leila cristina colla -...
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LEILA CRISTINA COLLA
o POTENCIAL CRIATIVO DOS INDIViDUOS NAS ORGANIZA(fOES
Monografia apresenlada para a oblen((aO do titulo deEspecialista em Pedagogia Empresarial no curse deP6s-Graduac;ao em Pedagogia Empresarial,Faculdade de Ciencias Humanas, Lelras e Artes,Universidade Tuiuli do Parana.
Orientadora: Prof. Suzana Borges
I
CURITIBA
2001
~Oois e dois, quatro.Quatro e quatro, oito.Repitam, diz 0 professor,Quatro e quatro, oito.Mas eis 0 passaro-lira,voando no ceu.
E 0 passaro-lira volteiaE a crianca cantaEo professor grita.Quando acabara de fazerpapel de palha90?Mas todas as outras crian9asescutam a musicaE as paredes da cia sseOesabam tranqOilamenteE os vidros voltam a ser areiaA tinta volta a ser aguaAs carteiras voltam a ser arvoreso giz volta a ser falesiaA pena de escrever volta a serPassaro."
Prevert
11\
SUMARIO
RESUMO ....
1 INTRODUCAO ..
................. V
. 62 A ORIGEM DO POTENCIAL CRIATIVO E A PERSONALIDADE CRIATIVA 8
2.1INFLUENCIAS E BARREIRAS NO DESENVOLVIMENTO DO POTENCIAL
CRIADOR.. . 10
2.2COMO SUPERAR AS DIFICULDADES NA ORGANIZACAO DO POTENCIAL
CRIADOR .. . 12
3 CRIATIVIDADE E PROCESSOS COGNITIVOS 14
4 MOTIVACAo E EMOCAO: REFERENCIAS AO PROCESSO DA CRIATIVIDADE
HUMANA.. . 16
5 A IMPORTANCIA DA CRIATIVIDADE NAS ORGANIZACClES 18
5.1DIFICULDADES NO COTIDIANO DAS ORGANIZACClES E A CRIATIVIDADE
HUMANA 20
5.2 MUDANCAS NECEssARIAS NO AMBIENTE DE TRABALHO PARA A
EXPREssAo DA CRIATIVIDADE 22
6 A EMPRESA CRIATIVA NA DTICA DE ESPECIALISTAS .. . 25
CONCLusAo 29
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS 32
lV
RESUMO
A presente monografia apresenta como tema 0 potencial criativo dos individuos e comoele se manifesta nas organizar;6es. Primeiramente sao abordados aspectos dacriatividade no individuo no que diz respeito a origem e a personalidade, bern como asbarreiras encontradas neste caminho e como fazer para supera-Ias. Na sequencia qualo papel dos processos cognitivos, da emoc;ao e da motivar;;ao na criatividade. Numsegundo momento e levantada a necessidade da criatividade nas organizac;6es, comoo ambiente de trabalho interfere na mesma e quais as transforma90es necessarias nasempresas para que se tarnem realmente empresas criativas, apresentando par ultimo avisao de especialistas e exemplos de empresas que empregam de forma produtiva acriatividade.
IV
INTRODUQAO
Vive-se hoje uma apaca de continua mudan~. A tecnologia traz novos produtos
ao tempo que propoe novos problemas nos levando assim para uma nova era: a do
conhecimento. Assim tambem e com a medicina, ffsica, pSicologia, e qualquer atividade
humana. Qualquer evoluc;ao pressupoe mudanc;a, e loda mudanc;a traz consigo uma
serie de novos problemas. Segundo as estudos mais recentes, a maneira mais
proveitosa para a resoluc;ao destes problemas e atraves de urn pensamento criativD,
que saiba se utilizar 0 que jil e conhecido e ultrapassar esle limite, criando novas
possibilidades, geralmente, mais praticas e econ6micas.
Nota-se que, a cada dia, a criatividade vern assumindo maior importancia,
igualmente para individuos, organizagoes e parses, sen do a sua demanda
especialmente evidente naquelas empresas que lidam em um ambiente competitiv~.
Nelas, a perda de eficiencia decorrente de um limitado uso de seu talento criador, em
geral, significa prejuizos ou mesmo afastamento do mercado.
Per este motiv~, a criatividade e urn tema que vem despertando grande
interesse de empresas e profissionais dos mais diversos setores. Milhares de
executivos e funcionarios tern participado de programas nesta area, visando poder
aproveitar melhor 0 potencial criativo de cada um.
Este tipo de pensamento pressup6e uma serie de caracteristicas do que se pode
chamar de uma pessoa criativa. Por exemplo, nao ter medo de arriscar e nem de errar,
po is todo ser human~ esta sujeito a erros. Ter urna personalidade curiosa, persistente e
inovadora, etc. E necessario cultivar atitudes, valeres, comportamentos e praticas, no
sentido de despertar a consciencia dos individuos e das organizac;6es para a potencial
e poder dos seus recursos criativos que permanecem, muitas vezes, adormecidos e
bloqueados, em funcao de urn ambiente destituido de possibilidades para que 0
individuo encontre urn interesse renovado em atuar de uma forma criativa e inovadora.
A presente monografia busca fazer uma analise, sobre 0 desenvolvimento da
criatividade nos individuos e nas erganizac;oes. Para tanto, buscou-se fazer um estudo
bibliografico sabre este assunto.
Prirneirarnente serao abordados aspectos da criatividade no indlviduo no que diz
respeito a origem e a personalidade, bern como as barreiras encontradas neste
caminho e como fazer para supera~las.Na sequencia qual 0 papel dos processos
cognitivos, da emo<;iio e da moliva9ao na criatividade.Num segundo momento foi levantada a necessidade da criatividade nas
organiza90es, como a ambiente de trabalho interfere na mesma e quais as
transformac;oes necessarias nas empresas para que se tornem realmente empresas
criativas.
Par ultimo, como os especialistas definem uma empresa criativa e exemplos
dessas no mercado atual.
2 A ORIGEM DO POTENCIAL CRIATIVO E A PERSONALIDADE CRIATIVA
Existe uma grande discussao em torna da questao da origem do potencial
criativo que uma pessoa manifesta. De um lado hi! os que defendem e acreditam que a
criatividade e urn dam dos genios e que possivelmente esta intimamente ligada a
fatores exclusivamente geneticos. Do Dutro, os que creem que a criatividade pade ser
desmistificada, cultivada e ate democratizada, pois e inseparavel da natureza humana.
Ao se pensar 0 momento em que 0 homem comeyou a criar - como que em um
processo de ordena~aoe modificaryaodo universe que 0 cercava - remonta-se 0 iniciodo usa de instrumentos. Como em urn processo adaptativQ necessaria a sobrevivencia,o homem iniciou sua caminhada de transformalYoes, invengoes e mudanc;as para que
sua vida fosse mantida e suas condic68s melhoradas, a potencial criativo fai tao mais
utllizada quanto mais solicitado. Pode-se traduzir esta condiv8o a um Zeigeist propicio
para a criatividade ser utilizada.
