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JORNAL-LABORATÓRIO DIÁRIO DO CURSO DE JORNALISMO DA UNIVERSIDADE POSITIVO.

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Curitiba, sábado, 15 de setembro de 20072

O LONA é o jornal-laboratório diário do Curso de Jornalismo doCentro Universitário Positivo – UnicenP

Rua Pedro V. Parigot de Souza, 5.300 – Conectora 5. CampoComprido. Curitiba-PR - CEP 81280-330. Fone (41) 3317-3044.

“Formar jornalistas com abrangentes conhecimentos ge-rais e humanísticos, capacitação técnica, espírito criativo eempreendedor, sólidos princípios éticos e responsabilidade so-cial que contribuam com seu trabalho para o enriquecimentocultural, social, político e econômico da sociedade”.

Missão do curso de Jornalismo do UnicenP

Expediente

Reitor: Oriovisto Guimarães,Vice-Reitor: José Pio Martins,Pró-Reitor Administrativo:Arno Antônio Gnoatto, Pró-Rei-tor Acadêmico: José Pio Martins,Pró-Reitora de Extensão: FaniSchiffer Durães, Pró-Reitor dePós-Graduação e Pesquisa:Luiz Hamilton Berton; Pró-Rei-tor de Planejamento e Avali-ação Institucional: Cosme Da-mião Bastos Massi; Diretor doNúcleo de Ciências Humanas

e Sociais Aplicadas: EuclidesMarchi, Coordenador do Cur-so de Jornalismo: Carlos Ale-xandre Gruber de Castro, Profes-sores-orientadores: Elza Apa-recida de Oliveira Filha e MarceloLima. Produção: alunos da se-gunda e da terceira série do cursode Jornalismo. Editores-chefes:Eloisa Parachen e Hendryo André.Projeto gráfico: Carlos Guilher-me Rabitz Neto, Eloisa Parachen eHendryo André (colaboração).

Taianá Martinez

Às vezes tenho a sensação deque há mais medo do que vio-lência efetiva no Brasil. É me-lhor nem sair de casa, porquelá fora, na primeira esquina,você poderá serabordado, assal-tado, seqüestra-do, espancado.

As modalida-des de violênciasão várias, e pa-rece ser difícil es-capar – todomundo conhecealguém que jápassou por algoparecido. Resta,então, a precau-ção: levar a sériorecomendaçõesque circulam nainternet, ouvir osconselhos daspessoas próximas e enfrentar aselva de humanos violentos. Tal-vez.

Não acredito neste mundoque estão falando por aí, nasrodas informais de conversa, natevê. Também não acredito queo mundo seja cor-de-rosa. O queeu sei é que todos fazemos a vi-olência, não apenas aqueles queempunham armas de fogo para

Próximos da paranóiaconseguir algo. A violência estánum olhar reprovador, em pe-quenas atitudes ou na falta de-las, na indiferença, no precon-ceito.

O que realmente me deixacom medo é que o medo geramais violência. Com medo, as

pessoas se iso-lam, não seaprofundamnas relaçõescom o diferen-te, cercam-sede grades nãosomente ondemoram, mastambém colo-cam barreirasno coração. Aí,então, entra-mos em um ci-clo vicioso: adesconfiança eo preconceitogeram o medoe a violência

torna-se justificativa para com-batê-lo.

A psicologia já explicou queninguém nasce bom ou mau: a“maldade” no indivíduo é for-mada pelo meio em que ele vive.E quem será “bom” em umasociedade que não pensa no co-letivo e prefere julgar antesmesmo de se conhecer?

Estamos próximos de uma

paranóia social já que a violên-cia é o tema central das notíci-as e das conversas diárias, serefletindo no alto consumo deequipamentos de segurança pri-vada. A paranóia virou obses-são. Há até indignação em al-guns casos mais específicos deviolência (leia-se quando prati-

Com medo, as

pessoas se isolam,

não se aprofundam

nas relações com o

diferente, cercam-

se de grades não

somente onde

moram, mas

também colocam

barreiras no

coração

cados contra membros das clas-ses média ou alta da sociedade),mas não há nem sinais de mu-dança de atitude.

O que eu sei, e parece quepoucos querem enxergar, é quea violência é reflexo direto dadesigualdade social, mas tam-bém é conseqüência do medo, do

desconhecimento e do precon-ceito. Seria muito mais inteli-gente se parássemos de tentarmostrar o quanto o mundo está“perigoso”, parássemos de noscolocarmos como vítimas e as-sumíssemos a responsabilidadesobre a sociedade que construí-mos.

POLÍTICA1930 – Fraudes

Durante a contagem dosvotos, nos dias que se segui-ram às eleições presidenciaisde 1º de março, o Estado doParaná foi coadjuvante nosconflitos nacionais que culmi-naram com a Revolução de1930.

Na ocasião, jornais locaiscomo a Gazeta do Povo e ARepública denunciavam irre-gularidades na contagem dosvotos, que oficialmente dariama vitória a Júlio Prestes. Asmatérias acusavam a AliançaLiberal, de Getúlio Vargas, deanular mais de mil votos nacapital curitibana.

Os votos destinados ao can-didato governista foram con-siderados “inválidos” devido àfalta de indicação para o car-go nas cédulas. Sob a acusa-ção de fraude, Julio Prestesnão chegou a tomar posse.Fonte: Gazeta do Povo (04/03/1930) e A República (06/03/1930). (Rosangela Gerber)

CULTURA1949 – A “Garaginha”

Maria Violeta Franco en-trou para o mundo das artesde uma maneira extrema-mente precoce.

Na época de sua juventu-de, Curitiba não passava deuma pequena vila, e os proje-tos da artista iam muito alémdo que aquele ambiente pro-vinciano poderia oferecer.

Guido Viaro foi quem pri-meiramente orientou a jovemna área da pintura, mas foi ocurso de gravuras ministradopor Poty Lazzarotto que im-pulsionou o caminho artísticoque Violeta viria a seguir emsua carreira.

Em 1949, o atelier da ar-

HISTÓRIA E JORNALISMOtista transforma-se na chama-da “Garaginha”, servindo comoponto de encontro de diversosartistas responsáveis pela reno-vação das artes plásticas noEstado, como Fernando Velloso,Paul Garfunkel, Alcy Xavier eEmilio Romani, dentre outros.Fonte: Internet (Raphael MorozTeixeira).

INTERNACIONALA morte de Gandhi

No dia 30 dejaneiro de 1948,um hindu enfu-recido assassi-nou uma das fi-guras mais im-portantes dahistória: Gan-dhi foi executa-do aos 79 anos,em Nova Délhi,pelo pistoleiroNathuram God-se, que disparoutrês tiros domeio da multi-dão.

