manejo de th rips tabaci em cebola orgânica com terra de diatom … · manejo de th rips tabaci em...

6
M ane jo de Th rips tabaci em cebol a orgânica com te rra de diatom áce as Th rips tabaci m anage m e ntin organic onion using diatom ace ous e art h GO NÇALVES, Paul o Antonio de Souz a Epagri, Es tação Expe rim e ntal de Ituporanga, Ituporanga, SC, Bras il , pas g@ e pagri.rct -s c.br RESUMO O obje t ivo de st e trabal ho foi aval iar o e f eito da t e rra de diatom áce as s obre a incidência de tripe s e a produt ividade e o pe s o m édio de bul bos e m ce bol a no s is t e m a orgânico. O trabal h o foi conduzido entre agos to e de ze m bro de 2004 e de 2006. Em 2004, os tratam e ntos cons taram de pulve rização de t erra de diatom áce as a 1% , 2% e 3% , e t est e m unh a s e m apl icação. Em 2006 us ou-s e t e rra de diatom áce as pulve riz ada a 0,5% e 1% , e e m apl icação no s ul co de pl ant io, nas dos e s de 40 k g/ h a aos 30 dias após trans pl ant e (DAT) e 45 DAT;60 k g/ h a aos 30 e 45 DAT;20 k g/ h a aos 30 e 45 DAT;30 k g/ h a aos 30 e 45 DAT, e t est e m unh a s e m apl icação. O de l ine am e nto foi de bl ocos ao acas o com q uatro re pe t içõe s . A t e rra de diatom áce as não re duziu a popul ação do ins e to, ne m al t e rou a produt ividade e o pe s o m édio de bul bos . A corre l ação do inse to e o re ndim e nto não foram signif icat ivam e nt e ne gat ivos , o q ue s uge re s e r pos s íve lproduzir ce bol a orgânica s e m o us o de ins e t icidas naturais para o m ane jo de tripe s . PALAVRAS-CH AVE: All ium ce pa, agroe col ogia, agricul tura orgânica.. ABSTRACT Th e obj e ct ive oft h is w ork w as to e val uat e oft h e e ff ect ofdiatom ace ous e art h on incide nce oft h rips, t he yie l d and m e an bul b w e igh t in onion on organic s ys t e m . Th e re s e arch w as carrie d out during Augus t to De ce m be r of 2004 and 2006. In 2004, t h e tre atm e nt s w e re s prays of diatom ace ous e art h 1% , 2% , 3% and untre at e d ch e ck . In 2006, t h e tre atm e nts we re diatom ace ous e art h sprays at 1% and 2% , and t he pow de r dis tribut ion in t he pl ant ing furrow in dos is of 40 k g/ h a by 30 days aft e r transpl ant ing (DAT) and 45 DAT; 60 k g/ h a by 30 and 45 DAT; 20 k g/ h a by 30 and 45 DAT; 30 k g/ h a by 30 and 45 DAT and untre ate d ch e ck . Th e random ize d bl ock de s ign w as us e d w it h four re pl icat e s . Th e diatom ace ous e art h did notcons is t e ntl y re duce t he t h rips de ns it ie s , nor did notinfl ue nce t h e yie l d and m e an bul b w e igh t . Th e corre l at ion be tw e e n ins e ctde ns it ie s and yie l d and m e an bul b w e igh tw as nots ignif icant, t h us s ugge s t ing t h e pos s ibil ity of grow ing onion on organic s ys t em wit h out use of t h e natural ins e ct icide s on t he t h rips m anage m e nt . KEY W ORDS: All ium ce pa, t h rips , agroe col ogy, organic agricul ture . Re vis ta Bras il e ira de Agroe col ogia Re v. Bras . de Agroe col ogia. 2(3):69 -74 (2007) ISSN: 19 80-9 735 Corre s pondências para: Paul o Gonçalve s - Es trada Ge ral Lage ado/Águas Ne gras , 453 - Ituporanga, SC, Bras il - Cx.P. 121 - CEP 88400-000 Ace ito para publ icação e m 16/10/2007

Upload: others

Post on 25-Jul-2020

0 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Manejo de Th rips tabaci em cebola orgânica com terra de diatom … · Manejo de Th rips tabaci em cebola orgânica com terra de diatom áceas Th rips tabaci m anage m e nt in organic

