legislacao de transito fechamento 24.04.2013

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    Legislao de Trnsito

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    O Instituto IOB nasce a partir daexperincia de mais de 40 anos da IOB nodesenvolvimento de contedos, servios deconsultoria e cursos de excelncia.

    Por intermdio do Instituto IOB, possvel acesso a diversos cursos por meiode ambientes de aprendizado estruturadospor diferentes tecnologias.

    As obras que compem os cursos preparatriosdo Instituto foram desenvolvidas com oobjetivo de sintetizar os principais pontosdestacados nas videoaulas.

    institutoiob.com.br

    Legislao de Trnsito / Obra organizada pelo Instituto

    IOB - So Paulo: Editora IOB, 2013.

    ISBN 978-85-8079-087-0

    Informamos que de inteira

    responsabilidade do autor a emisso

    dos conceitos.

    Nenhuma parte desta publicao

    poder ser reproduzida por qualquer

    meio ou forma sem a prvia

    autorizao do Instituto IOB.

    A violao dos direitos autorais

    crime estabelecido na Lei n

    9.610/1998 e punido pelo art. 184

    do Cdigo Penal.

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    Sumrio

    Captulo 1 Introduo, 51. Introduo Legislao de Trnsito/Conhecimento do CTB e sua

    Aplicao, 52. Classificao de Vias, 93. Infraes de Velocidade, 13

    Captulo 2 Veculos, 181. Classificao de Veculos I, 182. Classificao de Veculos II, 30

    Captulo 3 Sistema Nacional de Trnsito, 311. O STN na Administrao Pblica Brasileira, 31

    Captulo 4 Atribuies da Polcia Rodoviria Federal, 381. Atribuies da Polcia Rodoviria Federal, 38

    Captulo 5 Poder de Polcia de Trnsito, 481. Poder de Polcia de Trnsito I, 48

    2. Poder de Polcia de Trnsito II, 543. Poder de Polcia de Trnsito III, 66

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    Captulo 6 Crimes, 751. Crimes de Trnsito I , 752. Crimes de Trnsito II, 85

    Captulo 7 Lei Seca, 1031 Nova Lei Seca, 1032. Nova Lei Seca Fiscalizao, 1043. Nova Lei Seca Parte Penal, 105

    Captulo 8 Pelculas, 1071. Pelcula, 1072. Pelcula Transmitncia Luminosa, 108

    Captulo 9 Transporte de Crianas, 1101. Transporte de Crianas, 110

    Captulo 10 Motorista Profissional, 1121. Motorista Profissional, 112

    Captulo 11 Luzes, 1141. Luzes em Veculos, 1142. Luzes em Veculos Direo Defensiva, 1153. Luzes em Veculos Luz de Posio, 116

    4. Luzes em Veculos Diferenas entre Veculos, 117

    Captulo 12 Limites de Peso, 1191. Limites de Peso no CTB, 119

    Gabarito, 121

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    Captulo 1

    Introduo

    1. Introduo Legislao de Trnsito/Conhecimento do CTB e sua Aplicao

    1.1 Apresentao

    Nesta unidade, ser feita uma introduo legislao de trnsito.

    1.2 Sntese

    Cabe observar que todos os nossos esforos esto direcionados para com-preenso de uma Lei de Trnsito, Lei n9.503/1997, e de suas regulamentaes,as chamadas resolues do Contran (Conselho Nacional de Trnsito). Esta Leide Trnsito, tambm chamada de Cdigo de Trnsito Brasileiro (CTB), umanorma que, apesar de trazer quase toda disciplina legal do trnsito reunida em

    um nico livro (por isso, a expresso cdigo), carece de regulamentao, porser lacunosa, como toda lei administrativa.

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    As leis que regulam as atividades das entidades, rgos e agentes pblicossempre necessitam de complementao, a fim de que possibilitem a sua aplica-o. Para que no fiquemos apenas na abstrao desta informao, vamos para

    um exemplo clssico: o CTB em seu art. 105 nos informa que veculos devempossuir equipamentos obrigatrios, sem, contudo, enumer-los de forma exaus-tiva, cabendo ao Contran, faz-lo.

    O Contran, ao expedir regulamentos autorizados pelo CTB, inova na or-dem jurdica, nos traz informaes novas na rea determinada pelo legislador. claro que um conselho que no representa diretamente o povo trazendonormas inovadoras assustador, mas tem que ser assim, pois no exigvel quenossos parlamentares produzam todas as normas do pas, mormente aquelas decarter tcnico, como as de trnsito.

    imperioso que o estudante da Lei n9.503/1997 perceba que esta normaest dividida em uma parte administrativa do art. 1at o 290, e do art. 313at o 341 e tambm em uma parte penal do art. 291 ao 312. Com isso,que fique claro que as leis penais so autoaplicveis, no carecendo de regula-mentao para sua observncia, a no ser que haja essa expressa meno aschamadas normas penais em branco.

    Cabe salientar que o CTB, apesar de ser uma lei votada no CongressoNacional, no representa apenas uma expresso de vontade da Unio, mastambm de seus Estados-membros, do Distrito Federal e dos Municpios. As

    leis votadas naquela casa legislativa ora so leis federais (respeitadas apenas pelaUnio e seus servidores federais), ora so leis nacionais, verdadeira manifesta-o de vontade da Repblica Federativa do Brasil, que deve ser cumprida portodos os entes da federao (Unio, Estados, Distrito Federal e Municpios).

    Diante da explanao feita, fica claro por que os Guardas Municipais, osPoliciais Militares (servidores estaduais) e os Policiais Rodovirios Federais au-tuam os infratores de trnsito com fulcro nos mesmos dispositivos legais a lei nacional.

    Ao assinalar em seu art. 1que o trnsito de qualquer natureza nas vias ter-restres do territrio nacional, abertas circulao, rege-se por este Cdigo, olegislador ptrio tutela todo e qualquer tipo de trnsito o regular e o irregular(trnsito de qualquer natureza) , restringindo em um segundo momento a quetipo de via se refere, somente as vias terrestres abertas circulao.

    Quanto ao conceito de trnsito, o 1do art. 1nos d a seguinte reda-o: Considera-se trnsito a utilizao das vias por pessoas, veculos e animais,isolados ou em grupos, conduzidos ou no, para fins de circulao, parada,estacionamento e operao de carga ou descarga. De onde podemos inferir

    que tanto pessoas habilitadas quanto as inabilitadas, tanto os veculos em bomestado de conservao quanto aqueles que esto em mau estado, assim como os

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    animais conduzidos e aqueles que se encontram soltos nas vias, esto presentese inclusos no cenrio trnsito, sendo que uns de maneira regular e outros demaneira irregular, devendo estes sofrer sanes da polcia viria? Cabe obser-

    var que o conceito de trnsito no se esgota nos seres envolvidos, fazendo odispositivo meno movimentao dos veculos na via: circulao, parada,estacionamento e operao de carga ou descarga.

    A expresso vias terrestres abertas circulao deve ser entendida no con-texto atividade da Administrao Pblica, como veremos adiante, fazendo-senecessrio notar que no so todas as vias terrestres que sofrem a incidncia doCTB, como a linha frrea que, embora seja via terrestre, no se lhe aplica oCTB, pois, alm de no ser aberta circulao, rege-se por legislao prpria,que o Decreto n2.089, de 28 de janeiro de 1963.

    Finalmente, impende observar que o nome Cdigo de Trnsito Brasileironos d a falsa impresso de que esta lei regulamenta todo o trnsito do pas,como o deslocamento areo, martimo e terrestre, uma vez que existe um con-trole de trfego em cada um desses meios. No entanto, como vimos, esta leiregula apenas o trnsito sobre vias terrestres.

    Diante do exposto, consideramos este tema um dos mais importantes parao aprendizado da matria, uma vez que o cerne para a compreenso da Leide Trnsito como um todo, alm de nos ajudar na anlise de temas especficos,como os relacionados abrangncia territorial do CTB, tanto na sua parte ad-

    ministrativa como em sua parte penal. Vejamos cada caso.Aqui vamos destacar os locais onde efetivamente o usurio da via podesofrer autuaes pelo cometimento de infraes administrativas de trnsito.Em outras palavras, vamos analisar quando a Administrao Pblica, na figurade seus rgos e entidades de trnsito, pode cobrar o cumprimento das normasde trnsito.

    J no seu art. 1, percebemos que o CTB no se aplica a todas as vias terres-tres, mas somente quelas abertas circulao. Ao estudarmos o CTB, estamos,em verdade, estudando uma atividade especfica da Administrao Pblica,

    na rea de trnsito, e, sendo assim, necessrio lembrar que aqui se aplicao regime jurdico-administrativo (as normas e princpios do Direito Adminis-trativo). Este ramo do Direito tem seu alicerce montado em dois postuladosfundamentais: o primeiro, que responsvel pelo surgimento das prerrogativasno desempenho das funes administrativas (os poderes administrativos), asupremacia do interesse pblico sobre o particular; e o segundo, que respon-svel por aquilo a que se submete a Administrao (deveres administrativos), a indisponibilidade do interesse pblico.

    Portanto, sob o prisma das prerrogativas na atuao administrativa, men-

    cionar que o CTB se aplica s vias terrestres abertas circulao seria o mes-mo que dizer que este Cdigo se aplica s vias terrestres onde a ingerncia do

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    particular est sempre em um nvel inferior ao do Estado, em virtude do queacima exposto. Podemos ver que onde o interesse pblico est presente de for-ma suprema existe sempre a possibilidade de autuao pelo cometimento de

    infrao de trnsito.Embora haja inmeras controvrsias, no poderamos deixar de mencionara possibilidade de uma pessoa ser autuada por cometer uma infrao de trnsitoainda que transitando em uma via particular. Antes de enfrentarmos o tema,gostaria de chamar-lhes a ateno para a seguinte reflexo: como pode o Esta-do exigir que eu use o cinto de segurana, que eu porte extintor de incndioem meu veculo se este minha propriedade isso no seria uma espcie deinterveno do Estado na propriedade privada? Sim, seria. E esse o contedojurdico de que voc vai precisar para entender por que o CTB faz essa previso,

    em seu art. 2

    , pargrafo nico. Est previsto que nos condomnios constitudospor unidades autnomas aplica-se o CTB. O que o legislador fez foi tornarexpressa a publicizao dessas reas, esses condomnios ganharam carter devia pblica para resguardo dos interesses coletivos que ali se fazem presentes.

    Antes de entramos em um novo tpico da matria, oportuno mostrar al-guns conceitos e definies, que esto previstos no Anexo I do CTB, necess-rios para o completo entendimento do tema. Sendo assim, vamos trabalhar adefinio de via e de seus desmembramentos previstos no art. 2do CTB uma vez que teremos presente nesta definio todas as reas que sero trabalha-

    das ao longo do curso. Veja abaixo os dispositivos legais que se referem ao tema:Art. 2do CTB So vias terrestres urbanas e rurais as ruas, as avenidas, oslogradouros, os caminhos, as passagens, as estradas e as rodovias, que tero seuuso regulamentado pelo rgo ou entidade com circunscrio sobre elas, deacordo com as peculiaridades locais e as circunstncias especiais. (grifo nosso)

    De outra forma:VIA superfcie por onde transitam veculos, pessoas e animais, compreen-

    dendo a pista 1, a calada 2, o acostamento 3, ilha 4 e canteiro central 5, con-forme o Anexo I do CTB (grifo nosso).

