jurisprudência fiscal arbitral (4º.t de 2015) · que, em termos da lei fiscal, o requerente já...

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i www.rffadvogados.pt Praça Marquês de Pombal, 16 – 5º (Recepção)/6º 1250-163 Lisboa • Portugal T: +351 215 915 220 • F: +351 215 915 244 [email protected] TAX & BUSINESS A presente Informação destina-se a ser distribuída entre Clientes e Colegas e a informação nela contida é prestada de forma geral e abstracta. Não deve servir de base para qualquer tomada de decisão sem assistência profissional qualificada e dirigida ao caso concreto. O conteúdo desta Informação não pode ser reproduzido, no seu todo ou em parte, sem a expressa autorização do editor. Caso deseje obter esclarecimentos adicionais sobre este assunto contacte [email protected]. *** Esta Informação é enviada nos termos dos artigos 22.º e 23.º do Decreto-Lei n.º 7/2004, de 7 de Janeiro, relativa ao envio de correio electrónico não solicitado. Caso pretenda ser removido da nossa base de dados e evitar futuras comunicações semelhantes, por favor envie um email com “Remover” para o endereço email [email protected]. 01 JURISPRUDÊNCIA FISCAL ARBITRAL (4.º TRIMESTRE DE 2015) Best Lawyers - "Tax Lawyer of the Year" 2014 Legal 500 – Band 1 Tax “Portuguese Law Firm” 2013 International Tax Review –"Best European Newcomer" (shortlisted) 2013 Chambers & Partners – Band 1 “RFF Leading Individual “ 2013 Who´s Who Legal – “RFF Corporate Tax Adviser of the Year” 2013 IBFD – Tax Correspondents Portugal, Angola and Mozambique Pretende-se, com a presente Informação, apresentar uma síntese trimestral das principais decisões proferidas pelos tribunais arbitrais em matéria tributária, à semelhança do que fazemos também em relação às decisões do Tribunal de Justiça da União Europeia e do Tribunal de Contas. A presente Informação é a relativa ao quarto trimestre de 2015.

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A presente Informação destina-se a ser distribuída entre Clientes e Colegas e a informação nela contida é prestada de forma geral e abstracta. Não deve servir de base para qualquer tomada de decisão sem assistência profissional qualificada e dirigida ao caso concreto. O conteúdo desta Informação não pode ser reproduzido, no seu todo ou em parte, sem a expressa autorização do editor. Caso deseje obter esclarecimentos adicionais sobre este assunto contacte [email protected].

***

Esta Informação é enviada nos termos dos artigos 22.º e 23.º do Decreto-Lei n.º 7/2004, de 7 de Janeiro, relativa ao envio de correio electrónico não solicitado. Caso pretenda ser removido da nossa base de dados e evitar futuras comunicações semelhantes, por favor

envie um email com “Remover” para o endereço email [email protected].

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J U R I S P R U D Ê N C I A F I S C A L A R B I T R A L ( 4 . º T R I M E S T R E D E 2 0 1 5 )

Best Lawyers - "Tax Lawyer of the Year" 2014 Legal 500 – Band 1 Tax “Portuguese Law Firm” 2013 International Tax Review –"Best European Newcomer" (shortlisted) 2013 Chambers & Partners – Band 1 “RFF Leading Individual “ 2013 Who´s Who Legal – “RFF Corporate Tax Adviser of the Year” 2013

IBFD – Tax Correspondents Portugal, Angola and Mozambique

Pretende-se, com a presente Informação, apresentar uma síntese trimestral das principais decisões proferidas pelos tribunais arbitrais em matéria tributária, à semelhança do que fazemos também em relação às decisões do Tribunal de Justiça da União Europeia e do Tribunal de Contas. A presente Informação é a relativa ao quarto trimestre de 2015.

