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37 DIREITO ADMINISTRATIVO DIREITO ADMINISTRATIVO 1. AGENTES PÚBLICOS 1.1. Disposições Gerais 3ଯବଠଲଯଞଡବଯଢରଣଢଡଢଯଞଦରଢଣେଯଦଞରଡଢରଢରରଢଫଞଡଦଞରଭବଯଞଫବ 5(5HO Min. Cármen Lúcia, Tema 279, DJe 4.2.2015. ž (...) Procuradores federais. Pretendida concessão de férias de sessenta dias e consectários legais. Art. 1º da Lei 2.123/52 e art. 17, parágrafo único, da Lei 4.069/62. Disposições normativas recepcionadas com status de lei ordinária. Possibilidade de revogação pelo art. 18 da Lei 9.527/97. Interpretação do art. 131, caput, da CF. A Procuradoria-Geral Federal, apesar de manter vinculação, não se caracteriza como órgão da Advocacia-Geral da União. Atual impossibilidade de equiparação das condições funcionais dos mem- bros da advocacia pública e do Ministério Público. (...). 1.2. Concurso Público 4ଲଢରଢରଡଢଠବଫଠଲଯରବଭଟଦଠବଢଠବଫଯବଢଧଲଯଦରଡଦଠଦବଫଞ 5(5HO Min. Gilmar Mendes, Tema 485, pendente de publicação, Informativo 782. ž Os critérios adotados por banca examinadora de concurso público não podem ser revistos pelo Poder Judiciário. &ବଫଠଲଯରବଭଞଯଞଦଫତଯଢରରବଫଞର)ବଯଞର$ଯପଞଡଞରଢଦପଦଢଡଢଦଡଞଡଢ 5(5HO Min. Cármen Lúcia, Tema 121, DJe 1.7.2011. ž (...) Concurso público para ingresso nas forças armadas: critério de limite de idade fixado em edi- tal. (...) Substituição de paradigma. Art. 10 da Lei 6.880/80. Art. 142, § 3º, X, da CF. Declaração de não recepção da norma com modulação de efeitos. (...). 1. Repercussão geral da matéria constitucio- nal reconhecida no RE 572499: perda de seu objeto; substituição pelo RE 600885. 2. O art. 142, § 3º, X, da CF, é expresso ao atribuir exclusivamente à lei a definição dos requisitos para o ingresso nas Forças Armadas. 3. A Constituição brasileira determina, expressamente, os requisitos para o ingresso nas Forças Armadas, previstos em lei: referência constitucional taxativa ao critério de idade. Descabimento de regu- lamentação por outra espécie normativa, ainda que por delegação legal. 4. Não foi recepcionada pela CF a expressão “nos regulamentos da Marinha, do Exército e da Aeronáutica” do art. 10 da Lei 6.880/80. 5. O princípio da segurança jurídica impõe que, mais de vinte e dois anos de vigência da Constituição, nos quais dezenas de concursos foram realizados se observando aquela regra legal, modulem-se os efeitos da não-recepção: manutenção da validade dos limites de idade fixados em editais e regulamen- tos fundados no art. 10 da Lei 6.880/80 até 31.12.2011. (...). &ବଫଠଲଯରବଭଟଦଠବଢଡଦଞଢଦପଦଞବଡଢଦଡଞଡଢ $5(5*5HO Min. Luiz Fux, Tema 646, DJe 17.5.2013. ž (...) Concurso público. Limitação de idade fixada em edital. Policial civil. Art. 7º, XXX, da CF. (...). Repercus- são geral reconhecida. (...).

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repercussão geral

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  • 37DIREITO ADMINISTRATIVO

    DIREITO ADMINISTRATIVO

    1. AGENTES PBLICOS

    1.1. Disposies Gerais35(5HO Min. Crmen Lcia, Tema 279, DJe 4.2.2015.

    (...) Procuradores federais. Pretendida concesso de frias de sessenta dias e consectrios legais. Art. 1 da Lei 2.123/52 e art. 17, pargrafo nico, da Lei 4.069/62. Disposies normativas recepcionadas com status de lei ordinria. Possibilidade de revogao pelo art. 18 da Lei 9.527/97. Interpretao do art. 131, caput, da CF. A Procuradoria-Geral Federal, apesar de manter vinculao, no se caracteriza como rgo da Advocacia-Geral da Unio. Atual impossibilidade de equiparao das condies funcionais dos mem-bros da advocacia pblica e do Ministrio Pblico. (...).

    1.2. Concurso Pblico45(5HO Min. Gilmar Mendes, Tema 485, pendente de publicao, Informativo 782.

    Os critrios adotados por banca examinadora de concurso pblico no podem ser revistos pelo Poder Judicirio.

    &)$5(5HO Min. Crmen Lcia, Tema 121, DJe 1.7.2011.

    (...) Concurso pblico para ingresso nas foras armadas: critrio de limite de idade fixado em edi-tal. (...) Substituio de paradigma. Art. 10 da Lei 6.880/80. Art. 142, 3, X, da CF. Declarao de no recepo da norma com modulao de efeitos. (...). 1. Repercusso geral da matria constitucio-nal reconhecida no RE 572499: perda de seu objeto; substituio pelo RE 600885. 2. O art. 142, 3, X, da CF, expresso ao atribuir exclusivamente lei a definio dos requisitos para o ingresso nas Foras Armadas. 3. A Constituio brasileira determina, expressamente, os requisitos para o ingresso nas Foras Armadas, previstos em lei: referncia constitucional taxativa ao critrio de idade. Descabimento de regu-lamentao por outra espcie normativa, ainda que por delegao legal. 4. No foi recepcionada pela CF a expresso nos regulamentos da Marinha, do Exrcito e da Aeronutica do art. 10 da Lei 6.880/80. 5. O princpio da segurana jurdica impe que, mais de vinte e dois anos de vigncia da Constituio, nos quais dezenas de concursos foram realizados se observando aquela regra legal, modulem-se os efeitos da no-recepo: manuteno da validade dos limites de idade fixados em editais e regulamen-tos fundados no art. 10 da Lei 6.880/80 at 31.12.2011. (...).

