais as medidas de segurança que considera como as mais eficazes para serem adotadas nas escolas?

Temos que entender que o grande risco existente e o que impacta diretamente as escolas está no lado de fora das instituições, pois o principal crime cometido é o roubo de carro. Dessa forma, a escola deve buscar uma forma que permita aos pais estacionarem seus veículos o mais próximo da escola, em um local que permita um processo ágil de embarque/desembarque, mas é muito importante a consciência de todos em utilizar esse recurso com a maior brevidade possível, possibilitando assim a utilização deste local pelo maior número possível de pessoas. Outro fator importante é que a escola deve manter o monitoramento desse local, buscando o apoio dos órgãos competentes, caso esse local seja utilizado para outro fim, como estacionamento de veículos ou a instalação de algo que impeça a utilização desta área.

Conte-nos sobre o Projeto Tá Ligado e a importância dessas parcerias para a prevenção?

Os índices de criminalidade chegaram a níveis fora do controle do estado, e essa realidade nos obriga, como cidadãos, a buscarmos mecanismos de sobrevivência neste novo ambiente. Por isso, entendo que a única forma de redução de risco de sofrer ações criminosas é realmente por meio de procedimentos preventivos de segurança, destacando que a aplicação desses mecanismos depende, sobretudo, da consciência e de uma cultura preventiva, algo que não é comum em pessoas acima de certa idade. Sendo assim, ficamos muito satisfeitos em termos sido convidados para integrarmos esse Projeto pioneiro junto ao Caracol e à Creare. Tenho convicção que as crianças que tiverem a oportunidade de participar desse Projeto terão mais recursos para se protegerem de ações criminosas, levando essa aprendizagem para a vida.

Especificamente sobre a Escola Caracol, sua comunidade de pais e alunos estão fazendo sua parte para evitar riscos? Como foi a adesão ao Projeto?

Certamente, esse Projeto ainda é embrionário, mas estamos colhendo desde já ótimos frutos. Tem um fator que demonstra esse resultado, falando especificamente do Caracol. Em 2012, fizemos uma primeira palestra na Escola, porém fora do Projeto Tá Ligado, e tivemos a presença de apenas seis pais. Já em 2013, na palestra realizada em 7 de novembro, tivemos um público maior que 70 pessoas. Esse simples fato demonstra que o engajamento das famílias no Projeto é o principal fator para colhermos bons frutos. Tenho muito orgulho de poder estar fazendo parte dessa experiência, que, com certeza, extrapolará as fronteiras do nosso Estado.

Entrevista