    De uma maneira mais tcnica, considerando a classificao de bens p-blicos, previsto no art. 98 do Cdigo Civil, poderamos classificar via comoum bem pblico de uso comum de todos, uma vez que so destinadas ao usoirrestrito o povo.

    Veja as definies dadas pelo legislador, no Anexo I, sobre as partes inte-grantes da via:

    1. Pista parte da via normalmente utilizada para a circulao de vecu-los, identificada por elementos separadores ou por diferena de nvelem relao s caladas, ilhas ou aos canteiros centrais.

    2. Calada parte da via, normalmente segregada e em nvel diferen-te, no destinada circulao de veculos, reservada ao trnsito de

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    pedestres e, quando possvel, implantao de mobilirio urbano,sinalizao, vegetao e outros fins.

    3. Acostamento parte da via diferenciada da pista de rolamento destina-

    da parada ou estacionamento de veculos, em caso de emergncia, e circulao de pedestres e bicicletas, quando no houver local apropria-do para esse fim.

    4. Ilha obstculo fsico, colocado na pista de rolamento, destinado ordenao dos fluxos de trnsito em uma interseo.

    5. Canteiro central obstculo fsico construdo como separador de duaspistas de rolamento, eventualmente substitudo por marcas virias (can-teiro fictcio).

    No que se refere aos crimes de trnsito, a forma de trabalharmos a aplicao

    do CTB, conforme seu art. 291, nos remete parte geral do Cdigo Penal, quenos d seguinte redao em seu art. 5:

    Art. 5Aplica-se a lei brasileira, sem prejuzo de convenes, tratados eregras de direito internacional, ao crime cometido no territrio nacional. (Re-dao dada pela Lei n7.209, de 1984)

    1Para os efeitos penais, consideram-se como extenso do territrio na-cional as embarcaes e aeronaves brasileiras, de natureza pblica ou a serviodo governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e asembarcaes brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem,

    respectivamente, no espao areo correspondente ou em alto-mar. (Redaodada pela Lei n7.209, de 1984)

    2 tambm aplicvel a lei brasileira aos crimes praticados a bordo deaeronaves ou embarcaes estrangeiras de propriedade privada, achando-seaquelas em pouso no territrio nacional ou em vo no espao areo correspon-dente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil. (Redao dada pela Lei n7.209, de 1984)

    Com isso, fica fcil perceber que aqui a regra outra, ou seja, nos crimesde trnsito o envolvido responde pelo CTB tanto em via pblica quanto na viaparticular, a no ser que no tipo penal venha de maneira expressa o termo viapblica, restringindo a alcance do tipo penal.

    2. Classificao de Vias

    2.1 Apresentao

    Nesta unidade, ser estudada a classificao das vias.

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    2.2 Sntese

    2.2.1 Classificao das Vias Terrestres no CTB

    Para uma melhor compreenso, podemos neste primeiro momento dividiras vias terrestres abertas circulao em vias pblicas e vias particulares pu-blicizadas. No primeiro caso, temos as vias urbanas, as vias rurais e as praiasabertas circulao; e, no segundo caso, temos os condomnios constitudospor unidades autnomas.

    2.2.1.2 Vias PblicasNeste item, devemos destacar as classificaes e subclassificaes que tm

    sido objeto de concurso pblico. Sendo assim, enfatizaremos as vias rurais e as

    vias urbanas, e seus desmembramentos a seguir:

    2.2.1.2.1 Rurais (Anexo I CTB)

    Devemos entender como via rural aquelas que, em regra, no possuem im-veis edificados ao longo de sua extenso. Uma forma simples de identificarmosse uma via urbana ou rural consiste na verificao de qual rgo tem circuns-crio sobre ela; caso seja um rgo executivo rodovirio e/ou a polcia rodoviriafederal, necessariamente estamos falando de via rural. Esta se divide em:

    a) rodovias: so vias rurais pavimentadas (asfaltadas);

    b) estradas: so vias rurais no pavimentas (no asfaltadas).Perceba que o elemento caracterizador dessas vias o pavimento, que deve

    ser entendido como qualquer beneficiamento feito via, como asfalto, concre-to, etc. Poderamos sintetizar as definies em um quadro-resumo, desta forma:

    Tipos de vias rurais Tem pavimento?

    Rodovia Sim

    Estrada No

    2.2.1.2.2 Urbanas (Anexo I CTB)Devemos entender como via urbana ruas, avenidas, vielas, ou caminhos e

    similares abertos circulao pblica, situados na rea urbana, caracterizadosprincipalmente por possurem imveis edificados ao longo de sua extenso.Uma forma simples de identificar se uma via urbana ou rural consiste naverificao de qual rgo tem circunscrio sobre ela; em se tratando de rgoexecutivo de trnsito do estado, do DF ou do municpio, necessariamente esta-mos falando de via urbana. Esta se divide em:

    a) via de trnsito rpido aquela caracterizada por acessos especiais comtrnsito livre, sem intersees em nvel, sem acessibilidade direta aos

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    lotes lindeiros e sem travessia de pedestres em nvel. De outra forma, sovias onde o trnsito se faz de forma rpida, sem interrupes desnecess-rias, ou seja, sem cruzamentos (intersees em nvel) e sem semforo;

    b) via arterial aquela caracterizada por intersees em nvel, geralmentecontrolada por semforo, com acessibilidade aos lotes lindeiros e s viassecundrias e locais, possibilitando o trnsito entre as regies da cidade.Em sntese, so vias com cruzamentos e com semforo, que possibili-tam o trnsito pelos bairros da cidade;

    c) via coletora aquela destinada a coletar e distribuir o trnsito que tenhanecessidade de entrar ou sair das vias de trfego rpido ou arteriais,possibilitando o trnsito dentro das regies da cidade. De outra forma,so vias com cruzamentos e com semforo, que possibilitam o trfego

    dentro de uma mesma regio da cidade (dentro do mesmo bairro);d) via local aquela caracterizada por intersees em nvel no semaforiza-

    das, destinada apenas ao acesso local ou a reas restritas. Em sntese, sovias com cruzamentos e sem semforo, destinadas apenas ao acesso local ereas restritas; geralmente, so as ruas residenciais, de pouco movimento.

    Enfim, quanto classificao da vias urbanas, perceba que seus elementoscaracterizadores so o semforo e o cruzamento (interseo em nvel), que tmo condo de retardar o trnsito, em determinado sentido. Sendo assim, perce-ba que em uma via de trnsito rpido no h de se falar na existncia desses

    elementos caracterizadores, uma vez que o trnsito se faz de maneira rpida,ou seja, sem interrupes. com essa lgica que o leitor deve memorizar asdefinies. Veja quadro-resumo abaixo:

    Tipo de vias

    urbanas

    Tem semforo? Tem cruzamento? Caracterstica

    adicional

    Via de trnsitorpido

    No No

    Arterial Sim Sim Liga bairros(regio)

    Coletora Sim Sim Est dentro de umbairro (regio)

    Local No Sim

    2.2.1.3 Vias Particulares PublicizadasDevemos entender essas reas como vias particulares de uso pblico, de

    uso de todos de forma indiscriminada, que no sofrem ingerncia de seus pro-prietrios quanto possibilidade de restringirem o trnsito pessoas e veculos

    so vias terrestres abertas circulao. Na mesma esteira, enquadrando-se oscondomnios dentro da definio de via, temos aqui uma rea que, embora de

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    propriedade particular, no teriam os condminos (particulares proprietrios)ingerncia sobre ela. No poderiam esses proprietrios fechar as vias dessasreas, uma vez que o interesse pblico segurana viria se sobrepe aos

    interesses dos particulares proprietrios.No entanto, embora tenhamos a sensao de que os estacionamentos de

    shopping centers, de supermercados, de ptios de postos de gasolina se enqua-drem na definio acima; eles no so abertos circulao, e sim eventualmen-te postos disposio do pblico no so vias abertas, e sim, eventualmenteabertas circulao.

    Sendo assim, fica fcil notar que no h aplicao do CTB nas reas men-cionadas no pargrafo anterior, embora tenha-se a sensao de que se referema vias terrestres abertas circulao. Por fim, duas so as razes que confirmam

    o que foi exposto acima: em primeiro lugar, quando se fala em vias terrestresabertas circulao, estamos nos referindo s vias terrestres abertas de formaincondicional, o que no acontece com os shoppings, que tm seus portes fe-chados s 22 h, a critrio de seu proprietrio; em segundo lugar, o CTB apenasfez meno a uma propriedade particular com aplicao do CTB, que so oscondomnios, no se admitindo interpretao extensiva, por tratar-se de normade exceo, como veremos em seguida.

    No se pode estudar, sem reflexo, claro, que a sinalizao nos estaciona-mentos mencionados seguir o padro do CTB; os acidentes que l ocorram e

    que sejam objeto de apreciao judicial sero dirimidos pelo magistrado levan-do em conta nossa Lei de Trnsito, mas jamais poderamos imaginar que umveculo pudesse ser guinchado, nesses locais, em virtude de estacionamentoirregular, pois, se assim fosse, estaria o Estado servindo aos interesses do donodo estabelecimento, e no ao interesse pblico.

    Considerando as vias particulares publicizadas, o tema merece uma expla-nao mais detalhada, uma vez que, em se tratando de rea particular onde a

    Administrao Pblica possa se fazer presente a ponto de autuar um supostoinfrator das normas de trnsito, fica evidente que estudaremos uma exceo atuao administrativa, que, em regra, quando a matria trnsito, se faz pre-sente em vias pblicas.

    importante observar que a nica via particular em que h aplicao doCTB so os condomnios constitudos por unidades autnomas, que foram ci-tados pelo legislador em apenas dois dispositivos da referida lei em seus arts.2, pargrafo nico, e 51. Este dispositivo traz uma informao de extremarelevncia quando menciona que a sinalizao nos condomnios ser colocadas expensas de seus proprietrios, mas nos padres indicados pelos rgos de

    trnsito com circunscrio sobre a via que, em regra, com a municipalizaodo trnsito, sero os rgos executivos de trnsito municipais.

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    Por fim, sob a tica da interpretao das normas jurdicas, como os disposi-tivos que tratam de condomnios so normas de exceo, devemos interpret--los de maneira restritiva, pois, caso contrrio, daremos uma abrangncia nor-

    ma de forma distinta daquela desejada pelos representantes do povo. Com isso,no se pode estender a aplicao da Lei n9.503/1997 a nenhuma outra reaparticular, diferente da mencionada.

