leandrodealmeida_as aptidões na definição e avaliação da inteligência

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  • 7/25/2019 Leandrodealmeida_as Aptides Na Definio e Avaliao Da Inteligncia

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    AS APTIDES NA DEFINIO E AVALIAO DA INTELIGNCIA:O CONCURSO DA ANLISE FATORIAL1

    Leandro S. Almeida2

    Universidade do Minho

    RESUMO: Um dos percursos seguidos pela Psicologia na definio e avaliao da intelignciaidentifica-se com as tentativas de fixao do nmero das aptides e, no caso de defesa de um nmero pluralde aptides, com a questo da eventual independncia ou interdependncia das mesmas aptides ! an"lisefatorial, primeiro explorat#ria e agora confirmat#ria, tem sido o m$todo por excelncia para fundamentar este

    percurso, mesmo sem nunca conseguir dar ra%o a uns e retir"-la a outros &o sendo o nico modelo te#ricode a'ordagem da inteligncia pela Psicologia, certo que detm um papel importante na investigao nesta "reae, so'retudo, ca'e-lhe a construo e a validao dos instrumentos usados pelos psic#logos nos v"riosdom(nios da sua pr"tica profissional Mesmo que criticada por se centrar mais nos produtos do que nos

    processos cognitivos inerentes aos desempenhos, a a'ordagem fatorial mantm-se atual e produtiva napsicologia, e muito concretamente na "rea da inteligncia

    Palavras-!av":)nteligncia, !ptides, Psicometria, *ests

    APTITUDES IN T#E DEFINITION AND EVALUATION OF T#EINTELLIGENCE:

    CONTRI$UTIONS OF FATOR ANAL%SIS

    A$STRACT: +ne part of the research in pscholog a'out the definition and evaluation of theintelligence concerns the fixation of the num'er of the aptitudes and, in the case of a plural num'er ofaptitudes, if these are independent or interdependent *he fator analsis, first explorator and noconfirmator, has 'een the method par excellence, even ithout never to appoint hich theor is correct &ot

    'eing the onl theoretical approach of stud intelligence ' pscholog, it had an important role in theresearch in this area and, a'ove all, it is important to recogni%e its contri'ution in tests construction andvalidation for several domains of professional practice of pschologists .ven if critici%ed 'ecause itstendenc to concentrate more in the products than in the inherent cognitive processes, the fatorial approach

    stas actual and productive in the pscholog, and namel in the area of the intelligence

    &"'-()r*s:)ntelligence, !ptitudes, Pschometr, *ests

    + termo /inteligncia0 $ utili%ado com demasiada freq1ncia, provavelmente sem nosinterrogarmos o tempo suficiente so're o seu real significado 2uanto ao conceito, podemosconcordar com 3ensen 456768 ao afirmar que intelligence, like electricity, is easier to measuresthan to define, ou nas palavras da !nastasi 45669, p :8 the term intelligence has acquired toomany excess meaning that obfuscate its nature;erto que estamos face a um conceito ou construtoque no desfruta de consenso, mesmo entre os especialistas na "rea ! controv$rsia $ grande,referindo erson, Per>ins ? @mith, 566A8 @e pensarmosnas diferentes caracter(sticas humanas, a inteligncia reporta-se Bs suas capacidades e ha'ilidades

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    .stas diferenas humanas de desempenho instituiram-se em o'Feto e Fustificao de algumasteorias so're a inteligncia e, mais ainda, so're as provas psicol#gicas propostas para a suaavaliao 4!lmeida ? Juela-;asal, 566C8 Leferimo-nos, so'retudo, B a'ordagem diferencial oufatorial da inteligncia 4!lmeida, 566A8 &o se tratando, logicamente, da nica corrente dedefinio e avaliao da inteligncia 4veFa-se, por exemplo, a a'ordagem desenvolvimental e aa'ordagem da teoria do processamento da informao8, parece-nos no entanto a mais popular e

    difundida entre os profissionais da "rea&este artigo, tomando um enfoque hist#rico, apresentam-se as teorias mais relevantes na

    definio e descrio operacional da inteligncia ao n(vel das aptides &este quadro, comoveremos, a discusso organi%a-se em torno de duas questes associadasG 4i8 a existncia de uma ouv"rias aptides na definio da estrutura da inteligncia, e 4ii8 uma organi%ao hori%ontal ouvertical, em termos de importncia das aptides entre si, no caso dos modelos que propem maisque uma aptido *odo este de'ate, como veremos, recorre B aplicao de extensas 'aterias de testese B an"lise das dimenses su'Facentes Bs respectivas intercorrelaes atrav$s da an"lise fatorial4explorat#ria numa primeira fase e, mais recentemente, confirmat#ria8 .staremos particularmenteatentos Bs implicaes de tais teorias, so'retudo em relao B tipologia de provas psicol#gicas quepropem para a avaliao da inteligncia

    I+,"l./+a )0) a,*2) s+.3lar

    !s primeiras a'ordagens da inteligncia assumiram-na na sua unicidade @e quisermos,'uscava-se a inteligncia na sua essncia e no as v"rias aptides que a poderiam diferenciar .stemovimento assente na unicidade da inteligncia teve, no entanto, duas formas diferentes deexpressoG 4i8 os que defendem a integrao de funes cognitivas diversas num potencial ouquociente de inteligncia 4teoria da inteligncia comp#sita8, e 4ii8 os que propem um elemento'"sico e comum a todas as atividades cognitivas 4teoria do fator geral oug8