Assim e possivel abandonar 0 conflito a respeito da origem do potencial criativo
e examinar as condiyaes propicias para que 0 ser humano dele possa fazer uso.
o bebe repete a filogenese no sentido de que suas manifesta9lies demonstram
que quer conhecer e descobrir 0 universo que 0 cerca (pega e manipula intensamente
os objetos, explora seu corpa, etc.) a que 0 torna urn curioso insaciavel. Suas primeiras
manifestavoes de pensamento criativo estao figurados a rnanipula9c3o e aos esfor90s
para entender os gestos e expressoes dos que os rodeiam. Quando comeca a dominar
a linguagem seu campo se expande e logo seu espirito inventivo sera abservado
quando brinca. Para passar do estagio de impress6es concretas - quando urn objeto
esta relacionado unicamente ao seu significado real - para 0 estagio simb6lico - onde
o significado do objeto varia de acordo com a necessidade de uso no brinquedo - a
crianva estara usanda seu potenCial criativo que Ihe permite perceber caracteristicas
comuns entre 0 objeto real e 0 objeto que passa a representa-Io (ex.: tampa de panela
como escudo).
Neste ponto e que se pode perceber como a atua9c3o familiar e escolar pode
inibir au incentivar a imaginav8o, "capacidade esta que da ao individua possibilidade de
evocar imagens ou objetos percebidos ou na~ anteriormente, combinando e inventanda
ideias, imagens ou cenas" (NOVAES, 1965 p. 53). A aprendizagem criativa se di! num
ambiente onde a liberdade - permissao para 0 individuo ser ele mesmo - e a
seguranc;a - incentiv~ a deixar 0 medo e ir de encontro ao novo, ao desconhecido - sao
praticadas e incentivadas.
A nossa personalidade e fl11to de varios fatores, sendo que a educa9ao que recebemos na
infancia desempenha um papel muito importante. Par autro lado, essa educa9fja reflete tambem
alguns valares cultivadas na sociedade no momento hist6rico em que eventualmente a individuo
esteja vwendo. 0 que se poderia destacar, entretanto, e que, apesar da importancia dos
primeiros anos na forma9fjo da personalidade, e possivel promover mudan98s no modo de agir e
pensar de pessoas em diferentes fases da vida e fortalecer alguns tra90s de personalidade que
as condicionem ao usa das potencialidades criativas. (ALENCAR, 1996, p. 49)
Existem algumas caracteristicas que sao treqOentemente encontradas em
pessoas criativas que poderiam entao ser descritas como atributos da personalidade
criativa. Sao elas:
1. 0 intenso envolvimento com 0 trabalho realizado, 0 que se reflete numa busca
apaixonada pelo conhecimento e aprimoramento acompanhada por satisfa~ao e prazer
pelo trabalho realizado;
2. Otimismo aliado a coragem de correr riscos, ou seja, pessoas que apresentam
desejo de aventuras, de correr riscos e explorar 0 desconhecido. Isto associado aconfianc;a do alcance das metas estabelecidas e na capacidade de se concentrar par
bastante tempo na busca de solu<;iies;
3. FlexibHidade pessoal, abertura a experiencia e tolerancia a ambigOidade, estas
sao caracteristicas que permitem a retarmulacao de julgamentos e ideias pre-
concebidas, muito importantes diante de impasses e situayoes pouco estruturadas
onde a criatividade pode contribuir muito;
4. Autoconfianc;a e iniciativa, 0 que ira contribuir para 0 impulso de correr riscos e
querer descobrir 0 desconhecido, sempre persistindo nas metas estabelecidas. Pode-
se dizer tambem que refletem 0 alto nivel de motivac;ao intrinseca on de 0 sujeito
encontra satisfac;:ao na tareta em si e nao apenas nos resultados;
5. Persistencia, esta e a ultima caracteristica destacada numa personalidade
criativa, pOis e ela que permite levar a cabo uma ideia desde sua preparayao ate sua
execuCao.
Alem destas, outras caracteristicas podem ser apontadas como a sensibilidade,
a espontaneidade, a intui(:8o e a independencia de pensamentos tadas elas
contribuindo para a criatividade do individuo.
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Contudo, 0 individuo criativo nao e determinado simplesmente par suas
caraclerislicas de personalidade sendo estas inftuenciadas par diversos fatores
internes e externos que serao discutidos nos proximos capitulos.
2.1 INFLUENCIAS E BARREIRAS NO DESENVOLVIMENTO DO POTENCIAL
CRIADOR
Considerando que a personalidade se forma atraves da inter-relac;ao entre as
individuos e com a sociedade em que se vive. Existern, assim, regras comuns a todos
as individuos, porem, cada urn elabora e internaliza de maneira particular e unica.
Desse modo, barreiras que dificultam 0 aproveitamento de potencialidades sao
comumente internalizadas par cada pessoa de modos diferentes, gerando assim, as
chamadas barreiras emocionais/culturais.
Ambas as barreiras estao extremamente lnterligadas e na realidade, saoinseparaveis. Porem, didaticamente, pode-se separa.-Ias, considerando as barreiras
culturais como principal mente vindas do meio externo, e as barreiras emocionais como
partindo do proprio individuo.
Em relar;ao as barreiras culturais pode-5e dizer que a enfa5e exagerada no
pensarnento analitico e 16gico tao cultivados na sociedade oCidental, junto com os
processos de condicionamento tao sedimentados, faz com que as possibilidades de
criar;ao sejam subtilizadas. Juntarnente com isto diversos pressupostos como: ~tudo
tern que dar certo, ser perfeito, ter utilidade, todos tern que gostar de voce~, e
principal mente Mnao 5e pode divergir das normas, deve-se canter as emoc6es e nao
sonhar acordado", tao cultivad05 na sociedade contribuem para manter adormecido 0
potencial criativo. Oesta forma estes fatores bloqueiam a criatividade, pois se lorna
extremamente dificil correr a risco de experimentar, ousar, e imaginar.
Ja os bloqueios mentais sao frutos de aprendizagens que se iniciam na rnais
tema infancia de cada individuo, e, portanto mais dificeis de serem superados. Par
vezes, nem mesmo 0 individuo e consciente das pr6prias barreiras.
Segundo Eunice de ALE NCAR, "A tonica de todo 0 processo de socializa9ao
tem sido no sentido de conduzir a uniformidade de comportamento e de expressao e de
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desencorajar a diversidade e originalidade" (1996, p.64), 0 que reduz imensamente
toda a possibilidade de se desenvolver a criatividade oposta a estes pressupostos.
E comum ouvir individuos falando "nao adianta tentar, naD vai dar certo", eoutras frases desse tipo, que geram uma apatia, um desinteresse devido a descren<;a
de que 0 individuo possa aproveitar suas pr6prias ideias.
o nao acreditar em si mesma muitas vezes e devido ao desconhecimento porparte da pessoa dos pr6prios recursos internos, potenciais e capacidades.
Para que 0 individuo possa estar aberto as pr6prias ideias, e indispensavel que
as preocupagoes, ansiedades, medos, sejam reduzidos ao minimo. Segundo
ALAMSHAH (1972, p.108) "uma das condi90es para a criatividade e a receptividade, e
nos nao podemos estar receptivos a novas imagens, a novas ideias, se estivermos
perturbados pelas vozes da ansiedade e do medo"
Urn dos majores medos e 0 medo da crftica e do ridicula, que leva 0 indivfduo anao aeeitar suas ideias antes mesmo de express8-las, estabelecendo fronteiras rigidas
a expressao de novas idei8s e pontcs de vista. Alem disto, pode gerar sentimentos deinferioridade que fazem com que a indivfduocultive a habito de se perceber de maneiranegativa, como incompetente e incapaz.
