levantamento e anÁlise do perfil do alberguista do litoral norte paulista: são sebastião e...
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Trabalho de Conclusão de Curso apresentado por JULIANE SERRANO MOÇO LAMPIASI.Resumo:Este trabalho teve o intuito de realizar o levantamento e a análise de perfil dos hóspedes dos Albergues da Juventude associados à Hostelling International no Litoral Norte Paulista, assim como o levantamento de sua infra-estrutura. Os Albergues da Juventude participantes desta pesquisa foram os da praia de Camburi, localizada em São Sebastião e o de Ubatuba. Tal objetivo foi abordado por meio de questionários com perguntas ligadas ao biossocial, às expectativas e às motivações da viagem destes hóspedes. A realização desta pesquisa se deu durante os meses de dezembro a maio, podendo assim atingir a chamada alta temporada e ainda um período da baixa temporada. Por meio dos resultados obtidos foi possível a realização de gráficos e tabela comparativa para um maior entendimento e análise do perfil deste hóspede.TRANSCRIPT
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unesp UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA JLIO DE MESQUITA FILHO
Campus de Rosana - SP
JULIANE SERRANO MOO LAMPIASI
LEVANTAMENTO E ANLISE DO
PERFIL DO ALBERGUISTA DO
LITORAL NORTE PAULISTA: So
Sebastio e Ubatuba
ROSANA SO PAULO. 2009
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JULIANE SERRANO MOO LAMPIASI
LEVANTAMENTO E ANLISE DO
PERFIL DO ALBERGUISTA DO
LITORAL NORTE PAULISTA: So Sebastio e Ubatuba
Trabalho de Concluso de Curso apresentado ao
Curso de Turismo Unesp/Rosana, como requisito parcial para obteno do ttulo de Bacharel em
Turismo.
Orientador: Prof Dr. Srgio Domingos de
Oliveira
ROSANA- SO PAULO
2009
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JULIANE SERRANO MOO LAMPIASI
LEVANTAMENTO E ANLISE DO
PERFIL DO ALBERGUISTA DO
LITORAL NORTE PAULISTA: So Sebastio e Ubatuba
Trabalho de Concluso de Curso apresentado ao
Curso de Turismo Unesp/Rosana, como requisito parcial para obteno do ttulo de Bacharel em
Turismo.
Orientador: Prof. Dr. Srgio Domingos de
Oliveira
Data de aprovao: ___/___/____
MEMBROS COMPONENTES DA BANCA EXAMINADORA:
Presidente e Orientador: Prof. Dr, Srgio Domingos de Oliveira
UNESP Universidade Estadual Paulista Jlio de Mesquita
Membro Titular: Prof. Dr. Llio Galdino Rosa UNESP Universidade Estadual Paulista Jlio de Mesquita .
Membro Titular: Prof. Msc. Cludia Corra de Almeida Moraes
UNESP Universidade Estadual Paulista Jlio de Mesquita
Local: Universidade Estadual Paulista
UNESP
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AGRADECIMENTOS
Principalmente aos meus pais e minha famlia, pelo apoio, torcida, confiana e
incentivo constante durante toda a graduao.
Aos amigos presentes durante a graduao, principalmente Gabriela Almeida, Rafael
Ikawa, Gabriel Firmino, Patrcia Sete, Patrcia Pessoa e Maria Miola que comigo
compartilharam sorrisos, conselhos, risadas e lgrimas, me apoiando sempre. Aos amigos
sempre presentes: Kallel, Giseli, Artur, La, Karina e Luciane que sempre torceram por mim.
s novas amigas e companheiras de trabalho que me incentivaram, me ouviram e me
agentam diariamente: Gabriela Costabile e Aline Machado. E queles que aqui no foram
citados, mas que fizeram parte de toda a graduao e da minha vida.
Ao professor e orientador Srgio Domingos de Oliveira, pela pacincia e disposio
em ajudar, no somente durante a realizao deste trabalho, como tambm durante toda a
graduao. professora Cludia Corra de Almeida Moraes pela pacincia e disposio em
ajudar sempre.
E finalmente, ao pessoal dos albergues de Camburi, Ubatuba, Maresias e Ilhabela que
foram pacientes e me auxiliaram da melhor forma possvel.
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RESUMO
Este trabalho teve o intuito de realizar o levantamento e a anlise de perfil dos hspedes dos
Albergues da Juventude associados Hostelling International no Litoral Norte Paulista, assim
como o levantamento de sua infra-estrutura. Os Albergues da Juventude participantes desta
pesquisa foram os da praia de Camburi, localizada em So Sebastio e o de Ubatuba. Tal
objetivo foi abordado por meio de questionrios com perguntas ligadas ao biossocial, s
expectativas e s motivaes da viagem destes hspedes. A realizao desta pesquisa se deu
durante os meses de dezembro a maio, podendo assim atingir a chamada alta temporada e
ainda um perodo da baixa temporada. Por meio dos resultados obtidos foi possvel a
realizao de grficos e tabela comparativa para um maior entendimento e anlise do perfil
deste hspede.
Palavras chave: Turismo, Albergues da juventude, Litoral Norte Paulista
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ABSTRACT
This study was designed to study and analyze the guests profile of the Hostels affiliate to
Hostelling International from the northern coast of So Paulo. The hostels participants in this
study were the hostels of Camburi, located in So Sebastio and Ubatuba. The objective was
reached through a questionnaire with questions related to the biosocial, expectations and
motivations of these guests travel. This research took place during the months of December (2008) to May (2009). Through the results it was possible to make comparative charts and
tables for a greater understanding and analysis of the profile of these guests.
Keywords: Tourism, Hostels of youth, Northern coast of So Paulo.
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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
APAJ Associao Paulista de Albergues da Juventude
FBAJ Federao Brasileira de Albergues da Juventude
IYHF International Youth Hostel Federation
OMT- Organizao Mundial de Turismo
EMBRATUR Instituto Brasileiro de Turismo
UH Unidade Habitacional
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LISTA DE FIGURAS
Figura 1 : Mapa de localizao do Litoral Norte Paulista..............................................32
Foto 1 : Recepo Camburi Hostel.................................................................................34
Foto 2 : Recepo Camburi Hostel................................................................................34
Foto 3 : Quarto coletivo Camburi Hostel........................................................................35
Foto 4 : Quarto casal Camburi Hostel.............................................................................35
Foto 5 : Sala de jogos Camburi Hostel............................................................................35
Foto 6 : Piscina Camburi Hostel.....................................................................................35
Foto 7 : Recepo- Piscina Ubatuba Hostel....................................................................36
Foto 8 : Quarto coletivo Ubatuba Hostel........................................................................36
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LISTA DE TABELA E GRFICOS
Grfico 1: Nacionalidade dos visitantes.........................................................................37
Grfico 2: Sexo dos visitantes........................................................................................37
Grfico 3: Estado Civil dos visitantes............................................................................38
Grfico 4: Formao dos visitantes................................................................................38
Grfico 5: Idiomas citados pelos visitantes....................................................................39
Grfico 6: Transporte utilizado na viagem.....................................................................39
Grfico 7: Companhia....................................................................................................40
Grfico 8: Perodo de Permanncia nos Albergues........................................................40
Grfico 9: Assiduidade...................................................................................................41
Grfico 10: Hostels com pretenso de visita..................................................................41
Tabela 1: Tabela comparativa de dados coletados.........................................................42
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SUMRIO
INTRODUO ...................................................................................................................... 10
1.2. OBJETIVOS .................................................................................................................. 11
1.3. JUSTIFICATIVA .......................................................................................................... 11
1.4. PROCEDIMENTOS E MTODOS .............................................................................. 12
CAPTULO 2: A DEMANDA PARA OS MEIOS DE HOSPEDAGEM E SUA
SEGMENTAO DE MERCADO. ..................................................................................... 14
2.1. TURISMO ..................................................................................................................... 14
2.1.1. O Deslocamento Humano ...................................................................................... 14
2.1.2. Tipos de Turismo ligados Juventude .................................................................... 16
2.2. MEIOS DE HOSPEDAGEM ........................................................................................ 18
2.3. ALBERGUES DA JUVENTUDE: HOSTELLING INTERNATIONAL ........................ 21
2.4. DEMANDA TURSTICA E SEGMENTAO DE MERCADO ............................... 25
2,.4.1. Os 4 Ps: Produto, Ponto, Preo e Promoo - Jerone Mccarthy: ........................... 25
2.4.2. Os 4 Cs: Cliente, Convenincia, Comunicao e Custo - Lauterborn. ................. 26
2.4.3. Os 4 As: Anlise, Adaptao, Ativao e Avaliao - Richers............................... 26
CAPITULO 3: APRESENTAO E ANLISE DOS DADOS COLETADOS .............. 30
3.1. APRESENTAO DA REA ..................................................................................... 30
3.1.1. Litoral Norte Paulista .............................................................................................. 30
3.2. IDENTIFICAO DE PERFIL DO ALBERGUE ....................................................... 32
3.2.1. Infra-estrutura dos Albergues .................................................................................. 32
Fonte: Albergue da Juventude Tribo Ubatuba Hostel Fonte: Albergue da Juventude
Tribo Ubatuba Hostel ........................................................................................................ 35
3.3. LEVANTAMENTO DE PERFIL DOS VISITANTES HOSPEDADOS NOS
ALBERGUES DA REDE HOSTELLING INTERNATIONAL NO LITORAL NORTE
PAULISTA ........................................................................................................................... 36
3.2.1. Resultados das Pesquisas respondidas pelos hspedes ........................................... 36
CONSIDERAES FINAIS ................................................................................................. 44
REFERNCIAS ..................................................................................................................... 47
APNDICES ........................................................................................................................... 53
APNDICE A MODELO QUESTIONARIO I - PORTUGUS ...................................... 54
APNDICE B MODELO QUESTIONARIO II - INGLS .............................................. 55
APNDICE C MODELO QUESTIONARIO III .............................................................. 56
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INTRODUO
De acordo com a Organizao Mundial do Turismo - OMT (SANCHO, 2003), o
turismo ocorre quando h o deslocamento e a permanncia de pessoas em locais fora do
ambiente de residncia de visitantes por motivo de lazer, de negcios ou outros propsitos.
Para que seja classificado como turismo, este deve ocorrer por um perodo inferior a um ano
consecutivo.
