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MULTIMIDIA LEGISLAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO DO RIO DE JANEIRO A AUTONOMIA DO MINISTÉRIO PÚBLICO GARANTIAS DOS MEMBROS DO MINISTÉRIO PÚBLICO CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 CAPÍTULO IV DAS FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA SEÇÃO I DO MINISTÉRIO PÚBLICO Art. 127. O Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis. ............................................................................. ............................................................................. .................... § 2º. Ao Ministério Público é assegurada autonomia funcional e administrativa, podendo, observado o disposto no artigo 169, propor ao Poder Legislativo a criação e extinção de seus cargos e serviços auxiliares, provendo-os por concurso público de provas ou de provas e títulos, a política remuneratória e os planos de carreira; a lei disporá sobre sua organização e funcionamento. (Redação dada ao parágrafo pela Emenda Constitucional nº 19/98) 1- AUTONOMIA Distinção necessária entre autonomia e soberania . A idéia de soberania indica o poder de estabelecer a normatização a ser seguida em determinado território, sem que haja qualquer relação de subordinação a um estamento superior, bem como a aptidão do Estado em se relacionar com o demais na esfera internacional em uma posição de igualdade, ao menos jurídica. A soberania, em seu conceito clássico , que pouco a pouco vem sendo atenuado com a globalização e o imperativo respeito aos direitos fundamentais do homem, era qualificada como absoluta, originária, perpétua, inalienável, imprescindível e indivisível. Diversamente da soberania, a autonomia não apresenta qualquer característica de originariedade, tendo os

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LEGISLAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO DO RIO DE JANEIRO

A AUTONOMIA DO MINISTÉRIO PÚBLICO

GARANTIAS DOS MEMBROS DO MINISTÉRIO PÚBLICO

CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988CAPÍTULO IV

DAS FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇASEÇÃO I

DO MINISTÉRIO PÚBLICO

Art. 127. O Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis.

........................................................................................................................................................................

......§ 2º. Ao Ministério Público é assegurada autonomia funcional e administrativa, podendo, observado o disposto no artigo 169, propor ao Poder Legislativo a criação e extinção de seus cargos e serviços auxiliares, provendo-os por concurso público de provas ou de provas e títulos, a política remuneratória e os planos de carreira; a lei disporá sobre sua organização e funcionamento. (Redação dada ao parágrafo pela Emenda Constitucional nº 19/98)

1- AUTONOMIA

Distinção necessária entre autonomia e soberania .

A idéia de soberania indica o poder de estabelecer a normatização a ser seguida em determinado território, sem que haja qualquer relação de subordinação a um estamento superior, bem como a aptidão do Estado em se relacionar com o demais na esfera internacional em uma posição de igualdade, ao menos jurídica. A soberania, em seu conceito clássico , que pouco a pouco vem sendo atenuado com a globalização e o imperativo respeito aos direitos fundamentais do homem, era qualificada como absoluta, originária, perpétua, inalienável, imprescindível e indivisível. Diversamente da soberania, a autonomia não apresenta qualquer característica de originariedade, tendo os seus limites traçados pelo próprio soberano, no qual encontra o seu fundamento de validade.

A autonomia interage com a soberania em uma relação de continência, sendo por ela abrangida.

Em alguns casos o próprio constituinte confere autonomia a determinadas estruturas organizacionais: os Poderes, os Entes da Federação, o Ministério Público, as Cortes de Contas.

Em outros, a autonomia é assegurada pelos organismos que recebem a sua autonomia do Constituinte Originário, não existindo qualquer óbice ao surgimento de novas autonomias, desde que observados o procedimento previsto em lei e os limites já traçados par aquele. Nesses casos ter-se-á uma autonomia derivada, que será necessariamente mais restrita que aquela possuída pelo ente que a concedeu, o qual já fora limitada pelo Constituinte originário.

Como exemplo de autonomia derivada, podemos citar a situação dos órgãos administrativos que, por deliberação do ente federativo, passam a gozar de autonomia.

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2- AUTONOMIA FUNCIONAL

A autonomia funcional do Ministério Público, prevista no art. 3º da Lei nº 8.625/93, indica que a Instituição está imune a qualquer influência externa no exercício de sua atividade finalística. Assim, poderá adotar as medidas contempladas no ordenamento jurídico, em face de quaisquer agentes, órgãos ou instituições, de caráter público ou privado, sempre que tal se fizer necessário.

