linha de cascais do passado e presente-lisboa

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LINHA DE CASCAIS DO PASSADO E PRESENTE-LISBOA

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*VIAGEM ILUSTRADA AO *VIAGEM ILUSTRADA AO PASSADO*PASSADO*

"Em cada estação havia um chefe...."Em cada estação havia um chefe....Além da farda do ofício, para despacho do comboio Além da farda do ofício, para despacho do comboio ele usava duas bandeirolas e duas lanternas, uma ele usava duas bandeirolas e duas lanternas, uma vermelha e outra verde, que muito intrigavam as vermelha e outra verde, que muito intrigavam as crianças. Mas o seu adorno principal era uma crianças. Mas o seu adorno principal era uma enorme campainha de cabo, uma campainha do enorme campainha de cabo, uma campainha do tamanho de um sino pequeno, que empregava com tamanho de um sino pequeno, que empregava com ares de comando.“ares de comando.“

• Quem diariamente, com olhar distraído, faz o percurso Quem diariamente, com olhar distraído, faz o percurso entre Cais do Sodré e Cascais, dificilmente imaginará entre Cais do Sodré e Cascais, dificilmente imaginará o pitoresco e emoção de uma viagem, neste trajecto, o pitoresco e emoção de uma viagem, neste trajecto, feita pelos nossos avós, no século passado.feita pelos nossos avós, no século passado.

• "A viagem era morosa, poeirenta, fatigante, sacudida "A viagem era morosa, poeirenta, fatigante, sacudida de solavancos. Vestia-se às vezes um guarda-pó para de solavancos. Vestia-se às vezes um guarda-pó para ir a Cascais. Uma poeira grossa, encarvoada, entrava ir a Cascais. Uma poeira grossa, encarvoada, entrava pelas janelas do comboio e metia-se sem pedir pelas janelas do comboio e metia-se sem pedir licença, nos olhos de cada um mas não alterava a licença, nos olhos de cada um mas não alterava a alegria do passeio, nem a beleza da paisagem alegria do passeio, nem a beleza da paisagem marítima, nem o encanto da serra de Sintra a coroar o marítima, nem o encanto da serra de Sintra a coroar o horizonte terrestre".horizonte terrestre".

A Linha, que então era apelidada de ramal, começou A Linha, que então era apelidada de ramal, começou por ter o seu início em Pedrouços e não no Cais do por ter o seu início em Pedrouços e não no Cais do Sodré, como viria a acontecer anos mais tarde. Sodré, como viria a acontecer anos mais tarde.

Cais do SodréCais do Sodré PedrouçosPedrouços

Vindo do lado da Baixa, o alfacinha tomava um dos vapores da Vindo do lado da Baixa, o alfacinha tomava um dos vapores da empresa Lisbonense e rumava a Pedrouços, para aí fazer empresa Lisbonense e rumava a Pedrouços, para aí fazer transbordo e seguir viagem em direcção a Cascais. A viagem de transbordo e seguir viagem em direcção a Cascais. A viagem de omnibus ou de "americano" além de morosa não era muito omnibus ou de "americano" além de morosa não era muito agradável, pois a estrada municipal que ligava Lisboa aos agradável, pois a estrada municipal que ligava Lisboa aos arredores, para além do Aterro (Santos), era poeirenta e arredores, para além do Aterro (Santos), era poeirenta e esburacada, sendo o caneiro de Alcântara, mais um obstáculo para esburacada, sendo o caneiro de Alcântara, mais um obstáculo para quem o quisesse fazer por via terrestre.quem o quisesse fazer por via terrestre.

Estação Vap. Lisbonenses Estação Vap. Lisbonenses Americano no C. do Sodré Americano no C. do Sodré

Iniciada a viagem, de costas voltadas para a Torre de Iniciada a viagem, de costas voltadas para a Torre de Belém e para o Mosteiro dos Jerónimos, o comboio Belém e para o Mosteiro dos Jerónimos, o comboio atravessava a Ribeira de Algés e parava nesta estação, atravessava a Ribeira de Algés e parava nesta estação, que estrategicamente se situava na confluência da que estrategicamente se situava na confluência da estrada de Carnaxide com a estrada Real.estrada de Carnaxide com a estrada Real.

