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INTRODUÇÃO ao N.T. Faculdade Dehoniana Mariano Weizenmann SCJ Lc 4,16-22a

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  • INTRODUÇÃO

    ao N.T.

    Faculdade Dehon

    iana

    Mariano Weizenmann SCJLc 4,16-22a

  • BIBLIOGRAFIA - BENTO XVI. Verbum Domini. São Paulo: Paulinas, 2011. - CEBI/PAULUS. Mc e Mt, Lc e At, Jo e Ap, Cartas Gerais e Cartas Pastorais (Roteiros de Reflexão). São Leopoldo/São Paulo: Cebi/Paulus, 2001. - CNBB (org.). Crescer na leitura da Bíblia. São Paulo: Paulus, 2003. - KONINGS, Johan. A Bíblia nas suas origens e hoje. Petrópolis: Vozes, 1997. - MAINVILLE, Odette (org.). Escritos e Ambiente do Novo Testamento. Petrópolis: Vozes, 2002. - PARRA SÁNCHEZ, Tomás. Os tempos de Jesus. São Paulo: Paulinas, 1996.

  • Conteúdo Programático 13/05 (2ª feira) 19h30-21h30

    Introdução geral ao NT

    20/05 (2ª feira) 19h30-21h30

    Grupos religiosos do tempo de Jesus

    27/02 (2ª feira) 19h30-21h30

    Sinóticos: Mc, Mt e Lc

    03/06 (2ª feira) 19h30-21h30

    At e Ap

    10/06 (2ª feira) 19h30-21h30

    Cartas Paulinas e Católicas

    17/06 (2ª feira) 19h30-21h30

    Jo e Cartas

    24/06 (2ª feira) 19h30-21h30

    Literatura Apócrifa

  • Mariano Weizenmann SCJ

  • O N O V O T E S T A M E N T O (27 livros)

    1 Evangelhos (4): Mt, Mc, Lc (Sinóticos) e Jo. 2 Igreja primitiva (2): At e Ap. 3 Cartas, epístolas (21): ⓐ Corpo Paulino (14) a) Protopaulinas ou autênticas: 1Ts, 1Cor, Fl, Fm, 2Cor, Gl, Rm; b) Deuteropaulinas ou da escola paulina: Cl, Ef , 2Ts, 1Tm, 2Tm e Tt, Hb. ⓑ Cartas Católicas (7): Tg, 1Pd, 2Pd, 1Jo, 2Jo, 3Jo, Jd.

  • Livros do NT

  • Visão geral do NT

    Se o AT levou mais de

    1000 anos para ser escrito, a história de redação do NT é relativamente breve, em torno de 50 anos. O NT compõe-se de três blocos de textos.

  • A Boa Notícia sobre Jesus, os Evangelhos

    Os três primeiros evangelhos

    (Mt, Mc e Lc) são conhecidos por sinóticos porque oferecem apresentação e sequência da vida e obra de Jesus de forma bastante parecida. Olham quem é e como é Jesus. Apresentam, pois, uma fotografia do Senhor. Já o quarto evangelho (Jo) mostra quem é Jesus e porque é assim. Oferece uma radiografia de Jesus.

  • Representação iconográfica dos Evangelhos

  • Símbolos dos Evangelhos

    A origem do simbolismo está em Ap 4,1-11 (especialmen-te os vv. 6-8) que, por sua vez, se inspira em Ez 1,4-14. A arte cristã representa cada evangelista por um ser vivente: Mt, homem; Mc, leão; Lc, touro; Jo, águia. Intuição de Santo Irineu, Santo Agostinho, São Jerônimo... São Gregório Magno: “Mt é simbolizado pelo homem porque ele inicia com a geração humana; Mc é simbolizado pelo leão, porque inicia com o clamor no deserto; Lc é simbolizado pelo bezerro, porque começa com o sacrifício; Jo é simbolizado pela águia, porque começa com a divindade do Verbo - Jo 1, 1. Portanto, ele é inteiramente para nós, seja nascendo como homem, seja morrendo como bezerro, seja ressuscitando como leão, seja subindo aos céus como águia” (Homilia sobre Ezequiel, 4,1-2).

  • O EVANGELHO DE JESUS CRISTO

    Comparemos os Evangelhos com as Cartas de Paulo: diferenças notáveis, quanto à sua elaboração e redação. Pelo menos nas Cartas Protopaulinas pode-se individuar autor e destinatários, local e época de redação. Tudo isso fica difícil para os Evangelhos. Nenhum deles deixou seu nome o que, aliás, é um bom motivo para vermos atrás de cada Evangelho não uma pessoa individual mas uma

    comunidade.