Nascido em 2 de outubro de1869, na Índia Ocidental,Mahatma - “grande alma”-Gandhi passou por um longoprocesso de aprendizagem até setornar uma figura histórica co-nhecida pelo seus atos pacifis-tas.

Formado em Direito, tinhadificuldades em exercer a pro-fissão por conta de sua timidez.Observador, desenvolveu com otempo uma consciência social.Daí para frente Gandhi abra-çou várias causas, liderou mar-chas, foi preso e teve grande im-portância na independência daÍndia.

Até hoje é lembrado comosímbolo de resistência pela nãoviolência. Fonte: Internet. Ga-brielle Chamiço.

EDUCAÇÃOAnalfabetismo no Brasil

na Primeira República

Durante a Primeira Repú-blica, as questões educacio-nais ganharam grande desta-que por parte dos governan-tes, principalmente nos dis-cursos, e a confiança e os in-vestimentos nas escolas eramplenos. Esta “esperança” notrabalho das escolas e profes-sores como responsáveis pela

ordem, peloprogresso epelo desenvol-vimento dopaís era tãoampla quantoa utopia dosrepublicanos.Assim, resul-tados de pes-quisas na dé-cada de 1920mostraram-se grandesfrustraçõespara a utopiarepublicanade um Brasil

educado e desenvolvido: Noano de 1890 o índice de anal-fabetismo no país era de67,2% e, para a decepção dosrepublicanos, em 1920, haviacaído apenas 1%, chegandoaos 66,2%. O número de alu-nos matriculados em escolassubiu apenas 18% em 40anos, indo de 12%, em 1889,para 30% em 1930, mesmocom as reformas educacionaisefetuadas nos estados, entreelas a de Lisímaco Costa noParaná. Fonte: pedagogiaemfoco.pro.br. (Luis Felipe Deon)

Coluna elaborada pelosalunos de História Con-temporânea do Brasil soba orientação da professo-ra Solange Stecz.

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Curitiba, sábado, 15 de setembro de 2007 3

Abertura

Manhã

8h30/12h30 - “SIT” Tour Ecológico

8h30 - Início das vivênciasde atividades de Aventura (1ºdia) 9h - Abertura da Feira (2º dia)

Tarde 14h - Apresentação de trabalhos(pós-graduação)

17h Tour pelo câmpus

Noite19h Encerramento da Feira (2º dia)

19h15 Palestras internacionais

23h Festa de confraternização ”Keep Jumping”Dia

15 -

Sábado

Manhã

7h30/17h - Passeio de trem

9h - Início das vivências de atividades de aventura

10h - Abertura da Feira (3º dia)

10h/12h - Minicursos (carga horária - 6 horas)

Tarde 14h/18h - Minicursos (carga horária - 6 horas)

17h30 - Encerramento da Feira

17h30 - Encerramento das vivênciasde atividades de aventura

18h00 - Término do IX SITDia

16 - D

omin

go

C ronograma do IX S IT - S em inár i o I nternac i ona l de T ur i smo

Graciele Muraro

Aconteceu ontem, no TeatroPositivo, a abertura do IX Semi-nário Internacional de Turismo– SIT, que tem como tema o Eco-turismo e o Turismo de Aventu-ra. O evento, que vai até domin-go, dia 16 de setembro, tem oobjetivo de promover discussõesnacionais e internacionais entrepesquisadores, profissionais e es-tudantes de turismo.O evento conta com uma

programação de palestras, in-clusive de profissionais do exte-rior, mini-cursos, apresentaçãode trabalhos científicos, vivên-cia de acampamento, feira co-mercial, exposição institucional,espaço ecoaventura, festa de en-cerramento, sit-tour ecológico.Os participantes também pode-rão fazer passeios pela Serra doMar e participar de mais dequinze atividades de aventuracomo rapel, paredão de escala-da, tirolesa, paintball, mergu-lho, entre outras.Na cerimônia de abertura

na noite de ontem, compuserama mesa o diretor do Núcleo deCiências Humanas e SociaisAplicadas do Centro Universi-tário Positivo, Euclides Marchi,o coordenador do curso de Tu-rismo, Dario Luiz Dias Paixão,além de representantes do es-tado e da cidade de Curitiba eparceiros do seminário.Em sua colocação, Euclides

Marchi destacou a vontade queos idealizadores do evento tive-ram desde sua primeira ediçãoem 1999. “O que será que osprofessores pensavam noveanos atrás, quando este eventoera só uma atividade do cursode turismo?” E falou sobre o fatodo seminário ser um evento ci-entífico, mostrando que a ativi-dade não é só lazer. SegundoMarchi, o turismo é muito bompara a economia. “Ao olharmosas estatísticas vemos que o tu-rismo no país poderia crescermais, se não fossem os aviõescaindo e os apagões aéreos”, afir-mou ele.Para o coordenador do cur-

so de Turismo, Dario Paixão, o

fato de unir tantas pessoas, mos-tra que o evento é um dos princi-pais do país. Segundo ele, já pas-saram pelo seminário congressis-tas de mais de 20 países. “Nesteevento, ficamos impressionadoscom o número de trabalhos cien-tíficos inscritos. Foram cerca de150 enviados, e mais de 90 sele-cionados”, ressalta.Os temas de cada ano são

escolhidos pelos alunos do cur-so de turismo, e são conseqüên-cia de suas curiosidades, quenormalmente refletem a situa-ção atual. Para a professora docurso de Turismo do UnicenP,Henreitte Cordeiro Guérios, otema mais falado hoje é a pre-servação do meio ambiente.“Esta idéia foi muito interessan-te, justamente por sua atuali-dade. Basta olharmos as man-chetes dos jornais. Ou você con-vence a população mundial queé necessário cuidar do seu lo-cal, ou teremos cada vez maismanchetes ruins”, afirma.A aluna e membro da equi-

pe organizadora do evento, Ste-phanie Yuri Mitsui, considera

o seminário importante, pois osalunos ‘colocam a mão na mas-sa’. “A gente coloca em práticao que vê na sala de aula, e co-nhece de perto como é organi-zar um evento”. Stephanie lem-bra que o tema Ecoturismo eTurismo de Aventura, foi esco-lhido pelos alunos por se tratarde algo diferente nunca vistoantes no SIT. “Nenhum outro

Seminário teve essa magnitu-de. Nós agregamos palestras efeira, e vimos que tinham maiscoisas que podíamos trabalhar”,afirma.Os alunos do segundo ano

escolhem o tema para o próxi-mo evento, pois são eles que irãoorganizá-lo. Em 2008, o eventotratará de novas tecnologias noturismo.