Estação de Algés Estação de Algés Recta de Algés Recta de Algés

Algés era então uma pequena aldeia, dos arredores de Algés era então uma pequena aldeia, dos arredores de Lisboa cujo núcleo de casario se situava na sua parte alta.Lisboa cujo núcleo de casario se situava na sua parte alta.

Seguia então o comboio, em linha recta para o Dafundo, Seguia então o comboio, em linha recta para o Dafundo, que tinha apenas um apeadeiro que se situava junto ao que tinha apenas um apeadeiro que se situava junto ao aquário Vasco da Gama.aquário Vasco da Gama.

Cruz Quebrada, a próxima estação, está situada na margem Cruz Quebrada, a próxima estação, está situada na margem direita da Ribeira do Jamor, tal como hoje, junto à pequena direita da Ribeira do Jamor, tal como hoje, junto à pequena praia de banhos.praia de banhos.

Estação da Cruz Quebrada Estação da Cruz Quebrada GibaltaGibalta

A linha segue depois junto ao sopé das colinas da Boa A linha segue depois junto ao sopé das colinas da Boa Viagem e da Gibalta, em terrenos conquistados ao rio. Viagem e da Gibalta, em terrenos conquistados ao rio. Os mais velhos quando aqui passam, ainda recordam o Os mais velhos quando aqui passam, ainda recordam o desabamento de terras, que em Agosto de 1958, desabamento de terras, que em Agosto de 1958, provocou a morte a muitos passageiros que seguiam provocou a morte a muitos passageiros que seguiam nessa altura no comboio.nessa altura no comboio.

Estação de Caxias Estação de Caxias Estação de Paço d'Arcos Estação de Paço d'Arcos

Caxias, a próxima paragem, fica virada para o forte de S. Caxias, a próxima paragem, fica virada para o forte de S. Bruno. Aqui terminava a via dupla e a linha afasta-se um Bruno. Aqui terminava a via dupla e a linha afasta-se um pouco do rio. pouco do rio.

Dirigia-se depois a Paço d'Arcos, com a sua elegante praia de Dirigia-se depois a Paço d'Arcos, com a sua elegante praia de banhos. Passava por enormes pedreiras em Santo Amaro, banhos. Passava por enormes pedreiras em Santo Amaro, que ainda não tinha estação e atravessava a Ribeira da Laje, que ainda não tinha estação e atravessava a Ribeira da Laje, pela maior ponte da linha, alcançando Oeiras. pela maior ponte da linha, alcançando Oeiras.

Ponte de Oeiras Ponte de Oeiras Estação de Oeiras Estação de Oeiras

Carcavelos está à vista, e por entre pinheiros e vinhas Carcavelos está à vista, e por entre pinheiros e vinhas (que davam o famoso Carcavelos) a linha continua (que davam o famoso Carcavelos) a linha continua dirigindo-se à Parede, cuja praia era, e ainda é, dirigindo-se à Parede, cuja praia era, e ainda é, considerada como uma bênção da natureza para quem considerada como uma bênção da natureza para quem tem problemas de ossos, atravessando-a pelo meio da tem problemas de ossos, atravessando-a pelo meio da povoação. Passa-se a Baforeira e a linha flecte um pouco povoação. Passa-se a Baforeira e a linha flecte um pouco para o interior. Atinge-se os Estoris.para o interior. Atinge-se os Estoris.

Estação de Carcavelos Estação de Carcavelos Estação da Parede Estação da Parede

No traçado original, apenas S. João do Estoril tinha estação No traçado original, apenas S. João do Estoril tinha estação de comboio. Só posteriormente foram construídas, além da do de comboio. Só posteriormente foram construídas, além da do Estoril propriamente dita, a de S. Pedro e a do Monte.Estoril propriamente dita, a de S. Pedro e a do Monte.

