legislação - previdência social

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PREVIDÊNCIA SOCIAL 4

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Legislação - Previdência Social

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  • PREVIDNCIA SOCIAL

    4

  • Previdncia Social 107

    Captulo nico Previdncia Social

    Introduo: Seguridade Social

    Conforme determina o art. 194 da Constituio Federal, a Seguridade Social compreende um conjunto integrado de aes de iniciativa dos poderes pblicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos sade, previdncia e assistncia social.

    As aes e os servios pblicos de sade constituem um sistema nico, fi nanciado com recursos do oramento da Seguridade Social, da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos municpios. As instituies privadas podero participar de forma complementar do Sistema nico de Sade, mediante contrato de direito pblico ou convnio, tendo preferncia as entidades fi lantrpicas e as sem fi ns lucrativos.

    A Previdncia Social tambm integra a Seguridade Social e, de acordo com o art. 201 da Constituio Federal, ser organizada sob a forma de regime geral, de carter contributivo e de fi liao obrigatria, observados critrios que preservem seu equilbrio fi nanceiro e atuarial. A assistncia social, conforme estabelece o art. 203 da Constituio Federal, ser prestada a quem dela necessitar, independentemente de contribuio Seguridade Social, e tem por objetivos:a) a proteo famlia, maternidade, infncia, adolescncia e velhice;b) o amparo a crianas e adolescentes carentes;c) a promoo da integrao ao mercado de trabalho;d) a habilitao e reabilitao das pessoas portadoras de defi cincia e a

    promoo de sua integrao vida comunitria; ee) a garantia de um salrio mnimo de benefcio mensal pessoa portadora de

    defi cincia e ao idoso, que comprovem no possuir meios de prover a prpria manuteno ou t-la provida por sua famlia, conforme dispuser a lei.

    As aes governamentais na rea da assistncia social sero realizadas com recursos do oramento da Seguridade Social.

    Fontes de fi nanciamento da Seguridade Social

    O art. 195 da Constituio Federal determina que a Seguridade Social ser fi nanciada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos oramentos da Unio, dos Estados, do Distrito Federal, dos municpios e de contribuies sociais.

  • 108 Finanas Pblicas

    A Lei n 8.212, de 24.7.1991 (Lei Orgnica da Seguridade Social), estabelece que, no mbito federal, o oramento da Seguridade Social composto das seguintes receitas: a) receitas da Unio (impostos);b) receitas das contribuies sociais:

    b.1) das empresas, incidentes sobre a remunerao paga ou creditada aos segurados a seu servio e sobre faturamento e lucro (Cofi ns, PIS, CSLL);

    b.2) dos empregadores domsticos; b.3) dos trabalhadores, incidentes sobre seus salrios de contribuio;b.4) as incidentes sobre a receita de concursos de prognsticos;

    c) receitas de outras fontes.

    A contribuio da Unio constituda de recursos adicionais do Oramento Fiscal, fi xados obrigatoriamente na lei oramentria anual. O Tesouro Nacional repassar mensalmente recursos referentes s contribuies incidentes sobre faturamento e lucro das empresas e sobre a receita de concursos de prognsticos, destinados execuo do oramento da Seguridade Social.

    Constituem outras receitas da Seguridade Social:a) as multas, a atualizao monetria e os juros moratrios;b) a remunerao recebida por servios de arrecadao, fi scalizao e cobrana

    prestados a terceiros;c) as receitas provenientes de prestao de outros servios e de fornecimento ou

    arrendamento de bens;d) as demais receitas patrimoniais, industriais e fi nanceiras;e) as doaes, legados, subvenes e outras receitas eventuais;f) 50% dos valores obtidos e aplicados na forma do pargrafo nico do art. 243

    da Constituio Federal (bens de valor econmico apreendidos em decorrncia do trfi co ilcito de entorpecentes e drogas afi ns);

    g) 40% do resultado dos leiles dos bens apreendidos pela Receita Federal; eh) outras receitas previstas em legislao especfi ca.

    Reforma da Previdncia Social

    Legislao bsica: Emendas Constitucionais n 20, de 15.12.1998; n 41, de 19.12.2003; e n 47, de 5.7.2005; Leis Complementares n 108 e n 109, de 29.5.2001; Lei n 10.887, de 18.6.2004; Portaria do Ministrio da Previdncia e Assistncia Social n 4.882, de 16.12.1998.

    Comentrios Emenda Constitucional n 20/1998: a reforma da previdncia estabeleceu regras novas para a aposentadoria dos servidores pblicos e segurados

  • Previdncia Social 109

    do INSS Regime Geral da Previdncia Social (RGPS). A principal alterao foi a necessidade de se comprovar tempo de contribuio, extinguindo-se o critrio de aposentadoria por tempo de servio e a aposentadoria proporcional.

    Pela Emenda Constitucional n 20, de 15.12.1998, quem ingressar no servio pblico (titular de cargo efetivo) a partir de 16 de dezembro de 1998 ter direito aposentadoria:a) por invalidez permanente, sendo os proventos proporcionais ao tempo

    de contribuio, exceto se decorrente de acidente em servio, molstia profi ssional ou doena grave, contagiosa ou incurvel, especifi cada em lei;

    b) compulsria, aos setenta anos de idade, com proventos proporcionais ao tempo de contribuio;

    c) voluntria, desde que cumprido tempo mnimo de dez anos de efetivo exerccio no servio pblico e cinco anos no cargo efetivo em que se dar a aposentadoria, observadas as seguintes condies:c.1) sessenta anos de idade e 35 de contribuio, se homem; e 55 anos de

    idade e trinta de contribuio, se mulher, com proventos integrais;c.2) 65 anos de idade, se homem; e sessenta anos de idade, se mulher,

    com proventos proporcionais ao tempo de contribuio.

    O servidor que tenha preenchido os requisitos previstos no item c, mas no tenha cinco anos no cargo efetivo poder aposentar-se com a remunerao do cargo anteriormente ocupado, desde que tenha o tempo de cinco anos nesse cargo, cumulativamente com os demais requisitos.

    Os proventos de aposentadoria e as penses, por ocasio de sua concesso, no podero exceder remunerao do respectivo servidor no cargo efetivo em que se deu a aposentadoria ou que serviu de referncia para a concesso de penso e sero calculados com base na remunerao do servidor no cargo efetivo em que se der a aposentadoria.

    A Emenda Constitucional n 20 restringiu a aposentadoria especial aos professores que comprovarem, exclusivamente, tempo de efetivo exerccio das funes de magistrio na educao infantil e no ensino fundamental e mdio. Esses tero direito aposentadoria a que se refere o item c.1, a partir de 55 anos de idade e trinta anos de contribuio, se homem, e cinqenta anos de idade e 25 anos de contribuio, se mulher.

