lei 5.194 – comentada

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Lei 5.194 – comentada A Lei federal 5.194, de 24 de dezembro de 1966 regulamenta o exercício das profissões de Engenheiro, Arquiteto e Engenheiro-Agrônomo. Nela está definido os parâmetros dessas profissões, ela estabelece rigorosamente os limites de atuação de cada uma. O TÍTULO I é o mais abrangente da Lei, o primeiro capítulo desdobra as diversas atividades profissionais que podem ser exercidas pelas profissões por ela descritas. Também cita a importância do profissional nas relações de interesse social e humano para realização de diversos empreendimentos. É dado o direito de exercer a profissão no País aos que estejam devidamente registrados nos Conselhos Regionais e possuam diploma de entidades de ensino superior reconhecidas no País. Logo, os profissionais referidos nesta Lei podem utilizar do seu correspondente Título Profissional enquanto exercerem legalmente a profissão. Exercem ilegalmente a profissão os profissionais que não possuem as atribuições legais para a função ou atividade, ou seja, prestam serviços sem possuir registro nos Conselhos Regionais, exercem atividades estranhas às atribuições descritas em seu registro, emprestam seu nome a pessoas, firmas, organizações ou empresas sem sua real participação e os que continuam em atividade estando suspensos de seu exercício. Na seção IV do Capítulo I são discriminadas as atividades e atribuições do profissional, no desempenho de cargos, projetos, direção de obras, pesquisas e outras funções. E os engenheiros, arquitetos e engenheiros-agrônomos poderão também exercer qualquer outra atividade não citada na Lei desde que se inclua no âmbito de suas profissões. Cabe às instituições de formação profissional indicar ao Conselho Federal as características dos profissionais por elas diplomados, que por sua vez fica com a incumbência de registrar tais características. Outro ponto importante a ser ressaltado neste capítulo é que os estudos, plantas, laudos e qualquer outro trabalho das profissões citadas somente poderão ser julgados e só terão valor jurídico quando os seus autores forem profissionais habilitados de acordo com esta Lei. O capítulo II trata da Responsabilidade e Autoria nos trabalhos realizados pelos profissionais de Engenharia, da Arquitetura e da Agronomia. A Lei diz “Parágrafo único - Cabe ao profissional que os tenha elaborado os prêmios ou distinções honoríficas concedidas a projetos, planos, obras ou serviços técnicos.”, este trecho garante os direitos de Autoria do profissional, que também terá prioridade para fazer alterações do projeto ou plano original quando necessário, pois está sob sua responsabilidade. Tais alterações só poderão ser feitas por outro profissional habilitado, que será responsável pelo projeto ou plano modificado, se o Autor estiver impedido ou recusar-se a prestar sua colaboração profissional. A Lei diz que qualquer profissional ou entidade registrada que aceitar a prestação de serviços de ampliação, procedimento ou conclusão de algum empreendimento de engenharia, arquitetura ou agronomia terá responsabilidade técnica por eles e também das obras. E sempre que o autor do projeto convocar para auxiliá-lo profissionais especializados e legalmente habilitados, estes serão co-responsáveis na parte que lhes diga respeito e terão, juntamente ao autor, o direito de acompanhar o desenvolvimento da obra, afim de garantir a sua realização, assegurado pelo Art. 22. Cabe aos Conselhos Regionais criar registros da autoria de planos e projetos, para preservar os direitos autorais dos profissionais que assim solicitarem. O TÍTULO II trata exclusivamente da Fiscalização do Exercício das Profissões, tarefa desempenhada pelos Conselhos Regionais e Federal(CREAs e CONFEA). Para julgar e decidir sobre os assuntos de fiscalização ligados às respectivas especializações profissionais e infrações do código de Ética foram criadas as Câmaras Especializadas, que são órgãos dos Conselhos Regionais encarregados de tal função.

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Lei 5.194 – comentada

A Lei federal 5.194, de 24 de dezembro de 1966 regulamenta o exercício das profissões de Engenheiro, Arquiteto e Engenheiro-Agrônomo. Nela está definido os parâmetros dessas profissões, ela estabelece rigorosamente os limites de atuação de cada uma.

O TÍTULO I é o mais abrangente da Lei, o primeiro capítulo desdobra as diversas atividades profissionais que podem ser exercidas pelas profissões por ela descritas. Também cita a importância do profissional nas relações de interesse social e humano para realização de diversos empreendimentos. É dado o direito de exercer a profissão no País aos que estejam devidamente registrados nos Conselhos Regionais e possuam diploma de entidades de ensino superior reconhecidas no País. Logo, os profissionais referidos nesta Lei podem utilizar do seu correspondente Título Profissional enquanto exercerem legalmente a profissão.

Exercem ilegalmente a profissão os profissionais que não possuem as atribuições legais para a função ou atividade, ou seja, prestam serviços sem possuir registro nos Conselhos Regionais, exercem atividades estranhas às atribuições descritas em seu registro, emprestam seu nome a pessoas, firmas, organizações ou empresas sem sua real participação e os que continuam em atividade estando suspensos de seu exercício.

Na seção IV do Capítulo I são discriminadas as atividades e atribuições do profissional, no desempenho de cargos, projetos, direção de obras, pesquisas e outras funções. E os engenheiros, arquitetos e engenheiros-agrônomos poderão também exercer qualquer outra atividade não citada na Lei desde que se inclua no âmbito de suas profissões. Cabe às instituições de formação profissional indicar ao Conselho Federal as características dos profissionais por elas diplomados, que por sua vez fica com a incumbência de registrar tais características. Outro ponto importante a ser ressaltado neste capítulo é que os estudos, plantas, laudos e qualquer outro trabalho das profissões citadas somente poderão ser julgados e só terão valor jurídico quando os seus autores forem profissionais habilitados de acordo com esta Lei.