O tema desta nona edição é Ecoturismo e Turismo de Aventura

Diretor ressalta caráter

científico do seminárioCamila Pichete/LONA

Evento é um dos principais do país para convidados

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Curitiba, sábado, 15 de setembro de 20074

Trabalhos

A t i v i d a d e s

n os g rupos

de v i v ê nc i a

Rapel

Tirolesa

Pêndulo

Ponte tibetana

Slide / Preguiça

Slack Line

Salto da fé

Mergulho

Tryke

Caminhão Terral

Expedições

Balonismo

Futebol inflável

Guerra de cotonetes

Paintball

Paredãode escaladaesportiva

Atividadescircenses

Cama elástica

Escada maluca

High jump

Botesde rafting e duck

Skate

Jeep

Gestãoda Segurança

Verônica Medeiros

O primeiro dia do IX Semi-nário Internacional de Turismo(SIT), promovido pelo CentroUniversitário Positivo (UnicenP)com o apoio da Associação Brasi-leira das Empresas de Turismode Aventura (ABETA), começouàs 14 horas com apresentaçõesde trabalhos científicos de alunosde todo o Brasil.Neste ano foram inscritos 150

trabalhos. Foi feita uma seleçãobastante rigorosa e apenas 97 fo-ram escolhidos para serem apre-sentados no evento. Os trabalhossão divididos em graduação e pós-graduação.O evento é muito importan-

te na área de turismo e conheci-do em todo o país, por isso há amobilização de muitos estudan-tes para participar não só naapresentação de trabalhos, mastambém para assistir e acres-centar conhecimento científicodentro da área em que vão atu-ar.“No caso de apresentação de

trabalhos científicos, a idéia sur-giu há quatro anos, quando nósvimos que precisávamos ampli-ar o número de pesquisas que osalunos estavam fazendo. Querí-amos trazer também pesquisa-dores de outras universidadespara dentro do UnicenP paradebater com os nossos alunos so-bre o que se estápesquisando naárea e aumentara qualidade deensino, conse-qüentemente”,diz Dario Paixão,coordenador docurso de Turis-mo do UnicenP.Não só os alu-

nos daqui, mastambém os que vêm de outros es-tados têm a chance de apresen-tar suas idéias e tornam-se “pro-tagonistas” do evento, além de re-ceberem o retorno de outros pes-quisadores de turismo para me-lhorar e enriquecer o trabalho.

O aluno do 4º ano da Unisul,de Santa Catarina, Érico Rodri-gues Machado Junior saiu deFlorianópolis e veio até Curitibapara apresentar seu trabalho ci-entífico intitulado “Elaboração deInventário e cadastro turístico noDistrito Santo Antônio de Lis-boa”. Érico compara a realidadede turismo dos dois estados eacredita na importância de even-tos como este para o futuro den-tro da profissão.“O foco de turismo em Santa

Catarina é volta-do para as praias.Curitiba já temuma ar mais in-telectualizado,atraindo outrotipo de turista.Ter essa visão di-ferente dos doislugares é bastan-te importante.Esse evento, que

é o segundo mais importante doBrasil, faz a gente se deslocar. Asmelhores cabeças pensantes es-tão aqui”, comenta Érico.Apesar de ser um evento

muito bem conceituado, ainda háo desinteresse dos alunos da área

em relação ao seminário. “Pou-cos alunos da Unisul se interes-sam em desenvolver trabalhos ci-entíficos. Até mesmo a procurapor estágios é pequena. Há umdesinteresse muito grande em seenvolver mais na área”, reclamaÉrico.A aluna do 4º ano do curso de

Turismo do UnicenP, MorganaToaldo Guzela, está participan-do do evento com a apresentaçãode dois trabalhos: “O estudo su-perior do turismo – disciplinas,academia e mercado” e “Fotogra-fia e suas interfaces para o de-senvolvimento de imagem de umdestino turístico”.“Essa é uma oportunidade

única de trazer o que a gente estápesquisando, estudando e a nos-sa área de interesse, além de po-der produzir conhecimento e nãosó assimilar o que é feito em salade aula”, complementa Morgana.O bacharel em Turismo, for-

mado pela Unisul e pós-graduan-do em turismo, lazer e hospitali-dade, Tiago Born Jaeger vai par-ticipar do seminário e apresen-tar um artigo que tem como basesua monografia de conclusão decurso de graduação com o título

Acadêmicos de Turismo apresentam

trabalhos científicos no UnicenP

Evento traz alunos de todo o Brasil para participarem do SIT

de “Um inventário dos atrativoshistórico-culturais da praia doForte”.“A escolha dos alunos da

nossa universidade foi feitaatravés daqueles que se inte-ressaram pelo evento e que ela-boraram, como eu, artigospara que fossem mandados aoCongresso. Assim que foi apro-vado, já me organizei para vira Curitiba. Essas publicaçõesde artigos em seminários, con-tam muito para um futuromestrado ou bolsa no exteri-or”, diz Tiago.Os melhores trabalhos são

classificados para entrar no li-vro que está saindo sobre esseevento.Os prêmios para os primei-

ros lugares de graduação e pós-graduação são de R$ 400 e R$1000, respectivamente. A es-colha é feita por professoresdoutores de várias regiões doBrasil, que recebem os traba-lhos da comissão organizado-ra do evento.Após as notas dadas para vá-

rios quesitos, três avaliadoresdecidem quais foram os melho-res dentre os selecionados.

“A idéia [de apre-

sentação de traba-

lhos] surgiu há 4

anos, quando nós vi-

mos que precisáva-

mos ampliar o núme-

ro de pesquisas”

Robertson Luz/LONA

Numa seleção rigorosa, 97 trabalhos foram escolhidos entre 150 inscritos

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Curitiba, sábado, 15 de setembro de 2007 5

Entrevista

Jefferson Zapelaro e Anaisa Lejambre

Três convidados estrangeiros com-põem a mesa de palestras do IX Semi-nário Internacional de Turismo na noi-te de hoje no Teatro Positivo: a embai-xadora da Nova Zelândia, Alison Mann,falará sobre o turismo de aventura noseu país; o professor da Faculdade deTurismo da Universidade do México,Marcelino Castilho Nechar, vai abordara pesquisa turística na América Lati-na, e a bióloga costa-riquenha Ana Báestratará das práticas sustentáveis parafortalecer iniciativas de ecoturismo.

Em entrevistas exclusivas aoLONA, concedidas na tarde de ontem,os palestrantes anteciparam uma sín-tese das colocações que farão durante asessão desta noite. Marcelino Necharinformou que, na primeira parte dapalestra, será discutida a situação e aexperiência que a universidade mexi-cana vive e como é feita a pesquisa so-bre o ecoturismo e o turismo de aven-tura. “Temos que analisar as concep-ções e as estratégias que se passam naedição oficial do ecoturimo e turismo deaventura”, disse ele.