    No RGPS, a aposentadoria ficou assegurada se obedecidas as seguintes condies:a) 35 anos de contribuio, se homem; e trinta anos de contribuio, se

    mulher;b) 65 anos de idade, se homem; e sessenta anos de idade, se mulher, reduzido

    em cinco anos o limite para os trabalhadores rurais de ambos os sexos e

  • 110 Finanas Pblicas

    para os que exeram suas atividades em regime de economia familiar, neles includos o produtor rural, o garimpeiro e o pescador artesanal.

    O empregado e o servidor pblico que j contribuam para a previdncia antes da mudana da lei podero optar pela norma permanente (citada acima) ou pelas regras de transio, que asseguram o direito aposentadoria quando forem atendidos, cumulativamente, os seguintes requisitos:a) 53 anos de idade, se homem; e 48 anos de idade, se mulher;b) tempo de contribuio igual, no mnimo, soma de:

    b.1) 35 anos, se homem; e trinta anos, se mulher;b.2) um perodo adicional de contribuio equivalente a 20% do tempo

    que, em 16 de dezembro de 1998, faltaria para atingir o limite de tempo constante do item anterior.

    No caso do servidor pblico, exige-se, ainda, cinco anos de efetivo exerccio no cargo em que se dar a aposentadoria.

    Para os servidores pblicos e empregados que j haviam contribudo com o INSS na data da publicao da Emenda Constitucional n 20, foi assegurada aposentaria proporcional ao tempo de contribuio, quando atendidas as seguintes condies:a) 53 anos de idade, se homem; e 48 anos de idade, se mulher;b) tempo de contribuio igual, no mnimo, soma de:

    b.1) trinta anos, se homem; e 25 anos, se mulher;b.2) um perodo adicional de contribuio equivalente a 40% do tempo

    que, em 16 de dezembro de 1998, faltaria para atingir o limite de tempo constante do item b.1;

    c) os proventos da aposentadoria proporcional sero equivalentes a 60% do valor mximo que o servidor poderia obter, acrescidos de cinco por cento por ano de contribuio que supere a soma a que se refere o item a, at o limite de 100%.

    Os requisitos de idade e de tempo de contribuio reduzem-se em cinco anos para o professor que comprove, exclusivamente, tempo de efetivo exerccio das funes de magistrio na educao infantil e no ensino fundamental e mdio.

    Comentrios Emenda Constitucional n 41/2003: com a promulgao da Emenda Constitucional n 41, de 19.12.2003, foram introduzidas regras distintas para a aposentadoria dos servidores, de acordo com a poca de seu ingresso no setor pblico, conforme especifi cadas:

  • Previdncia Social 111

    1) Atuais servidores.1.1) servidores com direito adquirido: assegurada a concesso, a qualquer

    tempo, de aposentadoria integral ou proporcional aos servidores, bem como penso aos seus dependentes, que, at a data de publicao desta Emenda, tenham cumprido todos os requisitos para obteno desses benefcios, com base nos critrios da legislao ento vigente (Emenda Constitucional n 20/1998).

    A esses servidores fi ca assegurada a paridade entre a remunerao do cargo efetivo e os proventos da inatividade, que sero revistos na mesma proporo e na mesma data em que se modifi car a remunerao dos servidores em atividade, sendo tambm estendidos aos aposentados e pensionistas quaisquer benefcios ou vantagens posteriormente concedidos aos servidores em atividade, inclusive quando decorrentes da transformao ou reclassifi cao do cargo ou funo em que se deu a aposentadoria, ou que serviu de referncia para a concesso da penso.

    1.2) servidores sem direito adquirido: somente tero direito aposentadoria com proventos integrais, que correspondero totalidade da remunerao do servidor no cargo efetivo em que se der a aposentadoria, os servidores que vierem a preencher, cumulativamente, as seguintes condies:

    - sessenta anos (homem) e 55 anos (mulher); - 35 anos de contribuio (homem) e trinta anos (mulher); - vinte anos de servio pblico, dez anos de carreira e cinco anos de

    efetivo exerccio no cargo em que se der a aposentadoria.

    Nesse caso, os servidores perdem o direito paridade plena entre os ganhos do cargo efetivo e os proventos da inatividade, visto que o novo texto constitucional assegura, apenas, a reviso na mesma proporo e na mesma data, sempre que se modifi car a remunerao dos servidores em atividade, na forma da lei;

    1.3) servidores que ingressaram no servio pblico at a data de publicao da Emenda Constitucional n 20/1998 e no tenham adquirido o direito aposentadoria at a publicao da Emenda Constitucional n 41/2003: foi estabelecida regra de transio, segundo a qual o benefcio poder ser concedido quando forem cumpridos, cumulativamente, os seguintes requisitos:

    - 53 anos (homem) e 48 anos (mulher); - cinco anos de efetivo exerccio no cargo em que se der a

    aposentadoria; - tempo de contribuio de, no mnimo, 35 anos (homem) e trinta

    anos (mulher) e um adicional de 20% sobre o tempo que faltaria, em

  • 112 Finanas Pblicas

    15.12.1998, para completar o perodo de contribuio exigido (35/30 anos);

    - um redutor dos proventos de inatividade de 3,5% para cada ano de idade antecipado, em relao aos limites estabelecidos (60/55 anos), se pedir o benefcio at 31.12.2005, ou de 5% para cada ano antecipado, caso requeira aposentadoria a partir de 1 de janeiro de 2006. A antecipao mxima de sete anos e o valor que servir de base para a concesso do benefcio levar em considerao as contribuies previdencirias efetivamente feitas pelo servidor durante toda sua vida profi ssional, em regime prprio de previdncia, ou no regime geral de previdncia social. Nesse caso, o servidor tambm perde o direito paridade plena.

    2) Novos servidores: os servidores que ingressarem no servio pblico aps a publicao da Emenda Constitucional n 41/2003 tero direito aposentadoria:2.1) por invalidez permanente, com proventos proporcionais ao tempo de

    contribuio, exceto se decorrente de acidente em servio, molstia profi ssional ou doena grave, contagiosa ou incurvel;

    2.2) compulsoriamente, aos setenta anos de idade, com proventos proporcionais ao tempo de contribuio; e

    2.3) voluntariamente, desde que cumprido tempo mnimo de dez anos de efetivo exerccio no servio pblico e cinco anos no cargo efetivo em que se dar a aposentadoria, observadas as seguintes condies:

    - sessenta anos de idade e 35 de contribuio, se homem; e 55 anos de idade e trinta de contribuio, se mulher; e

    - 65 anos de idade, se homem; e sessenta anos, se mulher, com proventos proporcionais ao tempo de contribuio.

