Cetceos Roedores Dentio de mamferos 2013/1 - Lena Geise

ORDEM Cetacea

Baleias e golfinhos

Totalmente adaptados vida aqutica:

total adaptao ao mergulho;

capacidade de muitos (provavelmente todos os odontocetos) de realizar ecolocalizao;

complexo comportamento social.

Os cetceos sempre intrigaram os humanos, sendo que pinturas de 4000 anos atrs mostram desenhos de golfinhos em afrescos nos palcios de Knossos, em Creta.

As atividades humanas sobre todas as populaes de cetceos fizeram que todas as espcies estejam nos apndices I e II da Conveno Internacional de Proteo de Espcies Ameaadas (CITES).

Ordem Cetacea

Sub-ordem MYSTICETI

Sub-ordem ODONTOCETI

MORFOLOGIA

Corpo fusiforme, quase totalmente sem

pelos;

Espessa camada de gordura abaixo da

pele;

Completamente desprovidos de glndulas

sebceas.

Vrtebras cervicais comprimidas;

Clavcula ausente;

Membros anteriores transformados em nadadeiras

peitorais, sem a presena de dedos externos ou

garras.

Nas nadadeiras peitorais dedos

extremamente longos = maior nmero de

falanges por dgito mais do que em

qualquer outro mamfero eutrio.

Membros posteriores vestigiais, no se

conectando ao esqueleto axial, no sendo

visveis externamente;

Nadadeira caudal orientada horizontalmente.

Estrutura cartilaginosa, sem ossos.

Para aumentar a

hidrodinmica:

um nico par de

mamas e testculos

na regio abdominal

embutidos em fendas

ao lado da fenda

urogenital.

Testculos abdominais e pnis retrtil.

Crnio modificado - migrao posterior

das aberturas nasais.

Apresentam retia mirabilia (sistema de capilares de

contracorrente) bem desenvolvida no corpo,

nadadeiras, regies basicraniais e em alguns

indivduos, na lngua.

Funciona como regulador de temperatura.

Viso

Acuidade visual similar acima e abaixo da gua.

ADAPTAES DOS CETCEOS - mergulhos

Ao contrrio de outros mamferos, vrios cetceos so

capazes de alternar perodos de respirao normal

(eupneia) e longos perodos de apneia;

Algumas baleias, como os cachalotes, podem

permanecer submersos por mais que 70 minutos.

A maioria dos delfindeos pode ficar at 5

minutos submersos;

Durante a expirao, a maioria do ar pode ser

expelida dos pulmes, e mais de 12 % do

oxignio do ar inalado utilizado (nos

mamferos terrestres esta taxa de 4%).

Cetceos tem pelo menos o dobro de eritrcitos

por volume sanguneo em relao aos

mamferos terrestres e entre duas a nove vezes

mais mioglobina nos msculos.

Durante mergulhos a grandes profundidades o

ritmo de batimento cardaco cai pela metade e

especializaes vasculares permitem um

direcionamento do fluxo sanguneo.

NATAO

Movimentos dorso-ventrais

fortes da nadadeira caudal

fornecem propulso;

nadadeiras peitorais so

utilizadas para manter o

equilbrio.

Velocidade de deslocamento de alguns

cetceos:

Golfinhos - 36 km/h;

Orcas 55 km/h

Baleias-piloto - 27 km/h

Baleia azul - 37km/h por 10minutos.

Termoregulao

Tamanhos corpreos grandes = so importantes na termoregulao

(menor perda de calor);

Perda de calor minimizado pela retia mirabilia;

Grossa camada de gordura abaixo da pele = isolante;

ECOLOCALIZAO EM CETCEOS

Ecolocalizao X captura de presas

Golfinhos podem produzir sons com intensidade igual ao limite letal para alguns peixes marinhos e perto do limite para matar lulas grandes;

Sociabilidade e necessidade de comunicao.

Como so produzidos os sons pelos cetceos?

Pelo sistema de sacos areos;

os sons so produzidos pela vibrao dos sacos areos perto do espirculo em associao com projees gordurosas do melo.

Espirculo

ODONTOCETI

A captura de alimento debaixo dgua feita com uma rpida retrao da lngua longa. Este

movimento causa uma suco de gua e presa

para dentro da boca;

AUDIO

Na maioria dos cetceos a bula timpnica (osso tmpano-peritico) no est fusionada caixa craniana como em outros mamferos;

o som chega ao ouvido atravs da mandbula

Os cetceos atuais

Os

cet

ceo

s a

tuai

s:

Misticetos Nesta subordem se encontram as grandes baleias

com barbatanas - processos de filtrao;

Geralmente se alimentam de plncton.

habitam todos os oceanos;

11 as espcies atuais, (6 gneros, 4 famlias);

Misticetos

Bocas e cabeas grandes;

Barbatanas relativamente curtas;

Longas pregas ventrais que vo do queixo at a parte anterior do abdmen.

