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UFRN Residência Médica 2017 Leia estas instruções: 1 Confira se os dados contidos na parte inferior desta capa estão corretos e, em seguida, assine no espaço reservado para isso. 2 Este Caderno contém 50 questões de Clínica Médica. 3 Se o Caderno estiver incompleto ou contiver imperfeição gráfica que impeça a leitura, solicite imediatamente ao Fiscal que o substitua. 4 Cada questão apresenta quatro opções de resposta, das quais apenas uma é correta. 5 Utilize qualquer espaço em branco deste Caderno para rascunhos e não destaque nenhuma folha. 6 Os rascunhos e as marcações feitas neste Caderno não serão considerados para efeito de avaliação. 7 A Comperve recomenda o uso de caneta esferográfica, confeccionada em material transparente, de tinta na cor preta. 8 Você dispõe de, no máximo, quatro horas para responder as questões e preencher a Folha de Respostas. 9 O preenchimento da Folha de Respostas é de sua inteira responsabilidade. 10 Antes de se retirar definitivamente da sala, devolva ao Fiscal a Folha de Respostas e este Caderno. Assinatura do Candidato : ______________________________________________________

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UFRN Residência Médica 2017

Leia estas instruções:

1 Confira se os dados contidos na parte inferior desta capa estão corretos e, em

seguida, assine no espaço reservado para isso.

2 Este Caderno contém 50 questões de Clínica Médica.

3 Se o Caderno estiver incompleto ou contiver imperfeição gráfica que impeça a

leitura, solicite imediatamente ao Fiscal que o substitua.

4 Cada questão apresenta quatro opções de resposta, das quais apenas uma é

correta.

5 Utilize qualquer espaço em branco deste Caderno para rascunhos e não destaque

nenhuma folha.

6 Os rascunhos e as marcações feitas neste Caderno não serão considerados para

efeito de avaliação.

7 A Comperve recomenda o uso de caneta esferográfica, confeccionada em material

transparente, de tinta na cor preta.

8 Você dispõe de, no máximo, quatro horas para responder as questões e preencher a

Folha de Respostas.

9 O preenchimento da Folha de Respostas é de sua inteira responsabilidade.

10 Antes de se retirar definitivamente da sala, devolva ao Fiscal a Folha de Respostas e

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UFRN Residência Médica 2017 Cardiologia Endocrinologia Gastroenterologia Nefrologia Reumatologia 1

Cl ín ica Méd ica 01 a 50

01. Homem de 64 anos chega a hospital relatando quadro de mialgia, febre alta e dores com inchaço em articulações há 3 dias. Após internado, iniciou-se tratamento com hidratação e analgésicos. Paciente evoluiu com rebaixamento do nível de consciência e desconforto respiratório, com presença de secreção amarelada em vias aéreas. Realizadas CT crânio, que mostrou alterações próprias da idade, e punção lombar com líquor com 80 células de predomínio linfomononuclear, glicorraquia de 60 mg% e proteínas 56 mg%. O paciente foi encaminhado para UTI, onde deu entrada em Glasgow 8 (ao 2 RV 2 RM 4), pupilas iso/foto, RCR em 2 T sem sopros audíveis, com FC 136 bpm e PAM 60 mmHg, ausculta pulmonar com roncos difusos, SAT 85% em MV 50%, abdômen globoso, RHA +, extremidades com edema e calor em articulações de punho, tornozelos e joelhos. Eletrocardiograma com ritmo sinusal sem sobrecargas. Paciente de base é hipertenso e diabético e não há relato de alergias. Considerando o quadro descrito, em relação ao manejo desse paciente, é correto afirmar:

A) a expansão volêmica com soro fisiológico deve ser postergada devido ao quadro de insuficiência respiratória instalado.

B) o uso de aciclovir 10mg/ kg a cada 24 horas, associado à dexametasona 1 mg/kg em 24 horas, previne complicações cerebrais.

C) o uso de barbitúricos para entubação orotraqueal é preferível aos benzodiazepínicos , devido à melhor estabilidade cardiovascular.

D) a associação de cefalosporina de terceira geração com a anaerobicida, após coleta de culturas, diminui a mortalidade.

02. Homem de 22 anos, com cardiopatia valvular reumática, é internado na enfermaria de

cardiologia. Paciente evoluiu com quadro febril e intenso desconforto respiratório associado a

palpitações, sendo solicitada vaga na UTI. Há relato, no prontuário, de ritmo cardíaco

irregular e sopro em ruflar diastólico no foco mitral. À admissão, paciente ansioso, sudorético,

febril (T 39º C), inquieto, RCI com hiperfonese de B1, sopro diastólico pouco audível em foco

mitral, FC 180 bpm, PAM 78 mmHg, MV +, creptos em terços médios de ambos os pulmões,

SAT 84% em MV 50%, abdômen com hepatomegalia e extremidades sem edemas e mal

perfundidas, com pele fria. Em relação ao manejo desse paciente,

A) a cardioversão sincronizada com 150 j bifásica faz-se necessária, e são raras as complicações.

B) o uso de inotrópicos trará benefício ao paciente estabilizando seu quadro clínico.

C) o uso de metoprolol endovenoso associado a diurético de alça precede a indicação de prótese ventilatória.

D) a coleta de culturas e o controle da temperatura associados ao uso empírico de quinolonas para foco pulmonar são prioritários.

03. Homem de 26 anos, obeso, com antecedente de alergia a penicilina, apresentando transtorno do humor, em uso de escitalopram, quetiapina, ácido valproico e clonazepam, é admitido na enfermaria com quadro de febre alta, cefaleia, mialgia, dor abdominal e vômitos há 5 dias. Ao exame físico, a nuca estava livre, sendo iniciados hidratação e uso sintomáticos. Hemograma HB 10g%, leucócitos 15.200 (7% de bastões e 78% de segmentados), plaquetas 65.000, TGO 120, TGP 150, bilirrubina total 14, bilirrubina direta 10, sumário de urina com piúria, hematúria microscópica e proteinúria leve. Iniciado ceftriaxone empiricamente e solicitado USG abdominal que não detectou cálculos ou dilatação das vias biliares e rins de tamanho normal. No terceiro dia de internação, paciente evoluiu com petéquias, acentuação da coloração amarelo avermelhada de pele e mucosas, desconforto respiratório e oliguria, sendo transferido para UTI. RX de tórax com cardiomegalia e infiltrado micronodular difuso; laboratório com creatinina 3.8 mg/dl, ureia 158 mg/dl, potassio 2,6 meq/l e sódio 148 meq/l. Paciente foi entubado e colocado em ventilação mecânica. RT PCR para chikungunya e sorologia para dengue negativos. Genitora referiu contato com água de chuva contaminada por esgotos antes do quadro cl ínico. Em relação ao manejo desse paciente, deve-se

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A) postergar a hemodiálise, pois seu beneficio é na fase tardia da doença.