Partindo-se da premissa de que o turismo acontece quando ocorre o deslocamento e a
permanncia na localidade visitada igual ou maior a 24 horas torna-se necessrio a prestao
de servios para o turista como: hospedagem, alimentao, transporte, entretenimento, entre
outros.
Entre equipamentos e servios que o turismo oferece os meios de hospedagem so de
suma importncia para sua existncia. fundamental que haja opes para que os turistas
possam descansar e pernoitar.
Atualmente existem meios de hospedagem para diferentes segmentaes de demanda e
a demanda considerada por Plog alocntrico e mesocntrico hospeda-se quase sempre em
meios de hospedagem alternativos (GIARETTA, 2003).
Meios de hospedagens alternativos surgem procurando atender diversos pblicos que
por razes sociais e econmicas, por exemplo, no so beneficiados pelas hospedagens
tradicionais j existentes. Um exemplo de hospedagem alternativa so os albergues da
juventude.
Os Albergues da Juventude foram criados com o intuito de tornar acessvel maioria
da populao uma hospedagem, possibilitando assim no s a viagem em si, mas tambm a
integrao de pessoas e o convvio social.
Vrios Albergues da Juventude no possuem uma pesquisa detalhada sobre sua
demanda. Por isso, este trabalho visa o conhecimento do tipo de turista hospedado nos
Albergues da Juventude filiados rede Hostelling International no Litoral Norte Paulista,
existentes at o inicio de julho de 2008, quando se iniciou esta pesquisa. Foram encontrados
trs municpios com Albergues da Juventude, Ilhabela, Ubatuba e So Sebastio (Maresias e
Camburi).
Inicialmente pretendamos pesquisar os albergues supracitados, porm somente
conseguimos dados que atendessem a pesquisa em dois albergues, em So Sebastio o da
Praia de Camburi e o de Ubatuba.
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Turistas que se hospedam em meios de hospedagem alternativos e que tambm
realizam viagens organizadas de maneira independente ainda so assuntos poucos
pesquisados no Brasil. Embora haja diversos estudos internacionais sobretudo em pases em
que esse segmento estimulado por autoridades governamentais, a exemplo da Austrlia.
No Brasil, a existncia deste tipo de turismo no ainda to significante, porm estes
podem ser importantes para o desenvolvimento econmico, j que em outros pases este
segmento responsvel pelo mesmo (OLIVEIRA, 2005).
1.2. OBJETIVOS
Este trabalho tem como Objetivo Geral identificar e analisar o perfil dos hspedes dos
Albergues da Juventude no Litoral Norte Paulista, mais especificamente nas praias de
Ubatuba e Cambur.
Os objetivos especficos so:
Identificar os albergues associados Hostelling International localizados no
Litoral Norte at julho de 2008.
Levantar a estrutura oferecida aos hspedes dos albergues associados
Hostelling International localizados no Litoral Norte at julho de 2008.
Analisar sob o aspecto biossocial, turstico e motivacional a composio dos
hspedes dos Albergues, hospedados no perodo de dezembro de 2008 a maio
de 2009.
1.3. JUSTIFICATIVA
Um dos motivos que levaram a pesquisar sobre este tema foi o conhecimento da
existncia do pblico backpacker em Maresias So Sebastio. Quando fazamos estgio em
uma pousada em Maresias (dezembro de 2007), tivemos a oportunidade de observar que o
Albergue da Juventude que fica ao lado, recebia muitos hspedes com o perfil semelhante ao
do turista backpacker. Esta permanncia constante deste tipo de viajante nos despertou a
curiosidade em conhecer melhor os freqentadores de Albergues da Juventude.
Entramos em contato com a Hostelling International para saber se haviam j realizado
pesquisas sobre os Albergues localizados no Litoral Norte de So Paulo e a resposta foi para
que procurssemos os prprios albergues. Entramos em contato com o proprietrio do
Albergue da Juventude de Ubatuba e este nos informou que no havia uma pesquisa
especfica. Decidimos ento realiz-la.
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A pesquisa do perfil dos visitantes importante para se avaliar as oportunidades de um
mercado para a venda de produtos e servios, ou seja, importante para a definio de
potencial de mercado. A identificao do perfil do pblico visitante destes albergues
contribuir de forma positiva, j que por meio destes resultados os proprietrios dos
Albergues da Juventude podem realizar planejamentos e estratgias de marketings dirigidos
especificamente a este pblico e na formatao dos produtos.
1.4. PROCEDIMENTOS E MTODOS
Primeiramente, por meio de levantamento bibliogrfico, foi realizada uma reviso da
literatura existente sobre Albergues da Juventude, incluindo livros, teses, dissertaes, artigos
e newsletters de instituies ligadas ao turismo. Por este ser um assunto ainda pouco estudado
no Brasil, a grande parte das referncias bibliogrficas estrangeira ou retirada de obras
nacionais que citam autores estrangeiros.
Aps esta primeira fase de pesquisa bibliogrfica, foi realizada uma visita aos
Albergues da Juventude participantes da pesquisa para conhecimento da infra-estrutura
oferecida para os turistas. Durante esta visita, j foi disponibilizado 150 questionrios para
cada Albergue da Juventude participante da pesquisa para serem aplicados aos seus hspedes.
A metodologia de investigao utilizada pode ser classificada como uma pesquisa
quantitativa-descritiva, j que foram aplicados questionrios pessoais. O instrumento de coleta
utilizado foi um questionrio com 18 perguntas contendo questes de formatos diversos
abertas, mistas, fechadas e de mltipla escolha de carter socioeconmico, assim como
preferncias, tempo de viagem e permanncia, meio de transporte utilizado, agrupamento da
viagem, freqncia de visitao e pretenses de viagem. O questionrio foi disponibilizado
em dois idiomas, em portugus e em ingls, j que a grande maioria dos turistas internacionais
domina o idioma ingls. Modelos destes questionrios podem ser encontrados em apndice
neste trabalho.
O nmero de questionrios respondidos s foi suficiente para a anlise em dois dos
Albergues da Juventude participantes da pesquisa, no da praia de Camburi em So Sebastio e
no de Ubatuba. No total foram entrevistadas 58 hspedes no perodo de dezembro de 2008 e
maio de 2009, passando assim pelas chamadas alta e baixa temporadas. A escolha da
amostragem foi intencional para obteno de nmeros de resultados similares, porm como j
anteriormente citado este no foi o ocorrido. A anlise dos resultados foi realizada atravs de
uma tabulao dos dados coletados, permitindo a elaborao de grficos. A tabela construda
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apresenta o resultado individual obtido em cada Albergue da Juventude participante da
pesquisa, facilitando assim a comparao de dados, j os grficos foram construdos a partir
da mdia dos resultados obtidos pelas pesquisas.
Disponibilizou-se, ainda, um questionrio especfico, tambm composto de perguntas
abertas sobre estrutura fsica, servios oferecidos e marketing utilizado na captao e
promoo do Albergue para os todos os Albergues da Juventude ligados rede Hostelling
International localizados no Litoral Norte Paulista participantes da pesquisa.
As localidades nas quais se inserem os Albergues da Juventude foram escolhidas,
justamente por nelas estarem localizados os nicos albergues ligados rede Hostelling
International no Litoral Norte Paulista at o incio da pesquisa. Como j citado anteriormente,
por falta de dados, foi possvel apenas o estudo em apenas dois deles, os albergues de
Camburi: Camburi Hostel e o albergue de Ubatuba: Tribo Hostel.
O presente trabalho est dividido em 3 (trs) captulos, sendo o primeiro referente a
problemtica, metodologia, justificativa e objetivos da pesquisa. O segundo captulo conta
com a discusso bibliogrfica, fundamentao terica da pesquisa, apresentando dados
bibliogrficos, histrico e pesquisas j realizadas sobre os albergues da juventude e demanda
turstica. O terceiro captulo refere-se apresentao e anlise dos dados obtidos atravs das
pesquisas realizadas, tanto nos albergues, como nos visitantes e hspedes destes.
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CAPTULO 2: A DEMANDA PARA OS MEIOS DE HOSPEDAGEM E SUA
SEGMENTAO DE MERCADO.
2.1. TURISMO
A definio de turismo , ainda contemporaneamente, um tema muito debatido, j que
difcil defini-lo de uma forma significativa e que seja aceita por todos os estudantes e
pesquisadores da rea. H diversas conceituaes e a definio oficialmente aceita a
estabelecida pela OMT (Organizao Mundial de Turismo), que classifica como turismo:
atividades de deslocamento e permanncia em locais fora de seu ambiente de residncia, por
perodo inferior a um ano consecutivo, por razes de lazer, negcios ou outros propsitos.
A OMT ainda classifica como turistas aqueles visitantes que permanecem, no mnimo,
24 horas na localidade visitada e tem como motivao o lazer; frias; sade; estudos; esportes,
religies; famlias, entre outros. Aqueles que permanecem na localidade por um perodo
menor que 24 horas so considerados visitantes, excursionistas.
De acordo com Goeldner, Ritchie e McInosh (2002, p.23), o turismo :
um composto de atividades, servios e setores que proporcionam uma
experincia de viagem: estabelecimentos de transporte, hospedagem,
alimentao, compras, entretenimento, locais para atividades e outros
servios de hospitalidade disponveis para indivduos ou grupos que estejam
viajando para longe de onde vivem.
Partindo-se deste conceito de que o turismo acontece quando ocorre o deslocamento e
a permanncia na localidade visitada igual ou maior que 24 horas, necessrio ento, para a
ocorrncia do turismo, a disponibilizao de outros servios como: hospedagem, alimentao,
transporte, entretenimento, entre outros.
O turismo, por ser uma rea ampla e que conta com diversos tipos de servios, como
citado anteriormente, gera emprego para milhes de pessoas, sendo reconhecido como o
segmento que mais gera postos de trabalho no mundo (LAGE e MILONE, 1996).
2.1.1. O Deslocamento Humano
Goeldner, Ritchie e McIntosh (2002) afirmam que a curiosidade e o desejo dos
homens para com o desconhecido uma caracterstica natural dos seres humanos. A vontade
de conhecer outros lugares, outras culturas, outras pessoas est presente na natureza humana
desde sempre e esta s tende a aumentar, principalmente, hoje em dia, onde o contato com
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outras culturas e pessoas, mais acessvel, seja via televiso, internet ou outro meio qualquer
de comunicao.