    A mudana relevante que houve em relao a esses servidores diz respeito ao trmino do direito aposentadoria integral (com proventos equivalentes ao valor da remunerao do cargo em que se deu a aposentadoria), pois o valor dos proventos ser calculado com base nas remuneraes utilizadas como base para as contribuies do servidor aos regimes de previdncia (regime prprio dos servidores pblicos e regime geral, se for o caso) ao longo de sua vida profi ssional, devidamente atualizadas, na forma que a lei estabelecer.

    Tambm foi extinta a paridade entre os proventos da inatividade e a remunerao do servidor ativo, ou seja, o reajuste do valor da aposentadoria dos novos servidores, a fi m de preservar-lhe, em carter permanente, o valor real, dar-se- conforme critrios estabelecidos em lei.

    3) Penses: deixam de ser equivalentes integralidade da remunerao do servidor ou dos proventos do aposentado e passam a ser iguais ao valor do limite mximo estabelecido para os benefcios do regime geral de previdncia

  • Previdncia Social 113

    social, acrescido de 70% da parcela que exceder esse limite.

    Como se observa, foi estabelecido um redutor de 30% incidente sobre a parcela da remunerao ou proventos do servidor que exceder o valor mximo estipulado para os benefcios do regime geral de previdncia social. O reajuste do benefcio dar-se- segundo critrios estabelecidos em lei.

    4) Contribuio previdenciria: o novo texto constitucional instituiu a cobrana de contribuio previdenciria dos servidores inativos e pensionistas, com alquota igual estabelecida para os servidores em atividade e duas bases de clculo distintas:4.1) para futuros aposentados e pensionistas, a contribuio incidir sobre

    a parcela que exceder o limite mximo estabelecido para os benefcios do regime geral de previdncia social;

    4.2) para atuais aposentados e pensionistas dos Estados, Distrito Federal e municpios, a contribuio incidir sobre a parcela que exceder 50% do limite mximo estabelecido para os benefcios do regime geral de previdncia social; para atuais aposentados e pensionistas da Unio, a contribuio incidir sobre a parcela que exceder 60% daquele limite. Essas regras alcanam no s aqueles que j recebiam o benefcio na data da publicao da EC n 41/2003, como tambm aqueles que j pos-suam, na referida data, direito adquirido ao benefcio, de acordo com o regime anterior.

    5) Tetos: a nova Emenda estabeleceu tetos distintos para as aposentadorias e penses, nas trs esferas de governo: a) para a Unio, o teto a remunerao de ministro do Supremo Tribunal

    Federal;b) para os Estados e o Distrito Federal, foram adotados tetos diferenciados:

    a remunerao do governador, no mbito do Poder Executivo; a remunerao dos deputados estaduais e distritais, no mbito do Poder Legislativo; e 90,25% da remunerao de ministro do Supremo Tribunal Federal, no mbito do Poder Judicirio;

    c) para os municpios, o teto a remunerao do Prefeito. 6) Alquotas: de acordo com o novo texto constitucional, a alquota de

    contribuio previdenciria instituda pelos Estados, Distrito Federal e municpios no poder ser inferior quela estabelecida pela Unio para seus servidores, ou seja, 11%;

    7) Abono de permanncia: o servidor que tiver cumprido, at a data de publicao da Emenda Constitucional n 41/2003, todos os requisitos para requerer aposentadoria (integral e proporcional) pela legislao ento vigente e optar por permanecer em atividade ter direito a um abono de permanncia equivalente contribuio previdenciria a que estaria sujeito, a ser pago at o momento da aposentadoria compulsria.

  • 114 Finanas Pblicas

    8) Regime de Previdncia Complementar: o regime de previdncia complementar dos servidores pblicos ser institudo por lei de iniciativa do respectivo Poder Executivo, por meio de entidades fechadas de previdncia complementar, de natureza pblica, que oferecero aos respectivos participantes planos de benefcios somente na modalidade de contribuio defi nida.

    9) Limite mximo de benefcio do RGPS: a reforma fi xou em R$2.400,00 o teto para os benefcios pagos pelo regime geral de previdncia social (INSS), devendo, a partir da data de publicao da Emenda n 41/2003, ser reajustado de forma a preservar, em carter permanente, seu valor real, atualizado pelos mesmos ndices aplicados aos benefcios do regime geral.

    Lei n 10.887, de 18.6.2004: dispe sobre a aplicao de dispositivos da Emenda Constitucional n 41/2003, a saber:

    a) contribuio dos inativos: os atuais aposentados e pensionistas de qualquer dos Poderes da Unio contribuiro, a partir de 21.5.2004, com 11% incidentes sobre a parcela dos proventos de aposentadorias e penses que exceder a R$1.440,00 (60% do limite mximo estabelecido para os benefcios do regime geral de previdncia social); no caso dos futuros inativos e pensionistas, a contribuio ser de 11% sobre o que exceder a R$2.400,00;

    b) contribuio do servidor ativo: a contribuio do servidor ativo, de qualquer

    dos Poderes da Unio, para a manuteno do respectivo regime prprio de previdncia social, ser de 11%, incidentes sobre a totalidade da base de contribuio, entendida como sendo o vencimento do cargo efetivo, acrescido das vantagens pecunirias permanentes estabelecidas em lei, os adicionais de carter individual ou quaisquer outras vantagens, excludas:b.1) as dirias para viagens; b.2) a ajuda de custo em razo de mudana de sede; b.3) a indenizao de transporte; b.4) o salrio-famlia; o auxlio-alimentao; o auxlio-creche; e b.5) o abono de permanncia.

    O servidor ocupante de cargo efetivo poder optar pela incluso, na base de contribuio, da parcela percebida em decorrncia do exerccio de cargo em comisso ou funo de confi ana para efeito de clculo do benefcio da aposentadoria, respeitada a limitao estabelecida de R$2.400,00;

    c) clculo das aposentadorias: as aposentadorias do servio pblico sero cal-culadas com base na mdia aritmtica simples das maiores remuneraes, utilizadas como base para as contribuies do servidor os regimes de pre-

  • Previdncia Social 115

    vidncia a que esteve vinculado, correspondentes a 80% de todo o perodo contributivo desde a competncia julho de 1994, ou desde a do incio da contribuio, se posterior quela competncia.

    Para a realizao desse clculo, as remuneraes consideradas sero corrigidas ms a ms, de acordo com a variao integral do ndice fi xado para a atualizao dos benefcios do regime geral da previdncia social (ndice Nacional de Preos ao Consumidor INPC, calculado pelo IBGE).

