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Língua Portuguesa - Material de ApoioTRANSCRIPT
Língua Portuguesa
11/04/2013
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Língua Portuguesa
Introdução ......................................................................................................................................................................... 3 Substantivos ...................................................................................................................................................................... 4 Adjetivos ........................................................................................................................................................................... 5 Sujeito ............................................................................................................................................................................... 7 Verbo ................................................................................................................................................................................. 7 Predicado .......................................................................................................................................................................... 8 Concordância Verbal ......................................................................................................................................................... 9
Sujeito Simples.............................................................................................................................................................. 9 Sujeito composto ........................................................................................................................................................ 10 Outros casos ............................................................................................................................................................... 11
Partícula SE ............................................................................................................................................................. 11 Verbos impessoais .................................................................................................................................................. 12 Verbos dar, bater e soar ......................................................................................................................................... 12 Sujeito oracional ..................................................................................................................................................... 12 Concordância com o infinitivo ................................................................................................................................ 12 Concordância com o verbo ser ............................................................................................................................... 13
Concordância Nominal .................................................................................................................................................... 14 Substantivo + Substantivo... + Adjetivo ...................................................................................................................... 15 Adjetivo + Substantivo + Substantivo ......................................................................................................................... 15 Substantivo + Adjetivo + Adjetivo............................................................................................................................... 15 Ordinal + Ordinal + ... + Substantivo ........................................................................................................................... 15 Substantivo + Ordinal + Ordinal .................................................................................................................................. 15 Um e outro / Nem um nem outro + Substantivo ....................................................................................................... 16 Um e outro + Substantivo + Adjetivo ......................................................................................................................... 16 O adjetivo "possível", nas expressões "o mais ...", "o pior ...", "o melhor ..." ........................................................... 16 Particípio + Substantivo .............................................................................................................................................. 16 Anexo / incluso / mesmo / próprio + Substantivo ...................................................................................................... 17 Meio (= metade) + Substantivo .................................................................................................................................. 17 Meio (= um tanto) + Adjetivo ..................................................................................................................................... 17 Verbo transobjetivo .................................................................................................................................................... 18 Substantivo + é bom / é preciso / é proibido ............................................................................................................. 18 Pronome de tratamento ............................................................................................................................................. 18 Nós / Vós + verbo + adjetivo ....................................................................................................................................... 18
Colocação Pronominal .................................................................................................................................................... 19 Emprego de eu e tu / ti e mim .................................................................................................................................... 19 Colocação dos pronomes oblíquos átonos ................................................................................................................. 20 Emprego do pronome átono em locuções verbais perfeitas e em tempos compostos ............................................ 22 Tempos compostos ..................................................................................................................................................... 22 Emprego dos pronomes este / esse / aquele ............................................................................................................. 23 Com a gente / conosco / com nós .............................................................................................................................. 24
Crase................................................................................................................................................................................ 24 Por que / Porque / Por quê / Porquê .............................................................................................................................. 25 Mau/Bom e Mal/Bem ..................................................................................................................................................... 26 Pontuação ....................................................................................................................................................................... 26 Bibliografia ...................................................................................................................................................................... 29
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Língua Portuguesa
O objetivo deste material é apresentar uma síntese de alguns assuntos tratados na Língua Portuguesa,
principalmente a Sintaxe, em razão de estarem diretamente envolvidos nas atividades desenvolvidas por analistas
da equipe de Engenharia - Documentação que são responsáveis por adaptar a linguagem técnica de um documento
para que possa ser interpretado por qualquer usuário, independentemente, do seu grau de conhecimento do tema
abordado.
O resultado do trabalho realizado pela Engenharia - Documentação complementa a excelência de todos os
softwares desenvolvidos pela TOTVS e promove conhecimento e capacitação.
Introdução
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Língua Portuguesa
São palavras utilizadas para nomear os seres e as coisas. Possuem classificação e flexionam-se em gênero, número e
grau.
1. Quanto à classificação podem ser:
Concretos: quando tratam de coisas reais ou consideradas como reais.
Homem, menino, lobisomem, fada.
Abstratos: quando tratam de estados e qualidades, sentimentos e ações.
Vida (estado), beleza (qualidade), felicidade (sentimento), esforço (ação).
Simples: quando formados por um só radical.
Flor, tempo, chuva.
Compostos: quando possuem mais de um radical.
Couve-flor, passatempo, guarda-chuva.
Primitivos: quando não derivam de outra palavra da língua portuguesa.
Pedra, ferro, porta.
Derivados: quando derivam de outra palavra da língua portuguesa.
Pedreira, pedreiro, ferreiro, portaria.
Comuns: quando se referem a seres da mesma espécie, sem especificá-los.
País, cidade, pessoa.
Próprios: quando se referem a seres, pessoas e entidades determinados. São escritos sempre com inicial
maiúscula.
Brasil, Santos, João, Deus.
Coletivos: quando se referem a um conjunto de seres da mesma espécie.
Álbum (fotografias, selos), biblioteca (livros), código (leis).
2. Flexionam-se em gênero para indicar o sexo dos seres vivos (quanto aos seres inanimados a classificação é
convencional).
Masculino: quando podem ser precedidos dos artigos o ou os.
Feminino: quando podem ser precedidos dos artigos a ou as.
Substantivos
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Língua Portuguesa
Existem ainda substantivos que são uniformes em gênero:
Epicenos
Quando um só gênero se refere a animais macho e fêmea.
Jacaré (macho ou fêmea).
Sobrecomuns
Quando um só gênero se refere a homem ou mulher.
A criança (tanto menino quanto menina).
Comuns de dois gêneros
Quando uma só forma existe para se referir a indivíduos dos dois sexos.
O artista, a artista, o dentista, a dentista.
3. Flexionam-se em número para indicar a quantidade (um ou mais seres).
Singular: quando se refere a um único ser ou grupo de seres.
Homem, povo, flor.
Plural: quando se refere a mais de um ser ou grupo de seres.
Homens, povos, flores.
Existem ainda substantivos que só se empregam no plural.