    &$5(5*5HO Min. Luiz Fux, Tema 646, DJe 17.5.2013.

    (...) Concurso pblico. Limitao de idade fixada em edital. Policial civil. Art. 7, XXX, da CF. (...). Repercus-so geral reconhecida. (...).

  • 38 PARTE I SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL REPERCUSSO GERAL

    &5(5HO Min. Gilmar Mendes, Tema 376, DJe 3.10.2014.

    (...) 2. Concurso Pblico. Edital. Clusulas de Barreira. Alegao de violao aos arts. 5, caput, e 37, inciso I, da Constituio Federal. 3. Regras restritivas em editais de concurso pblico, quando fundadas em critrios objetivos relacionados ao desempenho meritrio do candidato, no ferem o princpio da isonomia. 4. As clusulas de barreira em concurso pblico, para seleo dos candidatos mais bem classi-ficados, tm amparo constitucional. (...).

    &5(5HO Min. Gilmar Mendes, Tema 161, DJe 3.10.2011.

    (...) Concurso pblico. Previso de vagas em edital. Direito nomeao dos candidatos aprova-dos. I. Direito nomeao. Candidato aprovado dentro do nmero de vagas previstas no edital. Dentro do prazo de validade do concurso, a Administrao poder escolher o momento no qual se realizar a nomeao, mas no poder dispor sobre a prpria nomeao, a qual, de acordo com o edital, passa a constituir um direito do concursando aprovado e, dessa forma, um dever imposto ao poder pblico. Uma vez publicado o edital do concurso com nmero especfico de vagas, o ato da Administrao que declara os candidatos aprovados no certame cria um dever de nomeao para a prpria Administra-o e, portanto, um direito nomeao titularizado pelo candidato aprovado dentro desse nmero de vagas. II. Administrao pblica. Princpio da segurana jurdica. Boa-f. Proteo confiana. O dever de boa-f da Administrao Pblica exige o respeito incondicional s regras do edital, inclusive quanto previso das vagas do concurso pblico. Isso igualmente decorre de um necessrio e incondicional res-peito segurana jurdica como princpio do Estado de Direito. Tem-se, aqui, o princpio da segurana jurdica como princpio de proteo confiana. Quando a Administrao torna pblico um edital de concurso, convocando todos os cidados a participarem de seleo para o preenchimento de determi-nadas vagas no servio pblico, ela impreterivelmente gera uma expectativa quanto ao seu comporta-mento segundo as regras previstas nesse edital. Aqueles cidados que decidem se inscrever e participar do certame pblico depositam sua confiana no Estado administrador, que deve atuar de forma respon-svel quanto s normas do edital e observar o princpio da segurana jurdica como guia de comporta-mento. Isso quer dizer, em outros termos, que o comportamento da Administrao Pblica no decorrer do concurso pblico deve se pautar pela boa-f, tanto no sentido objetivo quanto no aspecto subjetivo de respeito confiana nela depositada por todos os cidados. III. Situaes excepcionais. Necessidade de motivao. Controle pelo poder judicirio. Quando se afirma que a Administrao Pblica tem a obrigao de nomear os aprovados dentro do nmero de vagas previsto no edital, deve-se levar em considerao a possibilidade de situaes excepcionalssimas que justifiquem solues diferenciadas, devidamente motivadas de acordo com o interesse pblico. No se pode ignorar que determinadas situaes excepcionais podem exigir a recusa da Administrao Pblica de nomear novos servidores. Para justificar o excepcionalssimo no cumprimento do dever de nomeao por parte da Adminis-trao Pblica, necessrio que a situao justificadora seja dotada das seguintes caractersticas: a) Supervenincia: os eventuais fatos ensejadores de uma situao excepcional devem ser necessariamente posteriores publicao do edital do certame pblico; b) Imprevisibilidade: a situao deve ser deter-minada por circunstncias extraordinrias, imprevisveis poca da publicao do edital; c) Gravidade: os acontecimentos extraordinrios e imprevisveis devem ser extremamente graves, implicando onero-sidade excessiva, dificuldade ou mesmo impossibilidade de cumprimento efetivo das regras do edital; d) Necessidade: a soluo drstica e excepcional de no cumprimento do dever de nomeao deve ser extremamente necessria, de forma que a Administrao somente pode adotar tal medida quando absolutamente no existirem outros meios menos gravosos para lidar com a situao excepcional e imprevisvel. De toda forma, a recusa de nomear candidato aprovado dentro do nmero de vagas deve ser devidamente motivada e, dessa forma, passvel de controle pelo Poder Judicirio. IV. Fora normativa do princpio do concurso pblico. Esse entendimento, na medida em que atesta a existncia de um direito subjetivo nomeao, reconhece e preserva da melhor forma a fora normativa do princpio do concurso pblico, que vincula diretamente a Administrao. preciso reconhecer que a efetividade da exigncia constitucional do concurso pblico, como uma incomensurvel conquista da cidadania no Brasil, permanece condicionada observncia, pelo Poder Pblico, de normas de organizao e pro-cedimento e, principalmente, de garantias fundamentais que possibilitem o seu pleno exerccio pelos

  • 39DIREITO ADMINISTRATIVO

    cidados. O reconhecimento de um direito subjetivo nomeao deve passar a impor limites atuao da Administrao Pblica e dela exigir o estrito cumprimento das normas que regem os certames, com especial observncia dos deveres de boa-f e incondicional respeito confiana dos cidados. O prin-cpio constitucional do concurso pblico fortalecido quando o Poder Pblico assegura e observa as garantias fundamentais que viabilizam a efetividade desse princpio. Ao lado das garantias de publici-dade, isonomia, transparncia, impessoalidade, entre outras, o direito nomeao representa tambm uma garantia fundamental da plena efetividade do princpio do concurso pblico. (...).