    As remuneraes consideradas no clculo da aposentadoria dos servidores no podero ser inferiores ao valor do salrio mnimo, nem superiores aos valores dos limites mximos de remunerao no servio pblico do respectivo ente ou do salrio-de-contribuio, quanto aos meses em que o servidor esteve vinculado ao regime geral de previdncia social;

    d) penses: o benefcio de penso por morte ter um desconto de 30% sobre o valor que exceder a R$2.400,00, limite mximo estabelecido para os benefcios do regime geral de previdncia social;

    e) contribuio patronal: a contribuio da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos municpios, includas suas autarquias e fundaes, aos respectivos regimes prprios de previdncia social no poder ser inferior ao valor da contribuio do segurado, nem superior ao dobro dessa contribuio. No caso da Unio, a contribuio ser de 22%, incidentes sobre a mesma base de clculo das contribuies dos respectivos servidores ativos, inativos e pensionistas, devendo o produto de sua arrecadao ser contabilizado em conta especfi ca.

    A Unio, os Estados, o Distrito Federal e os municpios so responsveis pela cobertura de eventuais insufi cincias fi nanceiras do respectivo regime prprio, decorrentes do pagamento de benefcios previdencirios.

    Os Estados, o Distrito Federal e os municpios encaminharo ao Ministrio da Previdncia Social demonstrativo das receitas e despesas do respectivo regime prprio, correspondente a cada bimestre;

    f) abono de permanncia: o servidor ocupante de cargo efetivo, que tenha completado as exigncias para aposentadoria voluntria e que opte por permanecer em atividade, far jus a abono de permanncia equivalente ao valor da sua contribuio previdenciria, at completar as exigncias para aposentadoria compulsria;

    g) alquotas: as alquotas de contribuio dos servidores ativos dos Estados, Distrito Federal e municpios para os respectivos regimes prprios de previdncia social no sero inferiores s dos servidores da Unio; no caso das contribuies de aposentados e pensionistas, devero ser aplicadas as mesmas alquotas vigentes para os servidores em atividade.

  • 116 Finanas Pblicas

    Reforma da Previdncia: cobrana da contribuio previdenciria dos servidores inativos e pensionistas da Unio, Estados, Distrito Federal e municpios

    Em reunio realizada em 18.8.2004, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu pela constitucionalidade da taxao dos servidores inativos, mantendo a cobrana da contribuio previdenciria de aposentados e pensionistas da Unio, Estados, Distrito Federal e municpios, instituda pela Emenda Constitucional n 41/2003. O STF elevou a faixa de iseno, estabelecendo que a alquota de 11% incidir sobre os proventos e penses que excederem o teto fi xado para os benefcios pagos pelo INSS aos trabalhadores da iniciativa privada e uniformizou o valor a ser pago nos trs entes federados.

    Pela Reforma da Previdncia, a contribuio incidiria sobre a parcela dos proventos e penses que excedesse a 50% do teto fi xado para os benefcios do INSS para os servidores dos Estados, do Distrito Federal e dos municpios e a 60% do teto para os servidores da Unio.

    Comentrios Emenda Constitucional n 47/2005: o Congresso Nacional promulgou a Emenda Constitucional n 47, conhecida como Proposta de Emenda Constitucional (PEC) paralela, que restituiu alguns benefcios para a aposentadoria dos servidores pblicos, retirados pela reforma previdenciria de dezembro de 2003.

    O texto foi aprovado aps um acordo das lideranas partidrias, no sentido de retirar da proposta itens considerados polmicos, que retornaro Cmara dos Deputados, integrando nova proposta de emenda Constituio.

    A Emenda Constitucional n 47/2005 estabeleceu:a) a paridade salarial para os servidores que se aposentarem segundo os critrios

    da Emenda Constitucional n 41/2003, ou seja, reajustes salariais nas mesmas propores e na mesma data que os concedidos aos funcionrios em atividade, desde que o servidor preencha, cumulativamente, os seguintes requisitos:- trinta e cinco anos de contribuio, se homem; e trinta anos, se mulher;- idade mnima de sessenta anos (homem) e 55 anos (mulher); e- vinte anos no servio pblico, dez anos na carreira e cinco anos no cargo

    em que se der a aposentadoria. a.1) os pensionistas desses aposentados, no entanto, no tero direito

    paridade no reajuste das penses, fi cando a matria para ser includa na nova proposta de emenda constitucional do Senado Federal, que ser encaminhada Cmara dos Deputados;

    b) uma regra de transio, voltada para os servidores que ingressaram muito cedo no servio pblico. Pela regra, os servidores admitidos at 16 de dezembro de 1998 podero se aposentar com proventos integrais, desde

  • Previdncia Social 117

    que satisfaam, cumulativamente, as seguintes exigncias:- idade mnima resultante da reduo, relativamente aos limites de sessenta

    anos de idade para homens e de 55 anos de idade para mulheres, de um ano de idade para cada ano de contribuio que exceder 35 anos de contribuio, se homens; e trinta anos de contribuio, se mulheres; e

    - 25 anos de exerccio no servio pblico, quinze anos de carreira e cinco anos no cargo em que se der a aposentadoria.

    b.1) os proventos de aposentadoria concedida com base na regra de transio sero reajustados nas mesmas propores e na mesma data que os concedidos aos funcionrios em atividade (paridade), observando-se igual critrio de reviso s penses derivadas dos proventos de servidores que tenham se aposentado em conformidade com as regras de transio;

    c) que o sistema especial de incluso previdenciria para atender a trabalhadores de baixa renda e queles sem renda prpria, que se dediquem exclusivamente ao trabalho domstico, no mbito de sua residncia, desde que pertencentes a famlias de baixa renda, garantindo-lhes acesso a benefcios de valor igual a um salrio mnimo, ser objeto de legislao especfi ca. c.1) o referido sistema ter alquotas e carncias inferiores s vigentes para

    os demais segurados do regime geral de previdncia social;d) que no ser permitida a adoo de requisitos e critrios diferenciados para

    a concesso de aposentadorias, ressalvados os casos de servidores:- portadores de defi cincia; - que exeram atividades de risco; e - cujas atividades sejam exercidas sob condies especiais, que

    prejudiquem a sade ou a integridade fsica, nos termos defi nidos em lei complementar;

    e) que a contribuio previdenciria de aposentados portadores de doenas incapacitantes incidir apenas sobre as parcelas de proventos de aposentadoria e de penso que superem o dobro do limite mximo estabelecido para os benefcios do regime geral de previdncia social; e

    f) que as contribuies do empregador, para o fi nanciamento da Seguridade Social, podero ter alquotas ou bases de clculo diferenciadas, em razo da atividade econmica, da utilizao intensiva de mo-de-obra, do porte da empresa ou da condio estrutural do mercado de trabalho.

    A nova proposta de emenda constitucional oriunda dos itens da PEC paralela alterados pelo Senado estabelece:a) a criao dos subtetos salariais nos governos estaduais e nas prefeituras.

