mandalas rodas da vida_apres cortesia
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M ND L S
ROD S D VID
Coloque em movimento
as forças realizadoras que existem dentro de você
Adriana Barros
Psicóloga, Arteterapêuta
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Introdução
Independente da forma pela qual se apresenta, a Mandala éum instrumento capaz de nos oferecer a segurança e cuidado necessáriospara entrarmos em contato com a nossa realidade mais profunda. Além denos possibilitar a Integração entre os nossos vários níveis de consciência eentendimento acerca de quem somos em um determinado momento denossas vidas.
Através do processo de criação de uma Mandala, é possívelque um indivíduo transite, com uma facilidade ampliada, por suasrealidades: física, objetiva (consciência) e subjetiva (inconsciente), de formaque consiga, ao término da criação, alcançar um outro nível de integraçãoque lhe dê a sensação de tranquilidade, paz interior ou bem estar. Porém, ocontrário também poderá acontecer: você poderá pintar uma Mandala e, aotérmino do trabalho, ter a sensação de falta, de incômodo. E, neste caso, o
ideal é que continue pintando, até que, ao olhar para o trabalho concluído,sinta uma sensação de satisfação e bem estar.O fato de se debruçar sobre o trabalho de criação de Mandalas
ser uma atividade lúdica e, ao mesmo tempo, exploratória – através da qualpodemos cartografar o nosso estado psíquico e emocional mais profundos – aponta para a direção do “cuidado”. Este simples motivo, que parece umpequeno detalhe, passa a fazer uma grande diferença quando se tem um
auxílio profissional na condução e cuidado destes processos.Mandalas têm uma linguagem própria: simbólica, não verbal,
que tem o poder de colocar nosso ego em contato com as partes maisprofundas e inconscientes da nossa psique. Isto ocorre porque o círculo éum elemento capaz de organizar e conter, com segurança, o imagináriosimbólico do qual é feito o nosso inconsciente. Além, é claro, de nos fornecer
o espaço de proteção que precisamos nos momentos em que nosencontramos fragilizados, precisando recuperar o nosso senso de equilíbrio.
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Mandala: história e significado
Termo:
Traduzindo do Sânscrito, significa: मडं "essência” + ल "ter" ou
"conter".
Também pode ser traduzida como círculo ou circunferência,
totalidade, plenitude, derivando do termo tibetano “dkyi l khor ”
De origem oriental, as Mandalas se encontram nas raízes de
muitas culturas, assim como se encontram “nas raízes” de todo
ser humano.
Elas existem sob variadas formas e desde sempre deram conta
de expressarem , sob variadas linguagens, a descrição, a
contenção e a expressão do Sagrado contido em tudo o que
existe.
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Essa “força irresistível” que habita em nós, como se fosse
uma chama que não se apaga, e que trabalha, constantemente pelabusca de “equilíbrio” foi uma, dentre outras, ocupações do psicanalista
suíço, Carl Gustav Jung.
No século XX, ele descobriu, primeiramente em suas
próprias pinturas (Mandalas), que em momentos de crise e de caos
interior, emergiam imagens espontâneas circulares (e geométricas),
que lhe pareciam constituir uma tendência autocurativa e equilibrante
de estados conflitivos da alma. Em especial, ele observou tais
circularidades em crises agudas tanto de psicoses, como de neuroses,
à sua época.
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Segundo Dahlke, Jung observou o estilo gótico,
na arte e na arquitetura, marcadas fortemente pelasornamentações com “rosáceas”; utilizadas em muitas
catedrais que passariam a ser o novo veículo dos novos
valores simbólicos da Igreja.
Uma época de “caos exterior”, se pensarmos na
Santa Inquisição e nas Cruzadas...
Este movimento trazia em si a preocupação e o
cuidado de demonstrar, através da complexidade de suas
construções, a grandiosidade de Deus, da Igreja, e do poder
econômico da burguesia. Agora, nas cidades, perto dos
cidadãos comuns e distanciada da monastia.
“O Ocidente criou com as rosáceas góticas uma
das formas mais desenvolvidas de expressão da
Mandala, ao reunir luz, cor e forma numa
unidade.”
Dahlke, 2007
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As rosáceas surgiram em meio ao movimento gótico, noperíodo Medieval, conhecido e chamado de Idade das Trevas.
Precedido pela arquitetura Românica, que exibia construções
de igrejas com características de solidez e simplicidade rústicas; e queacompanharam o domínio e a queda do Sistema feudal.