    &5(5HO Min. Gilmar Mendes, Tema 335, DJe 20.11.2013.

    (...) 2. Remarcao de teste de aptido fsica em concurso pblico em razo de problema tem-porrio de sade. 3. Vedao expressa em edital. Constitucionalidade. 4. Violao ao princpio da isonomia. No ocorrncia. Postulado do qual no decorre, de plano, a possibilidade de realizao de segunda chamada em etapa de concurso pblico em virtude de situaes pessoais do candidato. Clu-sula editalcia que confere eficcia ao princpio da isonomia luz dos postulados da impessoalidade e da supremacia do interesse pblico. 5. Inexistncia de direito constitucional remarcao de provas em razo de circunstncias pessoais dos candidatos. 6. Segurana jurdica. Validade das provas de segunda chamada realizadas at a data da concluso do julgamento. (...).

    &665(5HO Min. Teori Zavascki, Tema 569, DJe 19.11.2014.

    (...) Servios sociais autnomos vinculados a entidades sindicais. Sistema S. Autonomia admi-nistrativa. Recrutamento de pessoal. Regime jurdico definido na legislao instituidora. Servio Social do Transporte. No submisso ao princpio do concurso pblico (art. 37, II, da CF). 1. Os servios sociais autnomos integrantes do denominado Sistema S, vinculados a entidades patronais de grau superior e patrocinados basicamente por recursos recolhidos do prprio setor produtivo benefi-ciado, ostentam natureza de pessoa jurdica de direito privado e no integram a Administrao Pblica, embora colaborem com ela na execuo de atividades de relevante significado social. Tanto a Constitui-o Federal de 1988, como a correspondente legislao de regncia (como a Lei 8.706/93, que criou o Servio Social do Trabalho SEST) asseguram autonomia administrativa a essas entidades, sujeitas, for-malmente, apenas ao controle finalstico, pelo Tribunal de Contas, da aplicao dos recursos recebidos. Presentes essas caractersticas, no esto submetidas exigncia de concurso pblico para a contrata-o de pessoal, nos moldes do art. 37, II, da Constituio Federal. (...).

    &5(5HO Min. Teori Zavascki, Tema 476, DJe 30.10.2014.

    (...) Concurso pblico. Candidato reprovado que assumiu o cargo por fora de liminar. Superve-niente revogao da medida. Retorno ao status quo ante. Teoria do fato consumado, da prote-o da confiana legtima e da segurana jurdica. Inaplicabilidade. (...). 1. No compatvel com o regime constitucional de acesso aos cargos pblicos a manuteno no cargo, sob fundamento de fato consumado, de candidato no aprovado que nele tomou posse em decorrncia de execuo provisria de medida liminar ou outro provimento judicial de natureza precria, supervenientemente revogado ou modificado. 2. Igualmente incabvel, em casos tais, invocar o princpio da segurana jurdica ou o da proteo da confiana legtima. que, por imposio do sistema normativo, a execuo provisria das decises judiciais, fundadas que so em ttulos de natureza precria e revogvel, se d, invariavelmente, sob a inteira responsabilidade de quem a requer, sendo certo que a sua revogao acarreta efeito ex tunc, circunstncias que evidenciam sua inaptido para conferir segurana ou estabilidade situao jurdica a que se refere. (...).

  • 40 PARTE I SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL REPERCUSSO GERAL

    ($,5*425HO Min. Gilmar Mendes, Tema 338, DJe 13.8.2010.

    (...) Exame psicotcnico. Previso em lei em sentido material. Indispensabilidade. Critrios objeti-vos. Obrigatoriedade. (...).

    Smula Vinculante 44. S por lei se pode sujeitar a exame psicotcnico a habilitao de candidato a cargo pblico.

    65(5HO Min. Dias Toffoli, Tema 612, DJe 31.10.2014.

    (...) Contratao temporria por tempo determinado para atendimento a necessidade temporria de excepcional interesse pblico. Previso em lei municipal de atividades ordinrias e regulares. Defini-o dos contedos jurdicos do art. 37, II e IX, da CF. Descumprimento dos requisitos constitucionais. Recurso provido. Declarada a inconstitucionalidade da norma municipal. Modulao dos efeitos. (...). 3. O contedo jurdico do art. 37, IX, da CF pode ser resumido, ratificando-se, dessa forma, o entendimento da Corte Suprema de que, para que se considere vlida a contratao temporria, preciso que: a) os casos excepcionais estejam previstos em lei; b) o prazo de contratao seja predeterminado; c) a necessidade seja temporria; d) o interesse pblico seja excepcional; e) a necessidade de contratao seja indispensvel, sendo vedada a contratao para os servios ordinrios permanentes do Estado, e que devam estar sob o espec-tro das contingncias normais da Administrao. 4. inconstitucional a lei municipal em comento, eis que a norma no respeitou a Constituio Federal. A imposio constitucional da obrigatoriedade do concurso pblico peremptria e tem como objetivo resguardar o cumprimento de princpios constitucionais, dentre eles, os da impessoalidade, da igualdade e da eficincia. Deve-se, como em outras hipteses de reconheci-mento da existncia do vcio da inconstitucionalidade, proceder correo da norma, a fim de atender ao que dispe a Constituio Federal. 5. H que se garantir a instituio do que os franceses denominam de la culture de gestion, a cultura de gesto (terminologia atualmente ampliada para cultura de gesto estrat-gica) que consiste na interiorizao de um vetor do progresso, com uma apreenso clara do que normal, ordinrio, e na concepo de que os atos de administrao devem ter a pretenso de ampliar as potenciali-dades administrativas, visando eficcia e transformao positiva. (...).