    Como os deputados haviam acrescentado os delegados, advogados e fi scais tributrios no subteto do poder judicirio, retirando-os do subteto do governador, o Senado Federal suprimiu essa parte e manteve o texto original da PEC paralela, de dezembro de 2003, ou seja: - no executivo estadual, o subteto ser o salrio do governador, que, por

    sua vez, no poder exceder ao do desembargador;

  • 118 Finanas Pblicas

    - no judicirio estadual, o subteto ser o salrio do desembargador, o qual, por sua vez, equivale a 90,25% do salrio de ministro do STF;

    - no legislativo estadual, o subteto ser o salrio do deputado estadual; e- no municpio, o do prefeito;

    b) que os pensionistas do servio pblico (de servidores aposentados segundo as regras da Emenda Constitucional n 41/2003) tenham igualmente a paridade salarial, ou seja, reajustes de penses nas mesmas propores que os servidores em atividade.

    Previdncia complementar da Unio, dos Estados, dos municpios e do Distrito Federal

    Legislao bsica: Lei Complementar n 108, de 29.5.2001.

    Comentrios: a Lei Complementar n 108/2001, que disciplina a relao entre Unio, Estados, municpios e Distrito Federal, e suas respectivas entidades de previdncia complementar, tem como pontos principais:a) os planos de benefcios de prestao programada (exceto benefcios de

    risco e penso por morte) tero carncia mnima de sessenta contribuies mensais;

    b) o vnculo com o patrocinador cessar;c) os reajustes dos benefcios sero efetuados segundo critrios estabelecidos

    nos regulamentos dos planos;d) a contribuio do patrocinador no exceder do participante;e) o plano ser revisto a cada dois anos, com vistas ao ajuste atuarial;f) as empresas no podero repassar aos benefcios ganhos de produtividade,

    abonos e vantagens de qualquer natureza.

    Previdncia complementar no mbito das entidades fechadas

    Legislao bsica: Lei Complementar n 109, de 29.5.2001; e Decreto n 4.206, de 23.4.2002.

    Comentrios: a Lei Complementar n 109/2001, que dispe sobre o regime de previdncia complementar operado por entidades fechadas, organizado de forma autnoma em relao ao regime geral de previdncia social, facultativo e baseado na constituio de reservas que garantam o benefcio, contemplou as seguintes inovaes:a) criou a fi gura do instituidor, permitindo a entidades de classe, sindicatos

    e conselhos profissionais a formao de fundos de penso para seus associados;

  • Previdncia Social 119

    b) instituiu a portabilidade, ou seja, a possibilidade de o montante das contribuies transitar entre os diversos fundos, a cada mudana de vnculo empregatcio;

    c) permitiu a capitalizao dos valores recolhidos ao fundo aps a perda do vnculo empregatcio;

    d) regulamentou a contribuio defi nida e o benefcio defi nido;e) revogou as Leis n 6.435, de 15.7.1977, e n 6.462, de 9.11.1977.

    O Decreto n 4.206/2002, que regulamenta o regime de previdncia complementar, estabeleceu:a) excluso da exigncia de idade mnima para aposentadoria de quem fi liado a fundos de penso. Pela regra anterior, quem pagava previdncia complementar s poderia receber o benefcio depois de completar sessenta anos. Agora, o momento da aposentadoria ser livremente acertado entre o fundo de penso e o segurado;

    b) permisso de mudana de um tipo de plano para outro (benefcio defi nido ou contribuio defi nida);

    c) aumento do poder de interveno do governo sobre os fundos, quando no houver entendimento entre os representantes dos patrocinadores e dos segurados;

    d) criao da fi gura de um administrador especial, que poder ser nomeado pelo governo no caso de ocorrerem problemas com as reservas dos fundos;

    e) aplicao de penalidades administrativas para dirigentes e fundos que cometerem irregularidades, e aumento dos valores das multas aplicadas aos fundos em caso de irregularidades.

    Fator previdencirio

    Legislao bsica: Lei n 9.876, de 26.11.1999.

    Comentrios: a referida lei alterou o clculo da aposentadoria dos trabalhadores do setor privado e criou o fator previdencirio, com o objetivo de difi cultar a aposentadoria precoce do trabalhador. O fator ser implantado gradualmente num prazo de cinco anos, e seu clculo leva em considerao a expectativa de vida do trabalhador, a idade e o tempo de contribuio. Para as mulheres e os professores dos nveis fundamental e mdio, foi includo um bnus de cinco anos a mais no tempo de contribuio.

    garantido ao segurado que at o dia anterior data de publicao desta lei tenha cumprido os requisitos para a concesso de benefcio o clculo segundo as regras at ento vigentes. Da mesma forma, garantida ao segurado com direito aposentadoria por idade a opo pela no-aplicao do fator previdencirio a que se refere o art. 29 da Lei n 8.213, de 24.7.1991, com a redao dada por esta lei.

  • 120 Finanas Pblicas

    Esta lei entra em vigor na data de sua publicao, produzindo efeitos, quanto majorao de contribuio e ao disposto no 4 do art. 30 da Lei n 8.212, de 24.7.1991, com a redao dada por esta lei, a partir do dia primeiro do ms seguinte ao nonagsimo dia daquela publicao, sendo mantida, at essa data, a obrigatoriedade dos recolhimentos praticados na forma da legislao anterior.

    Com esta lei, revogam-se a Lei Complementar n 84, de 18 de janeiro de 1996, os incisos III e IV do art. 12 e o art. 29 da Lei n 8.212, de 24 de julho de 1991, os incisos III e IV do art. 11, o 1 do art. 29 e o pargrafo nico do art. 113 da Lei n 8.213, de 24 de julho de 1991.

    Entidades de Previdncia Privada

    Legislao bsica: Lei n 6.435, de 15.7.1977; Lei n 8.020, de 12.4.1990; Decretos n 81.240, de 20.1.1978; n 606, de 20.7.1992; e n 3.721, de 8.1.2001.

    Ementa: a Lei n 8.020/1990 dispe sobre as relaes entre entidades fechadas de previdncia privada e suas patrocinadoras, no mbito da administrao pblica federal, enquanto o Decreto n 606/1992 regulamenta essas disposies.

    As entidades de previdncia privada so as que tm por objeto instituir planos privados de concesso de peclios ou de rendas, de benefcios complementares ou assemelhados aos da previdncia social, mediante contribuio de seus participantes, dos respectivos empregados ou de ambos. Considera-se participante o associado, segurado ou benefi cirio includo nos planos acima mencionados.

    A constituio, a organizao e o funcionamento de entidades de previdncia privada dependem de prvia autorizao do Governo Federal, ficando subordinadas s disposies da Lei n 6.435/1977.