B) iniciar terlipressina para prevenir hemorragia digestiva.

C) suspender ceftriaxone, pois esta não tem ação no agente etiológico provável.

D) ventilar com pressão inspiratória baixa e pressão expiratória alta.

04. Homem de 61 anos chega ao pronto socorro apresentando dor precordial em opressão, sudorese e náuseas há 40 minutos. Refere ser hipertenso e ter sofrido AVCi há 20 dias, permanecendo com paresia em membro superior esquerdo. Ao exame físico, PA 140x90, F C 84, auscultas cardíaca e pulmonar sem alterações. Realizou ECG que demonstrou ritmo sinusal e supradesnível do segmento ST de 3 mm de V1 a V4. Feito 300 mg de AAS macerado, Clopidogrel 300mg, Dinitrato de isossorbida SL 5 mg, Heparina e Morfina. O centro de hemodinâmica mais próximo encontra-se a 140 minutos.

Na situação descrita, a melhor conduta é

A) administrar trombolítico, se não apresentar critérios de reperfusão, e encaminhar paciente para angioplastia de resgate.

B) administrar trombolítico e encaminhar diretamente para hospital com serviço de hemodinâmica, mesmo que apresente critérios de reperfusão.

C) encaminhar o paciente para realização de angioplastia primária, mesmo que demore mais que 120 minutos.

D) iniciar inibidor da glicoproteína IIb-IIIA no paciente e encaminhá-lo para realização de angioplastia primária.

05. Homem de 58 anos com aumento bi atrial, FE de 39% às custas de hipocinesia difusa, com importante hipertrofia de VE ao ecocardiograma é internado na enfermaria da cardiologia com quadro de anasarca. Nega história familiar de cardiopatia. Realizou cinecoronariografia sem lesões coronarianas e eletrocardiograma a seguir:

Considerando essas informações, a alteração mais provável de ser encontrada nos exames complementares é

A) pico monoclonal na eletroforese de proteínas.

B) sorologia positiva para doença de Chagas.

C) TSH suprimido.

D) neutrófilos hipersegmentados.

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06. Uma senhora de 73 anos foi encaminhada ao cardiologista por apresentar dispneia progressiva há 3 meses. Ela é hipertensa de longa data, em uso de enalapril e hidroclorotiazida, e apresenta ECG com ritmo sinusal e bloqueio completo de ramo esquerdo (BRE). A respeito desse BRE, é correto afirmar:

A) advém, provavelmente, de causa isquêmica, e a paciente deve ser encaminhada para realização de cintilografia de perfusão miocárdica com estresse farmacológico.

B) sua presença impede o diagnóstico eletrocardiográfico de isquemia durante o teste ergométrico.

C) há indicação de implante de marca-passo biventricular se FE < 40%, pela associação com a piora da insuficiência cardíaca.

D) trata-se de um achado benigno, não tendo nenhuma relação com a cardiopatia apresentada pela paciente.

07. Paciente de 43 anos, tabagista e dislipidêmico, sem tratamento regular, chega ao pronto socorro de uma cidade do interior, distante 2 horas de hospital com serviço de cardiologia, apresentando queixa de dor precordial de início há 3 horas , com irradiação para região escapular e que piora ao deitar. Ao exame físico, ritmo cardíaco regular, duas bulhas normofonéticas, sem sopro, ausculta pulmonar sem anormalidades, PA 126x84 mmHg, FC 84 bpm. Nega uso de medicamentos, cirurgias recentes ou sangramentos. Realizou exames: coagulograma, função renal e hemograma normais. Troponina I convencional (não ultrassensível), colhida com 3 horas de dor negativa. Realizado eletrocardigrama a seguir:

Na situação descrita, o provável diagnóstico e o tratamento recomendado são , respectivamente:

A) Pericardite aguda; Prednisona.

B) Infarto agudo do miocárdio com supradesnível do segmento ST; AAS, nitrato, clopidogrel, enoxaparina, morfina e trombolítico intravenoso.

C) Infarto agudo do miocárdio com supradesnível do segmento ST; AAS, nitrato, clopidogrel, enoxaparina, morfina e encaminhar para realização de angioplastia primária.

D) Pericardite aguda; Ibuprofeno e colchicina.

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08. A sífilis é uma doença sexualmente transmissível que teve aumento do número de casos novos nos últimos anos. Sobre essa doença, é correto afirmar:

A) as reações sorológicas treponêmicas tornam-se positivas antes das não treponêmicas.

B) após a infecção, o cancro mole aparece de uma a duas semanas.

C) após regressão espontânea, o protossifiloma deixa cicatriz no loc al.

D) o protossifiloma não faz diagnóstico diferencial em relação a outras lesões ulceradas da genitália.

09. As micoses superficiais são doenças muito comuns em nosso meio e causam constrangimento social devido a altas taxas de recidivas. Sobre essas d oenças, é correto afirmar:

A) tínea negra e as piedras preta e branca são exemplos de micoses superficiais que acometem a pele e as mucosas.

B) as tíneas do couro cabeludo devem ser tratadas com medicamentos tópicos , como loções antifúngicas, sendo contraindicado tratamento de uso oral.

C) os dermatófitos são fungos que utilizam a queratina e a melanina como forma de subsistência.

D) a forma crônica da tínea tonsurante, conhecida como Kerium Celsi, pode evoluir com área de alopecia cicatricial.

10. A hanseníase é uma doença infecciosa causada pelo Mycobacterium leprae , ainda muito prevalente no Brasil. Sobre essa patologia, é correto afirmar:

A) os doentes multibacilares incluem os indeterminados e virchowianos.

B) o Mycobacterium Leprae multiplica-se no sistema nervoso central e na pele, podendo atingir vários órgãos e sistemas.

C) a transmissão por picadas de artrópodes, por fômites ou por transfusão de sangue tem grande relevância epidemiológica.