    1.3. Regras Remuneratrias$5(5*5HO Min. Presidente, Tema 434, DJe 16.9.2011.

    (...) Gratificao por Produo Suplementar GPS. Alterao do clculo. Lei especfica. Irredutibi-lidade de vencimentos. (...). compatvel com a CF lei especfica que altera o clculo da Gratificao por Produo Suplementar - GPS, desde que no haja reduo da remunerao na sua totalidade.

    &8595(5HO Min. Luiz Fux, Tema 005, DJe 10.2.2014.

    1) Direito monetrio. Converso do padro monetrio: Cruzeiro Real em URV. Direito aos 11,98%, ou do ndice decorrente do processo de liquidao, e a sua incorporao. Competncia privativa da Unio para legislar sobre a matria. Art. 22, inciso VI, da Constituio da Repblica. Inconstitucionalidade formal da Lei estadual n. 6.612/94 que regula o tema da converso do Cruzeiro Real em URV. 2) O direito ao percentual de 11,98%, ou do ndice decorrente do processo de liquidao, na remunerao do servidor, resultante da equivocada converso do Cruzeiro Real em URV, no representa um aumento na remunerao do servi-dor pblico, mas um reconhecimento da ocorrncia de indevido decrscimo no momento da converso da moeda em relao queles que recebem seus vencimentos em momento anterior ao do trmino do ms

  • 41DIREITO ADMINISTRATIVO

    trabalhado, tal como ocorre, verbi gratia, no mbito do Poder Legislativo e do Poder Judicirio por fora do art. 168 da Constituio da Repblica. 3) Consectariamente, o referido percentual deve ser incorporado remunerao dos aludidos servidores, sem qualquer compensao ou abatimento em razo de aumentos remuneratrios supervenientes. 4) A limitao temporal do direito incorporao dos 11,98% ou do ndice decorrente do processo de liquidao deve adstringir-se ao decisum na ADI 2.323-MC/DF e na ADI 2321. 5) O trmino da incorporao dos 11,98%, ou do ndice obtido em cada caso, na remunerao deve ocorrer no momento em que a carreira do servidor passa por uma restruturao remuneratria, porquanto no h direito percepo ad aeternum de parcela de remunerao por servidor pblico. 6) A irredutibilidade esti-pendial recomenda que se, em decorrncia da reestruturao da carreira do servidor, a supresso da parcela dos 11,98%, ou em outro percentual obtido na liquidao, verificar-se com a reduo da remunerao, o servidor far jus a uma parcela remuneratria (VPNI) em montante necessrio para que no haja uma ofensa ao princpio, cujo valor ser absorvido pelos aumentos subsequentes. 7) A reestruturao dos cargos no mbito do Poder Judicirio Federal decorreu do advento da Lei 10.475/02, diploma legal cuja vigncia deve servir de termo ad quem para o pagamento e incorporao dos 11,98% no mbito do referido Poder. 8) Inconstitucionalidade. 9) Recurso extraordinrio interposto pelo estado do Rio Grande do Norte conhecido e parcialmente provido, porquanto descabida a pretensa compensao do percentual devido ao servidor em razo da ilegalidade na converso de Cruzeiros Reais em URV com aumentos supervenientes a ttulo de reajuste e reviso de remunerao, restando, por outro lado, fixado que o referido percentual ser absorvido no caso de reestruturao financeira da carreira, e declarada incidenter tantum a inconstitucionalidade da Lei 6.612, de 16 de maio de 1994, do estado do Rio Grande do Norte.

    )5(5HO Min. Crmen Lcia, Tema 041, DJe 20.3.2009.

    (...) Estabilidade financeira. Modificao de forma de clculo da remunerao. Ofensa garantia constitucional da irredutibilidade da remunerao: ausncia. Jurisprudncia. LC 203/01 do Estado do Rio Grande do Norte: constitucionalidade. 1. O STF pacificou a sua jurisprudncia sobre a cons-titucionalidade do instituto da estabilidade financeira e sobre a ausncia de direito adquirido a regime jurdico. 2. Nesta linha, a LC 203/01, do RN, no ponto que alterou a forma de clculo de gratificaes e, consequentemente, a composio da remunerao de servidores pblicos, no ofende a CF, por dar cumprimento ao princpio da irredutibilidade da remunerao. (...).

    )5(5HO Min. Crmen Lcia, Tema 030, DJe 12.3.2010.

    (...) Servidor pblico estadual. Cargo comissionado. Exonerao. Frias no gozadas: pagamento acrescido do tero constitucional. Previso constitucional do benefcio. Ausncia de previso em lei. Jurisprudncia deste STF. (...). 1. O direito individual s frias adquirido aps o perodo de 12 meses trabalhados, sendo devido o pagamento do tero constitucional independente do exerccio desse direito. 2. A ausncia de previso legal no pode restringir o direito ao pagamento do tero constitucio-nal aos servidores exonerados de cargos comissionados que no usufruram frias. 3. O no pagamento do tero constitucional quele que no usufruiu o direito de frias penaliz-lo duas vezes: primeiro por no ter se valido de seu direito ao descanso, cuja finalidade preservar a sade fsica e psquica do trabalhador; segundo por vedar-lhe o direito ao acrscimo financeiro que teria recebido se tivesse usufrudo das frias no momento correto. (...).

    *$5(5*5HO Min. Presidente, Tema 440, DJe 6.9.2011.

    (...) Gratificao Especial de Retorno Atividade GERA. Reduo legal. Vigncia da lei redutora. Reingresso de servidores pblicos. (...). compatvel com a Constituio a reduo da Gratificao Especial de Retorno Atividade GERA, se o ingresso ou reingresso dos servidores pblicos, aos qua-dros do CVMI, ocorreu aps a edio da Lei estadual 10.916/97.