S. Pedro do Estoril, que ainda nos anos vinte se chamava de S. Pedro do Estoril, que ainda nos anos vinte se chamava de Cai-Água, teve a sua estação de caminho de ferro graças aos Cai-Água, teve a sua estação de caminho de ferro graças aos esforços de Nunes dos Santos, proprietário dos antigos Armazéns esforços de Nunes dos Santos, proprietário dos antigos Armazéns do Chiado, que ali tinha comprado uns terrenos e que ofereceu o do Chiado, que ali tinha comprado uns terrenos e que ofereceu o espaço e o dinheiro necessários para a construção de um espaço e o dinheiro necessários para a construção de um apeadeiro, certamente tendo em conta, a valorização dos terrenos apeadeiro, certamente tendo em conta, a valorização dos terrenos de que era proprietário. de que era proprietário.

Estação do Estoril Estação do Estoril Muralha do Monte Estoril Muralha do Monte Estoril

No troço entre os Estoris e Cascais, a linha volta a No troço entre os Estoris e Cascais, a linha volta a aproximar-se do Oceano, tendo também por companhia, aproximar-se do Oceano, tendo também por companhia, o verde dos pinheiros do Estoril e o escarpado das terras o verde dos pinheiros do Estoril e o escarpado das terras do Monte. Cascais, vila piscatória, com os seus do Monte. Cascais, vila piscatória, com os seus palacetes é o fim da viagem e da Linha.palacetes é o fim da viagem e da Linha.

Estação de Cascais (interior) Estação de Cascais (interior) Estação de Cascais (exterior) Estação de Cascais (exterior)

Inaugurada a 30 de Setembro de l889 e electrificada Inaugurada a 30 de Setembro de l889 e electrificada em 1926, a exploração de linha, começou com 18 em 1926, a exploração de linha, começou com 18 carruagens de 1ª classe, igual número de 2ª classe, e, 30 carruagens de 1ª classe, igual número de 2ª classe, e, 30 de 3ª classe, custando a viagem entre os dois extremos, de 3ª classe, custando a viagem entre os dois extremos, 480 réis 240 e 150 réis, respectivamente.480 réis 240 e 150 réis, respectivamente.

No primeiro ano, foram vendidos 615 592 bilhetes, sendo No primeiro ano, foram vendidos 615 592 bilhetes, sendo 14339 de 1ª classe, 285 564 de 2ª e, 315 689 de 3ª classe.14339 de 1ª classe, 285 564 de 2ª e, 315 689 de 3ª classe.No período compreendido entre 1918 e 1976, a linha foi No período compreendido entre 1918 e 1976, a linha foi explorada pela Sociedade Estoril. explorada pela Sociedade Estoril. O traçado da linha, durante a sua centenária existência O traçado da linha, durante a sua centenária existência foi apenas modificado em pequenos troços com vista a foi apenas modificado em pequenos troços com vista a encurtar distâncias a suprimir passagens de nível, ou ainda encurtar distâncias a suprimir passagens de nível, ou ainda a aproximá-la do Tejo e do Atlântico. a aproximá-la do Tejo e do Atlântico.

Imagens de Postais comerciais e de postais editados Imagens de Postais comerciais e de postais editados pela CP por ocasião do centenário de Linha de Cascais, da pela CP por ocasião do centenário de Linha de Cascais, da minha colecção particular.minha colecção particular. Parágrafos em itálico da autoria de Branca Gota Colaço e Parágrafos em itálico da autoria de Branca Gota Colaço e Maria Archer (in Memórias da Linha de Cascais).Maria Archer (in Memórias da Linha de Cascais).

*Presente**Presente*

Formatado por Vilma NunesFormatado por Vilma Nunes

Aranjo do texto e avivamento das fotos antigas: Aranjo do texto e avivamento das fotos antigas: Leão PeladoLeão Pelado

Música: Vou dar de beber à dor – Joel XavierMúsica: Vou dar de beber à dor – Joel Xavier