lona 510- 02/09/2009

8
Curitiba, quarta-feira, 2 de setembro de 2009 - Ano XI - Número 510 Jornal-Laboratório do Curso de Jornalismo da Universidade Positivo [email protected] DIÁRIO d o B R A S I L Página 8 Página 8 Página 8 Página 8 Página 8 Ensaio Argentina X Brasil Lapa: a cidade histórica em detalhes Página 6 Página 6 Página 6 Página 6 Página 6 Clássico Opinião Página 2 Página 2 Página 2 Página 2 Página 2 Página 3 Página 3 Página 3 Página 3 Página 3 Em jogo decisivo nas Eliminatórias da Copa do Mundo, Maradona leva jogo para Rosário para reviver a “batalha”. Os treinadores, Dunga e Dieguito, terão um duelo à parte na partida deste sábado. A história dos embates entre a conservadora direita e a revolucionária esquerda. E, no Brasil, a febre dos “partidos da moda”, que faz com que, no final das contas, esquerda e direita sejam todas “farinha do mesmo saco”. Política Programa “Paraná em Ação”, realizado pelo go- verno do Estado, começa dia 4 de setembro no Centro Cívico, e traz à população benefícios como emissão de documentos, esclarecimentos em áreas jurídicas e exames de saúde. A coor- denação do programa espera receber até o dia 8, último dia de atividades do Paraná em Ação, cerca de 50 mil pessoas e realizar 150 mil aten- dimentos nas diversas áreas do programa. Paraná em Ação oferece feira de serviços gratuitos aos curitibanos Nova tecnologia liga o mundo digital ao mundo real O QR Code é uma tecnologia interativa que pode ser aplicada em diver- sas áreas. Frequentemente tem sido visto em informes publicitários, anexando em seu link conteúdos extras para os consumidores. Para o jornalismo, o QR Code permite a convergência entre os diferentes tipos de mídia, revelando o conceito de jornalismo móvel. Página 8 Página 8 Página 8 Página 8 Página 8

Upload: lona-2009

Post on 30-Mar-2016

225 views

Category:

Documents


1 download

DESCRIPTION

JORNAL-LABORATÓRIO DIÁRIO DO CURSO DE JORNALISMO DA UNIVERSIDADE POSITIVO.

TRANSCRIPT

Page 1: LONA 510- 02/09/2009

Curitiba, quarta-feira, 2 de setembro de 2009 - Ano XI - Número 510Jornal-Laboratório do Curso de Jornalismo da Universidade Positivo [email protected]

DIÁRIO

do

BRASIL

Página 8Página 8Página 8Página 8Página 8

Ensaio

Argentina X Brasil

Lapa: a cidadehistórica em

detalhes

Página 6Página 6Página 6Página 6Página 6

Clássico

Opinião

Página 2Página 2Página 2Página 2Página 2

Página 3Página 3Página 3Página 3Página 3

Em jogo decisivo nasEliminatórias da Copa do

Mundo, Maradona leva jogopara Rosário para reviver a“batalha”. Os treinadores,

Dunga e Dieguito, terão umduelo à parte na partida deste

sábado.

A história dos embatesentre a conservadora direita e arevolucionária esquerda. E, noBrasil, a febre dos “partidos da

moda”, que faz com que, nofinal das contas, esquerda e

direita sejam todas “farinha domesmo saco”.

Política

Programa “Paraná em Ação”, realizado pelo go-verno do Estado, começa dia 4 de setembro noCentro Cívico, e traz à população benefícioscomo emissão de documentos, esclarecimentosem áreas jurídicas e exames de saúde. A coor-denação do programa espera receber até o dia8, último dia de atividades do Paraná em Ação,cerca de 50 mil pessoas e realizar 150 mil aten-dimentos nas diversas áreas do programa.

Paraná em Açãooferece feira deserviços gratuitosaos curitibanos

Nova tecnologia liga omundo digital ao mundo realO QR Code é uma tecnologia interativa que pode ser aplicada em diver-sas áreas. Frequentemente tem sido visto em informes publicitários,anexando em seu link conteúdos extras para os consumidores. Para ojornalismo, o QR Code permite a convergência entre os diferentes tiposde mídia, revelando o conceito de jornalismo móvel.

Página 8Página 8Página 8Página 8Página 8

Page 2: LONA 510- 02/09/2009

Curitiba, quarta-feira, 2 de setembro de 20092

Expediente

O LONA é o jornal-laboratório diário do Cursode Jornalismo da Universidade Positivo – UP,

Rua Pedro V. Parigot de Souza, 5.300 – Conectora 5. CampoComprido. Curitiba-PR - CEP 81280-30. Fone (41) 3317-3000

Reitor: Oriovisto Guimarães. Vice-Reitor: José Pio Martins. Pró-Rei-tor Administrativo: Arno Antônio Gnoatto; Pró-Reitor de Graduação:Renato Casagrande; Pró-Reitora de Extensão: Fani Schiffer Durães; Pró-Reitor de Planejamento e Avaliação Institucional: Renato Casagran-de; Coordenador do Curso de Jornalismo: Carlos Alexandre Gruberde Castro; Professores-orientadores: Ana Paula Mira e Marcelo Lima;Editoras-chefes: Aline Reis, Camila Scheffer Franklin e Marisa Rodrigues.