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NÚMERO DO PROCESSO: NÚMERO DO PROCESSO: NÚMERO DO PROCESSO: NÚMERO DO PROCESSO: 34/201534/201534/201534/2015----TTTT DATA: DATA: DATA: DATA: 1 de Outubro de 20151 de Outubro de 20151 de Outubro de 20151 de Outubro de 2015 ASSUNASSUNASSUNASSUNTO: TO: TO: TO: IRS IRS IRS IRS ———— Abono e ajudas de custoAbono e ajudas de custoAbono e ajudas de custoAbono e ajudas de custo Factos:Factos:Factos:Factos: A Requerente solicitou a constituição de Tribunal arbitral peticionando a declaração de ilegalidade do acto de liquidação de IRS e juros compensatórios, relativos a retenção na fonte, por referência ao exercício de 2012, no montante global de € 10.532,95. A Requerente tem como objecto a construção civil e a realização de empreitadas de obras públicas, em Portugal e no estrangeiro, tendo, para o efeito alguns trabalhadores que permanecem durante certos períodos do país, sendo considerados expatriados. Neste contexto, a Requerente atentas as despesas acrescidas efectua o pagamento de abonos de ajudas de custo. No que diz respeito ao trabalhador C, este desempenhava as suas funções em Moçambique, e, como contrapartida, auferia, além do salário previsto contratualmente, os referidos abonos e ajudas de custo, que não se encontravam sujeitos a tributação em sede de IRS e, bem assim, que não eram objecto de retenção na fonte. No entanto, no final do ano de 2012, este trabalhador intentou acção laboral contra a Requerente, cessando a sua prestação de trabalho e peticionando o pagamento de indemnização por alegada resolução do contrato de trabalho com justa causa. Consequentemente, a Administração tributária, na sequência de denúncias apresentadas pelo trabalhador C, instaurou o procedimento inspectivo nos termos do qual concluiu que os abonos de ajudas de custo deviam ser considerados como retribuição e, por isso, estar sujeitos a retenção na fonte de IRS. Análise do Análise do Análise do Análise do tribunal:tribunal:tribunal:tribunal: O Tribunal arbitral identificou as seguintes questões a apreciar e decidir: a) vício de falta de fundamentação; b) violação de lei; c) violação de princípios da tributação pelo lucro real, da tributação das pessoas singulares e da proporcionalidade; d) ilegalidade da liquidação de juros compensatórios; e e) indemnização por garantia indevidamente prestada. No que diz respeito à primeira questão, o Tribunal arbitral inicia a sua análise afirmando que a Administração tributária agiu motivada pela denúncia do trabalhador, que, por sua vez, agia na prossecução de interesses próprios, mais afirmando que a Administração tributária dá como certos

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os elementos constantes do processo laboral, não promovendo qualquer indagação para sua comprovação. Neste sentido, sustenta o Tribunal arbitral que é seu entendimento que tais elementos não podem, de todo, sustentar as conclusões do Relatório de Inspecção e consequente acto de liquidação, pois o ónus da prova que impende sobre a Administração tributária, para a demonstração cabal dos fundamentos para recurso às correcções operadas, não se compadece com tal procedimento. Por outro lado, o Tribunal arbitral considera, ainda, caso a Administração tributária lograsse fundamentar e provar que os valores transferidos a título de ajudas de custo eram remuneração dissimulada, e que, neste sentido, se liquidassem os montantes referentes às retenções na fonte, a verdade é que, ainda assim, devia ter sido chamado o próprio trabalhador a cumprir a sua obrigação fiscal, já que o substituto é apenas responsável subsidiário. Não obstante o Tribunal ter concluído, assim, que a fundamentação é insuficiente quanto à desconsideração das ajudas de custo é meramente conclusiva quanto à sua sujeição a retenção na fonte, analisou, também, a questão da qualificação dos pagamentos efectuados pela Requerente, por forma a saber se o valor dos abonos e ajudas de custo, reflectidos nos Boletins de Itinerário, que servem de base à liquidação impugnada, configuram ajudas de custo ou remuneração acessória. Com efeito, entendeu o Tribunal arbitral que, à luz da legislação laboral e fiscal em vigor, uma vez que os montantes transferidos respeitavam os limites legais, estes coadunam-se com a qualificação de ajudas de custo, até porque não resulta qualquer vantagem económica efectiva do trabalhador ou acréscimo de rendimento pessoal. Atenta a procedência do vício de forma de falta de fundamentação, a apreciação das restantes questões ficou prejudicada. Em face do exposto, o Tribunal arbitral julgou procedente o pedido arbitral, condenando a Administração tributária a anular a liquidação impugnada e, bem assim, a indemnizar a Requerente pelos custos incorridos com a garantia indevidamente prestada.