  • O que significa Evangelho (εὐ + ἀγγέλω = εὐαγγέλιον)?

    Os quatro Evangelhos surgiram entre os anos 60 e 100 da nossa Era e foram reunidos em coleção na sequência que hoje os temos, por volta de 125 d.C.

    Evangelho significa “Boa Notícia”, que traz esperança, ação de graças, sacrifício ou recompensa por algo. É o sentido bíblico no Pentateuco, nos Salmos e em Isaías. No mundo profano significava o anúncio de nascimento ou da ascensão ao trono do novo imperador.

    O sentido positivo foi logo assimilado pelo NT, sobretudo por Paulo que o emprega como substantivo (60 vezes sobre os 76 do NT) e verbo (21 vezes sobre os 28 do NT). Em linhas gerais, para o NT trata-se, sempre, do anúncio da salvação em Cristo oferecido por Deus.

  • Três fases de redação dos Evangelhos

    O Evangelho é sempre um e único, em quatro versões canônicas (modo comum de falar, desde

    Justino, por volta de 165 d.C.), sem contar os inúmeros evangelhos apócrifos.

    Para compreender a origem dos Evangelhos precisamos distinguir três etapas:

    a) O Grupo Pré-Pascal, b) A Comunidade Pós-Pascal, c) A redação dos Evangelhos.

  • 1. O Grupo Pré-Pascal Ao redor de Jesus forma-se

    um grupo de homens por ele escolhidos (cf. Mc 3,13-19). Com esse grupo Jesus faz o anúncio do Reino de Deus/dos Céus. Parte de Cafarnaum, sua cidade (cf. Mt 4,13; 9,1). Mas Jesus é um pregador itinerante que não tem onde reclinar a cabeça

    (cf. Mt 8,20).

  • Jesus organiza um grupo carismático (independente da instituição) e popular (paralelo à oficialidade). Neste grupo maior há um círculo mais íntimo que abandona tudo (os Doze) e o estreito trio de Pedro, Tiago e João (cf. Mc 3,16-17; 9,2; At 1,13).

    Os demais discípulos seguem o Mestre, mas mantêm suas atividades e posses ordinárias.

    < Rabi (רבי): Mc 9,5; 10,51; 11,21; < Didáscalos (διδάσκαλος): Mc 10,17; 12,14.19. (Compare-se Mc 4,38 e Mt 8,25; Mc 9,5.17 e Mt 17,14...).

  • Originalidade do Mestre Jesus

    1. Os mestres de Israel ficavam em casa, esperando os discípulos que os escolhiam; normalmente Jesus sai ao encontro dos discípulos e toma a iniciativa de escolhê-los.

    2. Os mestres judeus davam

    aulas e depois os alunos voltavam para casa; Jesus ensina e forma comunidade com seus discípulos.

    3. Os mestres israelitas não aceitavam mulheres ao discipulado; Jesus acolhe, também, mulheres.

    4. No judaísmo, uma vez

    terminado o período discipular, o discípulo passava a ser mestre; no cristianismo, por mais que alguém aprenda e saiba, será sempre discípulo, pois há um único mestre que é Jesus (cf. Mt 23,8).

  • Jesus é Profeta

    Jesus é considerado Profeta (נבי/Nabi ou προϕήτης/profêtes ): Mc 6,15; 8,28; Jo 4,19; 6,14. Mestres e Profetas não se contrapõem entre o séc. II a.C. e o séc. I d.C., pois “os sábios adquirem características proféticas e os profetas transformam-se em sábios inspirados” (Martin Hengel, Judentum und Hellenismus).

    Em torno de uns e de outros reúnem-se discípulos que recolhem as mensagens de seu mestre, a partir das quais se formam as tradições.

  • Características pré-pascais do Grupo de Jesus

    Ì Pregação do Reino (não cristológica); Ì Pregação dirigida a Israel, ainda não universal; Ì Radicalidade e desprendimento na sequela Christi.

  • Fórmulas mnemônicas

    judaicas

    1 é o nosso Deus, 2 são as tábuas da Lei, 3 são os patriarcas, 4 são as matriarcas, 5 são os livros do Pentatêuco.

    cristãs

    1 é o Senhor Deus, 2 são as naturezas de Jesus

    Cristo, 3 são as Pessoas da Trindade, 4 são os Evangelhos, 5 são os mandamentos da

    Igreja.