A autonomia funcional do Ministério Público coexiste com a independência funcional de seus membros, que é oponível aos próprios órgãos da Administração Superior. Neste particular, cumpre ressaltar que independência e autonomia não são designativos de noções idênticas. Na síntese de Hely Lopes Meirelles, “independência e autonomia, do ponto de vista jurídico-administrativo, são conceitos diversos e com efeitos diferentes. A independência é de caráter absoluto; a autonomia é relativa a outro órgão , agente ou Poder. Ora, no que concerne ao desempenho da função ministerial, pelo órgão (Ministério Público) e seus agentes (Promotores, Procuradores), há independência de atuação e não apenas “autonomia funcional”.

Os membros do Ministério Público, quando desempenham as suas atribuições institucionais não estão sujeitos a qualquer subordinação hierárquica ou supervisão orgânica do Estado a que pertencem. Seus atos funcionais só se submetem ao controle do Poder Judiciário, quando praticados com abuso ou excesso de poder, lesivo de conduta. Essa submissão ao controle judicial não descaracteriza a sua independência funcional, pois tem sede constitucional no mandamento universal do artigo 153, § 4º, da CF/88 (EC nº 1/69), abrangente de toda conduta humana abusiva ou ilegal”.

Não obstante a opção da Lei nº 8. 625/93 pela coexistência de autonomia funcional do Ministério Público com a independência funcional de seus membros, deve-se observar que, sob esse prisma específico, sob a ótica funcional, a atividade da instituição, que é representada por seus membros é incontrastável. O vocábulo autonomia visa, de forma implícita, que o Ministério Público coexiste com outros organismos estatais, não sendo um órgão dissociado das características comuns aos demais e com poderes ilimitados, estando todos submetidos à soberania estatal.

A atividade do Ministério Público é incontrastável – previsão legal no art. 127, § 1º da CF/88, que consagrou a independência funcional como princípio institucional do Ministério Público.

3- AUTONOMIA ADMINISTRATIVA

A autonomia administrativa, em linha de princípio, assegura ao Ministério Público a prerrogativa de editar atos relacionados à gestão dos seus quadros de pessoal (v.g admissão, designação, exoneração, aposentadoria...) à administração e à aquisição de bens etc.

Os atos administrativos praticados pela instituição são auto-executórios, não estando sujeitos a um juízo ou controle por qualquer outro órgão ou Poder. Devem obediência, unicamente, aos parâmetros constitucionais e legais que regem a matéria e delimitam o espectro de ação. Com isto, é assegurada maior mobilidade à Instituição, em muito contribuindo para a efetividade de sua própria atividade finalística.

Conceito: é precisamente a capacidade que tem um órgão ou entidade de assumir e conduzir por si mesmo, integralmente, a gestão de seus negócios e interesses, respeitados seus objetivos e observadas as normas legais a que estão subordinados.

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A autonomia é incompatível com toda e qualquer espécie de interferência externa na direção ou condução dos assuntos e questões do órgão ou entidade e exclui toda subordinação, hierarquização ou submissão.

Autonomia é independência no sentido rigoroso do termo, no campo que lhe é próprio e em virtude de lei.

A CF/88 ao mesmo tempo que consagrou a autonomia administrativa da instituição, estabeleceu três exceções a ela;

a- a nomeação do Procurador-Geral de Justiça é realizada pelo Chefe do Executivo b- o Procurador-Geral de Justiça pode ser destituído por deliberação do Poder Legislativoc- os membros vitalícios somente podem perder o cargo por força de sentença judicial transitada

em julgado. Todas as exceções constam do art 128 da CF/88

A ELABORAÇÃO DA PROPOSTA ORÇAMENTÁRIA

4- AUTONOMIA FINANCEIRA DO MINISTÉRIO PÚBLICO E SEU ALICERCE NORMATIVO

Diversamente do que se verifica em relação ao Poder Judiciário, a CF/88 não utilizou a expressão “autonomia financeira” ao dispor sobre as garantias do Ministério Público .

Apesar disto, tal autonomia é incontroversa.

Segundo o art. 99 da CF/88 “ao Poder Judiciário é assegura autonomia administrativa e financeira”, acrescentando, em seu art. 1º, que “os tribunais elaborarão suas propostas orçamentárias dentro dos limites estipulados conjuntamente com os demais Poderes na lei de diretrizes orçamentárias”.

O art. 127, § 3º, estende igual prerrogativa ao Ministério Público, dispondo que a Instituição “elaborará sua proposta orçamentária dentro dos limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias”

Como se constata, tanto o Ministério Público quanto o Poder Judiciário estão sujeitos a um único balizamento na elaboração de suas propostas orçamentárias: Lei de Diretrizes Orçamentárias. Assim, a referência à autonomia financeira era de todo desnecessária, já que ínsita e inseparável do sistema.