O deslocamento por parte da humanidade um costume que data da antiguidade.
Vallen e Vallen (2003) afirmam que se estima que migraes de nmades tenham acontecido
por cerca de 20 mil anos, primeiramente pela busca de alimentos e para escapar de perigos.
Seguidos, pelas exploraes a procura de novas terras, como os exploradores: Marco Polo,
Cristovo Colombo, Ferno de Magalhes, entre outros.
Goeldner, Ritchie e McIntosh (2002), explanam que o Egito, com as construes das
Pirmides, tumbas, esfinges por volta do ano 1600 a.C., j no Imprio Novo, atraam muitas
pessoas interessadas em conhecer tais construes.
Segundo os mesmos autores acima citados, a roda permitiu o surgimento de carroas
pesadas que pudessem ser puxadas por bois. Para tal meio de transporte era necessrio uma
estrada e a histria desta est relacionada concentrao de populaes em cidades
poderosas, mesmo porque quem mais se utilizava dessas estradas construdas eram militares,
funcionrios do governo e caravanas.
Os romanos comearam a construir estradas em torno de 150 a.C. e podiam viajar at
160 km por dia. Eles tambm viajavam, de acordo com Goeldner, Ritchie e McIntosh (2002),
para conhecer templos famosos na regio do Mediterrneo, especialmente as Pirmides e os
monumentos do Egito. A Grcia e a sia Menor eram destinaes famosas, oferecendo os
Jogos Olmpicos, os banhos medicinais e resorts litorneos, as produes teatrais, os festivais,
as competies atlticas e outras formas de diverso e entretenimento.
A combinao romana de imprio, estradas e necessidades de superviso desse
imprio, de suas riquezas, lazer, atraes tursticas e o desejo de viajar, criaram uma demanda
por hospedagens e outros servios de viagem a existir como uma forma inicial de turismo.
Goeldner, Ritchie e McIntosh (2002) afirmam que diversas eram as motivaes de
viagens, pessoas comuns viajavam aos santurios dos Deuses da cura; Estadistas, generais e
outras figuras poderosas viajavam em busca do aconselhamento dos orculos, buscando
orientao antes de tomar atitudes importantes. Homens de negcios, doentes e pessoas em
busca de aconselhamento formavam grande parte dos viajantes dos sculos V e IV a.C.
Historicamente a organizao do turismo e seu desenvolvimento esto ligados a
importantes fenmenos socioculturais, decorrentes da prpria evoluo do capitalismo
moderno.
Goeldner, Ritchie e McIntosh (2002), afirmam que as viagens organizadas, da forma
como conhecemos atualmente, so, de tempos mais recentes. A primeira viagem turstica de
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que se tem registro na histria foi realizada em 1841, na Inglaterra, por Thomas Cook. Cook
organizou uma viagem de ida e volta no trajeto Leicester -Oughrough - Leicester, reunindo
540 clientes, com a finalidade de participarem de uma conveno de ex-alcolatras. Cook no
obteve nenhum lucro com a organizao e venda do seu primeiro produto turstico, mas o
potencial do negcio foi logo notado. Em 1845, Cook decidiu dedicar-se exclusivamente a
organizar excurses e foi assim que surgiu a primeira operadora turstica da histria.
Thomas Bennet foi o primeiro especialista em pacotes individuais de viagens. Bennet
organizava passeios para visitantes ingleses na Noruega. Em 1850, estabeleceu uma empresa
na condio de organizador de viagens e fornecia itinerrios, transporte, provises e um kit
de viagem para viajantes individuais (GOELDNER, RITCHIE e MCINTOSH, 2002).
Ainda de acordo com Goeldner, Ritchie e McIntosh (2002), a partir do sculo XIX, o
setor cresceu como atividade econmica at a Primeira Guerra Mundial, onde passou por um
perodo de estagnao. Com o final da guerra, o automvel passou a ser utilizado como um
meio de transporte mais popular, fazendo com que, no perodo compreendido entre Grandes
Guerras, parte da populao passasse a viajar com certa freqncia.
O desenvolvimento tecnolgico trouxe equipamentos e atividades especificas, de
acordo com Campos e Gonalves (2006), que fizeram o lazer se tornar um bem de consumo,
gerando assim um novo mercado.
Durante a Segunda Guerra Mundial, o turismo sofreu, novamente, uma
estagnao. Ao final das batalhas, houve grande desenvolvimento dos meios
de transporte, j que houve a utilizao de avio como meio de transporte de
civis e de comunicao, o que fez com que a atividade turstica surgisse
novamente, principalmente na Europa e na Amrica do Norte (ITO apud
AOQUI, 2005).
O ps-guerra apresentou inmeras mudanas culturais que foram responsveis por um
novo estilo de vida que favoreceu o desenvolvimento do turismo. Um exemplo dessas
mudanas que criaram um quadro favorvel s viagens foram s conquistas sociais dos
trabalhadores, como frias remuneradas e dcimo terceiro salrio. A evoluo tecnolgica,
dos meios de comunicao originou, na dcada de 60, a exploso do turismo como fenmeno
de massa (CAMPOS e GONCALVES, 2006).
2.1.2. Tipos de Turismo ligados Juventude
Diferentes so os tipos de turismo. Giaretta (2003), afirma que estes tipos de turismo
podem ser classificados quanto motivao ou objetivos da viagem; quanto procedncia dos
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viajantes; quanto ao volume da demanda; quanto s formas de organizao ou ainda quanto
faixa etria.
Turismo recreativo, de lazer, cultural, de sade, religioso, esportivo e de eventos so
exemplos de classificao do turismo quanto motivao; turismo de massa e de minorias so
exemplos de classificao quanto demanda; turismo individual, organizado, ecolgico e
social so exemplos de classificao quanto forma de organizao.
Em relao ao turismo classificado por idade, turismo da juventude aquele em que se
encaixa o perfil de backpackers e alberguistas, ambos estudados neste trabalho e que pode ser
definido como:
Turismo praticado por um grupo homogneo de jovens, com as
caractersticas marcadas por perodo etrio, estilo de vida e estado de
esprito, que desencadeia uma srie de sub-segmentos divididos em vrios
tipos de turismo, entre eles, educativo (estudantil, intercmbios, cursos no
exterior); associativo fomentado por associaes como Albergues da
Juventude; Clube dos Escoteiros, Associao Crist de Moos e de Moas;
turismo social, promovido por organizaes que facilitam o acesso de jovens
que ficaram excludos da prtica do turismo convencional; e turismo de
natureza (ecoturismo, aventura, esportes radicais, alternativo) (GIARETTA,
2003, p.8).
O turismo associativo, de acordo com Giaretta (2003), aquele desenvolvido por
associaes que tem como objetivo organizar e fomentar o turismo por meio de centrais de
divulgao, reservar e informar o conhecimento tcnico e mercadolgico para novos
empreendimentos, alm de ofertar para certa demanda. Os albergues da juventude,
freqentemente relacionados ao pblico jovem, so considerados uma forma de turismo
associativo.
Turismo estudantil, de acordo ainda com Giaretta (2003), so todas as viagens e
excurses praticadas por estudantes com a finalidade de complementar e ampliar
conhecimentos para sua vida profissional, e as viagens de colao de grau, realizadas para
comemorar a concluso de uma etapa da vida estudantil.
O Turismo alternativo, tambm relacionado ao pblico jovem, aquele considerado
independente, uma viagem planejada com itinerrios que podem ser mudada livremente,
realizada por um nmero pequeno de pessoas a destinos remotos (JONES apud GIARETTA,
2003, p 61).
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2.2. MEIOS DE HOSPEDAGEM
O EMBRATUR estabelece o significado de meios de hospedagem:
Considera-se meio de hospedagem o estabelecimento que satisfaa,
cumulativamente, as condies bsicas: licenciado pelas autoridades competentes,
administrado e explorado comercialmente por empresa hoteleira que se disponha a
prestar servios de hospedagem e oferecer alojamento para uso temporrio do
hspede, em unidades habitacionais especficas, alm de servios de portaria-
recepo, guarda de bagagem e de objetos de uso pessoal dos hspedes,
conservao, manuteno, arrumao e limpeza das reas, instalaes e
equipamentos (VIEIRA, 2003).
O segmento de hospedagem um dos negcios mais antigos do mundo. De acordo
com Duarte (1996 apud CARMO & JESUS, p.5) a hotelaria teve a funo inicial bsica de
alojar aqueles que, por estarem fora de seus lares, necessitavam de um quarto, uma cama e um
bom banho.
De acordo com Candeia (2004) ningum sabe ao certo como e quando surgiu a
atividade hoteleira.
a primeira noticia sobre a criao de um espao destinado especificamente
hospedagem vem de alguns sculos antes da era crist, quando na Grcia Antiga,
no santurio de Olmpia, eram realizados jogos olmpicos. Para esses eventos,
foram construdos o estdio e o pdio, onde se homenageavam os vencedores e
ficava a chama olmpica. Mais tarde, foram acrescentados os balnerios e uma
hospedaria, com cerca de 10 mil metros quadrados, com o objetivo de abrigar os
visitantes. Essa hospedaria teria sido o primeiro hotel que se tem notcia.
(CANDEIA, 2004, p. 12)
Candeia (2004) ainda afirma que a sociedade grega e principalmente a romana tiveram
uma grande influncia na evoluo hoteleira e na indstria da hospitalidade, j que muitos dos
seus cidados viajavam, propiciando assim o surgimento de abrigos para viajantes. O estimulo
criao das hospedarias, ainda de acordo com Candeia (2004), resultou do fato de os meios
de transportes no percorrerem mais de 60 quilmetros dirios.
Em seus primrdios, os quartos de hspedes eram de domiclios particulares e depois
vieram as hospedarias e quartos nos monastrios. De acordo com Chon e Sparrowe (2003) h
muito tempo quando os comerciantes sumrios que viajavam de uma regio a outra na
Mesopotmia, para vender gros, necessitavam de abrigo, comida e bebida. Entre a ascenso e
a queda dos imprios, na Mesopotmia, na China, no Egito e mais tarde, em outras partes do
mundo, as rotas de comrcio se expandiram assim como os estabelecimentos de hospedagem.
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Chon e Sparrowe (2003) ainda afirmam que as estalagens, tavernas, hospedarias, como
eram chamados antigamente, eram encontrados em beiras de estradas conhecidas dos
viajantes e tinham como produtos bsicos daquela poca a hospedagem e alimentao.