  • 2. A Comunidade Pós-Pascal

    A comunidade pós-pascal, a partir da experiência

    do Ressuscitado e da assistência de seu Espírito, re-interpreta, atualiza e adapta a mensagem do Mestre. Os Evangelhos, como já a pregação, não

    se preocupam primeiramente por dados de crônica, mas de fé e amor. Há continuidade e

    descontinuidade entre Jesus e a comunidade. Jesus de Nazaré, o Crucificado, é o Cristo Senhor, o Glorificado. A comunidade é a mesma, a fé é

    igual: por isso os discípulos reconhecem Aquele que antes haviam conhecido.

  • O Crucificado é o Ressuscitado

    Contudo, as pessoas mudam, a fé se aprofunda, o amor se fortalece (símbolo do Círio Pascal, até Pentecostes...). Jesus não é apenas o Mestre do passado, mas o Senhor do presente. Não há repetição mecânica de seu ensinamento, mas atualização eficaz de seus gestos e palavras.

  • As dissidências na comunidade

    A comunidade também presencia rupturas com grupos dissidentes:

    î Ou porque ficam no passado e prescindem do Senhor Ressuscitado (ebionitas);

    î Ou porque prescindem das raízes do passado, do Jesus histórico, negando a encarnação e os compromissos a ela inerentes (gnósticos docetistas e “espirituais”).

  • Tradução da Tradição sem traição Na passagem do Jesus histórico ao Cristo glorioso e do

    grupo pré-pascal à comunidade pós-pascal há exigência de fidelidade dinâmica à “Tradição” (tradução da tradição sem traição). Esta tradução se faz em vários níveis:

    ô Tradução linguística: do hebraico/aramaico ao grego e latim; ô Tradução geográfico-cultural: do ambiente monocultural palestinense para o ambiente policultural greco-romano;

    ô Tradução social: do mundo semítico ao helênico; ôTradução eclesial: livre acolhida do ensinamento de

    Jesus para iluminar situações concretas diferentes. Veja-se a “Parábola da ovelha perdida” em Mt 18,12-13 (discurso eclesial) e Lc 15,4-7 (discurso de misericórdia).

  • Atualização: fidelidade dinâmica Há uma preocupação de manter o vínculo com as

    testemunhas pré-pascais, com os que estiveram com Jesus desde o batismo à ascensão (At 1,21-22). O mesmo vale para conferir a doutrina (Gl 1,18; 2,2). Paulo recebe duas tradições básicas da comunidade acerca de Jesus Cristo: Morte e Ressurreição (1Cor 15,3-11) e Eucaristia (1Cor 11,23-26). A Palavra de Deus no AT passa a ser relida a partir de Jesus, com os óculos e sua luz. A própria Palavra de Jesus recebe o valor da Palavra de Deus no AT. Também ela, por

    sua vez, é atualizada e interpretada. Explicita-se o implícito (Mt 28,16-20). Na verdade combina-se a

    memória de Jesus (ἀνάµνησις/ anámnesis) com invocação do Espírito Santo (ἐπίκλησις/epíclesis) que atualiza e torna

    eficaz o que Jesus fez e disse.

  • Acróstico para Cristo IΧΘΥΣ (ICHTHYS) - Peixe

    Ι (I) = Ιησοῦς (Jesus); Χ (CH) = Χριστός (Cristo); Θ (TH) = Θεοῦ (de Deus); Υ (Y) = Υυιός (Filho); Σ (S) = Σωτήρ (Salvador).

  • 3. Redação do Evangelho de Jesus Cristo

    Jesus situa-se na Tradição de Israel. Ele a respeita no que tem de bom, mas também considera-a relativa e chega a contestá-la.

    Esta sua postura tornada critério e referência vem a constituir a Tradição de Jesus.

    Os discípulos, por sua vez, narram, interpretam, ampliam, adaptam e aplicam as “normas” de Jesus, originando a Tradição sobre Jesus. Por fim, o que a partir disso a Igreja ensina, normatiza e faz, acaba por tornar-se a Tradição da Igreja.

  • Evangelhos: livros de comunidade

    Os evangelistas são os porta-vozes de suas comunidades. Eles são verdadeiros autores porque apresentam a Boa Nova com seu estilo, selecionam e ordenam a Tradição oral ou escrita (cf. Lc 1,1-4; Jo 20,30-31; 21,25), com teologia e objetivos próprios.