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NÚMERO DO PROCESSO: NÚMERO DO PROCESSO: NÚMERO DO PROCESSO: NÚMERO DO PROCESSO: 105/2015105/2015105/2015105/2015----TTTT DATA: DATA: DATA: DATA: 21 de Outubro de 201521 de Outubro de 201521 de Outubro de 201521 de Outubro de 2015 ASSUNTO: IASSUNTO: IASSUNTO: IASSUNTO: Imposto do mposto do mposto do mposto do SSSSeloeloeloelo –––– UsucapiãoUsucapiãoUsucapiãoUsucapião Factos:Factos:Factos:Factos: O Requerente solicitou a constituição de Tribunal arbitral peticionando a declaração de ilegalidade do acto de liquidação de Imposto do Selo, no montante de € 5.459,85. Ora, o Requerente celebrou, em 20 de Agosto de 1979, contrato-promessa de compra e venda relativo a uma parcela de terreno, tendo tomado posse do terreno e nele exerceu todos os actos inerentes à sua condição, nomeadamente, obteve a licença de construção (em 1985) e procedeu à inscrição do terreno na matriz predial (em 1986). Nesta sequência, foi liquidado SISA, cujo fundamento atendeu à aquisição do terreno por força da tradição do imóvel operada pelo referido contrato. Em 1992, tendo ocorrido o término das obras de edificação de um prédio para habitação no terreno em causa, o Requerente passou a ser notificado dos correspondentes montantes de Contribuição Autárquica e IMI. Sucede que, em 2013, o Requerente celebrou escritura de justificação notarial para adquirir a propriedade do terreno por usucapião, tendo sido liquidado Imposto do Selo, cuja base de incidência coincidiu com o Valor Patrimonial Tributário atribuído ao prédio edificado. Não se conformando com a referida liquidação, o Requerente veio contestar sustentando que já tinha pago SISA aquando da aquisição do imóvel, pelo que não fazia sentido que se omitisse esse facto de forma a relevar que só agora tivesse adquirido o imóvel e, bem assim, que, de qualquer das formas, a usucapião era relativa apenas ao terreno e não ao prédio nele construído. No âmbito do processo arbitral a Administração tributária não apresentou resposta, tendo procedido, apenas, à junção de procedimento administrativo. Análise do tribunal:Análise do tribunal:Análise do tribunal:Análise do tribunal: O Tribunal arbitral identificou, como questão decidenda, saber se a aquisição de um terreno por usucapião, através de escritura notarial celebrada em 2013, está sujeita a Imposto do Selo, tendo em consideração que em momento anterior (1986) a Administração tributária liquidou SISA.

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Neste sentido, o Tribunal arbitral considerou que o facto tributário relevante, em termos de incidência de Imposto do Selo, é a aquisição do imóvel por usucapião e não, como alegou a Administração tributária, a tributação do acto notarial de justificação. Sustenta, então, o Tribunal que, em termos da lei fiscal, o Requerente já era proprietário do terreno – ainda que em termos não coincidentes com o Direito civil – aquando da celebração do contrato-promessa em que houve tradição da coisa, motivo pelo qual foi tributado em sede de SISA. Atendendo à jurisprudência do Supremo Tribunal Administrativo e do Tribunal Central Administrativo Norte, concluiu o Tribunal arbitral que a tributação, no caso, da aquisição do terreno por usucapião constitui dupla tributação, uma vez que, com o acto de liquidação ora em crise, o mesmo sujeito passivo é tributado uma segunda vez em relação ao mesmo facto tributário. Em face do exposto, o Tribunal arbitral julgou o processo arbitral procedente, declarando ilegal a liquidação de Imposto do Selo e, bem assim, condenando a Administração tributária ao reembolso de € 5.459,85, acrescido de juros indemnizatórios.

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NÚMERO DO PROCESSO: NÚMERO DO PROCESSO: NÚMERO DO PROCESSO: NÚMERO DO PROCESSO: 99/201599/201599/201599/2015----TTTT DATA: DATA: DATA: DATA: 27 de Outubro27 de Outubro27 de Outubro27 de Outubro de 2015de 2015de 2015de 2015 ASSUNTO: ASSUNTO: ASSUNTO: ASSUNTO: IMT IMT IMT IMT ———— Isenção na venda de universalidades de bens oIsenção na venda de universalidades de bens oIsenção na venda de universalidades de bens oIsenção na venda de universalidades de bens ou elementos do activo integrado u elementos do activo integrado u elementos do activo integrado u elementos do activo integrado no plano de insolvência no plano de insolvência no plano de insolvência no plano de insolvência FactFactFactFactos:os:os:os: A Requerente solicitou a constituição de Tribunal arbitral peticionando a declaração de ilegalidade do acto de liquidação de IMT, no montante de €15.640,68 e, bem assim, da decisão de indeferimento da Reclamação Graciosa apresentada contra o referido acto de liquidação. A Requerente, no âmbito de processo de insolvência, adquiriu um prédio urbano, destinado a habitação, que fazia parte do activo da sociedade insolvente B. Embora o Prédio tenha sido adquirido no âmbito do processo de liquidação da massa insolvente, foi liquidado IMT ao Requerente. No entanto, por não se conformar com esta liquidação a Requerente contestou em sede administrativa.

