maceió ontem
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Trabalho desenvolvido para a matéria de Jornalismo Impresso, do curso de Jornalismo da Ufal.TRANSCRIPT
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Expediente
Reprteres:CarolinaBarrosTatyaneBarbosaThalitaLimaShyrleneAlcntara
ThyeresdeMedeiros
Edio:CarolinaBarrosThalitaLima
Design:ThalitaLimaThyeresdeMedeiros
Diagramao:ThyeresdeMedeiros
Fotograas:ThalitaLima
ArevistaMaceiOntemsurgeparaapresentarpopulaoalagoanaasartesquesefazempresenteemnossacapital.Emnossoroteiro,reunimosalgunsmuseusdeMaceieosapresentamosdeformasimples,paraquevoc,leitor,possa tiraromximodeproveitoeentendimentodeumapartedaculturaalagoana.Culturaessaqueestreunidanumlugar maravilhoso, cheio de riquezas, valores materiais esentimentaisehistrias:omuseu.
Maisqueumguia,estarevistasemostraexplorandoocenriohistricoculturaldosmuseusdacapitalalagoanaepe os principais museus da cidade e suas notcias emevidncia.
2-MuseuPierreChalita3-MuseuThoBrando5-MuseudaimagemeSomdeAlagoas6-MuseuPalcioFlorianoPeixoto7-EntrevistaSecretrioEstadualdeCultura9-MuseudeHistriaNatural
NDICE2
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arquiteto e artista plstico
OPierre Chalita, a m de contribuir com a formao cultural dos alagoanos, fundou, em
1987, o Museu de Arte Brasileira.
Nele colocou parte de seu acervo de
2270 peas d i spos io da
populao.
O acervo variado e inclui
obras do prprio fundador e de sua
esposa Solange Chalita. Possui
peas de arte sacra, pintura histrica
e artstica, mobilirio e objetos de
arte decorativa dos sculos XVII,
XVIII e XIX, tambm possui uma
importante Pinacoteca, que rene
nomes nacionais da pintura dos
sculos XIX e XX. O rico acervo de
Pierre Chalita proporciona uma
viagem ao Brasil Colonial. Alm de
possuir obras do expressionismo que
retrata os sentimentos e as emoes
do autor e chama a ateno pelas
peas subjetivas.
Chegando ao museu, turistas
reclamam da falta de divulgao por
p a r t e d o g o v e r n o . P o i s n o
encontraram nenhum tipo de folders,
folhetos, ou placas com informaes
e direcionamentos para os lugares
culturais da cidade. Porm, o
secretrio da cultura, Osvaldo
Viegas, arma que nem todos os
museus so de responsabilidade da
Secretaria de Cultura.
Eu nasci em Macei, passo
sempre por essa praa e nunca havia
percebido que esse prdio era um
museu, disse o estudante de
psicologia Eduardo Nunes, 24. Uma
parte da populao de Macei no
tem conhecimento de onde cam os
museus e o que cada um representa.
As pessoas s vezes passam aqui e
quando veem as imagens fazem o
sinal da cruz, pensam que uma
igreja, ressalta o funcionrio
Wendell Lima.
O pblico maior nos meses
de frias. Quase no h visitao de
escolas, conforme relatado pelo
funcionrio. As pessoas pagam o
city tour nas empresas de turismo,
passam com os nibus por aqui,
recebem explicao do guia sobre o
que , mas no eles no param para
trazer o turista aqui dentro, arma.
A p r e s i d e n t e d a F u n d a o
atualmente a esposa de Pierre,
Solange Chalita. O museu mantido
pela Fundao Pierre Chalita, uma
entidade lantrpica que se sustenta
atravs de patrocnios de empresas
parceiras. Antes se exigia um valor
simblico pela entrada, mas hoje
franca. O horrio de funcionamento
de segunda a sexta, das 8h s 12h e das
14h s 17h.
2
Artesacraeexpressionista
?Porquestapginanocontemmaisimagensdestemuseu?
Aadministraonopermitequesejamfeitasimagensdaspeaseasfotosutilizadassodedivulgao.
