mal de alzheimer

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Mal de AlzheimerOrigem: Wikipdia, a enciclopdia livre.Ir para: navegao, pesquisaAlzheimerAviso mdico

Classificao e recursos externos

O Mal de Alzheimer foi descrito pela primeira vez em 1906 pelo psiquiatra alemo Alois Alzheimer

CID-10G30, F00

CID-9331.0, 290.1

OMIM104300

DiseasesDB490

MedlinePlus000760

Nota: Este artigo sobre a doena. Para o mdico que deu o nome a doena, veja Alois Alzheimer.O Mal de Alzheimer, Doena de Alzheimer (DA) ou simplesmente Alzheimer, uma doena degenerativa atualmente incurvel mas que possui tratamento. O tratamento permite melhorar a sade, retardar o declnio cognitivo, tratar os sintomas, controlar as alteraes de comportamento e proporcionar conforto e qualidade de vida ao idoso e sua famlia. Foi descrita, pela primeira vez, em 1906, pelo psiquiatra alemo Alois Alzheimer, de quem herdou o nome. a principal causa de demncia em pessoas com mais de 60 anos no Brasil e em Portugal, sendo cerca de duas vezes mais comum que a demncia vascular, sendo que em 15% dos casos ocorrem simultaneamente.[1] Atinge 1% dos idosos entre 65 e 70 anos mas sua prevalncia aumenta exponencialmente com os anos sendo de 6% aos 70, 30% aos 80 anos e mais de 60% depois dos 90 anos.[2]ndice[esconder] 1 Prevalncia 2 Sintomas 2.1 Primeira fase dos sintomas 2.2 Segunda fase (demncia inicial) 2.3 Terceira fase 2.4 Quarta fase (terminal) 3 Histopatologia 4 Fisiopatologia 5 Evoluo 6 Preveno 7 Tratamento 7.1 Medicamentos psiquitricos 7.2 Novos tratamentos 7.3 Cuidadores 8 Custos sociais 9 Ver tambm 10 Referncias 11 Ligaes externas

[editar] PrevalnciaNo mundo o nmero de portadores de Alzheimer cerca de 25 milhes, com cerca de 1 milho de casos no Brasil[3] e cerca de 100 mil em Portugal.[4]Existe uma relao inversamente proporcional entre a prevalncia de demncia e a escolaridade. Nos indivduos com oito anos ou mais de escolaridade a prevalncia de 3,5%, enquanto que nos analfabetos de 12,2%.[5][editar] Sintomas

As reas mais afetadas so as associadas a memria, aprendizagem e coordenao motoraCada paciente de Alzheimer sofre a doena de forma nica, mas existem pontos em comum, por exemplo, o sintoma primrio mais comum a perda de memria. Muitas vezes os primeiros sintomas so confundidos com problemas de idade ou de estresse. Quando a suspeita recai sobre o Mal de Alzheimer, o paciente submetido a uma srie de testes cognitivos e radiolgicos. Com o avanar da doena vo aparecendo novos sintomas como confuso mental, irritabilidade e agressividade, alteraes de humor, falhas na linguagem, perda de memria a longo prazo e o paciente comea a desligar-se da realidade. Antes de se tornar totalmente aparente o Mal de Alzheimer vai-se desenvolvendo por um perodo indeterminado de tempo e pode manter-se no diagnosticado e assintomtico durante anos.[6]A evoluo da doena est dividida em quatro fases.[editar] Primeira fase dos sintomasOs primeiros sintomas so muitas vezes falsamente relacionados com o envelhecimento natural ou com o estresse. Alguns testes neuropsicolgicos podem revelar muitas deficincias cognitivas at oito anos antes de se poder diagnosticar o Mal de Alzheimer por inteiro. O sintoma primrio mais notvel a perda de memria de curto prazo (dificuldade em lembrar factos aprendidos recentemente); o paciente perde a capacidade de dar ateno a algo, perde a flexibilidade no pensamento e o pensamento abstrato; pode comear a perder a sua memria semntica. Nessa fase pode ainda ser notada apatia, como um sintoma bastante comum. tambm notada uma certa desorientao de tempo e espao. A pessoa no sabe onde est nem em que ano est, em que ms ou que dia. Quanto mais cedo os sintomas forem percebidos mais eficaz o tratamento e melhor o prognstico.[editar] Segunda fase (demncia inicial)Com o passar dos anos, conforme os neurnios morrem e a quantidade de neurotransmissores diminuem, aumenta a dificuldade em reconhecer e identificar objectos (agnosia) e na execuo de movimentos (apraxia).A memria do paciente no afetada toda da mesma maneira. As memrias mais antigas, a memria semntica e a memria implcita (memria de como fazer as coisas) no so to afectadas como a memria a curto prazo. Os problemas de linguagem implicam normalmente a diminuio do vocabulrio e a maior dificuldade na fala, que levam a um empobrecimento geral da linguagem. Nessa fase, o paciente ainda consegue comunicar ideias bsicas. O paciente pode parecer desleixado ao efetuar certas tarefas motoras simples (escrever, vestir-se, etc.), devido a dificuldades de coordenao.[editar] Terceira faseA degenerao progressiva dificulta a independncia. A dificuldade na fala torna-se evidente devido impossibilidade de se lembrar de vocabulrio. Progressivamente, o paciente vai perdendo a capacidade de ler e de escrever e deixa de conseguir fazer as mais simples tarefas dirias. Durante essa fase, os problemas de memria pioram e o paciente pode deixar de reconhecer os seus parentes e conhecidos. A memria de longo prazo vai-se perdendo e alteraes de comportamento vo-se agravando. As manifestaes mais comuns so a apatia, irritabilidade e instabilidade emocional, chegando ao choro, ataques inesperados de agressividade ou resistncia caridade. Aproximadamente 30% dos pacientes desenvolvem iluses e outros sintomas relacionados. Incontinncia urinria pode aparecer.[editar] Quarta fase (terminal)Durante a ltima fase do Mal de Alzheimer, o paciente est completamente dependente das pessoas que tomam conta dele. A linguagem est agora reduzida a simples frases ou at a palavras isoladas, acabando, eventualmente, em perda da fala. Apesar da perda da linguagem verbal, os pacientes podem compreender e responder com sinais emocionais. No entanto, a agressividade ainda pode estar presente, e a apatia extrema e o cansao so resultados bastante comuns. Os pacientes vo acabar por no conseguir desempenhar as tarefas mais simples sem ajuda. A sua massa muscular e a sua mobilidade degeneram-se a tal ponto que o paciente tem de ficar deitado numa cama; perdem a capacidade de comer sozinhos. Por fim, vem a morte, que normalmente no causada pelo Mal de Alzheimer, mas por outro fator externo (pneumonia, por exemplo).[editar] Histopatologia