D) a maioria da população tem imunidade celular contra o Mycobacterium leprae.

11. Homem de 26 anos, assintomático e sem história de tabagismo ou alcoolismo, realizou ultrassonografia (USG) de tireoide devido à história familiar de câncer de tireoide (mãe com diagnóstico de carcinoma papilífero). Nega disfonia, disfagia, dispnéia, variaç ões de peso. Ao exame: face atípica, IMC = 23,8 kg/m

2. Ausência de exoftalmia. Sem alterações cutâneas.

Nódulo palpável em lobo tireoidiano direito, móvel, indolor, medindo cerca de 1,5 cm. ACV: RCR, sem sopros. FC = 76 bpm. PA = 120x70 mmHg. Ausência de edema em face ou membros inferiores. Traz os seguintes exames realizados recentemente: Hemograma, glicemia, creatinina, TGO, TGP, Na+ e K+ normais. TSH = 5,2 (VR = 0,4 -4,0), T4livre = 1,0 (VR = 0,8-1,7). USG de tireóide: parênquima homogêneo com nódulo isoecoico com halo hipoecoico periférico medindo 1,6 cm em lobo direito, com vascularização periférica e cisto de paredes lisas medindo 0,3 cm no lobo esquerdo. No caso descrito, as condutas adequadas são:

A) solicitar punção aspirativa (PAAF) imediatamente e iniciar levotiroxina imediatamente.

B) repetir USG de tireoide em 6-12 meses e repetir TSH e T4 livre em 2-3 meses.

C) solicitar punção aspirativa (PAAF) imediatamente e repetir TSH e T4 livre em 2 -3 meses.

D) repetir USG de tireoide em 6-12 meses e iniciar levotiroxina imediatamente.

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12. Homem de 63 anos, com antecedentes de Diabetes Mellitus tipo 2 e Hipertensão Arterial há cerca de 10 anos, além de infarto do miocárdio (IAM) há 03 anos, após o qual foi submetido a angioplastia com colocação de stent farmacológico, vem em uso de Metformina 850 mg, 3 vezes ao dia, Losartan 50mg de 12/12h, Atenolol 25 mg 12/12h, AAS 200 mg/dia e Atorvastatina 40 mg/dia. Encontra-se assintomático e nega episódios de hipoglicemias. Ao exame, destaca-se: IMC = 31,8 kg/m2 e PA = 135x80. Traz os seguintes exames: Glicemia de jejum = 204 mg/dl, glicemia 2h após café = 256 mg/dl, Hemoglobina glicada = 8,9%, Colesterol total = 174 mg/dl, LDL = 100 mg/dl, HDL = 45 mg/dl, Triglicerídeos = 145 mg/dl, Creatinina = 0,9 mg/dl (VR = 0,5-1,3), Relação microalbuminúria:creatinúria = 6,8 mg/g. Para ajuste do controle glicêmico, utilizando medicamentos com potencial de redução de mortalidade cardiovascular, devem-se associar

A) lixisenatide e vildagliptina.

B) insulina glargina e sitagliptina.

C) gliclazida e pioglitazona.

D) liraglutide e empagliflozina.

13. Mulher de 36 anos, G2P2A0, com histórico de parto normal há cerca de 06 meses, ocasião em que houve significativa hemorragia devido à atonia uterina, que culminou com a necessidade de histerectomia total, refere que não conseguiu amamentar adequadamente o filho recém-nascido e relata queixas de significativa astenia, hiporexi a, fadiga muscular e perda de peso de cerca de 7 kg após o parto. No interrogatório sobre diversos aparelhos e sistemas, também mencionou constipação e sonolência. Ao exame: ausência de galactorréia, teste de confrontação visual normal. PA = 100x60 sentada e 95x60 em pé. Tireoide de dimensões levemente reduzidas, sem nódulos. Ausência de alterações em pele ou fâneros. Ausência de edema de membros inferiores. Os exames revelaram: Hb = 9,0 g/dl, Ht = 27%, VCM 90 fl, HCM 30pg, Leucócitos = 5200 (Seg = 40%, Bas t 0%, Linf 50%, Eos 5%), Plaq = 240.000; TSH = 0,8 (VR = 0,4-4,0) T4L = 0,25 (VR = 0,8-1,7), Cortisol às 8h = 2,1 (VR = 5,0-16,0), LH = 2,5 (VR = 2,0-10,0) FSH = 3,3 (VR = 3,5-19,0) Estradiol <20 (VR = 25-250), Prolactina = 6,5 (VR = 2,5-18,0), IGF-1 = 88 (VR = 113-297). Creatinina e enzimas hepáticas normais. Para a adequada reposição hormonal dessa paciente, recomenda -se, além de prednisona:

A) fludrocortisona, estrógenos conjugados e medroxiprogesterona .

B) fludrocortisona, somatotropina, levotiroxina e estrógenos conjugados.

C) somatotropina, levotiroxina, estrógenos conjugados e medroxiprogesterona .

D) somatotropina, levotiroxina e estrógenos conjugados.

14. Homem de 29 anos de idade, com história de HAS desde os 25 anos, no momento, assintomático, mas referia episódios imprevisíveis de dor de cabeça, mal-estar, palpitações, palidez cutâneo-mucosa e sudorese fria que duravam cerca de 20 minutos, com resolução espontânea. Está usando atualmente Enalapril 20 mg/dia, de forma irregular. A pressão arterial (PA) estava 180x110 mmHg sentado e 165x100 em pé, e, quanto ao restante do exame físico, apresentava-se normal. Na investigação de causas secundárias de HAS, os exames complementares revelaram: Cortisol pós 1mg de dexametasona overnight = 1,0 (VR < 1,8); Catecolaminas Urinárias: Adrenalina = 14 µg/24h (VR 4 a 20), Noradrenalina = 132 µg/24h (VR 23 a 105), Dopamina = 295 (VR 190 a 450); Metanefrinas Urinárias: Metanefrina = 280 µg/24h (VR 74 a 297), Normetanefrina = 921 µg/24h (VR 105 a 354); Atividade de Re nina Plasmática = 2,0 ng/mL/hora (VR 0,5 a 3,0); Aldosterona = 8 ηg/dL (VR 1 -16). Considerando o quadro descrito, a medicação que deve ser utilizada para o controle pressórico desse paciente é

A) espironolactona.

B) doxazosina.

C) clonidina.

D) propranolol.