A segunda parte será mais para ana-lisar sobre o que está acontecendo comalgumas pessoas e empresas voltadas aoecoturismo. O professor, que tem douto-rado em Ciências Políticas e Sociais, fazuma análise do que aprendem nas uni-versidades mexicanas, mostrando o queeles acreditam apresentar para a Amé-rica Latina. “Os aprendizados que os alu-nos possuem são pelas várias revistaspesquisadas, nas quais especialistaspublicam suas idéias e os alunos podemutilizar esse trabalho. Estas revistas sãoexcelentes”, conta Nechar, acrescentan-do que sua vinda ao Brasil tem objetivobásico de trocar conhecimentos sobreturismo.

A bióloga Ana Báes, autora de livrossobre o assunto e presidente da empre-sa Turismo e Conservación, explicarásobre as práticas sustentáveis para for-talecer iniciativas de ecoturismo, combase em lições aprendidas na Costa Rica.Ela está gostando de sua vinda ao Bra-sil e de poder mostrar um pouco maissobre seu conhecimento.

Com um caderninho nas mãos, di-vidiu em três fases sua palestra. A pri-

meira é contar um pouco sua experiên-cia na Costa Rica no processo de evolu-ção. “Meu país tem um turismo alter-nativo e sustentável. Mostrar como foia evolução de quando começou o turis-mo e como está agora, e por que cha-ma tanta atenção das pessoas. Comolidar com o turismo internacional, ten-do uma diferenciação no modo de tra-balho”, conta Ana. Outro ponto a serabordado é o fato do ecoturismo ter en-contrado um mecanismo para desenvol-ver toda a conservação dos recursosnaturais culturais e patrimônios que opaís tem.

“Costa Rica não tem praias que pos-sam competir, por exemplo, com o Cari-be. Mas temos as nossas praias, ofere-cemos a cultura e a natureza com a bio-diversidade”, disse ela.

No final da palestra serão tratadosalguns casos referentes. Como este even-to que está acontecendo em Curitiba, etambém os programas de boas práticasem nível nacional, como o processo decertificação turística. Este processo hojeé trabalhado com certificação para ho-telaria, operadores, transportes, etc.“Estas práticas garantem que sejamimplementadas, criando um mercadopara o consumidor que pode identificaro grupo importante de provedores: os queestão no sistema de certificação, pode-seconfiar”, comenta Ana.

Outro grande programa que será en-focado na palestra é o “limpe sua via-gem”, uma proposta inovadora que pre-tende diminuir a quantidade de CO2emitido no ar, pelo transporte utilizadopelo turista.

Representantes internacionais vêm a Curitiba discutir ecoturismo

Palestrantes falam sobre

ecoturismo no cenário internacinal

O congresso trata sobre temas derelevância para a sociedade, e jovensestudantes de Turismo participam daspalestras para compreenderem melhoros assuntos. Entre os acadêmicos deoutras instituições que vieram a Cu-ritiba participar do IX SIT está Jak-son Aver, aluno de Turismo em Caxiasdo Sul (RS). Matriculado no 2º semes-tre do curso, este é o primeiro congressodo qual ele participa e comenta que pre-

tende se especializar no turismo de aven-tura e ecoturismo. “O objetivo de estarparticipando deste congresso é a procu-ra por mais conhecimento, pois qualquerinformação é válida. Além de conseguirnovos contatos com pessoas diferentes eno caso daqui, com pessoas de outrospaíses”, afirma Jakson.

Ele vai assistir todas as palestras eficará na cidade até segunda-feira. Oestudante demonstra o fascínio que tem

pelo ecoturismo e diz: “Gosto muitoda parte do meio ambiente, que achoque hoje em dia é muito importante,devido aos grandes acontecimentos naatualidade relacionados com a natu-reza. É preciso que haja a conserva-ção da mesma. Isso acaba sendo umdos conceitos do ecoturismo: a rela-ção da pessoa com o meio ambiente,sempre em busca da conservaçãoambiental”.

Busca de conhecimento

Anaisa Lejambre/LONA

Ana Báes e Marcelino Nechar: praticas sustentáveis e turismo de aventura

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Curitiba, sábado, 15 de setembro de 20076

“Segmento da atividade

turística que utiliza, de

forma sustentável, o

patrimônio natural e cul-

tural, incentiva a sua

conservação e busca a

formação de uma cons-

ciência ambientalista

através da interpretação

do ambiente, promoven-

do o bem estar das po-

pulações envolvidas”

Fonte: Embratur

Meio Ambiente

Hendryo André e Michel Prado

Destruir a monotonia e des-frutar belas paisagens. Quei-mar calorias e respirar o arpuro que só a natureza podeoferecer. Devastar o conheci-mento da história de uma re-gião e ajudar a reconstruí-lapara gerações futuras daque-la comunidade. Estes são osprincípios do ecoturismo, oramo do turismo que maiscresce no mundo.Segundo a Organização

Mundial do Turismo (OMT), omercado do ecoturismo expan-de, em média, 20% ao ano, con-tra apenas 7% do ramo conven-cional. A Organização estimaainda que 10% dos turistas queviajam pelo planeta são ecotu-ristas – só no Brasil meio mi-lhão de pessoas praticam a mo-dalidade todos os anos.No cenário nacional, aliás, o

estado que mais se destaca é oAmazonas. No entanto, a parti-cipação de brasileiros na regiãoé pequena, apesar das estimati-vas da OMT apontarem que aporcentagem triplicou nos últi-mos anos, atingindo 30%.

Paraná

Quando se pensa em eco-turismo no Paraná, logo sepensa no litoral – em especialna Ilha do Mel –, na Serra doMar e em Foz do Iguaçu. En-tretanto, algumas regiões des-conhecidas oferecem belas pai-sagens e até mesmo aventurapara os amantes dos esportesde aventura.Segundo a Orion Turismo,uma das 190 agências afili-adas à Associação Brasilei-ra de Agências de Via-

gens (Abav) noParaná, asempre sa sdo ramo de-vem ter res-

ponsabilidade na conduta dosvisitantes. Para a agência, nãotem como existir o ecoturismosem que ele seja sustentável.Deve-se gerar renda para asfamílias das regiões, mas semdegradar o meio ambiente.Portanto, é importante umaunião no setor de turismocomo, por exemplo, o trabalhodas ongs.De acordo com a represen-

tante da empresa, faltam in-vestimentos para que o Esta-do consiga competir igual-mente com outras regiões doBrasil. O Paraná nãotem atrativos con-solidados foraFoz do Iguaçu ea Ilha do Mel.Não existe como concorrercom regiões que, às vezes,nem são tão bonitas como asparanaenses, mas que são di-

vulgadas. Um exemplo é oCanyon Guartelá, o sexto mai-or do planeta em extensão, lo-calizado entre os municípiosde Castro e Tibagi. O lugar éfantástico, mas mas pouco co-nhecido, garante a assessora daOrion.Não é este o pensamen-

to de Daniel Spine-lli, proprietárioda Praia Secreta,uma operadora deturismo de aven-tura. Para ele, é melhor quenão se divulgue este tipo de lu-gar: “Aí vai uma pessoa porconta lá e picha uma rocha,

joga lixo, pegauma broméliapara levar paracasa. E estas ati-tudes fogem da

proposta do ecoturis-mo”, explica.

