lÍngua portuguesa · “canção do exílio” (1847) é um dos textos mais parodiados da cultura...

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LÍNGUA PORTUGUESA PROF.ª JOYCE MARTINS PROF. DENILSON SATURNINO ENSINO MÉDIO 3° ANO

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LÍNGUA PORTUGUESAPROF.ª JOYCE MARTINSPROF. DENILSON SATURNINOENSINO MÉDIO

3° ANO

Unidade I

Tecnologia - Corpo, movimento e linguagem na era da informação

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CONTEÚDOS E HABILIDADES

Aula 6

Conteúdos

Intertextualidade I - Paráfrase e paródiaIntertextualidade II - Citações e referências

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CONTEÚDOS E HABILIDADES

Habilidades

• Observar relações temáticas e estilísticas entre textos de diferentes épocas.

• Observar relações temáticas e estilísticas entre textos de diferentes épocas.

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CONTEÚDOS E HABILIDADES

A intertextualidade é um fenômeno linguístico que acontece quando um texto retoma uma parte ou a totalidade de outro texto – o texto fonte. Geralmente, os textos fontes são aqueles considerados fundamentais em uma determinada cultura.

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AULA

Tudo vale a pena

(...)Então tudo vale a penaSua alma não é pequena Seus santos são fortesAdoro o seu sorrisoZona sul ou zona norteSeu ritmo é precisoEntão tudo vale a penaSua alma não é pequena

Fernanda Abreu e Pedro Luiz

Mar PortuguêsÓ mar salgado, quanto do teu salSão lágrimas de Portugal!Por te cruzarmos, quantas mães choraram,Quantos filhos em vão rezaram!Quantas noivas ficaram por casarPara que fosses nosso, ó mar!Valeu a pena? Tudo vale a penaSe a alma não é pequena.Quem quer passar além do BojadorTem que passar além da dor.Deus ao mar o perigo e o abismo deu,Mas nele é que espelhou o céu.

Fernando Pessoa 6

AULA

Nos anos 90, Pedro Luis e Fernanda Abreu lançaram a canção “Tudo vale a pena”, cujo refrão diz o seguinte: “Tudo vale a pena, sua alma não é pequena”. O mote, na verdade, faz referência ao famoso poema “Mar português” (1934), do poeta Fernando Pessoa. Como podemos ver, temos dois textos que, apesar de distantes no tempo e no espaço, dialogam entre si. A intertextualidade é exatamente essa relação, uma forma de diálogo entre dois ou mais textos. 7

AULA

É importante considerar que a intertextualidade pode ocorrer entre textos de mesma natureza ou de naturezas diferentes.

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AULA

Veja, por exemplo, que o cartum de Caulos tem como texto fonte o poema No Meio do Caminho de Carlos Drummond de Andrade, de 1930.

No meio do caminho tinha uma pedra Tinha uma pedra no meio do caminho Tinha uma pedra No meio do caminho tinha uma pedra.(...)

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AULA

Paráfrase é a reprodução das ideias de um texto, utilizando outras palavras do parafraseador, dentro de uma nova montagem. É o recurso intertextual que se faz presente, por exemplo, em resumos, atas e relatórios, que fazem parte do nosso cotidiano.

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AULA

Texto fonte:A tecnologia nos dias atuais

Wagner Augusto Garbini

A Internet está se tornando um recurso cada vez mais importante em nossa sociedade, envolvendo atividades como: educação, transações comerciais, correspondência pessoal, pesquisa e busca de emprego… Essas atividades são cada vez mais utilizadas na forma digital e, portanto, elevar a qualidade do ensino e da inclusão digital, aumentando o número de pessoas utilizando as ferramentas de tecnologia da era digital, é um objetivo que precisa ser alcançado.

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AULA

Paráfrase:

O texto de Wagner Augusto Garbini afirma que um objetivo a ser alcançado é o acesso cada vez maior de pessoas ao mundo digital e a elevação da qualidade de ensino devido as relações sociais desenvolvidas na internet pelo homem.

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AULA

Paródia é um recurso bastante criativo que se constrói a partir de um texto-fonte retrabalhado - ou seja, há uma transformação de um texto-fonte - com o intuito de atingir outros propósitos comunicativos, não só humorísticos, mas também críticos, poéticos etc.

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AULA

“Canção do exílio” (1847) é um dos textos mais parodiados da cultura brasileira, exercendo sua influência por várias gerações.

Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá; As aves, que aqui gorjeiam, Não gorjeiam como lá.

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AULA

Agora, leia parte da paródia composta pelo humorista e apresentador Jô Soares:

Minha Dinda tem cascatasOnde canta o curióNão permita Deus que eu tenhaDe voltar pra Maceió.Minha Dinda tem coqueirosDa Ilha de MarajóAs aves, aqui, gorjeiamNão fazem cocoricó. 15

AULA

No poema de Gonçalves Dias, do final do século XIX, o eu-lírico deseja cantar a saudade que sente de sua terra natal, o Brasil, enfatizando seus encantos e belezas naturais. O texto de Jô Soares, do final do século XX, desconstrói o sentido do texto original, já que o eu-lírico quer distância da terra natal, pois prefere as mordomias da Casa da Dinda, como ficou conhecida a residência oficial do Presidente da República na época, Fernando Collor de Mello. Através da paródia, Jô Soares faz uma crítica aos escândalos de corrupção do governo, que culminaram no processo de “impeachment” do presidente.

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AULA

ENEM 2009Texto 1

No meio do caminho No meio do caminho tinhauma pedraTinha uma pedra no meiodo caminhoTinha uma pedraNo meio do caminho tinhauma pedra

ANDRADE, C. D. Antologia poética. Rio de Janeiro/ São Paulo: Record, 2000.