A autonomia administrativa e financeira do Ministério Público, inclusive com a previsão de dotação orçamentária específica, já fora consagrada pela Lei Complementar nº 40/81 (art. 4º) , cuja edição fora autorizada pela Emenda Constitucional nº 7/77. Com o advento da Constituição Federal de 1988, que conferiu contornos mais nítidos à posição do Ministério Público no cenário jurídico, além do redimensionamento das atividades finalísticas da Instituição, foi mantida a sistemática anterior no art. 127. 3º.

Trata-se de dispositivo essencial, verdadeira pedra angular da autonomia da Instituição da Independência de seus membros, isto porque certamente não passariam de vãos ideários acaso ausentes os recursos financeiros necessários à sua estruturação e manutenção.

A autonomia financeira, administrativa e funcional do Ministério Público dos Estados foi objeto de previsão específica nos arts. 3º e 4º da Lei 8.625/93

Conceito de autonomia financeira: é a capacidade de elaboração da proposta orçamentária e de gestão e aplicação dos recursos destinados a prover as atividades e serviços do órgão titular da dotação. Essa

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autonomia pressupõe a existência de dotações que possam ser livremente administradas, aplicadas e remanejadas pela unidade orçamentária a que foram destinadas. Tal autonomia é inerente aos órgãos funcionalmente independentes, como são o Ministério Público e os Tribunais de Contas, os quais não poderiam realizar plenamente as suas funções se ficassem na dependência financeira de outro órgão controlador de suas dotações.

5- AUTONOMIA FINANCEIRA NA EXECUÇÃO DA LEI ORÇAMENTÁRIA

Aprovada a Lei Orçamentária, resta assegurada ao Ministério Público a garantia de perceber , em forma de duodécimos, as dotações que lhe são próprias. Neste sentido, é expresso o art. 168 da CF/88

In verbis:

Art. 168. Os recursos correspondentes às dotações orçamentárias, compreendidos os créditos suplementares e especiais, destinados aos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário e do Ministério Público, ser-lhes-ão entregues até o dia 20 de cada mês, na forma da lei complementar a que se refere o artigo 165, § 9º.

Art. 165 § 9º. Cabe à lei complementar:

I - dispor sobre o exercício financeiro, a vigência, os prazos, a elaboração e a organização do plano plurianual, da lei de diretrizes orçamentárias e da lei orçamentária anual;II - estabelecer normas de gestão financeira e patrimonial da administração direta e indireta, bem como condições para a instituição e funcionamento de fundos.As dotações orçamentárias do Ministério Público e dos demais Poderes, ao revés, resultam de proposta orçamentária por eles elaborada e somente por eles, por seu respectivos chefes, podem movimentá-las, o que é conseqüência direta de sua autonomia financeira.

6- A AUTONOMIA FINANCEIRA E A LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL

Em que pese a obviedade, pois é evidente que todo aquele que administra valores alheios deve ter seriedade e retidão em sua conduta, há muito é constatada a absoluta irresponsabilidade dos administradores públicos, sendo freqüentes o despautério, a insensatez e a má-fé na administração do patrimônio público.

Objetivando coibir esse quadro, que lamentavelmente já se incorporou à rotina dos poderes constituídos, foi editada a Lei Complementar nº 101/00, também denominada Lei de Responsabilidade Fiscal, que é parte de um conjunto de medidas que compõem o denominado Plano de Estabilização Fiscal (PEF), tendo estabelecido mecanismos de gestão responsável dos recursos públicos, com o objetivo de conter o déficit e estabilizar a dívida pública, possibilitando a manutenção do equilíbrio que deve existir entre despesas e receitas públicas.

A Lei nº 4.320/64 permanece em vigor naquilo que não contrariar a LRF.

Ademais, é importante observar que a LRF não carrega consigo a inovação própria das grandes descobertas, pois inúmeras de suas regras já haviam sido contempladas pela Lei nº 4320/64 e pela própria CF/88

O que fez, em verdade, foi estabelecer reprimendas mais severas para aqueles que não agissem de forma responsável na gestão do dinheiro público e, primordialmente, conferiu maior transparência à gestão fiscal, incentivando o desenvolvimento da ideologia participativa.

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Na elaboração da Lei de Responsabilidade Fiscal, o legislador encontrou inspiração no FISCAL RESPONSIBILITY ACT DA NOVA ZELÂNDIA EDITADO EM 1994, tendo transplantado inúmeras disposições deste dispositivo para o Direito pátrio.