    Teoria da inteligncia compsita

    !s primeiras concepes de inteligncia fa%iam referncia B capacidade associada Bdiscriminao sensorial, ao tempo de reao e B coordenao sens#rio-motora 4!lmeida ? Juela-

    ;asal, 566C8 .stas concepes datam do final do s$culo N)N, constituindo @ir Irancis Oalton umnome de referncia ao conce'er a capacidade intelectual como uma manifestao das capacidadesmais '"sicas de discriminaes sensoriais ! capacidade intelectual do suFeito refletiria a suadestre%a e o grau de complexidade associativa nessas funes '"sicas, originando, ento, autili%ao de provas sensoriais e motoras na avaliao da inteligncia Oalton, neste enquadramentote#rico, construiu uma escala m$trica, cuFos testes avaliavam traos f(sicos, acuidade sensorial,fora muscular e tempos de reao, entre outras capacidades sens#rio-motoras simples .staconcepo da inteligncia, e da sua mensura'ilidade, foi continuada nos .stados Unidos com ostra'alhos de 3ames Mceen ;attell 4!lmeida, 56QQE &ic>erson, Per>ins ? @mith, 566AELichardson, 56658

    !lgumas alteraes relevantes vieram, entretanto, a ocorrer Leferimo-nos ao tra'alho de!lfred Jinet em Irana 4Jinet ? @imon, 569:8 Para este autor, as diferenas intelectuais dos

    indiv(duos decorrem de funes mentais mais complexas, por exemplo, mem#ria, imaginao,ateno, compreenso ou apreciao est$tica, distanciando-se dos seus antecessores e sugerindo aavaliao de processos mentais superiores em alternativa Bs funes sens#rio-motores 4&ic>erson,Per>ins ? @mith, 566A8 + o'Fetivo educativo de identificar as crianas mal sucedidas na escola porra%es intelectuais leva-o B construo, em 569:, da$scala de Intelig%ncia "inet&Simon, assumidacomo um marco hist#rico na avaliao da inteligncia 4!lmeida ? Juela-;asal, 566C8

    &a sua verso inicial, a $scala de Intelig%ncia "inet&Simon era constitu(da por =9 itens,distri'u(dos por ordem crescente de dificuldade e dirigida a crianas dos = aos 5D anos 4!lmeida,56QQE Lichardson, 56658 +s itens estavam agrupados de acordo com a proporo de acertos dascrianas por faixas et"rias ;om este procedimento surge a noo de /)dade Mental0

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    4desenvolvimento mental8 que, associada B noo de /)dade ;ronol#gica0, permite o c"lculo do 2)42) de ra%o8, ou a percepo de um desenvolvimento intelectual normal, superior ou inferior porreferncia B idade do suFeito

    R"4ra-s" 53" a "sala *" $+",-S0)+ 4) r"vista em 569Q e em 5655, sendo adaptada porHouis *erman nos .stados Unidos, passando a ser conhecida por .scala @tanford-Jinet e o'Feto desucessivas revises .m Irana, os tra'alhos de Ra%%o e cola'oradores condu%iram Bs revises de

    56A6 e 5677, passando a designar-se'oa $scala ()trica da Intelig%ncia4Ra%%o, Oill ? Ser'a-Lad, 56778

    + tra'alho de Jinet teve 'astante impacto na psicologia Uma definio assente nas funescognitivas superiores condu%iu B incluso de tais funes nos itens das escalas de avaliao dainteligncia Por sua ve%, a perspectiva integral do desenvolvimento e do funcionamento cognitivodo indiv(duo Fustifica a opo por medidas glo'ais do potencial cognitivo, como por exemplo o 2)4!nastasi, 56698 !ssim, estas escalas supem a avaliao de uma inteligncia comp#sita,integrando de forma harmTnica um conFunto heterogneo de funes cognitivas

    ! importncia desta proposta de definio e de avaliao da inteligncia prolongou-se notempo, tornando-se 'astante popular na psicologia )sto explica, ali"s, a construo de outras escalassimilares, nomeadamente as escalas de echsler, ou seFa, a )@; - *echsler Intelligence Scale for+hildren 456A68, a !)@ - *echsler Adult Intelligence Scale 456::8 e a PP@) - *echsler

    reschool and rimary Scale of Intelligence4567C8 )ncluem-se neste grupo, ainda, as escalas deaufman, como seFa, a -!J; --aufman Assessment "attery for +hildren4aufman ? aufman,56Q=8 e a !)* - -aufman Adolescent and Adult Intelligence est4aufman ? aufman, 566=8,por exemplo