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15. Um homem de 43 anos chega ao consultório com sintomas ocasionais de pirose por muitos anos e dor abdominal intermitente. Para alívio dos sintomas, ele usa antiácido frequentemente. Devido à pirose, o médico solicita uma endoscopia digesti va alta (EDA), que é sugestiva de esôfago de Barret, posteriormente confirmada por histopatológico. A conduta mais adequada para esse caso é

A) iniciar inibidor de bomba de prótons, em dose dobrada, para supressão ácida.

B) encaminhar ao cirurgião para realização de fundoplicatura.

C) repetir a EDA após um mês, sem usar o antiácido.

D) orientar medidas comportamentais e manter antiácido, quando necessário.

16. O prurido anal é o clássico sinal clínico da presença da infecção por Enterobius vermicularis e ocorre devido à irritação da pele local causada pela eclosão dos ovos do parasita. São medicamentos utilizados para o tratamento dessa infecção:

A) pamoato de pirvínio, albendazol e niclosamina.

B) albendazol, mebendazol e pamoato de pirvínio .

C) secnidazol, tiabendazol e albendazol.

D) mebendazol, secnizadol e albendazol.

17. Uma mulher de 50 anos perdeu 30 Kg durante os primeiros quatro meses após cirurgia de bypass gástrico por obesidade. No momento, apresenta dor epigástrica que se inicia aproximadamente 30 minutos após a refeição e não é aliviada por antiácidos. A provável causa para o quadro dessa paciente é

A) síndrome de dumping. C) hérnia intestinal.

B) úlcera anastomótica. D) colelitíase.

18. Paciente procura atendimento médico por estar apresentando febre e dor em hipocôndrio direito. Ao exame físico, apresenta sinal de Torres-Homem positivo. A principal hipótese e a conduta para o caso são, respectivamente,

A) colangite infecciosa; iniciar antimicrobiano e indicar colangiorressonância para v erificar se há cálculo.

B) abscesso hepático; indicar USG para confirmar e, a depender do tamanho da lesão, iniciar antimicrobiano oral ou endovenoso.

C) abscesso hepático; realizar USG e, a depender do tamanho da lesão, indicar drenagem percutânea, além do antimicrobiano.

D) colangite infecciosa; iniciar antimicrobiano e indicar colangiopancreatografia retrógrada endoscópica para verificar se há cálculo e retirá-lo.

19. Um homem de 74 anos, portador de demência por Doença de Alzheimer há seis anos, obeso

e dislipidêmico, é levado ao médico por estar piorando seu estado funcional nos últimos dois meses, ficando mais dependente, com dificuldade de dormir uma noite toda, acordando na madrugada desorientado, e, algumas vezes, mesmo durante o dia, não reconhec endo seus familiares mais próximos. Apresenta também humor mais deprimido e indiferença em relação à rotina da casa, preferindo ficar mais isolado e falando cada vez menos palavras ao longo do dia. O paciente faz uso exclusivamente de donepezila 10 mg uma vez ao dia. Em relação ao tratamento desse paciente, a melhor conduta seria

A) associar olanzapina à noite, com o objetivo de melhorar a qualidade do sono e evitar um maior declínio cognitivo.

B) associar escitalopran em baixa dose, tendo em vista tratar -se de um quadro típico de depressão maior.

C) associar mirtazapina à noite, com o objetivo de melhorar a qualidade do sono e ajudar a controlar o excesso de peso.

D) associar memantina em doses progressivas, tendo em vista tratar -se de provável evolução do quadro demencial.

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20. Uma mulher de 82 anos é admitida na unidade de terapia intensiva após uma colecistectomia por colecistite aguda. A paciente chegou com os sinais vitais normais e estáveis, sem usar drogas vasoativas, já extubada, consciente e orientada. Duas horas após a admissão, passou a conversar sozinha no leito, falando alto, pedindo para ver sua mãe, que já havia falecido há muitos anos, ficando inquieta, taquipneica, taquicárdica e sem focar a atenção enquanto conversava. Não sabia onde estava e ficava referindo sede e pedindo para beber água. Em relação ao quadro descrito, a melhor conduta para essa paciente é

A) corrigir desidratação e eletrólitos, excluir doença coronariana ou infecciosa e medicar com haloperidol intramuscular.

B) fazer contenção de proteção, passar sonda vesical para monitorar hidratação e medicar com haloperidol endovenoso.

C) oferecer oxigênio sob ventilação positiva não invasiva, fazer radiografia do tórax e do abdome e medicar com morfina subcutânea.

D) fazer contenção de proteção, pedir tomografia de crânio para excluir AVC e medicar com diazepan intramuscular.

21. Uma mulher de 71 anos, assintomática, vai ao médico para mostrar sua densitometria óssea da coluna lombar e do colo do fêmur, conforme dados a seguir:

REGIÃO BMD (g/cm2) ADULTO JOVEM

T - score CORREÇÃO ETÁRIA

Z - score

L1 0,788 -2,8 -0,9

L2 0,797 -2,7 -0,8

L3 1,135 -0,9 +0,2

L4 1,144 -0,8 +0,3

L1-L2 0,792 -2,7 -0,8

L1-L3 0,906 -2,1 -0,5

L1-L4 0,966 -1,8 -0,3

COLO DO FÊMUR 0,803 -1,7 -0,2

WARDS 0,553 -2,7 -0,8

FÊMUR TOTAL 0,883 -1,0 +0,2

De acordo com os dados apresentados na tabela, essa paciente é portadora de

A) osteopenia na coluna lombar e osteopenia no colo do fêmur.

B) osteoporose na coluna lombar e osteopenia no colo do fêmur.

C) osteoporose na coluna lombar e osteoporose no colo do fêmur.

D) osteopenia na coluna lombar e osteoporose no colo do fêmur.

22. Uma mulher de 76 anos, obesa, diabética e dislipidêmica, é levada pela filha ao médico para uma consulta de rotina. A paciente não tem queixas importantes, não faz dieta e está sedentária há pelo menos dois anos. Leva consigo seus últimos exames realizados uma semana antes da consulta. Glicemia de jejum 274 mg/dl, glicemia pós -prandial 341 mg/dl, Hb glicada A1c 12,8%, Cr 2,1 mg/dl, LDL-c 195 mg/dl, HDL-c 32mg/dl, Triglicerideos 975 mg/dl e TSH 10,5 mU/l. A filha da paciente diz ao médico que a mãe parou de tomar suas medicações dez dias antes da consulta e que estava tomando apenas levotiroxina 50 mcg/dia. Em relação a essa paciente, além de ajustar a dose da levotiroxina e orientar uma profunda mudança de estilo de vida, a conduta mais adequada é

A) iniciar insulina de ação prolongada em doses ajustáveis, associar metformina nas refeições e fazer pitavastatina à noite.