PIERRE CHALITA
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3 Museu Tho Brando
Orecebeu este nome por abrigar a coleo de arte popular do professor e folclorista
Theotnio Brando Vilela, mais
conhecido por Tho Brando, que
d o o u t o d o o s e u a c e r v o
Universidade Federal de Alagoas
(Ufal).
F o i c r i a d o e m 1 9 7 5 e
instalado provisoriamente na casa n
3 do Campus Tamandar, no Pontal
da Barra. Em 1977, por ocasio da V
Festa do Folclore Brasileiro,
realizada na capital do Estado de
Alagoas, a coleo do Museu foi
transferida para um prdio de
arquitetura ecltica, situado na
Avenida da Paz no centro de Macei,
que veio a ser a sua atual sede.
O museu possui a maior coleo da
cultura e costumes do Nordeste.
Existem vrias salas abordando
diferentes vertentes. O fazer
alagoano: com utenslios e peas
d e c o r a t i v a s , t u d o a r t e s a n a l
representando a cultura alagoana.
Ambiente voltado para utenslios de
cozinha, com peas indgenas e
africanas. O Que h de novo:
quebra a imagem de que museu
somente possui objetos antigos.
Loja do museu que oportuniza ao
visitante levar obras artsticas
regionais para casa. Festejar
Alagoano: dedicada s danas
populares. O Carnaval: com
estandartes, mscaras e bonecos.
F, sala com dois espaos.
Primeiro voltado para tradio
catl ica e o segundo para a
diversidade religiosa do Brasil.
Biblioteca: aberta ao pblico com
acervo pessoal de Tho Brando. E o
poro, onde ocorrem as exposies
temporrias, selecionadas por uma
comisso do museu, tendo em vista
a relao que elas tem com ele.
Na sala com distintas religies, h
em cima do altar esculturas e
imagens de diferentes santos. A
princpio, no era intencional que as
pessoas deixassem seus pertencem
como forma de pedidos, mas foi o
que ocorreu e esto a at hoje,
explica o guia do museu e estudante
de Pedagogia da Ufal Andr de
Freitas.
A biblioteca composta
basicamente de livros da coleo
pessoal de Tho Brando, que so
identicados com uma ta laranja e
por livros de doaes (ta azul),
principalmente de Jos Alusio
Vilela, folclorista. Atualmente no
est recebendo mais doaes por
conta de limitaes no espao
f s i c o . D u r a n t e u m t e m p o
permaneceu fechada, para
Razesalagoanastho brando
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restaurao e organizao do acervo.
Atua lmente es t em fase de
automao: anlise do que pode ou
no ser tirado para emprstimo,
devido ao grande valor histrico das
peas e por muitas serem nicas.
bem frequentada por alunos da Ufal e
d e f a c u l d a d e s p a r t i c u l a r e s ,
principalmente, por pesquisadores
da rea, aponta a bibliotecria
responsvel Cristiane Cyrino.
O uxo de visitantes maior
no nal do ano e em dias de chuva,
onde at turistas comparecem. Para a
assessora da direo do museu
M a d a l e n a d e O l i v e i r a , o s
maceioenses no tm o hbito de
visitar museus, pois no tiveram a
oportunidade de conhec-los.
H um trabalho de sincronia
c o m o u t r o s m u s e u s , p a r a a
divulgao, ocorrendo sempre
sesses de lmes, teatro e outras
apresentaes. Apesar da atual greve
dos servidores, o museu Tho
Brando continuou suas atividades,
recebendo mais de 100 pessoas no
feriado do dia 1 de maio.
A entrada gratuita para estudantes
da Ufal e alunos da rede pblica
acompanhados pelo professor. Para
os demais, a taxa de quatro reais
para adultos e dois reais para
crianas. Visitaes: tera sexta,
das 9h s 17h e aos sbados das 14 s
17h.
MuseuThoBrandoexplorafolguedosalagoanosemsuasexposies
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5 Museu da Imagem e do Som
Ode Alagoas (Misa) possui em seu acervo parte da memria maceioense, registrada em
fotograas, tas cassete e tas de
vdeo, discos antigos. Alm de uma
coleo de objetos doados, rdios,
mquinas fotogrcas e dados sobre
os principais acontecimentos
polticos, sociais e artsticos do
Estado. Foi fundado em 1981,
idealizado por Brulio Leite Jnior,
antigo presidente da Fundao
Teatro Deodoro (Funted).