    Teoria do fator geral

    ! par da popularidade das concepes e provas anteriores, importa referir que os avanos naestat(stica e, so'retudo, nos procedimentos de an"lise fatorial Fustificaram o aparecimento de outrosmodelos te#ricos apoiados na an"lise de dados emp(ricos !lguma legitimidade emergia para se'uscar o fundamento das correlaes entre v"rias provas e desempenhos cognitivos V os fatores ouestrutura interna da mente humana !s diferenas interindividuais nas ha'ilidades cognitivas teriama sua explicao nesses fatores ou dimenses internas, assumidos ento como estruturantes da

    inteligncia humana &ascia, assim, uma a'ordagem da inteligncia designada por fatorial4dimenses internas8, psicom$trica 4testes, medida8 ou diferencial 4diferenas individuais8,designaes paralelas para descrever esta nova corrente 4!lmeida, 56QQ8 .stes desenvolvimentoste#ricos, como veremos, condu%iram B construo de diferentes provas cognitivas procurando dessemodo representar as aptides espec(ficas que se queriam avaliar Mesmo que nem todos os estudosfatoriais defendam uma concepo multifacetada da inteligncia, certo que grande parte doinvestimento havido na a'ordagem fatorial visava definir outras dimenses cognitivascomplementares B perspectiva mais glo'al, de algum modo tradu%ida no conceito de 2)

    ! maior nfase na definio e avaliao de aptides diferenciadas para a descrio dainteligncia pode ter diversas Fustificaes Por um lado, o reconhecimento crescente davaria'ilidade intra-individual na reali%ao dos testes de inteligncia, o que aca'a por no serdevidamente ponderado em provas cuFa l#gica $ a o'teno de uma nota unit"ria .sta nota,

    comp#sita por nature%a, mostrava-se internamente pouco consistente, Fustificando a eliminao dedeterminados itens que, mesmo podendo tradu%ir comportamentos intelectuais pertinentes, no seapresentavam satisfatoriamente correlacionados com o conFunto escala .m segundo lugar, e talve%mais determinante ainda, verificou-se um recrutamento progressivo dos psic#logos para atividadesde orientao vocacional e de seleo de candidatos nos campos industrial e militar .sta demandasocial acelerou a criao de testes para a avaliao das mltiplas aptides Por ltimo, importamencionar a popularidade da an"lise fatorial na investigao psicol#gica .la providenciou asan"lises emp(ricas de apoio aos modelos te#ricos de definio da inteligncia e B construo das'aterias multi-aptides ! an"lise fatorial instituiu-se, com efeito, na ferramenta por excelncia dosinvestigadores na tarefa de identificar, agrupar e definir as diferentes aptides 4!nastasi, 56698

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    )nfeli%mente, tratando-se so'retudo de uma ferramenta explorat#ria de an"lise, possi'ilitoudemasiadas teorias alternativas para a explicao dos mesmos dados

    A concepo unitria de Spearman

    @pearman 456DC8 $ autor da primeira teoria de inteligncia 'aseada na an"lise estat(stica dosresultados nos testes .m sua opinio, a inteligncia poderia ser definida atrav$s de um fator

    simples 4fatorg8 su'Facente a todo o tipo de atividade intelectual e respons"vel pela maior parte davarincia encontrada nos testes !o mesmo tempo, em cada teste existiria um fator espec(fico 4fators8, no generali%"vel a todos os testes 4!lmeida, 56QQE !lmeida ? Juela-;asal, 566CE Li'eiro,566Q8

    +s dois fatores teriam origem distinta + fator geral dependeria de uma energia mentalessencialmente 'iol#gica e inata, enquanto os fatores espec(ficos dependeriam da aprendi%agem, ouseFa, seriam trein"veis e educ"veis, e ativados pelo fatorg 4!lmeida, 56QQE Li'eiro, 566Q8 ;omotodas as atividades intelectuais partilhavam um nico fator comum 4g8 e os fatores espec(ficosseriam singulares de cada atividade, uma correlao positiva entre dois desempenhos era atri'u(daao fator geral 2uanto mais duas atividades estivessem saturadas em g, maior seria a correlaoentre elas, ocorrendo a situao inversa entre testes muito espec(ficos

    ! definio operativa do fatorgfoi feita atrav$s de trs leis de construo de conhecimentoG

    4i8 a apreenso da experinciaE 4ii8 a eduo de relaesE e 4iii8 a eduo de correlatos 4!lmeida,56QQ8 ! sua avaliao seria mais 'em conseguida atrav$s de testes que evitassem itens reportados aconhecimentos dos indiv(duos, ou itens reportados a funes cognitivas muito espec(ficas, porexemplo a percepo e a mem#ria ! eduo de relaes e de correlatos seria melhor avaliada pormeio de itens envolvendo o racioc(nio indutivo e dedutivo !ssim sendo, ainda hoFe os testes defator g enfati%am um contedo figurativo-a'strato dos itens, a novidade da tarefa 4itens8 e acentrao nos processos de racioc(nio Leferimo-nos, a t(tulo de exemplo, ao teste das Matri%esProgressivas de Laven, ao teste WAQ de Pichot ou aos testes de ;attell 4!lmeida, 566A8A +,"l./+a *4"r"+a*a "0 a,*6"s

    !o contr"rio da corrente dominante na .uropa, alguns psic#logos americanos defendiam ainteligncia como uma constelao de diferentes ha'ilidades, relativamente independentes entre si

    *am'$m aqui, temos autores que, defendendo v"rias aptides no as interligam, por exemplo, emfuno de influncias rec(procasE e, temos autores que, defendendo v"rias aptides cognitivas, nodefendem a sua total autonomia, antes as seq1enciali%am numa cadeia hier"rquica de interaes ereciprocidades