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No âmbito da Resposta apresentada pela Administração tributária, foi invocada a excepção de impropriedade do meio processual empregue, sustentando que o meio processual adequado seria a Acção Administrativa Especial e, bem assim, a incompetência material do Tribunal arbitral, invocando que se encontra fora da jurisdição da arbitragem tributária a apreciação de questões referentes ao reconhecimento de isenções fiscais. Análise do tribunal:Análise do tribunal:Análise do tribunal:Análise do tribunal: O Tribunal arbitral começou por analisar as excepções invocadas pela Administração tributária impropriedade do meio processual adoptado e incompetência material, analisando, de seguida, a questão decidenda, relacionada com a (i)legalidade da liquidação por admissibilidade do direito à isenção. No que diz respeito às excepções invocadas, o Tribunal arbitral, esclarece que o objecto dos autos não é uma questão de reconhecimento de uma isenção, mas sim um acto de liquidação de imposto decorrente da desconsideração de uma isenção, pelo que, competia, apenas, à Administração tributária a sua verificação e declaração, e, bem assim, que não há qualquer norma especial do processo de insolvência que atribua competência aos tribunais judiciais para reconhecerem isenções fiscais. Neste sentido, entendeu o Tribunal ser competente materialmente para reconhecer o pedido e, bem assim, que o meio processual utilizado era adequado para impugnar o acto de liquidação. Por outro lado, relativamente à questão de saber se a liquidação enferma de ilegalidade por violação da admissibilidade de isenção, em termos de IMT, dos actos de venda integrados no âmbito de plano de insolvência de uma empresa, o Tribunal arbitral baseou a sua fundamentação recorrendo à jurisprudência do Supremo Tribunal Administrativo. Neste sentido, concluiu o Tribunal arbitral que a isenção ínsita no artigo 270.º, n.º 2 do CIRE, nos termos do qual deverá ser interpretada tendo presente o fim de afastar os encargos de natureza fiscal dos negócios jurídicos susceptíveis de constituírem o meio de recuperação aprovado pelos credores. Assim, considerou o Tribunal arbitral que estavam abrangidos pela isenção de IMT as vendas de elementos do activo de uma empresa, integradas no âmbito do plano de insolvência. Em face do exposto, decidiu o Tribunal arbitral pela procedência do processo arbitral, anulando a liquidação de IMT em crise e correspondente decisão de indeferimento da Reclamação Graciosa,

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mais condenando a Administração tributária ao reembolso dos montantes pagos pelo Requerente, acrescidos de juros indemnizatórios.

*** NÚMERO DO PROCESSO: NÚMERO DO PROCESSO: NÚMERO DO PROCESSO: NÚMERO DO PROCESSO: 98/201598/201598/201598/2015----TTTT DATA: DATA: DATA: DATA: 3 de Novem3 de Novem3 de Novem3 de Novembrobrobrobro de 2015de 2015de 2015de 2015 ASSUNTO: ASSUNTO: ASSUNTO: ASSUNTO: IRC IRC IRC IRC ———— IsençãoIsençãoIsençãoIsenção eeee congregação religiosacongregação religiosacongregação religiosacongregação religiosa eeee equiparação a IPSSequiparação a IPSSequiparação a IPSSequiparação a IPSS Factos:Factos:Factos:Factos: A Requerente solicitou a constituição de Tribunal arbitral peticionando a declaração de ilegalidade da autoliquidação de IRC, referente ao exercício de 2009, do qual resultou um valor de imposto de € 208.744,09 e € 22.589,87 de juros compensatórios, tendo a Requerente efectivamente pago. A Requerente tem como actividade principal “actividades de organizações religiosas”, e como actividades secundárias “actividades dos estabelecimentos de saúde com internamento” e “ensino básico (3.º Ciclo) e secundário geral”. A Requerente foi sujeita a uma acção de inspecção interna pela Administração tributária, relativamente aos exercícios de 2009, 2010 e 2011, uma vez que tinha sido enquadrada no regime geral do IRC, e não tinha procedido à entrega da Declaração de rendimentos modelo 22 nem da declaração anual de informação contabilística e fiscal, referentes a 2009, notificando para regularizar a referida falta. Sucede que a Requerente considerou que estava isenta de IRC, em virtude da aplicação, por equiparação, do Regime das Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS), motivo pelo qual contestou os actos de liquidação notificados. A Administração tributária apresentou Resposta considerando que a qualificação da Requerente enquanto “entidade legalmente equiparada a IPSS” é uma questão controvertida de cuja decisão depende a solução a dar ao pedido principal – sendo, por isso, uma questão prejudicial – e, bem assim, nesses termos, o Tribunal arbitral é incompetente para julgar a referida questão a título principal.