(fragmento).17

DINÂMICA LOCAL INTERATIVA

Texto 2

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DINÂMICA LOCAL INTERATIVA

A comparação entre os recursos expressivos que constituem os dois textos revela que

a) o texto 1 perde suas características de gênero poético ao ser vulgarizado por histórias em quadrinho.

b) o texto 2 pertence ao gênero literário, porque as escolhas linguísticas o tornam uma réplica do texto 1.

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DINÂMICA LOCAL INTERATIVA

c) a escolha do tema, desenvolvido por frases semelhantes, caracteriza-os como pertencentes ao mesmo gênero.

d) os textos são de gêneros diferentes porque, apesar da intertextualidade, foram elaborados com finalidades distintas.

e) as linguagens que constroem significados nos dois textos permitem classificá-los como pertencentes ao mesmo gênero.

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DINÂMICA LOCAL INTERATIVA

Fernando Pessoa, famoso poeta português, “participou da primeira geração do modernismo português e foi considerado, junto a Camões, o maior poeta de Portugal” (PUCCINI, 2008, p.2).

Neste parágrafo que acabamos de ler, note que há um trecho escrito entre aspas (“”) e, logo em seguida, informação entre parênteses.O trecho escrito entre aspas é que chamamos de citação.

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AULA

A citação ocorre quando, na escrita de meu texto, insiro partes de um outro texto escrito, geralmente, por outra pessoa.

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AULA

No Brasil, existe uma normatização para o uso de citações, a NBR 10520, a qual afirma existirem, em linhas gerais, dois tipos de citação:

Citação diretacurta

Citação direta

Ocorre quando se faz a transcrição literal das palavras do texto de outra pessoa, isto é, copia-se integralmente o trecho do texto. A citação é curta quando cita até, no máximo, três linhas do texto original.

Citação diretalonga

Citação Indireta

São as citações que fazem a transcrição literal das palavras do texto de outra pessoa. É considerada longa quando cita quatro linhasou mais do texto original.

Ocorre quando há uma paráfrase das ideias do autor do texto original.

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AULA

As citações diretas curtas são escritas integradas ao texto, ou seja, fazem parte do parágrafo, devendo estar entre aspas. Ao seu final, fazemos a identificação do texto citado. Exemplo:

Exemplo extraído do trabalho de Ítalo Puccini, Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/mafua/article/view/1451/1169

E, diferentemente de um dos seus heterônimos, para Pessoa existia coerência entre sentir e pensar. Sentir e pensar constituíam “atos indis -sociáveis de um órgão íntimo que só por absurdo poderia deixar de sentire, portanto, de pensar simultaneamente: sentir é pensar, pensar é sentir” (MOISÉS, 1991, P 400).

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AULA

As citações diretas longas devem estar destacadas do parágrafo, escritas com letra menor que a do restante do texto e com uma margem do lado esquerdo da página de cerca de 4 cm. Ao seu final, fazemos a identificação do texto citado. Exemplo:

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AULA

Exemplo extraído do trabalho de Ítalo Puccini, Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/mafua/article/view/1451/1169

Fernando Antônio Nogueira Pessoa – Fernando Pessoa – participou da primeira geração do modernismo português e foi considerado, junto a Camões, o maior poeta de Portugal.

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AULA

As citações indiretas, por se tratarem de uma paráfrase de ideias, são escrita de forma integrada ao restante do texto, sem a necessidade de marcação entre aspas. Deve haver algum tipo de identificação do autor das ideias parafraseadas. Exemplo:

Exemplo extraído do trabalho de Ítalo Puccini, Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/mafua/article/view/1451/1169

Próximo ao pensar de Caeiro, segundo Moisés (1991, p. 400), um dos dramas de Pessoa foi o de ser extremamente lúcido, desonhar em ser inconsciente, porém sem perder a lucidez.

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AULA

Conforme se vê, a escrita de textos é uma atividade criteriosa e a inserção de trecho de texto escrito por outra pessoa precisa ser devidamente identificada, seguindo as normas expostas no decorrer da aula.Quando se faz a citação de palavras de outras pessoas, além dos cuidados observados no corpo do texto, é necessário fazer uma lista das obras que foram citadas. É o que chamamos de referências bibliográficas.Muitas são as regras que determinam a maneira como as referências devem ser registradas. Vamos, entretanto, pontuar a mais básica:

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AULA

Nome do autor do livro: primeiro se escreve o último sobrenome com letras maiúsculas, separado por vírgula; depois escreve-se o restantedo nome, apenas com iniciais maiúsculas.

Nome da editora pelaqual o livro foi publicado.

Título do livro, sublinhado ou

em negrito.

Ano da publicação.

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AULA

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AULA

Note que todas as informações foram escritas de forma contínua, separadas por ponto seguido e, no final, usa-se dois pontos após o nome da cidade de publicação e vírgula após o nome da editora.

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AULA

Observe as informações seguintes sobre dois livros de Fernando Pessoa:

a) Autor: Fernando Pessoa.Título: Obra poéticaCidade de edição: Rio de JaneiroEditora: Nova AguilarAno da edição: 1998

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DINÂMICA LOCAL INTERATIVA

b) Autor: Fernando Pessoa.Título: Livro do desassossegoCidade de edição: LisboaEditora: Editorial EstampaAno da edição: 1990

Agora escreva as informações de cada um desses livros na forma de uma referência bibliográfica.

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DINÂMICA LOCAL INTERATIVA