    As aptides autnomas entre si

    *hurstone 456=58 postula a existncia de um determinado nmero de aptides prim"riasindependentes entre si, e que explicariam o desempenho intelectual dos suFeitos Mais tarde,defende que o fator geral $ um artefato estat(stico que descreve a estrutura da inteligncia de umaforma muito po're e nem sempre o'serv"vel 4*hurstone, 56=Q8 !vana, ento, com a id$ia de que ainteligncia $ melhor compreendida como um conFunto de ha'ilidades mentais prim"rias, isto $, porum conFunto de sete fatores independentes entre siG S- compreenso ver'al, - fluncia ver'al, &-

    aptido num$rica, @- aptido espacial, L- racioc(nio, P- velocidade perceptiva, e M- mem#ria4!lmeida, 56QQE Li'eiro, 566QE Lichardson, 5665E @tern'erg ? Prieto, 566C8 Por curiosidade,importa referir que o autor inicia a sua formulao por um modelo de nove fatores 4Jrod ? Jrod,56C7E

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    Fa,)r Cara,"r8a92) *) 4a,)r

    .spacial 4@8 ;apacidade de visuali%ao de o'Fetos num espao 'i ou tridimensional We umamaneira geral so itens figurativos

    Selocidade perceptiva 4P8 ;apacidade de, rapidamente e com acuidade, visuali%ar pequenas diferenas ousemelhanas entre um grupo de figuras

    &um$rico 4&8 ;apacidade de lidar com nmeros e efetuar rapidamente operaes aritm$ticassimples

    ;ompreenso ver'al 4S8 ;apacidade de compreenso de id$ias expressas atrav$s de palavras

    Iluncia ver'al 48;apacidade de produ%ir rapidamente palavras a partir de instrues apresentadas

    Mem#ria 4M8 ;apacidade de evocar est(mulos, como por exemplo pares de palavras ou frases,anteriormente apresentados

    Lacioc(nio 4L8 ;apacidade de resolver pro'lemas, apreendendo e aplicando princ(pios, leis outransformaes

    Mesmo no sendo poss(vel verificar empiricamente a total independncia entre os fatoresisolados, *hurstone defende que os mesmos renem especificidade suficiente para serem

    conce'idos como unidades funcionais independentes, Fustificando as pr#prias diferenasintraindividuais num conFunto de testes 4*hurstone ? *hurstone, 56A58 &o quadro desta teoria,emergiram v"rias 'aterias para a avaliao das aptides intelectuais .m primeiro lugar, importamencionar arimary (ental Abilities4PM!8 do pr#prio *hurstone Wuas outras 'aterias merecemser referidas, mais concretamente a /ifferential A0titudes ests 4W!*8 e 1eneral A0titude est"attery 4O!*J8.Ouilford 456:6, 567C8 foi um outro autor a defender a inteligncia formada por v"rias aptidesautTnomas entre si + seu modelo representa uma alterao 'astante significativa face aos modelosfatoriais anteriores, partindo de um quadro te#rico pr$vio para o tra'alho emp(rico e no daexplorao fatorial de dados para a teoria Por este fato, a sua teoria $ 'astante divergente dasapresentadas pelos demais autores 4!cereda ? @astre, 566QE Jrod ? Jrod, 56C7E .senc>, 56C68,recorrendo a trs componentes na definio das diferentes aptidesG operao mental 4processo

    cognitivo envolvido numa dada tarefa8, contedo 4tipo de informao em que a tarefa se expressa8 eproduto 4forma final da informao ou resultado ap#s a atividade mental do suFeito8 + autor,cru%ando cinco tipos de operaes, quatro tipos de contedos e seis tipos de produtos, formula 5D9aptides no seu modelo estrutural da inteligncia descrito na figura 5 !ssim, constatamos aexistncia de 4i8 quatro operaes cognitivasG avaliao 4processo de an"lise das respostas poss(veisde acordo com crit$rios l#gicos8, produo convergente 4resoluo de pro'lemas envolvendoprocessos de induo e deduo de relaes8, produo divergente 4resoluo de pro'lemasenvolvendo a produo de v"rias solues poss(veis8, mem#ria 4reteno e evocao da informao8e cognio 4reconhecimento e compreenso da informao8E 4ii8 quatro contedosG figurativo4informao na forma de imagens8, sim'#lico 4informao na forma de signos cuFa significaodecorre de c#digos8, semntica 4informao decorrente do significado de palavras ou outroselementos8 e comportamental 4informao associada a pensamentos e sentimentos acerca do pr#prio

    indiv(duo e dos outros8E e 4iii8 seis produtosG unidades 4partes de informao relativamentelimitadas8, classes 4agrupamentos de informao em funo de caracter(sticas comuns8, relaes4conexes entre itens de informao8, sistemas 4agrupamentos de unidades estruturadas segundopadres interrelacionados8, transformaes 4modificaes ou definio de fases da informao8 eimplicaes 4conexo circunstancial entre itens devido B sua proximidade8

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    F.3ra 1GModelo da estrutura da inteligncia de Ouilford 4567C8

    Hogicamente que um modelo to complexo teria dificuldades na sua verificao emp(ricaS"rias das funes cognitivas permanecem pouco definidas e, desde logo, sem provas espec(ficaspara a sua avaliao .sta dificuldade complicar-se-ia no momento em que o pr#prio autor foisu'dividindo algumas das categorias, chegando o modelo Bs 5Q9 aptides 4!lmeida, 566A8 Por suave%, algumas provas constru(das pelo autor e seus cola'oradores apresentam fracos (ndices depreciso e validade 4!lmeida, 56QQE !rmour-*homas ? Oopaul-Mc&icol, 566QE .senc>, 56C6ELi'eiro, 566Q8