Histopatologia da fase pr-senil das placas senis. A protena beta-amilide, que tem efeitos txicos sobre os neurnios.[7]A base histopatolgica da doena foi descrita pela primeira vez pelo neuropatologista alemo Alois Alzheimer em 1909, que verificou a existncia juntamente com placas senis (hoje identificadas como agregados de protena beta-amilide), de emaranhados neurofibrilares (hoje associados a mutaes e consequente hiperfosforilao da protena tau, no interior dos microtbulos do citoesqueleto dos neurnios). Estes dois achados patolgicos, num doente com severas perturbaes neurocognitivas, e na ausncia de evidncia de compromisso ou leso intra-vascular, permitiram a Alois Alzheimer caracterizar este quadro clnico como distinto de outras patologias orgnicas do crebro, vindo Emil Kraepelin a dar o nome de Alzheimer doena por ele estudada pela primeira vez, combinando os resultados histolgicos com a descrio clnica.As placas senis tm o aspecto esfrico e no centro h denso acmulo de protena beta-amilide A/4 que circundada por um anel formado de partculas de neurnios anormais, clulas microgliais e astrcitos reactivos. Alm disso, conforme os neurnios criam ns em peas essenciais de sua estrutura interna, os microtbulos retorcidos e emaranhados prejudicam o funcionamento da rede neural. A provvel causa um defeito no cromossoma 19, responsvel pela produo de uma protena denominada apolipoprotena E4 (ApoE4).[8][editar] Fisiopatologia

Perda de conexes entre neurnios, formao de emaranhados neurofibrilares e placas de amilides so as principais caractersticas identificadas no AlzheimerSegundo pesquisas recentes, o Alzheimer comea no tronco cerebral, mais especificamente numa rea denominada ncleo dorsal da rafe, e no no crtex, que o centro do processamento de informaes e armazenamento da memria.[9]Caracteriza-se clinicamente pela perda progressiva da memria. O crebro de um paciente com a doena de Alzheimer, quando visto em necrpsia, apresenta uma atrofia generalizada, com perda neuronal especfica em certas reas do hipocampo, mas tambm em regies parieto-occipitais e frontais. O quadro de sinais e sintomas dessa doena est associado reduo de neurotransmissores cerebrais, como acetilcolina, noradrenalina e serotonina. O tratamento para o mal de Alzheimer sintomtico e consiste justamente na tentativa de restaurao da funo colinrgica, noradrenrgica e serotoninrgica.[10]A perda de memria causa a estes pacientes um grande desconforto em sua fase inicial e intermediria. J na fase adiantada no apresentam mais condies de perceber-se doentes, por falha da autocrtica. No se trata de uma simples falha na memria, mas sim de uma progressiva incapacidade para o trabalho e convvio social, devido a dificuldades para reconhecer pessoas prximas e objetos. Mudanas de domiclio so mal recebidas, pois tornam os sintomas mais agudos. Um paciente com doena de Alzheimer pergunta a mesma coisa centenas de vezes, mostrando sua incapacidade de fixar algo novo. Palavras so esquecidas, frases so trocadas, muitas permanecendo sem finalizao.[editar] EvoluoA evoluo da piora em torno de 5 a 15% da cognio (conscincia de si prprio e dos outros) por ano de doena, com um perodo em mdia de oito anos de seu incio e seu ltimo estgio. Com a progresso da doena passa a no reconhecer mais os familiares ou at mesmo a no realizar tarefas simples de higiene e vestir roupas. No estgio final necessita de ajuda para tudo. Os sintomas depressivos so comuns, com instabilidade emocional e choros. Delrios e outros sintomas de psicose so frequentes, embora difceis de avaliar nas fases finais da doena, devido total perda de noo de lugar e de tempo e da deteriorao geral. Em geral a doena instala-se em pessoas com mais de 65 anos, mas existem pacientes com incio aos quarenta anos, e relatos raros de incio na infncia, de provvel cunho gentico. Podem aparecer vrios casos numa mesma famlia, e tambm pode acontecer casos nicos, sem nenhum outro parente afetado, ditos espordicos.[editar] Preveno

O Alzheimer quatro vezes mais comum em analfabetos do que em pessoas com mais de oito anos de estudo formalTodos os estudos de medidas para prevenir ou atrasar os efeitos do Alzheimer so frequentemente infrutferos. Hoje em dia, no parecem existir provas para acreditar que qualquer medida de preveno definitivamente bem sucedida contra o Alzheimer. No entanto, estudos indicam relaes entre factores alterveis como dietas, risco cardiovascular, uso de produtos farmacuticos ou atividades intelectuais e a probabilidade de desenvolvimento de Alzheimer da populao. Mas s mais pesquisa, includos testes clnicos, revelaro se, de facto, esses factores podem ajudar a prevenir o Alzheimer.A incluso de fruta e vegetais, po, trigo e outros cereais, azeite, peixe, e vinho tinto, podem reduzir o risco de Alzheimer. Algumas vitaminas como a B12, B3, C ou a B9 foram relacionadas em estudos ao menor risco de Alzheimer, embora outros estudos indiquem que essas no tm nenhum efeito significativo no incio ou desenvolvimento da doena e podem ter efeitos secundrios. Algumas especiarias como a curcumina e o aafro mostraram sucesso na preveno da degenerao cerebral em ratos de laboratrio.O risco cardiovascular, derivado de colesterol alto, hipertenso, diabetes e o tabaco, est associado com maior risco de desenvolvimento da doena, e as estatinas (frmacos para fazer descer o colesterol) no tiveram sucesso em prevenir ou melhorar as condies do paciente durante o desenvolvimento da doena. No entanto, o uso a longo prazo de anti-inflamatrios no-esteroides (AINEs) est tambm associado menor probabilidade de desenvolvimento de Alzheimer em alguns indivduos. J no se acredita que outros tratamentos farmacuticos, como substituio de hormonas femininas, previnam a doena. Em 2007, estudo aprofundado concluiu que havia provas inconsistentes e pouco convincentes de que o ginkgo tenha algum efeito positivo em reduzir a probabilidade de ocorrncia do Mal de Alzheimer.Atividades intelectuais como ler, escrever com a mo esquerda, disputar jogos de tabuleiro (xadrez, damas, etc.), completar palavras cruzadas, tocar instrumentos musicais, ou socializao regular tambm podem atrasar o incio ou a gravidade do Alzheimer. Outros estudos mostraram que muita exposio a campos magnticos e trabalho com metais, especialmente alumnio, aumenta o risco de Alzheimer. A credibilidade de alguns desses estudos tem sido posta em causa at porque outros estudos no encontraram a mnima relao entre as questes ambientais e o desenvolvimento de Alzheimer.Atitudes simples do dia a dia podem reduzir as chances de desenvolver a doena. Uma delas reduzir ao mximo o contato de alimentos com o alumnio. Ele est presente em panelas que armazenam as sobras do almoo para o jantar, ou vice-versa. Ao ficarem na geladeira, por exemplo, aos poucos a panela solta pequenas partculas de alminio que contaminam o alimento, d preferncia por armazenar as sobras em recipientes de plstico, e volte para a panela somente quando for aquecer. Evite tambm o uso excessivo de papel alumnio para embrulhar os alimentos, sobretudo em lanche para as crianas. D preferncia por potes de plstico, que alm de conservar melhor o alimento sem amass-lo, evita o gasto com o papel e ajuda a natureza na hora de reciclar, reduzindo o lixo produzido.Muitas vezes no possvel discernir todas as fases da doena. Pois um paciente que ainda est na primeira fase j pode apresentar dificuldades de locomoo por exemplo, e outro paciente que j se encontra em fase terminal ainda fala com fluencia (embora sejam frases sem sentido nenhum e at mesmo xingamentos).Em 2009, cientistas do Reino Unido e Frana anunciaram a descoberta de trs genes [clusterina (ou CLU), PICALM e CR1] que poderiam reduzir em at 20% seus ndices de incidncia na populao.[11][editar] TratamentoAdvertncia: A Wikipdia no consultrio mdico nem farmcia.Se necessita de ajuda, consulte um profissional de sade.As informaes aqui contidas no tm carter de aconselhamento.