Inicialmente, ocupou parte
das dependnc ias do Tea t ro
Deodoro. Hoje, o museu se encontra
no prdio cedido em comodato pelo
governo do Estado, situado no bairro
do Ja ragu . O ed i f c io com
caractersticas arquitetnicas do
neoclssico brasileiro foi projetado
pelo engenheiro Carlos Mornay,
inaugurado em 1869.
Por alguns anos, o MISA
teve suas atividades especcas
atendida plenamente, at que
ocorreu o desgaste da estrutura
arquitetnica e houve a suspenso do
seu funcionamento. Por meio de
recursos captados junto Caixa
Econmica Federal, um novo
processo de restauro e adaptao das
dependncias foi implementado e,
nalmente em 2010, os trabalhos
tcnicos foram concludos e o museu
foi reaberto. De um modo geral, so
poucos os museus que so criados
com um espao fsico adequado para
aquela nalidade. Mais de 90% dos
museus que j existem, no s no
Brasil, mas no mundo inteiro,
funcionam em prdios histricos
que foram adaptados para receber
um museu. Esse o caso do Misa,
ressa l ta o d i re tor do museu
Fernando Antnio Neto Lbo.
E m b o r a e x i s t a u m a
exposio permanente de seu
acervo, durante todo o ano o museu
acolhe em suas instalaes (salo e
auditrio) exposies, lanamento
de livros, exibio de lmes, shows,
concertos, palestras, aulas e
seminrios alm de coloc-los como
espaos para ensaios. Esses eventos
so pautados pela iniciativa de
prossionais da rea de Cultura e
Arte do Estado e esses so cedidos
i n t e i r a m e n t e d e g r a a . O
agendamento ou pauta feito pelo
MISA e a divulgao dos eventos
f e i t a p e l a A s s e s s o r i a d e
Comunicao da Secretaria de
Estado da Cultura. O pblico
p r io r i t r io do MISA so os
es tudantes e os tur is tas que
procuram diariamente o museu para
visitao. Os estudantes, com o
objetivo de pesquisas, e os turistas,
para apreciao e conhecimento da
histria do audiovisual de Alagoas.
um museu muito interessante,
com materiais da poca dos meus
avs. O problema que ele mal
visitado e precisa passar por uma
reforma. Desde a ltima vez que eu
estive aqui, mudou algumas coisas,
mas ainda falta mudar muito,
arma Luiz Pinto, estudante de
Zootecnia da Universidade Federal
de Alagoas.
Alm do seu planejamento
especico de visitao, pesquisa e
exposio, o MISA tem o projeto de
popu l a r i z ao da p roduo
cinematogrca brasileira e de
eventos que do dinamismo ao seu
propsito de instituio cultural. O
horrio de funcionamento de tera
a sexta das 8h s 17h, e s segundas-
feiras fechado para visitao.
Timbreecormisa
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Museu Palcio Floriano
OPeixoto (Mupa) a antiga sede do governo de Alagoas, popularmente conhecido como
Palcio dos Martrios. O acervo
c o n s t i t u d o b a s i c a m e n t e d o
mobilirio dos sculos XIX e XX,
p r a t a r i a , c r i s t a i s e o b j e t o s
decorativos, quadros dos pintores
alagoanos, tais como: Luis Silva,
Miguel Torres, Loureno Peixoto e
Rosalvo Ribeiro. Esse ltimo
destacado pelas magncas telas que
lhe proporcionou premiao em
vrias exposies no Brasil e na
Frana. A construo tem como
ponto alto o Salo Nobre, com altos
relevos e mveis estilo Lus XV. Em
suas alas, esculturas em loua
portuguesa representam: a justia, a
lavoura, o comrcio e a histria.
A inaugurao como museu
ocorreu em maio de 2006. No
mesmo prdio esto os memoriais
dos alagoanos Ldo Ivo e Aurlio
Bua rque de Ho landa e e s t
localizado na Praa Marechal
Floriano Peixoto no Centro de
Macei.
Presentemente, as visitas
agendadas e guiadas, iniciam-se s 8
horas, prolongando-se at s 17
horas, de segunda s sextas. Aos
sbados, domingos e feriados, o
atendimento das 13 s 17 horas,
havendo possibilidade de visitao
noite, mediante agendamento.