“Formar jornalistas com abrangen-tes conhecimentos gerais e huma-nísticos, capacitação técnica, espí-rito criativo e empreendedor, sóli-dos princípios éticos e responsabi-lidade social que contribuam comseu trabalho para o enriquecimen-to cultural, social, político e eco-nômico da sociedade”.

Missão do cursode Jornalismo

OpiniãoTecnologia Política

Camila Rodrigues

As lutas emblemáticas dospartidos de esquerda e direitanão são tão recentes como sepensa. Opostas como ímãs damesma polaridade, dividem ho-mens e mulheres por meio de di-ferenças político-ideológicas.

A origem desses termos reto-ma à tão conhecida, quanto ve-lha, Revolução Francesa. As reu-niões acaloradas entre revoluci-onários e conservadores, em queos membros do Terceiro Estadosentavam-se à esquerda do rei —e do lado direito, os nobres e par-ticipantes do clero —, resultaramna criação de novos adjetivos aovocabulário e aos seus simpati-zantes. À esquerda cabia todo ra-dicalismo e oposição; à direita,as opiniões favoráveis a Sua Ma-jestade.

Essas noções de separaçãopolítica ainda surtem muito efei-to em nossa sociedade. Quemnunca teve aquele colega de sala,com o Che estampado na cami-sa, gritando aos quatro ventos, aliberdade dos ideais, contra aoposição sangrenta do liberalis-mo?

O que algumas linhas depensadores afirmam é que, deforma alguma, em terras tupini-quins um dia existiu alguma di-ferença entre esquerda e direita.Esses conflitos não passam dealusões ao passado, mistificadaspelo ideal utópico adolescente.

Olhando o cenário políticonacional, essa visão, um tantoquanto pessimista, não deixa de

Naiane Rossini

“Nada em demasia”, já di-zia Sócrates a seus pupilos naGrécia do século III a.C. Masmuitos jogadores de videoga-me não seguem as recomenda-ções do grande filósofo helenoe abusam da jogatina.

Cada vez mais cedo os jo-vens entram para o “mundovirtual”, usando e abusandodos games como formas de en-tretenimento. Porém, por incrí-vel que pareça, uma pesquisarealizada nos Estados Unidosrevela que a maior parte dosjogadores tem em média 35anos.

Além disso, os homenscontinuam sendo a maioria no“esporte”. Os pesquisadorestambém constataram que par-te está acima do peso e usamais a internet do que os ou-tros homens. Já as mulheresque jogam videogame têmmaior grau de depressão e suasaúde é pior do que a das não-jogadoras.

O psicólogo alemão KlausWoelfling revelou que pessoasque jogam demais podem terde lidar com os mesmos efeitosfísicos e psicológicos da absti-nência, caso decidam desligarseus computadores ou conso-les por um tempo.

Esses são apenas doisexemplos de pesquisas quecomprovam que o uso exces-sivo do videogame pode pre-judicar a vida da pessoa. O

O vício dadiversão

que parece apenas uma brin-cadeira pode acabar ficandosério.

Cerca de um em cada dez jo-gadores de videogame mostramsinais de vício, que podem terefeito negativo sobre a família,amigos e desempenho escolar.Com o número de viciados cres-cendo, já se encontra clínicas dereabilitação em todo o mundo.

Claro que não é porque umapessoa joga videogame que vaise tornar um viciado. Não háproblemas se houver controle,evitando-se ficar horas na fren-te dos games, que na maioriadas vezes são extremamente vi-olentos e que não acrescentamem nada na formação dos jo-vens.

Tanta coisa pode ser feita emvez de ficar jogando excessiva-mente. O tempo nunca volta, epara que desperdiçá-lo com coi-sas que não vão trazer nenhumretorno? As crianças têm quebrincar com outras crianças, enão com máquinas, que acabamas deixando agressivas, mal-hu-moradas e sem amigos de ver-dade. Os adultos também preci-sam rever seus conceitos. Tudobem aderir ao videogame de vezem quando como forma de la-zer, mas para tudo existem limi-tes.

A maioria dos "viciados"em videogame podem ser osadultos, mas o ideal é se cor-tar o mau pela raiz, e evitarque os jovens fiquem muitotempo em frente à telinha.

ter razão. São tantas alianças e re-conciliações que não se podemais imaginar. Em um dia o po-lítico que joga a “pedra’’ em seurival partidário monta um caste-lo para a candidatura da entãooposição. Ou até mesmo alia-seao partido difamado, mesmo queseus ideais sejam completamen-te diferentes.

O problema é que no Brasilo incrível fenômeno do “partidona situação” transforma os po-líticos no que muita gente cha-ma de farinha do mesmo saco.Um álibi conhecido e recente foia troca de ofensas entre os sena-dores Fernando Collor de Mello(PTB-AL) e Pedro Simon(PMDB-RS).