    ! teoria de Ouilford trouxe, tam'$m, alguns contri'utos interessantes ao estudo dainteligncia 4!lmeida, 56QQE ;astell#, 566D8 + primeiro tem a ver com a incluso de processoscognitivos mais associados com a criatividade 4produo divergente8, complementares aosprocessos de racioc(nio 4produo convergente8 + segundo tem a ver com a incluso do contedocomportamental entre os contedos que podero diversificar as aptides intelectuais dos indiv(duos.ste contedo remete-nos para uma /inteligncia social0 que, por ve%es, reaparece como questoimportante no estudo da inteligncia 4ihsltrom ? ;antor, D9998 Por ltimo, o modelo @+) possuium valor heur(stico interessante na identificao e diferenciao das aptides 4Ouilford, 56QQ8, oque tem as suas aplicaes pr"ticas + modelo sugere, por exemplo, uma grelha de an"lise doscurriculae m$todos de ensino nas escolas ! interligao proposta entre as capacidades cognitivas eas aprendi%agens escolares facilitou a construo do Structure&of&Intellect Learning Abilitiesests4@+)-H!8 4Mee>er, Mee>er ? Loid, 56Q:8, sugerindo uma listagem 'astante exaustiva de

    identificao dos diferentes processos cognitivos su'Facentes ao tra'alho intelectual )sto, ali"s, fa%-nos citar a sua definio de inteligncia como /uma coletnea sistem"tica de aptides para oprocessamento, por v"rios modos, de diferentes tipos de informao0 4Ouilford, 56Q98

    As teorias hierrquicas da inteligncia

    Progressivamente, os autores mais significativos na "rea identificam-se com uma posio nounit"ria da inteligncia, ou seFa, defendem funes ou processos cognitivos diferenciados entre si&o entanto, acrescentam que tal diversidade de funes assenta em mecanismos cognitivos quepromovem a respectiva interdependncia e no a sua independncia &o fundo, procura-se conciliaros pontos em confronto nas teorias de @pearman e de *hurstone 4!lmeida, 566QE @tern'erg ?

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    Poell, 56QD8 ! id$ia $ a existncia de fatores cognitivos funcionando em diferentes n(veis degeneralidade, isto $, uns mais gerais ou comuns a v"rias tarefas e outros mais espec(ficos de umadada tarefa Wecorre daqui a proposta de modelos hier"rquicos so're a estrutura da inteligncia4.senc>, 56C6E Oustafsson, 56QA, 566A8

    Sernon 456:98 prope uma teoria em que, no topo da hierarquia, emerge o fator g de@pearmanE no n(vel seguinte surgem dois fatores de grande grupo 4ver'al-educativo ou vGed, e

    perceptivo-mecnico ou >Gm8E de seguida estes fatores su'dividem-se em fatores de pequeno grupoou secund"rios 4'astante pr#ximos dos fatores de *hurstone8E e, finalmente, um conFunto 'astanteinst"vel de fatores ainda mais espec(ficos 4!lmeida, 56QQE !nastasi, 5669E Li'eiro, 566QE @tern'erg? Prieto, 566C8 &uma formulao posterior do seu modelo, Sernon 456:98 prope correlaesentre fatores, especialmente os relacionados com a educao !s ha'ilidades cient(ficas e t$cnicas,por exemplo, estariam relacionadas com ha'ilidades espaciais, mecnicas e num$ricas 4!nastasi,56698;attell 456A5, 56A=, 56QC8 prope uma segunda teoria hier"rquica da inteligncia, conhecida pelateoria da inteligncia fluida 4gf8 e cristali%ada 4gc8 Para ;attell, o fator g pode su'dividir-se numainteligncia fluida 4mais confinada ao pr#prio fator geral de @pearman8 e numa intelignciacristali%ada 4capacidades assentes no uso das ha'ilidades8 Jastante na linha de *hurstone e deOuilford, ;attell defende a existncia de de%enove fatores prim"rios ou de primeira ordem 4quadro

    ))8

    73a*r) II:Iatores prim"rios identificados por ;attell

    Fa,)r Cara,"r8a92) *) 4a,)r;ompreenso ver'al 4S8 ;ompreenso de palavras e id$ias!ptido num$rica 4&8 Iacilidade na manipulao de nmerosIator .spacial 4@8 ;ompreenso de transformaes de figuras num espao 'i ou tridimensionalSelocidade perceptiva 4P8 !valiao r"pida e eficiente de semelhanas ou diferenas em figuras

    Selocidade de encerramento 4;s8 ;apacidade para reconstruir uma imagem ougestalt quando partes do est(muloesto omissas

    Lacioc(nio indutivo 4)8 Lacioc(nio do espec(fico para o geral

    Mem#ria associativa 4Ma8 !ptido para evocar unidades de informao fornecidas em pares

    !ptido mecnica 4M>8 Lesoluo de situaes que envolvam os princ(pios da f(sica, da mecnica ououtros conhecimentos pr"ticos