    As entidades de previdncia privada so classifi cadas:a) de acordo com a relao entre a entidade e os participantes dos planos de

    benefcios, em:a.1) fechadas, quando acessveis exclusivamente aos empregados de uma

    s empresa ou de um grupo de empresas, as quais sero denominadas patrocinadoras;

    a.2) abertas, as demais;b) de acordo com seus objetivos, em:

    b.1) entidades de fi ns lucrativos;b.2) entidades sem fi ns lucrativos.

  • Previdncia Social 121

    Entidades Fechadas de Previdncia Privada

    Legislao bsica: Leis n 6.435, de 15.7.1977; e n 8.020, de 12.4.1990; e Decretos n 81.240, de 20.1.1978; e n 3.721, de 8.1.2001.

    Comentrios: a legislao em vigor estabelece que entidades fechadas de previdncia privada so as que tm por objeto instituir planos privados de concesso de peclios ou de rendas, de benefcios complementares ou assemelhados aos da previdncia social, mediante contribuio de seus participantes, dos respectivos empregadores ou de ambos.

    Considera-se participante o associado, segurado ou benefi cirio, includo nos planos a que se refere a Lei n 6.435/1977.

    A ao do poder pblico ser exercida com o objetivo de:a) proteger os interesses dos participantes dos planos de benefcios;b) determinar padres mnimos adequados de segurana econmico-fi nanceira,

    para preservao da liquidez e da solvncia dos planos de benefcios, isoladamente, e da entidade de previdncia privada, em seu conjunto;

    c) disciplinar a expanso dos planos de benefcios, propiciando condies para sua integrao no processo econmico e social do pas;

    d) coordenar as atividades reguladas pela Lei n 6.435/1977 com as polticas de desenvolvimento social e econmico-fi nanceiras do Governo Federal.

    Entidades Abertas de Previdncia Privada

    Legislao bsica: Lei n 6.435, de 15.7.1977; e Decretos n 81.240, de 20.1.1978; e n 3.721, de 8.1.2001.

    Comentrios: o segmento aberto de previdncia privada est constitudo por entidades sem fi ns lucrativos e entidades com fi ns lucrativos, organizadas, respectivamente, sob a forma de sociedades civis e de sociedades annimas. A elas juntaram-se as companhias seguradoras, autorizadas a operar no mercado previdencirio.

    Lei da Previdncia Pblica

    Legislao bsica: Lei n 9.717, de 27.11.1998.

    Comentrios: os regimes prprios de previdncia social dos servidores pblicos da Unio, dos estados, do Distrito Federal e dos municpios, e dos militares dos estados e do Distrito Federal devem ser organizados baseados em normas gerais de contabilidade e aturia, de modo a garantir o seu equilbrio fi nanceiro e atuarial.

  • 122 Finanas Pblicas

    No caso dos estados, do Distrito Federal e dos municpios, constitui requisito, dentre outros, para organizao e funcionamento de regime prprio de previdncia social dos servidores pblicos e dos militares, ter receita diretamente arrecadada superior, no caso dos estados, s transferncias constitucionais da Unio e, no caso dos municpios, s transferncias dos estados.

    A contribuio da Unio, dos estados, do Distrito Federal e dos municpios, aos respectivos regimes prprios de previdncia social dos servidores pblicos e dos militares, no poder exceder, a qualquer ttulo, o dobro da contribuio do segurado.

    A despesa lquida com pessoal inativo e pensionistas dos regimes prprios de previdncia social dos servidores pblicos e dos militares de cada um dos entes estatais no poder exceder a doze por cento de sua receita corrente lquida em cada exerccio fi nanceiro, sendo a receita corrente lquida calculada conforme a Lei Complementar n 101 (LRF), de 4.5.2000. Despesa lquida a diferena entre a despesa total com pessoal inativo e pensionistas dos regimes prprios de previdncia social dos servidores e dos militares de cada um dos entes estatais e a contribuio dos respectivos segurados.

    As contribuies dos servidores pblicos e militares federais, estaduais e municipais e dos militares dos estados, do Distrito Federal, inativos e pensionistas para os respectivos regimes prprios de previdncia social, fi xadas por critrios defi nidos em lei, so feitas por alquotas no superiores s aplicadas aos servidores ativos do respectivo ente estatal.

    Os regimes prprios de previdncia social dos servidores pblicos da Unio, dos estados, do Distrito Federal e dos municpios, e dos militares dos estados e do Distrito Federal no podero conceder benefcios distintos dos previstos no RGPS, salvo disposio em contrrio da Constituio Federal.

    O descumprimento do disposto na Lei n 9.717, de 27.11.1998, pelos estados, Distrito Federal e municpios e pelos respectivos fundos, implicar, a partir de 1 de julho de 1999:a) suspenso das transferncias voluntrias de recursos pela Unio;b) impedimento para celebrar acordos, contratos, convnios ou ajustes, bem

    como para receber emprstimos, fi nanciamentos, avais e subvenes em geral de rgos ou entidades da administrao direta e indireta da Unio;

    c) suspenso de emprstimos e fi nanciamentos por instituies fi nanceiras.

  • Previdncia Social 123

    Compensao Financeira entre o Regime Geral de Previdncia Social e os Regimes de Previdncia dos Servidores Pblicos

    Legislao bsica: Lei n 9.796, de 5.5.1999; e Decreto n 3.112, de 6.7.1999 (regulamento).

    Comentrios: a compensao fi nanceira entre o RGPS e os regimes prprios de previdncia social dos servidores da Unio, dos estados, do Distrito Federal e dos municpios, na hiptese de contagem recproca de tempos de contribuio, obedecer s disposies da Lei n 9.796.

    O RGPS como regime instituidor tem direito de receber de cada regime de origem compensao financeira. Regime de origem o regime previdencirio ao qual o segurado ou servidor pblico esteve vinculado sem que dele receba aposentadoria ou tenha gerado penso para seus dependentes. Regime instituidor o regime previdencirio responsvel pela concesso e pelo pagamento de benefcio de aposentadoria ou penso dela decorrente a segurado ou servidor pblico ou a seus dependentes com cmputo de tempo de contribuio no mbito do regime de origem.

    Os regimes prprios de previdncia de servidores da Unio, dos estados, do Distrito Federal e dos municpios so considerados regime de origem, quando o RGPS for o regime instituidor.

    Cada regime de origem deve pagar ao RGPS, para cada ms de competncia do benefcio, o valor resultante da multiplicao da renda mensal do benefcio pelo percentual do tempo de servio total do segurado correspondente ao tempo de contribuio no mbito daquele regime de origem.

    A compensao fi nanceira referente a cada benefcio no poder exceder o resultado da multiplicao do percentual obtido no pargrafo anterior pela mesma renda mensal do maior benefcio da mesma espcie pago diretamente pelo regime de origem.

    Cada regime prprio de previdncia de servidor pblico tem direito, como regime instituidor, de receber do RGPS, enquanto regime de origem, compensao fi nanceira.