O capítulo II trata da Responsabilidade e Autoria nos trabalhos realizados pelos profissionais de Engenharia, da Arquitetura e da Agronomia. A Lei diz “Parágrafo único - Cabe ao profissional que os tenha elaborado os prêmios ou distinções honoríficas concedidas a projetos, planos, obras ou serviços técnicos.”, este trecho garante os direitos de Autoria do profissional, que também terá prioridade para fazer alterações do projeto ou plano original quando necessário, pois está sob sua responsabilidade. Tais alterações só poderão ser feitas por outro profissional habilitado, que será responsável pelo projeto ou plano modificado, se o Autor estiver impedido ou recusar-se a prestar sua colaboração profissional.

A Lei diz que qualquer profissional ou entidade registrada que aceitar a prestação de serviços de ampliação, procedimento ou conclusão de algum empreendimento de engenharia, arquitetura ou agronomia terá responsabilidade técnica por eles e também das obras. E sempre que o autor do projeto convocar para auxiliá-lo profissionais especializados e legalmente habilitados, estes serão co-responsáveis na parte que lhes diga respeito e terão, juntamente ao autor, o direito de acompanhar o desenvolvimento da obra, afim de garantir a sua realização, assegurado pelo Art. 22. Cabe aos Conselhos Regionais criar registros da autoria de planos e projetos, para preservar os direitos autorais dos profissionais que assim solicitarem.

O TÍTULO II trata exclusivamente da Fiscalização do Exercício das Profissões, tarefa desempenhada pelos Conselhos Regionais e Federal(CREAs e CONFEA). Para julgar e decidir sobre os assuntos de fiscalização ligados às respectivas especializações profissionais e infrações do código de Ética foram criadas as Câmaras Especializadas, que são órgãos dos Conselhos Regionais encarregados de tal função.

O TÍTULO III fala mais restritamente do Registro Profissional, já abordado de forma mais breve no TÍTULO I. Como citado anteriormente, os profissionais habilitados de acordo com esta Lei só poderão exercer a profissão após o registro no respectivo Conselho Regional. Aos profissionais devidamente registrados será fornecida carteira profissional contendo o número do registro, a natureza do título especialização e todos os elementos necessários à sua identificação, de acordo com modelo adotado pelo Conselho Federal.

A Carteira Profissional, como apresentado no Art. 56, substituirá o Diploma para os efeitos desta Lei e também valerá como documento de identidade. Para a emissão de tal carteira os Conselhos Regionais deverão exigir do interessado a prova de habilitação profissional, de indentidade, assim como outros elementos julgados convenientes através de instruções do Conselho Federal, que define uma taxa para a expedição da mesma. Os profissionais cujos Diplomas não tenham sido registrados, desde que estejam em processamento na repartição federal, podem exercer a profissão através de registro provisório no Conselho Regional.

Assim como os profissionais, as firmas e entidades que se organizarem para executar obras ou serviços relacionados de acordo com esta Lei, só poderão exercer suas atividades após registro nos Conselhos Regionais. Tal registro só será concedido depois de confirmada sua finalidade e qualificação necessária. As firmas e entidades, portanto, devem fornecer aos Conselho Regionais todos os elementos necessários à verificação e fiscalização da presente Lei.

Os profissionais e pessoas jurídicas registrados conforme esta Lei deverão pagar uma anuidade ao Conselho Regional ao qual pertencerem, que será cobrada a partir de 1º de janeiro de cada ano e poderá ser paga até 31 de março sem nenhum acréscimo. Será automaticamente cancelado o registro do profissional ou pessoa jurídica que deixar de pagar a anuidade durante 2 anos consecutivos, se com seu registro cancelado desenvolver qualquer

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atividade regulada nesta Lei, estará exercendo ilegalmente a profissão. Para reabilitar-se é necessário novo registro, que pode ser feito mediante a quitação das anuidades em débito, multas, emolumentos e taxas regulamentares.

Do Art. 71 ao Art. 79 estão discriminadas as penalidades aplicáveis aos que infringirem a presente Lei. Tais penalidades são aplicadas de acordo com a gravidade da falta, são elas: advertência reservada, censura pública, multa, suspensão temporária do exercício profissional ou cancelamento definitivo do registro. As penas de advertência reservada e censura pública serão aplicadas aos que não cumprirem o Código de Ética, sendo aplicadas a critério das respectivas Câmaras Especializadas. As multas são estipuladas pelo Art. 73, de acordo com um valor referencia estipulado pelo Poder Executivo. Os Art. 74 e 75 definem o critério para a aplicação da suspensão temporária e cancelamento definitivo do registro, respectivamente.

O TÍTULO V dispõe de disposições gerais, contendo cinco artigos com conteúdo breve. O Art. 80 fala sobre a imunidade tributária conferida ao CREA e CONFEA, enquanto os demais falam sobre os parâmetros para a remuneração inicial dos engenheiros, arquitetos e engenheiros-agrônomos e requisitos necessários para um estrangeiro realizar tais funções no Brasil.

O TÍTULO VI, diferentemente do quinto, trata das disposições transitórias. Assim como o Título V, esse título não é divido em capítulos e possui sete artigos que descrevem como deve ser a passagem para a nova lei, determinando prazos e transição de membros dos Conselhos Regionais e Federal nos diversos postos profissionais.