inibidores da acetilcolinesterase retardam o declnio cognitivo em 40%[12]O tratamento visa minimizar os sintomas, proteger o sistema nervoso e retardar o mximo possvel a evoluo da doena. Os inibidores da acetilcolinesterase, atuam inibindo a enzima responsvel pela degradao da acetilcolina que produzida e liberada por algumas reas do crebro (como os do ncleo basal de Meynert). A deficincia de acetilcolina considerada um dos principais fatores da doena de Alzheimer, mas no o nico evento bioqumico/fisiopatolgico que ocorre. Mais recentemente, um grupo de medicaes conhecido por inibidores dos receptores do tipo NMDA (N-Metil-D-Aspartato) do glutamato entrou no mercado brasileiro, j existindo no europeu h mais de uma dcada. Um desses medicamentos, a memantina(HEIMER 10 Mg - Eurofarma), atua inibindo a ligao do glutamato, neurotransmissor excitatrio do sistema nervoso central a seus receptores. O glutamato responsvel por reaes de excitotoxicidade com liberao de radicais livres e leso tecidual e neuronal. H uma mxima na medicina que diz que uma doena pode ser intratvel, mas o paciente no.Os medicamentos inibidores da acetil-colesterase so[13]: Tacrina Donepesila Rivastimina Galantamina Rivastigmina MetrifonatoEfeitos colaterais comuns desses medicamentos: Hepatotoxicidade (30% na Tacrina) Diarria Nusea Vmitos Tontura Fadiga Insnia Falta de apetite MialgiaVrios desses efeitos colaterais tendem a desaparecer nas primeiras semanas. Eles so mais eficazes no incio do tratamento pois conforme o ncleo basal de Meynert vai degenerando restam cada vez menos receptores da acetilcolina. A quantidade de Apolipoprotena E e estrgeno so importantes preditores do sucesso teraputico.[14][editar] Medicamentos psiquitricosComo a depresso e ansiedade so um problema constante no Alzheimer comum que os mdicos prescrevam antidepressivos, principalmente inibidores selectivos da recaptao da serotonina como sertralina (ASSERT e Zoloft) e o citalopram (Cipramil). Porm os estudos demonstrando sua eficcia so bastante limitados, diminuindo a concentrao, ateno e o estado de viglia sendo a eletroconvulsoterapia uma boa alternativa.[15] Antidepressivos alm de melhorarem o humor, o apetite, o sono, o auto-controle e diminuirem a ansiedade, tendncias suicidas e agressividade tem demonstrado tambm significativamente retardar a degenerao do crebro.Os medicamentos antipsicticos, como o haloperidol (Haldol), tm sido utilizados no intuito de facilitar os cuidados com o paciente, especialmente reduzindo as alucinaes, a agressividade, os distrbios de humor, a anedonia, a apatia e a disforia, que so comportamentos que ocorrem com a evoluo da patologia. Os benzodiazepnicos, como o diazepam (Valium), tem sido usado para insnia, ansiedade, agitao motora e irritabilidade, porm causando sonolncia, desateno e menor coordenao motora (ataxia) o que pode ser um srio agravante.[16][editar] Novos tratamentosEstudos indicam que Anti-inflamatrios no esteroides (AINEs) podem servir como proteo contra a demncia em usurios crnicos destes frmacos. A relao pode advir da observao de inmeras substncias pr-inflamatrias envolvidas na fisiopatologia da doena e diretamente presentes em placas neurticas; e, emaranhados neurofibrilares, assim como pela ao direta de certos anti-inflamatrios sobre a clivagem de protena precursora do amilide.[17] O ibuprofeno (Advil) e a indometacina (Indocid) - mas no o naproxeno (Naprosyn), o celecoxib (Celebra) ou o cido acetilsaliclico (Aspirina) - demonstraram reduzir os nveis de A acima de 80% em cultura de clulas49. Como nem todos os antiinflamatrios no-esteroidais apresentaram esse efeito, acredita-se que essa reduo ocorreu por um processo independente da atividade antiinflamatria sobre a COX.[18]Em 2008 um estudo conseguiu desenvolver um meio de reverter alguns sintomas do Mal de Alzheimer em questo de minutos. Uma injeo de etanercepte (nome comercial: Enbrel) na espinha, uma citocina usada no tratamento de problemas imunolgicos, atuou inibindo o fator de necrose tumoral alfa (TNF) resultando em melhoras cognitivas e comportamentais quase imediatas.[19]Em 2011, outro estudo identificou que um defeito no fgado responsvel pelo excesso de produo de amilide beta. Em testes com animais o uso de imatinib (nome comercial: Gleevec), uma droga usada no tratamento do cncer, resultou em diminuo de amilides beta no sangue e no crebro. Planejam fazer testes com humanos em breve.[20]A estimulao profunda do cerebro est a ser alvo de estudo na universidade do Canad com resultados encorajantes.[21]Em julho de 2012, cientistas do colgio mdico de Weill Cornell em Nova Iorque (nordeste dos Estados Unidos) apresentaram um experimento usando o frmaco imunolgico Gammagard (tambm conhecido como imunoglobina intravenosa [22]). Este medicamento, era utilizado como imunossupressor em casos de transplantes e enfermidades do sistema imunolgico. Um dos resultados do estudo demonstrou que, os pacientes (nmero reduzido, nessa parte do experimento) que receberam o medicamento em alta dosagem, no apresentaram deteriorao cognitiva e perda de memria durante trs anos. [23][24][editar] Cuidadores