Com a queda do Imprio Romano, os nmeros de viagens diminuram, j que as
estradas no eram consideradas seguras e as hospedarias praticamente extinguiram-se.
Candeia (2004) afirma que por este motivo a hospedagem passou a ser oferecida pelos
monastrios e outras instituies religiosas, bem mais seguras e confiveis.
Goeldner, Ritchie e McIntosh (2002) afirmam que durante os sculos IV e XI, a Igreja
Catlica Romana manteve a indstria viva atravs do estimulo s viagens dos peregrinos aos
monastrios e catedrais da Europa, onde foram construdas estradas e mantidas pelos clrigos
dos monastrios locais existentes. Giaretta (2003) descreve que os alojamentos construdos
nas igrejas no eram cobrados e ofereciam um lugar para comer e dormir.
Candeia (2004) alega que as viagens na tornaram-se mais seguras e o comrcio
aumentou gradualmente na Europa, e os monastrios permaneceram como os principais
estabelecimentos de hospedagem, tanto para os viajantes negcios, quanto para os viajantes
lazer. Foi no sculo XVII, que se consolidou na Europa um meio de transporte de suma
importncia e influncia na expanso hoteleira: as carruagens puxadas por cavalos, chamadas
diligncias. Durante quase 200 anos, esses veculos circularam pelas estradas europias,
garantindo um fluxo constante de hspedes par as pousadas e hotis (Candeia, 2004, p.14).
A inveno da estrada de ferro em 1825 provocou mudanas nas opes de
hospedagem, j que as viagens de trem diminuram a durao da jornada e melhoraram o
conforto, facilitando assim a viagem das pessoas.
no final do sculo XIX , os hospedes tinham se tornado mais exigentes e surgiram
ento hotis de grande luxo, como os famosos Savoy, Ritz, Claridge, Carlton e
outros acompanhando a tendncia dos fabulosos trens e navios de passageiros da
poca (CANDEIA, 2004, p 15).
A natureza das viagens mudou mais uma vez com a introduo dos jatos comerciais,
em 1958. Os hotis dos centros da cidade entraram em decadncia quando o aeroporto se
tornou o novo ponto para o desenvolvimento de hotis, motis e restaurantes. Novos resorts
foram construdos em locais facilmente acessveis por via area.
De acordo com Proserpio (2007), atualmente a tendncia no setor de hospedagem tem
se afastado dos hotis independentes e familiares e tem avanado no sentido de redes e
franquias, que vem crescendo e expandindo-se mais e mais a cada ano.
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J em relao aos meios de hospedagens ligados ao pblico jovem, pblico a ser
estudado nesse trabalho, Giaretta (2003) afirma que no Brasil, as hospedagens voltadas para a
juventude tomam o nome de repblicas ou albergues. Em nvel internacional, a mais ampla
e conhecida das associaes hoteleiras destinadas a esse segmento o Albergue da
Juventude (Hostelling International), que possui uma srie de hotis associados, espalhados
pelo mundo, com caractersticas que atendem s necessidades de seus hspedes,
especialmente nas despesas, j que suas dirias so bastante acessveis.
Albergues da Juventude so constantemente utilizados ainda por turistas backpackers,
segmento esse que se enquadra em diferentes tipos de classificao. De acordo com Kotler
(2004) uma das formas mais utilizadas para classificar os turistas est baseada no aspecto
organizacional da viagem, podendo ser em grupo ou independente. Os turistas backpackers
pertencem ao grupo dos viajantes independentes, j que, de acordo com Swarbrooke e Horner
(2002), no adquirem pacotes de viagens, desejam manter os gastos ao menor nvel possvel,
tendem a escapar dos locais tursticos tradicionais e no possuem tempo determinado para o
trmino da viagem, j que, na maior parte das vezes, este turista jovem e tem perodo de
frias mais longo.
De acordo com a pesquisa de Sol (1975 apud AOQUI, 2005, p. 78) os backpackers
podem ser considerados turistas alocntricos. Estes so aqueles que preferem regies ainda
no desenvolvidas turisticamente, novas experincias e descobertas, destinos diferentes,
atividades originais durante sua estada, alojamentos simples e flexibilidade na organizao da
viagem.
Swarbrooke e Horner (1999 apud OLIVEIRA, 2005, p. 400) defendem que os
backpackers podem ser considerados como um verdadeiro segmento de mercado do turismo
internacional:
(...) populares entre os jovens de diversos pases desenvolvidos,
especialmente nos Estados Unidos, na Inglaterra, na Holanda, na Alemanha,
na Austrlia e no Japo, o comportamento dos viajantes dessas diferentes
nacionalidades so bastante similares. Isto ocorre em funo deste grupo
possuir uma mdia paralela de viagem que so os guias de viagem, tipo
Lonely Planet e Rough Guide. Assim, os turistas backpackers lem os
mesmos guias, freqentam os mesmos meios de hospedagem e visitam as
mesmas atraes.
De acordo com a pesquisa realizada por Oliveira (2008) sobre o perfil dos turistas
internacionais no Brasil, apesar de o mochileiro no buscar apenas os albergues da juventude
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como forma de hospedagem, estes so os meios de hospedagem possuem caractersticas que
se enquadram no conceito do turista backpackers.
2.3. ALBERGUES DA JUVENTUDE: HOSTELLING INTERNATIONAL
Os albergues da juventude surgiram em uma tentativa de desenvolver o turismo, por
meio de uma rede de hospedagem econmica que tivesse como objetivo atender ao maior
nmero possvel de jovens e viajantes com tarifas mais econmicas.
os Albergues da Juventude Internacionais existem para ajudar jovens a viajar,
conhecer e amar a natureza e apreciar os valores culturais das pequenas
cidades e grandes metrpoles. Estes variam de regio para regio, mas as
caractersticas gerais so as mesmas, ofertam dormitrios, toaletes separados
por sexo, sala de estar e cozinha e so regidos por uma filosofia mundial
(TROTTA apud GIARETTA, 2003, p.78).
De acordo com divulgaes da prpria rede, a rede Hostelling International a maior
rede de hospedagem do mundo. A rede conta com mais de 4 mil albergues em 70 pases, 300
mil leitos e cerca de 3,7 milhes de associados, contribuindo com U$ 1,5 bilho por ano para
a economia do turismo mundial.
Todos os Albergues da Juventude afiliados rede Hostelling International devem
manter o mesmo padro de servio e infra-estrutura. Todos afiliados rede possuem quartos
coletivos, alguns mais recentes tambm oferecem quarto para casal e/ou famlia, possuem sala
de TV e cozinha comunitrias, alguns ainda possuem reas de lazer com piscina, quadras
esportivas e jogos. A IYHF (International Youth Hostel Federation) estabelece regras para o
bom andamento dos Albergues da Juventude pertencentes rede. Os Albergues da Juventude
credenciados devem seguir normas e critrios internacionais, que so adaptados pelas
Federaes Nacionais de acordo com a realidade de cada pas.
Anualmente, cada Federao inspeciona os Albergues da Juventude de seu pas para
que se verifique o nvel da qualidade do estabelecimento. Caso as normas no estejam sendo
adequadamente cumpridas, os mesmos podero ser descredenciados da Rede (FEDERAO
BRASILEIRA DOS ALBERGUES DA JUVENTUDE, 2005).
Apesar de existir o mesmo padro de servio, os empreendimentos no so
heterogneos, h Albergues da Juventude funcionando no mundo inteiro em propriedades
desde casas adaptadas at antigos castelos, barcos atracados, etc. Como demonstrado por
Giaretta (2003), faz parte da filosofia da Federao Internacional de Albergues da Juventude o
respeito cultura local, mas sempre procurando atender a um padro de qualidade mundial.
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De acordo com divulgaes da prpria rede, esta e formada por, em cerca, quatro mil
empreendimentos espalhados por setenta pases, cinco continentes, com uma oferta de
trezentos e quarenta e um mil e quatrocentos e quarenta leitos. No Brasil existem sessenta e
cinco albergues da juventude, localizados em dezoito estados e no Distrito Federal, somando
trs mil e quinhentos e quarenta e quatro leitos.
No Brasil, os Albergues da Juventude so classificados nas categorias: muito bom
(cinco estrelas); bom (trs estrelas) e regular (duas estrelas) e esta classificao feita atravs
da pontuao recebida em relao ao cumprimento das normas estabelecidas de conforto dos
Albergues da Juventude, estrutura fsica, atendimento, funcionamento da recepo,
atendimento aos princpios filosficos e prestao de servios exigidos pela demanda.
De acordo com Giaretta (2003, p.103), os albergues da juventude tm como filosofia
a busca de uma relao harmoniosa do ser humano consigo mesmo, com o outro e com a
comunidade. Estes tm ainda como misso a promoo do intercmbio cultural. Esta relao
do ser humano com o outro e o intercmbio cultural pode ser visto facilmente nos albergues,
seja nos quartos coletivos, onde o indivduo tem que aprender a dividir seu espao com
turistas de outras partes do mundo, como tambm na cozinha comunitria ou ainda na troca de
informaes feita por eles nas reas comuns, por exemplo.
Segundo o Embratur (1987), albergue da juventude :
meio de hospedagem peculiar de turismo social, integrado ao movimento
alberguista nacional e internacional, que objetiva proporcionar acomodaes
comunitrias de curta durao e baixo custo com garantia de padres
mnimos de higiene, conforto e segurana.
Para o Embratur, os albergues da juventude so considerados como uma forma de
turismo social por este ser um meio de hospedagem mais econmico, de baixo custo e mais
simples, apenas com a infra-estrutura bsica, do que outros tipos de hospedagens tursticas.
A hospedagem alternativa, meio em que se insere os albergues da juventude, so, de
acordo com Giaretta (2003, p. 64):
meios de hospedagem no-convencionais que complementa a oferta de leitos
nos destinos tursticos, e tem como caracterstica ser mais econmica que a
hospedagem convencional, apresentando grande variao quanto sua
prestao de servios. de propriedade de pequenos empreendedores e
conta com um leque composto de: albergues da juventude, camping,
acampamentos, residncias estudantis, alojamentos esportivos, quartos em
residncia da populao local, pousadas, nibus-leito, estabelecimentos
religiosos, alojamentos de clube de campo, etc.