  • 42 PARTE I SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL REPERCUSSO GERAL

    ,5(5*425HO Min. Ricardo Lewandowski, Tema 141, DJe 6.2.2009.

    (...) Servidor pblico. Vencimentos. Salrio mnimo. Complementao por abono. Clculo de gratificaes e outras vantagens sobre o abono utilizado para se atingir o salrio mnimo. Impossibilidade. I. Questo de ordem. Matria de mrito pacificada no STF. Repercusso geral reconhecida. Confirmao da jurisprudncia. (...). II. Julgamento de mrito conforme precedentes. (...).

    Smula Vinculante 15. O clculo de gratificaes e outras vantagens do servidor pblico no incide sobre o abono utilizado para se atingir o salrio mnimo.

    ,5(5HO Min. Gilmar Mendes, Tema 395, pendente de publicao, Informativo 778.

    Ofende o princpio da legalidade a deciso que concede a incorporao de quintos pelo exerccio de funo comissionada no perodo entre 8.4.1998 edio da Lei 9.624/98 at 4.9.2001 edio da MPv 2.225-45/01 , ante a carncia de fundamento legal.

    05(5HO Min. Teori Zavascki, Tema 473, DJe 24.6.2014.

    Constitucional. Administrativo. Incorporao de quintos. Pretenso de continuar percebendo a vantagem remuneratria no exerccio de cargo de carreira diversa. Inviabilidade. 1. A garantia de preservao do direito adquirido, prevista no art. 5, XXXVI, da Constituio Federal, assegura ao seu titular tambm a faculdade de exerc-lo. Mas de exerc-lo sob a configurao com que o direito foi formado e adquirido e no regime jurdico no mbito do qual se desenvolveu a relao jurdica cor-respondente, com seus sujeitos ativo e passivo, com as mtuas obrigaes e prestaes devidas. 2. As vantagens remuneratrias adquiridas no exerccio de determinado cargo pblico no autoriza o seu titu-lar, quando extinta a correspondente relao funcional, a transport-las para o mbito de outro cargo, pertencente a carreira e regime jurdico distintos, criando, assim, um direito de tertium genus, composto das vantagens de dois regimes diferentes. 3. Por outro lado, considerando a vedao constitucional de acumulao remunerada de cargos pblicos, no ser legtimo transferir, para um deles, vantagem somente devida pelo exerccio do outro. A vedao de acumular certamente se estende tanto aos deve-res do cargo (= de prestar seus servios) como aos direitos (de obter as vantagens remuneratrias). 4. Assim, no encontra amparo constitucional a pretenso de acumular, no cargo de magistrado ou em qualquer outro, a vantagem correspondente a quintos, a que o titular fazia jus quando no exerccio de cargo diverso. (...).

    55(5*425HO Min. Ricardo Lewandowski, Tema 142, DJe 13.2.2009.

    (...) Servidor pblico. Salrio-base inferior ao salrio mnimo. Possibilidade. Arts. 7, IV, e 39, 3 (redao da EC 19/98), da Constituio. I. Questo de ordem. Matria de mrito pacificada no STF. Repercusso geral reconhecida. Confirmao da jurisprudncia. (...). II. Julgamento de mrito conforme precedentes. (...).

    Smula Vinculante 16. Os artigos 7, IV, e 39, 3 (redao da EC 19/98), da Constituio, referem--se ao total da remunerao percebida pelo servidor pblico.

  • 43DIREITO ADMINISTRATIVO

    65(5HO p/ ac. Min. Luiz Fux, Tema 347, DJe 3.5.2013.

    (...) Servidores pblicos do RS. Vale-refeio. Reajuste. Leis estaduais 10.002/93, 11.468/00 e 11.802/02 e decreto regulamentar. (...). 1. A controvrsia relacionada com o percentual de reajuste no valor do vale-refeio concedido a servidores pblicos estaduais e sua adequao para a manuteno do valor efetivo do benefcio matria afeta interpretao da legislao infraconstitucional e do direito local, cuja discusso revela-se incabvel na instncia extraordinria (...). 2. In casu, o TJ-RS entendeu que a Lei 10.002/93 estabeleceu que os reajustes do valor do vale-refeio devem ser realizados mediante decreto do Executivo Estadual, no podendo o Poder Judicirio institu-los. Ainda que tal benefcio no seja propriamente vencimento, mas sim verba indenizatria, traduz, em ltima anlise, aumento de des-pesa, que s pode ser realizada se houver prvia dotao oramentria (art. 169, CF). (...)..

    6$5(5HO Min. Dias Toffoli, Tema 514, DJe 19.2.2015.

    (...) Servidor pblico. Odontologistas da rede pblica. Aumento da jornada de trabalho sem a correspondente retribuio remuneratria. Desrespeito ao princpio constitucional da irredutibi-lidade de vencimentos. (...) 2. Conforme a reiterada jurisprudncia do Supremo Tribunal Federal, no tem o servidor pblico direito adquirido a regime jurdico remuneratrio, exceto se da alterao legal decorrer reduo de seus rendimentos, que a hiptese dos autos. 3. A violao da garantia da irredu-tibilidade de vencimentos pressupe a reduo direta dos estipndios funcionais pela diminuio pura e simples do valor nominal do total da remunerao ou pelo decrscimo do valor do salrio-hora, seja pela reduo da jornada de trabalho com adequao dos vencimentos nova carga horria, seja pelo aumento da jornada de trabalho sem a correspondente retribuio remuneratria. (...). 7. Reafirmada a jurisprudncia da Corte e fixadas as seguintes teses jurdicas: i) a ampliao de jornada de trabalho sem alterao da remunerao do servidor consiste em violao da regra constitucional da irredutibilidade de vencimentos; ii) no caso concreto, o 1 do art. 1 do Decreto estadual n 4.345, de 14 de fevereiro de 2005, do Estado do Paran no se aplica aos servidores elencados em seu caput que, antes de sua edio, estavam legitimamente submetidos a carga horria semanal inferior a quarenta horas.

