mães são tecelãs
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Texto de: Ir. Zuleides Andrade
Chegando ao topo dos Anos Dourados, com o
olhar da imaginação, recordo tantas mulheres e mães que,
de muitas formas e em diferentes momentos, marcam presença tecendo a malha dos anos da
nossa vida.
Mães são tecelãs apaixonadas que se entrelaçam e acolhem em
seu corpo, mente e coração, a vida que se aninha e se engendra.
Com fios de luz e seiva fecunda elas tecem o corpo do seu bebê,
em noites cheias de sonhos e temores, madrugadas insones, em dias
de múltiplos desejos e planos.
Tecelãs dedicadas e persistentes, em preces e
canções de ninar e mesmo lágrimas silenciosas, com cuidados e agrados, tecem confiança, oferecendo o senso de bondade a
seus filhos.
Vestem o corpo e a imaginação dos pequenos, enquanto colocam babados
e laços para dar um toque extra de conforto e graciosidade.
Mães são eternas professoras e tecelãs do saber, da
curiosidade, do riso, da vontade de descobrir, de construir e de
aprender.
São hábeis criadoras de fantasias, de bonecas e tapetes mágicos, para
a imaginação dos pequenos.
Também acarinham os cabelos, acalmam, tecem cachos e tranças.
Mães são exímias tecelãs e, quando preciso, reatam e apertam
nós de afetos, juntam as tramas rebeldes e acreditam na sua
arte.
Crêem tanto que não levam tão a
sério a esquisitice de seus filhos adolescentes que, em certas ocasiões,
decidem andar às avessas.
Elas bem sabem que eles têm o lado belo da vida,
que é o mais importante.
As mães continuam tecendo a vida com fios coloridos e
naturais, de branco silêncio, rósea ternura, verde esperança, azuladas preces.
Tecem igualmente com fios amargos e rudes, descoloridos pelas
decepções, pelo cansaço, suor e terra.
São tantas as mães e tão diferentes, todas belas a
seu modo e crentes!
Crêem no milagre da vida, na possibilidade da primavera
que, de certa forma, também dependem delas.
Mães tecem com o coração nas mãos, sempre prontas para
acariciar, afagar, perdoar, esperar e, em prece, aconchegar outras
mãos nas suas.
São tecelãs que se inspiram na mais santa das mães - Maria, a Mãe do Divino Mestre - para tecer vestes de seus rebentos.
Essas prendadas tecelãs têm um pouco de Deus, um pouco de anjos e um pouco de fadas
ao tecer alento e encantamento que nos dão a segurança de serem colo seguro e ombro amigo, que nos permitem fazer beicinho, buscar carinho e alimento para tudo de que
precisamos na vida.
Mães são tecelãs longamente testadas.
Por isso, entendem de fios e desafios, de nós, de laços e
fitas, de alma que silencia ou que grita.
Mães são tecelãs de bandeiras de paz e são promessas
de arco-íris que abraçam todas as cores, todas as nuances de amores, sonhos desfeitos, amizades refeitas.
Mães são tecelãs de toalhas dupla-face, naturais e
aveludadas, para os mais frágeis, os que se banham, para os que se refazem das quedas e tropeços
nos caminhos da vida.
São tecelãs incansáveis de túnicas e mantos que
acolhem, abrigam e protegem, de pulôveres e mantas que abraçam e aquecem nosso corpo e,
muito mais, o nosso coração, que busca espaço de aconchego e segredo.
Mães tecem ninhos repletos de esperança e alegria.
Mães tecem espaços de aconchego e sossego para um soninho.
Mães tecem pavios escondidos para acender a chama da fé.
Mães são tecelãs de mãos ágeis e ternas, extensões
do coração materno de Deus, que se tornam perenes, entregando novelos e retalhos para que
outras pessoas, outras mulheres continuem
a sua arte.
Benditas mães! Benditos filhos, frutos tecidos de amor!
Benditas tecelãs da vida, cúmplices do Criador!
Ir. Zuleides Andrade, ASCJ Curitiba - PR
22 / 02 / 2005
Autor do Slide: Ria Ellwanger [email protected] Texto: Mães são tecelãs, de Ir. Zuleides AndradeMúsica: Ernesto Cortazar - The Greatest Miracle Imagens: Ir. Zuleides Andrade e Getty Images
Este slide é exclusivo do site Ria Slides