A tarefa de cuidar do idoso precisa ser dividida e compartilhada com outros membros da famlia e profissionais de sade para no sobrecarregar uma s pessoaConforme a doena avana aumentam as dificuldades para os familiares que se vem tendo que cuidar, acompanhar e ajudar no tratamento de um familiar que no mais reconhece as pessoas e depende a maior parte do tempo do auxlio de algum, at para realizar suas necessidades fisiolgicas mais bsicas. Os cuidadores so fundamentais para o tratamento do idoso com Alzheimer no ambiente domiciliar, mas nem todos os familiares esto preparados fsica e psicologicamente para conviver e cuidar de algum que no os reconhece nem valoriza seus esforos. Por isso importante o acesso s informaes sobre a patologia e apoio psicosocial aos cuidadores.[25] E o cuidador de paciente com Alzheimer frequentemente tem que lidar com irritabilidade, agressividade, mudanas de humor e de comportamento. recomendado a participao do cuidador em programas de cuidado ao idoso com Alzheimer para esclarecer dvidas sobre a doena, acompanhar o tratamento, dar apoio psicolgico e social para atenuar o esgotamento e o estresse gerados pela convivncia com uma pessoa que a cada dia vai precisar de mais cuidado e ateno no ambiente domiciliar.Os cuidadores so responsveis pela manuteno da segurana fsica, reduo da ansiedade e agitao, melhoria da comunicao, promoo da independncia nas atividades de autocuidado, atendimento das necessidades de socializao e privacidade, manuteno da nutrio adequada, controle dos distrbios do padro de sono e transporte para servios de sade alm das inmeras atividades dirias de cuidado com o lar.[26][editar] Custos sociaisA demncia, e especificamente a doena de Alzheimer, podem estar entre as doenas mais dispendiosas para a sociedade na Europa e nos Estados Unidos,[27][28] enquanto o seu custo em outros pases, como Argentina,[29] na ou Coreia do Sul,[30] tambm elevado e crescente. Estes custos iro provavelmente aumentar com a envelhecimento da sociedade, tornando-se um importante problema social. Os custos associados doena incluem os custos mdicos diretos, tais como o de enfermagem home care, custos diretos no-mdicos, como acompanhantes, e os custos indiretos tais como a perda de produtividade tanto do paciente como de quem o cuida.[28] Os nmeros variam de um para outro estudo, mas os custos de demncia no mundo inteiro foram calculados em cerca de 160 bilhes de dlares,[31], enquanto os custos do mal de Alzheimer nos Estados Unidos podem ser de 100 bilhes de dlares anuais.[28][editar] Ver tambm Demncia Demncia vascular, doena que pode ocorrer simultaneamente Demncia com corpos de Lewy, muitas vezes confundida com a doena de Alzheimer Rember Cuidados de Enfermagem na Doena de Alzheimer Cuidar de uma pessoa portadora de DA pode ser difcil em alguns momentos. Requer principalmente amor, solidariedade e tudo que estas duas palavras englobam: pacincia, dedicao e, sobretudo, uma assistncia que merece a diviso de tarefas entre os familiares, visto que os cuidados exigem ateno diuturna, gerando grande desgaste fsico e emocional para aqueles que lidam diretamente com o portador.

Cuidar de uma pessoa portadora de DA pode ser difcil em alguns momentos. Requer principalmente amor, solidariedade e tudo que estas duas palavras englobam: pacincia, dedicao e, sobretudo, uma assistncia que merece a diviso de tarefas entre os familiares, visto que os cuidados exigem ateno diuturna, gerando grande desgaste fsico e emocional para aqueles que lidam diretamente com o portador. Para facilitar no cuidado de enfermagem necessrio estabelecer algumas rotinas para o portador da DA, tais como: Estabelea rotinas, mas mantenha a normalidade: uma rotina pode facilitar as atividades que voc dever fazer e, ao mesmo tempo, estruturar um novo sistema de vida. A rotina pode representar segurana para o portador; porm, embora ela possa ajudar, importante manter a normalidade da vida familiar; procure tratar o portador da mesma forma como o tratava antes da doena; Incentive a independncia: necessrio que o portador receba estmulos sua independncia. Faa com ele e no por ele, respeite e preserve sua capacidade atual de realizar atividades de vida diria. Supervisione, auxilie e faa por ele apenas quando no houver nenhuma capacidade para execuo de determinada tarefa. Isto o ajudar a manter a auto-estima, o respeito prprio e, conseqentemente, diminuir a ansiedade do familiar; Ajude o portador a manter sua dignidade: lembre-se que a pessoa de quem voc cuida ainda um indivduo com sentimentos. O que voc ou outros familiares fazem ou falam em sua presena pode perturb-lo. Evite discutir sobre as condies do portador na sua presena; Evite confrontos: qualquer tipo de conflito pode causar estresse desnecessrio em voc e/ou no portador. Evite chamar ateno e mantenha a calma de maneira que a situao no piore. Lembre-se que por mais que parea proposital, a doena que ocasiona momentos de agitao, agressividade, etc. NO culpa do portador. Tente identificar qual ou quais fatores podem ser responsveis pela alterao apresentada e, a partir da, trabalhe para elimin-los; Faa perguntas simples: mantenha uma conversa simples, sem incluir vrios pensamentos, idias ou escolhas; as perguntas devem possibilitar respostas como sim ou no; perguntar voc quer laranja? melhor do que que fruta voc gostaria de comer?. Mantenha seu senso de humor: procure rir com (e no rir do) o portador de DA. Algumas situaes podem parecer engraadas para voc, mas no so para ele. Mantenha um humor saudvel e respeitoso, ele ajuda a diminuir o estresse. Torne a casa segura: a dificuldade motora e a perda de memria podem aumentar a possibilidade de quedas. Por isso, voc deve trazer o mximo de segurana para sua casa: verifique tapetes, mesas de centro, mveis com quina, objetos de decorao, escadas, banheiras, janelas, piscinas. Encoraje o exerccio e a sade fsica: em alguns casos, o exerccio fsico pode colaborar para que o portador mantenha suas habilidades fsicas e mentais por um tempo maior. O exerccio apropriado depende da condio de cada pessoa. Consulte o mdico para melhores informaes. Ajude a manter as habilidades pessoais: algumas atividades podem incentivar a dignidade e o respeito prprio, dando propsito e significado vida. Uma pessoa que antes foi uma dona de casa, um motorista, um professor ou um executivo pode ter maior satisfao usando algumas das habilidades relacionadas ao seu servio anterior. Lembre-se, entretanto, que a DA progressiva e os gostos ou habilidades das pessoas acometidas pela doena fatalmente mudaro com o tempo. Conhecer estes detalhes exigir de voc, familiar/cuidador, maior observao para que, dessa forma, seja possvel um planejamento de atividades compatveis com o grau de dependncia apresentado pelo portador. Mantenha a comunicao: com o avano da doena, a comunicao entre voc e o portador pode tornar-se mais difcil. As seguintes dicas podero ajud-lo:- tenha certeza de que a ateno do portador no est sendo prejudicada por outrosfatores;- fale clara e pausadamente, frente a frente e olhando nos seus olhos;- demonstre amor atravs do contato fsico;- preste ateno na linguagem corporal pessoas que perdem a comunicao verbal, comunicam-se muito com os gestos;- procure identificar as lembranas ou palavras-chave que podem ajud-lo a comunicar-se efetivamente com o portador. Use artifcios de memria: para alguns portadores, o uso de artifcios de memria pode ajud-lo a lembrar de aes cotidianas e prevenir confuses como, por exemplo: mostre fotografias dos familiares com seus nomes para ajud-lo a reconhecer quem quem no ambiente familiar, coloque placas indicativas nas portas identificando o quarto, o banheiro, etc. Lembre-se, porm, que com o avanar da doena estes artifcios no mais tero o resultado esperado.