Spinelli também discordada Orion quando o assunto éinvestimento: “O que falta émão-de-obra qualificada. Faltagente séria. Tem um monte depicaretas que ‘pegam umaonda’ e querem abrir um negó-cio. Mas estas empresas nãoduram muito”.

Para que a divulgação doEstado pudesse serfeita, segundoSpinelli, serianecessário os ór-gãos públicos

mudarem de vi-são:

“O Brasil tem pouco di-nheiro em todos os serviços,principalmente os ambien-tais. Por isso, eles preferemcontrolar as empresas de tu-rismo e não os indivíduos quevão aos locais por conta pró-pria”, desabafa.

Samuel Berger/ Praia Secreta

O rafting pode ser praticado em diversas regiões do Paraná, inclusive no Vale da Ribeira

500 mil praticam ecoturismo no país,

apenas 30% são brasileiros

Ecoturismo

No Paraná, destinados mais procurados são o litoral e as Cataratas do Iguaçu

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Curitiba, sábado, 15 de setembro de 2007 7

RaftingPrática de descida em

corredeiras em equipe utili-zando botes infláveis e equi-pamentos de segurança. Aprimeira viagem de barco emcorredeiras foi registrada em1869, no Rio Colorado, nosEstados Unidos.

No Brasil, os primeirosbotes para rafting só chega-ram em 1982.

BalonismoA primeira demonstração

com balões foi feita 1709, pelopadre brasileiro Bartolomeude Gusmão. Na época ele de-monstrou ao Rei João V dePortugal um balão que su-biu de cerca de 4 metros,mas pegou fogo logo em se-guida.

Hoje existem campeona-tos de balonismo em todo omundo. No Brasil, a Associ-ação Brasileira de Balonis-mo organiza competiçõesdesde 1987.

EscaladaA escalada esportiva usa

técnicas e movimentos domotanhismo e exige o máxi-mo de força e concentraçãodo atleta. Uma das princi-pais vantagens da escaladaé que ela pode ser praticadaem qualquer lugar, pois sóutiliza uma parede e os equi-pamentos de segurança.

RappelO termo “rappel” vem do

francês e significa trazer erecuperar. Não se sabe exa-tamente quando foi criado,mas foi muito utilizado porarqueólogos na exploração decavernas.

O rappel é uma técnicade descida usada para atra-vessar obstáculos como ca-choeiras e paredões.

TrekkingCaminhar por trilhas na-

turais, desfrutando do con-tato com a natureza e, ain-da por cima, cercado de be-las paisagens em locais pou-co conhecidos. Quem prati-ca o trekking ou caminha-da, tem essa oportunidade,e esse é sem dúvidas o prin-cipal motivo que faz do es-porte um dos que mais cres-ce dentro do ecoturismo.

Categorias

Hendryo André Michel Prado

O turismo é uma das áreasque mais promovem desenvol-vimento no mundo. De acordocom a OMT, a receita geradapelo ecoturismo é estimada emU$ 260 bilhões, sendo, destes,U$ 70 bilhões produzidos noBrasil. Calcula-se que, no geral,o turismo seja responsável por11% do Produto Interno Bruto(PIB) mundial, o que represen-ta U$ 3,4 trilhões por ano – ci-fras que implicam no desenvol-vimento de vários países.

No Paraná, algumas regiõesjá têm a possibilidade de alme-jar o crescimento. “A região doVale do Ribeira [localidades como menor Índice de Desenvolvi-mento Humano] está tendo aoportunidade de se desenvolvercom o turismo. O ecoturismo con-tribui na região com o rafting norio Cerro Azul”, conta Daniel Spi-nelli, da agência Praia Secreta. Serra do Mar é um dos locais mais visitados no Estado

Hendryo André/LONA

Ao visitar uma unida-de de conservação, o turis-ta deve estar atento às exi-gências do local.

Nos parques nacionais,estaduais e municipais épermitida a visitação para aprática de atividades recre-ativas como caminhadas,montanhismo, canoagem,mergulho e observação deanimais, entre outros.

Nas reservas biológicas eestações ecológicas, a visita-ção só é permitida para pes-quisa e educação ambiental.

Nesses lugares, algunscuidados são necessários:

Cuidados necessários com o ambiente

Entre em contato coma administração daárea que você vai visi-tar previamente;

Nada do parque deveser levado embora:tudo no local faz partedo meio ambiente.

Observe os animais àdistância e não os ali-mente. Além do riscode doenças que algunsbichos silvestres po-dem transmitir, a pro-ximidade pode ser en-carada como ameaça;

Acampe a pelo menos60 metros de qualquerfonte de água. Nãocave valetas nem ar-ranque a vegetação aoacampar;

Para cozinhar utilizeum fogareiro própriopara acampamento. Ailuminação deve serfeita com um lampiãoou uma lanterna;

Tire fotografias, só dei-xe leves pegadas e levepara casa apenas suasmemórias;

Não queime nementerre o lixo pro-duzido durante aviagem. Tragatudo de novo comvocê. Se você podelevar uma embala-gem cheia para umambiente natural,pode trazê-la vaziana volta;

Aprenda as técni-cas básicas de se-gurança, comousar um mapa euma bússola, e pri-meiros socorros.

Setor de turismo gera U$ 70

bilhões no Brasil por ano

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Curitiba, sábado, 15 de setembro de 20078

Geral

Mariliza Bonesso

Foi aberta no final da tardede ontem a Feira de Ecoturis-mo e Turismo de Aventura queintegra a programação ao IXSeminário Internacional de Tu-rismo (SIT), promovido peloCentro Universitário Positivo(UnicenP). A Feira, montadano centro esportivo do campus,é uma das novidades da ediçãodeste ano. São 20 estandes deempresas e instituições queexpõem diversos produtos e ser-viços relacionados ao turismo,principalmente ao de aventu-ra, esportes de aventura e eco-turismo. Todos os trabalhos dafeira são pensados e organiza-dos pelos alunos do 3º ano deTurismo do UnicenP, que fica-ram responsáveis tanto pelaescolha do tema, como pela or-ganização do evento.