    3. Infraes de Velocidade

    3.1 Apresentao

    Nesta unidade, sero abordadas as infraes de velocidade.

    3.2 Sntese

    3.2.1 Infraes de VelocidadeNo CTB, encontramos trs artigos, no captulo das infraes, que se refe-

    rem a infraes relativas velocidade de veculos, que so os arts. 218, 219 e220. Sendo assim, neste tpico, vamos estudar cada um dos dispositivos, assimcomo as velocidades mximas estabelecidas na norma.

    3.2.2 Velocidades em Vias No SinalizadasPara melhor compreenso deste item, algumas consideraes se fazem ne-

    cessrias: em primeiro lugar, cabe ao leitor observar que no CTB existem nor-mas direcionadas aos particulares, normas direcionadas aos rgos de trnsitoe normas direcionadas aos fabricantes de veculos, portanto, fica fcil perceberque o art. 61 do CTB (que trata de velocidade mxima em vias no sinalizadas) direcionado queles rgos que tm a competncia de sinalizar e estabelecero controle virio, no que se refere aos limites de velocidades; em segundo lugar,deve o leitor notar que, por fora do art. 89 do CTB (que trata da prevalncia desinais), a velocidade mxima estabelecida na norma apenas ser referncia nasvias no sinalizadas, uma vez que se houver sinalizao, esta ter prevalnciasobre as velocidades da norma. Dessa forma, dois comentrios so relevantesdiante do exposto: primeiro, quando as autoridades competentes forem sinali-zar uma via, com os limites regulamentares de velocidade, devem ter como re-ferncia o CTB (vias no sinalizadas), podendo variar em torno destes valores,

    para mais ou para menos, de acordo com as condies operacionais da via, e,como segundo comentrio temos o fato de que em provas as bancas examina-

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    doras exploram o conhecimento deste tpico para saber se o candidato saberiatipificar na infrao de excesso de velocidade prevista no art. 218 do CTB.

    Por fim, quanto sinalizao em vias, convm explicitar que a regra, segun-

    do o art. 88 do CTB, termos vias sinalizadas, tanto vertical quanto horizon-talmente, e quanto necessidade da correta sinalizao para que possa haverautuao; temos expresso no art. 90 do CTB, que no se aplicar a sano se asinalizao for insuficiente ou irregular.

    3.2.2.1 Vias Rurais No SinalizadasA velocidade mxima em vias rurais no sinalizadas so as seguintes, de

    acordo com o art. 61 do CTB:a) Rodovia:

    motocicleta, automvel e camioneta: 110 km/h; nibus, micro-nibus: 90 km/h;

    demais veculos: 80 km/h;

    b) Estrada: para todos os veculos: 60 km/h.

    Quanto velocidade mxima em vias rurais, encontramos em provas deconcursos questo extremamente simples, nos quais temos perguntas diretas,por exemplo: qual a velocidade mxima de uma motocicleta em uma rodoviano sinalizada? Pelas informaes contidas acima fica fcil perceber que a res-

    posta correta 110 km/h.

    3.2.2.2 Vias Urbanas No SinalizadasAs velocidades mximas em vias urbanas no sinalizadas so as seguintes,

    de acordo com o art. 61 do CTB: via de trnsito rpido: 80 km/h;

    via arterial: 60 km/h;

    via coletora: 40 km/h;

    via local: 30 km/h.

    3.2.3 Autuaes por Excesso de VelocidadeConceitoEste item trata de um tema recorrente em concursos pblicos, razo pela

    qual vamos trabalh-lo com toda riqueza de detalhe, conforme cobrado pelasbancas examinadoras.

    3.2.3.1 Autuaes por Excesso de VelocidadeA autuao decorrente de infraes por excesso de velocidade a nica

    dessa espcie que pode se dar sem a presena do agente de trnsito ou daautoridade, por meio de dispositivo registrador de imagem (foto), contanto que

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    seja assinalada a velocidade, a placa dos veculos, data, hora e local do come-timento da infrao, assim como existe a necessidade de que seja referendadapor uma agente de trnsito, a fim de dar consistncia (reproduo da verdade)

    autuao. Veja a redao do art. 218 do CTB:Art. 218. Transitar em velocidade superior mxima permitida para o lo-cal, medida por instrumento ou equipamento hbil, em rodovias, vias de trn-sito rpido, vias arteriais e demais vias:

    I quando a velocidade for superior mxima em at 20% (vinte por cento):Infrao mdia;Penalidade multa;II quando a velocidade for superior mxima em mais de 20% (vinte por

    cento) at 50% (cinquenta por cento):

    Infrao grave;Penalidade multa;III quando a velocidade for superior mxima em mais de 50% (cinquen-

    ta por cento):Infrao gravssima;Penalidade multa [3 (trs) vezes], suspenso imediata do direito de dirigir

    e apreenso do documento de habilitao.Com base no exposto, poderamos formular duas questes da forma como o

    tema pode ser trabalhado pelas bancas examinadoras. Vejamos as duas questes

    e seus comentrios:

    Exerccios1. Qual a natureza da infrao cometida por Mvio sabendo que este

    fora flagrado transitando com seu automvel em uma rodovia nosinalizada a 145 km/h?

    2. Qual a natureza da infrao cometida por Mvio, o valor das multase apontuao decorrente do seguinte fato: Mvio fora flagrado tran-

    sitando comautomvel tracionando uma carretinha (semirreboque)em uma rodovia no sinalizada a 145 km/h, saiba que o proprietriodo automvel Tcio e da carretinha Tibrio?

    3.2.3.2 Autuaes por Transitar Abaixo da VelocidadeMnima.

    A velocidade mnima no poder ser inferior metade da velocidade m-xima estabelecida, respeitadas as condies operacionais de trnsito e da via.

    Aquele que descumpre o disposto est infringindo a norma do art. 62 do CTB,

    porm, para ser penalizado, deve retardar ou obstruir o trnsito e no estaramparado pelas seguintes excludentes:

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    condies de trfego;

    condies meteorolgicas;

    transitar na faixa da direita.

    Perceba que, para a constatao da infrao da velocidade mnima combase no art. 219 do CTB, necessariamente devem o agente de trnsito ou aautoridade de trnsito estar presentes no local do cometimento da infrao paradeclarar que o veculo interrompe o trnsito, alm de haver a necessidade deum equipamento hbil, regulamentado pelo Contran, para medir a velocidadedo veculo. Veja a redao do art. 219 do CTB:

    Art. 219. Transitar com o veculo em velocidade inferior metade da velo-cidade mxima estabelecida para a via, retardando ou obstruindo o trnsito, amenos que as condies de trfego e meteorolgicas no o permitam, salvo se

    estiver na faixa da direita:Infrao mdia;Penalidade multa.

    Exerccio

    3. (Cespe UNB / PRF / 2002) Considere a seguinte situao hipot-tica. Fernando conduzia um caminho por uma rodovia federal comapenas uma faixa de rolamento em cada sentido e, devido carga ex-cessiva que fora posta no veculo, este no conseguia subir uma deter-minada ladeira a mais de 35 km/h, apesar de a estrada estar em perfeito

    estado de conservao e de haver tima condio tanto meteorolgicacomo de trfego. Gabriel, que conduzia seu automvel logo atrs doveculo de Fernando, mantinha a mesma velocidade do caminho,pois a sinalizao determinava que era proibido ultrapassar naqueletrecho da estrada. Nessa situao, um agente de trnsito que identi-ficasse essa ocorrncia, mediante equipamentos idneos de mediode velocidade, deveria autuar Fernando por desrespeito velocidademnima permitida na via, mas no deveria autuar Gabriel.

    3.2.3.3 Autuaes por Transitar com VelocidadeIncompatvel.

    A infrao do art. 220 do CTB, que se refere velocidade incompatvel,pode ocorrer ainda que o condutor esteja dentro da velocidade regulamentar,porm, incompatvel com a segurana do trnsito, infrao de natureza pu-ramente subjetiva, em que est sendo apurado o senso do homem mdio deconduzir seu veculo de forma segura, assim como qualquer outra pessoa seriacapaz de faz-lo. Aqui, como condio para autuao dispensado o radar de

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    velocidade, uma vez que possvel estar incompatvel com a segurana do trn-sito dentro da velocidade regulamentar da via. simples de visualizar o expos-to: imagine que esteja ocorrendo uma passeata em uma rodovia federal, onde

    a velocidade mxima permitida seja 110 km/h. A pergunta : seria prudentepassar por uma grande aglomerao de pessoas a 109 km/h? Certamente que

    no, devendo o agente de trnsito que presencia tal situao autuar o infratorcom base no art. 220, XIV, do CTB, ainda que no tenha medido a velocidade.

    Veja a redao do dispositivo:Art. 220. Deixar de reduzir a velocidade do veculo de forma compatvel

    com a segurana do trnsito:I quando se aproximar de passeatas, aglomeraes, cortejos, prstitos e

    desfiles:

    Infrao gravssima;Penalidade multa;II nos locais onde o trnsito esteja sendo controlado pelo agente da auto-

    ridade de trnsito, mediante sinais sonoros ou gestos;III ao aproximar-se da guia da calada (meio-fio) ou acostamento;IV ao aproximar-se de ou passar por interseo no sinalizada;

    V nas vias rurais cuja faixa de domnio no esteja cercada;VI nos trechos em curva de pequeno raio;VII ao aproximar-se de locais sinalizados com advertncia de obras ou

    trabalhadores na pista;VIII sob chuva, neblina, cerrao ou ventos fortes;IX quando houver m visibilidade;

    X quando o pavimento se apresentar escorregadio, defeituoso ou avariado;XI aproximao de animais na pista;XII em declive;XIII ao ultrapassar ciclista:Infrao grave;Penalidade multa;

    XIV nas proximidades de escolas, hospitais, estaes de embarque e de-sembarque de passageiros ou onde haja intensa movimentao de pedestres:Infrao gravssima;Penalidade multa.

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    Captulo 2

    Veculos

    1. Classificao de Veculos I

    1.1 Apresentao

    Nesta unidade, ser estudada a classificao de veculos.

    1.2 Sntese

    1.2.1 Quanto TraoTrao de um veculo tudo aquilo capaz de fazer o veculo se mover.

    Neste tpico, vamos observar que no CTB foram agrupados os veculos que sedeslocam por seus prprios meios; os que so tracionados por animais; os quetm propulso humana e aqueles que no se deslocam por seus prprios meios,ou seja, so tracionados. As subclassificaes deste item so: automotores, el-tricos, reboque e semirreboque, trao animal e propulso humana. Vejamosabaixo cada uma dessas subclassificaes:

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    1.2.1.1 Veculo AutomotorTodo veculo a motor de propulso (gasolina, GNV, diesel, lcool, eltrico,

    qualquer que seja o combustvel) que circule por seus prprios meios e que

    serve, normalmente, para o transporte virio de pessoas e coisas, ou para a tra-o viria de veculos utilizados para o transporte de pessoas e coisas. O termocompreende os veculos conectados a uma linha eltrica e que no circulamsobre trilhos (nibus eltrico). Perceba que existem veculos eltricos que soautomotores e existem veculos eltricos que no so automotores, a dependerse transitam ou no sobre trilhos.