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Análise do tribunal:Análise do tribunal:Análise do tribunal:Análise do tribunal: O Tribunal arbitral procedeu à análise da aplicação da norma de isenção de IRS às Instituições Particulares de Solidariedade Social, e pessoas equiparadas. No entanto, a título preliminar o Tribunal analisou a denominada “questão prejudicial”, esclarecendo que o objecto de impugnação, por violação de lei, é o acto de autoliquidação de IRC, referente ao exercício de 2009, não se antevendo qualquer dependência de procedimento de apuramento prévio para a apreciação do alegado vício. Neste sentido, a questão prévia suscitada pela Administração tributária foi julgada improcedente. Assim, passando para a análise da questão acima referida, o Tribunal arbitral entendeu que a isenção referida é aplicável às entidades canonicamente erectas, desde que a sua existência tenha sido comunicada às entidades civis, e prossiga, também, fins religiosos, o que se verifica no caso ora vertente. Assim, não basta ser uma pessoa jurídica canónica, pois não há qualquer benefício fiscal para estas entidades, sendo por isso necessário materialmente ser equiparada a uma IPSS. Em face do exposto, o Tribunal decidiu julgar procedente o pedido de pronúncia arbitral, com a declaração de ilegalidade dos actos de liquidação de IRC e Juros Compensatórios, referentes ao exercício de 2009, condenando a Administração tributária ao reembolso dos montantes pagos pela Requerente, acrescidos de Juros Indemnizatórios.

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NÚMERO DO PROCESSO: NÚMERO DO PROCESSO: NÚMERO DO PROCESSO: NÚMERO DO PROCESSO: 227227227227/201/201/201/2015555----TTTT DATA: DATA: DATA: DATA: 4 de Novembro 4 de Novembro 4 de Novembro 4 de Novembro de 2015de 2015de 2015de 2015 ASSUNTO: ASSUNTO: ASSUNTO: ASSUNTO: IVA IVA IVA IVA ———— Renúncia à isençãoRenúncia à isençãoRenúncia à isençãoRenúncia à isenção eeee integração no Sistema Nacional de Saúdeintegração no Sistema Nacional de Saúdeintegração no Sistema Nacional de Saúdeintegração no Sistema Nacional de Saúde Factos:Factos:Factos:Factos: A Requerente solicitou a constituição de Tribunal arbitral colectivo peticionando a declaração da ilegalidade dos actos de liquidação adicional de IVA e respectivos Juros Compensatórios, referentes aos exercícios de 2011, 2012 e 2013.