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Este meio de hospedagem ainda pode ser considerado de carter associativo, j que
est ligado associaes e federaes de pases que so afiliados Federao Internacional
de Albergues da Juventude. Os albergues da juventude ainda podem ser caracterizados como
hospedagem alternativa, extra-hoteleira, j que a maioria de seus freqentadores considerada
um turista alternativo (GIARETTA, 2003).
Giaretta (2003) afirma ainda que os Albergues da Juventude podem ser classificados
como uma forma de turismo social. O turismo social tem como objetivo assegurar que ele seja
acessvel a todas as pessoas, segundo Mathieson (1990 apud GIARETTA, 2003, p.27).
O turista alternativo caracterizado pela fuga do turismo de massa, a preferncia em
organizar suas prprias viagens e a preocupao para com o meio ambiente.
Os albergues da juventude se diferenciam por seus clientes, estando
reservados para jovens. So afiliados IYHF (International Youth Hostel
Federation) com sede em Londres, que tem como misso: desenvolver a rede
em todos os pases; estimular o esprito de compreenso entre as naes,
especialmente facilitando o turismo internacional, por meio dos scios das
Associaes de Albergues da Juventude; propiciar viagens a todos os jovens
do mundo (FUSTER apud GIARETTA, 2003, p.78).
Os albergues da juventude, de acordo com a Federao Brasileira dos Albergues da
Juventude foram criados com o princpio de ajudar os jovens de limitados recursos
econmicos a desfrutar da natureza e das cidades do mundo.
De acordo com Giaretta (2003) o fundador da rede foi o professor alemo Richard
Schirmann, que por meio de atividades pedaggicas comeou a organizar grupos com os
jovens para realizar pequenas viagens de estudos. Foi atravs destas viagens que surgiu a
possibilidade de criar uma alternativa para acomodar os alunos, que no fosse apenas o
pernoite em hospedarias.
De acordo com a FBAJ (Federao Brasileira de Albergues da Juventude) ela que
tem o objetivo de fomentar a implantao do desenvolvimento de albergues da juventude no
Brasil, bem como divulgar sua rede mundial e cooperar com as Associaes Estaduais de
Albergues da Juventude. A FBAJ tem entre seus papis a busca de parcerias, oferecimento de
reservas em seus equipamentos por meio de sistemas de reservas integrado, manuteno da
qualidade da rede brasileira e ainda tambm, participar dos encontros internacionais da
Federao Internacional de Albergues da Juventude.
Ainda de acordo com a Giaretta (2003) o primeiro Albergue da Juventude foi aberto
em 1912 em um monumento histrico restaurado, contando com banheiros coletivos
separados por sexo, dormitrios e cozinha que funciona at hoje em Altena, na Alemanha. Os
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primeiros albergues da juventude foram estabelecidos nos anos 1920 na Alemanha e em 1985
j haviam se espalhado por 55 pases. Os albergues da juventude eram tradicionalmente
geridos sob regras severas e um esprito comunitrio que significava que cada visitante
tinha tarefas especficas a cumprir. Contudo, em anos recentes, os albergues tm relaxado
essas regras e melhorado as facilidades e o padro de sua acomodao, em resposta
competio das pousadas independentes.
No Brasil, o primeiro contato com o movimento alberguista deu-se por meio de um
casal de brasileiros, que estudava em Paris, na Frana. Em 1957, o casal levou um grupo de
brasileiros para fazer uma excurso na Frana e l iam se hospedando em albergues da
juventude. Quando retornaram ao Brasil, comeou a se fazer palestras e divulgaes sobre o
movimento alberguista nas Universidades do pas. (GIARETTA, 2003)
Foi em 1965, de acordo com Giaretta (2003), que o primeiro Albergue da Juventude
do Brasil foi instalado na cidade do Rio de janeiro. O nome escolhido para o mesmo foi o de
Residncia Ramos e contava com 36 leitos que funcionou at 1973. Em 1966, instalou-se um
Albergue da Juventude na cidade de So Paulo.
Em 1971 o Brasil criou a Federao Brasileira dos Albergues da Juventude e comeou
a fazer parte do Movimento Alberguista. De acordo com Giaretta (2003, p. 431) o apoio do
Embratur, a dcada de 1980 foi marcada pelo desenvolvimento do alberguismo no Brasil,
incorporado com os projetos de turismo social, contando com um Plano Nacional de
Albergues da Juventude, com equipe tcnica para cuidar da implantao das instalaes por
todo o pas, inclusive com verba destinada a esta modalidade turstica.
No ano de 1984, o Brasil foi aceito com membro pleno na Federao Internacional de
Albergues da Juventude e ento foi criada a APAJ (Associao Paulista dos Albergues da
Juventude), uma associao civil sem fins lucrativos. No ano seguinte, a associao entrou
como membro afiliado Federao (GIARETTA, 2003).
Giaretta (2003) afirma que a dcada de 1990 representou o perodo de consolidao do
movimento alberguista brasileiro, em decorrncia do apoio da federao internacional, cuja
meta era consolidar o movimento na Amrica Latina e do apoio do Embratur.
Para se associar a Hostelling International, a pessoa interessada deve preencher uma
ficha com seus dados pessoais que pode ser feita pela internet acessando o site da FBAJ
www.hostel.org.br ou em um dos albergues filiados e pagar uma taxa. Aps realizada a
inscrio, o associado recebe a carteira que tem validade de um ano e aceita em todos os
continentes do mundo.
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2.4. DEMANDA TURSTICA E SEGMENTAO DE MERCADO
Na contemporaneidade as empresas tm observado que h a necessidade de identificar
seus clientes reais e potenciais para conseguir manter-se no competitivo mercado do turismo.
Para atingir este objetivo preciso conhecer seu pblico o que pode ser conseguido por meio
de uma pesquisa de segmentao de marketing, levando em considerao a diversidade da
demanda atual.
Dias (2003) afirma que uma das definies mais conhecidas de marketing a baseada
no comportamento humano apresentada por Kotler (1980), onde este definido como
atividade humana dirigida para a satisfao das necessidades e desejos, atravs dos processos
de troca.
Para Ansarah (2002) o marketing o resultado de vrias aes que visam proporcionar
utilidades que so adquiridas por meio dos bens e servios trocados em sociedade. A
finalidade geral do marketing, ainda de acordo com a mesma autora de satisfao, ou seja,
satisfazer os compradores, igualando suas necessidades com o produto que oferece para
garantir a fidelidade empresa ou aos seus bens e servios.
Cobra (2005) pesquisou trs autores para verificar como obter um bom sistema de
marketing e apresenta em seu livro Marketing Turstico, trs estudos:
2,.4.1. Os 4 Ps: Produto, Ponto, Preo e Promoo - Jerone Mccarthy:
Para esse estudioso o bom produto o passo mais importante para atender as
expectativas dos consumidores, na seqncia os pontos de distribuio, como agncias de
viagens, centrais de reservas, pginas na internet, entre outros. O importante fazer com que
o produto consiga chegar ao consumidor.
Usando a promoo de vendas o produto ou servios so divulgados, por meio do uso
da propaganda que deve persuadir o comprador e estimular a deciso de comprar um
determinado produto. Tambm pode ser usado um merchandising para criar um cenrio
propcio e sedutor que estimule o comprador no ponto de venda.
O ltimo elemento o preo. Esse fator chave de deciso de compra e o vendedor
deve saber valorizar o produto ofertado para justificar seu preo ou mesmo para estimular a
compra.
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2.4.2. Os 4 Cs: Cliente, Convenincia, Comunicao e Custo - Lauterborn.
Este autor parte da premissa que o cliente com necessidades e desejos a serem
satisfeitos muito mais importante que ter um produto ou um servio para ofertar.
Conhecendo os desejos e necessidades do cliente se pode gerar um servio ou pacote turstico
sobre medida para ele. A tarefa em manter um cliente satisfeito passa pela criao de diversas
convenincias para satisfaz-lo e torn-lo fiel. Embora o pressuposto seja: um cliente
satisfeito um cliente fiel, sabe-se que um cliente nunca estar totalmente satisfeito, ele tem a
expectativa de sempre receber todas as convenincias possveis e ser atendido com cortesia e
magia.
Perde-se um cliente facilmente. A empresa pode ter se esmerado para oferecer uma
aeronave de primeira linha, funcionrios de bordo bem treinados, um excelente servio de
bordo, porm ao chegar para fazer o check-in o cliente deparou-se com um overbooking que o
fez embarcar no prximo vo. Esse cliente mesmo com um bnus de algumas milhas em uma
prxima viagem, continua insatisfeito. Na prxima vez pensar duas vezes na hora de
escolher essa companhia area para viajar.
A comunicao o elo entre o cliente e o servio ou produto. Ela d ao cliente as
informaes sobre o produto e no caso do produto turstico, tambm ajuda na criao da
fantasia sobre o produto ou um valor agregado como status que o produto pode causar. A
comunicao tem o dever de causar envolvimento entre o produto e o servio e o comprador,
fazendo com que ele sinta-se comprometido com a oferta.
Os custos, o ltimo ponto, devem ser acessveis aos compradores, no podem estar
acima das posses e expectativas do comprador.
2.4.3. Os 4 As: Anlise, Adaptao, Ativao e Avaliao - Richers.
Anlise de mercado o primeiro ponto na estratgia de marketing. Inicialmente
preciso saber o que o cliente quer e a partir desse conhecimento desenvolver um servio que
atenda ao cliente. Outra vantagem da anlise conhecer os concorrentes e minimizar sua
ao.
Para Richers (1991), aps a anlise de mercado pode-se desenvolver o desenho, a
embalagem, os preos e os servios em conformidade com os desejos explcitos e ocultos dos
consumidores.
Esse servio distribudo no mercado por meio de uma logstica que o faz chegar at
ao cliente, pelo esforo de comunicao e pelo esforo de vendas. O primeiro tem o papel de
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informar e o segundo de fazer o cliente comprar. Esse processo ele denomina como sendo
Ativao do Mercado. E a avaliao a tarefa de confrontar o resultado alcanado e os custos
incorridos.
Nestes sistemas tm-se as estratgias de marketing, que servem para administr-lo e
para tanto preciso compreender as variveis da demanda, da deciso, do composto, do
esforo, da alocao, da estratgia, da resposta de mercado e das metas.