DOENA DE ALZHEIMERSinnimos e Nomes Populares:demncia; esclerose; caduquice

O que ?A Doena de Alzheimer uma doena do crebro, degenerativa, isto , que produz atrofia, progressiva, com incio mais freqente aps os 65 anos, que produz a perda das habilidades de pensar, raciocinar, memorizar, que afeta as reas da linguagem e produz alteraes no comportamento.Quais as causas da doena?As causas da Doena de Alzheimer ainda no esto conhecidas, mas sabe-se que existem relaes com certas mudanas nas terminaes nervosas e nas clulas cerebrais que interferem nas funes cognitivas. Alguns estudos apontam como fatores importantes para o desenvolvimento da doena:Aspectos neuroqumicos: diminuio de substncias atravs das quais se transmite o impulso nervoso entre os neurnios, tais como a acetilcolina e noradrenalina.

Aspectos ambientais: exposio/intoxicao por alumnio e mangans.

Aspectos infecciosos: como infeces cerebrais e da medula espinhal.

Pr-disposio gentica em algumas famlias, no necessariamente hereditria.

Sintomas"Eu vivo me esquecendo...""No me lembro onde deixei...""Doutor, facilmente esqueo dos nmeros de telefone e de pagar contas.""Doutor, minha me esqueceu meu aniversrio...Doutor, meu pai se perdeu..."So esses os tipos de queixas que se ouvem, s quais geralmente os amigos e familiares reportam como "coisas da idade". Entretanto, se alguma pessoa de suas relaes esquecer o caminho de casa ou no se lembra de jeito algum, ou s com muito esforo, de um fato que aconteceu, procure um mdico. Pode no ser algo importante, entretanto pode ser tambm um incio da Doena de Alzheimer que no tem cura, mas cujo tratamento precoce atrasa o desenvolvimento da doena, produz alguma melhora na memria, torna mais compreensvel as mudanas que vo ocorrer na pessoa e melhora a convivncia com o doente.Na fase inicial da doena, a pessoa afetada mostra-se um pouco confusa e esquecida e parece no encontrar palavras para se comunicar em determinados momentos; s vezes, apresenta descuido da aparncia pessoal, perda da iniciativa e alguma perda da autonomia para as atividades da vida diria.Na fase intermediria necessita de maior ajuda para executar as tarefas de rotina, pode passar a no reconhecer seus familiares, pode apresentar incontinncia urinria e fecal; torna-se incapaz para julgamento e pensamento abstrato, precisa de auxlio direto para se vestir, comer, tomar banho, tomar suas medicaes e todas as outras atividades de higiene. Pode apresentar comportamento inadequado, irritabilidade, desconfiana, impacincia e at agressividade; ou pode apresentar depresso, regresso e apatia.No perodo final da doena, existe perda de peso mesmo com dieta adequada; dependncia completa, torna-se incapaz de qualquer atividade de rotina da vida diria e fica restrita ao leito, com perda total de julgamento e concentrao. Pode apresentar reaes a medicamentos, infeces bacterianas e problemas renais. Na maioria das vezes, a causa da morte no tem relao com a doena e sim com fatores relacionados idade avanada.DiagnsticoUma das dificuldades em realizar um diagnstico de Doena de Alzheimer a aceitao da demncia como consequncia normal do envelhecimento.O diagnstico de Doena de Alzheimer feito atravs da excluso de outras doenas que podem evoluir tambm com quadros demenciais. Por exemplo:Traumatismos cranianos

Tumores cerebrais

Acidentes Vasculares Cerebrais

Arterioesclerose

Intoxicaes ou efeitos colaterais de medicamentos

Intoxicao por drogas e lcool

Depresso

Hidrocefalia

Hipovitaminoses

Hipotireoidismo

TratamentoNo existe cura conhecida para a Doena de Alzheimer, por isso o tratamento destina-se a controlar os sintomas e proteger a pessoa doente dos efeitos produzidos pela deteriorao trazida pela sua condio. Antipsicticos podem ser recomendados para controlar comportamentos agressivos ou deprimidos, garantir a sua segurana e a dos que a rodeiam.A doena de Alzheimer no afeta apenas o paciente, mas tambm as pessoas que lhe so prximas. A famlia deve se preparar para uma sobrecarga muito grande em termos emocionais, fsicos e financeiros. Tambm deve se organizar com um plano de ateno ao familiar doente, em que se incluam, alm da superviso sociofamiliar, os cuidados gerais, sem esquecer os cuidados mdicos e as visitas regulares ao mesmo, que ajudar a monitorar as condies da pessoa doente, verificando se existem outros problemas de sade que precisem ser tratados.

O mal de Alzheimer, tambm conhecido como doena de Alzheimer ou simplesmente Alzheimer, uma doena degenerativa e progressiva que causa atrofia do crebro, levando demncia em pacientes idosos.

Sabemos que o mal de Alzheimer ataca preferencialmente pacientes idosos, acima dos 65 anos, porm, suas causas ainda no foram elucidadas. Atualmente admite-se que haja uma associao entre propenso gentica e exposio a fatores ambientais ainda no reconhecidos.

Se as causas ainda so um mistrio, suas consequncias neurolgicas j so bem conhecidas. O crebro dos pacientes com doena de Alzheimer torna-se atrofiado, apresentando uma reduo no nmero de neurnios e de conexes entre estes. Acredita-se que o acmulo nos neurnio de uma protena chamada beta-amiloide seja um dos fatores responsveis pelo desencadeamento da doena.

Fatores de risco para o mal de Alzheimer

Crebro normal x crebro com Alzheimer

O maior fator de risco a idade avanada. Aps os 65 anos, a chance de se desenvolver Alzheimer dobra a cada cinco anos, fazendo com que 40% das pessoas acima de 85 anos tenham a doena. Por outro lado, os pacientes que chegaram aos 90 anos sem a doena apresentam baixo risco de desenvolv-la posteriormente. Raramente o mal de Alzheimer surge antes dos 60 anos de idade.

Alm da idade, outro fator de risco importante a histria familiar. Pessoas com familiares de primeiro grau com Alzheimer apresentam maior risco de tambm t-lo.

O mal de Alzheimer 2x mais comum em negros do que em brancos; tambm mais comuns em mulheres do que em homens.