Finalidade da norma: dispor sobre o exercício financeiro, a vigência, os prazos, a elaboração e a organização do plano plurianual, da lei de diretrizes orçamentárias e da lei orçamentária anual; estabelecer normas de gestão financeira e patrimonial da administração direta e indireta bem como condições para a instituição de fundos; impor limites para os gastos com pessoal, obrigando o Ministério Público e todos os Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, incluindo suas respectivas administrações diretas, fundos, autarquias, fundações e empresas estatais dependentes, a se enquadrarem na sistemática instituída (LRF = LC nº 101/00)

Finanças públicas são todas as operações financeiras do Estado, destinadas à captação, repartição e aplicação dos recursos necessários à satisfação do interesse social.

Com a Lei de Responsabilidade Fiscal, busca-se sedimentar um regime de gestão fiscal responsável, cercando referidas operações de mecanismos legais de controle, notadamente preventivos, que possibilitarão a contenção do endividamento público e a transparência da atividade financeira do Estado.

“no plano jurídico, poder-se-ia eleger como princípios fundamentais da gestão fiscal: prevenção de déficit, prudência fiscal, segurança, planejamento, publicidade e transparência”

Há um excesso de conformação cometido pelo legislador pois, apesar do objetivo louvável, termina por invadir a autonomia financeira outorgada ao Ministério Público e aos Poderes.

7- PROJEÇÃO DA AUTONOMIA FINANCEIRA NA ELABORAÇÃO DA LEI ORÇAMENTÁRIA

O orçamento , em sua essência, está estritamente vinculado à concepção de Estado de Direito, sendo um meio adequado ao controle da atividade estatal, a qual, durante determinado período, deve manter-se adstrita aos limites por ele estabelecidos. É , igualmente, um instrumento necessário à manutenção do equilíbrio das finanças públicas, possibilitando que despesas e receitas sejam eqüitativamente sopesadas e delimitadas.

Princípios que são conseqüências lógicas do orçamento:

a- as receitas são votadas pelos representantes da naçãob- as despesas públicas devem ser objeto de discussãoc- as despesas e as receitas públicas devem ser periodicamente comparadas e votadas

Conteúdo das leis orçamentárias (latu sensu):

Plano plurianualLei de diretrizes orçamentárias Lei orçamentária anual

O conteúdo das leis orçamentárias deve ser apreciado discutido e votado pelo Poder Legislativo, cabendo unicamente a este deliberar pelo acolhimento, ou não, da proposta que lhe venha a ser encaminhada, isto sem prejuízo das emendas que venha a apresentar.

Se é o executivo que elabora a proposta orçamentária, compete ao Legislativo discuti-la e vota-la . Em todos os Estados democráticos é assim, porém, o orçamento não é debatido pelo Congresso o que parece um contra-senso.

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Ao Poder Legislativo compete o delineamento das leis orçamentárias da forma que melhor corresponda aos anseios da população.

Ao Poder Executivo compete o encaminhamento da proposta orçamentária.

A exclusividade conferida ao Executivo pelo texto constitucional não guarda similitude com a onipotência na avaliação do conteúdo do projeto e da lei a ser editada, mas tão-somente lhe garante a primazia na aferição do momento mais adequado para a deflagração do processo legislativo.

Michel Temer argumenta: o que a Constituição confere ao reservar iniciativa é a definição do momento em que se deva legislar sobre determinada matéria. O proponente do projeto é o senhor da oportunidade. O mais se passa no interior do Poder Legislativo, no exercício constitucional de sua atividade inovadora da ordem jurídica em nível imediatamente infraconstitucional.

Essa iniciativa exclusiva está intimamente ligada ao princípio da universalidade – de acordo com esse princípio, todas as rendas e despesas dos Poderes, do Ministério Público e dos demais entes estatais devem ser globalmente incluídos no orçamento anual – e a unidade orçamentária – em sua origem, o princípio da unidade orçamentária significaria que o orçamento deveria ser uno, constando todas as contas orçamentárias em um único documento e em um único caixa. Com a evolução da atividade estatal, foi inevitável o surgimento de múltiplos entes dotados de autonomia, além de inúmeras especificidades no seio do próprio orçamento, o que inviabilizou a manutenção de um orçamento uniodocumental.

Tal sistema não importa em qualquer mácula à autonomia financeira e orçamentária dos demais Poderes e do Ministério Público, os quais desde que adstritos aos limites previstos na lei de diretrizes orçamentárias terão ampla liberdade para formular as propostas que, ao final, serão apreciadas pelo Poder Legislativo a partir do encaminhamento realizado pelo Executivo, que funcionará como um verdadeiro aglutinador das demais propostas orçamentárias.

A LC 101/00 em seu art. 56 dispõe:

“as contas prestadas pelos Chefes do Poder Executivo incluirão, além das suas próprias, as dos Presidentes dos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário e do Chefe do Ministério Público, referidos no art. 20, os quais receberão parecer prévio, separadamente, do respectivo Tribunal de Contas”.