    6$5(5*5HO Min. Gilmar Mendes, Tema 635, DJe 7.3.2013.

    (...) Servidor Pblico. 3. Converso de frias no gozadas bem como outros direitos de natureza remuneratria em indenizao pecuniria, por aqueles que no mais podem delas usufruir. Pos-sibilidade. Vedao do enriquecimento sem causa da Administrao. (...).

    65(5HO Min. Gilmar Mendes, Tema 315, DJe 10.11.2014.

    (...). Servidor Pblico. Extenso de gratificao com fundamento no princpio da Isonomia. Vedao. Enunciado 339 da Smula desta Corte. (...).

    STF Vinculante 37. No cabe ao Poder Judicirio, que no tem funo legislativa, aumentar venci-mentos de servidores pblicos sob o fundamento de isonomia.

    65(5HO Min. Crmen Lcia, Tema 024, DJe 2.5.2013.

    (...) Servidor pblico. Inexistncia de direito adquirido regime jurdico. Base de clculo de vantagens pessoais. Efeito cascata: proibio constitucional. Impossibilidade de reduo dos vencimentos. Princpio da irredutibilidade dos vencimentos. (...).

  • 44 PARTE I SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL REPERCUSSO GERAL

    6'1(5'1,75(5HO Min. Gilmar Mendes, Tema 602, DJe 24.10.2014.

    (...) 2. Paridade. Art. 40, 8 (redao dada pela EC 20/98). 3. Servidores inativos e pensionistas do extinto DNER possuem direito aos efeitos financeiros decorrentes do enquadramento de servidores ati-vos no Plano Especial de Cargos do DNIT. (...).

    7(&5(5HO Min. Marco Aurlio, Tema 282, DJe 30.9.2010.

    Remunerao. Servidor do executivo estadual. Teto. EC 19/98. Eficcia projetada no tempo. Art. 37, XI, da CF, na redao primitiva. Subsistncia do teto revelado pela remunerao de secretrio de Estado. A eficcia do inciso XI do art. 37 da CF, na redao decorrente da EC 19/98, ficou jungida fixao, por lei de iniciativa conjunta do Presidente da Repblica, do Presidente do Supremo, do Presidente da Cmara e do Presidente do Senado, do subsdio, persistindo a vigncia do texto primitivo da Carta, no que contemplado o teto por Poder, consideradas as esferas federal e estadual.

    7(&5(5HO Min. Teori Zavascki, Tema 480, DJe 11.12.2014.

    (...) Teto de retribuio. EC 41/03. Eficcia imediata dos limites mximos nela fixados. Exces-sos. Percepo no respaldada pela garantia da irredutibilidade. 1. O teto de retribuio esta-belecido pela EC 41/03 possui eficcia imediata, submetendo s referncias de valor mximo nele discriminadas todas as verbas de natureza remuneratria percebidas pelos servidores pblicos da Unio, Estados, Distrito Federal e Municpios, ainda que adquiridas de acordo com regime legal anterior. 2. A observncia da norma de teto de retribuio representa verdadeira condio de legi-timidade para o pagamento das remuneraes no servio pblico. Os valores que ultrapassam os limites pr-estabelecidos para cada nvel federativo na CF constituem excesso cujo pagamento no pode ser reclamado com amparo na garantia da irredutibilidade de vencimentos. 3. A incidncia da garantia constitucional da irredutibilidade exige a presena cumulativa de pelo menos dois requi-sitos: (a) que o padro remuneratrio nominal tenha sido obtido conforme o direito, e no de maneira ilcita, ainda que por equvoco da Administrao Pblica; e (b) que o padro remuneratrio nominal esteja compreendido dentro do limite mximo pr-definido pela Constituio Federal. O pagamento de remuneraes superiores aos tetos de retribuio de cada um dos nveis federativos traduz exemplo de violao qualificada do texto constitucional. (...).

    2. CONSELHOS PROFISSIONAIS

    020%5(5*5HO Min. Teori Zavascki, Tema 738, DJe 24.6.2014.

    (...) Inscrio na Ordem dos Msicos do Brasil (OMB). Pagamento de anuidades. No-obrigato-riedade. Ofensa garantia da liberdade de expresso (art. 5, IX, da CF). (...). No julgamento do RE 414426..., firmou o entendimento de que a atividade de msico manifestao artstica protegida pela garantia da liberdade de expresso, sendo, por isso, incompatvel com a CF/88 a exigncia de inscrio na OMB, bem como de pagamento de anuidade, para o exerccio de tal profisso. (...).

    3. NEPOTISMO

    95(5HO Min. Ricardo Lewandowski, Tema 066, DJe 24.10.2008.

  • 45DIREITO ADMINISTRATIVO

    Administrao pblica. Vedao nepotismo. Necessidade de lei formal. Inexigibilidade. Proibio que decorre do art. 37, caput, da CF. (...). I. Embora restrita ao mbito do Judicirio, a Res. CNJ 7/05, a prtica do nepotismo nos demais Poderes ilcita. II. A vedao do nepotismo no exige a edio de lei formal para coibir a prtica. III. Proibio que decorre diretamente dos princpios contidos no art. 37, caput, da CF. (...).

    Smula Vinculante 13. A nomeao de cnjuge, companheiro, ou parente, em linha reta, colateral ou por afinidade, at o 3 grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pes-soa jurdica, investido em cargo de direo, chefia ou assessoramento, para o exerccio de cargo em comisso ou de confiana, ou, ainda, de funo gratificada na Administrao Pblica direta e indireta, em qualquer dos Poderes da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios, compreendido o ajuste mediante designaes recprocas, viola a Constituio Federal.