Alguns outros fatores tambm parecem aumentar os riscos, entre eles: Sedentarismo Tabagismo (leia: MALEFCIOS DO CIGARRO | Tratamento do tabagismo) Hipertenso arterial (leia:HIPERTENSO ARTERIAL | Sintomas e tratamento Colesterol elevado (leia:COLESTEROL HDL | COLESTEROL LDL | TRIGLICERDEOS) Diabetes mellitus (leia:DIABETES MELLITUS | Diagnstico e sintomas) Curiosamente, alguns fatores relacionados estimulao do crebro parecem reduzir o risco do desenvolvimento do Alzheimer, tais quais:

- Grau de escolaridade elevado- Trabalhos que so intelectualmente estimulantes- Leitura frequente- Tocar instrumentos musicais- Interao social frequente

Sintomas do mal de Alzheimer

A doena de Alzheimer a principal causa de demncia no mundo, portanto, vale a pena gastarmos algumas linhas explicando o conceito de demncia.

A demncia uma sndrome, ou seja, um conjunto de sinais fsicos e sintomas; pode ser causada por vrias doenas, sendo o mal de Alzheimer a causa mais comum. Tambm possvel a ocorrncia de demncia em pacientes com mltiplos AVCs (leia: AVC | ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL | Sintomas e tratamento), doena de Parkinson (leia: DOENA DE PARKINSON | Sintomas e tratamento), alcoolismo crnico, traumas cranianos, deficincia de vitaminas, hipotireoidismo grave, tumor cerebral e algumas outras doenas neurolgicas.

A sndrome demencial apresenta trs caractersticas bsicas:

- Alteraes da memria- Alteraes do capacidade intelectual, incluindo dificuldades com raciocnio lgico, linguagem, escrita, organizao do pensamento, interpretaes dos estmulos visuais, planejar e realizar tarefas complexas etc...- Alteraes de comportamento, como perda da inibio, agitao e alucinaes etc...

A demncia uma sndrome de instalao lenta e progressiva que muitas vezes passa despercebida em estgios inicias. comum o paciente idoso com demncia em fases iniciais ter suas alteraes tratadas como "coisas normais da idade".

importante salientar que pequenos esquecimentos so comuns e ocorrem com todas as pessoas, principalmente em perodos de maior estresse; mas quando comeam a ocorrer com frequncia, como esquecer o prprio endereo, sair de casa e perder-se, esquecer nomes de pessoas familiares etc..., devem acender o sinal de alerta. Se junto com a perda frequente e progressiva de memria para fatos recentes o idoso tambm apresentar alteraes do comportamento social, como apatia e tendncia a isolar-se, alm de perodos de confuso, como guardar sal na geladeira ou as chaves de casa no armrio dos alimentos, a demncia em fases iniciais pode ser uma das causas.

O esquecimento da demncia diferente do esquecimento comum do dia-a-dia. Uma pessoa pode esquecer que marcou uma reunio, mas tornar-se- ciente do fato quando lembrada por outro. O paciente com Alzheimer esquece a reunio e sequer lembra-se de t-la alguma vez marcada.

Nas fases iniciais da doena de Alzheimer, o prprio paciente no consegue reconhecer estes dficits neurolgicos, arranjando sempre uma desculpa para justificar estas falhas. Como o paciente no se d conta da doena, muitas vezes os familiares tambm demoram a valorizar as alteraes. Conforme a demncia avana, a famlia comea a notar que os sinais e sintomas comeam a ficar muito evidentes e j no mais se encaixam no que as pessoas consideram natural para idade.

Os pacientes com doena de Alzheimer em fases mais avanadas podem apresentar apatia ou agressividade, sai de casa e no consegue retornar, l coisas e no consegue interpret-las, incapaz de fazer clculos, no consegue nomear objetos e no reconhece pessoas familiares. Com o tempo, passa a ser incapaz de realizar tarefas bsicas, como se vestir e tomar banho. Incontinncia fecal e urinria tambm podem surgir (leia: INCONTINNCIA URINRIA | Causas, tipos e diagnstico). O paciente torna-se desorientado no tempo e no espao, no sabendo indicar a data atual nem identificar geograficamente onde se encontra.

Prognstico do mal de Alzheimer

A doena de Alzheimer uma doena que inexoravelmente progride. Existem casos de Alzheimer por mais de 2 dcadas e casos de pacientes com rpida evoluo em apenas 2 ou 3 anos. Muitas vezes difcil estabelecer retrospectivamente uma data para o incio dos sintomas, o que atrapalha na hora de se avaliar o tempo de progresso da doena. Sabe-se, entretanto, que uma vez estabelecido o diagnostico do mal de Alzheimer, a expectativa de vida do paciente costuma ser ao redor de 3 a 8 anos.

O que leva o paciente ao bito no a doena em si, mas sim suas complicaes, como acidentes e quedas com traumatismos cranianos, dificuldade em engolir, que o ocasiona broncoaspirao e desnutrio, e restrio ao leito, o que favorece infeces e escaras. A pneumonia e a infeco urinria costumam ser os principais tipos de infeco do paciente com Alzheimer (leia: PNEUMONIA | Sintomas e tratamento e PIELONEFRITE | INFECO URINRIA | Sintomas e tratamento).

Quanto maior forem os cuidados fornecidos pela famlia, muitas vezes com auxlio de enfermagem e fisioterapia, maior costuma ser a qualidade e o tempo de sobrevida destes pacientes.

Mini-mental (clique para ampliar)

O diagnstico definitivo da doena de Alzheimer feito com bipsia do tecido cerebral, o que, por razes bvias, raramente feito na prtica clnica. Em mais de 90% dos casos o diagnstico baseado em dados clnicos; anlises de sangue e exames de imagens ajudam a descartar outras causas de demncia, mas no estabelecem o diagnstico de doena de Alzheimer.

Existem testes simples para documentar e acompanhar alteraes da capacidade mental dos pacientes. O mais famoso e usado o mini-mental, exemplificado na figura abaixo

Critrios para o diagnstico clnico do mal de Alzheimer:

- Demncia atestada pelo exame clnico e por testes padronizados como o mini-mental.- Dficit em duas ou mais reas cognitivas (memria, linguagem, raciocnio, concentrao, juzo, pensamento etc...).- Piora progressiva dos dficits cognitivos.- Ausncia de alteraes do nvel de conscincia.- Incio aps 40 anos e antes dos 90 anos.- Ausncia de outra doena neurolgico ou sistmica que cause dficits cognitivos.

Os critrios acima conseguem identificar corretamente a doena de Alzheimer em at 90% dos casos.

