mamãe guto rose - editora fundamento...a mamãe deu um beijo na cabeça de rose. – o prazer é...
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Para minha mãe e meu pai, que me deram a melhor infância possível crescendo em um hospital veterinário.
Minhas lembranças são cheias de familiares e amigos amorosos, aventuras emocionantes e, é claro, livros.
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Capítulo 1
O Bolo
Lulu e sua melhor amiga, Duda, estavam na co‑
zinha, ajudando a mãe de Lulu. Lulu colocava a de‑
coração final em um bolo de aniversário de sereia, e
Duda derramava a massa de chocolate em forminhas
com uma colher.
– Você acha que a sereia precisa de mais uma pé‑
rola no cabelo? – Lulu perguntou.
Em uma grande tábua de madeira, estava o bolo
mais lindo que Lulu já tinha visto.
Era uma sereia com longos cabelos cacheados feitos
de algodão ‑doce. A cauda era verde brilhante e reluzia.
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Lulu Bell
Ela nadava em um mar de balas azuis crocantes. Em
volta dela, havia peixinhos ‑dourados e conchas.
A mãe de Lulu era uma artista. Ela havia passado
horas esculpindo o corpo da sereia e fazendo a co‑
bertura. Lulu tinha ajudado a escolher as cores. Era o
bolo perfeito para a festa de aniversário de 6 anos da
sua irmã mais nova, Rose.
– Três pérolas ficam perfeitas – a mãe de Lulu fa‑
lou. – A Rose vai adorar.
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e o unicórnio de aniversário
Aos pés delas, estava Jessie, a cadela mais sorri‑
dente do mundo. Sua língua cor ‑de ‑rosa comprida
estava para fora e ela batia o rabo no chão.
– Parece bom demais para comer – Duda concor‑
dou. – Você tem que tirar uma foto dele.
As meninas admiravam o bolo, enquanto a mamãe
tirava algumas fotos. Jessie andava por ali e lambia
respingos da cobertura verde no chão. Pipa, uma das
gatas da família, entrou na cozinha. Ela miou para a
cadela grande marrom e foi atrás dela.
Em um canto, encolhida em seu cesto, estava ou‑
tra cadela: Asha, a mãe de Jessie. Ela era cinza ao re‑
dor do focinho e bem mais sossegada do que a filha.
Ela estava com uma orelha erguida observando todo
mundo com olhos castanhos alertas.
– Ótimo, está pronto – a mamãe disse. – Vamos
deixá ‑lo na bancada para a cobertura secar. Ainda te‑
mos que terminar os bolinhos de chocolate, fazer a
gelatina azul e assar uma bela fornada de brownies. E
garantir que o Guto não enfie os dedos em nada.
Um grito alto veio do quintal. A porta se abriu
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Lulu Bell
com tudo. Um super ‑herói minúsculo passou cor‑
rendo pela porta e parou derrapando bem ao lado da
mesa. Um par de olhos castanhos brilhava por trás
de uma máscara preta. Eles olhavam fixo para os bo‑
linhos de chocolate.
– Olá, docinho – a mamãe falou. – Está se diver‑
tindo?
– Eu não sou docinho – Guto insistiu. – Eu sou o
Garoto Inseto.
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e o unicórnio de aniversário
Guto usava uma fantasia de super ‑herói vermelha
e verde que a mamãe havia feito. Tinha uma capa ver‑
de comprida e calça verde justa. Guto gostava tanto
dela que se recusava a tirá ‑la... mesmo quando ia to‑
mar banho.
– Ele não é uma graça? – a mamãe se derreteu.
Lulu olhou para a amiga e ergueu as sobrance‑
lhas. Duda deu risada. Lulu amava seu irmão e sua
irmã mais novos. Mas às vezes as travessuras deles
eram meio irritantes. Ela se orgulhava por ser a pes‑
soa prática da família.
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Lulu Bell
– Eu não sou uma graça... sou o Garoto Inseto! –
Guto gritou.