Férias, pêsames, núpcias.
4. Os substantivos flexionam-se em grau para se referir ao tamanho e também emprestar significado pejorativo,
afetivo etc.
Normal: gente, povo.
Aumentativo: gentalha, povão (com sentido pejorativo).
Diminutivo: gentinha, povinho (com sentido pejorativo).
São palavras que caracterizam o substantivo atribuindo-lhes qualidades, estados, aparência etc.
1. Quanto à classificação podem ser:
Simples: quando formados por apenas um radical.
Claro / escuro.
Compostos: quando formados por dois ou mais radicais.
Amarelo-claro / azul-escuro.
Adjetivos
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Língua Portuguesa
Primitivos: quando não derivados de outra palavra em língua portuguesa.
Bom / feliz.
Derivados: quando derivados de outros substantivos ou verbos.
Bondoso / amado.
Pátrios: referem à origem ou nacionalidade.
Brasileiro / Paulistano / Santista.
2. Os adjetivos flexionam-se em:
Gênero
o Uniformes: quando uma única forma é usada tanto para concordar com substantivos masculinos quanto
com femininos.
Menino feliz, menina feliz.
o Biformes: quando se flexionam para concordar com o substantivo que qualificam.
Menino bonito, menina bonita.
Número: podem ser singular ou plural para acompanhar o substantivo que qualificam.
Menina bonita - meninas bonitas.
Pessoa feliz - pessoas felizes.
Grau: flexionam-se em grau para expressar a intensidade das qualidades do substantivo ao qual se referem.
o Comparativo
Igualdade: sou tão bonita quanto ela.
Superioridade: sou mais bonita que ela.
Inferioridade : ela é menos bonita do que eu.
o Superlativo
Absoluto analítico: ela é muito bonita.
Absoluto sintético: ela é belíssima.
Relativo de superioridade
(analítico): ela é a mais bonita de todas.
(sintético): esta vila é a maior de todas.
o Relativo de inferioridade: ela é a menos bonita de todas nós.
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Língua Portuguesa
É o termo da oração do qual é informado alguma coisa.
A Maria foi comprar livros.
A sentença informa que alguém foi comprar livros. Dessa forma, sujeito é todo termo da frase que pratica uma ação.
Na frase acima o sujeito é: A Maria.
Núcleo do sujeito é a palavra mais importante do sujeito: Maria, pois entre o artigo a e o substantivo Maria a
palavra mais importante é Maria.
Simples: possui apenas 1 núcleo.
Nós vamos ao cinema.
O Pedro dorme cedo.
Composto: possui dois ou mais núcleos.
Maria e Pedro regressaram da festa.
O professor e os alunos participaram da competição.
Desinencial/oculto: não está explícito na frase, mas, é facilmente identificado pela terminação do verbo.
Falei com ele ontem. O sujeito desinencial é eu.
Indeterminado: não é possível identificá-lo.
Há duas maneiras de indeterminar o sujeito:
o O verbo é posto na 3ª pessoa do plural e não há nenhum outro termo na frase que nos forneça informações
para identificá-lo.
Cortaram a grama.
Falaram mal do Pedro.
o O verbo é posto no singular juntamente com a partícula se (que se chama índice de indeterminação do sujeito). Precisa-se de manicure.
Verbo é a palavra que exprime um fato (geralmente uma ação, estado ou fenômeno da natureza) e localiza-o no
tempo; também utilizado para ligar o sujeito ao predicado. Mas, o verbo é identificado principalmente por ser a
classe de palavras que mais admitem flexões (em número, pessoa, modo, tempo e voz).
Exemplos: andar, existir, nadar, voar, chover, anoitecer, nevar, haver, tornar-se, ficar, viver e virar.
Sujeito
Verbo
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Língua Portuguesa
É tudo o que se fala do sujeito. Há verbos que expressam ação (chamados de significativos). São eles:
Verbo transitivo direto: existe uma transição direta entre a ação e o complemento; não existe nenhuma “ponte”
(preposição).
Poucos viram o cometa Halley.
Os feirantes tiveram lucro.
Derrubaram a velha casa.
Verbo transitivo indireto: a ação transita indiretamente para o complemento, ou seja, ela precisa de uma
“ponte” ou uma ligação feita através da preposição.
Todos nós precisamos de respeito.
Eu acredito em Deus.
Verbo transitivo direto e indireto: a ação transita para o complemento direta e indiretamente. Ou seja, existem
dois complementos, um sem “ponte” (preposição) e outro com “ponte” (preposição).
As crianças receberam elogios de seus pais.
Receberam: verbo transitivo direto e indireto.
Elogios: objeto direto.
De seus pais: objeto indireto.
Verbo intransitivo: são verbos que não precisam de complementos. Pode aparecer combinado com palavras ou
expressões que indiquem tempo, lugar, modo etc; são os chamados adjuntos adverbiais.
Ele cantou.
A criança chora.
As folhas caem.
Verbos de Ligação: são os verbos que não designam ações; apenas servem para ligar o sujeito ao predicativo.
Ser, estar, parecer, permanecer, ficar e continuar.
O garoto permaneceu calado.
Ela ficou bonita.
Ele vive perfumado.
Juli continua doente.
Predicado
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Língua Portuguesa
Diz respeito ao verbo em relação ao sujeito; o primeiro deve concordar em número (singular ou plural) e pessoa (1ª,
2ª, 3ª) com o segundo.
Ocorre quando o verbo se flexiona para concordar com o seu sujeito.
Ele gostava daquele seu jeito carinhoso de ser.
Eles gostavam daquele seu jeito carinhoso de ser.
Sujeito Simples
O verbo concorda com o núcleo do sujeito em número e pessoa.
Nós vamos ao cinema. O verbo vamos está na primeira pessoa do plural para concordar com o sujeito (nós).
O sujeito é um coletivo: o verbo fica no singular.
A multidão gritou pelo rádio.
Se o coletivo vier especificado, o verbo pode ficar no singular ou ir para o plural.
A multidão de fãs gritou.
A multidão de fãs gritaram.