    Uma outra meno a veculos automotores est no captulo que trata doscrimes de trnsito, mais especificamente em seus arts. 302 e 303 do CTB, que sereferem ao homicdio culposo e leso corporal culposa praticados na direo de

    veculo automotor. Com isso, deve o candidato atentar-se para o fato de que parao ru ou o indiciado responder com base no CTB, o crime deve ter sido cometi-do na direo de veculo automotor. Portanto, quando cometidos na direo dosdemais veculos, dever ser tipificado no art. 121, 3(homicdio culposo) e noart. 129, 6(leso corporal culposa), ambos do Cdigo Penal.

    Veja a imagem abaixo:

    1.2.1.2 Veculo EltricoEmbora no haja no CTB uma definio expressa desses veculos, po-

    demos extrair do cdigo algumas informaes que so suficientes para isso.Sendo assim, aqui temos os veculos que se deslocam por seus prprios meiose que transitam sobre trilhos. Encontramos, por exemplo, no Anexo I, o bonde(veculo de propulso eltrica que se move sobre trilhos). Ainda quanto aobonde, temos no art. 96, II, a, 10, que somente existe na espcie passageiro.

    De acordo com aos arts. 120, 130 e 140 do CTB, extramos a informao deque possvel que seja exigido registro e licenciamento de veculos eltricos,assim como habilitao de seus condutores. No deve o leitor se perder nessasinformaes achando que todos os veculos que transitam sobre trilhos esto su-jeitos a tal disciplina, mas somente aqueles que porventura transitarem em viasabertas circulao. Perceba que tanto o licenciamento quanto a habilitaoso documentos exigveis nas vias, onde h a aplicao do CTB.

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    Por fim, aqueles veculos que comumente chamamos de trem no so men-cionados no CTB, sendo assim, poderamos defini-lo de trs formas: primeira,veculos que transitam sobre trilhos, de propulso eltrica e da espcie carga;

    segunda, veculos que transitam sobre trilhos, de propulso no eltrica; e porltimo, veculos de propulso eltrica da espcie passageiro que se movem so-bre trilhos, porm, que no transitam em vias terrestres abertas circulao.

    Veja a imagem:

    1.2.1.3 ReboqueSo veculos que no se deslocam por seus prprios meios, necessitando

    sempre de um veculo automotor para tracion-lo. Este veculo destinado aser engatado atrs de um veculo automotor. muito comum as pessoas cha-marem erroneamente o acessrio de engate ou reboque; este ltimo tam-bm empregado para denominar o caminho guincho (veculos destinados

    ao socorro mecnico de emergncia nas vias abertas circulao pblica).Por fim, perceba que reboque um tipo de veculo, sempre tracionado,

    que assim como os automotores e eltricos esto sujeitos a registro e licencia-mento. A combinao formada por reboque engatado a um veiculo automotordenomina-se veculo conjugado.

    Veja abaixo a imagem do reboque:

    1.2.1.4 SemirreboqueSo veculos que no se deslocam por seus prprios meios, necessitando

    sempre de um veculo automotor para tracion-lo. Este veculo se apoia na suaunidade tratora ou a ela ligado por meio de articulao. Note que aqui temosum reboque pela metade, ou seja, somente com rodas traseiras e, sendo assim,

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    para que esta unidade possa ser tracionada, ela necessariamente deve se apoiarna unidade tratora, que , em regra, um caminho trator.

    Perceba que semirreboque veculo, sempre tracionado, que assim como

    os automotores e eltricos esto sujeitos a registro e licenciamento. A combina-o formada por semirreboque apoiado a um veculo automotor denomina-seveculo articulado.

    Veja abaixo a imagem do semirreboque:

    1.2.1.5 Trao AnimalSo veculos que para se deslocarem tm sempre animais sua frente, em

    regra, cavalos, conforme nossas tradies. O CTB, contudo, referiu-se a ani-mais de uma forma genrica, no definindo quais seriam. Cabe aqui ressaltarque existe a previso neste Cdigo que se regulamente o registro, o licencia-mento e a autorizao para conduzir esses veculos a ser feita pelo rgo execu-tivo de trnsito do Municpio, aps a elaborao de uma legislao municipal,

    conforme os arts. 24, XVII e XVIII e 129, ambos do CTB. H duas refernciasa esses veculos na legislao, a saber:

    a) carroa: veculo de trao animal destinado ao transporte de carga;b) charrete: veculo de trao animal destinado ao transporte de pessoas.

    Veja a imagem de um veculo de trao animal:

    1.2.1.6 Propulso HumanaSo veculos que para se deslocarem sempre tm, na sua traseira ou sobre

    eles, pessoas. Cabe aqui ressaltar que existe a previso neste Cdigo que seregulamente o registro, o licenciamento e a autorizao para conduzir esses

    veculos a ser feita pelo rgo executivo de trnsito do Municpio, aps a elabo-rao de uma legislao municipal, conforme os arts. 24, XVII e XVIII e 129,

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    ambos do CTB. Ainda quanto aos veculos de propulso humana, no ANEXOI temos as seguintes definies:

    a) bicicleta veculo de propulso humana, dotado de duas rodas, no sen-

    do, para efeito do CTB, similar motocicleta, motoneta e ciclomotor;b) carro de mo veculo de propulso humana utilizado no transporte depequenas cargas;

    c) ciclo veculo de pelo menos duas rodas propulso humana.Veja a imagem abaixo:

    1.2.2 Quanto EspcieEsta classificao est diretamente relacionada com a carroaria do vecu-

    lo, ou seja, se o veculo destinado ao transporte de passageiro, classifica-se naespcie passageiro.

    Deve-se entender como carroaria do veculo tudo aquilo que est sobre asua parte rgida denominada chassi.

    As espcies de veculos dividem-se em: passageiro, carga, misto, coleo,

    competio, trao e especial. Vejamos ento cada uma delas:1.2.2.1 Veculos de Passageiro

    Veculos de passageiro so os destinados ao transporte de pessoas e suas ba-gagens. Perceba que bagagem algo diferente de carga, uma vez que veculosdestinados a transportar pessoas e carga so os mistos. Embora no tenhamos nalegislao de trnsito uma definio do que seria bagagem, poderamos, num pri-meiro momento, defini-la como os pertences pessoais do condutor e passageiro.

    Veja abaixo alguns tipos de veculos de passageiros encontrados no ANEXOI do CTB:

    a) automvel: veculo automotor destinado ao transporte de passageiroscom capacidade para at oito pessoas, exclusive o condutor. De outraforma, pode transportar at nove pessoas, sendo exigido, portanto, parao condutor, habilitao na categoria B. Veja a imagem abaixo:

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    b) micro-nibus: veculo automotor de transporte coletivo com capacida-de para at vinte passageiros. Portanto, micro-nibus aquele veculoque transporta no mnimo nove passageiros e no mximo vinte, sendo

    exigido, portanto, para o condutor, habilitao na categoria D. Veja aimagem abaixo:

    c) nibus: veculo automotor de transporte coletivo com capacidade para mais

    de vinte passageiros, ainda que, em virtude de adaptaes visando a maiorcomodidade destes, transporte nmero menor, sendo exigido, portanto,para o condutor, habilitao na categoria D. Veja a imagem abaixo:

    1.2.2.2 Veculos de Carga

    O veculo de carga destinado ao transporte de carga podendo transportardois passageiros, exclusive o condutor.

    Veja abaixo alguns tipos de veculos de carga encontrados no Anexo I do CTB:a) caminhonete: veculo destinado ao transporte de carga com peso bruto

    total de at trs mil e quinhentos quilogramas, sendo exigido, portanto,para o condutor, a habilitao na categoria B. Veja imagem:

    b) caminho: no temos uma definio expressa de caminho no CTB, po-

    rm, a Resoluo n290/2008 do Contran nos d a seguinte definio:

    veculo automotor destinado ao transporte de carga, com PBT acimade 3.500 quilogramas, podendo tracionar ou arrastar outro veculo, des-

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    de que tenha capacidade mxima de trao compatvel; sendo exigido,portanto, para o condutor, a habilitao na categoria C. Veja imagem:

    c) motocicleta e assemelhados: alguns veculos de duas rodas podem ser

    utilizados para o transporte de carga, mas como no so fabricados comessa finalidade exclusiva, obrigamo-nos a fazer um quadro comparativo,conforme modelo abaixo:

    Caracterticas Motocicleta Motoneta Ciclomotor

    nde rodas 02 02 02/03posio do condutor montado sentado qualquer posiovelocidade sem limite sem limite no passa de 50

    km/h

    cilindrada acima de 50 cc acima de 50 cc at de 50 cchabilitao A A A ou Accespcie passageiro ou

    cargapassageiro oucarga

    apenas passageiro

    Obrigatoriedadedo uso do capacete sim sim sim

    Por fim, vamos encerrar este tpico mencionando a definio de quadrici-clo, expresso na Resoluo n700/1988 do Contran, a qual nos informa quequadriciclos so veculos cuja estrutura mecnica igual das motocicletas.Possuem eixos dianteiro e traseiro, so dotados de quatro rodas, classificados nacategoria passageiro e apresentam cilindradas de at 200 cm3, devendo possuirplacas dianteira e traseira, no mesmo padro ao das motocicletas.

    Cabe observar que com a entrada em vigor do CTB, hoje, existe a possibi-

    lidade de termos quadriciclos na espcie carga.Diante do exposto, qualquer outro veculo parecido com este, mas que fujadas especificaes acima, no podero transitar na via pblica, por no atenderaos requisitos da legislao de trnsito (seriam brinquedos), ou devero serclassificados como trator, caso transitem na via pblica.

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    1.2.2.3 Veculo Misto o veculo automotor destinado ao transporte simultneo de carga e passa-

    geiro. relevante ressaltar que ele transporta trs passageiros, no mnimo, mais o

    condutor. Caso transportasse at dois passageiros, se enquadraria na espcie carga.Veja abaixo alguns tipos de veculos misto encontrados no Anexo I do CTB:a) camioneta: veculo misto destinado ao transporte de passageiros e carga

    no mesmo compartimento, conforme o Anexo I do CTB. Esta defini-o, embora precisa, alvo de muitos questionamentos, uma vez que possvel ter a falsa impresso de que no se transporta simultaneamentepassageiro e carga, o que vem da prpria definio de veculo misto. Deoutra forma, poderamos encerrar as controvrsias vendo a redao daResoluo n822 do Contran, de 22/10/1996, que define a camionetade uso misto, para efeito de registro e licenciamento, como o veculo

    da espcie misto, no derivado de automvel, utilizado no transportesimultneo ou alternativo de carga e passageiro, num mesmo compar-timento, sem alterao das caractersticas originais de fabricao, a noser a retirada ou recebimento dos assentos, previstas pelo fabricante.

    oportuno mencionarmos que, sob a tica da segurana viria, colocarobjetos soltos no mesmo compartimento que pessoas extremamente perigoso,uma vez que em caso de coliso o peso desses objetos se multiplica, transfor-mando-os em verdadeiras armas letais.