Misticetos obteno de alimentos barbatanas bucais

Sistema de filtrao uso das barbatanas e pregas ventrais;

As pregas ventrais vo do queixo at a parte anterior do abdmen, formando assim uma bolsa com grande capacidade de distenso.

Misticetos

A baleia jubarte pode formar anis de bolhas, formando uma rede perto da superfcie para depois subir por dentro desta rede capturando os animais que esto presos .

Vista da rede de bolhas na superfcie

Movimentos migratrios:

Durante o inverno no hemisfrio norte as populaes se movem para o sul em direo do equador, e durante o inverno no hemisfrio sul, as populaes fazem o mesmo;

Adultos que esto migrando no se alimentam, utilizando apenas seus recursos armazenados sob forma de espessa camada de gordura.

Migrao das jubartes

Migrao da Baleia Cinza da Califrnia

Nascimentos acontecem nas reas equatoriais;

SUB-ORDEM ODONTOCETI

So as baleias com dentes, golfinhos e toninhas;

Formam a sub-ordem mais diversa quanto ao nmero de espcies, com distribuio mais ampla;

Incluem 67 espcies distribudos em 35 gneros e seis famlias;

ODONTOCETI

Ocorrem em todos os oceanos e guas conectadas;

Alguns membros vivem em rios e lagos das Amricas do Norte e do Sul, sia e frica;

ODONTOCETI

Utilizam amplamente a ecolocalizao para comunicao entre indivduos, para obteno de alimento e deslocamentos;

Ao longo se sua histria evolutiva, houve uma gradativa troca dos dentes serrilhados para dentes cnicos simples em mandbulas longas;

FAMLIA DELPHINIDAE

a mais numerosa e diversa entre os cetceos;

O nome golfinho usualmente aplicado para qualquer

pequeno cetceo que apresente um rostro longo,

enquanto que o termo porpoise se refere geralmente as espcies que apresentam um rostro arredondado.

DELPHINIDAE

32 espcies em 17 gneros;

Pequenos delfindeos medem ca. de 1,5m, com

50kg;

A ora uma exceo, podendo alcanar 9,5m

e 7000kg.

Golfinho de Maui Nova Zelndia

Cephalorhynchus hectori maui

DELPHINIDAE

A maioria se alimenta de peixes, lulas e camares;

A orca se alimenta de uma grande gama de itens que incluem grandes telesteos, tubares, aves marinhas, lontras, focas e lees marinhos, outros golfinhos e baleias.

DELPHINIDAE

So tipicamente gregrios (grupos com at 100.000

indivduos);

Comportamentos de grupos aumentam a efetividade de

procura de alimento, captura de presas, defesa contra

predadores e aumenta a sincronia e eficincia

reprodutiva.

DELPHINIDAE

Golfinhos apresentam um sistema de comunicao e

comportamento social altamente evoludo;

Apresentam comportamento altrustico e, ao lado dos

humanos e gorilas, so os nicos outros animais

conhecidos a cuidar de indivduos de outras espcies.

FAMLIA MONODONTIDAE Composta por duas espcies:

naval (Monodon monoceros), com seu

dente bem desenvolvido;

MONODONTIDAE

beluga (Delphinapterus

leucas) = baleia

branca;

http://cdn1.arkive.org/media/22/22FE0444-B239-4B73-BD7B-743407842870/Presentation.Large/Beluga-whale-exhaling-under-ice.jpg

FAMLIA PHOCOENIDAE

Os membros desta famlia geralmente so chamados de porpoises;

6 espcies;

Neophocaena phocaenoides

Phocoena phocaena

Phocoena sinus

Phocoena dioptrica

Phocoena spinipinnis

Phocoenoides dalli

FAMLIA PLATANISTIDAE

So cetceos pequenos 1,5 a 2,9 m;

Usualmente com uma longa mandbula;

Sem fuso das vrtebras cervicais;

Olhos reduzidos;

Platanista s pode diferenciar claro e escuro.

http://cdn2.arkive.org/media/D3/D3D9DBE3-6D27-46CE-BE06-E496486790D6/Presentation.Large/Ganges-river-dolphin-swimming.jpg

PLATANISTIDAE

A maioria das espcies vive em rios com guas turvas

(eg. Amazonas);