O chefe do executivo não pode refazer nenhuma conta que lhe for encaminhada, porém a sistemática é idêntica à usada na elaboração de lei orçamentária.

Cabe ao Legislativo a valoração das propostas.

Estudo sobre Garantias e como foram abordadas na legislação aplicável.

1.1 Garantias outorgadas aos Membros do Ministério Público

As garantias outorgadas aos membros do Ministério Público pela Constituição da República e pela Lei nº 8.625/93 estão estritamente vinculadas à relevância das funções que lhes foram atribuídas e à necessidade de assegurar independência no seu exercício.Nesta linha, o art. 38 da Lei Orgânica Nacional contempla as garantias da vitaliciedade, da inamovibilidade e da irredutibilidade de vencimentos, podendo a lei estadual dispor sobre outras mais

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Garantias independência relevância das funções desempenhadas

1.2 Liberdade de expressão dos Membros do Ministério Público

A liberdade de expressão é direito constitucional amplamente garantido pela CF/88. Relevante é o fato de que após tanto tempo de promulgação tal preceito ainda não esteja amplamente sedimentado, de forma definitiva, com a verdadeira importância e extensão a esta liberdade.

Verdade seja dita, grandes mutações sociais tem sido implementadas em razão da grande abrangência e atualização do conceito de liberdade, com reflexo amplo nos organismos sociais, tendo saldo positivo apesar de muitos erros ainda existirem.

A antiga Lei Orgânica do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro(Lei Complementar nº 28/82, posteriormente revogada pela Lei Complementar nº 106/03) pode ser utilizado como elemento de reflexão da demonstração da legitimidade ou não da restrição da liberdade de expressão sempre tentada contra os Membros do Ministério Público.O correto equacionamento da questão exige o raciocínio de algumas proposições para entendermos o alcance da existência deles em sede de Constituição Federal. Assim temos:

Qual a natureza jurídica do direito à liberdade de expressão? O direito à liberdade de expressão pode ser restringido pela lei? As informações contidas em um processo judicial podem ser expostas ao público? Um veículo de comunicação tem direito de divulgar as informações contidas em

um processo judicial?

Natureza Jurídica do direito à liberdade de expressão.

Consagra-se o direito à liberdade no rol de direito fundamental, estabelecendo princípios de limitação e de divisão dos poderes, o que culminou em erigir o princípio da legalidade à categoria de garantia dos direitos do homem, protegendo-o contra o absolutismo dos governantes sendo verdadeiro alicerce da solidariedade e da independência social.

Sendo previstos em lei, os direitos fundamentais deixam de ser meras esperanças ou impulsos não correspondidos pela realidade.

Os direito fundamentais são elementos condicionantes da própria legitimidade da ordem pública, pois vivemos em um Estado de Direito que assegura direitos, liberdades e garantias oponíveis ao próprio ente estatal.

Citando a CF/88 que estabelece em seu art. 5º,IV, de forma clara e objetiva, no título pertinente aos direitos e garantias fundamentais, que “é libere a manifestação do pensamento, vedado o anonimato”. Em seqüência, o Constituinte originário estatuiu a regra salutar de que “é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem” (art. 5º V)- norma de contenção pois impõe restrições aos abusos ou arbítrios.

É garantido, portanto, o direito à liberdade de expressão, devendo responder pelos danos causados a outros direitos constitucionalmente garantidos, como por exemplo, a honra (art. 5º , X, da CF/88)

A LIBERDADE é considerada direito fundamental de primeira geração, estando no rol dos direitos e garantias individuais clássicos (liberdades públicas)

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Observação: as diferentes gerações de direitos fundamentais, segundo Manoel Gonçalves Ferreira Filho, são:

1a geração - dos direitos de liberdade2a geração - dos direitos de igualdade3a geração – completaria o lema da Revolução Francesa: liberdade-igualdade-fraternidade

Conclui-se que a liberdade de expressão é um direito fundamental.

A liberdade de expressão pode ser restringida por lei?

Exemplos: Lei Complementar nº 35/79, Lei nº 1.079/50, Lei 8.429/92

Todas as restrições à liberdade de expressão nas leis acima mencionadas tem o alicerce comum: são pontuais e condizentes com os fins almejados pelo legislador e os valores que buscou preservar existentes à época. Em nenhum momento, o agente público foi proibido de falar, mas, tão-somente, teve uma pequena parcela de sua liberdade restringida em prol de valores muito superiores a ela, havendo nítida adequação entre meios e fins.