    Eles também dependem da comunidade e são por ela condicionados. É por isso que os Evangelhos são livros da Igreja.

    Além disso, as peculiaridades de cada Evangelho decorrem dos destinatários aos quais os referidos escritos são endereçados.

  • Evangelhos: mais que informar sobre Jesus, formam Jesus nos fiéis

    Os evangelistas realizam sínteses, valem-se de diversas fontes que ordenam e elaboram criativamente. Mais que informação oferecem formação cristã e fundamentos da fé e vida cristã. Mais do que informar sobre Jesus aos fiéis, eles formam Jesus nos fiéis leitores.

    Os Evangelhos são textos narrativos, de sorte que narratividade e historicidade são correlatos. Eles narram a Boa Nova. O mais antigo e narrativo dos Evangelhos é o de Marcos. As narrações têm trama (intriga) que costuram os diversos gêneros literários, dando-lhes sequência lógica.

    Os elementos mais abundantes e claros são aqueles que se referem à Paixão/Morte, a partir dos quais se ampliou a trama, de modo que nela desembocasse. Kähler afirma que “Os Evangelhos são relatos da Paixão com uma ampla introdução”.

  • Os Evangelhos são textos teológicos Tais textos narrativos são teológicos. Não se trata de textos de ficção

    nem de crônica. São narrações teológicas porque apresentam na vida de Jesus a presença e atuação de Deus, além do cumprimento do AT. São textos religiosos que partem da fé no Deus da Bíblia e em Jesus Cristo. São atestados do impacto de Jesus sobre sua época e seu povo. Mostram o realismo da cruz e confessam-no ressuscitado e vivo, presente na comunidade, atuante pelo Espírito.

    Os textos evangélicos são narrações teológicas relevantes e interpelantes para os leitores ouvintes. Evocam uma história passada (Jesus de Nazaré, crucificado) que se atualiza (o Crucificado é o Ressuscitado glorioso), explicando-a pelo recurso às Escrituras. Esses textos são verídicos uma vez que apresentam evidências históricas incontestas (templo, grupos rivais, sinédrio, nomes...). De nenhum judeu contemporâneo temos tantas, coerentes e tão fidedignas informações. Os Evangelhos visam despertar e fortalecer a fé e o amor das comunidades cristãs (cf. Lc 1,4; Jo 20,31).

  • Sequência histórico-vivencial â â â â â â â â â â â â â â â â â

    u

    pré-existência

    (± 100) Jo x

    v (± 01/07)

    nascimento-infância (± 85) Mt,Lc w

    w (± 30) vida

    pública (± 70)

    Mc,Mt,Lc,Jo

    v

    x (± 33) morte-

    ressurreição (± 33)

    P,Mc,Mt,Lc,Jo u

    á á á á á á á á á á á á á á á á á Sequência querigmático-redacional

  • Sequência querigmático-redacional dos Evangelhos

    1 Morte e Ressurreição: 1Cor 15,3-4; Fl 2,6-11; Mc 14 – 16; Mt 26 – 28; Lc 22 – 24; Jo 18 – 21.

    2 Batismo e vida pública: Mc 1,9-11; Mt 3,13-17; Lc 3,21-22 (Jo 1,31-34).

    3 Encarnação: Gl 4,4-5; Mt 1 – 2; Lc 1 – 2.

    4 Pré-existência: Jo 1,1-3; 10,30.

  • Cristo Benedicente (1495), de Fernando Gallego (Museo del Prado, Madrid).

    TETRA- MORFO

  • No centro, aparece Jesus Cristo, em um trono, abençoando. Veste um suntuoso manto púrpura e segura o globo na mão, símbolo de domínio sobre o mundo, e aparência de Imperator Mundi, Saenhor absoluto do universo, mas o pé descalço lembra a humanidade e a humildade do Salvador. À esquerda, está a alegoria da Igreja ou da fé cristã: figura que, serenamente, segura a bandeira da vitória, o cálice e a hóstia, símbolos da morte e ressurreição de Jesus. À direita, encontra-se a alegoria da sinagoga ou da lei mosaica: figura segurando as tábuas da lei, mas em posição desequilibrada e com sua vara está quebrada. Nos quatro cantos, os Símbolos dos Evangelistas (ou Tetramorfo): eles representam a Palavra de Deus, encarnada nos Evangelhos do Novo Testamento: Águia, João: Touro, Lucas: Filho do Homem, Mateus; Leão, Marcos.

