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[email protected] @jornallona Ano XIII - Número 741 Jornal-Laboratório do Curso de Jornalismo da Universidade Positivo Curitiba, terça-feira, 11 de setembro de 2012 O único jornal-laboratório DIÁRIO do Brasil lona.redeteia.com Novo circuito de surf movimenta litoral O ciclista Lance Armstrong cansou das acusações injustas pág. 3 70 anos de Caetano, Gil, Chico, Milton e Paulinho pág. 2 Protesto contra a corrupção aconteceu em outras cidades do Brasil pág. 3 OPINIÃO EDITORIAL Milhares de brasileiros protestam no feriado de 7 de setembro O Circuito Quebra Coco Water Falls de Surf Amador foi oficializado este ano pela Federação Paranaense de Surf. Surfistas amadores agora têm a chance de participar de um circuito oficial e ganhar experiência em categorias diversas. Além do campeonato a organização do evento também preparou atrações para entreter o público que frequentou as praias no feriado. Durante o feriado, milhares de cidadãos de diversas cidades brasileiras foram às ruas em protesto contra a corrupção. Em Curitiba a manifestação reuniu aproximadamente mil pes- soas. Os manifestantes se concentraram na Boca Maldita e seguiram em direção ao Palácio do Governo. Pamela Castilho

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JORNAL-LABORATÓRIO DIÁRIO DO CURSO DE JORNALISMO DA UNIVERSIDADE POSITIVO

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Page 1: LONA 741 - 11.09.2012

Curitiba, terça-feira, 11 de setembro de 2012

[email protected] @jornallona

Ano XIII - Número 741Jornal-Laboratório do Curso de

Jornalismo da Universidade PositivoCuritiba, terça-feira, 11 de setembro de 2012

O único jornal-laboratório

DIÁRIOdo Brasil

lona.redeteia.com

Novo circuito de surf movimenta litoral

O ciclista

Lance Armstrong

cansou das

acusações injustas

pág. 3

70 anos de

Caetano, Gil, Chico,

Milton e Paulinho

pág. 2

Protesto contra acorrupçãoaconteceu em outras cidades do Brasil

pág. 3

OPINIÃO

EDITORIAL

Milhares de brasileiros protestam no feriado de 7 de setembro

O Circuito Quebra Coco Water Falls de Surf Amador foi oficializado este ano pela Federação Paranaense de Surf. Surfistas amadores agora têm a chance de participar de um circuito oficial e ganhar experiência em categorias diversas. Além do campeonato a organização do evento também preparou atrações para entreter o público que frequentou as praias no feriado.

Durante o feriado, milhares de cidadãos de diversas cidades brasileiras foram às ruas em protesto contra a corrupção. Em Curitiba a manifestação reuniu aproximadamente mil pes-soas. Os manifestantes se concentraram na Boca Maldita e seguiram em direção ao Palácio do Governo.

Pamela Castilho

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Curitiba, terça-feira, 11 de setembro de 20122

ExpedienteReitor: José Pio Martins | Vice-Reitor e Pró-Reitor de Administração: Arno Gnoatto | Pró-Reitora Acadêmica: Marcia Sebastiani | Coordenadora do Cur-so de Jornalismo: Maria Zaclis Veiga Ferreira | Professores-orientadores: Emerson Castro e Marcelo Lima | Editores-chefes: Gustavo Panacioni, Vitória Peluso e Renata Silva Pinto| Editorial: Redação Lona

O LONA é o jornal-laboratório do Curso de Jornalismo da Universidade Positivo. Rua Pedro Viriato Parigot de Souza, 5.300 - Conectora 5. Campo Com-prido. Curitiba - PR. CEP: 81280-30 - Fone: (41) 3317-3044.

OpiniãoEditorial

O clube dos setentões

2012 é um ano de comemoração para a música brasileira. Caetano Veloso, Milton Nascimento, Gilberto Gil, Paulinho da Viola e Chico Buarque completaram 70 anos. E o que é melhor: em ple-na atividade.