Segundo o coordenador docurso de Turismo, Dario Paixão,a feira vai desenvolver ativida-des paralelas no mesmo local:

“Além dos expositores, teremosoutras atividades, como pista deskate, palco com apresentaçõesde malabarismo, equilíbrios cir-censes e presença de DJs”.

O professor explicou que estaé uma feira comercial e é abertaao público: “Os expositores ape-nas pagaram pelo espaço e vie-ram aqui expor e vender produ-tos de ecoturismo às pessoas queestiverem presentes no evento”.Um dos estandes é o da Casa daMontanha, que vende equipa-mento para escalada, campinge montanhismo. Rafael Wojcik,consultor técnico da loja, diz quejá participou de outros eventos:“É a primeira vez que expomosnossos produtos neste evento,mas como a empresa é conheci-da entre os adeptos do turismode aventura fomos convidadospara mostrar aqui nossos pro-dutos, vender e instruir como éfeito o uso dos equipamentos”.

A turismóloga Cláudia Ma-lachini, formada há três anos,abriu a agência Kirra, de inter-câmbios, viagens e cursos jun-

Feira de Ecoturismo e Turismo de Aventura é a novidade do IX SIT

Empresas e instituições expõem produtos

Gláucia Canalli

O Brasil conta com umagrande diversidade de elemen-tos geológicos com potencial deexploração turística. Trata-sede um segmento que, se tiverinvestimentos, poderá trazerótimos resultados, tanto paraempresários quanto as admi-nistrações municipais.

Quem defende esta idéia éo geólogo e fotógrafo curitiba-no Antonio Liccardo, que de-senvolveu recentemente umainiciativa pioneira na área: acriação de um site com infor-mações sobre o geoturismo noBrasil (www.geoturismobrasil.com).

Além de sítios geológicos epaleontológicos, pequenosmunicípios ou propriedadesparticulares podem apresen-tar pontos de interesse geotu-rístico. “Palavras ‘mágicas’como vulcão, terremoto, dia-mante e esmeralda atraem os

turistas”, afirma Liccardo.De acordo com o geólogo,

os trabalhos de levantamen-to geoturístico crescem numavelocidade significativa. Osestados do Rio de Janeiro, RioGrande do Norte, Bahia e Pa-raná apresentam planos deestudo em andamento. NoParaná, Liccardo participouda criação e instalação de pa-inéis em pontos de interessegeoturístico e da pesquisa denovos locais para trilhas deturismo.

Um exemplo citado pelogeólogo é a cidade de Tibagi,a 220 quilômetros de Curiti-ba. Estudos realizados na re-gião indicaram a existênciade sítios arqueológicos, cujascaracterísticas foram eviden-ciadas em nove painéis. Atu-almente, guias recebem capa-citação para atender turistasque visitam a cidade. Hoje, omunicípio é o quarto mais im-portante do Paraná em eco-turismo.

Geólogo defende potencial do geoturismo

Feira composta por 20 estandes é novidade no seminário

Camila Pichete/LONA

Em 2003, a Mineropar ini-ciou o projeto Sítios Geológicose Paleontológicos do Paranácom o objetivo de integrar a ge-ologia ao turismo, tanto levan-do o conhecimento geológico aosatrativos turísticos naturais,quanto tornando a geologia umatrativo turístico, transforman-do pontos notáveis em produtosturísticos.

Com vários projetos estrutu-rais em andamento, a compa-nhia interage em parceria comprofissionais e empresas, fo-mentando a atuação neste se-tor. Ela pretende, ainda, lançarum atlas geoturístico do Para-ná bilíngüe.

O Paraná é o segundo esta-do com o segmento de geoturis-mo mais desenvolvido, ficandoatrás apenas do Rio de Janeiro.Há 31 painéis que trazem in-formações geológicas espalha-dos por pontos de visitação tu-rística em todo o Estado.“O tu-rismo bem gerenciado só trazbenefícios para a localidade,

pois serve de fonte de renda paraa conservação”, diz Liccardo. Eacrescenta: “O geoturismo cau-sa sensibilidade e então melho-ra a consciência ambiental”.

to com um colega de classe. “Eufui convidada a participar dafeira por uma pessoa que faz ocurso aqui no UnicenP”, disse

Cláudia, manifestando uma boaexpectativa em relação ao su-cesso do empreendimento. Osestandes ficam abertos duran-

te todo o dia de sábado, juntoàs atividades paralelas do SIT,e no domingo até às cinco emeia da tarde.

Atualmente, Liccardo estádesenvolvendo um guia de ge-oturismo em Curitiba, queserá lançado no começo dopróximo ano.

Liccardo: divulgação do potencial turístico da geologia

Gláucia Canalli/ LONA

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Curitiba, sábado, 15 de setembro de 2007 9

Texto e fotos: Gabriel Lopes

A Ilha de Superagui fica localizada a três ho-ras de barco de Paranaguá. É um lugar maravi-lhoso que tem atraído um número crescente devisitantes, adeptos do turismo de aventura e doecoturismo, embora seja pouco explorada.A grande diversidade de animais, como aves,

botos, focas e às vezes até baleias, é uma atraçãoadicional, ao lado da flora belíssima.A população da ilha é muito receptiva, sim-

ples e vive apenas da pesca. O lugar mais visita-do é a Praia Deserta, com 38 quilômetros de ex-tensão, que faz divisa com a ilha do Cardoso, jáno litoral Sul de São Paulo.Para os praticantes do surfe, sempre há boas

ondas e ninguém dentro do mar, algo quase im-possível hoje em dia em praias mais badaladas.Outra grande atração é o final de tarde, com umpôr-do-sol inesquecível em frente à vila dos pes-cadores.Para quem gosta de frutos do mar, Superagüi

oferece grande diversidade como peixes, camarão,ostras por preços muito baixos. Uma refeição com-pleta de salada e frutos do mar não passa de R$10 por pessoa.As acomodações também são baratas: por R$

25 é possível pernoitar em uma pousadinha con-fortável e tomar café-da-manhã.É um lugar que chove pouco. Faz bastante

calor durante o dia, proporcionando noites comum dos céus mais estrelados do litoral paranaen-se.As opções de lazer noturno são raras, porém

uma vez por mês, acontece a famosa dança típicados pescadores, o fandango. A festa é comandadapelos pescadores mais idosos da ilha, que cantame tocam violão feito por eles mesmos.Para acrescentar a alegria da festa, a bebida

pode ser cerveja ou a cataia, que é típica de Gua-raqueçaba, feita com folhas curtidas com cacha-ça, com forte teor alcoólico.