No mbito administrativo, a estratgia de marketing pode ser compreendida como:
estratgias constituem o modo pelo qual as operaes de marketing sero
conduzidas antes da implementao. Diferentemente de como acontece com
o ambiente externo, a empresa tem controle completo sobe os mtodos de
marketing que ir empregar para atingir seus objetivos (Weinstein, 1995, p
55.).
A estratgia de marketing envolve duas idias bsicas: a seleo dos mercados-alvos e
a seleo do composto mercadolgico. Na primeira, medem-se oportunidades surgidas nos
diversos mercados, e na segunda, seleciona-se o composto mercadolgico mais oportuno para
os variados segmentos de mercado (MORAES, 2000).
Segundo Moraes (2000), dentro da seleo dos mercados-alvos as empresas possuem
dois tipos de aes de marketing para se dirigir o mercado: a difuso e a segmentao.
Enquanto a primeira visa ao estabelecimento de produto nico para todos os tipos de
consumidores, a segunda entende que o pblico heterogneo e, por esse motivo, os esforos
devem se concentrar em apenas algumas faixas dessa demanda, com o intuito de poder
atender plenamente as suas expectativas.
Segmento de Mercado,
Agrupamento de indivduos, cujas reaes esperadas aos esforos de
marketing sero semelhantes durante um determinado perodo de tempo,
objetivando a determinao de diferenas significativas entre grupos de
compradores, separando-os em conjuntos diferenciais, de maneira a
possibilitar empresa a seleo daqueles nos quais parea mais conveniente
concentrar seus esforos, robustecendo, com isto, a competitividade desta
empresa em relao s suas concorrentes (GRISI, 1986).
Para Vaz (1999), as principais bases de segmentao so a segmentao psicogrfica
(principal personalidade do consumidor, atitudes, crenas, valores, estilo de vida e modo de
expresso); segmentao comportamental (hbito dos pblicos, costumes, tipos de transporte
e tipos de acomodao); segmentao demogrfica pessoal (identificao bsica do cidado,
caractersticas fsicas, caractersticas genticas); segmentao demogrfica socioeconmica
(formao humanstica da pessoa, convivncia, relacionamento com a sociedade) e
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segmentao geogrfica socioeconmica (caractersticas quanto s pessoas num bairro,
cidade, estado ou pas e aglomeraes ou outras divises).
Em relao segmentao da demanda turstica, Ignarra (2003) afirma que esta pode
ser feita atravs de vrios critrios, entre eles:
Idade: Infantil, Juvenil, Adulto e Terceira Idade;
Tipos de Acompanhamento: Individual, Casal, Familiar e Grupos;
Nvel de Renda do Turista: Social (Subsidiado), Popular, Standard e de Luxo,
mbito Geogrfico: Local, Regional, Interestadual, Intracontinental, Intercontinental;
Durao da Viagem: Excursionismo, Shortbreak, Curta durao, Mdia durao e
Longa durao;
A segmentao ento, como explicada acima da demanda, ou seja, seleciona-se um
pblico especfico para um determinado produto e esta uma das estratgias de marketing.
Para Kotler (2004) demanda de mercado para um produto o volume total que pode ser
comprado por um grupo definido de consumidores, em uma rea geogrfica definida, num
determinado perodo de tempo, num definido meio ambiente e sob um apropriado esforo
mercadolgico Segundo o citado autor (2003) para compreender a demanda de servios de
turismo necessrio se levar em conta diversos fatores: procedncia, o motivo da viagem, o
meio de transporte utilizado, as caractersticas geogrficas do destino, o ciclo de vida do
destino, a durao das frias, o perfil do grupo de turistas, o tipo de alojamento buscado, o
padro de gasto efetuado e at quem organizou a viagem.
De acordo com Beni (2003) a demanda de turismo pode ser dividida por meio: da
estratificao socioeconmica dos turistas (turismo de elite, turismo de massa, turismo
social); da vocao turstica do ncleo receptor (turismo ecolgico, ecoturismo, turismo
rural, agroturismo, turismos de aventura, climtico, paisagstico, desportivo, cultural, tnico-
histrico-cultural, temtico, educacional, cvico institucional, religioso, de negcios, de
incentivos, cientfico, de eventos, urbano, de megaeventos, de sade, esotrico, de recreao,
habitacional, de habitao, sociofamiliar, da terceira idade, hedonista, alternativo, sexual, de
jogo, endgeno e virtual); da caracterizao dos fluxos tursticos (trfego e fluxo tursticos).
A demanda para um destino pode ser caracterizada, de acordo com Goeldner, Ritchie e
McIntosh (2002), pela propenso de uma pessoa para viajar, que pode ser determinada por seu
perfil e suas motivaes de viagens, e pela atratividade dos vrios destinos, determinada esta
pela distncia econmica; distncia cultural; custo de servios tursticos; qualidade do servio
do destino; a eficcia da propaganda e promoo e sazonalidade.
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Os fatores motivacionais em turismo, de acordo com Swarbrooke e Horner (2002),
podem ser divididos em dois grupos: os que motivam uma pessoa a tirar frias e os que
motivam uma pessoa a tirar determinadas frias em determinada destinao e determinado
perodo.
Cobra (2005) destaca entre os motivos de viagem o cio (concertos, feiras, cinema,
teatro, casas de shows, gastronomia); a cultura (arqueologia, monumentos histricos, museus,
santurios); o profissional (negcios); ecoturismo; tradies culturais (festivais, exposies de
arte, exposies de artesanato, festas folclricas); educao (seminrios, congressos e
trabalhos de campo); turismo de fronteiras (compras e distraes); parques temticos;
acontecimentos especiais (frias) e turismo religioso.
Em relao s motivaes de viagens individuais, Swarbrooke e Horner (2002)
afirmam que os turistas so sempre diferentes entre si, sendo os principais fatores
determinantes das motivaes: a personalidade; o estilo de vida, experincias passadas na
condio de turista; vidas passadas (resultado direto da vida da pessoa at aquela data); as
percepes de suas prprias foras e fraquezas e a sua imagem (como desejam ser vistas por
outras pessoas).
As motivaes de cada turista so diferentes e podem variar entre diversos segmentos
de mercado. De acordo ainda com Swarbrooke e Horner (2002) os segmentos esto baseados
em critrios demogrficos e parte das seguintes pressuposies:
1. Os jovens querem ir a festas, relaxar, beber bastante, fazer sexo, danar e fazer
novos amigos;
2. As pessoas mais velhas, presume-se, tem uma preferncia por atividades relaxantes
como boliche e bingo, e so quase sempre obcecadas por nostalgia;
3. Os pais preocupam-se com a necessidade de tornar seus filhos felizes. Tambm se
imagina que de tempos e tempos queiram fugir s suas responsabilidades de pais
para ficar um pouco a ss.
Conclui-se que o marketing permite conhecer as necessidades dos clientes e propor
formas para satisfaz-las, porm este processo se desenvolve por meio de um sistema que se
estabelece com estratgias e estas podem ser compostas da difuso e da segmentao, sendo
esta ltima, a seleo de mercados-alvos especficos e assim, a definio de sua demanda que
leva em conta fatores como procedncia, o motivo da viagem, o meio de transporte utilizado,
as caractersticas geogrficas do destino, o ciclo de vida do destino, a durao das frias, o
perfil do grupo de turistas, o tipo de alojamento buscado, o padro de gasto efetuado e at
quem organizou a viagem e estes dados da demanda sero os abordados neste trabalho.
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CAPITULO 3: APRESENTAO E ANLISE DOS DADOS COLETADOS
Inicialmente a pesquisa do perfil do Albergue da Juventude e a pesquisa direcionada
aos seus hspedes foram aplicadas nos quatro Albergues da Juventude existentes no litoral
norte paulista, afiliados rede Hostelling International, mas os resultados obtidos em dois
destes foram insuficientes para a realizao da anlise do perfil do hspede, portanto estes
foram excludos da pesquisa, debilitando, mas no inviabilizando, a anlise do perfil dos
hspedes dos Albergues da Juventude em geral.
Foram disponibilizados 150 questionrios compostos de 18 perguntas para cada
Albergue da Juventude participante da pesquisa para serem aplicados aos seus hspedes. O
nmero de questionrios respondidos s foi suficiente para a anlise em dois dos Albergues
da Juventude participantes da pesquisa, no da praia de Camburi em So Sebastio e no de
Ubatuba. No total foram entrevistadas 58 hspedes no perodo de dezembro de 2008 e maio
de 2009, passando assim pelas chamadas alta e baixa temporadas.
Disponibilizou-se, ainda, um questionrio especfico, tambm composto de perguntas
abertas sobre estrutura fsica, servios oferecidos e marketing utilizado na captao e
promoo do Albergue para todos os Albergues da Juventude ligados rede Hostelling
International localizados no Litoral Norte Paulista participantes da pesquisa.
A seguir, sero apresentados os dados coletados atravs da pesquisa de campo e das
entrevistas e questionrios realizados com os gestores dos albergues da Juventude ligados
rede Hostelling International e com seus visitantes, hspedes que freqentaram o albergue
durante o perodo de dezembro de 2008 a maio de 2009.
3.1. APRESENTAO DA REA
3.1.1. Litoral Norte Paulista
As praias do litoral norte paulista se espalham em torno de vilas de pescadores ou
pequenas cidades. So Sebastio, Ilhabela, Caraguatatuba e Ubatuba so as cidades que
compe este litoral
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Figura 1 Localizao Fonte: Google Maps.
3.1.1.1. So Sebastio
De acordo com a Prefeitura de So Sebastio, o municpio de So Sebastio foi
fundado no fim do sculo XVI, onde a regio abrigava engenhos de cana-de-acar e fazendas
de caf. Atualmente, ainda de acordo com a Prefeitura, sua economia est baseada no turismo,
nas indstrias de transformao do pescado e, como segundo maior porto do Estado, tambm
nas atividades porturias. O municpio de So Sebastio composto por diversas praias, entre
elas: Enseada, Cigarras, Toque-Toque Grande, Toque-Toque Pequeno, Paba, Maresias,
Boissucanga, Camburi, Barra do Sahy e Juquehy, entre outras. Dentre essas praias, as que
possuem o Albergue da Juventude afiliados a rede Hostelling International so as praias de
Maresias e Camburi.
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3.1.1.2. Camburi
A Prefeitura de So Sebastio informa que a praia de Camburi , juntamente com a
Praia do Camburizinho, um conjunto natural formado pelo encontro do mar com a mata
atlntica. As duas praias so separadas por uma pequena pennsula e a regio ainda conta
com a presena de rios e algumas cachoeiras.