B) iniciar dapaglifozina em jejum com metfformina em doses progressivas e associar atorvastatina em dose alta.

C) iniciar glimepirida em dose alta, associar sitagliptina em dose baixa e fazer sinvastatina e fenofibrato à noite.

D) iniciar insulina de ação prolongada e de ação rápida em doses ajustáveis e associar fenofibrato no almoço.

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23. Paciente portador de talassemia intermédia e com história de esplenectomia procura o pronto-socorro devido à febre isolada iniciada há cerca de 01 hora. Hemograma realizado em contador automático evidencia Hemoglobina=8,1, VCM=72, Leucócitos=25.000, Neutrófilos=7.000, Linfócitos 15.000, Plaquetas=550.000. Considerando o quadro descrito, é correto afirmar:

A) a linfocitose se deve à contagem inadequada dos eritroblastos. Recomenda-se tratamento precoce com antibióticos.

B) a leucocitose com linfocitose apresentada sugere transformação para leucemia. Recomenda-se mielograma.

C) a anemia com VCM baixo indica ferropenia. Recomenda-se repor ferro e, caso não se detecte foco infeccioso, não há necessidade de antibiótico.

D) a linfocitose se deve à esplenectomia. Recomenda-se repor ferro para anemia e, caso não se detecte foco infeccioso, indicam-se repouso e líquidos.

24. Paciente de 62 anos, usando AAS 100mg/dia, procura o pronto-socorro devido a sangramento gengival iniciado há cerca de 03 horas, durante um procedimento de raspagem periodontal com o dentista. O sangramento é leve, mas persiste apesar da aplicação de pressão e gelo. A paciente não tem outros sangramentos e não tem histórico de desafios hemostáticos. Exame físico normal. Exames:

Hemoglobina 11 VCM 82 Leucócitos 5000 Neutrófilos 3000

Plaquetas 250.000 INR 1,2 TTPa 43s

TTPa após mistura com 50% de plasma normal 33s.

Considerando que o sangramento não tem motivação local, o problema mais provável é

A) hemostasia secundária, especialmente hemofilia adquirida.

B) hemostasia primária, especialmente DVW adquirida.

C) hemostasia secundária, especialmente deficiência de vitamina K.

D) hemostasia primária, especialmente devido ao uso do AAS.

25. Paciente de 35 anos, professor, sem comorbidades, com quadro de astenia intensa e febre. No exame físico, não se detectou foco infeccioso, mas havia baço a 02 cm do rebordo costal, hematomas difusos e sangramento gengival.

Exames:

Hemoglobina 7,5g/dL VCM 88

Leucócitos 2500/mm3

Neutrófilos 600/mm3

Plaquetas 30.000/mm3.

Presença de anisocitose e leucoeritroblastose.

TTPa 43 INR 1,5

Considerando a situação descrita, é correto afirmar:

A) Calazar é a principal opção. Iniciar Glucantime ou Anfotericina Lipossomal de acordo com o restante dos exames.

B) Dengue hemorrágica é a principal opção. Paciente deve ser internado em UTI, com hidratação vigorosa e suporte transfusional.

C) abordagem conjunta para sepse com CIVD associada à infiltração da medula é mais prudente. Deve-se iniciar antibiótico, hidratação e suporte transfusional. A avaliação hematológica é urgente.

D) o quadro é característico de Hantavirose. Suporte clínico e transfusional agressivo é recomendado. Confirmação será realizada posteriormente com exames sorológicos no paciente.

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26. Um paciente do sexo masculino, com 50 anos de idade, é atendido no ambulatório das doenças virais no Hospital Giselda Trigueiro. Ele é usuário de drogas ilícitas por via inalatória. Queixa-se de astenia e dor em hipocôndrio direito há cerca de seis meses. Ao exame físico, seu fígado tem consistência um pouco endurecida e o paciente está subictérico. Foram realizados exames bioquímicos com os seguintes resultados: ALT 2 vezes o limite superior da normalidade, AST 2,5 vezes o limite superior da normalidade(LSN), com AST>ALT, Bilirrubina total 0,5 mg acima do LSN. As pesquisas dos anticorpos e do RNA para hepatite C foram reagentes; o HBsAg e o anti-HBc (IgM e IgG) foram reagentes; o anti-HBsAg, não reagente; a IgM anti-HVA foi não reagente; a IgG anti-HVA, reagente. Diante do quadro descrito, o paciente

A) tem hepatite do tipo B ativa e hepatite A crônica.

B) tem coinfecção pelos vírus das hepatites B e C e passado de infecção pelo vírus A.

C) tem passado de hepatite B e hepatite C aguda.

D) tem coinfecção pelos vírus das hepatites A e B e cura virológica do vírus C.

27. A sepse é uma doença muito frequentemente encontrada nas salas de urgência e emergência. Diante de um caso de sepse, algumas medidas deverão ser adotadas de forma imediata, a fim de se intervir positivamente no prognóstico do paciente. Dentre essas medidas, a que trará maior impacto na redução da mortalidade é a

A) coleta da gasometria arterial.

B) coleta da dosagem sérica da procalcitonina.

C) administração dos antimicrobianos.

D) administração de drogas vasoativas preventivas de choque séptico.

28. A tuberculose é uma doença endêmica no Brasil, de elevado impacto social e de alta morbimortalidade. Com relação ao diagnóstico da tuberculose pulmonar, é correto afirmar:

A) a tomografia de tórax de alta resolução está indicada para a maioria dos casos.

B) a presença de BAAR no escarro confirma a infecção pelo Mycobacterium tuberculosis .

C) o teste-rápido-molecular (GeneXpert®) no escarro é sensível e específico e confirma a

infecção pelo Mycobacterium tuberculosis .

D) o teste tuberculínico negativo descarta a possibilidade de tuberculose em pacientes imunocompetentes.