Qualquer dia noite, se a pessoa
quiser agendar, a gente ajeita.
Porque para ns o mais importante
que tenha visita, explica o diretor
do museu Jos Mrcio Vieira
Passos.
2013 foi um ano excelente para o
m u s e u , c o m q u a s e 1 0 . 0 0 0
visitaes. Isso se deu porque,
durante 45 dias, o Museu de
Histria Natural da Universidade
Federal de Alagoas (Ufal) instalou
parte de seu acervo no antigo
palcio do governo. Foram 4.000
pessoas s nessa exposio.
A mdia de visitao de
400 a 500 pessoas por ms. Em
perodo de frias h uma reduo,
devido ao fato de grande parte dos
estudantes comporem esse pblico.
Apesar de nessa poca as visitas dos
turistas serem acentuadas.
O Mupa considerado um
dos mais procurados. Ele possui
tanto espao para exposies
p e r m a n e n t e s , c o m o p a r a
exposies temporrias, o que
p r o p o r c i o n a d i f e r e n t e s
possibilidades para quem o visita.
As exposies temporrias so
muito variadas e sempre que posso
venho dar uma olhada, declarou a
estagir ia do museu Let cia
Pascoalino.
H inclusive, segundo o
diretor do museu, simulacros de
orientao em espanhol, francs e
ingls, que proporciona uma melhor
recepo e direcionamento aos
estrangeiros. Ressaltando que os
monitores no so uentes nesses
idiomas, o que gera uma interao
mnima.
6
Royaltiespblicos
mupa
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7 Entrevista
Qual a relao da secretaria de
cultura com os museus?
Ns temos dois museus que so
responsabilidade nossa, que so o
Museu Palcio Floriano Peixoto e o
Museu da Imagem e do Som em
Jaragu. E, a lm disso, dois
memoriais, o Memorial Repblica
e o Memorial Teotnio Vilela. Ento
ns temos quatro espaos de
memria que tem um subespao por
assim dizer, que a gente poderia citar.
Como, por exemplo, o Mestre
Aurlio, que faz referncia a esse
escritor, conhecido como um
sinnimo de dicionrio, que foi
aberto no centenrio de Mestre
Aurlio. Na sequncia ns abrimos
o espao do Ldo Ivo, que inclusive
era vivo na poca que foi inaugurado
e faleceu recentemente. O palcio
de 1902, ento mais do que
centenrio e a gente tambm vem
insistindo com os municpios que
eles tambm tenham seus espaos de
memria. Sempre que eu encontro
um prefeito ou com gestores
municipais de cultura, tem sempre a
provocao de que cada municpio
deveria ter pelo menos um espao de
memria ou um museu, que pode ser
um espao pequeno para gerar o
hbito na populao. Hoje tem um
mundo de ferramentas virtuais, mas
sempre tem aquele elemento fsico
que desperta a curiosidade. Eu
costumo dizer que algumas horas
em um museu valem mais que
muitas horas em sala de aula, porque
tem o lado de sair do ambiente
escolar, o lado da visitao, tem o
lado de um ambiente novo e o lado
de ver esses elementos que compe
essas memrias se ele montado de
uma forma bem didtica. Pesquisas
nacionais que ns tomamos
conhecimento, no o caso de
Alagoas, mas mais de 90% dos
brasileiros nunca estiveram em um
museu. Ento aqueles que j
visitaram e que tem o hbito ainda
so um universo muito pequeno da
populao brasileira. Como o
gabinete da secretaria junto do
museu, eu sempre digo que quando
eu ouo o alarido das crianas
msica nos meus ouvidos, porque
e l e s e s t o a q u i v i s i t a n d o ,
conhecendo.
Vocs tem algum projeto de
visitao, de conscientizao das
crianas pra visitao em relao
s escolas pblicas?