    Com base nas seguintes informaes: identifi cao do servidor pblico; valor dos proventos da aposentadoria ou penso dela decorrente e a data de incio do benefcio; o tempo de servio total do servidor e o correspondente ao tempo de contribuio ao RGPS, apresentados pelo regime instituidor ao RGPS, este efetua o clculo da renda mensal do benefcio segundo as suas normas.

  • 124 Finanas Pblicas

    A compensao devida pelo RGPS equivalente multiplicao do montante especifi cado pelo percentual correspondente ao tempo de contribuio ao RGPS no tempo de servio total do servidor pblico.

    Previdncia do Setor Rural

    Legislao bsica: Lei n 10.256, de 9.7.2001.

    Comentrios: a referida lei estabelece regras para a contribuio do produtor rural (pessoa jurdica) e do empregador rural (pessoa fsica e jurdica) Previdncia.

    A lei fi xa, ainda, alquotas de contribuio do produtor e do empregador rural ao Servio Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), criado pela Lei n 8.315, de 23 de dezembro de 1991.

    Regulamento da Previdncia Social

    O Decreto n 3.048, de 6.5.1999, regulamenta as Leis n 8.212 e n 8.213, ambas de 24.7.1991, que dispem, respectivamente, sobre planos de custeio e de benefcios da Previdncia Social. O regulamento, com 381 artigos, tem a seguinte estrutura:

    1. Livro I: da fi nalidade e dos princpios bsicos (artigos 1 a 5) 1.1. Ttulo I: da seguridade social 1.2. Ttulo II: da sade 1.3. Ttulo III: da assistncia social 1.4. Ttulo IV: da previdncia social

    2. Livro II: dos benefcios da previdncia social (artigos 6 a 193) 2.1. Ttulo I: dos regimes da previdncia social 2.2. Ttulo II: do regime geral de previdncia social 2.2.1. Captulo I: dos benefcios 2.2.1.1. Seo I: dos segurados 2.2.1.1.1. Subseo nica: da manuteno e da perda da qualidade de

    segurado 2.2.1.2. Seo II: dos dependentes 2.2.1.3. Seo III: das inscries 2.2.1.3.1. Subseo I: do segurado 2.2.1.3.2. Subseo II: do dependente 2.2.2. Captulo II: das prestaes em geral 2.2.2.1. Seo I: das espcies de prestao 2.2.2.2. Seo II: da carncia

  • Previdncia Social 125

    2.2.2.3. Seo III: do salrio-de-benefcio 2.2.2.4. Seo IV: da renda mensal do benefcio 2.2.2.5. Seo V: do reajustamento do valor do benefcio 2.2.2.6. Seo VI: dos benefcios 2.2.2.6.1. Subseo I: da aposentadoria por invalidez 2.2.2.6.2. Subseo II: da aposentadoria por idade 2.2.2.6.3. Subseo III: da aposentadoria por tempo de contribuio 2.2.2.6.4. Subseo IV: da aposentadoria especial 2.2.2.6.5. Subseo V: do auxlio-doena 2.2.2.6.6. Subseo VI: do salrio-famlia 2.2.2.6.7. Subseo VII: do salrio-maternidade 2.2.2.6.8. Subseo VIII: do auxlio-acidente 2.2.2.6.9. Subseo IX: da penso por morte 2.2.2.6.10. Subseo X: do auxlio recluso 2.2.3. Captulo III: do reconhecimento da fi liao 2.2.3.1. Seo nica: do reconhecimento do tempo de fi liao 2.2.3.1.1. Subseo I: da indenizao 2.2.3.1.2. Subseo II: da retroao da data do incio das

    contribuies 2.2.4. Captulo IV: da contagem recproca de tempo de contribuio 2.2.5. Captulo V: da habilitao e da reabilitao profi ssional 2.2.6. Captulo VI: da justifi cao administrativa 2.2.7. Captulo VII: das disposies diversas relativas s prestaes do

    regime geral de previdncia social 2.2.8. Captulo VIII: das disposies transitrias relativas s prestaes do

    regime geral de previdncia social

    3. Livro III: do custeio da seguridade social (artigos 194 a 278) 3.1. Ttulo I: do fi nanciamento da seguridade social 3.1.1. Captulo I: introduo 3.1.2. Captulo II: da contribuio da Unio 3.1.3. Captulo III: da contribuio do segurado 3.1.3.1. Seo I: da contribuio do segurado empregado, empregado

    domstico e trabalhador avulso 3.1.3.2. Seo II: da contribuio do segurado empresrio, facultativo

    e trabalhador autnomo 3.1.3.3. Seo III: da contribuio do produtor rural pessoa fsica e do

    segurado especial 3.1.4. Captulo IV: das contribuies da empresa e do empregador

    domstico 3.1.4.1. Seo I: das contribuies da empresa 3.1.4.2. Seo II: da iseno de contribuies 3.1.4.3. Seo III: da contribuio do empregador domstico 3.1.5. Captulo V: da contribuio sobre a receita de concursos de

    prognsticos 3.1.6. CaptuloVI: das outras receitas da seguridade social

  • 126 Finanas Pblicas

    3.1.7. Captulo VII: do salrio-de-contribuio 3.1.8. Captulo VIII: da arrecadao e recolhimento das contribuies 3.1.8.1. Seo I: das normas gerais de arrecadao 3.1.8.2. Seo II: da reteno e da responsabilidade solidria 3.1.8.3. Seo III: das obrigaes acessrias 3.1.8.4. Seo IV: da competncia para arrecadar, fi scalizar e cobrar 3.1.8.5. Seo V: do exame da contabilidade 3.1.8.6. Seo VI: das contribuies e outras importncias no recolhidas

    at o vencimento 3.1.8.7. Seo VII: da restituio e da compensao de contribuies e

    outras importncias 3.1.8.8. Seo VIII: do reembolso de pagamento 3.1.9. Captulo IX: da matrcula da empresa 3.1.10. Captulo X: da prova de inexistncia do dbito 3.2. Ttulo II: das disposies diversas relativas ao custeio da seguridade

    social

    4. Livro IV: das penalidades em geral (artigos 279 a 293) 4.1. Ttulo I: das restries 4.2. Ttulo II: das infraes e das penalidades 4.2.1. Captulo I: dos crimes 4.2.2. Captulo II: da apreenso de documentos 4.2.3. Captulo III: das infraes 4.2.4. Captulo IV: das circunstncias agravantes da penalidade 4.2.5. Captulo V: da gradao das multas

    5. Livro V: da organizao da seguridade social (artigos 294 a 335) 5.1. Ttulo I: do sistema nacional da seguridade social 5.1.1. Captulo nico: dos rgos colegiados 5.1.1.1. Seo I: do Conselho Nacional de Previdncia Social 5.1.1.2. Seo II: do Conselho de Recursos da Previdncia Social 5.1.1.2.1. Subseo I: da composio 5.1.1.2.2. Subseo II: dos recursos 5.2. Ttulo II: dos convnios, contratos, credenciamentos e acordos 5.3. Ttulo III: da divulgao dos atos e decises da previdncia social 5.4. Ttulo IV: das disposies diversas relativas organizao da seguridade

    social

    6. Livro VI: das disposies gerais (artigos 336 a 381)

    O regulamento da previdncia aprovado por este Decreto consolida as disposies pertinentes ao tema, tratadas pelos seguintes normativos:

    Emenda Constitucional n 20, de 15.12.1998 Modifi ca o sistema de previdncia social, estabelece normas de transio e d outras providncias.