    Ilexi'ilidade de encerramento4;f8

    !ptido para reconhecer determinado padro de est(mulos num determinadocampo perceptivo mais glo'al

    !mplitude de mem#ria 4Ms8 .vocao de informao solta, recentemente apresentada+rtografia 4@p8 !ptido para reconhecer palavras com erros ortogr"ficos!valiao est$tica 4.8 !ptido para detectar qualidades art(sticas

    Mem#ria significativa 4Mm8 Memori%ao de pares de elementos entre os quais existe uma ligao comsignificado

    +riginalidade ) 4+58 Iator que avalia a flexi'ilidade espontnea dos indiv(duosIluncia ideacional 4Ii8 ;apacidade de produ%ir id$ias so're um determinado t#pico

    Iluncia de palavras 48 Iator que respeita a produo r"pida de palavras+riginalidade )) 4+D8 !ptido para com'inar dois o'Fetos afins para produ%ir um novo o'Feto

    Preciso 4!8 ;apacidade de movimentos r"pidos e precisos envolvendo a coordenaosens#rio-motora

    Lepresentao gr"fica 4Ld8 ;apacidade de representao de est(mulos atrav$s do desenho

    73a*r) III:Iatores de DX ordem 4

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    Fa,)r Cara,"r8a92) *) 4a,)r

    !ptido fluida 4gf8Iator que representa a capacidade 'iol#gica do suFeito ou a sua potnciaintelectual, e que se tradu% na apreenso de relaes complexas 4inferncia,induo8

    !ptido cristali%ada 4gc8 Iator que representa a capacidadeintelectual do suFeito associada ao seu processode aculturao

    ;apacidade de visuali%ao 4pv8 Iator que representa a aptido visual ou a resoluo de pro'lemas, envolvendo aimaginao de formas, sua rotao ou transformao

    Selocidade de reali%ao 4gs8 Iator que representa a reali%ao de tarefas intelectuais pouco complexas,apelando a velocidade de reali%ao

    ;apacidade de evocao e defluncia 4gr8

    Iator associado com a capacidade de evocao f"cil e r"pida de id$ias, conceitos epalavras

    Jrod e Jrod 456C78 referem que a diviso entre inteligncia fluida e cristali%ada no sepode confundir com a suposio de dois fatores prim"rios independentes !m'as encontram-seintercorrela-cionadas de forma moderada e positiva, o que no impede uma origem e nature%a

    distintasG gf tradu% uma aptido essencialmente 'iol#gica, gc uma capacidade decorrente daaculturao dos indiv(duos ;om efeito, o desenvolvimento e a aquisio das aptides depende nos# dos processos de aculturao 4experincias educativas8, mas tam'$m do grau de gf de cadasuFeito ! inteligncia fluida funcionaria, assim, como o potencial intelectual do indiv(duo

    Um terceiro modelo hier"rquico de inteligncia $ proposto por v"rios autores recorrendo Ban"lise fatorial confirmat#ria 4Wemetriou ? .f>lides, 566AE Oustafsson, 56QAE Oustafsson,HindstrYm ? JFYrc>-!>esson, 56Q5E Undheim ? Oustafsson, 56QC8 .ste modelo $ conhecido pelasigla

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    Iigura DGM)*"l) !"rr53) *" G3s,a4ss)+ ;1

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    F.3ra ?: Modelo hier"rquico da inteligncia de

    Es,ra,) II;Fa,)r"s *" @ Or*"0>

    Es,ra,) III;Fa,)r"s *" ?@ Or*"0>

    Z Lacioc(nio indutivoZ Lacioc(nio 2uantitativoZ 48

    )nteligncia Iluidag (Inteligncia Geral)

    Z ;ompreenso ver'alZ Wesenvolvimento da HinguagemZ 48

    )nteligncia ;ristali%ada

    Z Mem#ria !ssociativaZ Mem#ria SisualZ 48

    Mem#ria e !prendi%agem

    Z Lelaes .spaciaisZ Percepo de IormasZ 48

    Percepo Sisual

    Z Wiscriminao de @onsZ Wiscriminao MusicalZ 48

    Percepo !uditiva

    Z +riginalidadeZ Iluncia Ser'alZ 48

    ;apacidade de .vocao

    Z !ptido &um$ricaZ Selocidade PerceptivaZ 48

    Selocidade ;ognitiva

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    Z *empo de LeaoZ Selocidade de Processamento@emnticoZ 48

    Selocidade de Weciso

    &as an"lises que efetuo, ;arroll 4566A8 di%-nos que encontrou, em geral, a existncia destas

    capacidades e que, fa%endo an"lises de segunda ordem 4estrato ))8 das capacidades isoladas naprimeira ordem 4estrato )8, encontrava os seguintes fatores gerais e respectivos fatores de primeiraordem associadosG 4i8 Iator Of 4)nteligncia fluida8G .ste fator a'range os processos e ascapacidades '"sicas para o desempenho de atividades intelectuais que pouco dependem daaprendi%agem e da aculturao .ste fator a'arca no estrato ) fatores como o racioc(nio dedutivo eindutivo ou o racioc(nio quantitativo, entre outrosE 4ii8 Iator Oc 4)nteligncia cristali%ada8G .stefator representa o grau em que um suFeito $ capa% de utili%ar ou /investir0 as capacidades '"sicas deforma a adquirir diversos conhecimentos, fruto de aprendi%agens e da aculturao .ste fator a'arcafatores como compreenso ver'al, conhecimento lexical ou velocidade de leitura, entre outrosE 4iii8Iator [ 4mem#ria geral e aprendi%agem8G ;apacidade geral de memori%ao de informao .stefator inclui, a n(vel do estrato ), fatores como a mem#ria de d(gitos, mem#ria associativa oumem#ria semntica, entre outrosE 4iv8 Iator S 4Percepo visual geral8G .ste fator representa uma