Meio Ambiente Ainda pouco explorada pelos viajantes, Superagüi reúne fauna e flora diversificadas

O paraíso do ecoturismo no Paraná

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Curitiba, sábado, 15 de setembro de 200710

Diego Ramos

Uma antiga tradição germâ-nica, a Schlachtfest, ou festa dacarne, é preservada por descen-dentes de imigrantes alemãesque colonizaram a região de SãoBento do Sul, em Santa Catari-na. Todos os anos, no início desetembro, a comunidade orga-niza a festa que lembra as ati-vidades de estocagem na entra-da do inverno quando os homensda casa saíam à caça para guar-dar os alimentos.Após o sucesso da caçada, as

famílias se encontravam paracelebrar a fartura de comida.Segundo a organização do

evento, que neste ano alcançoua sua 26ª edição, cerca de 30 milpessoas compareceram à Schla-chtfest, e pouco mais de 25 millitros de chope foram consumi-dos nos quatro dias de comemo-ração, de 6 a 9 de setembro.Além de bebida, os festeiros

encontraram alimentos em far-tura na ampla praça de alimen-tação montada dentro da Socie-dade Ginástica e DesportivaSão Bento, palco principal daSchlachtfest. As ruas e praçasda cidade, que receberam deco-

ração especial para a celebra-ção, foram tomadas pela multi-dão durante o feriado.Na quinta-feira dia 6, uma

missa às 19h na Igreja MatrizPuríssimo Coração de Mariadeu início à comemoração. Apósa cerimônia, a Banda Treml,tradicional na cidade, abriu asfestividades no clube. À meianoite, foi aberto o primeiro bai-le, movido aosom do grupoOs Sonatas. “Édificil eu sairna quinta-fei-ra, porqueacordo cedo etrabalho o diainteiro. Mas aSchlachtfestmerece, é amelhor festado ano, comcerteza”, con-tou a secretária Michele Mi-chels, 22 anos, natural de SãoBento.No primeiro dia 3,4 mil li-

tros de chope foram consumi-dos. A sexta-feira amanheceuem São Bento com um sol de 30graus, o que contribuiu para osucesso nas vendas de bebidas.Durante o dia 7 de setembro,

5,4 mil litros de chope fizerama festa dos presentes. Ao meiodia da sexta, a banda de Jara-guá do Sul, Tal´s Baum tocouno coreto montado no pátio. Àsquatro horas da tarde foi a vezdas apresentações folclóricasanimarem os convidados. O TrioEdelweiss tocou às seis horas,finalizando a tarde de sexta.Durante a noite, o Baile da

Rainha era omais aguardadoda festa. Váriasgarotas disputa-vam o lugar deRainha da Schla-chtfest. O eventoteve início àsnove horas da noi-te e a eleita foiMonique Becker.O público vibroucom o baile, umadas mais anima-

das era a empresária Anete Bo-llman Garcia, que freqüenta afesta desde a primeira edição.“Não perco a Schlachtfest pornada. O primeiro baile que fuina minha vida foi aqui. Meu paiera muito rigoroso e eu nuncapodia sair, até que um dia eleresolveu liberar”, lembra a em-presária, que todo ano veste seu

São Bento do Sul, em Santa Catarina, celebra festa tradicional da Alemanha

30 mil pessoas na Schlachtfest

A praça de alimentação foi montada exclusivamente para o evento

traje típico para ir ao evento.À meia-noite, a Banda do

Barril, de Blumenau, agitou obaile, que durou até as cincohoras da manhã, encerrandomais um dia de alegria na ci-dade.

Desfile

O penúltimo dia da Schla-chtfest foi marcado pelo desfilede carros nas ruas. Cerca de 60entidades de São Bento e regiãodesfilaram para os espectadores.O desfile começou às três horasda tarde e teve como principalobjetivo mostrar as tradiçõesgermânicas encontradas na ci-dade.Foram distribuídos chope,

bolachinhas caseiras, balas, vi-nhos e até mesmo preservati-vos. Durante o sábado, tambémensolarado, várias bandas e gru-pos culturais apresentavam-seno pátio do clube. Às onze ho-ras da noite, começou o baileque, novamente, vai até a ma-nhã seguinte.No encerramento, mais

uma tradição foi seguida. Àssete horas da manhã, os jovensforam tomar café da manhã naFendrich, lanchonete da cida-de. “Estou muito cansado, masnão perdemos um lanchinhoaqui. Sem contar que é o últi-mo dia que venho, então vale apena”, conta o estudante MiguelBaptista, de 19 anos, com umcopo de chope, colaborando paraos 10 mil litros consumidos nodia.Na última etapa dos feste-

jos, a programação era maisleve. O baile começou às cincohoras da tarde e terminou àmeia-noite. “A festa é boa de-mais. É a primeira vez que ve-nho. Vim de Curitiba com umamigo meu que namora umamenina daqui mesmo. Ia ficarsó até sexta e depois iria paraPiçarras, no Bali Hai, mas re-solvi ficar, porque vale muito apena, é um carnaval fora deépoca”, disse o estudante deMarketing Lucas Lambertucci,que ainda completou aos risos,“tem que ser guerreiro paraagüentar o feriado aqui, mas arecompensa vem com as alemo-as (sic)”. É um carnaval fora deépoca, mas as músicas são to-das típicas da Alemanha.

Comida

A gastronomia também émarca registrada da Schla-chtfest. Espetinho, doces casei-ros, cachorro-quente, pratos tí-picos e café colonial fizerammuitas pessoas se deliciarem.“O melhor de tudo é o almoçono domingo aqui na ‘Sclacht’,pois é tradição minha famíliase reunir e se confratenizar comnossos amigos”, diz a estudan-te Fernanda Just, de 15 anos,que ainda ressalta: “Mas alémdo almoço também tem os doci-nhos de sobremesa, que sãomaravilhosos”. Agora só anoque vem. A data está marcada:setembro de 2008. Na cidade decaracterística alemã somente aarquitetura e a forte colônia ger-mânica ficaram. Até lá!