  • Previdncia Social 127

    Lei Complementar n 84, de 18.1.1996 Institui fonte de custeio para a manuteno da Seguridade Social, na forma do pargrafo 4 do art. 195 da Constituio Federal, e d outras providncias.

    Lei n 8.212, de 24.7.1991 Dispe sobre a organizao da Seguridade Social, institui Plano de Custeio e d outras providncias.

    Lei n 8.213, de 24.7.1991 Dispe sobre os Planos de Benefcios da Previdncia Social e d outras providncias.

    Lei n 8.383, de 30.12.1991 Institui a Ufi r. Os arts. 52, 59 e 66 dispem sobre o prazo de pagamento das contribuies previdencirias, multas e juros de moras, e compensao de valores pagos a maior.

    Lei n 8.436, de 25.6.1992 Dispe, em seu art. 6, que constitui receita da seguridade social a renda lquida de concursos e prognsticos.

    Lei n 8.540, de 22.12.1992 Dispe sobre a contribuio do empregador rural para a seguridade social e determina outras providncias, alterando dispositivos das Leis n 8.212/1991 e n 8.315/1991.

    Lei n 8.542, de 23.12.1992 Dispe sobre a poltica nacional de salrios e d outras providncias. O art. 10 trata de benefcios de prestao continuada da Previdncia Social.

    Lei n 8.647, de 13.4.1993 Dispe sobre a vinculao do servidor pblico civil, ocupante de cargo em comisso sem vnculo efetivo com a Administrao Pblica Federal, ao RGPS e d outras providncias.

    Lei n 8.742, de 7.12.1993 Dispe sobre a organizao da Assistncia Social e d outras providncias.

    Lei n 8.861, de 25.3.1994 D nova redao aos arts. 387 e 392 da Consolidao das Leis do Trabalho (CLT), altera os arts. 12 e 25 da Lei n 8.212/1991, e os arts. 39, 71, 73 e 106 da Lei n 8.213/1991, todos pertinentes licena-maternidade.

    Lei n 8.864, de 28.3.1994 Estabelece normas para as microempresas e Empresas de Pequeno Porte, relativas ao tratamento diferenciado e simplifi cado, nos campos administrativo, fi scal, previdencirio, trabalhista, creditcio e de desenvolvimento empresarial (art. 179 da Constituio Federal).

    Lei n 8.880, de 27.5.1994 Dispe sobre o Programa de Estabilizao Econmica e o Sistema Monetrio Nacional, institui a URV e d outras providncias. Os arts. 20 e 21 dispem de questes pertinentes a benefcios mantidos pela Previdncia Social, contribuies etc. e sua converso para URV.

  • 128 Finanas Pblicas

    Lei n 9.129, de 20.11.1995 Autoriza o parcelamento do recolhimento de contribuies previdencirias devidas pelos empregadores em geral, na forma que especifi ca, e determina outras providncias.

    Lei n 9.476, de 23.7.1997 Altera dispositivos da Lei n 8.212/1991, que dispe sobre a organizao da Seguridade Social, institui o Plano de Custeio e d outras providncias.

    Lei n 9.506, de 30.10.1997 Extingue o Instituto de Previdncia dos Congressistas (IPC) e d outras providncias.

    Lei n 9.676, de 30.6.1998 Dispe sobre a periodicidade de recolhimento das contribuies previdencirias arrecadadas pelo INSS.

    Lei n 9.717, de 27.11.1998 Dispe sobre regras gerais para a organizao e o funcionamento dos regimes prprios de previdncia social dos servidores pblicos da Unio, dos estados e dos municpios, e dos militares dos Estados e do Distrito Federal, e d outras providncias.

    Lei n 9.720, de 30.11.1998 D nova redao a dispositivos da Lei n 8.742, de 7.12.1993, que dispe sobre a organizao da Assistncia Social e d outras providncias.

    Com este regulamento, fi cam revogados os Decretos: no 33.335, de 20.7.1953; no 36.911, de 15.2.1955; no 65.106, de 5.9.1969; no 69.382, de 19.10.1971; no 72.771, de 6.9.1973; no 73.617, de 12.2.1974; no 73.833, de 13.3.1974; no 74.661, de 7.10.1974; no 75.478, de 14.3.1975; no 75.706, de 8.5.1975; no 75.884, de 19.6.1975; no 76.326, de 23.9.1975; no 77.210, de 20.2.1976; no 79.037, de 24.12.1976; no 79.575, de 26.4.1977; no 79.789, de 7.6.1977; no 83.080, de 24.1.1979; no 83.081, de 24.1.1979; no 85.745, de 23.2.1981; no 85.850, de 30.3.1981; no 86.512, de 29.10.1981; no 87.374, de 8.7.1982; no 87.430, de 28.7.1982; no 88.353, de 6.6.1983; no 88.367, de 7.6.1983; no 88.443, de 29.6.1983; no 89.167, de 9.12.1983; no 89.312, de 23.1.1984; no 90.038, de 9.8.1984; no 90.195, de 12.9.1984; no 90.817, de 17.1.1985; no 91.406, de 5.7.1985; no 92.588, de 25.4.1986; no 92.700, de 21.5.1986; no 92.702, de 21.5.1986; no 92.769, de 10.6.1986; no 92.770, de 10.6.1986; no 92.976, de 22.6.1986; no 94.512, de 24.6.1987; no 96.543, de 22.8.1988; no 96.595, de 25.8.1988; no 98.376, de 7.11.1989; no 99.301, de 15.6.1990; no 99.351, de 27.6.1990; no 1.197, de 14.7.1994; no 1.514, de 5.6.1995; no 1.826, de 29.2.1996; no 1.843, de 25.3.1996; no 2.172, de 5.3.1997; no 2.173, de 5.3.1997; no 2.342, de 9.10.1997; no 2.664, de 10.7.1998; no 2.782, de 14.9.1998; no 2.803, de 20.10.1998; no 2.924, de 5.1.1999; e no 3.039, de 28.4.1999.

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