    capacidade geral para apreender e visuali%ar formas figurativas e espaciais .ste fator inclui, entreoutros, fatores de visuali%ao, relaes espaciais ou velocidade perceptivaE 4v8 Iator U 4Percepoauditiva geral8G fator que influencia, na generalidade, os v"rios fatores de primeira ordem nodom(nio da percepo auditiva !ssim, a'arca a discriminao do discurso, a aptido musical ou amem#ria auditiva, por exemploE 4vi8 Iator L 4;apacidade geral de recuperao8G ;apacidade pararecuperar rapidamente informao da mem#ria a longo pra%o, como demonstram os fatoresenvolvendo produo de id$ias .ste fator a'arca no estrato ) fatores como a fluncia de id$ias e depalavras, a capacidade de nomeao ou a flexi'ilidade de respostasE e, 4vii8 Iator @ 4Selocidade8G.ste fator est" presumivelmente relacionado com as capacidades que envolvem a velocidade daatividade cognitiva e do desempenho .m termos do estrato ), este fator est" associado quer Bvelocidade de processamento de informao quer aos tempos de reao a est(mulos simples oucomplexos We referir que estes sete fatores gerais apresentam certa proximidade com algumas das

    inteligncias propostas por Oardner 456Q=8, muito em'ora a sua teoria no se ap#ie ou enquadrenos estudos fatoralistas

    C)+s*"ra96"s 4+as

    Um dos contri'utos sociais da investigao psicol#gica situa-se no dom(nio das teorias e dostestes na "rea da inteligncia .sta vari"vel afeta os comportamentos humanos e, so'retudo, os seusn(veis e formas de desempenho 4&oronha, @'ardelini ? @artori, D9958 + conhecimento cient(ficodas diferenas humanas neste dom(nio possi'ilitam decises mais acertadas, por exemplo emcontextos de orientao vocacional e de seleo profissional, mesmo que nem sempreunanimemente aceites &ingu$m gostaria de ser condu%ido por um motorista com fracas ha'ilidadesespaciais por muitos desempregados que existissem querendo ter nesta atividade profissional o

    seu sustento familiar! Psicologia, atrav$s de vo%es distintas V Bs ve%es 'astante diversas para no di%ermoscontroversas -, tem procurado definir as aptides su'Facentes ao desempenho humano e que,logicamente, explicam tam'$m as diferenas inter e intraindividuais a n(vel da sua inteligncia;om esta investigao, a Psicologia tem avanado na construo e validao de testes para aavaliao da inteligncia, nas suas mltiplas formas, o que se tradu% num produto genuinamentepositivo dessa investigao &o entanto, temos que estar a'ertos a algumas cr(ticas formuladas, eatentos ao fato de que, respondendo a necessidades sociais, este tipo de investigao no $ neutra epode proporcionar utili%aes a'usivas e socialmente inFustas dos seus /produtos0 cient(ficos

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    Um primeiro ponto a Fustificar alguma prudncia passa pela pr#pria inconsistncia dosresultados da investigao !s ferramentas de an"lise usadas at$ ao presente via'ili%am teoriasdiferentes e simultneas, o que contradi% o o'Fetivo da investigao cient(fica no sentido de explicare replicar os fenTmenos em estudo ! an"lise fatorial sugere v"rias teorias quanto Bs formas comoalgumas capacidades intelectuais podero existir e estar organi%adas, no conseguindo apresentaruma soluo nica, muito menos em diferentes culturas e populaes

    Para al$m disso, depende muito do tipo de testes que so utili%ados para se fa%er a matri%inicial de correlaes, assim como do tipo de m$todos de an"lise fatorial utili%ados para extrair osfatores 4!nderson, 566D8

    Iace ao exposto, aceitaremos que o recurso B an"lise fatorial explorat#ria e confirmat#ria notem conseguido responder ao nmero, nature%a e organi%ao das aptides humanas &o lheretirando o valor heur(stico, no podemos assumir este m$todo como /decis#rio0 neste de'ate!ssim, longe de um consenso, parece-nos existir um acordo progressivo dos autores em torno deuma concepo que salvaguarda a nature%a plurifacetada da inteligncia em termos das funes oudas aptides que integra Wefende-se, tam'$m, que tais funes ou aptides no so independentesentre si, sem com isso descaracteri%ar a sua especificidade e, at$, o interesse na sua avaliaoindependente na pr"tica psicol#gica 4&ic>erson, Per>ins ? @mith, 566A8