O motivo do embate foi um

Cerca de um em cada dez jogadores devideogame mostram sinais de vício, quepodem ter efeito negativo sobre afamília, amigos e desempenho escolar.

Direita, esquerda e a guilhotina

lembrete ao ex-presidente, quedefende a permanência de Sar-ney na Presidência do Senado.Simon, que é a favor do afasta-mento de Sarney, afirma que Co-llor o convidou para ser vice-pre-sidente de sua chapa. A respos-ta de Fernando Collor de Mellonão poderia ser mais cáustica:“São palavras que não aceito so-bre mim e minhas relações polí-ticas. São palavras que eu queroque o senhor as engula e as di-gira como achar conveniente”.

Isso me lembra outra histó-ria francesa: a criação da gui-lhotina. O doutor Joseph Igna-ce Guillotin, que imaginou eprojetou a máquina para suainfelicidade, acabou perdendosua cabeça, literalmente.

Lendas populares dizem que o doutor Joseph Ignace Guillotin,inventor da guilhotina, foi morto pela própria invenção

Divulgação

Page 3: LONA 510- 02/09/2009

Curitiba, quarta-feira , 2 de setembro de 2009 3

GeralAção Social

Programa estadual ofereceserviços gratuitos à populaçãoSegundo a coordenadora do “Paraná em Ação”, serão efetuados cerca de 150mil atendimentos em cinco dias de atividades

Luma Bendini

Acontece pela quinta vez em Curitiba o programa do governo estadual “Paraná em Ação”, queserá realizado entre os 4 e 8 de setembro, em frente ao Palácio Iguaçu, no Centro Cívico. O “Paranáem Ação” vai oferecer serviços gratuitos para a promoção da cidadania e inclusão social da popula-ção.

A emissão de documentos como carteira de identidade, carteira de trabalho, CPF e título de eleitor- serviço muito procurado nos anos anteriores - será um dos benefícios oferecidos aos visitantes.

Na área da saúde serão feitos testes de glicemia e urina, orientações sobre saúde bucal, avaliaçãofísica e testes de prevenção ao câncer de colo e útero e mama, além de ações de educação e prevençãoao meio ambiente e oficinas de artesanato para geração de renda.

Uma parceria com o Poder Judiciário também disponibiliza serviços judiciais e extrajudiciais comoa guarda e responsabilidade de menores, reconhecimento de paternidade e maternidade, divórcios einscrição para casamento coletivo.

A coordenadora do programa, Cleci Amadore, diz que em função da gripe “A” as expectativaspara este ano são um pouco menores. Ainda assim, o programa espera receber mais de 50 mil pesso-as, com cerca de 150 mil atendimentos. Segundo Cleci, a soma de esforços de várias instâncias dopoder público é que permite uma ação como essa, em que o foco principal é fazer dos moradores dacidade verdadeiros cidadãos.

A Secretaria Especial de Relações com a Comunidade (SERC) tem divulgado o evento em reuni-ões com associação de moradores, distribuição de folhetos nas escolas, conversas com assistentessociais e propagandas na televisão.

Programa "Paraná em Ação" acontece de 4 a 8 de setembro, das 9 às 17 horas, na Praça NossaSenhora de Salete (Em frente ao Palácio Iguaçu).

Serviço

Pista do Gaúcho estátemporariamenteinterditada para

reformaAlém da pista, praça irá receber câmeras de

segurança e melhorias na iluminação

Thiago MacenoMatheus Dumsch

A Praça do Redentor, maisconhecida como “Pista do Ga-úcho”, é uma referência no ska-te nacional, e desde 1978, anode sua inauguração, nunca ha-via passado por uma revitaliza-ção.

Na última quarta-feira, o lo-cal começou a receber as primei-ras obras. A pista foi totalmen-te fechada e só será reaberta da-qui a dois meses, quando a re-forma estiver concluída.

O mestre da obra, SebastiãoSilva, conta que a pista irá re-ceber inúmeras melhorias naparte estrutural. Uma delas é aconstrução de uma pequena ar-quibancada para eventos e umamini-ramp - pista em formato de“U”. “O chão vai ser todo tro-cado por um novo chamadogranilite, que além de ser maisliso é mais resistente, é idealpara a prática do skate”.

Além da pista, toda a Praçado Redentor irá receber melho-rias, como a implantação de câ-

meras de segurança, novos ban-cos e iluminação mais potente.“Acredito que essa medida decolocar câmeras vai deixar apista muito mais segura paranós, até mesmo fazendo as fa-mílias voltarem a frequentarmais a praça, que sofria muitocom o tráfico e consumo de dro-gas”, conta o comerciante LuizCarlos.