O baile de sábado recebeu o maior público do feriado

Fotos: Diego Ramos/ Lona

“O melhor de tudo

é o almoço no

domingo aqui na

‘Sclacht’, pois é

tradição na minha

família se reunir e

confratenizar com

nossos amigos”

Cultura

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Curitiba, sábado, 15 de setembro de 2007 1 1

Área de proteção da Serra

da Esperança sai do papelAna Luisa Toledo

A Área de Preser-vação Ambiental(APA) da Serra da Es-perança está efetivamen-te saindo do papel depois de14 anos de constituição.Trata-seda maior reserva contínua de florestade araucária que ainda existe no Pa-raná, faz parte do projeto de preserva-ção e desenvolvimento que contempladez municípios na região centro-sul doEstado e tem parceria do Instituto Am-biental do Paraná (IAP), SecretariaEstadual do Meio Ambiente e a orga-nização não governamental Mater Na-tura.Para os pequenos agricultores, a

iniciativa foi recebida com esperançade que suas atividades possam melho-rar. O presidente da Associação dos Mo-radores, Pecuaristas e Agricultores deRio do Areia, Ambrósio Malko, afirmaque a apresentação de novas alterna-tivas para as pequenas propriedadesirá facilitar as atividades da agricul-tura local. “Ter nosso representante nadiscussão irá melhorar o processo deelaboração do plano de manejo, benefi-ciando os pequenos agricultores semdeixar de lado a preservação da área”,disse Malko.A Serra da Esperança totaliza

206,5 mil hectares, é dividida entreo segundo e terceiro planaltos para-naenses. Na porção que correspondeao segundo planalto, a estrutura ésedimentar, e a fundiária é marcadapor pequenas propriedades,predominando a colonização de ucra-nianos e poloneses, onde se desenvol-ve uma agricultura de subsistência.Localizam-se ali os municípios dePrudentópolis, Irati, Mallet e PauloFrontin.Na área relativa ao terceiro planal-

to, formado por basalto, predominamas grandes propriedades e desenvol-vem-se as atividades extrativistas, deexploração da madeira e erva-mate e apecuária extensiva. Os municípiosabrangidos são Guarapuava, Cruz Ma-chado, União da Vitória, Inácio Mar-tins e Paula Freitas.A área sofre atividades predatóri-

as, extrativismo vegetal e notadamen-

te aextração de madeirae xaxins. É justamente oproblema das atividades predatóriasuma das maiores preocupações do pro-jeto. Além dos danos ecológicos, aspec-tos econômicos também estão envolvi-dos. Com os problemas analisados, sur-giu a oportunidade da ong Mater Natu-ra enviar uma proposta para o Ministé-rio do Meio Ambiente. “Concorremos comongs de todo o país, e fomos aprovados.Em seguida fizemos uma parceria com

o IAP”, comentou Pollyana Born, biólo-ga da Mater Natura.O projeto foi aprovado e a parceria

concretizada. O programa já está nasegunda fase. Germano Toledo Alves,agrônomo do IAP e gerente da APA, ex-plica que o programa precisa ter conti-nuidade e para isso será formado umconselho gestor participativo, com repre-sentantes de cada município.

Serra guarda a maior reserva de floresta de araucária do Paraná

Salto de São FranciscoSalto de São FranciscoSalto de São FranciscoSalto de São FranciscoSalto de São Francisco

“Este conselho irá levantar os pro-blemas da região e, com o auxílio da co-munidade, apresentar soluções viáveis.Os representantes serão escolhidos pelapopulação, com democracia e participa-ção”, afirma.Na primeira etapa do projeto foi rea-

lizado um levantamento dos proprietári-os de áreas localizadas na região da APA,seguido de reuniões para explicar o fun-cionamento do plano de preservação.“Participei da primeira reunião, ago-

ra vou fazer a oficina de capacitação. Va-mos ajudar para que aconteça o que pre-cisamos, beneficiando os pequenos agri-cultores e também os municípios”, afir-mou Pedro Lucidio, proprietário de umaárea no município de Inácio Martins.Nas oficinas de capacitação, são ex-

plicados detalhes do projeto, de como fun-ciona a APA e de como será o conselhogestor e seu desenvolvimento. Na segun-da etapa, serão realizadas 16 oficinas.“Daremos mais explicações para eles nes-sas oficinas que vão acontecer duranteum dia inteiro. Nós vamos entregar oassunto para que eles saiam de lá comuma noção maior do que realmente vaiser o projeto”, explicou Pollyana.Uma terceira etapa será direciona-

da à formação do conselho gestor queterá a representatividade da sociedadecivil nas decisões para o desenvolvimentodo projeto.Os participantes das oficinas, junto

com as prefeituras, irão indicar os seusrepresentantes no conselho, que depoisde formado e com o estatuto pronto, ela-borarão o plano de manejo.De posse destes dados será realizada

com o conselho da APA uma oficina deplanejamento, que terá vários objetivoscomo a discussão a proposição do zonea-mento ambiental e o planejamento daAPA, que inclui o turismo na Serra daEsperança.

Considerado osalto mais alto daregião Sul, comaproximadamente196 metros de que-da livre, o SãoFrancisco atraituristas da re-gião. Localizadona Serra da Es-perança, umaárea naturalde grande ape-lo cênico, temuma belezaimpressionan-te. Além desua altura, ovolume deáguas, aformaçãorochosa,a águalímpi-

da e a queda do salto são espe-taculares.O local é favorável a cami-

nhadas, observações, prática derapel. Para a estudante Maria-na Pizzato, que visita a serracom freqüência, a iniciativa doprojeto é muito importante tan-to para proprietários da região,quanto para os turistas. “O pro-jeto, além das atividades dos pe-quenos agricultores melhor, ascondições turísticas da Serratambém vão ganhar e o localvai ser preservado”.Para chegar ao Salto São

Francisco é necessário passarpor um trecho de terra batida epedras com aproximadamente15 quilômetros. A visão da pai-sagem no caminho para o sal-to é linda, contornandoe subindo parte daSerra da Esperan-ça conhecida lo-calmente por“Serra dasPombas”.

Fotos: Mariana Pizzato/LONA

Meio Ambiente

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Curitiba, sábado, 15 de setembro de 200712

Eduardo Betinardi

Um passeio entre obrasoriginais, dinâmicas, vi-brantes e expressivas, quedespertam as mais variadassensações. Assim podemosdefinir a exposição de Alfre-do Volpi. Filho de imigran-tes italianos, Volpi desem-barcou no Brasil aos doisanos de idade e nunca maisabandou a pátria que ado-tou de corpo e alma.Alfredo Volpi destaca-se

por produzir uma arte ori-ginal, com uma linguagemexclusiva desenvolvida nabase de muitas experimen-tações e mutações, o que tor-na as obras incomparáveis,diferente dos artistas damesma época, que não con-seguiam fugir da influênciaeuropéia. Essa distinção deestilo foi motivada principal-mente pela diferença socialentre Volpi e os outros ar-tistas. Enquanto Volpi erade uma família humilde quelutava para sobreviver emsolo brasileiro, seus contem-porâneos tinham contatodireto com a produção ar-tística e com os movimen-tos artísticos europeus.As obras de Alfredo Volpi

ficarão expostas até o dia 30de setembro no Museu Os-car Niemayer. São 117 pin-turas que exibem toda aexuberância do artista comobras produzidas entre osanos de 1920 e 1970.

Volpi, o mestre dos mestres