29. Leishmania infantum, o agente causal da leishmaniose visceral no Brasil é um patógeno intracelular obrigatório de células do sistema fagocitário mononuclear. Estudos indicaram que, em áreas endêmicas da doença, como o Nordeste do Brasil, apenas 15% dos indivíduos infectados desenvolvem a forma clássica caracterizada por febre prolongada, hepatoesplenomegalia e pancitopenia. Mecanismos imunológicos em resposta à infecção por leishmania são decisivos na evolução ou não da doença. Os mecanismos imunológicos atuantes na leishmaniose visceral explicam-se devido à

A) Ativação policlonal de linfócitos B com produção de imunoglobulinas, que resulta na neutralização dos antígenos intracelulares de leishmania

B) expansão clonal de linfócitos tipo TH2 nos linfonodos, a qual é responsável pelo controle da infecção.

C) produção de Interferon gama por linfócitos tipo TH1, a qual é capaz de levar à autorresolução da infecção..

D) Infecção de células Natural Killer por leishmania, que induz a apoptose de linfócitos TCD4, responsável pela cura.

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30. A figura a seguir corresponde à análise de microscopia ótica de biópsia renal realizada em uma paciente com diagnóstico de mieloma múltiplo.

A paciente apresenta os seguintes achados laboratoriais: Hemoglobina = 4,8 g/dL ; Hematócrito = 13,2 g/dL; Plaquetas = 135.000 /mm3 ; Creatinina sérica = 4,6 mg/dL ; Uréia = 177 mg/dL ; Sódio = 140 mg/dL ; Potássio = 3,3 mg/dL; Cálcio total = 13,1 mg/dL; Fósforo = 3,1 mg/dL; Ácido Úrico = 3,0 mg/dL; Glicemia =110 mg/dL; Albumina = 2,4 mg/dL; Sumário de urina : densidade = 1005, proteínas +2, heme negativo, glicose em reação de fita pos itiva, 12 hemácias por campo, 5 leucócitos por campo; proteinúria de 24 horas = 4,3 g/24 horas.

O achado assinalado pelas setas corresponde a

A) Síndrome de Fanconi secundária a mieloma.

B) Nefropatia por cilindros.

C) Amiloidose renal pelo mieloma.

D) Injúria Renal por distúrbio do cálcio.

31. O meropenem compartilha características de um antimicrobiano que necessita de dose de reposição após uma sessão de hemodiálise. São características das drogas dialisáveis:

A) hidrofilia e biodisponibilidade plasmática elevada.

B) alta ligação a proteínas séricas e baixo tamanho molecular.

C) alto volume de distribuição aparente e baixo tamanho molecular.

D) alto poder de penetração em tecido adiposo e baixo volume de distribuição aparente.

32. Paciente desenvolve hipernatremia grave (sódio sérico: 167 mg/dL), sendo internado na Unidade de Terapia Intensiva. Apresenta alteração do nível de consciência, poliúria e desidratação. Após hidratação venosa, resultado de tomografia de crânio normal e au sência de resposta a teste com desmopressina, relacionou-se o caso com uso crônico de lítio que o paciente fazia por aproximadamente 12 anos. Sobre a nefrotoxicidade do lítio, é correto afirmar:

A) alterações estruturais renais visíveis por métodos de imagem (ultrassonografia renal ou Uro-tomografia) descartam o diagnóstico de nefropatia relacionada ao lítio .

B) é uma condição incomum, mesmo em pacientes usuários crônicos de lítio, estando relacionada à desidratação ou a outro evento mórbido.

C) a hipernatremia e a poliúria relacionam-se com dano ao canal ENaC e redução da expressão de aquaporinas-2, provocadas pelo acúmulo celular de lítio em ducto coletor.

D) o mecanismo de desenvolvimento da hipernatremia relaciona-se com a secreção inapropriada de vasopressina.

Fonte: Diagnostic Pathology: Kidney Diseases by Robert B. Colvin (2011)

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33. Microangiopatia trombótica é uma síndrome clínica com importância significativa no diagnóstico diferencial das injúrias renais agudas, uma vez que o seu diagnóstico precoce e intervenção imediata (indicação de plasmaférese) poderá implicar em m aior sobrevida renal e, em muitas vezes, em redução da mortalidade.

A esse respeito, considere o quadro clínico genérico descrito a seguir:

Paciente com história de síndrome urêmica, associada à anemia e plaquetopenia. Apresenta os seguintes exames: Hemograma: Hemoglobina = 5,6; Hematócrito = 15,5; Plaquetas = 45.000 /mm3; Índice corrigido de reticulócitos = 8%; LDH = 2760 mg/dL; Creatinina = 6,5 mg/dL; Uréia = 208 mg/dL.

O caso clínico MENOS relacionado com o contexto clínico de um paciente em curso de microangiopatia trombótica seria o de

A) um homem adulto, 62 anos, há 8 meses apresentou fadiga, perda de peso e tosse, recebeu o diagnóstico de câncer de pulmão não-escamoso, após estadiamento clínico e biópsia pulmonar. Foi indicado tratamento com esquema quimioterápico bevacizumabe, cisplatina e gencitabina. Desenvolveu o quadro clínico genérico descrito após a terceira administração do esquema de quimioterapia proposto anteriormente.

B) um adolescente, 17 anos, com diagnóstico de lúpus eritematoso sistêmico há 6 meses (FAN+, artrite, fotossensibilidade e rash malar), com prescrição de uso de prednisona e hidroxicloroquina. Suspendeu as medicações abruptamente e apresentou piora do quadro. Em associação ao quadro clínico genérico descrito, apresentou: sumário de urina com proteínas 2+, heme 3+, mais de 50 hemácias por campo; C3 e C4 consumidos; leucograma apresentando 2500 leucócitos e o coombs direto com resultado positivo.

C) uma transplantada renal, 55 anos, no sexto mês de evolução pós transplante , doador falecido, vinha em uso do seguinte esquema de imunossupressão: prednisona, micofenolato mofetil e tacrolimus. Devido ao quadro de infecções de repetição por citomegalovírus e leucopenia persistente, foi modificado o micofenolato mofetil por sirolimus. Após evidenciado alto nível sérico de sirolimus e tacrolimus, foi internada para investigação do quadro clínico genérico descrito.

D) uma puérpera, 27 anos, com indicação de cesariana de urgência devido a quadro de pré-eclâmpsia grave. Após a resolução da gestação, manteve-se hipertensa, com exames sugestivos de hemólise e necessidade de hemodiálise. Recebeu plasmaférese durante duas semanas (seis sessões), mantendo o quadro clínico genérico descrito. A pesquisa de atividade de ADAMTS-13 apresentou resultado normal.