Para Dahlke (2007), as rosáceas góticas são construídas combase no que ele chama de “base do doze” e que contém a representaçãodos doze signos do zodíaco. E nesta configuração do doze, a cruz principal,chamada por ele de cruz fixa do zodíaco, representa os quatro evangelistase, também, os quatro elementos da antiguidade: água, fogo, ar e terra. Paraeste autor, os simbolismos das Mandalas continuam na esfera dodesconhecido. Mas indicam que os construtores das catedrais mantinham-se mais próximos de antigos conhecimentos do que os administradoresdessas igrejas. Pois as Mandalas parecem mostrar pistas acerca doconceito de unidade dentro da multiplicidade.
Considerando-se a transposição dessa ideia para os dias
atuais, em que as polaridades se presentificam, então poderíamos notarque o lado esquerdo do cérebro se relaciona com a “versidade” (a “di-versidade), enquanto que o lado direito parece se relacionar com a unidade.
Dahlke (2007) relata que em Mandalas de diversas culturasao redor do mundo é possível, através da observação, descobrir a unidadena multiplicidade e, assim, desconstruir o antagonismo “aparente” entreesses dois conceitos para, em seguida, encontrarmos o nosso caminho devolta.
A universalidade contida no símbolo da Mandala aponta parauma verdade única, fonte da qual beberam todos os sistemas religiosos,apesar de não reconhecê-lo. Fonte da qual herdamos o predomínio dossímbolos alquímicos; motivo pelo qual se pode observar, apesar de todanegação depreciativa, imagens de santos cristãos carregando jarros e
alambiques alquímicos em suas mãos.
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Outro elemento simbólico encontrado na arquitetura e artegótica é o labirinto. Na verdade ele surge como um correlato das rosáceaspois, conforme apontado por Dahlke (2007), “a viagem através do mundodas rosáceas corresponde a uma viagem através do mundo dos labirintos:chegaremos ao mesmo fim”. E seu simbolismo aponta pela busca dohomem por caminhos diversificados que o conduzem tanto para longe comopara mais perto do centro, até que o encontre.
O labirinto mais conhecido do movimento gótico pertence àCatedral de Chartres.
Nesse labirinto, estão simbolizados os dois caminhos que aalma humana deveria percorrer durante sua vida. E estão juntos, unidosem um só. Ele tem a forma de uma Mandala e os fiéis acreditavam quepercorrer o trajeto daquele labirinto constituía uma espécie de meditaçãoredentora. E eles faziam este trajeto de joelhos até chegarem ao centro,onde uma rosa branca de seis pétalas, em mármore, os aguardava.
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Dualidades...polaridades...
Hemisfério esquerdo Hemisfério direito
Análise
Diferenciação
Cálculo
Raciocínio lógico
Domínio sobre o ladodireito do corpo
Verbal
Estratégia
Ordem
Escrita
Compreensão unitáriado mundo
Criatividade
Sentimento
Imagens
História
Observação
Formas
Música
Beleza
Percepção de cores,aromas e vibrações
Controle do ladoesquerdo do corpo
Ao lado direito pertence o feminino,o lunar, corresponde ao yin, ao negativo.
Ao lado esquerdo pertence o positivo,o elétrico, luminoso yang e masculino
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É uma característica das sociedades ocidentais a valorizaçãodas qualidades pertencentes ao hemisfério esquerdo do cérebro.
No Oriente, as culturas dão preferência às característicaspertencentes ao hemisfério direito.
Embora o desenvolvimento da unilateralidade sirva, também ,ao propósito de movimentar esta roda, a vida, o macro e o micro-cosmo;como tudo o que existe.
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A opção por qualquer uma das polaridades implicaria,
apenas, na manutenção de certa “unilateralidade”. Ou, se você preferir,em um estado de tensão conflitante entre partes distintas de um mesmo
eu.
Como buscar o equilíbrio, então? Como harmonizar os
opostos contidos em nós? Como conseguir permanecer “no centro”, em
algum ponto que possa ser considerado um “ponto de equilíbrio”?
Dahlke sugere que atividades monótonas oferecem a possibilidade de
se deslocar o centro de gravidade humana em direção ao meio; ao
centro – um ponto de equilíbrio. A monotonia aqui sugerida pode ser a
circularidade entediante de mantras, orações (como a do rosário) ou
outros tipos de recitação repetitiva, meditações e visualizações.
Mas sugere que também se pode utilizar tanto o sentido da visão (pela
visualização de circularidades), bem como através de danças ou rituais
sagrados, que nos permitam entrar em contato com a divindade em nós.Contanto que se consiga ir aquietando s ruídos de racionalidade que
tentarão, de variadas formas, se manter no controle, no centro de
gravidade humana. Tentará, a todo custo, se sobrepor à sensibilidade
de apenas respirar, silenciar e sentir.
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As mandalas podem ser representadas de formas
diversas. Dentre elas, o movimento pode constituir um dos meios.
Elas podem ser orientadas, dançadas, visualizadas, esculpidas ou
construídas.