Ele pegou um bolinho de chocolate do prato e
saiu correndo. Jessie foi atrás dele.
– Guto! – Lulu berrou com ele, com as mãos na
cintura. – Isso é para a festa da Rose.
Guto, é claro, não respondeu. A mamãe deu um
sorriso cheio de amor e continuou a mexer a massa
do brownie.
A porta para a sala de estar se abriu. Era Rose. O
rosto dela era emoldurado por cabelos escuros finos.
Ela usava um vestido branco com faixa prateada bri‑
lhante e um par de asas de anjo com penas. Carregava
uma cesta enorme de lápis, lápis de cor e tintas com
as duas mãos.
– Eu vou começar a enfeitar os saquinhos de balas
– Rose anunciou.
– Olhe, Rose – Lulu falou. – Nós terminamos o
bolo de sereia. Ficou maravilhoso.
– Oooooh – Rose deu um gritinho.
Ela se debruçou sobre a bancada.
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e o unicórnio de aniversário
– Ela é linda, mamãe, obrigada. Este é o melhor
bolo que eu já vi.
A mamãe deu um beijo na cabeça de Rose.
– O prazer é meu, queridinha. Os saquinhos de
bala estão em cima da mesa.
Asha foi se deitar embaixo da mesa da cozinha pa‑
ra fazer companhia para Rose.
Em seguida, Lulu e Duda fizeram gelatina azul‑
‑turquesa. A mamãe colocou água fervendo no pó
da gelatina na jarra e mexeu. As meninas acrescen‑
taram a água fria e se revezaram para mexer. Com
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Lulu Bell
cuidado, derramaram o líquido em dezesseis copi‑
nhos de plástico.
– Nós temos que esperar até a gelatina estar qua‑
se pronta. Aí podemos enfeitar cada copinho com ju‑
jubas verdes em forma de cobra para parecer alga
marinha – Lulu explicou. – A mamãe acha que vai
ficar bem bonito.
– E vai ficar gostoso também – Duda concordou.
Ela lambeu uma gota da massa que estava em seu dedo.
As garotas tinham acabado de colocar a bandeja
com os copinhos de gelatina na geladeira quando o te‑
lefone tocou. A mamãe desligou a batedeira e atendeu.
– Alô, Clínica Veterinária de Shelly Beach, Cris
falando.
Ela fez uma pausa, ouvindo a pessoa que ligou.
O pai de Lulu era um cirurgião veterinário, e a
casa deles ficava bem atrás do hospital veterinário.
Quando Karen, a enfermeira veterinária, estava ocu‑
pada com os pacientes, o telefone tocava na casa.
– Hum, entendo... eu vou falar com o dr. Bell...
Sim, ele estará aí o mais rápido possível.
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e o unicórnio de aniversário
A mamãe desligou com a testa franzida.
– Querida, você poderia fazer o favor de dar um
recado para o seu pai? Há um pônei solto na Parkway
– a mamãe disse. – É uma rua movimentada e o pô‑
nei pode ser atropelado por um carro. Nós precisa‑
mos mandar alguém lá para pegá ‑lo agora mesmo.
– Um pônei? – Lulu perguntou.
Ela contorceu o rosto de preocupação. Sempre amou
cavalos e pensar que um estava em perigo a preocupava.
– Talvez o papai precise de ajuda com isso.
A mamãe concordou.
– Mas lembre o papai que hoje à tarde é a festa de
sereia da Rose. Dez meninas empolgadas de 6 anos
chegarão aqui em menos de três horas – a mamãe
continuou. – Você pode ir com o papai, mas lembre
que ainda preciso da sua ajuda para preparar os saqui‑
nhos de balas e organizar todas as brincadeiras.
Lulu colocou uma de suas tranças cor de mel atrás
da orelha.
– Não se preocupe, mamãe – Lulu falou. – A Duda
e eu podemos fazer isso quando voltarmos.
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