logÃ-stica reversa (escrito)

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LOGÍSTICA REVERSA Lucas Guedes Michael T. Ahouagi 11.112.112-5 Michelly Santana Soares 11.112.935-9 Logística Reversa, também chamada de logística moderna, é o processo logístico que engloba basicamente, o planejamento, a operação, o controle de materiais e informações, para viabilizar o retorno dos bens de pós- venda e de pós-consumo ao ciclo produtivo, através dos canais de distribuição reversos (CDR). Dessa forma, enquanto a logística tradicional trata do fluxo dos produtos da fábrica para o cliente, a logística reversa engloba: os fluxos de retorno de peças a serem reparadas, de embalagens, de produtos vendidos devolvidos e de produtos consumidos a serem reciclados. Portanto, a logística moderna agrega valor econômico, ecológico e competitivo por meio dos processamentos de separação e seleção, até a reintegração ao ciclo. A sociedade moderna vive hoje uma preocupação crescente com o equilíbrio ecológico. O aquecimento global, a poluição do meio ambiente, são apenas dois exemplos de motivos da sensibilidade ecológica que está se formando na consciência das pessoas, de governos e, mais recentemente,

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Logistica Reversa

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Page 1: LogÃ-stica Reversa (Escrito)

LOGÍSTICA REVERSA

Lucas Guedes

Michael T. Ahouagi 11.112.112-5

Michelly Santana Soares 11.112.935-9

Logística Reversa, também chamada de logística moderna, é o processo logístico

que engloba basicamente, o planejamento, a operação, o controle de materiais e

informações, para viabilizar o retorno dos bens de pós-venda e de pós-consumo ao ciclo

produtivo, através dos canais de distribuição reversos (CDR). Dessa forma, enquanto a

logística tradicional trata do fluxo dos produtos da fábrica para o cliente, a logística

reversa engloba: os fluxos de retorno de peças a serem reparadas, de embalagens, de

produtos vendidos devolvidos e de produtos consumidos a serem reciclados. Portanto, a

logística moderna agrega valor econômico, ecológico e competitivo por meio dos

processamentos de separação e seleção, até a reintegração ao ciclo.

A sociedade moderna vive hoje uma preocupação crescente com o equilíbrio

ecológico. O aquecimento global, a poluição do meio ambiente, são apenas dois

exemplos de motivos da sensibilidade ecológica que está se formando na consciência

das pessoas, de governos e, mais recentemente, entre empresas ao redor do mundo. O

crescimento econômico com o mínimo de impacto ambiental, chamado de

desenvolvimento sustentado, é um conceito aceito e utilizado hoje universalmente e

baseia-se na ideia de atendimento às necessidades da atual sociedade sem comprometer

gerações futuras.

Foram muitas as razões identificadas para o estímulo à Logística Reversa. A

seguir serão relatadas as que foram consideradas de maior relevância.

1. Sensibilidade Ecológica Atualmente, o conceito do Desenvolvimento Sustentável

está sendo muito difundido, baseado na ideia de atender às necessidades do presente

sem comprometer as gerações futuras no atendimento de suas próprias necessidades.

Com isso, a população vem se preocupando cada vez mais com os diversos aspectos do

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equilíbrio ecológico. Alguns desses aspectos afetam os canais de distribuição reversos

como: disposição do lixo urbano devido aos seus efeitos nocivos, baixa porcentagem de

reciclagem das embalagens descartáveis e produtos/materiais passíveis de serem

reciclados ou reutilizados - como é o caso do lixo orgânico que pode ser transformado

em composto (fertilizante) para utilização na agricultura, no Brasil, por exemplo, esses

componentes orgânicos somam cerca de 65% do peso do lixo coletado (Cabral, 2001) –

entre outros.

2. Pressões Legais As legislações ambientais sobre resíduos sólidos têm suas origens na

reação aos impactos ao meio ambiente que podem ser causados, por exemplo, pela

dificuldade de desembaraço dos resíduos até a sua disposição final. A responsabilidade

dos impactos ambientais dos resíduos sólidos, que antes era do governo, recentemente

passou a ser dos fabricantes. Essa mudança está de acordo com a filosofia de EPR

(Extended Product Responsability), ou seja, a idéia de que a cadeia industrial de

produtos que, de certa forma, agridem o ambiente, deva se responsabilizar pelo que

acontece com os mesmos após o seu uso original (Leite, 1998).