    4. PRINCPIOS

    6$5(5HO Min. Teori Zavascki, Tema 483, pendente de publicao, Informativo 782.

    legtima a publicao, inclusive em stio eletrnico mantido pela Administrao Pblica, dos nomes de seus servidores e do valor dos correspondentes vencimentos e vantagens pecunirias. Esse o entendimento do Plenrio ao dar provimento a recurso extraordinrio em que discutida a possibi-lidade de se indenizar, por danos morais, servidora pblica que tivera seu nome publicado em stio eletrnico do municpio, em que teriam sido divulgadas informaes sobre a remunerao paga aos servidores pblicos. A Corte destacou que o mbito de proteo da privacidade do cidado ficaria mitigado quando se tratasse de agente pblico. O servidor pblico no poderia pretender usufruir da mesma privacidade que o cidado comum. Esse princpio bsico da Administrao publicidade visaria eficincia.

    5. PROCESSO ADMINISTRATIVO

    $5(5HO Min. Dias Toffoli, Tema 138, DJe 13.2.2012.

    (...) Exerccio do poder de autotutela estatal. Reviso de contagem de tempo de servio e de quin-qunios de servidora pblica. Repercusso geral reconhecida. 1. Ao Estado facultada a revogao de atos que repute ilegalmente praticados; porm, se de tais atos j decorreram efeitos concretos, seu desfazimento deve ser precedido de regular processo administrativo. 2. Ordem de reviso de contagem de tempo de servio, de cancelamento de quinqunios e de devoluo de valores tidos por indevi-damente recebidos apenas pode ser imposta ao servidor depois de submetida a questo ao devido processo administrativo, em que se mostra de obrigatria observncia o respeito ao princpio do con-traditrio e da ampla defesa. (...).

    Smula Vinculante 3. Nos processos perante o Tribunal de Contas da Unio asseguram-se o con-traditrio e a ampla defesa quando da deciso puder resultar anulao ou revogao de ato admi-nistrativo que beneficie o interessado, excetuada a apreciao da legalidade do ato de concesso inicial de aposentadoria, reforma e penso.

    ($,5*425HO Min. Ellen Gracie, Tema 314, DJe 5.12.2008.

  • 46 PARTE I SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL REPERCUSSO GERAL

    (...) Exigncia de depsito prvio em recurso administrativo. Relevncia econmica, social e jur-dica da controvrsia. (...). Precedentes desta corte a respeito da inconstitucionalidade da exign-cia como requisito de admissibilidade de recurso administrativo. Ratificao do entendimento. (...). 2. A exigncia de depsito prvio como requisito de admissibilidade de recurso administrativo assunto de indiscutvel relevncia econmica, social e jurdica j teve a sua inconstitucionalidade reco-nhecida por esta Corte, no julgamento do RE 388359, do RE 389383 e do RE 390513. (...).

    Smula Vinculante 21. inconstitucional a exigncia de depsito ou arrolamento prvios de dinheiro ou bens para admissibilidade de recurso administrativo.

    6. RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO55(5HO Min. Ricardo Lewandowski, Tema 130, DJe 18.12.2009.

    (...) Responsabilidade do Estado. Art. 37, 6, da CF. Pessoas jurdicas de direito privado pres-tadoras de servio pblico. Concessionrio ou permissionrio do servio de transporte coletivo. Responsabilidade objetiva em relao a terceiros no usurios do servio. (...). I. A responsabilidade civil das pessoas jurdicas de direito privado prestadoras de servio pblico objetiva relativamente a terceiros usurios e no-usurios do servio, segundo decorre do art. 37, 6, da CF. II. A inequvoca presena do nexo de causalidade entre o ato administrativo e o dano causado ao terceiro no-usurio do servio pblico, condio suficiente para estabelecer a responsabilidade objetiva da pessoa jurdica de direito privado. (...).

    55(5HO p/ ac. Min. Roberto Barroso, Tema 671, DJe 13.5.2015.

    Responsabilidade civil do estado. Investidura em cargo pblico por fora de deciso judicial. (...) Na hiptese de posse em cargo pblico determinada por deciso judicial, o servidor no faz jus a inde-nizao, sob fundamento de que deveria ter sido investido em momento anterior, salvo situao de arbitrariedade flagrante. (...).

    7. SERVIO PBLICO(5(5HO Min. Ricardo Lewandowski, Tema 046, DJe 26.6.2009.

    (...) Energia eltrica. Encargos criados pela Lei 10.438/02. Natureza jurdica correspondente a preo pblico ou tarifa. Inaplicabilidade do regime tributrio. Ausncia de compulsoriedade na fruio dos servios. Receita originria e privada destinada a remunerar concessionrias, permis-sionrias e autorizadas integrantes do sistema interligado nacional. (...). I. Os encargos de capa-cidade emergencial e de aquisio de energia eltrica emergencial, institudos pela Lei 10.438/02, no possuem natureza tributria. II. Encargos destitudos de compulsoriedade, razo pela qual correspon-dem a tarifas ou preos pblicos. III. Verbas que constituem receita originria e privada, destinada a remunerar concessionrias, permissionrias e autorizadas pelos custos do servio, incluindo sua manu-teno, melhora e expanso, e medidas para prevenir momentos de escassez. IV. O art. 175, III, da CF autoriza a subordinao dos referidos encargos poltica tarifria governamental. V. Inocorrncia de afronta aos princpios da legalidade, da no-afetao, da moralidade, da isonomia, da proporcionalidade e da razoabilidade. (...).