Nestas condies ambientais a ecolocalizao suplanta

totalmente a viso;

http://cdn1.arkive.org/media/51/519450C2-64A4-4916-9F3A-FF0213D3D7F4/Presentation.Large/Boto-playing-with-fruit-at-surface.jpghttp://cdn1.arkive.org/media/7E/7EA0428B-147B-49D8-A0B6-8355D9F8004F/Presentation.Large/Botos-swimming-in-flooded-forest.jpg

FAMLIA PHYSETERIDAE

Dois gneros e trs espcies alm de vrias formas

fsseis;

Physeter alcana 18m;

A cabea de Physeter corresponde a 1/3 do corpo;

http://cdn1.arkive.org/media/46/46BD0ABF-939B-4716-B146-19774BF84981/Presentation.Large/Sperm-whale-swimming-at-surface.jpg

PHYSETERIDAE

Kogia so animais pequenos (at 4m)

FAMLIA ZIPHIIDAE

Baleias bicudas ocupam

todos os oceanos;

Pouco conhecidos algumas

espcies nunca foram vistas

vivas;

19 espcies em seis gneros;

Entre 4 a 12 metros de comprimento;

Ocenicas, tambm mergulhando a

grandes profundidades e por longos

perodos (at 1 hora);

Lagomorpha = coelhos e pikas

Rodentia

Roedores podem ser minsculos como o rato pigmeu, pesando 5 gramas, ou grandes como as capivaras, o maior dos roedores, pesando mais que 70 kg.

Tem distribuio quase cosmopolita, com exceo da Antrtica, Nova Zelndia e algumas ilhas ocenicas;

Nem todos os roedores foram pequenos como os atuais:

O maior roeodor = Phoberomys pattersoni, era do tamanho de um bfalo. Os registros fsseis mostram que habitou o vale de um rio venezuelano h 8 milhes de anos, se alimentado de gramneas.

Ecologicamente, so incrivelmente diversos:

1) arborcola (vivem a maior parte do tempo em rvores e/ou arbustos)

2) rupcola (vivem em locais rochosos e em fendas e buracos entre as pedras)

3) semiaqutico (vivem prximos ou em leitos de rios, lagos e qualquer manancial de gua).

4) semi-fossorial (cavam e vivem a maior parte do tempo em buracos e galerias)

5) terrcola (vivem a maior parte do tempo no solo, abrigando-se no folhio cado ao cho ou em pequenas cavidades encontradas entre as plantas e pedras).

Alimentao: tendem a ser omnvoros (comem qualquer coisa que

possa satisfazer a sua fome e necessidades nutricionais), sendo que podemos dividi-los em grupos de preferncia alimentar.

Crnio de roedor fossorial

Os incisivos podem crescer at

0,2 mm/dia ou 0,6 mm/dia

quando foram quebrados)

Dentio em mamferos

Mastigao, ou seja, a triturao

Encontrada somente em mamferos

Mamferos

Quatro tipos de dentes, cada um adaptado para funes especficas.

Incisivos morder, cortar e descascar;

Caninos segurar, perfurar e retalhar;

Pr-molares e molares moer e esmagar

Dentio

Os dentes so um dos aspectos mais importantes dos mamferos atuais. Mesmo entre os fsseis, so a base para a descrio de algumas linhagens ou espcies.

Todos os mamferos iniciam sua alimentao atravs do leite materno, mas depois do perodo de amamentao, eles entram para uma grande variedade de modos de alimentao = dentio diferenciada.

Um nico dente de um mamfero pode refletir seu nvel trfico e especializao alimentar. Grande nmero de nichos alimentares = grande nmero de modificaes dentrias.

Alm das funes alimentares, os dentes tambm podem servir, de maneira secundria, para cavar, grooming, defesa, entre outros.

Cavar!!

Os diferentes hbitos alimentares em mamferos e as diferentes denties

Os dentes ocorrem em 3 ossos nos mamferos: a pr-maxila e maxila, no crnio, e no dentrio, na mandbula.

A maioria das espcies tem dentes nesses 3 ossos; outros tem uma dentio reduzida, em um ou dois ossos.

DISTEMA

Algumas espcies no apresentam dentes permanentes.

Se alimentam de cupins e formigas

Homodontia

Dasypus

Plano bsico de um dente de mamfero

Coroa - parte exposta Raiz - constitui a poro embutida no

alvolo Colo - regio de juno entre a coroa e a

raiz

Dentina - corresponde a maior parte do dente. uma substncia semelhante ao osso quanto a sua composio qumica, porm mais dura. Circunda a cavidade pulpar.

Esmalte - cobre a dentina na regio da coroa. a substncia mais dura do corpo, composta principalmente de fosfato de clcio

Cemento - cobre a dentina na regio da raiz, responsvel pela juno do dente com o alvolo

Tipos de dentes - heterodontia

Incisivos: so os dentes frontais.