Esses sentimentos sao refon;ados ainda pelo meio em que vive, que 0 leva adesistir de imprimir qualquer esfor90 ou projeto que poderia contribuir para mudan9as
em sua autopercepC;ao. Assim, ao inves de gerar ideias, as pessoas cemumentepreferem julga-Ias, pOise mais cOmodo e nao as obriga a enfrentar suas barreiras, a seexpor.
Todas as barreiras dependem do autoconceito que, segundo Eunice deALENCAR (1986, pA7) "diz respeito a imagem subjetiva que cad a um de n6s tem de si
mesmo e que passamos a vida tentando manter e melhorar. Ete e formado petascrenc;ase atitudes a respeite de nos mesmos, sendo altamente inftuenciado peta nossapercepc;aodo que os outros pensam de n6s. Constitui um determinante importante dapessoa que somas; determina ainda, 0 que pensamos a respeito de nos mesmos, 0que fazemos e a que acreditamos que podemos fazer e alcanc;ar".
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2.2 COMO SUPERAR AS DIFICULDADES NA ORGANIZACAO DO POTENCIAL
CRIADOR
Para 0 desenvolvimento da criatividade e necessaria que as barreiras sejamsuperadas. Esse processo e lento, porem nao e impassivel. Uma pessoa criativaconsegue superar obstaculos, desenvolvendo cada vez mais sua autonomia,autoconfianya, iniciativa e persistencia, al8m de tornar·se mais f1exivelcom relac;ao as
novas ideias e experiencias, julgando com sensibilidade, espontaneidade e intui(:ijo, 0
que conseqOentemente aumentara seu poder criador.Segundo Eunice de ALENCAR (1996) para se desenvolver a criatividade quatro
papeis devem ser cultivados, sao eles 0 explorador, 0 artista, 0 juiz, e 0 guerreiro deidaias.
o primeiro deles, 0 explorador, deve buscar sempre novas fates e informac;oes,
adquirindo e utilizando a bagagem de conhecimentos para a busca de novas respostas.
Aventurar-se par varios caminhos, ainda desconhecidos, levantando novaspossibilidades e solw;:6es. Para desenvolver este perfil e necessario incentivarcomportamentos como a curiosidade, ter muitas ideias, aten~o em diferentes focos eregistrode ideias.
o artista e 0 transformador de informa90es disponiveis em novas ideiasrealizando as modifica90es necessarias. Nele destacam-se caracteristicas como aintui~o, a sensibilidade,a espontaneidade e a independencia.
o juiz julga e avalia as ideias para decidir pela melhor, destacando-se par sua
parcim6nia, tolerancia, confian9a nas pr6prias opini6es e independencia depensamento e julgamento.
Por ultimo, 0 guerreiro que luta pelas ideias para que elas nao morramcaracterizando-se pela coragem, disciplina e perseveranya, pois para que uma ideianao morra e necessario lutar por ela, enfrenlando os obstaculos, que muitas vezesaparecem atraves dos comente.rios desestimuladores, para entao conseguirimplementar sua ideia nao se deixando abater.
Existem muitos comentarios que matam as ideias e a criatividade como: nao de.certo, nunca fizemos, sua ideia e muito radical, vamos pensar um pouco mais sobreisto entre outras. Estes comentarios devem ser evitados, pois urn dos principios para
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desenvolver a capacidade criativa de todas as pessoas eo nunca reprimir qualquer ideia,
pois a partir dela podem S8 chegar a novas e criativas solu~6es.
Existem tambem as comportamentos a serem incentivados como a curiosidade,
espontaneidade. persistencia, iniciativa, ah~m de saber 0 que esta procurando, nao ter
medo de novas trilhas, registrar as ideias e ampliar as conheclmentos.
Pode-se concluir com Stein, 1974
Estimu!ar a criatividade envolve nao apenas estimufar 0 individua, mas tambem 0 ambiente
social, as pessoas que nele vivem. Se aqueles que circundam 0 individua, nao va\orizam a
criatividade, naa oferecem 0 ambiente de apaio necessano, nao aceilam 0 Irabalho criativoquando esla e apresentado, entaD e passivel que as esfor~os cnalivos do individuo encontrem
obstaculos serios, se nao intransponiveis. (Stein, 1974 p.12)
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3 CRIATIVIDADEE PROCESSOSCOGNITIVOS
Considerando que as chamados processos cognitivos compreendem 0
conhecer, 0 compreender, 0 perceber, au seja, e a forma como urn indivfduo lida comas estimulos do mundo externa, de como ele percebe e registra as informac;oes novas,
acrescentando-os aos dados previamente registrados, pode-se considerar a
criatividadeumahabilidadeccgnitiva.
o psic610goJ. P. GUILFORDcitado por ALENCAR (1995, p. 25), voltando-se ainvestigac;ao de tracos intelectuais e estilos cognitivos que marcavam as individuos
altamente criativQs, constatou que alem dos fatares cognitivos, existiam os tragos de
personalidade, estando as dois intima mente relacionados. Com issa, ele definiu
criabvidade distinguindo duas formas 0 Potencial CriativD, conjunto de habilidades e
outros tra90s que contribuem para 0 pensamento criativo, e 0 Pensamento Criativo,
ligado a inova~o e originalidade enfatizando que 0 grau de criatividade eraproporcional a esta ultima caracteristica. A este processo gerador de informagoes, que
se afasta dos padr6es costumeiros, resultando em mais de uma solu9ao aceitavel para
um problema, GUILFORD chamou de pensamento divergente, que se contrasta ao
pensamento convergente, na medida em que este e considerado a atividade geradora
de ideias direcionadas e convencionais.
·0 pensamento divergente, no plano pSicol6gicc,e a tradu~o da criatividade"(GLOTON & CLERO, 1971), e seria estruturado segundo habilidades intelectuais que
pertencem primariamente ao estabelecimento de informac;6es. Sao elas:
a. Fluencia: relacionada a quantidade de informac;6es au ideias ligadas a urn
determinado tema au material;
b. Flexibilidade: refere~seas mudam;as que um individuo pode realizar na estrategia
de ayao ou na direc;ao de um pensamento, seja no significado ou na interpretac;ao. Por
exemplo, a variedade, em qualidade de ideias relativas a urn determinado tema;
c. Originalidade: sao as formas incomuns de res pastas, segundo urna analise
estatistica previa de unorrnalidade";
d. Elabora~o: consiste na facilidade em acrescentar uma variedade de detalhes auma informac;ao, produtos ou esquemas, de modo a ter, a partir de urn esb090, urna
estrutura organizada.
e. Redefini,ao: revisao, transforma,ao, ou qualquer outro tipo de mudan,a numa
deterrninada informa9ao.
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Sensibilidade: sutileza em reconhecer aspectos problematicos ou defeitos nao
claros.
Segundo LANDAU (1986, p.20) ·0 pensamento criativo existe em toda situac;ao
na qual 0 hom em se confronta com a necessidade de solucionar urn problema. ~ Ela
divide este processo em quatro estagios: 0 de preparacao que envolve a descriC80 doproblema e as informa90es a respeito do mesmo; 0 de incuba9ao avalia 0 peso do
problema em re18980 as informac;5es levantadas; 0 estagio do discernimento e 0
momento em que se torna claro e significativo 0 estagio anterior; e par ultimo 0 da
verifica9ao que modela os resultados obtidos as necessidades levantadas.