3.1.1.3. Ubatuba
De acordo com a Prefeitura de Ubatuba, esta regio conhecida no s pelas belas
praias, mas tambm pelos atrativos de ecoturismo como: trilhas ecolgicas, cachoeiras e
comunidades indgenas. O municpio de Ubatuba conta com 74 praias, sendo muitas com
acesso apenas por trilhas. So mais de 70 praias, alm de ilhas, cachoeiras e uma floresta. O
Parque Estadual da Serra do Mar no Ncleo Picinguaba e o Parque Estadual da Ilha Anchieta
colaboram para preservao da Mata Atlntica que ainda existe na regio.
3.2. IDENTIFICAO DE PERFIL DO ALBERGUE
3.2.1. Infra-estrutura dos Albergues
Por meio de uma visitao e pesquisa de campo nos albergues da juventude foi
possvel conhecer a infra-estrutura fsica dos hostels, assim como seus meios de acesso e
servios oferecidos. A aplicao de questionrios serviu para conhecer e identificar o perfil
dos albergues a partir da infra-estrutura, dos servios oferecidos, dos recursos humanos
necessrios para o funcionamento dos mesmos, assim como verificar se o pblico esperado
pelos gestores dos mesmos, de fato, o pblico existente na regio e freqentadores dos
albergues.
3.2.1.1 Albergue de Camburi - Camburi Hostel
Comeando com o albergue de Camburi, por meio das pesquisas realizadas, os
resultados obtidos demonstram que o albergue relativamente novo, tendo como data de
incio das atividades janeiro de 2002. O albergue conta com 13 unidades habitacionais
(UHs), tendo, no total, 50 leitos. Destas 13 unidades habitacionais apenas 9 possuem
banheiro privativo. Dentre os servios oferecidos no albergue, podemos encontrar: caf da
-
33
manh; piscina; aluguel de bicicletas; cozinha comunitria para uso dos hspedes;
churrasqueira; salo de festas com mesa de sinuca, pebolim, bar; biblioteca; sala de TV com
TV a cabo e DVD; organizao de passeios e eventos; parceria com restaurantes que
entregam refeies e ainda uma extensa rea verde, onde se possvel realizar trilhas.
O acesso ao albergue de Camburi o mais difcil em relao aos outros trs albergues
estudados nesta pesquisa. A estrada at o albergue de terra e tem aproximadamente 2,5 km
de extenso, dificultando assim o acesso ao mesmo. Por existir essa dificuldade, o prprio
albergue disponibilizou uma van que em horrios previamente determinados transporta os
hspedes da praia ao albergue e vice-versa.
A forma de divulgao deste no apenas parecida com a dos outros albergues da
juventude estudados neste trabalho, como tambm segue a linha das divulgaes de outros
albergues ligados rede Hostelling International. Este se d atravs dos sites das APAJ
(Associao Paulista dos Albergues da Juventude) e da FBAJ (Federao Brasileira dos
Albergues da Juventude), alm de anncios na internet, em guias de praias, guia do
mochileiro, guia de hotis e pousadas, guia 4 rodas e outros sites da cidade de Camburi. Este
marketing realizado dirigido, na sua maior parte, para jovens e pessoas interessadas no
turismo ecolgico e que buscam tranqilidade e descanso.
Em relao a seus hspedes, a maioria deles, de acordo com o albergue, procede do
estado de So Paulo e permanecem em mdia 2 noites no albergue. A grande maioria do
pblico atendido de mulheres que viajam em grupos e ou em famlia. Assim como muito
dos hspedes deste albergue viaja com carro de passeio prprio e tem idade entre 25 a 45
anos.
Foto 1- Recepo Camburi Hostel Foto 2 Recepo Camburi Hostel Fonte: Albergue da Juventude Camburi Fonte:Albergue da Juventude Camburi
-
34
Foto 3 Quarto Coletivo Camburi Hostel Foto 4 Quarto Casal Camburi Hostel Fonte: Albergue da Juventude Camburi Fonte: Albergue da Juventude Camburi
Foto 5- Sala de Jogos Camburi Hostel Foto 6 Piscina Camburi Hostel Fonte: Albergue da Juventude Camburi Fonte: Albergue da Juventude Camburi
3.2.1.2. Albergue de Ubatuba Pousada Tribo Hostel
O albergue conta com 37 leitos, sendo que todas unidades habitacionais possuem
banheiro privativo. Em relao aos servios oferecidos, podemos encontrar: Caf da manh;
piscina; churrasqueira; TV 29 polegadas com aproximadamente 70 ttulos de DVDs; jogos
(dardos, gamo, dama, xadrez, cartas), mesa de sinuca; instrumentos musicais; internet e
wireless para acesso a internet; cozinha coletiva completa; informaes tursticas; biblioteca/
revistas; jogos para praia (vlei, frescobol, taco, swing); aulas de Skimboard; trilhas de
quadriciclo; aulas de mergulho; locao de equipamentos para mergulho; trilhas terrestres;
trilhas sub-aquticas; passeios de Escuna para Ilha de Anchieta; aulas de Percusso.
-
35
Os meios de acesso ao hostel esto em bom estado e este se d atravs de carro,
nibus, moto e bicicleta. A forma de divulgao deste se d da mesma forma j citada
anteriormente pelos outros albergues, atravs dos sites das APAJ (Associao Paulista dos
Albergues da Juventude) e da FBAJ (Federao Brasileira dos Albergues da Juventude), alm
anncios em folders e na internet em guias de praias, guia do mochileiro, guia de hotis e
pousadas, guia 4 rodas e outros sites da cidade de Ubatuba. Este marketing realizado
dirigido, na sua maior parte para jovens e mochileiros, a procura do conhecimento e
integrao com jovens e culturas diferentes.
Em relao ao estado de origem de seus hspedes, a maioria deles, de acordo com o
informaes colhidas no albergue, procedem do estado de So Paulo e permanecem em mdia
2 noites no hostel. O pblico atendido divide-se entre homens e mulheres que viajam em
grupos e ou sozinhos. A grande maioria dos hspedes deste albergue viaja de nibus e com
carro de passeio prprio e tem idade entre 18 a 30 anos.
Foto 6- Ubatuba Hostel Foto 7- Quarto Ubatuba Hostel
Fonte: Albergue da Juventude Tribo Ubatuba Hostel Fonte: Albergue da Juventude Tribo Ubatuba Hostel
-
36
3.3. LEVANTAMENTO DE PERFIL DOS VISITANTES HOSPEDADOS NOS
ALBERGUES DA REDE HOSTELLING INTERNATIONAL NO LITORAL NORTE
PAULISTA
3.2.1. Resultados das Pesquisas respondidas pelos hspedes
As pesquisas realizadas foram respondidas pelos hspedes dos albergues participantes
da pesquisa e atravs destas foi possvel verificar que, em relao origem, 95% eram
brasileiros, 2,5% eram britnicos e 2,5% eram argentinos. Desses 95% brasileiros, 79,3%
residem no Estado de So Paulo; 3% no Rio de Janeiro; 2,4% em Minas Gerais; 2,3% em
Santa Catarina; 2% na Bahia e 2% no Mato Grosso do Sul. Os 9% restantes no responderam
a esta pergunta.
Grfico 1- Nacionalidade dos Visitantes
Em relao ao perfil demogrfico dos hspedes entrevistados, as perguntas realizadas
se referiam ao sexo, idade, estado civil, escolaridade, ocupao, renda mensal e idiomas
falados. A diferena do nmero de homens e mulheres que responderam pesquisa no foi
muito grande, sendo 53,3% mulheres e 37,7 homens. 9% no responderam a esta questo.
Grfico 2 Sexo dos visitantes
-
37
Grande parte dos entrevistados era solteira (88,5%), seguido pelos casados e separados
(ambos: 4,6%) e os vivos (2,3%). J a idade mdia dos entrevistados de, aproximadamente,
25 anos, tanto homens, como mulheres.
Grfico 3- Estado Civil dos visitantes
A grande maioria dos hspedes que responderam pesquisa j possui o ensino
superior completo (61,5%) e/ou universitria (29,5%). Os 9% restantes dos entrevistados
apenas possuem o segundo grau completo.
Grfico 4 Formao dos visitantes
A renda mensal destes entrevistados gira em torno de R$ 2.500,00 a R$ 3.500,00. Em
relao lngua falada, como a grande maioria era composta por brasileiros o idioma mais
citado foi portugus, porm durante a tabulao dos dados foi possvel notar que a maioria
destes brasileiros assinalou tambm outras lnguas, o que nos leva a mais uma caracterstica
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
Superior Completo
Superior incompleto
Segundo grau completo
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
Solteiros Casados Separados Vivos
-
38
destes hspedes: O domnio tambm por uma segunda lngua, alm do portugus, os outros
idiomas citados: ingls (69%); espanhol (31%); francs (15%); italiano (8,8%) e alemo
(4,4%).
69%
31%
4%
9%
15%
Ing ls
E spanhol
Alemo
Italiano
F rancs
Grfico 5 Idiomas citados
Em relao forma da viagem, a grande maioria viajava com carro prprio (64,5%),
seguido por nibus de linha regular (25,5%) e nibus fretado (10%).
Grfico 6 Transporte utilizado na viagem
Em relao companhia: 50% viajavam com amigos; 31,1% viajavam sozinhos;
13,3% viajavam com a famlia; 5,6% viajavam em excurso. Vale ressaltar que das mulheres
entrevistadas 56% viajavam com amigos; 32% com a famlia; 8% em excurso e apenas 4%
delas viajavam sozinhas, enquanto que 38,8% dos homens viajavam com amigos; 33,5%
sozinhos; 16,6% com a famlia e 11,1% em excurso.
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
Carro prprio nibus de linha regular
nibus fretado
-
39
Grfico 7 Companhia
A durao da viagem, a permanncia no albergue, na sua maioria foi de apenas um
final de semana (60%), seguida de uma semana (22,3%), um dia (13,3%) e mais de uma
semana (4,4%). 85% dos entrevistados conhecem e ou gostariam de conhecer outras praias da
regio. Destes 85%, 57,7% pretendem visitar outros albergues da juventude localizados no
litoral norte paulista.