3. Redução do Ciclo de Vida dos Produtos O acelerado desenvolvimento tecnológico

vem provocando uma obsolescência precoce dos bens. O aumento dos produtos com

ciclo de vida útil cada vez menor gera uma grande quantidade de resíduos sólidos e

produtos ultrapassados. Esses resíduos sólidos dependem da capacidade dos sistemas

tradicionais de disposição, que já estão chegando ao seu limite, necessitando portanto de

alternativas para a destinação final dos bens de pós-consumo, a fim de minimizar o

impacto ambiental gerado pelos mesmos. Já produtos ultrapassados, ou seja, aqueles

que foram ou estão sendo substituídos por produtos que incorporaram uma tecnologia

mais avançada (ex: relançamento de um produto), necessitam de uma redistribuição no

mercado ou na própria rede de lojas

. 4. Imagem Diferenciada A empresa pode alcançar a imagem diferenciada de ser

ecologicamente correta por meio de políticas mais liberais e eficientes (rapidez na troca,

qualidade no atendimento, flexibilidade,...) de devolução de produtos, como também

por meio do marketing ligado à questão ambiental (selo verde, ISO 14000)

5. Redução de Custos A carência de informações dos volumes transacionados e das

condições ambientais não tem justificado até então uma organização formal e uma

maior estruturação desses canais, fazendo com que haja dificuldade na visualização dos

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custos. Porém, economias podem ser obtidas, como na utilização de embalagens

retornáveis e no reaproveitamento de materiais para a produção – por exemplo: segundo

a ABAL (Associação Brasileira do Alumínio) para reciclar 1 tonelada de latas gasta-se

apenas 5% da energia necessária para produzir a mesma quantidade de latas feitas a

partir de alumínio virgem - estimulando assim, iniciativas relacionadas à logística

reversa.

As empresas estão utilizando a logística reversa, diretamente ou por meio de

terceirização com empresas especializadas, como forma de aumento de sua

competitividade no mercado. Pesquisa realizada nos EUA com empresas de vários

setores apontam diversos motivos estratégicos para adoção de atividades de logística

reversa nas empresas, conforme mostrado no quadro abaixo:

Motivo Estratégico Porcentagem de Empresas

Respondentes

Aumento de Competitividade 65,2%

Estoques 33,4%

Respeito às Legislações 28,9%

Revalorização Econômica 27,5%

Recuperação de ativos 26,5%

Tendo como ponto de partida os bens finais para se iniciar a análise do fluxo

reverso, Leite (2002) dividiu esses bens em dois tipos: bens de pós-consumo e bens de

pós venda. A distribuição física de ambos se utiliza dos mesmos canais, tendo como

origem a cadeia de distribuição e como destino o consumidor.

Bens de pós-consumo são os produtos ou materiais constituintes cujo prazo de

vida útil chegou ao fim, sendo assim considerados impróprios para o consumo primário,

ou seja, não podem ser comercializados em canais tradicionais de vendas. Esta etapa

caracteriza-se por duas áreas: bens duráveis ou dos descartáveis. Na área de duráveis e

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semiduráveis, os bens utilizam a desmontagem e reciclagem industrial, sendo

desmontados na etapa de desmanche e seus componentes reaproveitados ou

remanufaturados, retornando ao mercado secundário ou à própria indústria. No caso de

descartáveis, os produtos retornam por meio de reciclagem industrial, onde são

reaproveitados e se transformam em matérias-primas secundárias, voltando ao ciclo

produtivo. Nos casos em que a reciclagem é antieconômica ou há excesso de oferta no

mercado, é necessário garantir o descarte de forma segura para a população e meio

ambiente. Um exemplo claro de bens de pós consumo são os óleos do carro, que passam

por uma refinaria para fabricar novos óleos.

No caso dos bens de pós-venda, são produtos que geralmente apresentam pouco

uso, ou muitas vezes nem foram utilizados. Esses produtos retornam por vários motivos,

por erro no momento da emissão do pedido, garantia, defeitos de fabricação, defeitos de

funcionamento ou até por danos causados no transporte. A logística reversa de pós

venda tem por objetivo agregar valor de ordem econômica, ambiental, social, legal e de

imagem corporativa. Um exemplo de fácil entendimento são as compras pela internet,

onde não é possível testar o equipamento e portanto tem a possibilidade de não

funcionar ao chegar a encomenda. Porém, por estar no período de garantia, deverá ser

entregue a uma autorizada para refazer os devidos reparos e se for o caso, trocar a

mercadoria.