    Veja a imagem:

    Cabe ainda ressaltar que na Resoluo n291/2008 do Contran, que dis-pe sobre a concesso de cdigo de marca/modelo/verso para veculos, emseu Anexo III, h um comentrio interessante: ao alterar a lotao de umacamioneta, esta continua a se classificar como tal at a lotao de nove pessoas

    (espcie misto). Se transportar dez ou mais pessoas, sua classificao muda parao tipo micro-nibus e espcie passageiro.b) utilitrio: veculo misto caracterizado pela versatilidade do seu uso, in-

    clusive fora de estrada.Veja a imagem:

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    1.2.2.4 Veculo de ColeoVeculo de coleo aquele que, mesmo tendo sido fabricado h mais de

    30 anos, conserva suas caractersticas originais de fabricao e possui valor his-

    trico prprio. Perceba que um veculo no sai de fbrica na espcie coleo,uma vez que uma deliberao do proprietrio do veculo registr-lo nessa es-pcie, devendo este, no entanto, atender a certos requisitos estabelecidos peloContran em sua Resoluo n56/1998 (alterada pela Resoluo n127/2001).

    O primeiro passo a ser dado pelo proprietrio providenciar a expediode um certificado de originalidade, atestando que o veculo cumpre todos osrequisitos para registr-lo na nova espcie. Esse certificado de originalidadedever ser emitido por uma pessoa jurdica credenciada pelo Denatran. Sendoassim, as condies necessrias para registrar um veculo como de coleo ser:

    a) ter sido fabricado h mais de 30 anos;

    b) conservar suas caractersticas originais de fabricao;c) integrar uma coleo;d) apresentar certificado de originalidade.O Certificado de Originalidade de que trata a letra d acima atestar as

    condies estabelecidas nas letras a, b e c, e ser expedido por entidadecredenciada e reconhecida pelo Denatran, de acordo com o modelo estabeleci-do no anexo da referida resoluo, sendo o documento necessrio para o registro.

    A entidade apta a emitir o certificado de originalidade ser pessoa jurdica,sem fins lucrativos, e instituda para a promoo da conservao de automveisantigos e para a divulgao dessa atividade cultural, de comprovada atuaonesse setor, respondendo pela legitimidade do Certificado que expedir.

    As perguntas que sempre surgem ao final da abordagem do tema so as seguintes:1) Quais as vantagens para o proprietrio do veculo registrado na espcie

    coleo?O disposto nos arts. 104 e 105 do Cdigo de Trnsito Brasileiro no se

    aplica aos veculos de coleo, ou seja, no precisam atender s mudanas nalegislao, no que se refere a equipamentos obrigatrios, poluentes e rudo.

    2) Alm da mudana no documento (CRV e CRLV), h alguma mudanana parte externa do veculo?

    Os veculos de coleo sero identificados por placas dianteira e traseira,neles afixadas, de acordo com os procedimentos tcnicos e operacionais esta-belecidos pela Resoluo n231/2007 Contran, com as cores das placas emfundo preto e caracteres cinza.

    Veja a imagem abaixo:

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    1.2.2.5 Veculo de CompetioPara que tenhamos um veculo registrado na espcie competio, neces-

    sria uma manifestao de seu proprietrio no sentido de solicitar ao Detran

    uma autorizao prvia quando do registro do veculo. O Contran, no anexoda sua Resoluo n319/2009, posicionou-se no sentido de que veculos auto-motores, inclusive motocicletas, motonetas e ciclomotores, podero ser regis-trados na espcie competio. J na Resoluo n291/2008, temos o seguintecomentrio: as espcies competio e coleo devem ser registradas com otipo e carroarias originais do veculo. Enfim, com o exposto, podemos con-cluir que dois passos so necessrios a fim de registrar um veculo na espciecompetio. O deles seria a vontade do proprietrio, e o segundo seria este seposicionar no sentido de solicitar uma autorizao prvia no Detran quando

    do registro do veculo, para que seja providenciado o novo registro na espciecompetio.

    Ainda quanto aos veculos de competio, existem dois modelos que emrazo da transformao sofrida no podero transitar na via, a saber: aquelesque sofreram alteraes para ficarem mais potentes e aqueles que foram cons-trudos exclusivamente para competir (prottipos), ou seja, no primeiro caso,o veculo que tiver alterada qualquer uma de suas caractersticas para compe-tio ou finalidade anloga s poder circular nas vias pblicas com licenaespecial da autoridade de trnsito, em itinerrio e horrio fixados, conforme o

    art. 110 do CTB. No segundo caso, esto expressos os veculos prottipos decompetio, aqueles que foram fabricados exclusivamente para esta finalidadee que no necessitam ser diferenciados dos demais por quem o fabrica, ou seja,no possuem os elementos de identificao veicular, VIN e VIS, conforme aResoluo n24/1998 do Contran. Veja a imagem:

    1.2.3 Trao

    Quanto aos tipos de veculos da espcie trao, o CTB se refere ao cami-nho-trator, trator de rodas, trator de esteira e trator misto. Podemos defini-losda seguinte forma:

    a) caminho-trator: veculo automotor destinado a tracionar ou arrastaroutro veculo, conforme Anexo I do CTB. Ainda quanto a caminhes-

    -tratores, estes so citados na Resoluo n

    152/2003 do Contran, queestabelece os requisitos tcnicos de fabricao e instalao de para-

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    -choque traseiro para veculos de carga, como exceo, ou seja, oscaminhes tratores no precisam ter seus para-choques com faixas re-fletivas e rebaixados como os demais veculos citados nesta resoluo.

    Ainda quanto citao de caminhes tratores na legislao de trnsito, es-tes, por fora da Resoluo n290/2008 do Contran, devero possuir plaquetade identificao da capacidade em um dos seguintes locais:

    a) na coluna de qualquer porta, junto s dobradias, ou no lado da fechadura;b) na borda de qualquer porta;c) na parte inferior do assento, voltada para porta;d) na superfcie interna de qualquer porta;e) no painel de instrumentos.

    Veja as imagens:

    b) trator: veculo automotor construdo para realizar trabalhos agrcolas,

    de construo e pavimentao e para tracionar outros veculos e equi-pamentos. Quanto aos tipos possveis, cabe alguns comentrios, a fim

    de melhorar a compreenso do candidato, pois a legislao se refere aostratores de roda como aqueles que possuem rodas (pneumticos); aostratores de esteira como aqueles que nos lembram os tanques de guerra;e aos tratores mistos como aqueles que possuem esteiras e pneus. Essesveculos, via de regra, no transitam em via pblica, no esto sujeitos identificao colocada pelo fabricante para diferenci-los (VIN e VIS),porm, para transitarem na via, devem estar registrados, licenciados epossuir numerao especial. Alm disso, seus condutores devem pos-suir, pelo menos, a habilitao na categoria C.

    Cabe ressaltar a Resoluo n

    281/2008 do Contran, que est suspensa pelaDeliberao n93/2010 do Contran, que nos mostra a preocupao deste co-legiado em regulamentar a individualizao dos tratores por seus fabricantes,desde seu nascimento.

    Esta resoluo prev que os tratores fabricados, montados ou importadosa partir de 1de janeiro de 2010 devero possuir pr-cadastro no Renavam enumerao PIN, a ser colocada pelo fabricante para individualizar a produo,da seguinte forma: a identificao do trator se dar por meio da gravao doNmero de Identificao do Produto (PIN) no chassi ou na estrutura de opera-

    o que o compe, e dever ser feita de acordo com as especificaes vigentes eformatos estabelecidos pela NBR NM ISO 10261:2006 da Associao Brasileira

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    de Normas Tcnicas ABNT , ou por outra norma que a substituir. Almda gravao PIN, o trator dever ser identificado por gravao em etiqueta ouplaqueta, destrutvel no caso de tentativa de sua remoo, em pelo menos um

    dos seguintes pontos: no conjunto motor/transmisso, quando estes formarem oconjunto estrutural do trator; e em outro local a ser informado pelo fabricante,montadora ou importador. Impende observar que embora os efeitos da referidaresoluo esteja suspenso, a mesma apresenta contedo extremamente rele-vante para controle do trnsito deste veculos em via pblica, assim como, parafiscalizao das empresas de desmanches de veculos, que so alimentadaspela indstria do roubo e furto de tratores.

    Veja imagem:

    1.2.4 Veculo Especial

    A espcie especial , em verdade, uma classificao subsidiria, ou seja, foicriada para qualificar os veculos que no se enquadram nas outras espcies, ouseja, o veculo especial aquele que no pertence s categorias passageiro,carga, misto, competio, trao ou coleo. Perceba que o legislador adotoua tcnica no sentido de no existir veculo sem classificao quanto espcie,sendo assim, o veculo que no se enquadra em nenhuma categoria (passagei-ro, carga, misto, competio, trao ou coleo) ser classificado na espcieespecial.

    Na Resoluo n291/2008 do Contran, que dispe sobre a concesso decdigo de marca/modelo/verso para veculos, observamos que o que torna

    um veculo especial a sua carroaria. Podemos exemplificar da seguinteforma: se sobre um caminho (plataforma) for montado um trio eltrico,teremos um veculo TIPO: caminho, ESPCIE: especial, CARROARIA:trio eltrico. Outro exemplo seria o automvel que se transformou em ambu-lncia ou veculo de funeral, a, teramos: veculo TIPO: automvel, ESP-CIE: especial e CARROARIA: ambulncia ou funeral.

    H, no Anexo I do CTB, dois veculos da espcie especial, conforme oAnexo I da Resoluo n291/2008. Vejamos suas definies:

    a) trailer: reboque ou semirreboque tipo casa, com duas, quatro, ou seis

    rodas, acoplado ou adaptado traseira de automvel ou camionete, emgeral utilizado como alojamento em atividades tursticas ou para ativi-

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    dades comerciais. Quando acoplado ao veculo automotor, o condutor,para conduzi-lo, deve possuir habilitao na categoria E;

    b) motor-casa (motor-home): veculo automotor, cuja carroaria fechada

    e destinada a alojamento, escritrio, comrcio ou finalidades anlogas.Para conduzi-lo, o condutor deve possuir habilitao na categoria C,conforme Resoluo n168/2004 do Contran. Veja imagem:

    2. Classificao de Veculos II

    2.1 Apresentao

    Nesta unidade, ainda ser estudada a classificao de veculos.

    2.2 Sntese

    2.2.1 Quanto CategoriaClassificar um veculo quanto categoria seria mostrar a que se destina de-

    terminado veculo ou a que finalidade se presta. Poderamos tambm definir acategoria como a destinao dada ao veculo em carter de permanncia, umavez que vem consignada num documento definitivo chamado CRV (Certifica-do de Registro de Veculo).