As habilidades cognitivas necessiuias ao pensamento criativo tambem fcram
estudadas per NECKA (1986). Entre elas definiu:
a. Habilidades Associativas: que se relaciona as associac6es entre ideias.
b. Habilidades Anal6gicas: que se utiliza analogia durante a organiza9ao da atividade,
possibilitando comparar;oes, elaborac;6es e transformac;:6es de informar;oes.
c. Habilidades Metaf6ricas: que sao referencias a objetos por meio de outros objetos,
compondo novas representa~6es menta is.
d. Habilidades Abstratas: referente a eficiencia em isolar mental mente um ou mais
componentes de um todo.
Todas essas habilidades nao sao sozinhas tra~os deterrninantes na identifica~ao
de urn individuo criativo, pois 0 trabalho e urn conjunto com os conteudos intelectivos
como conhecimentos gerais, vocabulario, etc., bern como os trayos de personalidade,
interesses e motivac6es, ou seja, 0 pensamento criativo surge da intera~ao de todos
estes elementos na organiza~o geradora de ideias acerca de urna unica fonte. Isto
explica porque urn individuo, por mais que tenha urn alto potencial cognitiv~, pode nao
ser criativo, e assim e justificado porque urn teste de inteligencia nao e suficiente na
identificacao de indivfduos criativos.
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4 MOTIVA<;:AO E EMO<;:AO: REFERENCIAS AO PROCESSO DA CRIATIVIDADE
HUMANA
Criatividade nao se tim ita as artes, mas alcanya todas as ciemcias. A invencc3o, 0
pensamento cientffico e a criac;ao estetica tern em comurn a facilidade para re-arranjar
elementos de experiencias anteriores a tim de se abter novas configurac6es. Do
mesmo modo que 0 escritor transforma experiencias humanas em novelas ou pe~s
teatrais, 0 cientista verifica e aprofunda as dados a tim de produzir uma nova teoria. Em
ambos as casas existem "pensamentos emocionaHzados" e "sentimentos
intelectualizados". 0 homem pode ser criativo em todas as suas atividades e seria uma
ironia a mais na hist6ria do homem se a automacao lao temida viesse prove-Io do tipo
de liberdade que procura a tanto tempo.
A necessidade humana de criar pareee vir de um desejo de ordem interna.
Assim como a crianca se lanca no mundo da imaginacao para realizar desejos seus,
tambem 0 homem adulto cria para satisfazer a si proprio.
Uma pessoa e motivada, em qualquer momenta, por uma variedade de fatores
internos e externos. A forca de cada motivo e 0 padrao de motivos influem na maneira
como vemos 0 mundo, nas coisas em que pensamos e nas ac;oes em que nos
empenhamos. Os motivos flutuam e se combinam em varios padr6es em diversos
momentos. Alguns dos motivos de uma pessoa estao sempre atuando, e 0 seu
comportamento e amplamente influenciado par eles.
o efeito da motivac;ao sobre a aprendizagem e desempenho e uma questao de
central importancia para os psic6logos. E, se transposto 0 fatar motivac;ao para 0
campo do estudo da criatividade, deve-se considerar todo 0 aspecto emocional
envolvido na propria motivacao. Assim, 0 medo e outros motivos negativos pode ter um
efeito sobre a percepciio. Algumas pessoas usam uma defesa perceptual em face de
estimulos emocionalmente perturbadares. 0 medo pode tambem causar uma
interpretac;ao defeituosa ou distorc;ao da percepc;ao.
A memoria, igualmente, e afetada pela motivac;ao. Normalmente, as pessoas
tem uma tendencia a recordarem mais os acontecimentos desagradaveis. Mas isso
nem sempre acontece; todos se recordam de acontecimentos agradaveis, desde que
sejam suficientemente expressivos.
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A emo~o pode tanto ter efeitos organizadores como desorganizadores sobre 0
comportamento. Pode perturbar 0 comportamento corrente, mas pode gerar novas
formas de comportamento no sentido do objetivo escolhido. as nlveis moderados de
emo~o tern propriedades facilitadoras, mas a emoryao extrema eomais perturbadora.Em todos esses efeitos, a emo,:;o e bastante afim da motivagiio, e esta e,
basicamente, urn dos fatores determinantes do comportamento humano.
NOVAES em seu livro "Psicologia da Criatividade" (1971, p. 43), propoe tres
metodos para avaliar 0 papel da moliva9iio na criatividade:
a. atraves da analise das diferenc;:as individuais, da intensidade e da diversificac;:ao
dos motivos;b. atraves da comparac;ao da fanya e intensidade do mesmo motivo em diversas
situac;:6es;
c. atraves da comparac;:ao, nurn mesmo individuD, da forc;:ade urn motivQ comQutros motivDs.
Observa-se no comportamento criativo a necessidade da originalidade e da
inovagiio ligada a da qualidade do produto.
Foi possivel verificar, atraves da pesquisa de quais motivos levariam 0 individuo
a ser criativo, que, partindo de necessidades comuns, elabora os condicionamentos
ambientais e encontra sua forma original, e nenhum fator motivacional opera
automaticamente por estar inserido sempre numa situac;:ao de realidade.
Pode-se concluir que 0 individuo criativo caracteriza-se pela persisteneia das
suas motiva90es e pela intensidade dos motivos que 0 levam a superar obstaculos e a
veneer barreiras.
A personalidade criativa, como definida por BARRON (1963, p. 78), "e aquela
que esm sempre pronta para abandonar elassifica90es antigas e para compreender
que a vida e rica de novas possibilidades"
A produc;:ao criativa caracteriza-se pela originalidade, adequa9ao e
transformac;:ao em combina90es variadas; atraves do proeesso da condensa9§,o, os
conceitos polares da simplicidade e da complexidade sao unificados.
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5 A IMPORTANCIA DA CRIATIVIDADE NAS ORGANIZA"OES
Mais do que em qualquer Qutra apoea historica vive·se urn momento deaceleradas transformal;oes hist6rico/econ6micas e tecnol6gicas que se refletediretamente na necessidade de grandes mudant;as nas organiz8c;:6es.
Urn breve levantamento historico pode auxiliar na compreensao deste
movimento. Segundo GONI;ALVES em seu artigo Os Novos desafios das empresas do
futuro (1997) a empresa tradicional comel'ou a se estruturar apos a Revolu,ao
Industrial onde alguns conceitos de gerenciamento e de trabalho ficaram fortemente
estabelecidos como a do trabalho em serie, a hierarquia rigida e verticalizada, a divisao
tecnica do trabalho, e acabou por se estabelecer na decada de 30.
o momento hist6rico/economico possibilitou 0 desenvolvimento deste tipo de
empresa que podiam, devido a constancia e regularidade do ambienle externo,
fecharem-se em si mesmas. Nao havia urna competiC;:80tao grande, as informac;:oeseram lentas, a tecnologia pouco avanc;ada, e as empresas fabricavam desde 0parafuso ale 0 produlo final.
Dentro deste contexto 0 estilo de gerenciamento tambem era Dutro, ashierarquias eram rigid as e verticatizadas, a supervisao era cerrada, as empregadoseram executores de tarefas, a remunerac;:aocondizia com 0 nivel hierarquico, e adisciplinaera bastante rfgida.
Por outro lado, pode-se pensar que neste modelo de empresa as pessoastin ham estabilidade nos empregos e desenvolviam carreiras lentamente, maslongamente tambem, au seja, um auxiliar de produyao podia chegar a exercer umcargo de supervisao chegando a maioria das vezes a aposentar-se na mesma empresaem que iniciou sua vida profissional. ESIa forma de gerenciamenlo pode ser chamada
de paternalista onde nao se questiona a competencia de seus funcionarios e sim a suafidelidade para com a empresa. No Brasil, 0 sistema de empresas eSIaIais
representava bem esta realidade, e com 0 mercado fechado, as outras organizac;:6es,em sua maiaria familia res, seguiam a mesma forma de administrac;ao.