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A Requerente tem por objecto a prestação de serviços médico-cirúrgicos, e presta, também, serviços de alimentação e bebidas mediante a exploração de um bar/restaurante, prestando ainda serviços aos acompanhantes dos utentes internados (nomeadamente serviços de alojamento). A Requerente, em 1999, passou a estar enquadrada para efeitos de IVA no regime misto com afectação real, em face da sua actividade de prestação de serviços médicos — actividade isenta — e das suas actividades de prestação de serviços de alimentação e bebidas e alojamento a acompanhantes de utentes internados — actividades sujeitas. Contudo, a Requerente renunciou, em 2008, à isenção de IVA, ficando sujeita ao regime normal de tributação em IVA com periodicidade mensal. No entanto, a Requerente celebrou, em 2006 e em 2013, convenções com a Administração Regional de Saúde e com a ADSE, tendo sido celebrados contratos de adesão em que o preço dos serviços objecto de convenção era idêntico para todos os estabelecimentos aderentes às convenções. A Requerente foi sujeita a procedimento de inspecção tendo por objecto os exercícios de 2011, 2012 e 2013, com a finalidade de verificar o enquadramento da Requerente para efeitos de IVA, em particular quanto à opção pela renúncia à isenção em sede IVA, atendendo, também, às convenções celebradas. Neste sentido, a Administração tributária entendeu que a Requerente não poderia beneficiar do direito de opção (à isenção), uma vez que, com a celebração dos protocolos, passou a estar integrado no sistema nacional de saúde. No âmbito da Resposta apresentada, a Administração tributária alegou, por excepção, a incompetência material do Tribunal arbitral relativamente ao reconhecimento se a Requerente tem ou não o direito de renúncia à isenção em sede de IVA, mais requerendo que se efectue o reenvio prejudicial para o TJUE, para definir o recorte da renúncia ao regime de isenção em sede de IVA. Análise do tribunal:Análise do tribunal:Análise do tribunal:Análise do tribunal: Em relação às excepções invocadas pela Administração tributária, esclareceu o Tribunal arbitral que o objecto do pedido de pronúncia arbitral é a anulação das liquidações adicionais de IVA e Juros Compensatórios, constituindo um pedido típico de acção constitutiva. Assim, o Tribunal declarou-se regularmente constituído e materialmente competente para conhecer quanto à ilegalidade das liquidações adicionais de IVA e Juros Compensatórios. O Tribunal arbitral identificou como questão decidenda saber se os estabelecimentos hospitalares (e similares) que optarem pela tributação em IVA por não se considerarem integrados no Sistema

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Nacional de Saúde, preenchendo, portanto, as condições previstas para a renúncia à isenção, devem ou não continuar a ser para tanto elegíveis, quando celebram protocolos ou acordos com entidades públicas pertencentes ao Serviço Nacional de Saúde. Na análise da referida questão, sustentou o Tribunal arbitral que o âmbito subjectivo do direito a renunciar à isenção por parte de estabelecimentos hospitalares (e similares) e, bem assim, a interpretação do próprio conceito “Serviço Nacional de Saúde” determina-se por referência a critérios do Direito da União Europeia, interpretando-se de acordo com o critério imposto pelas normas aplicáveis da Directiva IVA, por contraponto ao que resulta da Lei de Bases da Saúde. Da análise ao caso em apreço, o Tribunal arbitral entendeu que a aplicação da isenção de IVA é necessário o preenchimento dos requisitos: i) hospitalização ou assistência medica; ii) operações conexas com a hospitalização e assistência médica; iii) o prestador de serviços tem de ser um organismo de direito publico ou iv) deve fornecer as prestações em condições análogas; e, v) deve ser um estabelecimento hospitalar ou centro de assistência medica. Por sua vez, a legislação portuguesa prevê que apenas podem ser consideradas como instituições privadas não integradas no sistema nacional de saúde, com direito à renúncia, os estabelecimentos hospitalares privados que não prossigam actividade em condições análogas as que vigoram os estabelecimentos hospitalares públicos. In casu, entendeu o Tribunal que a Requerente pode estar abrangida pela opção de renúncia à isenção se não prosseguir a sua actividade em condições análogas aos estabelecimentos públicos. Atenta a análise das disposições legais, o Tribunal arbitral entendeu que a renúncia à isenção não pode ser determinada com base no conceito de Sistema Nacional de Saúde, desde logo, porque não resulta da Lei de Bases da Saúde. Com efeito, refere o Tribunal que o Código do IVA não exclui do direito à renúncia as sociedades comerciais que tenham celebrado com o Serviço Nacional de Saúde acordos de prestação de serviços médicos, pois, não são estes acordos que integram as entidades no Sistema Nacional de Saúde, para efeitos de IVA (Cfr. Acórdãos Dornier, Acórdão L.U.P e Acórdão do Copy Gene do TJUE). Assim, concluiu o Tribunal arbitral, no âmbito da análise à jurisprudência comunitária, que as isenções em sede de IVA assumem natureza objectiva, pelo que, para efeitos de concessão releva a natureza da actividade prosseguida e, não a natureza jurídica da entidade que prossegue a actividade. Contudo, entendeu que a Requerente não integra o Sistema Nacional de Saúde, pelo que podia continuar a poder manter o regime de tributação de renúncia à isenção, em sede de IVA.