A reforma da pista, queestá sendo coordenada pelaSecretaria Municipal do MeioAmbiente e pelo Departamen-to de Parques e Praças de Cu-ritiba, está deixando os fre-quentadores animados e chei-os de expectativa. Para mui-tos o “Gaúcho” já sofria como desgaste do tempo. “A inten-ção da reforma é muito boa,deixando a praça com umanova cara, voltando a ser a re-ferência que sempre foi noskate de Curitiba”, conta Ro-naldo Miranda, skatista quefrequenta a pista desde a suainauguração e um dos respon-sáveis pelo projeto da revitali-zação.

Ricardo Almeida - SMCS

Com a reforma. a pista do Gaúcho vai voltar a ser referência parao skate curitibano

Vida pública

Em ritmo de Intercom,monitores recebem treinamento

Congresso

Aline Reis

O 32º Congresso da Socieda-de Brasileira de Estudos Inter-disciplinares da Comunicação(Intercom) está se aproximando,e na reta final da preparaçãopara o evento, foi a vez dos mo-nitores receberem o treinamento.Duas palestras com as instru-ções de procedimento para os es-tudantes aconteceram anteon-tem, de manhã e à noite, no au-ditório do bloco bege da Univer-sidade Positivo.

Professores dos cursos de Jor-nalismo, Publicidade e Propa-ganda e Turismo estiveram nabanca que orientou os alunos du-

rante a palestra. Houve uma res-salva sobre o comportamento dos“alunos-monitores” ante os visi-tantes, bem como os trajes que osalunos devem usar durante amonitoria (foi recomendado ouso de calça jeans e tênis de corescura).

Outro ponto abordado du-rante o treinamento foi o confor-to e a segurança que os partici-pantes da Intercom terão nocampus da Universidade Positi-vo. “Conversamos com a Urbs econseguimos mais horários detransporte para Universidade,teremos ônibus disponíveis acada vinte minutos”, frisou aprofessora do curso de Jornalis-

mo Elza Aparecida de Oliveira.Além disso, haverá monitoresque falam outros idiomas e umsetor de logística situado no cen-tro do campus para que as pes-soas que não conhecem a cida-de possam sentir-se situadasdentro da Universidade.

A professora Zaclis Veiga,também do curso de Jornalismo,pediu empenho e dedicação aosmonitores para que o congresso“seja memorável”. “Queremosque esse Intercom seja o melhorde todos os tempos. Que quan-do acontecerem as próximas edi-ções, as pessoas se lembrem doIntercom de Curitiba”, disse en-faticamente.

Page 4: LONA 510- 02/09/2009

Curitiba, quarta-feira, 2 de setembro de 20094

EspecialDesafio

O que motiva o ser humano a Desde 1995, curitibano busca o recorde mundial de flexões abdominais; seu trabalho motivou outros atletas a lutarem contra seus próp

Aline de Oliveira

O que motivaria você a fi-car 58 horas fazendo atividadesfísicas sem interrupção, pedalaroito horas em uma bicicleta comuma roda só ou fazer sem pa-rar 200 mil abdominais. Di-nheiro? Vaidade? Fama? Ou,simplesmente, superação pes-soal?

Edmar Freitas, 33 anos, éconsiderado o rei dos abdomi-nais. Desde 1995 ele vem ten-tando quebrar novos recordesde flexões. O último foi em de-zembro de 2008. Ele fez 200 milabdominais seguidos, durante48 horas ininterruptas. Com es-

ses números, o professor deeducação física entrou, pela se-gunda vez, no Guinness Book,o livro dos recordes, superandosua própria marca de 30 horas,em 2005.

Freitas conta que a ideia deser recordista surgiu porque eleteve uma decepção com o fute-bol e percebeu que tinha facili-dade em fazer abdominal. Co-meçou então a se preparar. “Foimuito difícil porque eu não tiveincentivo, nem ajuda. Hoje soutreinador para dar o apoio aoutros atletas, coisa que nãotive.” O recordista explica quenas primeiras quatro horas ador é pior. “Na minha opinião,

a dor das flexões deve ser piorque a de um parto”, brinca.“Depois disso, o corpo amorte-ce, então começa a vontade deir ao banheiro, o cansaço e afome. Muitas pessoas dizemque minha motivação para que-brar recorde é o marketing pes-soal. Mas não é: quero que o es-porte seja valorizado aqui noBrasil como é lá fora”, explica.“Também tem o lado da supe-ração pessoal: quem não querdiariamente se superar no tra-balho?”.

Milena Ribeiro, 23 anos, in-centivada e treinada por Edmar,inaugurou o recorde femininode abdominais. Seu último re-

corde foi durante a comemora-ção dos 316 anos de Curitiba. Aatleta executou 30.316 abdomi-nais em seis horas seguidas, soba fiscalização da Federação Pa-ranaense de Musculação Atléti-ca (NABBA-Paraná). Neste pe-ríodo, Milena superou a dor, avontade de ir ao banheiro e afome. Com 23 mil abdominaiscompletados, ela quase des-maiou, mas não desistiu atécompletar as 30 mil flexões. Adeterminação do atleta e a par-te psicológica são importantesnessa hora.

“Há dois meses não conse-guia fazer nem 30 abdominais.Eu era uma mulher que malha-va uma hora na academia ehoje sou uma atleta”, conta or-gulhosa.