Contudo, a realidade atual e outra, a tecnologia muito mais avanc;adaproporciona uma interac;ao de informac;6es maior e bem mais rapida, com adisseminal'ao de modelos como 0 da Qualidade TOlal e das normas ISO ha uma
mudan98 de paradigmas, faz-se necessaria uma nova revoluc;ao.
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Surge entao a reengenharia, as empresas voltam-se para seus processos
terceirizando tude aquila que naD corresponde diretamente ao neg6cio da empresa,
criando parcerias com fornecedores, utilizando-se de tecnicas como 0 JIT. Com esta
nova realidade das empresas a logistica ate pouco desconhecida, hoje e um dos
pontcs mais fortes das empresas modernas. Esta, com profissionais dedicados
exclusivamente a esta movimentae;ao de recursos, de forma que nao sejam
necessarios estoques sem prejudicar as processos, ao contra rio fazendo com que
estes sejam cada vez mais precisos.
As empresas modernas sao mais enxutas, a hierarquia e menes verticalizada,
prioriza-se 0 trabalho em equipes e par projetos, sempre dispostas as mudanc;as e
competentes em todas as suas atividades. E no meio de todas estas mudan~s
encontram-se as pessoas que cada vez mais precisam ser multifuncionais, dispostas
ao aprendizado e com urn grau muito maior de autonomia.
Este e 0 grande desafio preparar as pessoas e organizacoes para que elas
possam efetivamente fazer parte desta nova realidade de mercado, e desenvolver os
gerentes para que estes estejam capacitados a coordenar 0 trabalho nestes novos
moldes.
Frente ao impressionante processo de globaliza<;ao e competi<;ao acirrada que
caracteriza 0 mundo das organiza90es, as empresas vern sofrendo uma enorme
pressao para se manterem em urn processo permanente de inovacao. Como a origem
da inova9ao reside nas ideias criativas dos indivfduos, a criatividade tern recebida uma
atenc;ao crescente. Ela tern sido apontada como uma habilidade humana crltica, que
deve ser canalizada e fortalecida a favor do sucesso da organizacao.
Diante desta realidade 0 papel da criatividade se apresenta de fundamental
impormncia para a solucao de quest6es que exigem solucoes imediatas e originais,
nao podendo esperar as morosas orientacoes dos processos tradicionais de
administracao. Para estas necessidades a previsao e, par consequencia, 0
estabelecimento de padr6es a seguir, tendem a ser cada vez mais dificeis, ficando na
dependencia da capacidade criativa de cada funcionario da empresa.
Segundo CARR (1998, p. 1):
a concorrencia aUnge um palamar febril, as empresas passam por mudancas repentinas e
debatem-se no downsizing e na reestruluracf!o, visando atender um mercado de n3pida e
continua mudanc;a,onde 0 saber passa a ser a (mica vantagem competitiva continua (...) A
20
gerayao e 0 usa do saber serao a chave da sobrevivEmcia em urn numero cada vez maior de
empresas, mas a chave do exilo sera a gerayao e 0 usa do saber criativo.
o usa do saber criativo faz-se necessario para que a empresa possa diversificar
seus produtos, antecipar as demandas do mercado, reerutar e reter bons empregados
e melhorar a qualidade de seus produtos e servi90s, au seja, e indispensavel para que
a inlrodu<;iiode inovacaes seja canslanle e a resolucao de siluacaes inusitadas e
problemalicasseja rapidae eficaz.Contudo, para que isla ocorra dentro das organiz890es e necessario que
tambern ela passem par uma enorme transforma9ao no que dlz respeito as condi90es
do ambiente de trabalho, no sentido deste desfazer as possiveis barreiras acriatividade, maximizando as oportunidades para sua expressao.
5.1 DIFICULDADES NO COTIDIANO DAS ORGANIZACOES E A CRIATIVIDADE
HUMANA
Apesar da realidade de mudancos e globaliza<;iio, observa-se que muitas
organizacaes lendem a ignorar 0 potencial para a campetencia, responsabilidade e
produtividade,estimulando mais a dependencia e a passividade do que a iniciativa e acriatividade. As necessidades basicas de reconhecimento, apoio e seguran<;a,que
deveriam ser atendidas no ambiente de trabalho, sao, muitas vezes, ignoradas,
afetando a motiva~o para 0 trabalho e contribuindo para manter adormecido 0
potencialpara a criatividade.Existe uma estreita relac;ao entre a criatividade do individuo e 0 ambiente
organizacional, sendo a influencia entre ambos reciproca. Desta maneira, as
habilidades de pensamento criativo do individuo bem como sua disposic;ao para
experimentar e correr riscos, podem ser fortalecidas ou inibidas dependendo dasatitudes de aceitac;aoou rejei9ao destas ideias por parte dos colegas e das lideranc;as
da organiza9aO.Na verdade, freqOentementenas empresas as praticas organizacianais tendem
a inibir a maior parte das express6es de criatividade. Nao e raro encontrar nas
empresas inlransigencia e aulorilarismo, com ausencia de espirilo de equipe e do
apoio para se colocar novas ideias em pratica, venda-se com suspeita ou desconfian9a
11
qualquer ideia inovadora. Par outro lado, as caracteristicas do clima predorninante no
ambiente de trabalho sao captadas facilmente pelo individuo, trazendo informa<;6es a
respeito do ambiente de trabalho, das rea<;6es do grupo as suas ideias e a 5i mesmo e
do quanto podem ou nao confiar em seus colegas de trabalho. Nota-se que se a
pessoa considera que pode ser criticada, ridicularizada, pun ida ou amea<;ada pel as
suas ideias, ou se ela se sente pouco valorizada no ambiente de trabalho, dificilmente
vai se interessar em expressar ideias novas e fazer usa de usa potencialidades
criativas em prot da organiza9ao.Segundo ALENCAR (1996, p.94) estas barreiras poderiam ser divididas em
cinco categorias, as estruturais, as sociais e poHticas, as processuais, as de recursos e
par ultimo as individuais e atitudinais.
A primeira delas diz respeito a estrutura da organizac;ao e ao grau de exigencia
em relac;ao ao cumprimenta das regras e procedimentos rigidos 0 que tende a inibir a
gerac;ao de propostas inovadoras e de estar atento ao mercado para fazer
benchmarking de inovac;6es e propostas criativas. Ainda em relac;ao a estrutura
encontra-se a centralizac;ao de poder no topo da hierarquia restringindo a comunicac;aa
e a informaC;8o disponfvel, situaC;8o esta que resulta em pouca au nenhuma abertura
para a participac;ao dos funcionarios nos processos decis6rios e na passibilidade de
contribuirem com novas ideias.
As barreiras socia is e politicas correspondem as normas existentes e como
estas podem refon;ar 0 conformismo, a dificuldade em comunicar ideias e cultivar 0
medo generalizado da critica. Como tam bern 0 excesso de poder e das diferenciac;6es
de status tendem a afetar a expressao da criatividade.
As barreiras processuais referem-se a procedimentos e regulac;6es que
freqOentemente inibem a inovac;ao e desestimulam a usar formas diferentes de se
realizar urn trabalho.