Ns sempre encaminhamos a
disponibilidade e os horrios pra
Secretaria de Educao, tanto
estadual quanto municipal. Atravs
d i sso a gen te t em receb ido
d e m a n d a s , t e m h a v i d o
agendamento e ns quadruplicamos
o nmero de visitao do museu
a t r avs dessa e s t r a t g ia de
agendamento, de vinculao tanto
svaldo Vigas, secretrio de Estado da Cultura desde
Ojaneiro de 2007, vive em Alagoas h mais de 30 anos, atuando no funcionalismo pblico do Estado. Formou-se em
Biologia na Universidade Federal do Rio Grande do Sul
(UFRGS), seu Estado natal, e tem mestrado em Ecologia pela
Universidade de Braslia (UnB). H cerca de 20 anos atua
como professor-adjunto do Setor de Biodiversidade da
Universidade Federal de Alagoas (UFAL).
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com a rede pblica municipal, como
tambm as escolas privadas. Ento
ns passamos essa informao,
quando h uma exposio ns
renovamos esse convite.
Voc considera que j houve uma
m e l h o r a n e s t a q u e s t o d a
visitao, na conscientizao das
pessoas?
Tem acontecido. Agora no
processo de curto prazo, coisa de
longo prazo pra atingir a todo esse
universo que nunca teve acesso aos
museus. um trabalho permanente,
de todos os equipamentos. O
IBRAM (Instituto Brasileiro de
Museus) promove algo interessante,
que a Semana Nacional dos
Museus, ento isso d um foco, ns
tivemos a pouco tempo, foi agora em
Maio a de 2014, j a 12 ento h
uma mobilizao nacional e isso
ganha espao na mdia, na semana
nacional dos museus e cada espao
de memria que participa, tem os
pontos de memria, espaos das
organizaes da sociedade civil, que
geram um espao de visitao. Eu
conheo muita gente que visita os
museus quando viaja pra fora do
pas e no conhece os nossos
espaos, ento de repente no h
uma valorizao e vrias pessoas
que quando eu encontro e pergunto e
co incentivando que venham
conhecer os espaos locais.
Qual tem sido a sua maior
diculdade na secretaria? Voc
recebe apoio nos projetos?
Eu acho que a diculdade geral de
viabilizar, porque de repente voc
tem muitas idias, alguns projetos e
ns conseguimos avanar muito.
Acesso uma palavra chave nos
aspectos da cultura. O acesso bens
e servios culturais. Vai ocorrer um
processo de licitao e ns temos a
esperana de que fechando o atual
perodo de gesto, possamos
entregar essa primeira fase de
r e s t a u r a o . C o n s e g u i m o s
investimentos, tivemos avanos,
mas alguns projetos abrangendo o
Estado como um todo, ns no
chegamos a implantar porque no
h recursos disponveis. O desao
que ns consigamos fazer tudo
acontecer o mais cedo possvel,
porque Alagoas se benecia,
valorizando sua histria e sua
cultura e obtendo renda, receita a
partir de um turismo que valorize
isso. Ento so desaos que esto
c o l o c a d o s . A c r e d i t o q u e
avanamos, mas sempre podemos
fazer bem mais . Ns temos
limitaes e especicamente na
cultura que ainda um dos setores
que tem menores oramentos, os
r e c u r s o s s o r e d u z i d o s s e
comparados a s e to re s ma i s
tradicionais como educao e sade
que tambm pedem recursos e
implantao de servios.
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Museu de Histria Natural
Oda Universidade Federal de Alagoas (MHN - Ufal) um rgo que complementa o ensino,
ligado Pr-Reitoria de Extenso
(Proex) e tem como atribuies a
Pesquisa e a Extenso. Desde a sua
c r i a o , e m 1 9 9 1 , v e m
d e s e n v o l v e n d o e s t u d o s n o s
ecossistemas locais, valorizando
tambm o conhecimento das
populaes tradicionais sobre o uso
dos recursos naturais do estado.
Localiza-se no bairro do Farol em
Macei.
As pesquisas e estudos
realizados no MHN resultam em
c o l e e s c i e n t c a s , q u e
demonstram a biodiversidade (atual
e fssil), das riquezas minerais e da
ocupao humana no decorrer da
histria (arqueologia e antropologia)
local. Pesquisar, conservar e ampliar
suas colees so atividades bsicas
do museu, dando suporte aos cursos
de graduao e ps-graduao da
Universidade, bem como aos
diversos pesquisadores que o
procuram para desenvolver seus
trabalhos.