34. Uma mulher de 35 anos vai à consulta com queixa de dormência na mão direita. Percebe -se leve atrofia da musculatura interóssea e discreta fraqueza dos abdutores dos dedos. N o exame da palma, há hipoestesia dolorosa na face medial da mão e nos dedos anelar e mínimo. Todo o dorso da mão tem sensibilidade preservada. O restante do exame físico é normal.

O nervo acometido e a topografia da lesão são respectivamente

A) nervo ulnar; canal de Guyon.

B) nervo mediano; túnel do carpo.

C) nervo mediano; antebraço.

D) nervo ulnar; cotovelo.

35. Um homem de 56 anos procurou o pronto-socorro devido a hemiparesia esquerda e dificuldade de enxergar há 1 hora. Destacava-se no seu exame físico pressão arterial de 170x90mmHg e pontuação na escala do NIHSS de 10. Pela suspeita de AVC, foi submetido a uma tomografia computadorizada de crânio, cujo resultado foi normal. O melhor tratamento para esse paciente seria

A) heparina não-fracionada, por via intravenosa, bolus de 80UI/kg e ajuste pelo TTPA.

B) alteplase, por via intravenosa, na dose de 0,9mg/kg, infusão em 1 hora.

C) heparina de baixo peso molecular, por via subcutânea, na dose de 1mg/kg a cada 12 horas.

D) ácido acetilssalicílico, via oral, na dose de 375mg.

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36. Um homem de 40 anos procura atendimento médico devido a uma cefaleia de forte intensidade, concentrada no olho direito e iniciada há 30 minutos. Não tem náuseas nem vômitos. Também nega fonofobia e fotofobia. Ao exame, percebe-se que seu olho direito está vermelho, com semiptose palpebral, e que suas pupilas têm diâmetros diferentes (a direita medindo 3mm e a esquerda medindo 5mm). Para esse caso, a melhor conduta é

A) uso de oxigênio inalatório.

B) tratamento com furosemida.

C) realização de ressonância magnética de crânio.

D) teste terapêutico com indometacina.

37. Um jovem de 25 anos vem apresentando episódios recorrentes de estranhamento do

ambiente, associados a automatismos mastigatórios e olhar perdido, com duração de poucos minutos. Ele não se lembra de nenhum dos episódios, que são descritos por familiares.

Para esse caso, o tipo de crise epiléptica mais provável e a melhor opção terapê utica são, respectivamente:

A) crises de ausência; valproato de sódio.

B) crises do lobo temporal; carbamazepina.

C) crises de região frontal; fenitoína.

D) crises do lobo occipital; fenobarbital.

38. Médico está em um pronto-socorro da periferia de sua cidade quando atende o senhor José,

75 anos, referindo febre há 3 horas. O paciente é ex-tabagista, tem diagnóstico de DPOC e conta que está em tratamento com quimioterapia para um sarcoma retroperitonea l, tendo sido a última aplicação há 10 dias. Ao exame da admissão, apresenta temperatura de 38,5 graus, frequência cardíaca de 100bpm, PA 110 x 70 mmHg, e encontra -se eupnéico, porém com sinais de desidratação, boa perfusão periférica, sem foco infeccioso aparente.

Diante da queixa do senhor José, após coletar hemograma, função renal, hemocultura (2 pares), o médico deve

A) iniciar imediatamente antibioticoterapia endovenosa com carbapenêmico associado à vancomicina e, após resultado do hemograma, caso não confirme neutropenia, descalonar ou suspender os antibióticos.

B) iniciar antibioticoterapia via oral com amoxacilina + clavulonato e ciprofloxacina, após resultado de hemocultura e caso haja neutropenia, uma vez que o paciente apresenta um escore de MASCC de baixo risco.

C) iniciar imediatamente antibioticoterapia endovenosa com agente anti -pseudomonas (piperacilina + tazobactan ou cefepime) e, após resultado do hemograma, caso não se confirme neutropenia, descalonar ou suspender os antibióticos.

D) iniciar antibioticoterapia EV com agente anti -pseudomonas associado à cobertura para gram positivos (vancomicina) e anti-fúngico (fluconazol ou anfotericina) e, após resultado do hemograma, caso não se confirme neutropenia, descalonar ou suspender os antibióticos.

39. O tétano é uma doença grave e de alta letalidade, porém, eficientemente controlada pela

vacinação adequada. No Brasil, a melhoria da assistência ao pré -natal reduziu significativamente a ocorrência de tétano neonatal . Entretanto, casos de tétano acidental continuam ocorrendo pela imunização inadequada, principalmente, dos adultos. Considerando as recomendações do Ministério da Saúde/Brasil, o melhor conjunto de medidas profiláticas para um homem de 65 anos que sofreu ferimento perfurante com prego enferrujado, na região plantar do pé direito, e que nunca recebera vacinação alguma é, além de cuidados locais, o uso de

A) antibiótico e vacina antitetânica.

B) antibiótico e soro antitetânico.

C) soro antitetânico e vacina antitetânica.

D) soro antitetânico e vacina contra difteria e tétano.

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40. Sabe-se que o aparecimento de metástases cerebrais tem grande impacto no prognóstico do paciente oncológico. Essas metástases podem ser decorrentes de diferentes tipos de tumores, sendo os tipos mais frequentes o carcinoma pulmonar, o carcinoma de mama e o melanoma. A esse respeito, considere as seguintes afirmativas:

I Metástases cerebrais são menos prevalentes que neoplasias primárias do sistema nervoso central.

II Metástases cerebrais geralmente são múltiplas e apresentam -se com edema vasogênico adjacente.

III Manitol é o tratamento inicial de escolha para redução do edema cerebral em pacientes sintomáticos, devendo ser iniciado o mais breve possível.

IV Radioterapia estereotáxica e cirurgia podem ser utilizadas nos casos de poucas lesões cerebrais, principalmente na ausência de doença extracraniana.

Dentre as afirmativas, estão corretas

A) II e IV. C) II e III.

B) I e IV. D) I e III. 41. De acordo com a GINA – Global Initiative for Asthma, em relação ao tratamento da asma,

deve-se seguir abordagem por Etapas, conforme sintomas dos pacientes. A esse respeito, considere as afirmativas a seguir:

I Tratamento adjuvante com omalizumabe é suger ido para pacientes com asma alérgica moderada, que não seja possível controlar com o tratamento a partir da Etapa 2.