A quarta barreira a de recursos e a carencia que os profissionais tem de tempo,
dinheiro, informac;6es que podem subsidiar a introduc;eo e implementac;ao de
inovac;6es.
Par ultimo, seriam as individuais au atitudinais que dizem respeita ao pr6prio
individuo, como com entad a em capitulos anteriores, que podem ser resultado do clima
vigente na arganizac;80.
22
Os fatores que inibem a criatividade na empresa sao um tema muito discutido
atualmente, estes impedem que as pessoas sintam-se a vontade para expor novas
ideias e ate mesma para pensar sobre elas. Comentilrios como ~nao vai funcionar" 1 We
contra a politica da empresa", usempre foi feito assim, naD adianta mudar', uvoce
garante que vai dar certa?", muitas vezes feitos de forma automatica em rear;ao a uma
nova ideia sem avalia-Ia com interesse, acabam por inibir completamente 0 surgimento
da criatividade e da inovar;ao. Sendo que, na verdade, sao muitas vezes uma defesa
do individuo contra a passive] amear;a que uma nova ideia pede causar, entaD wdevo
destrui-Ia".
Qutros obstaculos podem ser citados, como atitudes autoritarias e pouca
comunica~o, baixa receptividade a ideias novas, a centralizayao do poder, a busca
excessiva por certezas, a rigidez da organiza~o, a hostilidade com pessoas que
pensam de forma divergente, a falta de apoio, de cOOpera9aO e de autenticidade nas
rela\Xies de trabatho. Todos estes contribuem de forma significativa para que 0
potencial criativo fique cristalizado e nao flores98 dentro da organizayao.
Portando, e necessario que uma plataforma para a criatividade individual esteja
presente no ambiente das organiza90es. Essa plataforma tem como base a presen9a
de sentimentos de confian9a e respeito, a harmonia nas equipes, a pratica de
compartilhar ideias, 0 respeito as diferencas, a valoriza9ao do trabalho individual e
grupal, e por ultimo reconhecer as potencialidades e oferecer oportunidades para a
produl'ao e fertilizal'ao de ideias.
5.2 MUDANi;AS NECESsARIAS NO AMBIENTE DE TRABALHO PARA A
EXPRESsAo DA CRtATIVtDADE
o mundo empresarial precisa cada vez rnais de trabalhadores de mente independente, que
queiram correr 0 risco de falar e se sintam livres para responder imaginativamente a uma
mudanc;a - que sejam, em suma, criativos. A criativjdade exige que a cultura empresarial
encoraje a expressao mais livre e segura daquilo que, as v6zes, pode ser irritante ou inavador.
Exige que as pessoas se organizem em equipes para colaborar. (GOLDEMAN, 1999, p.90)
o ambiente de trabalho au clima organizacional interfere diretamente na
expressao da criatividade, com visto em capitulos anteriores. 0 grande desafio esta
23
justa mente nas mudanc;:as necessarias para que nas empresas haja espac;o pra 0
f1orescimento de novas ideias e a congruencia entre as necessidades do individuo e da
organiz893o. Como diz CARR (1998, p.20) a criatividade necessita estar facada no
negocio da empresa, e de acordo com as metas estrategicas da mesma, senao ela
acaba tendo pouca utilidade.
Num ambiente de trabalho onde predominam sentimentos de seguran9a, de
liberdade para expor novas ideias e para COfrer 0 risco de enfrentar os desafios que
apare~m no caminho da implementac;ao das mesmas, cnde S8 reconhece e sao
apoiados as recursos individuais, nurn local marcado par relac;6es interpessoais
autenticas, de considerac;ao, respeito, confian.ya e cooperac;ao, sem duvida estimula as
pessoas a darem 0 melhor de si, e propicia 0 desenvolvimento da criatividade na
organjza~o ao valorizar 0 potencial humano.
Para a empresa ser realmente criativa precisa passar por modificagoes
profundas e decisivas. Segundo GOLDEMAN (1999) existem uma serie de ideias
chaves para a promogao das mudangas que serao analisadas a seguir.
Para a empresa promover a plataforma necessaria para a criatividade e
necessario que se reduza 0 impacto negativo da hierarquia. A hierarquia traz privilegios
para quem assume postos elevados dentro da organiza~o, mas tambem traz consigo
um pre\:o alto que e 0 medo de perder esta posi~o ocupada, e para proteger-se desta
amea\:a os Ifderes controlam a f1uxo das informa90es. Este tipo de administragao faz
com que °trabalho seja mecanico, destitufdo de inspiraryao.
A realidade atual traz consigo a necessidade que as pessoas assumam
responsabilidades e tenham autonomia para tamar decisoes no local de trabalho, mas
para que isto ocorra, elas precisam saber os objetivos e metas estrategicas da
empresa. Oesta forma os mesmas padem atuar em beneficia da organizayao.
A organizac;ao torna-se mais produtiva quando os funcionarios assumem mais
responsabilidades e tem acesso a urn maior numero de informac;6es, canfianda mais
na capacidade deles e nao simplesmente no estilo da empresa.
Uma das formas de delegar responsabilidades e nao prender as pessoas a
cargos taa determinados que acabam restringindo sua capacidade de atuagao e
criatividade. Quando as pessoas S8 responsabilizam pelo modo como trabalham, sao
livres e podem encontrar respostas engenhosas aos problemas com que se defrontam.
24
E tambem come9Cim a desenvolver uma consciencia moral a respeito de seu trabalho,
criando urn vinculo maior com 0 mesmo.
Outro ponto importante para que as pessoas comecem a compreender como
sao os neg6dos e comprometam-se realmente com as resultados da organizac;ao, e doacesso dos funcionarios a verdadeira situac;:ao financeira da empresa.
As dimensoes tambem afetam a criatividade, em empresas menores as pessoasse conhecem e ista facilita a expressao da criatividade. Para solucionar este problema
as grandes corporac;6es podem ser divididas em pequenas unidades com urn grau de
autonomia para a lamada de decisoes, facilitando desta forma as rela90es
interpessoais.o relacionamento por sua vez tern papel definitivo para a criatividade. Como ja
dizia a teoria da Gestalt "0 todo e muito mais que a simples soma das partes" e para a
criatividade na empresa nao e diferente. Equipes bern entrasadas, alimentadas pela
energia e habilidades de cada membra, podem ser mais dinamicas e eficientes que
qualquer participante sozinho, trazendo solu(:oes mais rapidas e criativas para os
problemas que aparecem.
A forma de lideran\,a tambem e fundamental, esta deve dar perm issao e prote<;iio aos
seus empregados para acionarem seu potencial criativo, sendo inclusive um
provocador destas caracteristicas. Segundo Larry WILSON citado par GOLDMAN
(1999, p.121) "A verdadeira lideran\,a demonstra a inten\,ao de cuidar das pessoas e
amparar seu crescimento (...) a funC;ao de um lider enos esticar, levar·nos alem do
limite, levar·nos mais longe do que achamos que podemos ir."
Em toda esta analise para as mudan<;as necessarias para a criatividade na
empresa fica ressaltada a importancia de se manter 0 equilibrio entre 0
conservadorismo e 0 dinamismo dentm de uma organizacao, onde as pessoas devem
respeitar e compreender estas diferent;as necessarias entre estes dois tipos de
pessoas as criativas e as que administram 0 neg6cio a partir de regras e rotinas fixas.