    Como aplicao do exposto, poderamos exemplificar usando o art. 154do CTB, que faz meno aos veculos destinados aprendizagem um emcarter permanente e outro em carter provisrio. Sem maiores explicaes,poderamos concluir que somente aquele utilizado em carter permanenteser da categoria aprendizagem, mas a eventualidade da aprendizagem (carterprovisrio) no tem o condo de mudar a categoria anterior do veculo.

    As categorias de veculos previstas no CTB so: oficial; de representao di-plomtica, de reparties consulares de carreira ou organismos internacionaisacreditados junto ao governo brasileiro; particular; de aluguel; de aprendizagem.

    Cada categoria de veculo apresenta placa de uma cor, no entanto, lembre--se de que ao mudar de categoria um veculo somente muda a cor da placa,permanecendo os mesmos caracteres at sua baixa.

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    Captulo 3

    Sistema Nacional de Trnsito

    1. O STN na Administrao Pblica Brasileira

    1.1 Apresentao

    Nesta unidade, ser estudado o Sistema Nacional de Trnsito.

    1.2 Sntese

    1.2.1 ConceitoPodemos visualizar o SNT como um conjunto de rgos e entidades da

    Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios que tem por finali-dade o exerccio das atividades de planejamento, administrao, normatizao,pesquisa, registro e licenciamento de veculos, formao, habilitao e reci-clagem de condutores, educao, engenharia, operao do sistema virio, po-liciamento, fiscalizao, julgamento de infraes e de recursos e aplicao depenalidades, conforme o art. 5do CTB. Sendo assim, cabe observar que este

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    complexo de atividades mais variadas na rea de trnsito tem como prioridadea defesa da vida, nela includos a sade e o meio ambiente.

    Esta superestrutura , em verdade, uma superposio de rgos e entidades

    a uma Administrao j existente. Aproveitou-se uma srie de rgos e entida-des, subordinados e vinculados a secretarias e ministrios, e atribuiu-se a elespor meio do CTB outras misses, a fim de acabar com a excessiva mortandadenas vias do territrio nacional. Pode-se citar como exemplo a PRF, rgo per-manente na estrutura do Ministrio da Justia que recebeu do CTB atribuiesna rea de trnsito, e, alm disso, a referida lei indica que na rea de trnsito aPRF dever observar as diretrizes elaboradas para o SNT. certo que dentrodesta estrutura existem rgos e entidades que foram criados exclusivamentepara fazer o SNT funcionar, como o Contran e o Denatran, por exemplo.

    Por fim, a distribuio de competncias dos rgos e entidades que com-pem o Sistema Nacional de Trnsito observa a seguinte lgica: os assuntos deinteresse nacional ficaram a cargo dos rgos e entidades da Unio; os assuntosde interesse regional ficaram com os rgos e entidades estaduais e distritais;e os assuntos de interesse local, como ciclistas, carroa e charrete, ficaram nasatribuies dos rgos municipais.

    1.2.2 Objetivos Bsicos do SNTToda estrutura a ser montada, por menos complexa que seja, deve ter de-

    lineado o caminho a ser seguido para que consiga operar na plenitude de suasfunes. Com isso, o legislador previu uma srie de metas a serem alcanadaspelo SNT, a fim de faz-lo funcionar com uma maior capacidade de atenderao interesse pblico. Note que as metas ou objetivos bsicos, como chamou olegislador, so as diretrizes, os parmetros que o administrador pblico seguirno desempenho da funo pblica. Vejamos cada uma dessas metas:

    1.2.2.1 PadronizaoNum pas extenso como o nosso, existe a necessidade de uniformizao dos

    procedimentos, para que tenhamos rgos de todas as regies trabalhando damesma forma, respeitadas evidentemente as peculiaridades regionais. Sendoassim, o ideal a padronizao dos critrios tcnicos, financeiros e administra-tivos, devendo o melhor modelo ser copiado pelos demais.

    Existem dois mecanismos utilizados para que se alcance uma efetiva padro-nizao. O primeiro so as normas de abrangncia nacional, como as resolu-es do Contran Conselho Nacional de Trnsito; e o segundo seria um fluxopermanente de informaes entre os rgos. Quanto s normas do Contranque tm aplicao nacional, ou seja, que devem ser cumpridas por todos os

    rgos e entidades do SNT, entendemos que a forma mais rpida e fcil (atosinfralegais) de se atingir a padronizao do Sistema.

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    1.2.2.2 Fluxo Permanente de InformaesPara que a padronizao dos critrios tcnicos, financeiros e administrativos

    efetivamente ocorra, ainda que existam diversos entraves geogrficos em nosso

    pas, necessrio que haja um fluxo permanente de informaes entre essesrgos e entidades que compem o Sistema Nacional de Trnsito, assim comoo compartilhamento de seus bancos de dados. Hoje temos uma srie de bancosde dados que so compartilhados entre os rgos do SNT, como Renainf, Re-naest, Renach e Renavam.

    1.2.3 Poltica Nacional de Trnsito (PNT)Alm da necessidade de padronizar o Sistema e do fluxo permanente de in-

    formaes, existe a necessidade de se atacar diretamente o caos maior em quevive o trnsito do pas, por meio de uma PNT. certo que o contexto histricoque culminou na elaborao do CTB foi a necessidade de diminuir o nmerode vidas que se perdiam a cada dia no trnsito. De outra forma, o objetivo maioralmejado pelo legislador a diminuio dos gastos sociais com trnsito em decor-rncia do elevado ndice de acidentes, pois em virtude dele temos uma enxurradade penses por morte e por invalidez, e despesas mdico-hospitalares, tudo issoenvolvendo principalmente a nossa populao economicamente ativa.

    Por fim, a implementao de uma PNT segue a seguinte sistemtica: em pri-meiro lugar, o presidente eleito expe a sua poltica de governo e constitui seusministrios, para auxili-lo em sua misso. Em um segundo momento, esse mes-mo presidente escolhe um ministrio para ser o coordenador mximo do SNT,que hoje o Ministrio das Cidades. Em um terceiro momento, o ministro dascidades vai designar os membros do Contran, que sero responsveis por elaboraras normas a serem aplicadas por todos os outros rgos na rea de trnsito. Noteque o Contran apenas tem a misso de adequar as diretrizes na rea de trnsitoquilo que desejvel pelo Presidente da Repblica. De outra forma, podera-mos afirmar que a PNT , na verdade, uma vertente da poltica de governo a serimplementada na rea de trnsito, ou seja, aquilo que o Presidente da Repblicaentende ser conveniente nesse aspecto para que sejam alcanados seus objetivos,legalmente institudos: a segurana viria, a fluidez, o conforto, a educao parao trnsito e a proteo ao meio ambiente, que passaremos a estudar separada-mente. A importncia do estudo de cada um desses tpicos se d, em verdade,pelo fato de serem os valores maiores encontrados pelo legislador na faco dosdispositivos do CTB, ou seja, so os princpios expressos da legislao de trnsito.

    1.2.3.1 Segurana Viria

    A segurana viria est presente em quase todos os dispositivos do CTB, orade forma direta, ora de forma indireta. O princpio decorrente deste tpico

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    o da segurana viria, que devemos entender como o princpio fundamentaldo direito de trnsito, pois ele que est mais diretamente ligado ao principalobjetivo dessa nova legislao, que seria diminuir o ndice de acidentes, tornar

    o trnsito seguro e dar outro destino ao dinheiro pblico que no sejam gastoscom acidentados e indenizaes. Sendo assim, podemos ilustrar algumas desuas aplicaes dentro do Cdigo de Trnsito Brasileiro.

    Art. 1 2O trnsito, em condies seguras, um direito de todos e deverdos rgos e entidades componentes do Sistema Nacional de Trnsito, a estescabendo, no mbito das respectivas competncias, adotar as medidas destina-das a assegurar esse direito.

    (...)Art. 26. Os usurios das vias terrestres devem:

    I abster-se de todo ato que possa constituir perigo ou obstculo para o trn-sito de veculos, de pessoas ou de animais, ou ainda causa danos a propriedadespblicas ou privadas;

    II abster-se de obstruir o trnsito ou torn-lo perigoso, atirando, deposi-tando ou abandonando na via objetos ou substncias, ou nela criando qualqueroutro obstculo.

    1.2.3.2 FluidezA fluidez do trnsito o segundo princpio mais encontrado na legislao

    de trnsito. No basta que tenhamos um trnsito seguro, este tambm deveter fluidez, a fim de que possamos cumprir nossos compromissos e que a vidaeconmica do pas transcorra entre pessoas no estressadas.

    O princpio decorrente deste tpico o da fluidez viria, cuja expressomxima est no captulo de normas de circulao, que nos informa que deve-mos nos abster de obstruir o trnsito atirando objetos ou substncias nas vias;em outro momento, dispe que devemos nos abster de todo ato que possa cons-tituir obstculo para o trnsito de veculos, de pessoas ou animais, dentre mui-tos outros dispositivos. Veja alguns a seguir:

    Art. 30. Todo condutor, ao perceber que outro que o segue tem o propsitode ultrapass-lo, dever:I se estiver circulando pela faixa da esquerda, deslocar-se para a faixa da

    direita, sem acelerar a marcha;II se estiver circulando pelas demais faixas, manter-se naquela na qual est

    circulando, sem acelerar a marcha.Pargrafo nico. Os veculos mais lentos, quando em fila, devero manter

    distncia suficiente entre si para permitir que veculos que os ultrapassem pos-sam se intercalar na fila com segurana.

    Art. 43. Ao regular a velocidade, o condutor dever observar constan-temente as condies fsicas da via, do veculo e da carga, as condies me-

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    teorolgicas e a intensidade do trnsito, obedecendo aos limites mximos develocidade estabelecidos para via, alm de:

    I no obstruir a marcha normal dos demais veculos em circulao sem

    causa justificada, transitando a uma velocidade anormalmente reduzida;(...)Art. 62. A velocidade mnima no poder ser inferior metade da veloci-

    dade mxima estabelecida, respeitadas as condies operacionais de trnsito eda via.

    1.2.3.3 Conforto no TrnsitoO significado da palavra conforto, segundo Aurlio Buarque de Holanda

    Ferreira, ato ou efeito de conforta-se, estado de quem confortado, consolo,alvio. Para ns, conforto no trnsito no est relacionado com os atributosdo veculo, e sim com as exigncias que todos os veculos devem preencherpara que o trnsito seja agradvel e seguro para o usurio dos veculos e paraos demais usurios da via, ou seja, est relacionado com uma conduo semtranstornos indesejveis. De outra forma, a ideia de conforto est intimamen-te ligada ideia de segurana, pois dirigir de forma confortvel dirigir semmedo, com segurana. Como normas relacionadas ao Princpio do Confortono trnsito, podemos citar algumas dentre as inmeras existentes no CTB:

    Art. 27. Antes de colocar o veculo em circulao nas vias pblicas, o con-

    dutor dever verificar a existncia e as boas condies de funcionamento dosequipamentos de uso obrigatrio, bem como assegurar-se da existncia de com-bustvel suficiente para chegar ao local de destino.