Ao longo de carreiras que se iniciaram no final dos anos 1960, eles conseguiram renovar a músi-ca brasileira e dar novo alento a uma tradição que chegou a pleno vigor com a Bossa Nova, nos anos 1950, parecendo insuperável naquele mo-mento.

Caetano e Gilberto Gil inovaram na músi-ca ao aderirem aos princípios do movimento tropicalista – uma proposta de música e cultura que misturou influências populares, eruditas e comerciais e que teve amplos reflexos na literatura, artes plásticas, música e no cinema do país.

Milton Nascimento, Paulinho da Viola e Chico Buarque reinventaram tradições populares brasileiras. Chico e Paulinho no samba, dando continuidade a uma história que começou com os “primitivos” dos morros do Rio de Janeiro - Sinhô, Donga, João da Baiana e Pixinguinha, além da brejeirice das letras de Noel Rosa.

Milton fez uma viagem ao interior da cultura brasileira, se inspirando na música caipira de raiz, mesclada às experimentações do pop pós-Beatles e do cool jazz.

O legado dos cinco “batutas” é imenso. O maior problema é que eles deixam uma her-ança tão rica que parece intransponível para as gerações mais recentes.

Numa época marcada pela mercantilização da cultura, parece ser difícil encontrar músicos e compositores do mesmo quilate. Apesar de no-mes como Zeca Balero, Lenine, Mônica Salmaso e Pedro Luiz, a música brasileira tem sofrido o baque do efeito pós-ditadura e desmonte geral da produção cultural via bestialização geral nas tardes de domingo na TV aberta e nos baixos pa-drões educacionais.

Nossa produção, apesar de vigorosa, não pode ser comparada à da década de 1970, momento em que, apesar da repressão, os músicos lançavam, a cada ano, uma obra-prima. No auge dos seus 30 e poucos anos, Chico, Caetano, Gil, Paulinho e Milton produziram os melhores álbuns da músi-ca brasileira de todos os tempos.

Longa vida aos setentões, porque a linha sucessória é fraca!

Destruindo um mito (ou tentando...)

“Lance Armstrong desiste de se defender contra acusações de doping e pode perder seus principais títulos”. Esta foi a manchete que me surpreendeu, na escalada do Bom Dia Brasil, em 24 de agosto. Jamais pensei que o heptacampeão da Volta da França se renderia às acusações de doping que sofreu desde que voltou de um câncer quase terminal para ser o maior ciclista da década de 2000.

Ao contrário do que muitos pensaram, não foi uma admissão de culpa, mas sim, um “chega” de Armstrong, alegando estar cansado de lidar com “acusações injustas”. Não vou tirar conclu-sões sobre a culpa ou não de Armstrong, afinal não sei se ele competia dopado, já que nunca foi pego em testes anti-dopagem.

Neste caso é notável a hipocrisia da Agência Anti-Doping Americana (USADA) ao condenar Armstrong sem provas, apenas com depoimentos de ex-colegas de equipe (um pego diversas vezes no anti-doping e o outro, um campeão de Tour de France que teve sua vitória cassada por testar positivo), contrariando a famosa regra jurídica da presunção da inocência.

Não é comum ver os americanos tentarem destruir suas lendas esportivas, muito pelo con-trário, há sempre uma proteção exacerbada. Isso causa um estranhamento ainda maior à perse-guição da USADA por uma punição a Lance Armstrong, independente do custo. Penso, pessoal-mente, que há algo nos bastidores entre o ex-ciclista e a agência que levou a esta investigação e, posteriormente, um banimento do esporte (Lance ainda competia em triathlons e maratonas).

Entretanto, o mais absurdo disso tudo, é que o ciclismo sempre foi um esporte envolto por doping, “podre (e quem pensa diferente é uma Poliana)”, como escreveu Buzz Bussinger, ex-celente jornalista da Newsweek, em reportagem sobre o caso. Grandes campeões como Fausto Coppi, Eddy Merckx e Marco Pantani tiveram seus nomes relacionados ao doping em algum momento. Jacques Anquetil, cinco vezes vencedor do Tour declarava “você seria muito tolo se acreditasse que um ciclista profissional, que corre 235 dias por ano, aguentaria isso sem um estimulante”. Todos estes mitos continuam com seus títulos intactos.