GOLDMAN faz uma compara\,ao desta situa\,ao a uma colmeia de abel has onde
existem as operarias e as exploradoras "Eis ai 0 equillbrio que eu gostaria de
estabelecer numa empresa. Nela haveria respeito mutuo e a compreensao de que
tanto os empreendedores criativos quanto 0 pessoal da 'Iei-e-da-ordem' sao
necessarios para a produtividade de uma companhia." GOLDEMAN (1999, p. 111)
25
6 A EMPRESA CRIATIVA NA OTICA DE ESPECIALISTAS
gUma empresa 56 e verdadeiramente criativa quando sua criatividade S8 torna a
maneira diaria de fazer as coisas: (CARR, 1998, p. 21)
As empresas criativas sao aquelas que buscam desenvolver a criatividade em
toda empresa naD a restring indo somente aDs setores tradicionalmente considerados
como locais ande ela e necessaria, como 0 de desenvolvimento de produtos e de
marketing.
A empresa criativa e aquela que produz continuamente ceisa nova, mas epreciso se concentrar nos objetivos especificos. Quando a empresa produz
continuamente novas praticas, processos, produtos e servi90s, conserva sua posic;:ao
competitiva perante as concorrentes que sao incapazes de preyer 0 que ela fara.
Segundo CARR (1998, pA7) "ela precisa ter nao s6 pessoas criativas, mas
tambem urn sistema criativo", sendo que para ele existem dez atributos empresariais
que revelam uma empresa criativa. Sao eles:
1. A confian9a que pro picia um ambiente no qual as pessoas podem experimentar
e propor novas ideias sem ter medo de arriscar sua carreira;
2. Propicia que todos digam a que pensam dela e questionem 0 quanto for
necessaria para descabrir como ela e;
3. Permitem e estimulam a cornunica9ao arnpla entre todas, quando as ideias
nuem com maior rapidez e sua propria presen9a alarga os enquadramentas;
4. Procuram solu90es, e nao "bodes expiatorios" ; bern como nao abominam os
erros cometidos nem os justificam - baseia-se em metas, compromissos, e feedback
constante sem deixar de se preocupar com desempenho;
5. Concentram-se em problemas e oportunidades, nao em personalidades e
estruturas de poder - foeando-se no presente e no futuro e nao no passado;
6. Compartilham valores e objetivos para apoiar e real98r a autogestlio -
delegando autoridade 0 que gera fiexibilidade, maior facilidade no relacionamento
interpessoal entre as pessoas que fiearn autoconfiantes e imbuidos de autoridade;
7. Incluem clientes e fornecedores nos processos decisorios - venda isto como
uma das melhores fontes para expandir novas ideias e mudanc;as;
26
8. Buscam novas possibilidades, prevendo pr6-ativamente a mudanc;a - avalia e
examina conscientemente seus enquadramentos para fazer as mudanc;as necessarias
frente 0 mundo que a cerca;
9. Fomentam entre todos a propriedade e a capacidade de empreender -
recompensando devidamente as ideias;
10. Eslimulam 0 ludico 0 devaneio e ale a bobagem - eles ap6iam a crialividade e
auxiliam no trabalho de cria<;ao.
o soci610go ilaliano Domenico DE MASI (2000) acredila que 0 Irabalho realizado
nas grandes empresas deveria ser lotalmenle diferenle. Ele afirma que Irabalhar com
horarios fiXDS, par exemplo, desmotiva 0 surgimento de novas ideias. Segundo ele, 0
controle e 0 reino da burocracia. Quanta maior 0 controle menor a motivac;ao, que eo0
reino da criatividade. Para transformar urna empresa em urn local criativo e necessaria
que sua cupula nao seja consliluida por burocralas, pois esles acabam afastando as
pessoas criativas.
De acordo com sua teoria a criatividade se nutre do 6cio, au seja, do tempo livre,
pois a gerayao de ideias exige tempo para a introspecyao. Em seu livro 0 ocio criativo
(2000), ele profetiza que 0 proximo seculo sera Hderado pelos parses que souberem
organizar seu tempo livre, assim como 0 seculo XX foi dominado pelos paises que
souberam organizar seu Irabalho. Para DE MASI, a sociedade p6s-induslrial nao esla
mais centrada na produyao de bens materiais, mas na produc;ao de informac;oes,
valores, estetica e entretenimento.
Para se atingir 0 ma.ximo de criatividade dentro de uma empresa 0 ideal e uma
mistura de pessoas realistas e fantasiosas, homens e mulheres, velhos e jovens, gente
organizada e outros meio indisciplinados, todos unidos pela motivac;ao.
uA criatividade para mim nao e so ter ideias, mas saber realiza-Ias: e unir
fantasia e concrelude." (DE MAIS, 2000, p.289), e adverte que a crialividade depende
do que a pessoa faz com suas horas de ocio, que podem ser au nao bern utilizadas, e
s6 nesla segunda silua~o que se ahnge a plenilude do conhecimenlo e da qualidade
de vida.
Hoje ja existem empresas ouvindo estes pensadores e dando espac;o para 0
desenvolvirnento da criatividade, sendo que ela e a (mico diferencial competitiv~ que
uma empresa pode ter.
nada" e na verdade fazem muito, e 0 periodo que eles possuem para ficar pensando
em ideias criativas sobre novos produtos. Tambem fora destes perfodos qualquer ideia
sobre um novo prod uta e analisada e se promissora vira projeto tocado pelo autor da
mesma. Oessa maneira sao muitos os produtos inovadores que ela tern proposto ana
apes ano.
Robert LUTZ, vice- presidente da Chrysler (1997, p. 25) diz que: "Nos ja
botamos tanta Ie na analise, na quantifica9ao e em outras areas do lado esquerdo do
cerebro que muitas vezes, de tanto examinar as arvores, deixamos de enxergar a
floresta". Partindo deste ponto de vista foi realizada uma transformac;ao na empresa, a
linha de montagem foi substituida por uma equipe de plataforma onde todos,
engenheiros, projetistas, fornecedores e operarios trabalham em conjunto, sendo
acompanhados por uma equipe de comportamento gerencial. Os executivos estao mais
acess[veis, e 0 clima de confian98 melhorou multo, 0 que proporciona que todos
possam contribuir com suas ideias inovadoras sem sentirem-se ridicularizados ou
criticados. E 0 resultado foi visivel no design e na economia de custos para a empresa.
Na Fibrasil 0 executiv~ Bento Bravo que ja havia trabalhado na 3M implantou
tecnicas como 0 brainstorm, organizou grupos de profisslonais de diversas areas, e
envolveu toda a companhia para solucionar a problema que enfrentavam que era nao
ter camisetas para concorrer na faixa mais barata do mercado. Apes varias reunioes e
ideias ela lan~ou a marca Printex que era fabricada com urn fio mais barato e urna
tecnica mais economica, e pode assim concorrer nesse mercado.
A Skaltek e urna empresa Sueca que cria, produz e vende maquinas pesadas
para industrias de fios e cabos. Os produtos sao feitos por encomenda e vendidos para
o mundo inteiro, sendo seu sucesso atribuido a forma com que ela estirnula a
criatividade de seus funcionarios. Seu fundador nao gostava dos mol des tradicionais de
administrac;ao das empresas em que trabalhava e resolveu montar a sua. Na sua
empresa nao existe hierarquia, 0 poder se dissemina, e nao se centraliza no topo,
todos as funcionarios tern acesso ao fluxo de caixa e as questoes financeiras da
empresa, as responsabilidades sao divididas, e 0 desenvolvimento pessoal e a
iniciativa individual sao incentivados.