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Relativamente à questão do reenvio prejudicial para o TJUE, entendeu o Tribunal arbitral que o mesmo não se revela imprescindível para o julgamento da causa, existindo jurisprudência suficiente para elucidar quanto ao sentido e alcance das normas em apreço, pelo que o referido pedido não deve ser formulado. Em face do exposto, o Tribunal arbitral julgou procedente a excepção dilatória de incompetência em relação à extinção dos processos executivos, mais julgando procedente o pedido de declaração de ilegalidade das liquidações de IVA e Juros Compensatórios, anulando, em consequência, os actos ora em crise, no valor global de € 2.779.626,05.

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NÚMERO DO PROCESSO: NÚMERO DO PROCESSO: NÚMERO DO PROCESSO: NÚMERO DO PROCESSO: 337337337337/2015/2015/2015/2015----TTTT DATA: DATA: DATA: DATA: 14 de Dezembro14 de Dezembro14 de Dezembro14 de Dezembro de 2015de 2015de 2015de 2015 ASSUNTO: ASSUNTO: ASSUNTO: ASSUNTO: IVA IVA IVA IVA ———— SubvençõesSubvençõesSubvençõesSubvenções Factos:Factos:Factos:Factos: A Requerente solicitou a constituição de Tribunal arbitral peticionando a declaração de ilegalidade do acto de liquidação de IVA e respectivos juros compensatórios, com referência ao exercício de 2010, no montante total de € 1.121,32. A Requerente dedica-se à actividade de formação profissional, tendo desenvolvido diversas actividades, nos anos de 2010, 2011 e 2012, inseridas no Programa Operacional Potencial Humano (POPH). No exercício de 2010, encontrava-se inscrita no regime geral de tributação em sede de IRC e, bem assim, no regime normal de periodicidade mensal, em sede de IVA, tendo, contudo, renunciado à isenção de IVA. No âmbito da actividade desenvolvida a Requerente executou diversos projectos de formação profissional financiados pelo Fundo Social Europeu. Contudo as quantias recebidas por este e por outras entidades não podiam ser consideradas como preço, para efeitos de IVA, tratando-se, pois, de subsídios à produção e estrutura de custos. Assim, nenhum dos projectos desenvolvidos gerou receitas para a Requerente.

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Com efeito, a Requerente não liquidou qualquer IVA sobre os subsídios recebidos, pois, para que o valor das subvenções possa ser incluído no preço tem necessariamente que existir previamente um “preço” que seja contrapartida da prestação de serviços, o que não sucedeu. Posteriormente, a Requerente foi notificada da resposta apresentada pela Administração tributária nos termos da qual considerou que, não obstante as prestações de serviços da actividade da Requerente estarem isentas de IVA, a Requerente renunciou à isenção de IVA, pelo que, origina a obrigação de liquidação do imposto em todas as operações tributáveis. Análise do tribunal:Análise do tribunal:Análise do tribunal:Análise do tribunal: O Tribunal arbitral identificou as seguintes questões a apreciar e decidir: i) se a operação da Requerente está enquadrada na isenção prevista no Código do IVA; e, ii) qual a modalidade do subsídio recebido. Tendo em consideração a primeira questão que cumpre decidir, o Tribunal arbitral sustentou que, muito embora a isenção do artigo 9.º, n.º 10 do Código do IVA abranja as prestações de serviços relacionados com a actividade formativa da Requerente, esta renunciou, nos termos do artigo 12.º, n.º 1, alínea a), do CIVA. Neste sentido, a opção da Requerente determina a obrigação de liquidação do imposto em todas as operações tributáveis e, bem assim, o direito à dedução geral do imposto suportado na aquisição de bens e serviços afectos à sua operação. Relativamente à segunda questão que cumpre decidir, o Tribunal arbitral teve em consideração a jurisprudência do TJUE, delimitando os pressupostos necessários à consideração de uma subvenção para efeitos de IVA: i) tratar-se de uma subvenção concedida por uma autoridade no contexto de uma relação triangular (a autoridade que concede a subvenção, o organismo/sujeito passivo que dela beneficia e o comprador do bem ou destinatário do serviço); ii) que a subvenção esteja directamente relacionada com o preço das operações a realizar pelo operador subvencionado; iii) o preço do bem ou do serviço deve ser determinado, quanto ao seu princípio, o mais tardar, no momento em que ocorre o facto gerador; e, iv) o compromisso de pagar a subvenção assumido por aquele que a concede tem como corolário o direito de a receber reconhecido ao beneficiário quando a operação tributável for realizada por este. Concluiu, então, o Tribunal arbitral pela verificação, in casu, dos pressupostos mencionados, pelo que o subsídio recebido pela Requerente se deve considerar enquadrado no artigo 16.º, n.º 5, do

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Código do IVA e, nesse sentido, o montante auferido no valor de € 5.720,98 é o valor final, com IVA incluído à taxa de 20%, tal como consta do acto de liquidação em crise. Em face do exposto, o Tribunal arbitral julgou improcedente o pedido de pronúncia arbitral, afirmando a legalidade do acto de liquidação adicional de IVA e Juros Compensatórios em crise.