E para fechar, o mais bizarro, todos (ressaltando, todos) os vice-campeões de Armstrong nos seus sete Tours já foram pegos, acusados ou assumiram uso de doping durante a carreira.

Talvez a USADA queira mostrar serviço, afinal, sem doping não existiria este tipo de ins-tituição. Porém, tentar acabar com uma lenda desta maneira é um desserviço ao ciclismo, que só sai com seu nome mais sujo do que é. Seria muito mais eficaz deixar os títulos em nome de Armstrong e fazê-lo passar a vergonha de ser questionado (claro, mediante apresentação de provas).

Agora, Lance Armstrong nunca deixará de ser uma lenda. No dia seguinte a sua desistência de defesa, as doações para sua fundação contra o câncer triplicaram em relação ao normal. Di-versos fãs do ciclismo prestaram apoio ao texano e, sinceramente, não me vejo considerando outro campeão nos Tours de 2004 e 2005, os primeiros que assisti.

Nota: Lance Armstrong ainda não perdeu seus títulos. Esta decisão só pode ser tomada pela UCI (União Ciclística Internacional) e pelo CAS (Corte Arbitral do Esporte).

Gustavo Vaz

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Curitiba, terça-feira, 11 de setembro de 2012 3

Curitibanos vão às ruas pedindo o fim da corrupção

Joana CastroPamela Castilho

Durante o feriado de 7 de setembro, milhares de pessoas foram às ruas em diversas ci-dades do Brasil. O motivo foi uma manifestação à nível na-cional que teve como tema a corrupção. Não só as grandes metrópoles como São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília esta-vam na lista de participantes. Entre as 60 cidades que reali-zaram o protesto, Umuarama e Londrina, por exemplo, tam-bém tiveram ruas ocupadas pelo movimento. Em Curitiba, a concentração dos manifestan-tes aconteceu na Boca Maldita às 14h. A caminhada se iniciou por volta das 15h30 e seguiu para o Palácio do Governo, no Centro Cívico.

Os protestos são organiza-dos pelo Movimento O Dia do Basta, que segundo sua carta de apresentação, é um movimento social, de iniciativa popular, de caráter pacífico e apartidário. Ostentando faixas, cartazes e caras pintadas, os manifes-tantes reivindicavam o fim do voto secreto parlamentar, fim do foro privilegiado (um pri-vilégio concedido a autorida-des políticas de serem julgadas por um tribunal diferente ao de primeira instância, em que é julgada a maioria dos brasi-leiros que cometem crimes), o direcionamento de 10% do PIB para a educação e a classifica-ção da corrupção como crime hediondo.

O protesto em Curitiba reu-niu, aproximadamente, mil pes-soas. Segundo Luan de Rosa e

Cerca de mil manifestantes participaram dos protestos no feriado de 7 de setembro na capital

Souza, um dos coordenadores do Dia do Basta em Curitiba, as principais proposições do movimento são as iniciativas educacionais. “O objetivo do Dia do Basta é diminuir, de ma-neira gradativa, a cultura cor-rupta que existe historicamente no nosso país, e que não acon-tece somente no poder público, acontece enquanto fenômeno social”. A carta do movimento diz também que outros obje-tivos são o incentivo ao voto consciente, incentivo a renova-ção e a participação política em todos os segmentos e classes sociais.

A caminhada contou com a participação de cidadãos de diversas faixas etárias. Ricar-do Kreiss, advogado, 52 anos, afirma que ficou sabendo da manifestação através da Inter-net. “Logo que fiquei sabendo, me programei para vir até aqui e para participar dessa passea-ta que eu julgo muito justa. Ela busca alertar ao povo brasileiro de toda a corrupção que existe nesse país. O Brasil é um país campeão de corrupção, nós não podemos deixar como está.”

Isabella Andreola, 16 anos, diz que a participação dos jo-vens na luta contra a corrupção é essencial: “O jovem está em contato constante com o conhe-cimento e ele representa o que o país vai ser daqui alguns anos, é o maior expoente do futuro, por isso acho importante participar desse tipo de protesto.”