Segundo Milena, ela não ga-nha nada financeiramente coma tentativa de quebrar recordes.“Eu só quero reconhecimento.Faço tudo isso para mostrar queeu consigo. E para incentivaroutras mulheres a provarem queconseguem se superar”, expli-ca. Mesmo depois de passarpor tanta dor, Milena pretendequebrar mais recordes. “Algu-mas pessoas dizem que soulouca”, conta rindo.

Segundo a psicóloga Adeli-ce Porfírio, faz parte do ser hu-mano tentar superar seus pró-prios limites, seja para atingiruma meta pessoal ou por recur-sos financeiros. “O instinto dosseres humanos é analisado des-

de a antiguidade e fica eviden-te que ultrapassar seus própri-os limites é um ganho intrínse-co”, explica. Cada recordistatem uma motivação diferente,dependendo essencialmente doque ela quer perante o meio emque está inserido. O esporte éuma forma de espetáculo, prin-cipalmente quando se fala emolimpíadas, pois são considera-dos milésimos de segundospara se ter uma diferença entreos seres humanos ou até mes-mo de superação própria.

O gostinho de tentar se su-perar permanece em Edmar eMilena. Eles falam com orgulhode suas realizações. “Eu ficomuito dolorida, mas nada supe-ra a felicidade da conquista”,conta Milena. Depois do recor-de, Edmar explica que os mús-culos demoram para relaxar.“No outro dia a dor é intensa.Apesar de só conseguir ficardeitado, não conseguimos dor-mir por pelo menos dois dias”.Segundo Edmar, treinador deMilena, por enquanto ela nãovai tentar quebrar mais recor-des. “Não adianta ela ficar que-brando seu próprio recorde, va-mos esperar e torcer para queoutras atletas tentem quebrar orecorde de Milena”. Eles gostamde disputa; para eles, não temgraça quando não há desafio.Edmar e o americano BillEvans, desde 1995 disputamquem lidera o recorde mundial.Por enquanto, Edmar é o recor-

Ultrapassar os próprios limites para os recordistas é um ganho que supera nossa imaginação

“Muitas pessoas dizem que minhamotivação para quebrar recorde é omarketing pessoal. Mas não é, quero queo esporte seja valorizado aqui no Brasilcomo é lá fora”EDMAR FREITAS, RECORDISTA MUNDIAL EM FLEXÕES ABDOMINAIS

Page 5: LONA 510- 02/09/2009

Curitiba, quarta-feira , 2 de setembro de 2009 5

EspecialDesafio

bater recordes?prios limites

dista.Para a psicóloga, mesmo que

outras pessoas da sociedadeachem irrelevante o esforço fei-to, o ser humano vai tentar sesuperar para mostrar que con-segue. “Para provar para si pró-prio que é capaz de fazer algo,além do que ele mesmo ou ou-tra pessoa possa fazer. Assim apessoa comprovará que é me-lhor ou mais do que os outrospossam ser ou fazer”, conta.Mas alerta que a tentativa desuperação só é natural até quea pessoa não seja prejudicadafísica ou psicologicamente.

Edmar Freitas e Milena Ribeiro, recordistas mundiais de abdominais do Guinness Book, são curitibanos

Dicas para um bom abdominalAo executar:

Mantenha a coluna bem apoi-ada no chão. Quando começar omovimento, solte o ar durantetoda a flexão da coluna até oponto em que somente a partelombar fique encostada no chão.Segure por dois segundos e voltelentamente à posição inicial.

Silêncio e concentração:

Evite ficar conversando ouse distraindo durante o exercí-cio. Quanto mais o conhecimen-to sobre o seu corpo e a locali-zação dos músculos abdomi-nais, maior a capacidade deconcentração e a eficácia dacontração muscular.

Iniciantes:

Os iniciantes devem utilizarapenas o peso do próprio cor-po. Pessoas com os músculosabdominais muito fracos po-dem colocar os braços ao ladodo corpo, isso ajuda a diminuira intensidade do exercício e fa-cilita o movimento.

Mas, cuidado. Nun-ca exagere ou extrapo-le seus limites físicos.Os resultados não irãoaparecer de um diapara o outro. Paciênciae determinação sãofundamentais para umbom resultado.

Fotos: arquivo pessoal

Page 6: LONA 510- 02/09/2009

Curitiba, quarta-feira, 2 de setembro de 20096

ColunasFutebol Literatura

Fotos: divulgação

Eli Antonelli

O mês de agosto marcou o centenário da morte de Euclides daCunha. Sua obra máxima foi sem dúvida “Os sertões”, que descreveo conflito no sertão da Bahia da campanha das forças republicanascontra o arraial de Antonio Conselheiro.

A experiência como jornalista e escritor não teria, certamente, amesma força se não fosse incorporado o seu conhecimento militar.Bom aluno, mas costumeiramente indisciplinado e muitas vezes malhumorado, cresceu na carreira militar, mas houve constantes trocasde unidades, deixando claro sua inquietação no exercício das fun-ções militares.