Coletivos partitivos (metade, a maior parte, maioria etc.); o verbo fica no singular ou vai para o plural.
A maioria dos alunos foi à excursão.
A maioria dos alunos foram à excursão.
O sujeito é um pronome de tratamento: o verbo fica sempre na 3ª pessoa (do singular ou do plural).
Vossa Alteza pediu silêncio.
Vossas Altezas pediram silêncio.
O sujeito é o pronome relativo: o verbo concorda com o antecedente do pronome.
Fui eu que derramei o café.
Fomos nós que derramamos o café.
O sujeito é o pronome relativo quem: o verbo pode ficar na 3ª pessoa do singular ou concordar com o
antecedente do pronome.
Fui eu quem derramou o café.
Fui eu quem derramei o café.
O sujeito é formado pelas expressões: alguns de nós, poucos de vós, quais de ..., quantos de ... etc. O verbo pode
concordar com o pronome interrogativo ou indefinido ou com o pronome pessoal (nós ou vós).
Quais de vós me punirão?
Quais de vós me punireis?
Concordância Verbal
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Língua Portuguesa
Com os pronomes interrogativos ou indefinidos no singular o verbo concorda com eles em pessoa e número.
Qual de vós me punirá?
O sujeito é formado de nomes que só aparecem no plural; se o sujeito não vier precedido de artigo, o verbo fica
no singular. Caso venha antecipado de artigo, o verbo concordará com o artigo.
Estados Unidos é uma nação poderosa.
Os Estados Unidos são a maior potência mundial.
O sujeito é formado pelas expressões: mais de um, menos de dois, cerca de. O verbo concorda com o numeral.
Mais de um aluno não compareceu à aula.
Mais de cinco alunos não compareceram à aula.
O sujeito é constituído pelas expressões: a maioria, a maior parte, grande parte. O verbo pode ser usado no
singular (concordância lógica) ou no plural (concordância atrativa).
A maioria dos candidatos desistiu.
A maioria dos candidatos desistiram.
O sujeito tiver por núcleo a palavra gente (sentido coletivo). O verbo pode ser usado no singular ou plural se vier
afastado do substantivo.
A gente da cidade, temendo a violência da rua, permanece em casa.
A gente da cidade, temendo a violência da rua, permanecem em casa.
Sujeito composto
O verbo vai para o plural.
João e Maria foram passear no bosque.
Os núcleos do sujeito são constituídos de pessoas gramaticais diferentes:
O verbo ficará no plural seguindo-se a ordem de prioridade: 1ª, 2ª e 3ª pessoa.
o Eu (1ª pessoa) e ele (3ª pessoa) nos tornaremos (1ª pessoa plural) amigos.
O verbo ficou na 1ª pessoa porque esta tem prioridade sob a 3ª.
o Tu (2ª pessoa) e ele (3ª pessoa) vos tornareis (2ª pessoa do plural) amigos.
O verbo ficou na 2ª pessoa porque esta tem prioridade sob a 3ª.
o Tu e ele se tornarão amigos. (3ª pessoa do plural)
Também é comum a concordância do verbo com a terceira pessoa.
Se o sujeito estiver posposto, permite-se também a concordância por atração com o núcleo mais próximo do
verbo.
Irei eu e minhas amigas.
Os núcleos do sujeito estão coordenados assindeticamente ou ligados por e:
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Língua Portuguesa
O verbo concordará com os dois núcleos.
A jovem e a sua amiga seguiram a pé.
Se o sujeito estiver posposto, permite-se a concordância por atração com o núcleo mais próximo do verbo.
Seguiria a pé a jovem e a sua amiga.
Os núcleos do sujeito são sinônimos (ou quase) e estão no singular:
O verbo poderá ficar no plural (concordância lógica) ou no singular (concordância atrativa).
A angústia e ansiedade não o ajudavam a se concentrar.
A angústia e ansiedade não o ajudava a se concentrar.
Quando há gradação entre os núcleos:
O verbo pode concordar com todos os núcleos (lógica) ou apenas com o núcleo mais próximo.
Uma palavra, um gesto, um olhar bastavam.
Uma palavra, um gesto, um olhar bastava.
Quando os sujeitos forem resumidos por nada, tudo, ninguém:
O verbo concorda com o aposto resumidor.
Os pedidos, as súplicas, o desespero, nada o comoveu.
Quando o sujeito for constituído pelas expressões um e outro, nem um nem outro:
O verbo poderá ficar no singular ou no plural.
Um e outro já veio.
Um e outro já vieram.
Quando os núcleos do sujeito estiverem ligados por “ou”:
O verbo irá para o singular quando a ideia for de exclusão e plural quando for de inclusão.
Pedro ou Antônio ganhará o prêmio. (exclusão)
A poluição sonora ou a poluição do ar são nocivas ao homem. (adição, inclusão)
Quando os sujeitos estiverem ligados pelas séries correlativas (tanto...como / assim...como / não só...mas
também etc):
O mais comum é o verbo ir para o plural, embora o singular seja aceitável se os núcleos estiverem no singular.
Tanto Erundina quanto Collor perderam as eleições municipais em São Paulo.
Tanto Erundina quanto Collor perdeu as eleições municipais em São Paulo.
Outros casos
Partícula SE
Partícula apassivadora: o verbo (transitivo direto) concordará com o sujeito passivo.
Vende-se carro.
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Língua Portuguesa
Vendem-se carros.
Índice de indeterminação do sujeito: o verbo (transitivo indireto) ficará obrigatoriamente no singular.
Precisa-se de secretárias.
Confia-se em pessoas honestas.
Verbos impessoais
São aqueles que não possuem sujeito, ficarão sempre na 3ª pessoa do singular.
Havia sérios problemas na cidade.
Fazia quinze anos que ele havia parado de estudar.
Deve haver sérios problemas na cidade.
Vai fazer quinze anos que ele parou de estudar.
Os verbos auxiliares (deve, vai) acompanham os verbos principais.
O verbo existir não é impessoal:
Existem sérios problemas na cidade.
Devem existir sérios problemas na cidade.