Quadro clnicoDoena de AlzheimerDrauzio Varella A+a- ImprimirEnquanto na linguagem popular a palavra demncia tem a conotao de loucura, em medicina usada com o significado de declnio adquirido, persistente, em mltiplos domnios das funes cognitivas e no cognitivas. O declnio das funes cognitivas caracterizado pela dificuldade progressiva em reter memrias recentes, adquirir novos conhecimentos, fazer clculos numricos e julgamentos de valor, manter-se alerta, expressar-se na linguagem adequada, manter a motivao e outras capacidades superiores.Perder funes no cognitivas significa apresentar distrbios de comportamento que vo da apatia ao isolamento e agressividade.Doena de Alzheimer a forma mais comum de demncia neurodegenerativa em pessoas de idade. A causa da doena desconhecida.Fatores de risco* IdadeEmbora existam casos espordicos em pessoas de 50 anos e a prevalncia na faixa etria de 60 a 65 anos esteja abaixo de 1%, a partir dos 65 anos ela praticamente duplica a cada cinco anos. Depois dos 85 anos de idade, atinge 30 a 40% da populao.* Histria familiarO risco mais alto em pessoas que tm histria familiar de Alzheimer ou outras demncias. Estudo conduzido na Sucia entre 65 pares de irmos gmeos mostrou que quando um deles apresentava Alzheimer, o irmo gmeo idntico era atingido pela doena em 67% dos casos; o gmeo diferente, em 22%.* Sndrome de DownEm portadores da sndrome de Down a doena surge com frequncia mais alta e as alteraes neuropatolgicas se instalam mais precocemente.* Apolipoprotena EAlm de outras funes, o colesterol necessrio para a integridade da bainha de mielina que envolve as razes nervosas. A apolipoprotena uma protena presente na circulao, importante no transporte de colesterol no sistema nervoso central. Indivduos em que essa protena possui determinadas caractersticas genticas tm probabilidade mais alta de desenvolver Alzheimer.* SexoParece haver pequeno predomnio da doena entre as mulheres. Para quem chegou aos 65 anos, o risco futuro de surgir Alzheimer de 12% a 19% no sexo feminino; e de 6% a 10% nos homens.* Trauma cranianoBoxeadores e pessoas que sofreram traumas cranianos parecem mais sujeitos enfermidade, embora nem todos os estudos comprovem essa relao.Fatores protetores* EscolaridadeA aquisio de conhecimentos cria novas conexes entre os neurnios (sinapses) e aumenta a reserva intelectual, fatores que retardam o aparecimento das manifestaes de demncia. O analfabetismo e a baixa escolaridade esto associados maior prevalncia.* Atividade fsicaVrios estudos sugerem que a atividade fsica tenha efeito protetor.Quadro antomo-patolgicoOs doentes apresentam crebros atrofiados de forma difusa, mas no uniforme; as reas mais atrofiadas so principalmente as que coordenam atividades intelectuais.Ao microscpio notam-se perda de neurnios e degenerao das sinapses. Duas alteraes patolgicas dominam o quadro: as placas senis e os emaranhados neurofibrilares.Placas senis so formadas pelo depsito de uma protena (beta-amilide), no espao existente entre os neurnios. J, os emanharados neurofibrilares so formados por uma protena (tau) que se deposita no interior dos neurnios.As alteraes cerebrais precedem as manifestaes clnicas por 20 a 40 anos.Quadro clnicoA doena se instala de forma insidiosa, com queixas de dificuldadede memorizao e desinteresse pelos acontecimentos dirios, sintomas geralmente menosprezados pelo paciente e familiares.Inicialmente comprometida a memria de trabalho, memria de curta durao que nos permite exercer a rotina diria. Os pacientes esquecem onde deixaram as chaves do carro, a carteira, o talo de cheques, o nome de um conhecido. Com o tempo, a pessoa larga as tarefas pela metade, esquece o que foi fazer no quarto, deixa o fogo aceso, abre o chuveiro e sai do banheiro, perde-se no caminho de volta para casa.Caracteristicamente, esses esquecimentos se agravam quando o paciente obrigado a executar mais de uma tarefa ao mesmo tempo. A perda de memria progressiva e obedece a um gradiente temporal, segundo o qual a incapacidade para lembrar fatos recentes, contrasta com a facilidade para recordar o passado.As primeiras habilidades perdidas so as mais complexas: manejo das finanas, planejamento de viagens, preparo de refeies. A capacidade de executar atividades mais bsicas como vestir-se, cuidar da higiene ou alimentar-se, perdida mais tardiamente.Com o tempo a dificuldade de aprendizado se acentua. Quandocolocamos o paciente diante de uma lista de palavras e pedimos que as evoque ao terminar de memoriz-las, o desempenho medocre.A linguagem, comprometida discretamente no incio do quadro, torna-se vazia, desprovida de significado, embora a fluncia possa ser mantida. A orientao espao-visual se deteriora, criando dificuldade de orientao e de reconhecimento de lugares anteriormente bem conhecidos.O quadro degenerativo se estende s funes motoras. Andar, subir escadas, vestir-se, executar um gesto sob comando, tornam-se atividades de execuo cada vez mais problemtica.A percepo das prprias deficincias, preservada no incio, fica gradualmente comprometida. Na fase avanada, mutismo, desorientao espacial, incapacidade de reconhecer faces, de controlar esfncteres, de realizar as tarefas de rotina, pela alterao do ciclo sono/viglia e pela dependncia total de terceiros so sintomas caractersticos da doena.Dos primeiros sintomas ao bito a sobrevida mdia de 6 a 9 anos.EstgiosDe acordo com a intensidade do quadro degenerativo h trs estgios clnicos: leve, moderado ou grave.Existe grande variabilidade na durao desses estgios. Em alguns casos os sintomas evoluem lentamente possibilitando a manuteno de nveis funcionais razoveis por muitos anos; em outros, a deteriorao mais rpida, mas ocorre em velocidade constante; em outros, ainda, a doena evolui em surtos de piora seguidos de fases de estabilidade que chegam a durar um ano ou mais.Os estudos mostram que a durao de cada estgio tambm extremamente varivel. Em mdia, o primeiro estgio tem durao de 2 a 10 anos; o segundo, de 1 a 3 anos; e o terceiro, de 8 a 12 anos.Esses estgios podem ser subdivididos em sete outros, com as seguintes caractersticas:1 Pr-clnico: silencioso; sem perda cognitiva observvel;2 Transtorno cognitivo leve: primeiras evidncias de perda cognitiva;3 Forma leve: esquecimentos; familiares e amigos notam o problema;4 Forma moderada: confuso mental; agitao; ansiedade; apatia;5 Forma moderadamente grave: no consegue lidar com afazeres pessoais; desorientao no tempo e espao; dependncia;6 Forma grave: necessita de cuidados em tempo integral; incontinncia urinria e fecal; delrios; obsesses; freqentemente requer internao;7 Forma muito grave: perda da fala; incapacidade de locomoo; perda da conscincia.Tratamento medicamentosoO processo degenerativo na doena de Alzheimer leva deficincia de diversos neurotransmissores, molculas