Durante o caminho entre a Boca Maldita e o Palácio do Governo, muitos ônibus da li-nha Turismo em Curitiba cru-zaram com os manifestantes. Muitos dos passageiros aplau-diam e tiravam fotos. Aqueles que estavam participando do protesto convidavam as pessoas que paravam para observar. Ou-

tra ação frequente dos manifes-tantes durante a caminhada foi sentar nas faixas de pedestres para exibir aos motoristas as faixas e cartazes.

Tânia Mendizabal, outra coordenadora do Dia do Bas-ta em Curitiba, explica como é organizado o movimento em todas as cidades participantes: “Nós temos um grupo nacional com mais de cem pessoas. Esse grupo reúne todos os coordena-dores, cada cidade possui dois. Nesse grupo nós realizamos várias discussões, como por exemplo, o que vamos colocar para votação, as pautas de assi-naturas e todas as outras ques-tões que envolvem o movimen-to”.

Ao ser questionado sobre uma possível falta de motiva-ção dos Curitibanos para parti-cipar da marcha, Luan de Rosa e Souza afirma que essa não é uma característica exclusiva-mente curitibana. “Essa falta existe não só por parte da popu-lação curitibana, mas no Brasil inteiro nós temos essa ausência de necessidade espontânea das pessoas pela ocupação do espa-ço público e pela participação política”.

O coordenador ainda diz que o movimento é aberto para qualquer pessoa que queira par-ticipar. “Qualquer pessoa que simplesmente tenha disponibi-lidade e tenha vontade de par-ticipar pode se juntar ao Dia do Basta, o movimento é orga-nizado sem quaisquer vínculos com partidos ou instituições privadas”. Durante a caminha-da, foi dado espaço para que os manifestantes pudessem puxar gritos ou dar a sua opinião so-bre o tema. A próxima passeata do Dia do Basta está prevista para dezembro, mas ainda não há uma data definida.

Manifestantes exigem fimdo voto secreto parlamentar e fim do foro privilegiado

Pamela Castilho

Pamela Castilho

Manifestante se reúnem em frente ao Palácio do Governo após a caminhada

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Curitiba, terça-feira, 11 de setembro de 20124

Mais de 5 mil pessoas participaram das atrações oferecidas pelo Circuito Quebra Coco

Neste feriado a praia de Ipanema, em Pontal do Sul, recebeu a 2ª Etapa Circui-to Quebra Coco Water Falls de Surf Amador. O evento aconteceu nos dias 7 e 8 de setembro e teve participantes em diversos estilos. Open, Feminino, Curitiba, Bola de Neve, Júnior, Mirim, Inician-tes, Longboard Masculino e Feminino foram as categorias que trouxeram participantes de todo o estado. O Quebra Coco co-meçou em 2008 como um surf treino na praia de Gua-ratuba (PR). Com o passar do tempo o evento foi ganhando adeptos e passou a ser um circuito reconhecido pela Fe-deração Paranaense de Surf. Dessa maneira, a partir des-te ano, aqueles competidores que não têm tanta prática no surf poderão competir em um circuito oficial. A programação con-tou, ainda, com outros espor-tes. A 3ª Corrida Quebra Coco teve como categorias femi-nino e masculino, cada uma com cinco e dez quilômetros. Durante a realização da prova tiveram pontos de hidratação e todos os atletas receberam medalhas. O circuito ofereceu também Mini Ramp para os skatistas, aulas de surf, vôlei e futebol de areia. Os competidores das etapas de surf tiverem trata-mento especial na Tenda Atle-

ta, criada pela organização do evento. Nela os participantes tinham direito a massagem, espaço para hidratação, alon-gamento e acompanhamento do estado físico entre as eta-pas das provas. O encerramento do evento foi um luau aberto ao público na noite de sábado e de acordo com a organização do evento, o Circuito Que-bra Coco Water Falls de Surf Amador chamou a atenção de mais de cinco mil pessoas que participaram das diversas atrações oferecidas.

Giulia LacerdaGustavo Panacioni

Ricardo Chatagnier

Ricardo Chatagnier

Campeonato de surf agitou o litoralparanaense