  • A Alegoria da Igreja está localizada à direita de Jesus Cristo (a parte reservada para o bem), enquanto a Alegoria da Sinagoga é colocada à esquerda (a parte reservada aos ímpios). A arquitetura gótica, a composição e a técnica pictórica são um bom exemplo do estilo refinado de Fernando Gallego, marcado pela arte flamenga.

  • A Boa Notícia sobre Jesus, os Evangelhos

    Os evangelhos não são relatos cronísticos nem apresentam uma biografia de Jesus. São, isso sim, testemunhos de fé e amor sobre Jesus. Embora semelhantes, têm óbvias diferenças, pois “cada ponto de vista é a vista de um ponto!” São diferentes em virtude das comunidades e autor(es) que os produziram e dos destinatários a quem foram enviados, em decorrência da época e do local em que foram escritos (Veja sobre os Evangelhos: CEBI, Roteiros para reflexão VII (sobre Mc e Mt); Roteiros para reflexãoVIII (sobre Lc, p. 48-83); Roteiros para reflexão IX (sobre Jo, p. 17-56)).

  • O testemunho das comunidades dos discípulos de Jesus

    O segundo bloco de relatos neotestamentários contém dois livros (At e Ap) sobre o testemunho das primeiras comunidades cristãs.

  • O testemunho das comunidades dos discípulos de Jesus

    At, que era continuação do atual terceiro evangelho (Lc), foi

    escrito nos anos 80 d.C. Lucas procura reanimar as comunidades numa época de cansaço. São tempos difíceis, mas ainda sem perseguição aberta.

    Ap é testemunho de um período realmente turbulento, de perseguição violenta (última década do séc. I). Se At faz uso de comunicação histórico-narrativa, o Ap vale-se da linguagem apocalíptica, cheia de símbolos, cores, imagens, para driblar a ditadura do império romano

    (Para At e Ap, confira o ótimo trabalho de Carlos Mesters e Francisco Orofino, sobre os dois livros, em Atos dos Apóstolo e Apocalipse de João, indicados na bibliografia geral).

  • As epístolas apostólicas A terceira categoria de textos do NT é formada por 21

    cartas. Podemos distingui-las em três grupos de sete, cada:

    u Cartas protopaulinas – São da autoria do próprio Paulo, escritas na seguinte ordem cronológica: 1Ts, 1Cor, Fl, Fm, 2Cor, Gl, Rm;

    v Cartas deuteropaulinas – Atribuídas a Paulo pela comunidade paulina e tradição cristã, porque visam homenagear o grande Apóstolo, sentem-se herdeiras e atualizam sua mensagem, ou para dar autoridade ao escrito (na provável seguinte ordem: Cl, Ef, 2Ts, 1Tm, Tt, 2Tm, Hb);

    w Cartas católicas, universais ou gerais (κατ + ὅλος = “para todos”) – Recebem tal denominação por não trazerem destinatários especificados: Tg, 1Pd, Jd, 2Pd, 2Jo, 3Jo, 1Jo.

  • A formação do cânon da Bíblia

    A Sagrada Escritura é o conjunto de 73 livros, 46 do AT ou PT e 27 do NT ou ST, com 1.333 caps. e 35.700 vv.

    (1.189 caps; 31.000 vv.). Nela Deus se revela e nos dá a conhecer sua vontade. Divide-se em duas grandes seções: AT (revelação de Deus antes da vinda de Jesus Cristo) e NT (a revelação do próprio Senhor Jesus, transmitida

    pelos apóstolos e outros autores sagrados).

  • A oração da Ave Maria...

    “Jesus Cristo é o único mediador” (1Tm 2,5), professa a fé genuína e “em vossas orações não façais muitas repetições” (Mt 6,7). Ainda assim, repetimos insistentemente a oração da Ave Maria e gostamos de unir a intercessão de Maria à suficiente de Jesus.

  • A oração da Ave Maria...

    Donde se origina a oração marial, por excelência?

    1 Das palavras de Deus Pai, por meio do Anjo Gabriel (Lc 1,28);

    2 Das palavras de Deus Espírito Santo, por meio de Isabel (Lc 1,42);

    3 Das palavras da Igreja que busca ser fiel.

    A terceira parte da Ave Maria foi se formando lenta e

    gradativamente: ⓐ Breviário franciscano (1525); ⓑ Pedro Canísio (1555); ⓒ Pio V (Breviário de 1568).

  • Igreja de Igreja de Igreja russa de Dominus Flevit, Todas as Nações, Maria Madalena

    Monte

    das Oliveiras