Verbos dar, bater e soar
Quando usados na indicação de horas, têm sujeito (relógio, hora, horas, badaladas) e com ele devem concordar.
O relógio deu duas horas.
Deram duas horas no relógio da estação.
Deu uma hora no relógio da estação.
O sino da igreja bateu cinco badaladas.
Bateram cinco badaladas no sino da igreja.
Soaram dez badaladas no relógio da escola.
Sujeito oracional
Quando o sujeito é uma oração subordinada, o verbo da oração principal fica na 3ª pessoa do singular.
Ainda falta dar os últimos retoques na pintura.
Concordância com o infinitivo
Infinitivo pessoal e sujeito expresso na oração:
Não se flexiona o infinitivo se o sujeito for representado por pronome pessoal oblíquo átono.
Esperei-as chegar.
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Língua Portuguesa
É facultativa a flexão do infinitivo se o sujeito não for representado por pronome átono e se o verbo da oração
determinada pelo infinitivo for causativo (mandar, deixar, fazer) ou sensitivo (ver, ouvir, sentir e sinônimos).
Mandei sair os alunos.
Mandei saírem os alunos.
Flexiona-se obrigatoriamente o infinitivo se o sujeito for diferente de pronome átono e determinante de verbo
não causativo nem sensitivo.
Esperei saírem todos.
Infinitivo pessoal e sujeito oculto
Não se flexiona o infinitivo precedido de preposição com valor de gerúndio.
Passamos horas a comentar o filme. (comentando)
É facultativa a flexão do infinitivo quando seu sujeito for idêntico ao da oração principal.
Antes de (tu) responder, (tu) lerás o texto.
Antes de (tu) responderes, (tu) lerás o texto.
É facultativa a flexão do infinitivo que tem seu sujeito diferente do sujeito da oração principal e está indicado por
algum termo do contexto.
Ele nos deu o direito de contestar.
Ele nos deu o direito de contestarmos.
É obrigatória a flexão do infinitivo que tem seu sujeito diferente do sujeito da oração principal e não está
indicado por nenhum termo no contexto.
Não sei como saiu sem notarem o fato.
Quando o infinitivo pessoal está em uma locução verbal
Não se flexiona o infinitivo sendo este o verbo principal da locução verbal quando devida à ordem dos termos da
oração sua ligação com o verbo auxiliar for nítida.
Acabamos de fazer os exercícios.
É facultativa a flexão do infinitivo sendo este o verbo principal da locução verbal, quando o verbo auxiliar estiver
afastado ou oculto.
Não devemos, depois de tantas provas de honestidade, duvidar e reclamar dela.
Não devemos, depois de tantas provas de honestidade, duvidarmos e reclamarmos dela.
Concordância com o verbo ser
Quando, em predicados nominais, o sujeito for representado por um dos pronomes TUDO, NADA, ISTO, ISSO,
AQUILO o verbo ser ou parecer concordarão com o predicativo.
Tudo são flores.
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Língua Portuguesa
Aquilo parecem ilusões.
Poderá ser feita a concordância com o sujeito quando se quer enfatizá-lo.
Aquilo é sonhos vãos.
O verbo ser concordará com o predicativo quando o sujeito for os pronomes interrogativos Que ou Quem.
Que são gametas?
Quem foram os escolhidos?
Em indicações de horas, datas, tempo, distância a concordância será com a expressão numérica.
São nove horas.
É uma hora.
Em indicações de datas, são aceitas as duas concordâncias, pois subentende-se a palavra dia.
Hoje são 24 de outubro.
Hoje é (dia) 24 de outubro.
Quando o sujeito ou predicativo da oração for pronome pessoal, a concordância se dará com o pronome.
Aqui o presidente sou eu.
Se os dois termos (sujeito e predicativo) forem pronomes, a concordância será com o que aparece primeiro,
considerando o sujeito da oração.
Eu não sou tu.
Se o sujeito for pessoa, a concordância nunca se fará com o predicativo.
O menino era as esperanças da família.
Nas locuções é pouco, é muito, é mais de, é menos de junto à especificações de preço, peso, quantidade,
distância etc, o verbo fica sempre no singular.
Cento e cinquenta é pouco.
Cem metros é muito.
Nas expressões do tipo ser preciso, ser necessário, ser bom o verbo e o adjetivo podem ficar invariáveis (verbo
na 3ª pessoa do singular e adjetivo no masculino singular) ou concordar com o sujeito posposto.
É necessário aqueles materiais.
São necessários aqueles materiais.
Diz respeito ao substantivo e seus termos referentes: adjetivo, numeral, pronome, artigo. Essa concordância é feita
em gênero (masculino ou feminino) e pessoa.
Concordância Nominal
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Língua Portuguesa
Substantivo + Substantivo... + Adjetivo
Quando o adjetivo posposto se refere a dois ou mais substantivos, concorda com o último ou vai facultativamente:
para o plural, no masculino, se pelo menos um deles for masculino.
para o plural, no feminino, se todos eles estiverem no feminino.
Ternura e amor humano.
Amor e ternura humana.
Ternura e amor humanos.
Carne ou peixe cru.
Peixe ou carne crua.
Carne ou peixe crus.
Adjetivo + Substantivo + Substantivo
Quando o adjetivo anteposto se refere a dois ou mais substantivos, concorda com o mais próximo.
Mau lugar e hora.
Má hora e lugar.
Substantivo + Adjetivo + Adjetivo
Quando dois ou mais adjetivos se referem a um substantivo, este vai para o singular ou plural.
Estudo as línguas inglesa e portuguesa.
Estudo a língua inglesa e (a) portuguesa.
Os poderes temporal e espiritual.
O poder temporal e (o) espiritual.
Ordinal + Ordinal + ... + Substantivo
Quando dois ou mais ordinais vêm antes de um substantivo, determinando-o, este concorda com o mais próximo ou
vai para o plural.
A primeira e segunda lição.
A primeira e segunda lições.
Substantivo + Ordinal + Ordinal
Quando dois ou mais ordinais vêm depois de um substantivo, determinando-o, este vai para o plural.
