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  • 7/28/2019 JLIA OHLWEILER - RSE

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    JLIA OHLWEILERESTGIO II TURMA 53

    16/05/2013

    EXCELENTSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR JUIZ DE DIREITODA COMARCA DE ________________________

    PROCESSO N:

    O MINISTRIO PBLICO, por seu agente signatrio, vem,

    respeitosamente, perante Vossa Excelncia, irresignado com a

    deciso de fls, interpor RECURSO EM SENTIDO ESTRITO, em razo

    da deciso que negou o pedido de priso preventiva, pelas razes

    que seguem anexas.

    Caso Vossa Excelncia no reconsidere e, ento, mantenha a

    deciso, requer-se o traslado das seguintes peas e encaminhamentoao Egrgio Tribunal de Justia:

    1) Denncia;2) Pedido de priso preventiva, e

    3) Deciso que negou o pedido de priso preventiva.Nestes termos, pede deferimento.

    (local), 16 de maio de 2013

    JULIA OHLWEILER

    OAB/RS 88.191

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    JLIA OHLWEILERESTGIO II TURMA 53

    16/05/2013

    EXCELENTSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR JUIZ DE DIREITODA COMARCA DE ________________________

    PROCESSO N:

    O MINISTRIO PBLICO, por seu agente

    signatrio, vem, respeitosamente, apresentar

    RAZES DE RECURSO EM SENTIDO ESTRITO,

    nos termos adiante expostos:

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    1. DA NECESSIDADE DA PRISO PARA ORDEM PBLICAO ru Jonas foi denunciado pelo crime de trfico de drogas,

    disposto no Art. 33 da Lei 11.343/06, e o Ministrio Pblico requereu

    a priso preventiva do denunciado.

    No entanto, o Magistrado indeferiu o pedido de priso

    preventiva requerido, sustentando que no est presente nenhuma

    circunstncia das medidas cautelares pessoais, alm do que o crcere

    no recupera, no ressocializa, ao contrrio, faz delinquir, ademais

    afirmou que tratava-se de medida desnecessria e desproporcional.

    Contudo, tal deciso merece ser reconsiderada. Seno,vejamos:

    O delito de trfico de drogas de grave risco ordem pblica,

    tendo em vista a incidncia de outros crimes em razo do uso e

    comrcio de drogas, como por exemplo, homicdios, roubos e furtos.

    Tanto que o legislador equiparou o crime de trfico de drogas aos

    hediondos, pois estabeleceu a ambos, no Art. 5, XLIII, um

    tratamento mais rigoroso, prprio de crimes de extrema gravidade e

    reprovabilidade social.

    Ainda, o ru reincidente em crime doloso, ou seja, ntida

    sua maior periculosidade pela reiterao criminosa (reincidncia, no

    caso), o que justifica a necessidade da sua priso para a garantia da

    ordem pblica, evitando novos delitos e protegendo a sociedade das

    conseqncias decorrente do trfico de drogas.

    Alis, a partir das informaes que constam nos autos, est

    demonstrada a dedicao de Jonas prtica do delito de trfico de

    drogas tendo em vista, tambm, as diversas ocorrncias j

    registradas do mesmo (o que corrobora a reiterao delitiva).

    Outrossim, no uma atividade espordica na vida do ru e sim um

    meio ilegal de subsistncia, pois o mesmo no possui emprego fixo.

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    A priso preventiva do ru medida que se impe, conforme

    referido, para garantir a ordem pblica que se viu ameaada pelo

    comrcio de drogas exercido por Jonas, bem como pela reincidncia

    em crime doloso. Por isso, no restam dvidas que a liberdade, nesse

    momento traz risco grave sociedade em que o ru vive

    considerando a sua condio de traficante de drogas.

    Nesse sentido o entendimento do Supremo TribunalFederal, que admite nesses casos a priso para garantia da ordempblica:

    EMENTA: HABEAS CORPUS. LIBERDADE PROVISRIA

    NO CRIME DE TRFICO DE DROGAS. PRESSUPOSTOS EFUNDAMENTOS DA PRISO PREVENTIVA. RISCO DEREITERAO DELITIVA E ORDEM PBLICA.(...)2. Seas circunstncias concretas da prtica do crimeindicam o envolvimento significativo do agentecom o trfico de drogas e, por conseguinte, apericulosidade e o risco de reiterao delitiva,est justificada decretao ou a manuteno dapriso cautelar para resguardar a ordem pblica,desde que igualmente presentes boas provas damaterialidade e da autoria.3. O efeito disruptivo edesagregador do trfico de drogas, este associado a

    um mundo de violncia, desespero e morte para assuas vtimas e para as comunidades afetadas, justificatratamento jurdico mais rigoroso em relao aosagentes por eles responsveis a refletir na anlise doscasos concretos.4. Ordem denegada.(113853 RS , Relator: Min. ROSA WEBER, Data deJulgamento: 19/03/2013, Primeira Turma, Data dePublicao: DJe-066 DIVULG 10-04-2013 PUBLIC 11-04-2013) (grifo pessoal)

