link foucault

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FILÓSOFO EDIFICANTE Os grandes filósofos sistemáticos são construtivos e oferecem argumentos. Os grandes filósofos edificantes são reativos e oferecem sátiras, paródias, aforismos. Eles são intencionalmente periféricos. Os grandes filósofos sistemáticos, como os grandes cientistas, constroem para a eternidade. Os grandes filósofos edificantes destroem para o bem de sua própria geração. Os filósofos sistemáticos querem colocar o seu tema no caminho seguro de uma ciência. Os filósofos edificantes querem manter o espaço aberto para a sensação de admiração que os poetas podem por vezes causar – admiração por haver algo de novo debaixo do sol, algo que não é uma representação exata do que ali já estava (...) (RORTY, 1988:286)

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Page 1: Link foucault

FILÓSOFO EDIFICANTE

Os grandes filósofos sistemáticos são construtivos e oferecem argumentos. Os grandes filósofos edificantes são reativos e oferecem sátiras, paródias, aforismos. Eles são intencionalmente periféricos. Os grandes filósofos sistemáticos, como os grandes cientistas, constroem para a eternidade. Os grandes filósofos edificantes destroem para o bem de sua própria geração. Os filósofos sistemáticos querem colocar o seu tema no caminho seguro de uma ciência. Os filósofos edificantes querem manter o espaço aberto para a sensação de admiração que os poetas podem por vezes causar – admiração por haver algo de novo debaixo do sol, algo que não é uma representação exata do que ali já estava (...) (RORTY, 1988:286)

Page 2: Link foucault

ACONTECIMENTO

Irrupção de uma singularidade histórica.

. 1º Reconstruir atrás do fato toda uma rede de discursos, de poderes, de estratégias e de práticas;

. 2ºCristalização de determinações históricas que se opõe a ideia de estrutura.

Page 3: Link foucault

Atitude- limite

Atitude de se colocar sempre nas fronteiras para tentar ultrapassá-las, ir adiante dos limites que elas parecem nos impor (VEIGA-NETO, 2005:31).

Page 4: Link foucault

Liberdade

A liberdade é a possibilidade de exercitar a atitude-limite, ou seja, “nossa real capacidade de mudar as práticas em que somos constituídos ou nos constituímos como sujeitos morais” (RAJCHMAN, 1987:90)

Abandono do mito humanista da essência do homem.É da ordem da constituição e não da libertação (de suposta natureza aprisionada)

Práticas de liberdade: relações entre sujeitos que não estão bloqueadas, em que se dispõe de um campo aberto de possibilidades, que são suscetíveis de modificação.Liberdade é condição da existência do poder.Liberdade é a condição ontológica da ética.Na falta de liberdade o poder se converte em dominação e o sujeito em objeto.

Page 5: Link foucault

“(...)

estamos sempre

no interior. A margem é um mito. A fala

do exterior é um sonho

que

não

paramos de repetir”

(DITS ET

ÉCRITS, V.3,

TEXTO

173).

Page 6: Link foucault

(uma)ArqueologiaMétodo de pesquisa filosófico, onde opera com diferentes dimensões (filosófica, econômica, política, científica), e busca obter as condições de emergência dos discursos de saber de uma dada época.

É uma análise das condições históricas de possibilidade (do a priori histórico) que fizeram com que em determinado momento somente determinados enunciados tenham sido efetivamente possíveis e não outros.

Permite a descrição dos discursos das diferentes Epistemes (dispositivo apenas discursivo) e dos problemas metodológicos que ela coloca . Se ocupa dos enunciados e formações discursivas (CASTRO, 2009).

Objetos de conhecimento“meu objeto não é a linguagem, mas o arquivo, quer dizer,

a existência acumulada de discursos” (DE1)Ideia de começo, emergência

Ideia de arquivo – registro

Page 7: Link foucault

Episteme

Campo de análise da arqueologia. Conjunto de relações que liga tipos de discursos e que corresponde a uma dada época histórica (REVEL, 2005).

No decorrer das obras o conceito de episteme será substituído como objeto de análise, pelo conceito e dispositivo e, finalmente, pelo conceito de prática (Castro, 2009).

Page 8: Link foucault

GenealogiaÉ uma pesquisa histórica que se opõe aos “desdobramento meta-histórico das significações ideais” que se opõe a busca da origem (Ditos e Escritos V II, p.261).

Procura a “singularidade dos acontecimentos”, trabalhando a partir da diversidade e da dispersão, do acaso dos começos e dos acidentes buscando desassujeitar os saberes históricos, torná-los capazes de luta contra a ordem do discurso (Ditos e Escritos V II, p.261).

Deduz “da contingência que nos faz ser o que somos, a possibilidade de não mais ser, fazer ou pensar o que somos, fazemos ou pensamos” (Ditos e Escritos V II, p.335-351).

Permite descrever os Dispositivos. Permite a análise do poder, das relações entre o discursivo e o não-discursivo.

Page 9: Link foucault

Ética

Trabalho pelo qual o sujeito se constitui a si mesmo.

Campo de problematização que se vale da arqueologia e muito da genealogia.

Método arqueogenealógico (PAIVA, 2000).

Investigas as práticas de si.

Page 10: Link foucault

Dispositivo

Conjunto decididamente heterogêneo que engloba discursos, instituições, organizações arquitetônicas, decisões regulamentares, leis, medidas administrativas, enunciados científicos, proposições filosóficas, morais, filantrópicas. Em suma: o dito e não dito (...) O dispositivo é a rede que se pode estabelecer entre esses elementos (FOUCAULT, 1999, p.244).* Objeto da descrição genealógica.

Page 11: Link foucault

Ontologia

Uma atividade de diagnóstico e um ethos, a análise da constituição histórica de nossa subjetividade

Ont. Crítica de nós mesmos: trabalho de nós mesmos sobre nós mesmos enquanto sujeitos livres (limites que podemos ultrapassar.

Ethos: p. gregos= modo de ser do sujeito que se traduz em seus costumes; escolha voluntária de uma maneira de pensar e de sentir, de agir e conduzir-se

Page 12: Link foucault

Três domínios da ontologia do presente (FOUCAULT, 1995:262, CASTRO, 2009:312)

Uma ontologia histórica de nós mesmos em relação à verdade, através da qual nos constituímos como sujeitos de conhecimento;

Uma ontologia histórica de nós mesmos em relação a um campo de poder através do qual nos constituímos como sujeitos de ação sobre os outros;

Uma ontologia histórica de nós mesmos em relação a ética através da qual nos constituímos como agentes morais.

Page 13: Link foucault

“De que

valeria a

obstinação do saber se ele assegurass

e apenas a

aquisição dos

conhecimentos

e não, de

certa maneira, e tanto quant

o possível, o descaminh

o daquele que conhece?

Existem

momentos

na vida onde

a questão de saber se se pode pens

ar diferentemente do

que se

pensa, e

perceber

diferentemente do

que se vê,

é indispensável para continuar

a olhar ou a reflet

ir. Talvez me digam

que esses jogos consi

go mesmo têm que

permanec

er nos

bastidores

; e que no

máximo eles fazem

parte desse

s trabal

hos de

preparação que desaparec

em por si sós a partir

do momento em que produzem seus

efeitos.

Mas o que

é filoso

far hoje em

dia — quer

o dizer,

a atividade

filosófica

— se não

consistir em

tentar

saber de

que maneira e até

onde seria possível

pensar

diferentemente em vez de

legitimar o que já se

sabe” (Foucault,

1988:13).