Na senda das restrições, cumpre transcrever o art. 159, IV, da Lei Complementar Estadual nº 28/82, hoje revogada, in verbis:

“Art. 159. Além das proibições decorrentes do exercício de cargo público, aos membros do Ministério Público é vedado especialmente:

(...)

IV. manifestar-se por qualquer meio de comunicação a respeito de assuntos pertinentes ao seu ofício ou à Instituição, bem como sobre a atuação funcional de qualquer dos membros, salvo quando autorizado pelo Procurador-Geral;”

Também o art. 158, XIII, do mesmo diploma legal, in verbis:

Art. 158. Os membros do Ministério Público devem ter irrepreensível procedimento na vida pública e particular, pugnando pelo prestígio da justiça, velando pela dignidade de suas funções e respeitando a dos magistrados e a dos advogadosParágrafo único: é dever dos membros do Ministério Público(...)XIII observar sigilo funcional quanto à matéria dos procedimentos que tramitam em segredo de justiça;”

Considerando que o art. 159, IV, da Lei Complementar Estadual nº 28/82 vedava unicamente manifestações em meios de comunicação e o art. 158, XIII, somente impunha o sigilo funcional quanto à matéria dos procedimentos que tramitavam em segredo de justiça, chega-se à conclusão de que o Promotor de Justiça podia falar livremente pelas ruas, praças, avenidas, sobre todas as matérias dos procedimentos em que atuasse, desde que não tramitasse em segredo de justiça, mas vedado que lhe era falar à imprensa. Explica-se tal incoerência pois nesta época a publicidade dos atos estatais era mera utopia. Em suma, proibição com raízes ditatoriais apenas.

O art. 159, IV, da Lei Complementar nº 28/82 não era integralmente inconstitucional. Os Membros do Ministério Público, considerados em sua individualidade, não tinham legitimidade para presentar a Instituição em seu aspecto coletivo, o que justificava a exigência de autorização do Procurador-Geral de Justiça para que concedessem entrevistas que pudessem vir a ser valoradas como a postura oficial do Ministério Público em relação a determinado assunto. Do mesmo modo, afigurava-se nitidamente salutar a exigência de prévia autorização para que possam emitir manifestações a respeito da atuação

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funcional de outros membros, o que evitaria críticas recíprocas e preservaria o princípio da unidade, fim igualmente objetivado pela vedação anterior. Esta parte da norma, aliás, eram muito semelhante ao disposto no art. 36 da Lei Complementar nº 35/79 (Lei Orgânica da Magistratura), apresentando uma clara relação de proporcionalidade entre meios e fins.

Por restringir um direito fundamental sem qualquer justificativa, explícita ou implícita, o art. 159, IV, da Lei Complementar Estadual nº 28/82 estava em frontal dissonância da Constituição da República de 1988, não tendo sido integralmente recepcionado. Por tal razão, desde o dia 5 de outubro de 1988 inexiste qualquer vedação a que os membros do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro se manifestem por qualquer meio de comunicação a respeito de assuntos pertinentes ao seu ofício. Essa orientação, aliás, há muita está assentada no seio da Instituição, onde todos são dispensados, pelo Procurador-Geral de Justiça, de solicitar qualquer tipo de autorização para a concessão de entrevistas à imprensa em geral.

Além de ter o direito à liberdade de expressão, o membro do Ministério Público, como agente público que é, tem o dever de ser transparente, o que inclui a obrigação moral de expor aos meios de comunicação todos os atos praticados no exercício de suas funções, ressalvadas as hipóteses legais de sigilo. Por óbvias razões, não raras vezes, a simples conduta de informa o conteúdo de uma peça processual já será suficiente para desagradar o réu em um processo criminal ou a um agente público intitulado de ímprobo. Aqui, no entanto, o direito individual cede lugar à liberdade de expressão e à liberdade de imprensa, máxime quando os fatos versam sobre a malversação do dinheiro público e inexiste qualquer vedação, legal ou judicial, a tal conduta.

O art. 159, IV, da Lei Complementar Estadual 28/82, que restringia, de forma desarrazoada, a liberdade de expressão dos membros do Ministério Público, não foi integralmente recepcionado pela Constituição de 1988.

Os membros do Ministério Público tem plena autonomia para conceder entrevistas a qualquer meio de comunicação, sobre atos próprios de seu ofício, independentemente de autorização do Exmo Sr. Procurador-Geral de Justiça, o que é decorrência de seu direito à liberdade de expressão.

É lícita a divulgação, através dos meios de comunicação social, do conteúdo da ação ajuizada pelo Ministério Público em face de determinada pessoa, desde que não tramite em segredo de justiça

Sendo lícita a publicação, ao Promotor de Justiça que, no exercício de sua liberdade de expressão, concorre para a sua prática, não pode ser atribuída nenhuma ilicitude.