Grfico 8 Perodo de permanncia nos Albergues
Dentre todos os entrevistados, 55,5% visitavam pela primeira vez os albergues da
juventude, 28,8% visitam anualmente o albergue em questo, 11,1% hospedam-se no albergue
mais de uma vez ao ano e 4,6% hospedam-se mensalmente no albergue.
31,1%
50,0%
13,4%
5,6%
Sozinhos
Com amigos
Com familia
Excurso
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
Final de semana
Uma semana Um dia Mais de uma semana
-
40
Grfico 9 Assiduidade
De todos estes hspedes, 95% alegam que voltariam cidade em outra oportunidade e
se hospedariam novamente no Albergue da Juventude. Todos os participantes da pesquisa
ainda afirmaram que gostariam de hospedar-se em outros albergues da regio. Quando
questionada quais outros Albergues da regio visitariam a resposta obtida foi: 60% Albergue
de Maresias; 16% Albergue de Ubatuba; 13% Albergue de Camburi e 11% Albergue de
Ilhabela.
Grfico 10- Albergues com pretenso de visita
A tabela a seguir apresenta a porcentagem das respostas obtidas em cada um dos
albergues, separadamente. Atravs desta, possvel perceber as diferenas e semelhanas nos
freqentadores de ambos os albergues.
Primeira vez Anualmente
mais de uma vez ao ano Mensalmente
55,5% 28,8%
11,1% 4,6%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
Camburi Ilhabela maresias Ubatuba
-
41
Questes Hostel A (Ubatuba) Hostel B (Camburi)
Idade (*) 24 anos 28 anos
Sexo Feminino: 52%
Masculino: 48%
Feminino: 57%
Masculino: 43%
Estado Civil
Solteiro: 94%
Casado: 6%
Separado:
Vivo:
Solteiro: 79%
Casado: 7%
Separado: 9%
Vivo: 5%
Origem (nacionalidade) Brasileiro(a): 95%
Estrangeiro (a): 5%
Brasileiro(a): 95 %
Estrangeiro (a): 5 %
Escolaridade
Superior Completo: 47%
Superior Incompleto: 47%
2 Grau Completo: 6%
Superior Completo: 69%
Superior Incompleto 20%
2 Grau Completo: 2%
Renda* R$ 2.852,00 R$ 4.069,00
Idioma
Portugus: 89%
Ingls: 78%
Espanhol: 31%
Francs: 15%
Italiano: 5%
Alemo: 5%
Portugus: 96%
Ingls: 61%
Espanhol: 30%
Francs: 15%
Italiano: 11%
Alemo: 3%
Como Viaja
Amigos: 47%
Famlia: 20%
Sozinho: 20%
Excurso: 13%
Amigos: 46%
Famlia: 15%
Sozinho: 35%
Excurso: 4%
Permanncia
Um dia: 21%
Final de Semana: 63%
Uma semana: 15%
Mais de uma semana: 1%
Um dia: 7%
Final de Semana: 61%
Uma semana: 27%
Mais de uma semana: 5%
Transporte
Carro Prprio: 42%
nibus regular: 30%
nibus fretado: 28%
Carro Prprio: 80%
nibus regular: 20%
nibus fretado:
Assiduidade
1 vez: 63%
Mensalmente: 5%
Anualmente: 31%
Mais de uma vez por ano: 1%
1 vez: 50%
Mensalmente: 15%
Anualmente: 26%
Mais de uma vez por ano: 9%
Valor Gasto* R$ 302,00 R$ 432,00
Pretende visitar outra praia
da regio
Sim: 73%
No: 27%
Sim: 92%
No: 8%
Pretende hospedar-se em
outro Hostel na regio
Sim: 42%
No: 58%
Sim: 73%
No: 27%
Qual
Ubatuba: 22%
Maresias: 55%
Camburi: 11%
Ilhabela: 12%
Ubatuba: 20%
Maresias: 63%
Camburi: 11%
Ilhabela: 6%
Voltaria a Cidade\ Hostel Sim: 100%
No:
Sim: 100%
No:
* - Em mdia
Tabela 1 Tabela Comparativa de dados coletados Fonte: da autora (2009)
-
42
Observando a primeira coluna da tabela contendo os resultados, possvel observar o
perfil dos hspedes do albergue A. Neste albergue os freqentadores tem em mdia 24 anos
de idade, so mais jovens que os freqentadores do albergue B e viajam, principalmente, com
seus amigos. Apesar da pouca diferena entre homens e mulheres, a maioria dos questionados
formada por mulheres, brasileiras, solteiras e estudantes e/ou recm formadas. Devido a
grande parte dos hspedes dos albergues da juventude ser composta por brasileiros, a lngua
mais falada o portugus, porm conforme apontado anteriormente, foi possvel observar que
a maioria destes brasileiros assinalou tambm outras lnguas, deixando-nos concluir que h
mais uma caracterstica nestes hspedes: O domnio por uma segunda lngua. A grande
maioria citou o idioma ingls. O Espanhol juntamente com o Francs so idiomas que
tambm foram citados com certa freqncia nos questionrios. Um outro aspecto observado
foi que a maioria que citou o idioma espanhol foram aqueles que no afirmaram dominar o
idioma ingls, podendo assim nos deixar concluir que, neste contexto, aqueles que no
possuem conhecimento em ingls, dominam o idioma espanhol. Alemo e Italiano foram
lnguas citadas em uma freqncia bem menor.
No Albergue de Ubatuba, a maioria dos entrevistados estava visitando o albergue pela
primeira vez e permaneceu no mesmo por apenas um final de semana. Estes chegaram at o
albergue com seu prprio carro e gastaram na localidade, em mdia R$ 302,00 durante sua
permanncia.
A maioria dos visitantes do Albergue de Ubatuba pretende visitar outras praias da
regio, mas no pretendem hospedar-se em um Albergue da Juventude durante esta visita,
porm todos os questionados afirmaram que voltariam a cidade e ao Albergue de Ubatuba
novamente em outra oportunidade.
J no Albergue de Camburi os freqentadores so mais velhos e viajam, em sua
grande parte, com os amigos ou sozinhos, so tambm brasileiros, solteiros e na sua maioria,
j formados. Assim como os visitantes do Albergue de Ubatuba, a maioria tambm
permaneceu no albergue durante um final de semana e viajou com carro de passeio prprio,
gastando em mdia R$ 432,00 no perodo.
Ainda no albergue de Ubatuba, metade dos hspedes estava visitando pela primeira
vez o albergue, seguidos por aqueles que se hospedam no albergue anualmente. Ao contrrio
dos questionados no albergue de Ubatuba, os visitantes do albergue de Camburi, alm de
pretenderem visitar as outras praias da regio, ainda pretendem hospedar-se em outros
albergues da juventude ligados rede Hostelling International existentes no Litoral Norte
Paulista.
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43
Comparando os dados obtidos nos dois Albergues da juventude, a primeira coisa que
se nota a respeito das suas respostas a diferena da mdia de idade entre os dois. Em ambos
os albergues a presena de jovens dominante, confirmando dados j citados por diversos
autores, que este tipo de hospedagem utilizado, na maior parte das vezes por jovens e que
buscam no s novas experincias, como tambm do contato com pessoas diferentes.
A grande maioria dos entrevistados brasileira, j formada na universidade,
possuidora de renda prpria, de um emprego fixo, que esto viajando com amigos e alm do
portugus, primeira lngua, citou o ingls como segunda lngua. Mais da metade dos
entrevistados permaneceu na localidade apenas dois dias, durante o final de semana e estes
pretendiam viajar ainda pelo litoral, conhecendo as praias ao redor, ainda que no ficando
hospedados em outro Albergues da Juventude ligados rede Hostelling International.
A grande maioria viajava pela primeira vez aos albergues e utilizavam carro prprio
para passeio para chegar ao albergue. A praia mais citada pelos hspedes dos albergues na
opo de qual mais gostariam de conhecer foi Maresias, localizada em So Sebastio.
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CONSIDERAES FINAIS
Como j mencionado anteriormente, o objetivo deste trabalho foi o da realizao da
identificao dos albergues associados Hostelling International localizados no Litoral Norte
at julho de 2008, o conhecimento da estrutura oferecida aos hspedes destes albergues e a
anlise sob aspecto biossocial, turstico e motivacional destes hspedes.
Inicialmente, foram apontados quatro albergues da juventude filiados rede Hostelling
International, localizados no Litoral Norte Paulista, para a realizao das pesquisas de
identificao de perfil, porm foram coletados dados suficientes para elaborao desta em
apenas dois deles pela dificuldade dos pesquisados em responderem as pesquisas. Foram
disponibilizados, nestes albergues, 150 questionrios para serem aplicados em seus hspedes
no perodo de dezembro de 2008 a maio de 2009, porm o resultado final obtido foi de apenas
58 questionrios.
Por intermdio dos dados obtidos e previamente apresentados foi possvel observar
que a presena de jovens dominante, confirmando dados j apresentados por Giaretta (2003)
e Oliveira (2005), onde a afirmativa de que este tipo de hospedagem utilizado, na maior
parte das vezes por jovens em busca no s de novas experincias, como tambm do contato
com diferentes pessoas e culturas.
Foi ainda apontado por diversos autores j citados que os Albergues da Juventude so
meios de hospedagens muito utilizados pelo turista backpacker. A presena dos backpackers
para o desenvolvimento do turismo brasileiro de grande relevncia, j que apesar destes
turistas procurarem por hospedagens alternativas e mais econmicas, passam mais tempo na
localidade, gastando o dinheiro diretamente com a comunidade local e em mais de uma rea
por estarem em constante movimento, a procura de novas regies e novas experincias alm
do contato com a comunidade local.
A presena do backpacker nestas localidades traria no apenas os benefcios
econmicos j citados, pois estes desenvolvem e impulsionam nas cidades as questes
socioambientais das microrregies marginalizadas. Observa-se que este tipo de turistas no
demanda luxo, portanto gastam mais dinheiro em bens produzidos localmente (como comida)
e com servios (transporte, acomodao em casa de famlia). Ao mesmo tempo gastam menos
em artigos importados que causam repatriao de dinheiro, como tambm acabam por utilizar
menos recursos energticos (como banhos frios e ventiladores em vez de banhos quentes e ar-
-
45
condicionado), sendo assim mais gentis ao ambiente, impactando-o de uma forma menos
significativa, por isso o estudo da existncia deste