Os superiores esto inseridos na pr-maxila e os inferiores na parte anterior do dentrio.

Tem a funo de cortar e roer.

So usualmente simples estruturalmente, com uma nica raiz.

Em alguns, porm, podem ser extremamente especializados para uma variedade de funes.

Em musaranhos (Insetivora), o primeiro par longo e curvo. Parece que funcionam como um frceps para apreender os insetos.

Os vampiros (Chiroptera) tem os incisivos em forma de lminas para fazer incises em suas presas.

Os incisivos podem, em alguns casos, estar modificados em presas, como nos elefantes ou narvais (machos).

Em outros, como nos cervos, houve a perda dos incisivos superiores. Eles prendem a vegetao e a cortam, quando pressionam a vegetao com os incisivos inferiores contra um tecido acolchoado no local dos incisivos superiores ausentes.

Caninos Nunca em nmero superior a um par em cada

arcada nos mamferos atuais;

Geralmente tem apenas uma cspide (unicuspidados), com uma nica raiz;

Nos Carnivora e em outros grupos, os caninos geralmente so aumentados e alongados para perfurar e rasgar a presa;

Podem servir para display durante interaes sociais.

Em alguns mamferos esses dentes se transformam em presas, como nas morsas (Carnivora) e em porcos (Artiodactyla: Suidae).

http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.papuaweb.org/dlib/bk/wallace/24.jpg&imgrefurl=http://www.papuaweb.org/dlib/bk/wallace/book.html&h=1019&w=1100&sz=632&hl=pt-BR&start=12&um=1&tbnid=lhhdT0qXap7oXM:&tbnh=139&tbnw=150&prev=/images?q=platypus+skull&svnum=10&um=1&hl=pt-BR&rlz=1T4SKPB_pt-BR___BR204

http://rosswarner.com/B4354.html

Pr-molares Posteriores aos caninos e anteriores aos molares.

Pr-molares so geralmente menores que os molares e tem duas razes, sendo que os molares sempre tem 3.

Molares

Os molares, junto com os pr-molares so muitas vezes

considerados em conjunto como dentes malares, ps-caninos ou molariformes, quando difcil a diferenciao entre eles;

Os molariformes so usados para moer alimentos apresentam especializaes nas cspides e sulcos de acordo com cada nicho alimentar.

A altura da coroa varia entre espcies.

Muitas destas espcies apresentam dentes com coroas especialmente altas so dentes que usualmente se estendem muito acima da linha da gengiva. Estes dentes so chamados de hipsodontes.

Os dentes de vacas e cervos so hipsodontes.

A condio opsta dentes com coroas baixas so denominados de braquiodontes.

Dentes humanos so braquiodontes.

Os herbvoros precisam triturar de maneira eficiente o alimento, que em muitos casos duro e/ou abrasivo.

A adio de sulcos de esmalte duro aos dentes aumenta a sua capacidade de triturao.

Estes dentes podem ser lofodontes ou selenodontes.

Mamferos herbvoros

Cavalos e bois

Utilizam molares largos e corrugados para triturar.

Mecanismos p/ romper a resistente parede de celulose das clulas vegetais.

Os herbvoros so capazes de digerir alimentos que os carnvoros no conseguem e, fazendo isso, convertem a matria vegetal em protena p/ o consumo dos carnvoros e onvoros.

Lofodontes Tem sulcos alongados chamados de lofos entre as cspides.

Quem tem dentes lofodontes

E os roedores

Selenodontes

Os sulcos de esmalte so em nmero elevado numa direo antero-posterior.

Quem tem dentes selenodontes

Muitos mamferos, incluindo humanos, porcos, ursos e alguns carnvoros tem dentes molares quadrados e com cspides arredondadas e baixas.

Estes dentes so chamados de bunodontes.

Espcies com dentes bunodontes geralmente apresentam dieta ampla, com vrios tipos de alimento de consistncias variadas.

Bunodontes

Ursos

Procyonidae

Carnivoria

O quarto pr-molar superior e o primeiro inferior da maioria dos Carnivora atuais so modificados.

Estes dentes modificados recebem o nome de dentes carnassiais ou carniceiros.

So utilizados para cortar e rasgar.

Quando os carniceiros so usados de um lado da boca, eles no ficam alinhados do outro lado, no podendo ser utilizados concomitantemente.

Da mesma maneira, quando a dentio anterior (incisivos e caninos) esta sendo usada, a srie molar no se fecha, e quando o animal est mastigando com os molariformes, os incisivos so se encostam.

http://rosswarner.com/B4354.html