VANTAGENS:

Os clientes valorizam empresas que possuem políticas de retorno de produtos,

pois isso garante o direito de devolução ou troca de produtos. Este processo envolve

uma estrutura para recebimento, classificação e expedição de produtos retornados, bem

como um novo processo no caso de uma nova saída desse mesmo produto.

Dessa forma, empresas que possuem um processo de logística reversa bem gerida

tendem a se sobressair no mercado, uma vez que podem atender aos seus clientes de

forma melhor e diferenciada de seus concorrentes. Podemos citar também que há

melhora na imagem corporativa da empresa, além de um grande avanço econômico e

financeiro com a economia e ganhos obtidos com o reaproveitamento de materiais, com

a utilização de embalagens retornáveis, com a venda dos resíduos no mercado

secundário, com a compra de matéria-prima reciclada no lugar de matéria-prima

virgem; além disso, é possível reduzir custos com reclamações e processos de clientes e

obter maiores níveis de venda devido a um melhor atendimento ao consumidor. Por

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último e não menos importante temos a questão ambiental, onde as empresas

contribuem com a preservação do meio ambiente com a utilização da logística reversa,

pois, ela busca solucionar o problema do descarte dos resíduos sólidos no meio

ambiente, reduzindo a poluição e os desperdícios através da reciclagem, reutilização de

materiais, recuperação de produtos e desenvolvimento de embalagens retornáveis.

As barreiras citadas na Tabela 1 estão inter-relacionadas. Tanto a falta de

importância dada a logística reversa como o descaso da administração e a destinação

insuficiente de recursos financeiros são consequências de que, para muitas empresas,

não é justificável um alto investimento no processo da logística reversa. A política da

empresa pode representar uma enorme barreira quando essa não incentiva ou apoia a

prática dessa atividade. A falta de sistemas de informação está relacionada a falta de

padronização do processo da logística reversa, assim deverão ser elaborados sistemas

com grande flexibilidade. Os recursos humanos representam uma barreira ao passo que

as empresas não possuem mão-de-obra especializada para esse processo e nem investem

para isso.

Desvantagens

Uma das possibilidades de desvantagens se dá quando o processo de logística

reversa acaba por acarretar custos maiores para empresas nas quais não é implementado

de forma intencional, com prévia elaboração e gerência adequada. Pudemos observar

que o processo é geralmente utilizado em prol das empresas, transformando materiais,

que seriam inutilizados, em matéria-prima. Acontece que, o contrário também pode

acontecer e é o que notamos com mais frequência, isto é, materiais que voltam aos seus

centros produtivos devido a falhas na produção, pedidos emitidos em desacordo com

aquilo que o cliente queira, troca de embalagens, etc. Este tipo de processo reverso de

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logística acarreta custos adicionais, muitas vezes altos para as empresas, uma vez que,

processos de armazenagem, separação, conferência, distribuição serão feitos em

duplicidade, e assim como os processos, os custos também. Outra questão importante de

ser mencionada é a necessidade de tecnologia capaz de introduzir os produtos na cadeia

reversa. Ou seja, é necessária tecnologia capaz de agregar valor aos produtos

descartados pelo consumidor, tornando-os substitutos da matéria-prima limpa.

Vale mencionar o caso da reciclagem de embalagens PET, que, para seu

processamento, necessitam de um maquinário especial, que tem a capacidade de

higienização e prensamento do material, transformando em embalagens que poderão ser

transportadas sem maiores dificuldades. A dificuldade de emprego de alguns materiais,

tendo em vista que quando de sua fabricação inicial o empreendedor não se atentou para

a logística reversa, encarece o procedimento de retorno dos materiais, haja vista que o

custo do procedimento será condizente com os custos despendidos em cada uma de suas

etapas.

A experiência tem mostrado que a ineficiência de certas cadeias reversas é

devida à falta de economia de escala suficiente e que, em muitos casos, a rentabilidade é

baixa em um ou mais elos da cadeia, necessitando de subsídios de natureza diferentes,

exemplos claros são as cadeias reversas de pós-consumo de embalagens em geral, com

as conhecidas exceções de materiais de alto valor agregado, e mais recentemente a do

denominado lixo eletrônico, na qual a rentabilidade em alguns elos é difícil de ser

atingida pelos valores relativos e pela concorrência entre materiais descartados pela

sociedade.