O escritor Umberto Peregrino em “Euclides da Cunha e outros es-tudos” destaca que Euclides compôs a história militar de “Os Ser-tões” não apenas como uma simples crônica, ou com apresentaçãode documentos ou ainda com uma simples discussão de combates ebatalhas - ele formulou sua narrativa a partir de todos os elementosque compõem a guerra. Euclides consegue analisar os fatos a partirdas relações de ordem econômica, social, antropológica e geográfica.

Sua obra é composta de críticas às estratégias militares estabeleci-das no combate e precisamente aos comandantes, cujos perfis são des-critos por Euclides sem a preocupação da exultação costumeiras dosquartéis. Mas não chegou a ser injusto, pois sabia reconhecer as qua-lidades quando estas realmente existiam.

Sua visão militar reconhece que a dificuldade da campanha deCanudos se deu por diversos motivos. Entre eles, a terra árida e pe-nosa e a força do jagunço. Descrita da seguinte forma por Euclides:“O jagunço é uma tradução do iluminado da Idade Média. O mesmodesprendimento pela vida e mesma indiferença pela morte dão-lhe omesmo heroísmo mórbido e inconsciente do hipnotizado e impulsi-vo”.

Até o fim do período militar a forma de retratar e resgatar as me-mórias do escritor não eram muito aprofundadas na questão dos fa-tos pessoais que o envolveram. A descrição de Euclides nas obras naépoca da ditadura era mostrada com enfoque a sua experiência mili-tar e a sua obra, como apresentada por Umberto Peregrino, em 1968.Há uma pequena passagem que descreve Euclides como um sofre-dor, Umberto cita Gilberto Freyre que coloca a importância que a fal-ta de uma mulher que o compreendesse e o amasse resultou na vidado escritor “Euclides nunca se completou como adulto e feliz. Falta-va-lhe uma mulher que o conduzisse às zonas de sensibilidade decompreensão e de simpatia humana, que o homem sozinho não con-segue, apenas percorre angustiado, ou não percorre nunca”. Faltouna vida de Euclides uma mulher amiga, inteligente para integrá-lo aalegria de viver.

Os intelectuais constantemente se desligam da realidade imedia-ta e necessitam de alguém por perto que os compreenda integralmen-te. As citações são breves, o autor afirma que havia necessidade deestímulo de amor para Euclides, mas logo reinicia seu discurso daimportância da obra, da genialidade do nacionalista férvido. Fala daimportância da carreira militar, não deixa de citar problemas comosua doença, que o acompanhou durante toda a sua vida, talvez moti-vo do constante mau humor, fala de suas inquietudes, mas não citafatos que venham a manchar sua honra, como questões envolvendoa traição de sua esposa que culminou com seu assassinato em 15 deagosto de 1909.

Domínio da históriamilitar na obra

euclidiana

Danilo Georgete

“Dizem que o primeiro Brasile Argentina é inesquecível”. Foia frase do volante Renato, apósa final que o Brasil ganhou daArgentina, nos pênaltis, na CopaAmérica de 2004, quando a sele-ção canarinho esteve duas vezesatrás do placar, marcando o golde empate com o Imperador Adri-ano no último minuto do jogo.

No próximo sábado, esse jogomagnífico chega à partida de nú-mero 93 e entre esses jogos ines-quecíveis existem quatro que fo-ram disputados em Copas doMundo.

Um dos prélios jogados con-tra nossos “hermanos” em mun-diais é a “Batalha de Rosário”,uma espécie de semi-final daCopa de 1978 que tinha comosede a Argentina; quem ganhaseaquela partida daria um passogigantesto para a disputa da fi-nal da Copa. Porém, o Gigantede Arroyto era todo platino, foium prélio tenso e nervoso, comotodo Brasil e Argentina, esse nin-guém queria perder. O embateacabou zerado e determinaria oganhador do grupo B da segun-da fase do Mundial a rodada der-radeira.

Exige a ética que, num casodesses, as duas partidas aconte-çam simultaneamente. Porém, aEnte Autárquico Mundial desig-nou o jogo do Brasil para tarde, ea da Argentina para a noite, casoambos vencessem seus duelos, ofinalista para o confronto com a

Holanda seria decidido pelo sal-do de gols. A seleção comanda-da por Claudio Coutinho ga-nhou fácil da Polonia por 3 x 1.Desse modo os argentinos teriamque ganhar de quatro gols de di-ferença do Peru.

Mancha vergonhosamente ahistória do futebol platino, a fa-cilidade com que se desvincilhoudo Peru por 6 x 0, ganhando portrês gols a vaga para a final daCopa. Anos mais tarde o arquei-ro peruano Ramón Quiroga ad-mitiu a falcatrua, o suborno, avergonha. Quiroga era argentinode nascimento, dessa forma Cláu-dio Coutinho proclamou-se“Campeão Moral” da Copa mar-cada pela ditadura.