    (...)Art. 41. O condutor de veculo s poder fazer uso de buzina, desde que em

    toque breve, nas seguintes situaes:I para fazer as advertncias necessrias a fim de evitar acidentes;II fora das reas urbanas, quando for conveniente advertir a um condutor

    que se tem o propsito de ultrapass-lo.

    1.2.3.4 Defesa AmbientalA defesa ambiental surge como princpio em muitas outras legislaes, a

    fim de que tenhamos um desenvolvimento do setor automobilstico no agres-sivo sade, vida, natureza e, por fim, ao meio ambiente.

    O Princpio da Defesa Ambiental est entre as prioridades do Sistema Na-cional de Trnsito, juntamente com a defesa da vida e da sade. No momentoseguinte, quando estudarmos as competncias do rgo e entidades que com-pem o Sistema Nacional de Trnsito, veremos expresso que os rgos executivos

    e executivos rodovirios, assim como a PRF (Polcia Rodoviria Federal), devemfiscalizar os ndices de poluentes e rudos do veculo em trnsito no territrio

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    nacional. Finalmente, o dispositivo apresenta-se tambm como requisito paraque o veculo possa receber o licenciamento, a fim de que transite na via p-blica durante um ano. Vejamos agora um dos dispositivos que descreve o que

    mencionamos anteriormente:Art. 1O trnsito de qualquer natureza nas vias terrestres do territrio na-cional, abertas circulao, rege-se por este Cdigo.

    (...) 5Os rgos e entidades de trnsito pertencentes ao Sistema Nacional

    de Trnsito daro prioridade em suas aes defesa da vida, nela includa apreservao da sade e do meio ambiente.

    1.2.3.5 Educao para o TrnsitoA educao para o trnsito ganhou tanta importncia no CTB que, alm de

    ser reproduzida em muitos dispositivos, ganhou captulo prprio.O Princpio da Educao para o Trnsito de implementao mais di-

    ficultosa, uma vez que uma educao efetiva deve ser continuada, passandopela pr-escola at o ensino superior, e, alm disso, massificada por meio decampanhas. Com isso, para que ela atingisse seu nvel mximo, deveria serimplementada por vrios governos de forma continuada, porm, como a Po-ltica Nacional de Trnsito varivel, ou seja, est intimamente relacionadaao princpio da temporariedade do mandato, dificilmente ocorrer a aplicao

    plena de um projeto iniciado em governo anterior.Vejamos alguns dispositivos referentes ao tema:Art. 74. A educao para o trnsito direito de todos e constitui dever prio-

    ritrio para os componentes do Sistema Nacional de Trnsito. 1 obrigatria a existncia de coordenao educacional em cada rgo

    ou entidade componente do Sistema Nacional de Trnsito. 2Os rgos ou entidades executivos de trnsito devero promover, den-

    tro de sua estrutura organizacional ou mediante convnio, o funcionamento deEscolas Pblicas de Trnsito, nos moldes e padres estabelecidos pelo Contran.

    Art. 75. O Contran estabelecer, anualmente, os temas e os cronogramas dascampanhas de mbito nacional que devero ser promovidas por todos os rgosou entidades do Sistema Nacional de Trnsito, em especial nos perodos refe-rentes s frias escolares, feriados prolongados e Semana Nacional de Trnsito.

    1Os rgos ou entidades do Sistema Nacional de Trnsito devero pro-mover outras campanhas no mbito de sua circunscrio e de acordo com aspeculiaridades locais.

    2As campanhas de que trata este artigo so de carter permanente, eos servios de rdio e difuso sonora de sons e imagens explorados pelo poder

    pblico so obrigados a difundi-las gratuitamente, com a frequncia recomen-dada pelos rgos competentes do Sistema Nacional de Trnsito.

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    Captulo 4

    Atribuies da Polcia

    Rodoviria Federal

    1. Atribuies da Polcia RodoviriaFederal

    1.1 Apresentao

    Nesta unidade, sero estudadas as atribuies da Polcia Rodoviria Fe-

    deral.

    1.2 Sntese

    1.2.1. Polcia Rodoviria Federal (PRF)A Polcia Rodoviria Federal est presente em todo o territrio nacional,

    estruturada em 21 Superintendncias Regionais, 5 Distritos Regionais, 150 De-

    legacias e 400 Postos de Fiscalizao. Sua administrao central est localizadaem Braslia (DF).

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    1.2.2 A Polcia Rodoviria Federal na Constituio FederalO Departamento de Polcia Rodoviria Federal, rgo subordinado ao Mi-

    nistrio da Justia, tem suas competncias definidas pela Constituio Federal,

    mais especificamente, no art. 144, 2, que nos informa que as atividades desegurana pblica nas rodovias e estradas federais sero desempenhadas pelaPRF, por meio do patrulhamento ostensivo. A segurana pblica consiste emuma atuao de preservao ou restabelecimento da tranquilidade pblica,para que todos possam exercer seus direitos e atividades sem serem perturbadospor outrem. Por patrulhamento ostensivo a ser desempenhado nas rodovias eestradas federais, sob a tica da segurana pblica, devemos entender comoum policiamento uniformizado e com viaturas caracterizadas, a fim de preve-nir que infraes penais ocorram nessas localidades.

    1.2.3 A Polcia Rodoviria Federal no Decreto n1.655/1995Quanto s demais atribuies da PRF, podemos encontr-las no art. 20 da

    Lei n 9.503 (Cdigo de Trnsito Brasileiro), no Decreto n1.655, de 3 deoutubro de 1995 e, por fim, em seu Regimento Interno, aprovado pela PortariaMinisterial n122, de 20 de maro de 1997.

    Pela importncia do Decreto n1.655, de 3 de outubro de 1995, e tambmpor ter sido alvo de algumas questes de prova, vamos enumerar as competn-cias da PRF expressas no referido Decreto:

    Art. 1 Polcia Rodoviria Federal, rgo permanente, integrante da estrutu-ra regimental do Ministrio da Justia, no mbito das rodovias federais, compete:

    I realizar o patrulhamento ostensivo, executando operaes relacionadascom a segurana pblica, com o objetivo de preservar a ordem, a incolumidadedas pessoas, o patrimnio da Unio e o de terceiros;

    II exercer os poderes de autoridade de polcia de trnsito, cumprindoe fazendo cumprir a legislao e demais normas pertinentes, inspecionar efiscalizar o trnsito, assim como efetuar convnios especficos com outras orga-nizaes similares;

    III aplicar e arrecadar as multas impostas por infraes de trnsito e osvalores decorrentes da prestao de servios de estadia e remoo de veculos,objetos, animais e escolta de veculos de cargas excepcionais;

    IV executar servios de preveno, atendimento de acidentes e salvamen-to de vtimas nas rodovias federais;

    V realizar percias, levantamentos de locais boletins de ocorrncias, in-vestigaes, testes de dosagem alcolica e outros procedimentos estabelecidosem leis e regulamentos, imprescindveis elucidao dos acidentes de trnsito;

    VI credenciar os servios de escolta, fiscalizar e adotar medidas de se-

    gurana relativas aos servios de remoo de veculos, escolta e transporte decargas indivisveis;

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    VII assegurar a livre circulao nas rodovias federais, podendo solicitarao rgo rodovirio a adoo de medidas emergenciais, bem como zelar pelocumprimento das normas legais relativas ao direito de vizinhana, promovendo

    a interdio de construes, obras e instalaes no autorizadas;VIII executar medidas de segurana, planejamento e escoltas nos deslo-

    camentos do Presidente da Repblica, Ministros de Estado, Chefes de Estadose diplomatas estrangeiros e outras autoridades, quando necessrio, e sob a coor-denao do rgo competente;

    IX efetuar a fiscalizao e o controle do trfico de menores nas rodoviasfederais, adotando as providncias cabveis contidas na Lei n 8.069, de 13junho de 1990 (Estatuto da Criana e do Adolescente);

    X colaborar e atuar na preveno e represso aos crimes contra a vida,os costumes, o patrimnio, a ecologia, o meio ambiente, os furtos e roubosde veculos e bens, o trfico de entorpecentes e drogas afins, o contrabando, odescaminho e os demais crimes previstos em leis.

    Art 2O documento de identidade funcional dos servidores policiais daPolcia Rodoviria Federal confere ao seu portador livre porte de arma e francoacesso aos locais sob fiscalizao do rgo, nos termos da legislao em vigor,assegurando-lhes, quando em servio, prioridade em todos os tipos de transpor-te e comunicao.

    Art 3Este Decreto entra em vigor na data de sua publicao.Observe que neste Decreto esto expressas as atribuies da PRF, funda-

    mentadas tanto na sua prerrogativa do poder de polcia administrativo quantona sua prerrogativa do poder de polcia judiciria. Note que entre os rgos quecompem o Sistema Nacional de Trnsito, apenas a PRF e a PM so concomi-tantemente rgos de trnsito e de segurana pblica.

    1.2.4 Atribuies da Polcia Rodoviria Federal no CTB

    Finalmente, quanto s suas competncias expressas no CTB, que consti-tuem o objeto desta obra, vejamos cada uma delas de forma detalhada, pela im-portncia dada em concursos pblicos, mas, antes, perceba que a PRF dividecom o DNIT uma srie de atribuies nas rodovias e estradas federais, em quese apresentam algumas competncias exclusivas e outras comuns.

    Cabe ainda ressaltar que no houve aqui a diviso rigorosa de competnciaspara autuar os infratores de trnsito, conforme ocorre em reas urbanas entre osrgos executivos de trnsito dos Estados e dos Municpios, como visto acimanas competncias dos Detran.

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    Abaixo, a redao do art. 20 do CTB, com os comentrios pertinentes.Art. 20. Compete Polcia Rodoviria Federal, no mbito das rodovias e

    estradas federais:

    ComentrioA nica informao relevante do caputdo art. 20 seria a circunscrio, ou

    seja, a competncia territorial da PRF, que atua administrativamente em ro-dovias e estradas federais. Podemos inferir tambm que a Polcia RodoviriaFederal tipicamente uma polcia rural (rodovias e estradas so vias rurais)e tem como atribuio prevenir a ocorrncia de infraes tanto penais comoadministrativas nessas reas.

    Cabe ressaltar que a referncia para o policial o local da ocorrncia dainfrao, e no aquele em que efetivamente ocorrer a abordagem, uma vezque o trnsito dinmico e o estado de flagrncia permite a perseguio do in-

    frator, ainda que este invada a rea urbana ou uma mata s margens da rodovia.