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Língua Portuguesa
As cláusulas terceira, quarta e quinta.
Um e outro / Nem um nem outro + Substantivo
Quando as expressões um e outro, nem um nem outro são seguidas de um substantivo, este permanece no singular.
Um e outro aspecto.
Nem um nem outro argumento.
De um e outro lado.
Um e outro + Substantivo + Adjetivo
Quando um substantivo e um adjetivo vêm depois da expressão um e outro, o substantivo vai para o singular e o
adjetivo para o plural.
Um e outro aspecto obscuros.
Uma e outra causa juntas.
O adjetivo "possível", nas expressões "o mais ...", "o pior ...", "o melhor ..."
O adjetivo possível nas expressões o mais ..., o pior..., o melhor... permanece no singular.
Com as expressões os mais ..., os piores ..., os melhores ..., vai para o plural.
Os dois autores defendem a melhor doutrina possível.
Estas frutas são as mais saborosas possíveis.
Eles foram os mais insolentes possíveis.
Comprei poucos livros, mas são os melhores possíveis.
Particípio + Substantivo
O particípio concorda com o substantivo a que se refere.
Feitas as contas .
Vistas as condições.
Restabelecidas as amizades .
Postas as cartas na mesa.
Salvas as crianças .
Observações:
Salvo, posto e visto assumem também papel de conectivos, sendo, por isso, invariáveis:
Salvo honrosas exceções.
Posto ser tarde, irei.
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Língua Portuguesa
Visto ser longe, não irei.
Anexo / incluso / mesmo / próprio + Substantivo
Essas palavras concordam com o substantivo a que se referem.
Vão anexas as cópias.
Vão inclusos os documentos.
Ele mesmo falou aquilo.
Ela mesma falou aquilo.
Elas próprias falaram aquilo.
Meio (= metade) + Substantivo
O adjetivo meio concorda com o substantivo a que se refere.
Meias medidas.
Meio litro.
Meia garrafa.
Meio (= um tanto) + Adjetivo
O advérbio meio, que se refere a um adjetivo, permanece invariável.
Ela parecia meio encabulada.
Janela meio aberta.
Observações:
Na fala, observam-se exemplos do advérbio meio flexionado. Tal fato pode ser explicado pelo fenômeno da
concordância atrativa ou por influência do adjetivo a que se refere.
Ela está meia cansada.
“Uns caem meios mortos". (Camões)
Em meio-dia e meia, meia concorda com a palavra hora, oculta na expressão meio-dia e meia (hora). Essa é a
construção recomendada pela maioria dos manuais de cultura idiomática.
A construção meio-dia e meio também ocorre na fala; a forma meio permanece no masculino, por atração ou
influência da forma masculina meio-dia.
A palavra meio funciona como elemento de justaposição em meias-luas, meios-termos, meios-tons, meia-idade
etc.
18
Língua Portuguesa
Verbo transobjetivo
Verbo transobjetivo é o verbo que pede, além de um complemento-objeto, uma qualificação para esse
complemento (= predicativo do objeto).
Nesse caso, o predicativo concorda com o(s) objetos.
Verbo transobjetivo + predicativo do objeto + objeto + objeto
Julgou inocentes o pai e o filho.
Considerei oportunas a decisão e a sugestão.
Achei simpáticos a irmão e o irmão.
Verbo transobjetivo + objeto + objeto + predicativo
Julgou o pai e o filho inocentes.
Considerei a decisão e a sugestão oportunas.
Achei a irmã e o irmão simpáticos.
Substantivo + é bom / é preciso / é proibido
Em construções desse tipo, quando o substantivo não está determinado, as expressões é bom, é preciso, é proibido
permanecem no singular.
Maçã é bom para a saúde.
É preciso cautela.
É proibido entrada.
Observações:
Quando há determinação do sujeito, a concordância efetua-se normalmente:
É proibida a entrada de meninas.
Pronome de tratamento
Quando um adjetivo modifica um pronome de tratamento que se refere à pessoa do sexo masculino, vai para o
masculino.
Sua Santidade está esperançoso.
Referindo-se ao Governador, disse que Sua Excelência era generoso.
Nós / Vós + verbo + adjetivo
Quando um adjetivo modifica os pronomes nós / vós, empregados no lugar de eu / tu, vai para singular.
Vós (= tu) estais enganado.
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Língua Portuguesa
Nós (= eu) fomos acolhido muito bem.
Sejamos (nós = eu) breve.
Refere-se à posição que os pronomes pessoais oblíquos átonos ocupam na frase em relação ao verbo à que se
referem.
Observações:
Oblíquos: aquele que na sentença exerce a função de complemento verbal, ou seja, objeto direto ou objeto indireto.
Átonos: acentuação tônica é fraca.
Emprego de eu e tu / ti e mim
Os pronomes eu e tu só podem figurar como sujeito de uma oração. Assim, não podem vir precedidos de preposição
funcionando como complemento. Para exercer esta função, deve-se empregar as formas mim e ti.
Nunca houve brigas entre eu e ela. (errado)
Nunca houve brigas entre mim e ela. (certo)
Todas as dívidas entre eu e tu foram sanadas. (errado)
Todas as dívidas entre mim e ti foram sanadas. (certo)
Sem você e eu, aquela obra não acaba. (errado)
Sem você e mim, aquela obra não acaba. (certo)
A festa não será a mesma sem tu e elas. (errado)
A festa não será a mesma sem ti e elas. (certo)
Perante eu e vós, aquelas criaturas são bem mais infelizes. (errado)
Perante mim e vós, aquelas criaturas são bem mais infelizes. (certo)
Levantaram calúnias contra os alunos e eu. (errado)
Levantaram calúnias contra os alunos e mim. (certo)
Observações:
Colocação Pronominal
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Língua Portuguesa
Os pronomes eu e tu, no entanto, podem aparecer como sujeito de um verbo no infinitivo, embora precedidos de
preposição.
Não vais sem eu mandar.
Esta regra é para eu não esquecer.