Na Copa de 1982 – antes dotrágico jogo com a azurra - a se-leção liderada por Zico, Falcão ecompanhia deu um show nos ar-gentinos, fazendo “Dom” Die-guito se enfurecer e ser expulsono embate, triste sina a da sele-ção, o garoto de 82 seria o maes-tro da queda brasileira em 90.

No Estádio Delle Alpi, em Tu-rim, aconteceu um dos melhoresjogos da Copa da Itália. Nesseprélio vimos um Maradona “ma-chucado” acabar com o jogo. Umdos mais acusados de ser o cul-pado pela derrota de 90 foi o en-tão volante Dunga, hoje técnicoda seleção verde e amarela. Ali-ás, nesse jogo tem a lenda da“água batizada”, que Marodonacontou aos risos anos atrás emseu programa. Ô catimba e faltade ética platina!

Mas aquela Copa de 78 é di-fícil engolir... Mas a seleção deDunga, o jogador que fora tãocriticado após a derrota de 90,pode se vingar... não só do re-sultado daquelas Copas, masse vingar de todos os resultadosem que nossos vizinhos ganha-ram usando de artimanhas de-ploráveis.

Maradona e Dunga não es-tavam presentes no certame de78, mas foram os protagonistasda pugna de 90 e vão ser os co-adjuvantes do prélio deste sá-bado, que vai ser realizado nomesmo Estádio da partida daCopa na Argentina. Pela situ-ação dos platinos nas elimina-tórias, podendo terminar a ro-dada fora do grupo dos quali-ficados para o Mundial do pró-ximo ano, teremos a Batalha deRosário parte 2, os comanda-dos de Dunga vão fazer detudo para conseguir uma vitó-ria, e os de Dieguito vão fazero mesmo.

A verdade é que esse jogo vaiter gosto de uma final de Copa, ecomo nos últimos confrontos,principalmente nas finais, nos jo-gos decisivos, nossos queridoshermanos perderam, essa podeser mais uma vitória para a listabrasileira. A emoção vai estar àflor da pele nos jogadores, nostécnicos e na torcida...

O Brasil não seria Brasilsem a Argentina, e a recípro-ca é verdadeira. Sem o “clás-sico dos clássicos” o futebolnão seria tão instigante.

Argentina X Brasilna Província de Santa Fé

Page 7: LONA 510- 02/09/2009

Curitiba, quarta-feira , 2 de setembro de 2009 7

GeralTecnologia

Muito além deum código de barrasNova tecnologia inova os códigos anteriormente usados somente pelo comércio

Camila Scheffer Franklin

Em 26 de junho de 1974nasceu o código de barras uti-lizado pela primeira vez paraidentificar o preço de um pa-cote de gomas de mascar JuicyFruit. Atualmente com 35 anos,parece que em breve será subs-tituído pela Quick ResponseCode, ou Código de RespostaRápida, definido pela abrevi-ação QR Code.

Diferente do código de bar-ras tradicional, utilizado prin-cipalmente pelo comércio, anova tecnologia pode ser apli-cada em diversas áreas e per-mite a interatividade com ousuário final.

O QR Code é uma tecnolo-gia em ascensão que foi criadano Japão em 1994 pela empre-sa japonesa Denso-Wave. Noano 2000, o padrão japonêspara o código QR foi aprova-do como padrão internacionalISO/IEC 18004. Ele é de livreuso, pois sua patente não épraticada e consiste em umaimagem quadrada, como umamatriz ou código de barras bi-dimensional. Ele possui o

mesmo princípio de um códi-go de barras tradicional epode ser interpretado por apa-relhos celulares que possuemcâmera a partir de um softwa-re que interpreta os links pre-sentes dos códigos fotografa-dos, exibindo conteúdos diver-sos na tela do aparelho. O QRCode é considerado a ponteentre o mundo real e virtual eestá virando mania no mundotodo.

InteraçãoSua utilização tem inúme-

ras possibilidades. Ele temsido visto com frequência emrevistas e propagandas quedirecionam o usuário paraconteúdos extras. Até uma fa-mosa banda inglesa aprovei-tou a onda do QR Code. O PetShop Boys utilizou a novida-de no clipe da sua música “In-tegral”. Quando os telespecta-dores fotografavam os códigoseram direcionados a sites dainternet com assuntos referen-tes à temática da música, tra-tando da questão da privaci-dade no mundo contemporâ-neo.

No mais, várias empresasestão desenvolvendo produtosque incorporam os QR Codepela interação que eles permi-tem entre os meios físico e di-gital e pela facilidade de con-tato das marcas com seus con-sumidores.

Em dezembro de 2007, aloja Fast Shop fez o primeiroanúncio publicitário por QRCode do Brasil. Seu exemplofoi seguido pela cervejariaNova Schin em junho de 2008.No final do mesmo ano, emnovembro, a operadora de te-lefonia Claro fez sua campa-nha utilizando a tecnologia.

Um bom exemplo de uso danova tecnologia é o que vemfazendo a marca Louis Vitton.Ela utiliza os QR Code na pa-dronagem das suas bolsas.Assim, quando o consumidorquiser pode acessar o link docódigo e conhecer as novas co-leções e promoções da marca.