    I cumprir e fazer cumprir a legislao e as normas de trnsito, no mbito

    de suas atribuies;

    ComentrioEste dispositivo tem por origem a criao do Estado de Direito, ou seja, o

    Estado deve respeitar as leis editadas por ele prprio.O dispositivo expressa a preocupao do legislador tanto com a legalidade

    quanto com a moralidade na prestao do servio pblico pelos rgos de trnsito.O legislador nos informa que a PRF (rgo) e seus agentes de trnsito

    (implementadores da vontade do rgo), antes de reprimirem os infratoresde trnsito, devem antes ser exemplos. De outra forma, o agente de trnsitoque conduz uma viatura desrespeitando as normas de circulao e condutaestaria legalmente engessado no que se refere a autuaes por infraes detrnsito, uma vez que antes de fazer cumprir deve cumprir a legislao eas normas de trnsito. Poderamos chamar de absurda a conduta deum PRFque autuasse um veculo com pneus carecas se sua viatura tambm estivessecom os pneus em estado semelhante.

    Por fim, muito comum vermos as viaturas policiais com licenciamento

    expirado, pneus carecas, extintores vencidos, quando existentes, alm de mui-tas outras infraes, pois ainda existem policiais e agentes de trnsito que ima-ginam que, pelo fato de conduzirem uma viatura policial, lhes d a prerrogati-va de descumprirem a legislao de trnsito. A confuso feita em virtude doart. 29, VII, que dispe que, quando em servio de emergncia, se devidamen-te identificados, gozam de prioridade de trnsito, mas somente nesses casos.

    Por fim, impende observar, diante do exposto, que o policial que liga a si-rene da viatura com a finalidade de sair do engarrafamento para chegar maiscedo ao local de seu almoo viola a impessoalidade do ato administrativo eincide em desvio de finalidade, uma vez que a utilizao de veculos oficiais

    esto sempre ligados ao atendimento do interesse pblico.

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    II realizar o patrulhamento ostensivo, executando operaes relacionadas

    com a segurana pblica, com o objetivo de preservar a ordem, incolumidade das

    pessoas, o patrimnio da Unio e o de terceiros;

    ComentrioNeste inciso, temos a reproduo do mandamento constitucional, que nos

    informa que a PRF deve realizar o patrulhamento ostensivo nas rodovias e estra-das federais, ou seja, de forma visvel e presencial, conforme comentado acima.

    Faz-se necessrio extrair do dispositivo o objetivo da PRF, quando atuan-do como rgo de segurana pblica:preservar a ordem, a incolumidade daspessoas, e o patrimnio da Unio e o de terceiros. Diante do exposto, poss-vel observar que o CTB tratou da expresso segurana pblica da forma maisabrangente possvel, no se restringindo s atividades policiais, mas tambm

    como resguardo da segurana viria.

    III aplicar e arrecadar as multas impostas por infraes de trnsito, as me-

    didas administrativas decorrentes e os valores provenientes de estada e remoo

    de veculos, objetos, animais e escolta de veculos de cargas superdimensionadas

    ou perigosas;

    ComentrioVamos analisar cada uma das competncias expressas neste inciso:a) aplicar e arrecadar as multas impostas por infraes de trnsito, as

    medidas administrativas decorrentes (...). Perceba que a PRF, no mbito dasrodovias e estradas federais, pode aplicar a penalidade de multa (somenteesta) e todas as medidas administrativas possveis, em quaisquer infraesprevista neste cdigo, inclusive excesso de peso, dimenses e lotao. Quan-to s demais penalidades, como apreenso do veculo, frequncia obrigatriaem curso de reciclagem, suspenso do direito de dirigir e cassao da CNH,estas so de competncia dos Detran, devendo a PRF inform-los sobre aocorrncia de infrao em que sejam previstas tais penalidades.

    importante ressaltar que a penalidade multa arrecadada pelo rgo

    por meio das redes bancrias. No existe a possibilidade de o policial fazerdiretamente a arrecadao da multa.

    b) valores provenientes de estada e remoo de veculos, objetos, ani-mais (...). O legislador consignou as medidas administrativas de remooprevistas no art. 269 do CTB, cabendo ressaltar que a remoo de animaissoltos nas rodovias e estradas federais ficou como competncia exclusiva daPRF, por meio do veculo chamado pelos policiais de pega-boi.

    c) escolta de veculos de cargas superdimensionadas ou perigosas. Hcasos especficos em que a escolta de veculos com dimenses excedentes

    deve ser feita pela PRF, podendo, nos demais casos, ser feita por escoltas

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    credenciadas, conforme a Resoluo n11/2004 do DNIT. Os casos em que exigida a escolta da PRF so basicamente quando a altura ultrapassa 5,00 m,a largura ultrapassa 5,50 m, o comprimento ultrapassa 35,00 m e o peso

    ultrapassa 100 toneladas.IV efetuar levantamento dos locais de acidentes de trnsito e dos servios

    de atendimento, socorro e salvamento de vtimas;

    ComentrioOs policiais responsveis por cobrirem determinados trechos em rodovias

    e estradas federais so tambm responsveis pela confeco do BAT (Boletimde Acidente de Trnsito), os quais devem informar todos os detalhes dosacidentes atendidos no dia Central da PRF de seu Estado. Esta Central,

    por sua vez, informar uma central do DPRF localizada no Distrito Fede-ral. As informaes tm diversas finalidades, tais como: controle estatstico,controle de gastos com acidentes para tomada de medidas preventivas e paracobrana de danos ao patrimnio pblico.

    A PRF, assim como todos os rgos executivos componentes do SNT,dever fazer levantamentos estatsticos de acidentes de trnsito ocorridos emvias sob sua circunscrio, para que o Denatran, por meio do Renaest, possafazer as estatsticas gerais de acidentes de trnsito ocorridos no pas.

    V credenciar os servios de escolta, fiscalizar e adotar medidas de segu-

    rana relativas aos servios de remoo de veculos, escolta e transporte de carga

    indivisvel;

    ComentrioTrata-se de uma autorizao dada a particulares (pessoa jurdica) para

    desempenhar atividade de seu exclusivo ou predominante interesse, sendoesta autorizao um ato administrativo discricionrio e precrio.

    Este dispositivo foi regulamentado pelo DPRFem sua Instruo Normati-va 16, de 2002. Deferido o pedido de credenciamento pelo diretor do DPRF,

    ser a empresa cientificada do fato, devendo, dentro do prazo de 15 (quinze)dias, comparecer no local e na data indicados pelo DPRF para assinatura doTermo de Responsabilidade correspondente. Da deciso do diretor do DPRFque indeferir o credenciamento, caber recurso ao Secretrio de Trnsitodo Ministrio da Justia, no prazo de 30 (trinta) dias da data de cincia pelointeressado.

    Quanto ao credenciamento do servio de escolta nas rodovias e estradas esta-duais e municipais, embora no previsto no art. 21 do CTB, feito pelos rgoscom circunscrio sobre a via aps serem credenciados e vistoriados pelo DPRF.

    , em verdade, uma homologao do credenciamento feito pelo DPRF.

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    VI assegurar a livre circulao nas rodovias federais, podendo solicitar ao

    rgo rodovirio a adoo de medidas emergenciais, e zelar pelo cumprimento

    das normas legais relativas ao direito de vizinhana, promovendo a interdio de

    construes e instalaes no autorizadas;ComentrioPara que haja um melhor entendimento do dispositivo, vamos estud-lo

    por partes.a) assegurar a livre circulao nas rodovias federais, podendo solicitar ao

    rgo rodovirio a adoo de medidas emergenciais (...). Aqui o legislador fezreferncia s obstrues causadas por pessoas em passeatas, protestos, aciden-tes de trnsito, por animais soltos na via, por buracos na via ou por veculosabandonados, assim como por construes no autorizadas, de uma forma ge-

    ral. Para que sejam compreendidas as atribuies da PRF nas situaes acimaexplicitadas, saiba que os policiais rodovirios federais atuam na prerrogativado poder de polcia administrativo, cuja funo limitar e disciplinar direitos,interesses e atividades do particular para resguardar o interesse pblico. Sen-do assim, em uma reunio autorizada na rodovia, por exemplo, cabe PRFdisciplinar o direito de reunio com o direito de ir e vir dos usurios da via, dei-xando uma faixa de circulao para os usurios e outra para os manifestantes.Outro exemplo seria quanto a obstrues causadas por buracos na via. Comofoge competncia deste rgo tapar buracos, por exigir um conhecimento

    tcnico especializado, faz-se mister que a PRF, por no possuir especialistas emseus quadros, solicite ao DNIT que execute a obra.

    b) e zelar pelo cumprimento das normas legais relativas ao direito devizinhana (...). O direito de vizinhana uma limitao ao direito de pro-priedade, ento saiba que embora o proprietrio de um terreno tenha, emtese, o direito de construir sua casa como desejar, deve aquele respeitar asnormas relativas ao direito de vizinhana e a legislao administrativa. O di-reito de vizinhana vem regulamentado no Cdigo Civil, cujo captulo quetrata do direito de vizinhana compreende as seguintes sees: o uso anor-

    mal da propriedade; as rvores limtrofes, e, por fim, a passagem de cabos etubulaes, as guas, os limites entre prdios, o direito de tapagem e o direitode construir (arts. 1.277 a 1.313 do CC/2002).

    O art. 1.277 do CC possui rol taxativo (numerus clausus) e no admiteinterpretao extensiva. Dessa forma, se as interferncias prejudiciais causa-das no repercutirem sob o trinmio (sade segurana sossego), a questoextrapolar o conflito de vizinhana.

    c) promovendo a interdio de construes e instalaes no autorizadas.Finalmente, sempre que tivermos construes e instalaes no autorizadas,

    em razo do abuso de direito de seus proprietrios, possvel que a PRF promova

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    interdies, a fim de assegurar a segurana, a sade e o sossego pblico. Ainterdio como sano administrativa goza do atributo da autoexecutorie-dade. Assim, a Administrao no necessita do auxlio do Judicirio, porm,

    deve ser precedida de regular processo administrativo.Nas palavras do insuspeitvel HELY LOPES MEIRELLES: no se con-

    funda autoexecutoriedade das sanes de polcia com punio sumria e semdefesa. A Administrao s pode aplicar sano sumariamente e sem defesa(principalmente as de interdio de atividades, apreenso ou destruio decoisas) nos casos urgentes que ponham em risco a segurana ou a sade pbli-ca ou quando se tratar de infrao instantnea surpreendida na sua flagrncia,aquela ou esta comprovada pelo respectivo auto de infrao, lavrado regular-mente. Nos demais casos, exige-se o processo administrativo correspondente,

    com plenitude de defesa ao acusado, para validade da sano imposta.

    VII coletar dados estatsticos e elaborar estudos sobre acidentes de trn-

    sito e suas causas, adotando ou indicando medidas operacionais preventivas e

    encaminhando-os ao rgo rodovirio federal;

    ComentrioNo deve o candidato confundir a atribuio que a PRF tem de informar

    os ndices de acidentes, ocorridos em rodovia federal, para o Denatran, a fim deorganizar as estatsticas gerais de acidente de