Ao vivenciarmos a mandala em forma de movimento,
somos conduzidos ao centro do nosso corpo físico, alinhando-nos,
tanto quanto possível, com nossa interioridade.O movimento de abrirmos os nossos braços, por exemplo, nos
permite criar um espaço circular (mandala) caso viremos os nossos
braços.
Na dança de povos antigos, a circularidade dos
movimentos constituia um modo simbólico de alinhamento com o
Cosmo (os caminhos da lua, das estrelas e do sol).
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O ponto de equilíbrio: o centro.
Pensar, criar, produzir e pintar Mandalas é uma atividadeque oportuniza o início do processo de se buscar um lugar, em nós, dequietude, harmonia e silêncio. Pode se tornar um momento no qual, ocentro de gravidade humano, agora nas mãos, permita o início desseritual de voltar-se para sua própria interioridade.
Por meio desse fazer, desse processo, através do qual alinguagem não-verbal conduzirá o indivíduo para o centro de si mesmo.Esta experiência poderá remetê-lo a vivências profundas, possíveis detransitar por todos os estágios de seu desenvolvimento, desde operíodo perinatal, no ventre materno. Este é um dos motivos pelo quala Mandala também é um instrumento que, por carregar amplaspossibilidades de mobilizar conteúdos com carga emocionaldesconhecida e intensa, deve ser realizada com cautela. E, em muitos
casos, sua utilização dentro de um enquadre terapêutico pode semostrar um modo mais eficaz para se integrar os conteúdosconflitantes que emergirem durante tal processo. Em alguns casos, aoinvés de propiciar calma e bem estar, a Mandala poderá causar umasensação de inquietação e incômodo, justamente por conta dosconteúdos mobilizados. E, neste caso, faz-se necessário que a pessoapossa continuar pintando suas circularidades até que se sinta“completa” e em harmonia.Portanto, o trabalho com Mandalas pede um trabalho cuidadoso,devidamente planejado, com objetivos bem definidos, a fim de se evitara emergência inesperada de conteúdos mais profundos. Pois que paraeste tipo de atividade, é de fundamental importância que a atividadeseja realizada e proposta por um profissional habilitado e consciente de
seus limites, a fim de oferecer o suporte necessário em tais situações.
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Ainda sobre os motivos pelos quais a Mandala é tida como uminstrumento que possui a propriedade de nos conduzir de volta “ao centro”, ao
equilíbrio e à harmonia, podemos parar para observar a Roda, símbolo de um ciclocompleto. Tomemos, aqui, como exemplo a 10ª carta do Tarot, a carta da Roda daFortuna, por uma questão meramente ilustrativa da sugestão de seu movimentopróprio.
Ao tomarmos a Roda da Fortuna como exemplo de uma Mandalaque, enquanto representante da temporalidade e espaço, começo e fim de um ciclocompleto que, em movimentos repetidos e sucessivos avançam e retrocedem em
movimentos de criação, nascimento e destruição, ilustra com fidelidade osmovimentos e atividades contidos tanto no macro como no micro cosmo; osmovimentos de toda forma de vida. Por isso movimento, esses ciclos, não devemser combatidos.
A Roda da Fortuna, ou do Destino, nos fala de uma lei esotérica eatemporal, que atravessa culturas, épocas e movimentos de arte ou de religião.Esta lei nos lembra, todo o tempo de que tudo o que sobe tem que descer e tudo oque desce também voltará a subir.
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O centro: o intelecto e o princípio da roda
O centro, como o objetivo a ser alcançado, nos convidapara nos tornarmos conscientes do que estejamos fazendo.
Assim como o oleiro depende da centralização adequada deuma porção de barro no torno para que seu trabalho aconteça, o trabalhocom Mandalas exige que se tome consciência crescente de si, todo otempo. Como o intelecto se alimenta de variações (o caos), busque osilêncio, concentre-se, por exemplo, em sua respiração, contando-a.
Este tipo de repetição poderá dar início ao estado mental eemocional propício para que se inicie o processo de criação e produçãode sua Mandala. A quietude se encontra “no centro” da roda, longe doseu movimento...
São válidos recursos extras que contribuam para adistração do hemisfério esquerdo do cérebro, como os recursos queincitem o hemisfério direito, como sons repetitivos e circulares, músicas,aromas, luminosidade reduzida, sons de natureza, etc.
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A palavra sânscrita Mandala também significa “ciclo completoatravés do tempo” e contém o simbolismo da revolução do próprio tempo,mostrando-nos as mudanças que ocorrem na natureza e na própria históriahumana.
A roda zodiacal é uma das Mandalas de ciclos mais antigas deque se tem conhecimento. Nela são expressos os ciclos de repetição do anosolar, assim como os movimentos das estrelas e dos planetas. Mandalastambém surgem para demarcar ciclos e tempos, além de contribuir para aprevisão de eventos importantes.