Restringir a liberdade de expressão com a fraca explicação de que se busca prevenir uma prática ilícita é o mesmo que conferir ares de normalidade a uma determinação que proíba a comunicação entre as pessoas para que possíveis ofensas não possam ser proferidas. Devemos lembrar, ainda, que hoje a restrição alcança os membros do Ministério Público, mas, amanhã, a quem alcançará?

1.3 Vitaliciedade

A vitaliciedade garante ao agente público o direito de somente ser destituído do cargo que ocupa por força de sentença judicial transitada em julgado, sendo este o critério que a diferencia da estabilidade, em que o afastamento também pode advir de procedimento administrativo em que seja assegurado o contraditório e a ampla defesa. A distinção, assim, situa-se na natureza do órgão que pode apreciar o ilícito praticado e aplicar a sanção de perda do cargo. Como pontos de tangenciamento, tem-se que em ambas as hipóteses o agente pode perder o cargo em virtude de exoneração a pedido e aposentadoria – que pode ser compulsória, razão da idade; por invalidez; ou por tempo de serviço. Partindo-se dessa premissa e em consonância com o texto constitucional, tem-se que a vitaliciedade é prerrogativa assegurada aos magistrados (art. 95, I), aos membros do Ministério Público (art. 128, § 5º, alínea a), aos

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Conselheiros dos Tribunais de Contas (art. 73, § 3º), aos oficiais da Armada (art. 142, §3º, VI), aos oficiais do serviço militar estadual (arts. 42, §1º c.c. 142, § 3º, VI e VII)

O art. 38, I, da Lei nº 8.625/93, repetindo o texto constitucional, dispõe que os membros do Ministério Público somente se tornam vitalícios após dois anos de exercício da função. A Lei Complementar nº 40/81 falava em confirmação na carreira (art. 46) e admitia a demissão, mesmo para os vitaliciados, em sede administrativa, sistema que foi substituído pela declaração de vitaliciamento. Tão logo adquirem a vitaliciedade, torna-se mais rigoroso o procedimento a ser observado para a perda do cargo, o qual somente será deflagrado em sendo detectada a prática de determinadas condutas previstas em lei.

A sanção de perda do cargo, por sua vez, só produzirá efeitos com o trânsito em julgado da decisão que a aplicar, sendo inadmissível que produza efeitos antecipados. Quando muito, em havendo previsão legal, o membro do Ministério Público poderá ser cautelarmente afastado de suas funções, mas não lhe podem ser suprimidos os direitos, garantias e prerrogativas inerentes ao cargo (vencimentos, foro por prerrogativa de função)

As linhas gerais do processo de impugnação ao vitaliciamento dos membros do Ministério Público, que ainda não tenham completado o período de dois anos de estágio probatório, estão previstas no art. 60 da Lei nº 8.625/93. Cabe ao Conselho Superior decidir a matéria (art. 15, III), sendo cabível a interposição de recurso para o Colégio de Procuradores (art.12, VIII,a) 1.4 Inamovibilidade

Trata-se de garantia com esteio constitucional e que foi igualmente contemplada no art. 38, II, da Lei nº 8.625/93. Por meio dela, assegura-se a permanência do agente no órgão em que se encontra lotado, do qual somente será removido caso o deseje ou, excepcionalmente, de forma compulsória, quando o interesse público o exigir. Sendo o caso de remoção compulsória, ainda que essa medida não possa ser considerada uma sanção disciplinar, deve-se assegurar ao agente o contraditório e a ampla defesa, cabendo ao Conselho Superior a decisão final. Assim, é inadmissível o afastamento do órgão sem o devido processo legal. Igual sistemática será adotada no caso de decretação de disponibilidade do órgão por motivo de interesse público (art. 15, VIII, da Lei nº 8.625/93) ou quando o Procurador-Geral pretender designar membros do Ministério Público para o exercício de funções afeitas a outro membro (art. 10, IX,g, da Lei 8.625/93). Essa garantia alcança, inclusive, a impossibilidade de o membro do Ministério Público ser promovido contra a sua vontade.

A inamovibilidade, no entanto, não deve ser compreendida sob uma perspectiva de ordem meramente física, como simples vinculação do agente a determinado órgão. É necessário que sejam preservadas as características intrínsecas do órgão ocupado,vale dizer, o plexo de atribuições a serem desempenhadas pelo titular do órgão não pode ser suprimido no período de titularidade, isto sob pena de esvaziamento da garantia de inamovibilidade.