Em seu livro "0 espirito criativo", GOLDMAN (2000, pg.94) conta a historia do
homem que odiava seu chefe mas amava 0 emprego, nesta fabula 0 homem gostava
28
do trabalho e dos colegas mas 0 chefe infernizava tanto a sua vida que naD Ihe restava
alternativa a nao ser trocar de emprego. Ao procurar uma consultoria de Recursos
Humanos e contar sua hist6ria teve uma ideia criativa, e forneceu ao consultor 0 nome
e 0 curricula de seu chefe, 0 chefe foi recolocado, 0 her6i continuou cnde estava e
acabou promovido ao cargo do antigo chefe. Esta historia exemplifica de forma
divertida como uma ideia criativa pade transformar urn ambiente de trabalho e 0 quanta
a satisfa~o das pessoas tambem esta ligada a estes fatores.
Esses sao alguns exemplos de empresas que hoje fazem diferen\:a no mercado
devido ao fato de valorizarem este precioso instrumento: a criatividade.
29
CONCLUSAO
"E justamente no limiar do novo milenio que se torna, mais do que nunca,
imprescindfvel S8 transformar 0 potencial criativo em celeiro de atos criativDS, case se
queira veneer as novos desafios que a sociedade mocterna coloca. Desafios esses que
sao agravados pela velocidade de mudanyas fmpar na hist6ria do homem. Tal
velocidade faz com que as solw;6es validas para urn passado recente ja sejam
obsoletas hoje e exijam, de imediato, novas respostas. Para S8 tazer face a essas
constantes provocac6es, par vexes vitais para a sobrevivencia e/au desenvolvimento
(poluic;ao, AIDS, etc.), e mister que se acione, continuamente, a criatividade nao 56 de
alguns, mas de todos",
A citacao acima e de Argentina Rosas, em artigo escrito para a revista
Tecnologia Educacional, e traz exatamente a reflexao para conclusao desta
monografia, Nao se pode rna is permitir que enterrem toda a possibilidade de criac;ilo,
Oia a dia novas problemas surgem, a cada dia e preciso inovar.
Sabe-se hoje, que a criatividade diferentemente do que se pensava, nilo e urn
dom que alguns possuem e outros nao, e sim e um recurso humano natural, porem
severa mente inibido par for93s de natureza emocionais e socia is, por fatores internos e
externos que hoje mais do que nunca precisam ser vencidos.
A criatividade come93 a ser desenvolvida quando a crian.;:a ainda pequena tem
espaco para conhecer coisas novas, inventar, experimentar 0 desconhecido e
principalmente ser ela mesma. Oesta maneira algumas caracteristicas de
personalidade VaG se desenvolvendo como a autonomia, a iniciativa, flexibilidade a
independencia de pensamento entre outros, que sao como uma base necessaria para
que a pessoa desenvolva seu potencial criativo.
E importante ressaltar que a criatividade, alem dos tracos de personalidade
envolve uma habilidade cognitiva, relacionada com a capacidade de pensar de forma
abrangente ligada a inovaCao e a ariginalidade, a motivacao e a emoc;ao. Sendo que
todas estes fatores reunidos e que definem a grau de criatividade de cada individuo,
que dependendo de seus retacionamentos e vivencias pode ser mais ou menos
desenvolvido.
Contudo, sao muitas as influemcias externas e internas encontradas nesse
caminho que acabam interferindo, porque nilo dizer, impedindo que esta potencialidade
30
aparec;a. Essas barreiras sao muitas vezes impostas pelo proprio sistema, que naD se
V8 enquanto dependente do processo criativD para crescer, para evoluir, e naD percebe
o quanta a criatividade pode interferir drasticamente no mundo dos neg6cios e das
organizac;oes.
Frente a e5sa realidade e necessaria que 0 individua encontre forc;:as para
superar estes obstaculos e deixe sobressair sua criatividade. Num primeiro momento
isla nao pareee uma tarefa facH, mas de forma alguma e impassivel. Varios sao as
especialistas que vern desenvolvendo programas direcionados a fazer com que cada
individuo descubra seu potencial criativo, utilizando tecnicas que ajudam a desbloquear
sua capacidade de criar, tanto em empresas como para 0 proprio individuo.
Nos dias atuais as pressoes competitivas tendem a diminuir cada vez mais 0
cicio de vida dos produtos, fazendo com que as empresas necessitem de caminhos
mais diretos no campo das inovac;oes, nao podendo prender-se muito em pesquisas e
levantamentos estatisticos que levam muito tempo. E a justamente nesta brecha que a
criatividade faz-se alta mente necessaria e indispensavel.
Antigamente poucas eram as empresas que valorizavam 0 potencial para a
criatividade de seus funcionarios, para colocar em pratica uma idala criativa 0
funcionario tinha que correr os risco sozinho e muitas vezes nem isto era permitido.
Hoje ja sao varios os exemplos de empresas que percebem a necessidade do
espac;o para criatividade dentro das organizac;oes, e 0 quanto 0 ambiente de trabalho
torna-se melhor quando seus funcionarios podem expressar suas idaias e ser
reconhecido por elas. Esta nova realidade se reflete tanto no melhor desempenho
dentro da ernpresa que se torna competitiva e se destaca dentro do mercado atual,
como faz grande diferenc;a no que diz respeito a qualidade de vida e satisfac;ao dos
funcionarios que trabalham motivados.
A motivac;ao, inclusive, e muito importante no entendimento da criatividade.
Como a criatividade a utilizada em todos as aspectos da vida do ser humano, a ansia
par criar esta relacionada a urna motivac;ao que pode ser interna au externa, como um
interesse particular em achar uma res posta a um problema, ou 0 reconhecimento na
empresa pela proposta inovadora que reduzira custos de produ9ao.
Para concluir, pode-se definir uma organizac;ao criativa como aquela que
valoriza 0 potencial para a competencia, responsabilidade e ac;ao. Ela se caracteriza
por uma cultura que reconhece 0 potencial ilimitado de seus recursos humanos, que
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cultiva a harmonia do grupo, que estabelece expectativas apropriadas, que tolera as
diferen<;as e que reconhece as habilidades e esfon;:os de cada individuo.
Contudo, definir uma empresa criativa pode ser faeil, 0 dificil, ou methor 0 grande
desafio ainda reside na realizaty8.o das mudanc;as necessarias nas culturas
organizacionais muito rigidas, marcadas pel a resistencia as novas ideias e asexig€mcias do mundo maderna. Mudanc;a esta para se ~criar" um espa<;o para Mcriar",
ou seja, uma possibilidade de dentro destas organiz8r;oes desenvolver e aproveitar
esta potencialidade individual de seus funcionarios ate entao tao "podados" em sua
criatividade
Dutro desafio diz respeito a propria conscientiza.ao de cada individuo da sua
capacidade criativa e da utiliza<;ao da mesma nos mais variados aspectos da vida de
cada urn.Par tim, faz-se necessario uma reflexao sabre 0 quanta deveriam ser
trabalhadas as rela¢es humanas e de forma mais abrangente, gerar uma
conscientiza~o em toda a sociedade, desde as familias, escolas, universidades,
empresas entre outras, do quanto a criatividade pode fazer diferen<;a na vida de cada
ser humano tornando-o mais livre e capaz para pensar, independente para resolver
seus proprios problemas e porque nao dizer mais motivado e feliz.
Ja e tempo de mudanr;a. Ja e tempo de "Passaro-Lira".
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