Colocação dos pronomes oblíquos átonos Os pronomes átonos são geralmente empregados depois do verbo (ênclise), muitas vezes antes (próclise) e, mais
raramente, no meio (mesóclise).
Ênclise
o As formas verbais do infinitivo impessoal (precedido ou não da preposição a), do gerúndio e do imperativo
afirmativo pedem a ênclise pronominal.
Urge obedecer-se às leis.
Obrigou-me a dizer-lhe tudo.
Bete pediu licença, afastando-se do grupo.
Aqueles livros raros? Compra-os imediatamente!
Observações:
Se o gerúndio vier precedido da preposição em, deve-se empregar a próclise.
Nesta terra, em se plantando, tudo dá.
o Não se inicia um período pelo pronome átono nem a oração principal precedida de pausa, assim como as
orações coordenadas assindéticas, isto é, sem conjunções.
Me contaram sua aventura em Salvador. (errado)
Contaram-me sua aventura em Salvador. (certo)
Permanecendo aqui, se corre o risco de ser assaltado. (errado)
Permanecendo aqui, corre-se o risco de ser assaltado. (certo)
Segui-o pela rua, o chamei, lhe pedi que parasse. (errado)
Segui-o pela rua, chamei-o, pedi-lhe que parasse. (certo)
Observações:
A ênclise não pode ser empregada com verbos no futuro e no particípio passado.
o Próclise
Deve-se colocar o pronome átono antes do verbo, quando antes dele houver uma palavra pertencente a um dos
seguintes grupos:
o palavras ou expressões negativas:
Não me deixe sozinho esta noite!
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Língua Portuguesa
Nunca se recuse ajudar a quem precise.
Nem nos conte porque você fez isso.
Nenhum deles me prestou a informação correta.
Ninguém lhe deve nada.
De modo algum (Em hipótese alguma) nos esqueceremos disso.
o pronomes relativos:
O livro que me emprestaste é muito bom.
Este é o senhor de quem lhe contei a vida.
Esta é a casa da qual vos falei.
O ministro, cujo filho lhe causou tantos problemas, está aqui.
Aquela rua, onde me assaltaram, foi melhor iluminada.
Pagarei hoje tudo quanto lhe devo.
o pronomes indefinidos:
Alguém me disse que você vai viajar.
Quem lhe disse essas bobagens?
Dos vários candidatos entrevistados, alguns (diversos) nos pareceram bastante inteligentes.
Entre os dez pares de sapato, qualquer um me serve para ir à festa no sábado.
Quem quer que me traga uma flor, conquistará meu coração.
o Conjunções subordinativas:
Deixarei você sair, quando me disser a verdade.
Posso ajudar-te na obra, se me levares contigo.
Faça todo esse trabalho, como lhe ensinei.
Entramos no palácio, porque nos deram permissão.
Fiquem em nossa casa, enquanto vos pareça agradável.
Continuo a gostar de ti, embora me magoasse muito.
Confiei neles, logo que os conheci.
o Advérbios:
Talvez nos seja fácil fazer esta tarefa.
Ontem os vi no cinema.
Aqui me agrada estar todos os dias.
Agora vos contarei um conto de fadas.
Pouco a pouco te revelarei o mistério.
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Língua Portuguesa
o Mesóclise
Emprega-se o pronome átono no meio da forma verbal, quando esta estiver no futuro simples do presente ou no
futuro simples do pretérito do indicativo.
Chamar-te-ei, quando ele chegar.
Se houver tempo, contar-vos-emos nossa aventura.
Dar-te-ia essas informações, se soubesse.
Observações:
Se antes dessas formas verbais houver uma palavra ou expressão que provocam a próclise, não se empregará,
consequentemente, o pronome átono na posição mesoclítica.
Nada lhe direi sobre este assunto.
Livrar-te-ei dessas tarefas, porque te daria muito trabalho.
Emprego do pronome átono em locuções verbais perfeitas e em tempos compostos São locuções verbais perfeitas; aquelas formadas de um verbo auxiliar modal (querer, dever, saber, poder, ter de,
haver de), seguido de um verbo principal no infinitivo impessoal. Neste caso, o pronome átono pode ser colocado
antes ou depois do primeiro verbo, ou ainda depois do infinitivo.
Nós lhe devemos dizer a verdade.
Nós devemos lhe dizer a verdade.
Nós devemos dizer-lhe a verdade.
Observações:
No entanto, se no caso acima mencionado as locuções verbais vierem precedidas de palavra ou expressão que exija
a próclise, só duas posições serão possíveis para empregar-se o pronome átono: antes do auxiliar ou depois do
infinitivo.
Não lhe devemos dizer a verdade.
Não devemos dizer-lhe a verdade.
Tempos compostos Nos tempos compostos, formados de um verbo auxiliar (ter ou haver) mais um verbo principal no particípio, o
pronome átono se liga ao verbo auxiliar, nunca ao particípio.
Tinha-me envolvido sem querer com aquela garota.
Nós nos havíamos assustado com o trovão.
O advogado não lhe tinha dito a verdade.
Observações:
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Língua Portuguesa
Quando houver qualquer fator de próclise, esta será a única posição possível do pronome átono na frase, ou seja,
antes do verbo auxiliar.
Emprego dos pronomes este / esse / aquele o Os pronomes este, esta, isto devem ser empregados referindo-se ao âmbito da pessoa que fala (1ª pessoa do
singular e do plural: eu e nós) e quando se quer indicar o que se vai dizer logo em seguida (referência ao tempo
presente). Relacionam-se com o advérbio aqui e com os pronomes possessivos meu, minha, nosso e nossa.
Este meu carro só me dá problemas.
Esta casa é nossa há dez anos.
Isto aqui são as minhas encomendas.