3 R’s e 5R’s (Marketing Verde)

Um dos programas mais conhecidos na área ambiental e o primeiro a ser

implando, o 3Rs é considerado a base de qualquer política voltada para o meio

ambiente. Reduzir, reutilizar e reciclar são 3 conceitos básicos que devem ser

praticados por qualquer empresa que busca exercer sua responsabilidade ambiental.

Reduzir

Se prestarmos atenção nas compras que realizamos no cotidiano e nos serviços

que contratamos, perceberemos que adquirimos muitas coisas que não precisamos ou

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que usamos poucas vezes. Portanto, reduzir significa comprar bens e serviços de acordo

com nossas necessidades para evitar desperdícios.

Ações práticas para reduzir:

- Uso racional da água: não desperdiçar, tomar banhos curtos, não usar água para

lavar a calçada, fechar a torneira quando estiver escovando os dentes, não deixar que

ocorra vazamentos na rede de águas, etc.

- Economia de energia: usar aquecimento solar nas casas, apagar as lâmpadas de

cômodos desocupados, usar lâmpadas fluorescentes, usar o chuveiro elétrico para

banhos curtos, etc.

 

Reutilizar

Jogamos muitas coisas no lixo que poderiam ser reutilizadas para outros fins.

Reutilizando, geramos uma boa economia doméstica, além de estarmos colaborando

para o desenvolvimento sustentável do planeta. Isto ocorre, pois tudo que é fabricado

necessita do uso de energia e matéria-prima. Ao jogarmos algo no lixo, estamos também

desperdiçando a energia que foi usada na fabricação, o combustível usado no transporte

e a matéria prima empregada. Sem contar que, se este objeto não for descartado de

forma correta, ele poderá poluir o meio ambiente. 

Ações práticas para reutilizar:

- Potes e garrafas de plástico podem ser transformados em vasos de plantas.

- Folhas de papel com impressão em apenas um lado podem ser transformados

em papel de rascunho, ao usar o lado em branco.

 

Reciclar

O primeiro passo é separar o lixo reciclável (plástico, metais, vidro, papel) do

lixo orgânico. O reciclável deve ser encaminhado para empresas ou cooperativas de

trabalhadores de reciclagem, pois serão transformados novamente em matéria-prima

para voltar ao ciclo produtivo. Além de gerar renda e emprego para pessoas que

trabalham com reciclagem, é uma atitude que alivia o Meio Ambiente de resíduos que

vão levar anos ou séculos para serem decompostos.

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Ações práticas para reciclar:

- Separar em casa o lixo orgânico do lixo reciclável. Este último deve ser

encaminhado para pessoas que trabalham com reciclagem ou empresas recicladoras.

A fórmula dos 5 “R”s consiste numa apresentação sugestiva de como se pode

atingir o objetivo de conscientização para a prática de reaproveitamento de materiais em

busca, sendo um aperfeiçoamento dos 3 R’s para tornar mais pratico e aplicável.

1. REDUZIR a geração de lixo – é o primeiro passo e a medida mais racional, que

traduz a essência da luta contra o desperdício. Sempre que for possível, é melhor reduzir

o consumo de materiais, energia e água, a fim de produzir o mínimo de resíduos.

2. REUTILIZAR os bens de consumo – significa dar vida mais longa aos objetos,

aumentando sua durabilidade e reparabilidade ou dando-lhes nova personalidade ou uso.

3. RECUPERAR os materiais – as usinas de compostagem são unidades recuperadoras

de matéria orgânica. Os catadores recuperam as sucatas, antes de elas virarem lixo. 

4. RECICLAR é devolver o material usado ao ciclo da produção, poupando todo o

percurso dos insumos virgens, com enormes vantagens econômicas e ambientais. A

agricultura e a indústria absorvem grandes quantidades de resíduos, aliviando a “lata de

lixo” das cidades. A reciclagem deve ser aplicada para materiais não reutilizáveis.

5. REPENSAR os hábitos de consumo e de descarte, pois para a maior parte das pessoas

tais atos são compulsivos e, muitas vezes, poluentes. É preciso também desmistificar a

ação de jogar fora, porque, na maioria dos casos, o “fora” não existe. O lixo não

desaparece depois da coleta e acaba sendo destinado a aterros, incineradores ou usinas,

localizados próximos à nossa residência. A educação ambiental é básica para que os

esforços em prol dos 5 “R”s sejam vistos com seriedade pela população.