    !p#s esta 'reve resenha hist#rica da perspectiva psicom$trica, referimos que os testes

    utili%ados na psicologia permitem o'ter trs tipos de medidas 42uociente de )nteligncia, fator geaptides8, sendo que as principais implicaes destes trs tipos de testes passam pelas capacidadesdiferenciadas de apoiarem um diagn#stico de deficincias cognitivas e a an"lise de diferenasindividuais tendo em vista as decises ao n(vel do tratamento educativo diferenciado Westa forma,avaliar a inteligncia atrav$s de testes estandardi%ados assume que a execuo de uma tarefadepende de uma s$rie de ha'ilidades impl(citas na dita tarefa, denominando as ha'ilidades comofatores 4@tern'erg ? Prieto, 566C8

    ! maioria dos testes psicom$tricos contemporneos so 'aseados nas teorias multifatoriais,apesar de no seguirem, usualmente, as evolues mais recentes havidas em tais teorias ;omefeito, os testes psicol#gicos tm evolu(do pouco, possivelmente uma das /tecnologias0 que sofreumenos inovao 4@tern'erg ? aufman, 56678 ! generalidade destes instrumentos assentam aan"lise dos desempenhos nos resultados finais o'tidos e do pouca ateno aos processos e Bs

    estrat$gias seguidos pelos suFeitos na sua reali%ao ;laro est" que os pro'lemas no uso dos testesno se centram exclusivamente neles mas nos seus utili%adores )mporta que o psic#logo seFamelhor que os pr#prios testes, e no lhes fique ref$m nas suas decises profissionais

    ! controv$rsia em torno dos testes de aptido no $ apenas cient(fica 4Oordon, 56QQ8, porexemplo questiona-se freq1entemente a pretensa e falsa neutralidade social dos testes que algunsautores pretendem defender ! questo mantm toda a atualidade, mesmo num mundo em que opoder econTmico e os meios de comunicao asseguram uma maior universali%ao dos produtos eformas de pensar ;omo os demais produtos culturais, os testes adequam-se mais a determinadosgrupos, sendo da responsa'ilidade dos utili%adores sa'er distinguir o que $ aptido em cadacontexto s#cio-cultural e como pode, ou no, determinado teste adequar-se B sua avaliao 4Loa%%i,@pinillo ? !lmeida, 566=8 ;omo nas demais "reas da cincia e da tecnologia, um instrumento nopode suplantar nem su'stituir as competncias t$cnicas do profissional que o utili%a .sta ilao

    aplica-se quer ao n(vel da investigao quer, e so'retudo, da pr"tica @e isto tem ca'imento nascincias ditas exatas, por maioria das ra%es far" sentido na psicologia dada a idiossincrasia dassuas situaes e pro'lemas \, pois, uma "rea fundamental na formao graduada e p#s-graduadados psic#logos

    R"4"r/+as $Bl).r4as

    !cereda, ! ? @astre, @ 4566Q8La su0erdotacin MadridG .ditorial @(nteses

    !lmeida, H@ 456QQ8 eorias da intelig%ncia PortoG .dies 3ornal de Psicologia

    !lmeida, H@ 4566A8Intelig%ncia3 /efini45o e medida !veiroG ;)W)n.

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    !lmeida, H@ ? Juela-;asal, O 4566C8 .valuaci#n de la inteligencia general )n O Juela- ;asal? 3; @ierra 4.ds8,(anual de ealuacin 0sicolgica3 6undamentos, t)cnicas y a0licacionesMadridG @iglo NN) de .spa]a .ditores

    !nastasi 456698sychological testing &e [or>G MacMillan

    !nderson, M 4566D8Intelligence and deelo0ment3 A cognitie theory +xfordE Jlac>ell

    Ar0)3r-T!)0as E G)a3l-MN)l S ;1G!cademic Press

    ;arroll, 3J 4566=88uman cognitie abilities ;am'ridgeG ;am'ridge Universit Press

    ;arroll, 3J 4566A8 ;ognitive a'ilitiesG ;onstructing a theor from data )n W Wetterman 4.d8,+urrent to0ics in human intelligence &oroodG !'lex

    ;astell#, ! 4566D8 ;oncepto de superdotaci#n modelos de inteligncia )n [ Jenito 4.d .9,/esarrollo y educacin de los ni:os su0erdotados @alamancaG !mar

    ;attell, LJ 456A58 @ome theoretical issues in adult intelligence testing . sychological "ulletin,;

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    G MacMillan@tern'erg, L3 ? aufman, 3; 456678 )nnovation and intelligence testingG *he curious case of the

    dog that didn_t 'ar>$uro0ean Bournal of sychological Assessment, 724=8, 5C:-5QD

    @tern'erg, L3 ? Poell, 3@ 456QD8 *heories of intelligence )n L3 @tern'erg 4.d8,8andbook ofhuman intelligence ;am'ridgeG ;am'ridge Universit Press

    @tern'erg, L ? Prieto, MW 4566C8 .valuaci#n de las ha'ilidades de la inteligenciaG *eoriatri"rquica de la inteligencia )n O Juela- ;asal ? 3; @ierra 4.ds8, (anual de ealuacin0sicolgica3 6undamentos, t)cnicas y a0licaciones MadridG @iglo NN) de .spa]a .ditores

    *hurstone, HH 456=58 Multiple fator analsissychological Feie?, ;

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    echsler, W 4567C8 *echsler reschool and rimary Scale of Intelligence @an !ntonioGPschological ;orporation

    Ra%%o, L, Oill, M ? Ser'a-Lad, M 456778'ouelle Jchelle ()trique de lKIntelligenceParisG ! ;olin