Ainda me soam aos ouvidos estas palavras do Divino Mestre:
Espero que por estas linhas... (no começo de uma carta, por exemplo)
Neste momento, está chovendo no Rio de Janeiro. (= agora)
Ele deve entregar a proposta nesta semana. (= na semana em que estamos)
Não haverá futebol neste domingo. (= hoje)
O pagamento deverá ser feito neste mês. (= mês em que estamos)
o Empregam-se os pronomes esse, essa, isso com relação ao âmbito da pessoa com quem se fala (2ª do singular e
do plural: tu e vós e, também, com você e vocês) e quando se quer indicar o que se acabou imediatamente de
dizer (referência ao tempo passado). Relacionam-se com o advérbio aí e com os pronomes possessivos teu, tua,
vosso, vossa, seu, sua (igual à de você).
Essa sua blusa não lhe fica bem.
Quem jogou esse lixo aí na tua calçada?
Isso aí que você está fazendo tem futuro?
Esses vossos planos não darão certo.
Esses exemplos devem ser bem fixados.
Despeço-me, desejando que essas palavras... (no final de uma carta)
Tudo ia bem com Rubinho até a 57ª volta; nesse momento, acabou o combustível.
o Os pronomes aquele, aquela, aquilo devem ser empregados com referência ao que está no âmbito da pessoa ou
da coisa de quem ou de que se fala (3ª pessoa do singular e do plural: ele, ela, eles, elas). Relacionam-se com o
advérbio lá e com os possessivos seu, sua (igual à dele, dela).
Aquele carro, lá no estacionamento, é do professor Paulo.
Aquela garota bonita é da sua turma?
Eu disse ao diretor aquilo que me mandaste dizer.
Observações:
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Língua Portuguesa
Numa enumeração, empregamos os pronomes este, esta, isto para nos referir ao elemento mais próximo, e
aquele, aquela, aquilo para os anteriores.
Em 96, adquiri duas coisas muito importantes para mim: uma casa e um computador. Este no início do ano e
aquela no fim.
Com a gente / conosco / com nós o A expressão com a gente é típica da linguagem coloquial brasileira. Só pode ser usada em textos informais.
A outra turma vai se reunir com a gente às 10h.
A sua irmã vai com a gente ao clube hoje.
o Em textos formais, deve-se usar a forma conosco.
Os pais dos alunos querem uma reunião conosco.
Os diretores irão conosco ver o prefeito.
o O termo com nós deve ser utilizado antes de algumas palavras, como todos, mesmos, dois.
O presidente deixou a decisão com nós todos.
O presidente deixou a decisão com nós mesmos.
O presidente deixou a decisão com nós dois.
O termo crase significa fusão/junção. Em português, a crase é o nome que se dá à contração da preposição a com o
artigo feminino a ou as.
o a dos pronomes aquele (s), aquela(s), aquilo, aqueloutro(s) e aqueloutra (s).
o a do pronome relativo a qual e as quais.
o a do pronome demonstrativo a ou as.
O sinal que indica a fusão de aa é o acento grave (`).
Sempre haverá crase quando a oração se refere a alguém ou a alguma coisa.
As palavras terra e casa são casos especiais de crase. A preposição a antes da palavra casa (lar) só recebe o acento
grave quando vier acompanhada de um modificador, caso contrário não ocorre a crase. Já com a palavra terra (chão
firme) só ocorre crase quando vier acompanhada de um modificador (da mesma maneira que existe a expressão a
bordo), enquanto que com a palavra terra (terra natal ou planeta) sempre ocorre crase.
Chegamos cedo a casa (coloquialmente, em casa).
Chegamos cedo à casa de meu pai.
Os jangadeiros voltaram a terra.
Crase
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Língua Portuguesa
Os jangadeiros chegaram à terra procurada.
Ele voltou à terra dos avós.
O pronome aquele (e variações) e, também, aquilo e aqueloutro (e variações) podem receber acento grave no a
inicial, desde que haja um verbo ou um nome relativo que peça a preposição a.
A contração à pode surgir também com a elipse de expressões como à moda (de), à maneira (de), como em arroz à
grega (à maneira grega), filé à Chatô (à moda de Chatô) etc.
Para saber se a crase é aplicável, ou seja, se deve ser usada a contração à (com acento grave) em vez da preposição a
(sem acento), aplique-se uma das regras de verificação:
Substitui-se a preposição a por outra preposição, como em ou para; se com a substituição, o artigo definido a
permanecer, então a crase é aplicável.
o Pedro viajou à Região Nordeste: com crase, porque equivale a Pedro viajou para a Região Nordeste.
o O autor dedicou o livro a sua esposa: sem crase porque equivale a O autor dedicou o livro para sua esposa.
Troca-se o complemento nominal, após a, de um substantivo feminino para um substantivo masculino; se, com a
troca, for necessário o uso da contração ao, então a crase é aplicável.
o Prestou relevantes serviços à comunidade: com crase, porque ao se trocar o complemento - Prestou
relevantes serviços ao povo - aparece a contração ao.
o Chegarei daqui a uma hora: sem crase, porque ao se trocar o complemento - Chegarei daqui a um minuto -
não aparece a contração ao.
Por que
Utiliza-se quando se faz uma pergunta, ou seja, sempre que houver junção da preposição por com o pronome
interrogativo que. Em outras palavras, pode-se dizer que é utilizado quando é possível trocá-lo por: por qual
razão, por qual motivo, pelo qual, pelos quais, por qual.
Por que você não leu a revista?
Por que você quer saber?
Por que você quer ir lá?
Você nem sabe por que ela fez isso.
Porque
Quando se explica alguma coisa.
Não vim trabalhar porque estava doente.
Porque a vida não é fácil para ninguém.
Por que / Porque / Por quê / Porquê
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Língua Portuguesa
Eu estou perguntando isto, porque eu não sei.
Por quê
Utiliza-se numa pergunta quando o por quê fica no final da frase.
Você foi embora por quê?
Você nem sabe por quê.
Você está rindo de quê?
Porquê
Utilizado quando funciona como um substantivo. Só pode ser usado quando precedido de artigo definido (o, a,
os, as), pronome adjetivo (meu, este, esse, aquele) ou numeral (um, dois, três).
Não sei o porquê de tanta confusão com os porquês.
Quantos porquês existem na Língua Portuguesa?
Existem quatro porquês.
Eu quero saber o porquê das coisas.