que atuam na conduo dos estmulos nervosos transmitidos de um neurnio para outro.Hoje, procuramos corrigir esse dficit com dois grupos de drogas: os inibidores das colinesterases e os antagonistas dos receptores de glutamato.A acetilcolina um neurotransmissor importante nos mecanismos de memria e aprendizagem. Na doena de Alzheimer, como conseqncia da degenerao dos neurnios, ocorre reduo da atividade da acetilcolina por ao de enzimas que a degradam. Essa perda de atividade est associada ao declnio cognitivo.Embora vrias drogas estejam sendo testadas, atualmente, o tratamento mais eficaz se baseia na utilizao das que inibem a ao enzimtica responsvel pela degradao da acetilcolina (inibidores da acetilcolinesterase).Esses medicamentos tm eficcia documentada, e esto indicados no tratamento das formas leve ou moderada, com a finalidade de ajudar os pacientes a manter a habilidade de executar as atividades de rotina por mais tempo e de preservar a capacidade de relacionar-se com os familiares e amigos.Resposta ao tratamentoA doena incurvel. O objetivo da teraputica retardar a evoluo e preservar por mais tempo possvel as funes intelectuais. Os melhores resultados so obtidos quando o tratamento iniciado nas fases mais precoces.Numa doena que progride inexoravelmente, nem sempre fcil avaliar resultados. Por essa razo, fundamental que os familiares utilizem um dirio para anotar a evoluo dos sintomas.A memria est melhor? Os afazeres dirios so cumpridos com mais facilidade? O quadro est estvel? O declnio ocorre de forma mais lenta do que antes da medicao? Sem essas anotaes fica impossvel avaliar a eficcia do tratamento.Princpios gerais* Efeitos colateraisAs drogas pertencentes ao grupo dos anticolinestersicos podem provocar sintomas gastrointestinais, circulatrios e alteraes relacionadas com o sistema nervoso central. Na maioria das vezes, esses efeitos indesejveis so passageiros, de curta durao e podem ser controlados ou desaparecer quando o mdico reajusta as doses. Em caso de toxicidade, entre em contato com seu mdico. No suspenda o tratamento por conta prpria.* Durao do tratamentoUma vez iniciado, o tratamento precisa ser reavaliado pelo mdico ao completar um ms, mas deve ser mantido obrigatoriamente por um perodo mnimo de 3 a 6 meses, para que se possa ter idia da eficcia. Enquanto a resposta for favorvel, o medicamento no deve ser suspenso.* Adeso fundamental a tomada diria nas doses e observar os intervalos prescritos. A administrao irregular compromete o resultado final.A populao de mulheres e homens com mais de 65 anos a que mais cresce no Brasil e em outros pases. Com o aumento da longevidade, cada vez mais comum o aparecimento de quadros neuropsiquitricos caracterizados pelas seguintes manifestaes:* Falta de memria para acontecimentos recentes;* Repetio da mesma pergunta vrias vezes;* Dificuldade para acompanhar conversaes ou pensamentos complexos;* Incapacidade de elaborar estratgias para resolver problemas;* Dificuldade para dirigir automvel e encontrar caminhos conhecidos;* Dificuldade para encontrar palavras que exprimam idias ou sentimentos pessoais;* Irritabilidade, suspeio injustificada, agressividade, passividade, interpretaes erradas de estmulos visuais ou auditivos, tendncia ao isolamento.Pessoas que apresentem manifestaes como essas devem ser acompanhadas de perto, porque uma parcela significativa delas evolui para quadros de demncia. Calcula-se que de 10% a 15% das que atingem 65 anos j apresentem sinais da enfermidade. Da em diante, a prevalncia cresce 3% ao ano, at atingir quase 50% das que chegam aos 85 anos.Entre os quadros de demncia, o mais comum a doena de Alzheimer, descrita em 1907 pelo neurologista alemo Alois Alzheimer. Estima-se que, no mundo, haver 22 milhes portadores desse mal em 2025.A doena de Alzheimer instala-se quando o processamento de certas protenas do sistema nervoso central comea a dar errado. Surgem, ento, fragmentos de protenas mal cortadas, txicas, dentro dos neurnios e nos espaos que existem entre eles. Como consequncia dessa toxicidade, ocorre perda progressiva de neurnios em certas regies do crebro, como o hipocampo, que controla a memria, e o crtex cerebral, essencial para a linguagem e o arrazoamento, memria, reconhecimento de estmulos sensoriais e pensamento abstrato.Estudos publicados na dcada de 1980 mostraram que a protena que se acumula dentro dos neurnios (tau) dos doentes com Alzheimer, diferente da que se acumula nos espaos existentes entre eles (beta-amilide). A protena beta-amilide se deposita em placas que causam destruio de neurnios por criar processo inflamatrio crnico nas regies afetadas, interferir com a regulao de clcio, essencial para a conduo dos estmulos nervosos, e aumentar a produo de radicais livres, txicos para as clulas nervosas.Certas famlias apresentam prevalncia mais alta da doena de Alzheimer, mas podem surgir casos espordicos da doena em famlias que nunca os apresentaram. Cerca de 10% a 60% dos pacientes com histrico familiar da doena apresentam instalao precoce e evoluo rpida dos sintomas. Neles, foram descritas mutaes de genes presentes nos cromossomos 1 e 14. Nas formas de Alzheimer que se instalam mais tardiamente, parece estarem envolvidos outros genes, ligados apolipoprotena E, envolvida no transporte de colesterol e na reparao de defeitos celulares.A doena de Alzheimer costuma evoluir de forma lenta e inexorvel. A partir do diagnstico, a sobrevida mdia oscila entre 8 e 10 anos. O quadro clnico costuma ser dividido em quatro estgios:* Estgio 1 (forma inicial): Alteraes na memria, personalidade e nas habilidades visuais e espaciais;* Estgio 2 (forma moderada): Dificuldade para falar, realizar tarefas simples e coordenar movimentos. Agitao e insnia;* Estgio 3 (forma grave): Resistncia execuo de tarefas dirias. Incontinncia urinria e fecal. Dificuldade para comer. Deficincia motora progressiva;* Estgio 4 (terminal): Restrio ao leito. Mutismo. Dor deglutio. Infeces intercorrentes.Os conhecimentos acumulados nos ltimos dez anos de pesquisas na doena de Alzheimer permitem esperar para breve o aparecimento de tratamentos eficazes. Esto sendo desenvolvidos compostos que bloqueiam as enzimas responsveis pelo mau processamento da protena beta-amilide.Outras linhas de pesquisa procuram minimizar os efeitos txicos dessa protena administrando drogas antioxidantes, antiinflamatrios e molculas que dissolvam os acmulos patolgicos que ela produz. Dale Schenck e colaboradores, da Elan Pharmaceuticals de So Francisco (EUA), esto testando uma vacina contra as placas de protena beta-amilide.Embora esses tratamentos ainda estejam em fase puramente experimental, comeam a surgir as primeiras evidncias de que a doena pode ser controlada. Chegar aos 90 anos com lucidez parece que no ser to difcil quanto se imaginava h dez anos.