Uso pessoalProfissionais liberais e exe-

cutivos têm aproveitado onovo código em seus cartõesde visita. Eles carregam links

Se você possui um celular com câmera, você pode desfrutardessa nova tecnologia. Basta instalar um programa que decifraos QR Code fotografados pelo seu aparelho. O site I-nigma (www.i-nigma.com) oferece o programa gratuitamente para vários mode-los de celulares. O site também oferece aos seus usuários a possi-bilidade de criar seus próprios códigos para uso em sites, docu-mentos e até camisetas que não tenham fins comerciais. Depoisde preencher um formulário e criar o QR Code, é só salvar a ima-gem em seu computador e usá-la como quiser.

Desfrute

com informações detalhadasdo profissional e até mesmocurrículos. Gisele Pinna, pro-fessora de arquitetura e designda Universidade Positivo, uti-liza o QR Code em seu cartãode visita para divulgar o seublog. “Com tantos recursos demídia existentes atualmente, édifícil criar algo que chameatenção. Procurei sintetizar nocartão aquilo que eu esperocom o meu blog: que as pesso-as entendam que ele fala demídia, tecnologia e arquitetu-ra”, completa. Gisele conse-guiu despertar a curiosidadedas pessoas que recebem seucartão e os acessos ao seu blogcresceram.

SegurançaO QR Code pode trazer

mais segurança para as indús-trias farmacêuticas brasileiras.Elas pretendem utilizar o novocódigo para evitar a falsifica-ção de medicamentos. O pro-jeto que pode ser aprovado embreve prevê que as farmáciastenham leitores do QR Codeem seus estabelecimentos paraque os consumidores possam

escanear os remédios que ne-cessitam e ter informaçõescomo nome de fabricante, datade fabricação, data de expedi-ção da fábrica e nome do dis-tribuidor de destino do medi-camento, dificultando a vendade pílulas de farinha e remé-dios contrabandeados.

Aplicado ao jornalismoO Jornal “A Tarde”, de Sal-

vador, Bahia, foi o primeiro a uti-lizar o QR Code em suas edi-ções, implantando-o desde de-zembro de 2008. Ao usar da tec-nologia em suas páginas, o jor-nal impresso permite a integra-ção e convergência entre as mí-dias do grupo, levando o seu lei-tor do papel ao dispositivo mó-vel. É o conceito de jornalismomóvel.

Ao consultar o código, o lei-tor tem acesso às informaçõescomplementares, como textos,áudios, vídeos e/ou fotografias.“Se antes os jornalistas tinhamde descrever com detalhes, porexemplo, um gol de uma parti-da de futebol, agora com os QRCodes os leitores podem ver a jo-gada lance a lance”, diz Gisele.

Fotografe o QR Code do Lonae acesse o conteúdo

“O QR Code é uma tecnologia emascensão que foi criada no Japão em1994 pela empresa japonesa Denso-Wave. Ele é de livre uso, pois suapatente não é praticada e consiste emuma imagem quadrada, como umamatriz ou código de barrasbidimensional. O QR Code é consideradoa ponte entre o mundo real e virtual eestá virando mania no mundo todo”

Fotos: divulgação

Page 8: LONA 510- 02/09/2009

Curitiba, quarta-feira, 2 de setembro de 20098

EnsaioHistória

Detalhesda Lapa

Texto e fotos: DiegoHenrique

Na estante se espremem oslivros empoeirados, cheios dehistória pra contar. As pági-nas intocáveis fazem parte doacervo da Casa da Memória,ou simplesmente “Casa dosCavalinhos” como também éconhecida, um dos museus domunicípio da Lapa (PR). Acasa foi construída há 121anos (em 1888) e atualmenteresguarda, entre outras coisas,documentos sobre o nasci-mento do município e livrosda Associação Literária Lape-nana, criada no século XIX.

Em 1992, a Casa da Memó-ria recebeu obras de restaura-ção e foi adquirida pela Prefei-tura da Cidade. Em 2003 foirestaurada novamente e funci-ona até hoje.

O acervo do museu possuidiversos objetos que foram do-ados por famílias locais e ou-tros que pertenciam à Prefeitu-ra. Utensílios domésticos, mo-biliários, máquinas registrado-ras e de escrever, fotografias,jornais e documentos históri-cos são alguns dos exemplosde peças que podem ser encon-trados lá.

As ruas, as praças e a ar-quitetura da Lapa constituemforte elemento que nos remete

ao período colonial. Do madeira-do da porta aos ladrilhos da rua,tudo foi testemunha de grandesacontecimentos do passado. De-pois da Revolução Farroupilha eda Guerra do Paraguai, o muni-cípio foi palco de um conflito ar-mado entre maragatos e as forças

republicanas, um ato que ficouconhecido como o “Cerco daLapa”. Os canhões expostoscom orgulho nas praças do cen-tro da cidade mostram que operíodo de guerra já passou eessas antigas armas já podemdescansar em paz.