No que se refere às normas gramaticais, às vezes existem certos “atalhos” que facilitam a compreensão e, nada
melhor, do que utilizar como exemplo duas expressões muito discutidas:
Mau: deve ser utilizado no momento em que houver possibilidade de substituí-lo pela palavra Bom, que
é o seu antônimo.
Ela está sempre de mau humor. (Bom)
Não eram maus (bons) alunos, somente tinham dificuldade em assimilar.
Mal: deve ser utilizado no momento em que houver possibilidade de substituí-lo pela palavra Bem, que
é o seu antônimo.
Hoje eu estou passando muito mal. (Bem)
Seu convite será mal aceito por todos. (Bem)
A garota foi mal (bem) recebida.
É utilizada nas seguintes situações:
Assinalar as pausas e as inflexões da voz (a entonação) na leitura.
Pontuação
Mau/Bom e Mal/Bem
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Língua Portuguesa
Separar palavras, expressões e orações que devam ser destacadas.
Esclarecer o sentido da frase, afastando qualquer ambiguidade.
Sinais básicos de pontuação:
Ponto (.) — usa-se no final do período, indicando que o sentido está completo. Também usado nas abreviaturas (Dr.,
Exa., Sr.).
A noite está agradável.
Vírgula (,) — marca uma pequena pausa no texto escrito, nem sempre correspondente às pausas (mais arbitrárias)
do texto falado. É usada como marca de separação para: o aposto; o vocativo; o atributo; os elementos de um
sintagma não ligados pelas conjunções e, ou, nem; as orações coordenadas assindéticas não ligadas por conjunções;
as orações relativas; as orações intercaladas; as orações subordinadas e as adversativas introduzidas por mas,
contudo, todavia, entretanto e porém. Deve-se evitar o uso desnecessário da vírgula, pois ela dificulta a leitura do
texto. Por outro lado, ela não deve ser esquecida quando obrigatória.
Andava pelos cantos, e gesticulava, falava em voz alta, ria e roía as unhas.
Ponto e vírgula (;) — sinal intermediário entre o ponto e a vírgula, que indica que o sentido da frase será
complementado. Representa uma pausa mais longa que a vírgula e mais breve que o ponto. É usado em frases
constituídas por várias orações, algumas das quais já contêm uma ou mais vírgulas; também para separar frases
subordinadas dependentes de uma subordinante; como substituição da vírgula na separação da oração coordenada
adversativa da oração principal.
Dois pontos (:) — marcam uma pausa para anunciar uma citação, uma fala, uma enumeração (separada do texto
contínuo), um esclarecimento ou uma síntese.
Ponto de interrogação (?) — utilizado no final de uma frase interrogativa direta e indica uma pergunta.
Ponto de exclamação (!) — utilizado no final de qualquer frase que exprime sentimentos, emoções, dor, ironia e
surpresa.
Reticências (…) — podem marcar uma interrupção de pensamento, indicando que o sentido da oração ficou
incompleto, ou uma introdução de suspense, depois da qual o sentido será completado. No primeiro caso, a
sequência virá em maiúscula, uma vez que a oração foi fechada com um sentido vago proposital e outra será iniciada
à parte. No segundo caso, há continuidade do pensamento anterior, como numa longa pausa dentro da mesma
oração, o que acarreta o uso normal de minúscula para continuar a oração.
Ah, como era verde o meu jardim... Não se fazem mais daqueles.
Foi então que Manoel retornou... mas com um discurso bastante diferente!
Aspas (“ ”) — utilizada para delimitar citações; para referir títulos de obras; para realçar uma palavra ou expressão.
Parênteses ( ( ) ) — marcam uma observação ou informação acessória intercalada no texto.
Travessão (—) — marca o início e o fim das falas em um diálogo, para distinguir cada um dos interlocutores; as
orações intercaladas; as sínteses no final de um texto. Também usado para substituir os parênteses.
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Língua Portuguesa
Meia-risca (–) — separa extremidades de intervalos.
Parágrafo — constitui cada uma das secções de frases de um escrito; começa por letra maiúscula, um pouco além do
ponto em que começam as outras linhas.
Colchetes ([]) — utilizados na linguagem científica.
Asterisco (*) — empregado para chamar a atenção do leitor para alguma nota (observação).
Barra (/) — aplicada nas abreviações das datas e em algumas abreviaturas.
Hífen (−) — usado para ligar elementos de palavras compostas e para unir pronomes átonos a verbos (menor do que
a Meia-risca). Exemplo: Quarda-roupa.
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Língua Portuguesa
SUBSTANTIVOS. Disponível em http://www.infoescola.com/portugues/substantivos/. Acesso em 05/abr/2013.
ADJETIVOS. Disponível em http://www.infoescola.com/portugues/adjetivos/. Acesso em 05/abr/2013.
PREDICADO. Disponível em http://www.infoescola.com/portugues/predicado/. Acesso em 05/abr/2013.
SUJEITO E PREDICADO. Disponível em http://www.infoescola.com/portugues/sujeito-e-predicado/. Acesso em
05/abr/2013.
VERBO. Disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/Verbo. Acesso em 05/abr/2013.
LÍNGUA PORTUGUESA. Disponível em http://www.bussolaescolar.com.br/linguaportuguesa.htm. Acesso em
24/mar/2009.
CONCORDÂNCIA VERBAL. Disponível em http://www.portugues.com.br/sintaxe/concorverbal.asp. Acesso em
24/mar/2009.
CONCORDÂNCIA NOMINAL. Disponível em http://www.pucrs.br/manualred/nominal.php. Acesso em 24/mar/2009.
PRONOMES. Disponível em http://intervox.nce.ufrj.br/~edpaes/pronomes.htm. Acesso em 25/mar/2009.
CRASE. Disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/Crase. Acesso em 25/mar/2009
GERÚNCIO. Disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/Formas_nominais_do_verbo. Acesso em 26/mar/2009.
PONTUAÇÃO. Disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/Pontua%C3%A7%C3%A3o. Acesso em 26/mar/2009.
Bibliografia