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NÚMERO DO PROCESSO: NÚMERO DO PROCESSO: NÚMERO DO PROCESSO: NÚMERO DO PROCESSO: 233233233233/2015/2015/2015/2015----TTTT DATA: DATA: DATA: DATA: 16 de Dezembro16 de Dezembro16 de Dezembro16 de Dezembro de 2015de 2015de 2015de 2015 ASSUNTO: ASSUNTO: ASSUNTO: ASSUNTO: IRC IRC IRC IRC ———— Documentação de Documentação de Documentação de Documentação de ddddespesasespesasespesasespesas eeee NIF válidoNIF válidoNIF válidoNIF válido Factos:Factos:Factos:Factos: A Requerente solicitou a constituição de Tribunal arbitral peticionando a declaração de ilegalidade dos actos de liquidação de IRC e IVA, com referência ao exercício de 2010, no montante total de € 61.943,28. A Requerente exercia a actividade de comércio a retalho, em estabelecimentos não especificados, estando enquadrada no regime geral de tributação. No exercício de 2010, a Requerente realizou operações comerciais com a sociedade B, S.A., a qual se encontrava, na altura, extinta, e cuja actividade foi, em consequência, finda oficiosamente pela Administração tributária, sem que tais factos fossem, contudo, do conhecimento da Requerente. A Administração tributária apresentou Resposta entendendo que, as facturas contabilizadas emitidas pela B, S.A. com data posterior à sua cessação, respeitantes à aquisição de mercadorias, não relevam para a dedutibilidade dos encargos respeitantes, pois com o encerramento da liquidação deixou de existir o sujeito passivo, para efeitos de IRC. Análise do tribunalAnálise do tribunalAnálise do tribunalAnálise do tribunal:::: O Tribunal arbitral identificou como questão decidenda a dedutibilidade dos encargos, atendendo ao encerramento da sociedade B, S.A..

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Neste sentido, o Tribunal arbitral considera que cabia à Administração tributária fazer prova de estão verificados os pressupostos que legitimam a sua actuação, demonstrando que à data dos factos a sociedade B tinha numero de identificação fiscal inexistente ou invalido ou que a cessação da actividade tinha sido declarada oficiosamente. Ora, atenta a prova produzida, sustenta o Tribunal que não se demonstra que o NIF da B, S.A. fosse inexistente ou inválido, demonstrando-se, antes, que o mesmo foi validado pelo Sistema Electrónico de Declarações aquando da entrega, pela Requerente, da IES. Entendeu o Tribunal que não se demonstrou, igualmente, que tivesse sido declarada oficiosamente a cessação da actividade da B, S.A.. Assim, concluiu que para efeitos de aplicação da alínea b), do n.º 1, do artigo 45.º, do Código do IRC, o relevante é a declaração oficiosa de cessação de actividade, e não a cessação de actividade nos termos do n.º 5, do artigo 8.º, do CIRC, não tendo a Administração tributária feito a respectiva prova. Contudo, o Tribunal arbitral refere, também, que os encargos evidenciados em documentos apenas podiam ver a sua dedutibilidade afastada, nos mesmos termos em que tal ocorre com as despesas indocumentadas ou insuficientemente documentadas, podendo, no entanto, o contribuinte demonstrar, por qualquer outro meio de prova admissível, a existência e imprescindibilidade do gasto. No caso em apreço, a Requerente efectuou prova do montante de transacções efectuadas entre a Requerente e a sociedade B, mediante a entrega da IES, tendo sido submetida com sucesso, o que não foi contestado pela Administração tributária. Em face do exposto, julgou o Tribunal arbitral procedente o pedido de pronúncia arbitral, anulando o acto de liquidação adicional de IRC em crise, condenando a Administração tributária ao reembolso dos montantes indevidamente pagos. Lisboa, 5 de Fevereiro de 2016 Rogério M. Fernandes Ferreira Sérgio Brigas Afonso Catarina Ribeiro Caldas Álvaro Silveira de Meneses