O MHN foi instalado no
antigo prdio onde funcionava a
Faculdade de Odontologia da Ufal
h 2 4 a n o s . C o m e o u s u a s
atividades sem reforma alguma, e
permanece assim desde ento,
fazendo apenas alguns reparos.
Ns chegamos a um limite de
espaos. O problema que um
espao que cou divido para quatro
equipamentos da Ufal: o DNA
Forense, o Museu, a Usina Cincia e
o Laboratrio Marinho (LabMar).
No m das contas, o espao
terminou cando pequeno para
todos, porque foi crescendo,
e x p l i c a o d i r e t o r t c n i c o e
paleontlogo Jorge Luz Lopes da
Silva.
A s a l a d o d i r e t o r
administrativo Fbio Menezes
tambm funciona como sala de aula
improvisada. Jorge Luz, que
tambm professor de Biologia da
Ufal, ministra suas aulas tericas de
paleontologia nesta sala. A parte
prtica das aulas deveria ocorrer
onde se encontra o material
necessrio, porm a falta de
estrutura no permite que isso
acontea.
O acervo de geologia e
paleontologia, que deveria estar
armazenado da melhor forma
possvel, divide espao num
corredor de forma improvisada,
apelidado pelos funcionrios de o
beco.
O local deve ser restrito, por
enquanto, pois so peas nicas e j
se perdeu muito material. Por isso
essa sala de acervo no deve ser
para visitao do pblico em
hiptese alguma e no h como
adequar, disse a professora
responsvel pela rea de geologia
Ana Paula Lopes da Silva.
H mais de sete anos so
feitas solicitaes para reformas no
prdio, porm, at hoje, nenhuma
atitude foi tomada por parte da
reitoria da Ufal, segundo Ana Paula.
A princpio ocorrer a mudana do
museu para o antigo Instituto de
9
Esquecidosnahistria
MHN
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Cincias Biolgicas e da Sade
(ICBS), como medida emergencial.
Como a nova localidade passagem
de turistas, o museu, ento, teria mais
visibilidade. O museu caria num
ponto chave. E o reitor, numa
conversa que tivemos com ele, se
mostrou bem interessado em
transformar aquele antigo prdio
num espao de cincia que agregaria
o museu, memorial e a usina
cincia, declara.
Desde 2011 no h mais
exposies, devido falta de
estrutura fsica. Mas quando havia, o
museu era muito bem visitado tanto
por esco las pb l icas quan to
particulares. Mesmo com quase trs
anos sem exposies, o museu
continua a receber ligaes e e-mails
solicitando agendamentos.
Em 2013, houve um incndio
na sala de geologia, prximo ao
acervo. O incndio foi contido e,
felizmente no atingiu nada que no
pudesse ser reposto. Para evitar
novos acidentes, houve a troca de
toda ao eltrica na sala. O
prdio precisa de uma reforma, para
quem for car, necessita de uma
estrutura. Mas o nosso foco ,
realmente, l em baixo pelo amplo
espao. Pra tirar a coleo desse
sufoco, aponta Jorge Luz.
O MHN est formando uma
parceria com o Museu Darwin de
Moscou que o mais importante
museu de histria natural da
Rssia, chegando a receber mais de
500 mi l v i s i t a s por ano . A
professora Anna Klyukina, diretora
do museu russo, numa visita ao
MHN de Macei demonstrou
interesse por dois acervos: o de
herpetologia, composto por repteis
e anfbios, e o de paleontologia, de
fsseis. O museu de Moscou tem
mais de 200.000 espcimes em sua
coleo. Porm, o da Ufal tem mais
riqueza em algumas coisas. Anna
Klyukina observou espcimes que
em seu pas no existiram e que so
raras. Por isso houve a proposta de
parceria, para possibilitar a troca de
material entre os museus.
H dois anos, o MHN no
participa da Semana Nacional dos
Museus, pois a exposio encontra-
se desativada. No se tem um
espao em condies ideais de
receber o pblico por causa do risco
estrutural. O telhado da sala de
exposio foi destrudo pelo vento
no ms de maro e at o momento
nada foi resolvido.
Mas, apesar da situao em
que se encontra, o MHN de Alagoas
um patrimnio de grande valor
cultural e que chama muito a
ateno de turistas e estudantes pela
diversidade de seu acervo.
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"OBeco"
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