1.5 Irredutibilidade de Vencimentos

Os membros do Ministério Público, a teor do art. 38, III, da Lei nº 8.625/93 - que foi editado em conformidade com a redação originária do art. 128, § 5º, I, c, da Constituição da República – não podem sofrer qualquer redução em seus vencimentos, os quais serão fixados com a observância dos parâmetros previstos no texto constitucional. Não obstante a imprecisão conceitual, por vencimento costuma-se entender a soma da remuneração básica devida ao agente pelo exercício da função, acrescida das demais vantagens, de ordem pessoal ou não, a que faça jus, consoante a lei estadual de regência.

A garantia da irredutibilidade de vencimentos visa a evitar que, como forma de intimidação ou mesmo retaliação, os membros do Ministério Público sofram perdas financeiras sempre que contrariarem os interesses dos detentores do poder. Lamentavelmente, essa norma tem sido entendida em sua

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literalidade, erigindo-se como óbice, unicamente, à redução do valor nominal dos vencimentos. À luz desse entendimento, não violaria a garantia do art. 38, III, da Lei nº 8.625/93 a não reposição das perdas salariais verificadas em períodos de avassaladora inflação, nos quais o valor nominal dos vencimentos seria mantido, mas o seu valor real seria sensivelmente corroído, acarretando uma efetiva redução.

1.6 Os subsídios e o Teto Remuneratório

Com a promulgação da EMENDA CONSTITUCIONAL nº 19/98, o art. 128, § 5º, I, c, da Constituição da República, passou a ter a seguinte redação: “irredutibilidade de subsídio, fixado na forma do art. 39, § 4º , e ressalvado o disposto nos arts 37, X e XI, 150,II, 153, III, 153, § 2º, I” . A remissão ao art. 39 , § 4º, da Constituição Federal indica que os Membros do Ministério Público serão remunerados exclusivamente por subsídio fixado em parcela única, vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, prêmio, verba de representação ou outra espécie remuneratória. A ratio do preceito é estabelecer um limite remuneratório que não poderá ser ultrapassado mesmo com o acréscimo de vantagens pessoais.

O subsídio somente pode ser fixado ou alterado por lei específica, “observada a iniciativa privativa em cada caso, assegurada revisão geral anual, sempre na mesma data e sem distinção de índices” (art. 37, X, da CF/88).

Os subsídios recebidos pelos membros do Ministério Público, bem como “proventos, as pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos cumulativamente ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza, não poderão exceder ao subsídio mensal, em espécie dos membros do Supremo Tribunal Federal” (art. 37, XI, da CF/88).

Além de dispor sobre as parcelas que integram o subsídio e o seu valor máximo, acrescenta o texto constitucional que os membros do Ministério Público não receberão, de qualquer ente federativo, tratamento diferenciado em relação aos demais contribuintes 9art. 150,II), e estarão sujeitos ao pagamento do imposto de renda sobre a renda e proventos de qualquer natureza sempre que praticarem o respectivo fato gerador (arts. 153,III e § 2º, I).

A sistemática dos subsídios, no entanto, não obstante prevista no texto constitucional, não é de aplicação imediata, já que veiculada em normas constitucionais de eficácia limitada, logo, dependente da edição de lei ordinária.

Com efeito o art. 48, XV, da Constituição da República, que cabe ao Congresso Nacional a “fixação do subsídio dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, por lei de iniciativa conjunta dos Presidentes da República, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal e do Supremo Tribunal Federal, observado o que dispõem os arts. 39, § 4º, 150, II, 153, III e 153, § 2º, I”.

Assim, não obstante os incisivos termos do art.29 da Emenda Constitucional nº 19/98, no sentido de que os subsídios deveriam ser adequados, a partir de sua promulgação, ao “limites decorrentes da Constituição Federal, não se admitindo a percepção de excesso a qualquer título”, o Supremo Tribunal Federal entendeu, em sessão administrativa, que o dispositivo não era auto-aplicável, não dispondo o Tribunal de competência para fixar o seu subsídio mensal, matéria que o art. 48, XV, da Constituição reservou à lei em sentido formal. Enquanto essa lei não for editada e, por via reflexa, ou subsídios não forem definidos, os membros do Ministério Público farão jus à percepção de vencimentos em conformidade com os critérios fixados na Lei nº 8.625/93 e na legislação estadual.

Tal constatação é relevante na medida em que os subsídios englobam todas as vantagens de ordem pessoal e pressupõem um teto remuneratório, elementos estes ausentes no sistema atual, em que é admissível a percepção das referidas vantagens, ainda que resultem em valor superior à remuneração dos Ministros do Supremo Tribunal Federal.

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Importante é entender que o teto remuneratório existe, ainda que somente como previsão legal.