    Ementa: HABEAS CORPUS. PENAL. PROCESSUALPENAL. PACIENTE CONDENADO PELA PRTICA DOS

    CRIMES DE TRFICO DE DROGAS E DE ASSOCIAOPARA O TRFICO. FUNDAMENTOS DA PRISOPREVENTIVA. LEGITIMIDADE. PRISO POR GARANTIADA ORDEM PBLICA E PARA ASSEGURAR A APLICAODA LEI PENAL. MOTIVAO IDNEA. ORDEMDENEGADA. I A priso cautelar foi decretada paragarantia da ordem pblica e aplicao da lei penal,ante o fato de o paciente e demais corrus dedicarem-se de forma reiterada prtica do crime de trfico dedrogas. Da a necessidade da priso como formade desarticular as atividades da organizaocriminosa e para fazer cessar imediatamente a

    reiterao da prtica delitiva. II

    Essa orientaoest em consonncia com o que vm decidindo ambasas Turmas desta Corte no sentido de que a

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    16/05/2013periculosidade do agente e o risco de reiteraodelitiva demonstram a necessidade de seacautelar o meio social para que sejaresguardada a ordem pblica, alm deconstiturem fundamento idneo para a prisopreventiva. (...) IV Habeas corpus denegado.

    (HC 115462, Relator(a): Min. RICARDOLEWANDOWSKI, Segunda Turma, julgado em09/04/2013, ACRDO ELETRNICO DJe-075 DIVULG22-04-2013 PUBLIC 23-04-2013) (grifo pessoal)

    Portanto, verificada a gravidade do delito e a possibilidadeconcreta do ru reiterar a pratica delitiva, a decretao da priso medida que se impe.

    2. DA NECESSIDADE DA PRISO PARA APLICAO DA LEIPENAL

    O ru no logrou xito em comprovar ocupao lcita nem

    residncia fixa. Dessa forma, pode se furtar aplicao da lei penal,

    demonstrado assim o periculum libertatis.

    A justificativa dada na deciso que indeferiu a priso, qual sejaa desproporcionalidade e falta de necessidade, conforme visto, no

    cabe ao caso.

    Jonas no tem residncia fixa e no pode ser mais encontrado

    no endereo informado autoridade policial no inqurito criminal. Ou

    seja, o denunciado mudou-se sem comunicar a autoridade policial,

    sendo que no momento seu paradeiro desconhecido.

    evidente, pois, sua inteno de desviar-se da aplicao da lei

    penal, sendo a segregao proporcional e necessria para assegurar

    as determinaes do juzo e a instruo criminal.

    O Supremo Tribunal Federal, em reiteradas decises admite que

    quando verificada a possibilidade de o agente em liberdade escapar

    da aplicao da lei penal, deve ser decretada a segregao

    preventiva, conforme ementa colacionada abaixo.

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    Ementa: HABEAS CORPUS. PENAL. PROCESSUAL PENAL.

    TRFICO DE DROGAS E PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO

    DE USO PERMITIDO. PRISO PREVENTIVA. OBSERVNCIA

    DOS REQUISITOS LEGAIS PREVISTOS NO ARTIGO 312 DO

    CDIGO DE PROCESSO PENAL COMBINADO COM A

    VEDAO 44 DA LEI 11.343/06. ORDEM INDEFERIDA. (...)

    2. A custdia preventiva visando garantia da ordem

    pblica, por convenincia da instruo criminal e para

    assegurar a aplicao da lei penal, legitima-se quando

    presente a necessidade de acautelar-se o meio social

    ante a concreta possibilidade de reiterao criminosa

    e as evidncias de que, em liberdade, o agente

    empreender esforos para escapar da aplicao da

    lei penal, evadindo-se do distrito da culpa, a exemplo

    da conduta do comparsa. Precedentes: HC 105.614/RJ,

    relator Ministro Ayres Britto, 2 Turma, DJ de 10.06.2011;

    HC 101.934/RS, relator Ministro Joaquim Barbosa, DJ de

    14.09.2010; HC 101.717, relator Ministro Luiz Fux, Primeira

    Turma, DJ de 14.9.2011; HC 104.699, Primeira Turma,

    relator Ministra Crmen Lcia, DJ de 23.11.2010; HC

    103.107/MT, Primeira Turma, relator Ministro Dias Toffoli,

    DJ de 29.11.2010, iter alia. 3. In casu, (...) c) O magistrado,

    tendo em conta o modus operandi dos agentes, realou a

    possibilidade de, uma vez em liberdade, virem

    manipular, ameaar, coagir testemunhas ou mesmo

    empreender fuga do distrito da culpa, dificultando ou

    apondo bice aplicao da lei penal e instruo

    processual e pondo em risco a paz social, ante a

    periculosidade que ostenta o paciente e demais

    comparsas.(...)

    (HC 109723, Relator(a): Min. LUIZ FUX, Primeira Turma,

    julgado em 12/06/2012, PROCESSO ELETRNICO DJe-125

    DIVULG 26-06-2012 PUBLIC 27-06-2012) (grifo pessoal)

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    Assim, indubitvel que estando o ru em liberdade ir

    esquivar-se das determinaes judiciais, como j tem feito, pois j se

    encontra em local desconhecido, prejudicando a instruo criminal e a

    aplicao da lei penal.

    3. PEDIDOS

    Diante do exposto, requer-se a reconsiderao da deciso

    exarada, e caso no ocorra a reforma da deciso, o provimento do

    recurso, com a decretao da priso preventiva, em razo dos riscos

    ordem pblica pela reiterao delitiva do ru e para garantir a

    aplicao da lei penal.

    Nestes termos, pede provimento.

    (local), 18 de maio de 2013.

    JULIA OHLWEILER

    OAB/RS 88.191