A roda da medicina dos índios nativos americanos também é umaMandala de ciclo completo. na qual os seus quatro raios representam asquatro estações e as quatro horas do dia (amanhecer, meio-dia, pôr-do-sol emeia-noite), que servem como orientação no tempo e no espaço. Essa rodarepresenta a vida em suas fases: mudança, nascimento, morte, vida eaprendizagem.
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Nas estações do ano, podemos aprender sobre o ciclo doplantio e do crescimento da semente, o cultivo da planta e sua maturação,e a colheita, seguida pela devolução das sementes para o solo, a fim de
que se inicie um novo ciclo. É o acontecer da vida que, em sua plenitude,nos leva a observar constantemente que tudo o que existe aconteceatravés de padrões de repetições infindáveis, que cumprem com suafinalidade de manter a ordem mesma das coisas.
Desde sempre, a vida desabrocha sob o nosso olhar empadrões que se repetem...
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Tucci, em seu livro Teoria e prática da Mandala, define ahistória da religião indiana como um “paciente esforço para a conquista daautoconsciência”.
Para ele, a Índia é um país em que religião e filosofia fazemparte da unidade de uma visão (darçana) que serve de base para umaexperiência (sâdhana)
Ele ressalta que na Índia, o intelecto “jamais” predominou aponto de sobrepor-se às faculdades da alma e de destacar-se dela,provocando a “perigosa cisão” entre Intelecto e psique que, para ele, é a
doença de que sofre o Ocidente.Ele considera que o “intelecto puro”, separado da alma, é amorte do homem. Pois, acaba despersonalizando-o e rebaixando-o, edestitui-lhe do direito natural de participar, amorosamente, da vida dascoisas e criaturas com a capacidade inata de sua alma – com suasemoções e suas intuições. Ele considera o intelecto um princípio dedesintegração...
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Na Índia, o intelecto ocupa o lugar inferior; o mundo do
subconsciente nunca foi negado ou rejeitado, mas sim assimilado e
transfigurado num processo harmonioso cujo objetivo é reconquistar a
autoconsciência...
Autoconsciência, não como a consciência de um Eu cindido, à
parte do todo...Mas uma consciência cósmica da qual tudo deriva e paraonde TUDO se reconduz; consciência pura, não ofuscada por pensamentos
concretos e intelectualidade.
“Os indianos não concebem a vida como uma luta entre o bem e
o mal, a virtude e o pecado, mas como uma oposição entre essa consciência
luminosa e o seu contrário, a psique e o subconsciente, que chamam de
mâyâ. Toda experiência é um contraste entre a irrupção dessa mâyâ, que é a
própria vida, e esse Ser de consciência”. Esse mâyâ é a liberdade mágica,
que cria a rede em redor daquela luz, ofuscando-a e ocultando-a.
Mâyâ é a ilusão...
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Tucci aponta os cinco atributos divinos, que nos pertencem também:
A eternidade A onipresença A plenitude A onisciência A onipotência
A ilusão à qual os hindus se referem parece nascer nos
momentos em em que nós, desfocando a nossa atenção de nós mesmos,nos voltamos ora para o passado, ora para o futuro; ora para o nosso ego(as estruturas que construímos, nossas máscaras, para sobrevivermos nosmeios em que vivemos), ora para o outro.
Na onisciência divina, não existe um eu contraposto a um não-eu...Mas existe um eu absoluto, eterno, imóvel, obscurecido pela mâyâ...Aalma infinita, quase que adormecendo, pensa que é limitada...Mas por causade mâyâ (a ilusão), o ser supremo se projeta para longe de si, como objeto.Não mais reconhece ele que sujeito e objeto são idênticos em sua unidadeprimordial e, esquecido de si mesmo, substitui a quíntupla infinitude porcinco limitações:
A eternidade se circunscreve no tempo;
A onipresença na determinação; A plenitude no desejo; A onisciência no intelecto A onipotência em limitada capacidade criativa
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Assim se constitui o eu individual, Encerrado e oculto por
essas seis couraças e oposto à objetivização última da consciência, a
natureza, o não-eu, a matéria pensante ou intelecto à matéria bruta.
Pela intervenção espontânea de mâyâ (a ilusão), se efetua o
processo de limitação, o obscurecimento do eu no invólucro das aparências:
o eu é ocultado e, ao mesmo tempo, ele parece ser multiforme e diverso).
Portanto, a proposta de se criar e produzir Mandalas soa,principalmente na atualidade, como um convite à aventura que representa o
auto-encontro, a auto-descoberta. E é a partir desta proposta, de se vivenciar
estes processos de forma “centrada”, através da mesma linguagem não-
verbal, simbólica e expressiva da Mandala e do nosso inconsciente é que
começará esta jornada.
“Bem vindos à jornada
Mandalas
Rodas da Vida
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