  • 47DIREITO AMBIENTAL

    DIREITO AMBIENTAL

    1. COMPETNCIA LEGISLATIVA/5(5HO Min. Luiz Fux, Tema 145, DJe 8.5.2015.

    Recurso extraordinrio em ao direta de inconstitucionalidade estadual. Limites da competncia municipal. Lei municipal que probe a queima de palha de cana-de-acar e o uso do fogo em atividades agrcolas. (...). 1. O Municpio competente para legislar sobre meio ambiente com Unio e Estado, no limite de seu interesse local e desde que tal regramento seja e harmnico com a disciplina estabelecida pelos demais entes federados (art. 24, VI c/c 30, I e II da CRFB). (...). 3. In casu, porquanto inegvel contedo multidisciplinar da matria de fundo, envolvendo questes sociais, econmicas e polticas, no permitido a esta Corte se furtar de sua anlise para o estabelecimento do alcance de sua deciso. So elas: (i) a relevante diminuio progressiva e planejada da utilizao da queima de cana-de-acar; (ii) a impossibilidade do manejo de mquinas diante da existncia de reas cultivveis acidentadas; (iii) cultivo de cana em minifndios; (iv) trabalhadores com baixa escolaridade; (v) e a polui-o existente independentemente da opo escolhida. 4. Em que pese a inevitvel mecanizao total no cultivo da cana, preciso reduzir ao mximo o seu aspecto negativo. Assim, diante dos valores sopesa-dos, editou-se uma lei estadual que cuida da forma que entende ser devida a execuo da necessidade de sua respectiva populao. Tal diploma reflete, sem dvida alguma, uma forma de compatibilizao desejvel pela sociedade, que, acrescida ao poder concedido diretamente pela Constituio, consolida de sobremaneira seu posicionamento no mundo jurdico estadual como um standard a ser observado e respeitado pelas demais unidades da federao adstritas ao Estado de So Paulo. 5. Sob a perspec-tiva estritamente jurdica, interessante observar o ensinamento do eminente doutrinador Hely Lopes Meireles, segundo o qual se caracteriza pela predominncia e no pela exclusividade do interesse para o municpio, em relao ao do Estado e da Unio. Isso porque no h assunto municipal que no seja reflexamente de interesse estadual e nacional. A diferena apenas de grau, e no de substncia." (Direito Administrativo Brasileiro. So Paulo: Malheiros Editores, 1996. p. 121.) 6. Funo precpua do municpio, que atender diretamente o cidado. Destarte, no permitida uma interpretao pelo STF, na qual no se reconhea o interesse do municpio em fazer com que sua populao goze de um meio ambiente equilibrado. 7. Entretanto, impossvel identificar interesse local que fundamente a permanncia da vigncia da lei municipal, pois ambos os diplomas legislativos tm o fito de resolver a mesma neces-sidade social, que a manuteno de um meio ambiente equilibrado no que tange especificamente a queima da cana-de-acar. 8. Distino entre a proibio contida na norma questionada e a eliminao progressiva disciplina na legislao estadual, que gera efeitos totalmente diversos e, caso se opte pela sua constitucionalidade, acarretar esvaziamento do comando normativo de quem competente para regular o assunto, levando ao completo descumprimento do dever deste STF de guardar a imperativi-dade da Constituio. (...).

  • 48 PARTE I SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL REPERCUSSO GERAL

    DIREITO CIVIL

    1. BEM DE FAMLIA%5(5*5HO Min. Ellen Gracie, Tema 295, DJe 3.9.2010.

    Constitucionalidade da penhora do bem de famlia do fiador. Ratificao da jurisprudncia firmada por esta Suprema Corte. (...).

  • 49DIREITO CONSTITUCIONAL

    DIREITO CONSTITUCIONAL

    1. COISA JULGADA

    ,5(5HO Min. Dias Toffoli, Tema 392, DJe 16.12.2011.

    (...) Ao de investigao de paternidade declarada extinta, com fundamento em coisa julgada, em razo da existncia de anterior demanda em que no foi possvel a realizao de exame de DNA, por ser o autor beneficirio da justia gratuita e por no ter o estado providenciado a sua realizao. Repropositura da ao. Possibilidade, em respeito prevalncia do direito fundamen-tal busca da identidade gentica do ser, como emanao de seu direito de personalidade. 1. dotada de repercusso geral a matria atinente possibilidade da repropositura de ao de investiga-o de paternidade, quando anterior demanda idntica, entre as mesmas partes, foi julgada improce-dente, por falta de provas, em razo da parte interessada no dispor de condies econmicas para realizar o exame de DNA e o Estado no ter custeado a produo dessa prova. 2. Deve ser relativizada a coisa julgada estabelecida em aes de investigao de paternidade em que no foi possvel deter-minar-se a efetiva existncia de vnculo gentico a unir as partes, em decorrncia da no realizao do exame de DNA, meio de prova que pode fornecer segurana quase absoluta quanto existncia de tal vnculo. 3. No devem ser impostos bices de natureza processual ao exerccio do direito fundamental busca da identidade gentica, como natural emanao do direito de personalidade de um ser, de forma a tornar-se igualmente efetivo o direito igualdade entre os filhos, inclusive de qualificaes, bem assim o princpio da paternidade responsvel. 4. Hiptese em que no h disputa de paternidade de cunho biolgico, em confronto com outra, de cunho afetivo. Busca-se o reconhecimento de paternidade com relao a pessoa identificada. (...).

    2. COMPETNCIA LEGISLATIVA

    &5(5*5HO Min. Ellen Gracie, Tema 272, DJe 20.8.2010.

    Definio do tempo mximo de espera de clientes em filas de instituies bancrias. Competncia do municpio para legislar. Assunto de interesse local. Ratificao da jurisprudncia firmada por esta suprema corte. (...).

    &$5(5*5HO Min. Presidente, Tema 430, DJe 31.8.2011.

    (...) Competncia privativa da Unio para legislar. Trnsito e transporte. (...). incompatvel com a Constituio lei municipal que impe sano mais gravosa que a prevista no Cdigo de Trnsito Brasi-leiro, por extrapolar a competncia legislativa do municpio.

    3. DIREITOS FUNDAMENTAIS

    (2$%5(5HO Min. Marco Aurlio, Tema 241, DJe 25.5.2012.