II A adição de beta-agonista de ação prolongada, na Etapa 3, reduz sintomas e exacerbações, além de permitir reduzir dose de CI.

III Altas doses de corticoide oral estão indicadas nas Etapas 1 e 2, como forma controlar os sintomas e de prevenir exacerbações e reduzir risco futuro

IV O uso de corticoide inalatório está indicado para pacientes que apresentem sintomas de asma mais de 2 vezes/semana, além de mais de um despertar noturno/semana, a partir da Etapa 2.

Dentre as afirmativas, estão corretas

A) II e IV. C) I e III.

B) II e III. D) I e IV. 42. Apesar de ser frequente, a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) é subdiagnosticada

mundialmente. A classificação da DPOC pelo GOLD (The Global Initiative for Chronic Obstructive Lung Disease) auxilia profissionais a terem uma melhor conduta terapêutica para a patologia. Essa classificação deve envolver

A) gasometria arterial.

B) frequência das exacerbações e gasometria arterial.

C) tomografia computadorizada do tórax.

D) níveis de sintomas e espirometria. 43. Em relação à Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), analise as afirmativas a seguir:

I Exacerbações e comorbidades contribuem para a gravidade em cada paciente individualmente.

II Fumaça de cigarros e poluentes ambientais liberam citocinas dos macrófagos alveolares, principal célula efetora na patogênese da DPOC, causando inflamação crônica e reversível.

III A inflamação crônica nos brônquios e bronquíolos causa alterações estruturais que levam à limitação no fluxo aéreo.

IV A destruição do parênquima pulmonar leva a uma perda de conexões alveolares, aumentando, assim, o recolhimento elástico pulmonar.

Dentre as afirmativas, estão corretas

A) I e III. C) II e IV.

B) I e II. D) III e IV.

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44. Vários fatores influenciam o risco de suicídio na população em geral, tornando a prevenção desse evento um grande desafio na atualidade. Dentre esses fatores, dois são considerados como principais determinantes de alta gravidade de risco suicida, e, quando presentes, apontam para a necessidade de atenção máxima, uma ampla investigação e um adequado manejo do risco. Um desses dois fatores é

A) tentativa prévia. C) morar sozinho.

B) sexo masculino. D) perda recente.

45. Paciente de 32 anos, homem, com diagnóstico de transtorno bipolar tipo I há 6 anos, após seu primeiro episódio maníaco, passado de duas internações, uma por mania e outra por episódio depressivo grave e tentativa de suicídio. Vinha estabilizado, sem queixas havia 18 meses, em uso regular de carbonato de lítio 900mg, mantendo litemia dentro da faixa terapêutica. Parou o uso da medicação há três meses, pois vinha se sentindo bem e acreditava que não precisava mais usar o estabilizador, tendo em vista que já estava assintomático havia mais de um ano. Frente a tal quadro, ao atender esse paciente, o médico deve orientá-lo a

A) seguir sem medicação, pois, suspende-se o remédio após um ano assintomático.

B) retornar o uso da medicação, pois há risco de novo episódio de humor.

C) seguir sem medicação, pois apenas a psicoterapia já será suficiente neste caso.

D) retornar o uso da medicação, pois esta é suspensa somente após 5 anos de estabilid ade.

46. Entre os antidepressivos, os inibidores seletivos da receptação de serotonina são conhecidos pela sua eficácia e tolerabilidade, o que os tornam a primeira escolha de que, geralmente, lança-se mão no tratamento farmacológico de um episódio depressivo. Considerando que alguns pacientes fazem uso de outras medicações, quando mais doenças estão presentes, não é raro ter-se de utilizar ISRS que tenham um melhor perfil de interação medicamentosa, a fim de evitar interferências nos outros tratamentos, ou aparecimento de efeitos colaterais. Nesse contexto, o ISRS com menor probabilidade de causar interação medicamentosa é a

A) Paroxetina. C) Sertralina.

B) Fluoxetina. D) Flovoxamina.

47. No acompanhamento regular do paciente com artrite reumatóide, em tratamento com Drogas Antirreumáticas Modificadoras de Doença (DMARDs), além do exame clínico, devem ser realizados rotineiramente

A) Fator reumatóide, creatinina, aminotransferases e VHS.

B) FAN, hemograma, aminotransferases e raio X das mãos.

C) hemograma, VHS, aminotransferases e creatinina.

D) hemograma, VHS, creatinina e raio X das mãos.

48. Mulher de 62 anos relata dor em articulações interfalangeanas distais e interfalangeanas proximais há 1 ano, observando que algumas destas estão ficando “largas”, com “ponta de ossos crescendo”. Relata rigidez matinal nas mãos , de aproximadamente 15 minutos, e piora dos sintomas ao fazer tarefas que exijam esforço nas mãos. Sobre a descrição dos achados clínicos do caso descrito, é correto afirmar:

A) o aumento de volume nas articulações das mãos se deve provavelmente à presença dos nódulos reumatoides.

B) o sexo, a idade e o padrão de envolvimento articular são característicos da osteoartrite de mãos.

C) a dor da paciente é do tipo inflamatória, ou seja, piora ao realizar esforço maior com as mãos.

D) a ausência de envolvimento das articulações metacarpofalangeanas torna pouco provável o diagnóstico de osteoartrite das mãos.

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49. Mulher de 57 anos, com sobrepeso, relata, em consulta médica, dor nos joelhos, principalmente ao final do dia de trabalho como faxineira, e rigidez articular matinal de curta duração. Refere também aparecimento da dor ao se erguer para iniciar a deambulação, aliviando a seguir. Diante desse quadro clinico, a hipótese diagnóstica é

A) osteoartrite.

B) artrite reumatoide.

C) osteoporose.

D) artrite psoriásica.

50. Em sua primeira densitometria óssea, uma mulher de 50 anos, com irregularidade menstrual, mostra um T escore na coluna (L1 a L4) = - 3,1 e no fêmur (colo) = - 3,0. Os dados do exame permitem afirmar que a paciente apresenta

A) osteoporose e precisa ser tratada precocemente.

B) osteoporose e está perdendo massa óssea rapidamente.

C) baixa massa óssea e não se sabe se continua perdendo.

D) densidade mineral óssea normal e necessita tomar cálcio.