Mane jo de Th rips tabaci e m ce bola orgânica com te rra de diatom áce as

Th rips tabaci m anage m e nt in organic onion us ing diatom ace ous e arth

GO NÇALVES, Paulo Antonio de Souz a

Epagri, Es tação Expe rim e ntal de Ituporanga, Ituporanga, SC, Bras il, pas g@ e pagri.rct-s c.br

RESUMO

O obje tivo de s te trabalh o foi avaliar o e fe ito da te rra de diatom áce as s obre a incidência de tripe s e a

produtividade e o pe s o m édio de bulbos e m ce bola no s is te m a orgânico. O trabalh o foi conduz ido e ntre

agos to e de z e m bro de 2004 e de 2006. Em 2004, os tratam e ntos cons taram de pulve riz ação de te rra de

diatom áce as a 1% , 2% e 3% , e te s te m unh a s e m aplicação. Em 2006 us ou-s e te rra de diatom áce as

pulve riz ada a 0,5% e 1% , e e m aplicação no s ulco de plantio, nas dos e s de 40 k g/h a aos 30 dias após

trans plante (DAT) e 45 DAT; 60 k g/h a aos 30 e 45 DAT; 20 k g/h a aos 30 e 45 DAT; 30 k g/h a aos 30 e

45 DAT, e te s te m unh a s e m aplicação. O de line am e nto foi de blocos ao acas o com q uatro re pe tiçõe s . A

te rra de diatom áce as não re duz iu a população do ins e to, ne m alte rou a produtividade e o pe s o m édio de

bulbos . A corre lação do ins e to e o re ndim e nto não foram s ignificativam e nte ne gativos , o q ue s uge re s e r

pos s íve l produz ir ce bola orgânica s e m o us o de ins e ticidas naturais para o m ane jo de tripe s .

PALAVRAS-CH AVE: Allium ce pa, agroe cologia, agricultura orgânica..

ABSTRACT

Th e obje ctive of th is w ork w as to e valuate of th e e ffe ct of diatom ace ous e arth on incide nce of th rips , th e

yie ld and m e an bulb w e igh t in onion on organic s ys te m . Th e re s e arch w as carrie d out during Augus t to

De ce m be r of 2004 and 2006. In 2004, th e tre atm e nts w e re s prays of diatom ace ous e arth 1% , 2% , 3%

and untre ate d ch e ck . In 2006, th e tre atm e nts w e re diatom ace ous e arth s prays at 1% and 2% , and th e

pow de r dis tribution in th e planting furrow in dos is of 40 k g/h a by 30 days afte r trans planting (DAT) and

45 DAT; 60 k g/h a by 30 and 45 DAT; 20 k g/h a by 30 and 45 DAT; 30 k g/h a by 30 and 45 DAT and

untre ate d ch e ck . Th e random iz e d block de s ign w as us e d w ith four re plicate s . Th e diatom ace ous e arth

did not cons is te ntly re duce th e th rips de ns itie s , nor did not influe nce th e yie ld and m e an bulb w e igh t. Th e

corre lation be tw e e n ins e ct de ns itie s and yie ld and m e an bulb w e igh t w as not s ignificant, th us s ugge s ting

th e pos s ibility of grow ing onion on organic s ys te m w ith out us e of th e natural ins e cticide s on th e th rips

m anage m e nt.

KEY W ORDS: Allium ce pa, th rips , agroe cology, organic agriculture .

Re vis ta Bras ile ira de Agroe cologia

Re v. Bras . de Agroe cologia. 2(3):69 -74 (2007)

ISSN: 19 80-9 735

Corre s pondências para: Paulo Gonçalve s - Es trada Ge ral Lage ado/Águas Ne gras , 453 - Ituporanga,

SC, Bras il - Cx.P. 121 - CEP 88400-000

Ace ito para publicação e m 16/10/2007

Page 2: Manejo de Th rips tabaci em cebola orgânica com terra de diatom … · Manejo de Th rips tabaci em cebola orgânica com terra de diatom áceas Th rips tabaci m anage m e nt in organic

Introdução

O tripe s , Th rips tabaci Lind., é cons ide rado

com o o principal ins e to praga da ce bola no Bras il

(GO NÇALVES, 2006). O controle q uím ico é

adotado com o a principal e s tratégia de controle

do ins e to e m s is te m a conve ncional

(GO NÇALVES, 2001). Entre tanto, é re conh e cida

a pos s ibilidade de produção de ce bola, s e m

pe rdas s ignificativas de produtividade , e m

condiçõe s de m ane jo e cológico do s olo, com o

us o de plantas de cobe rtura e m s is te m a de

plantio dire to e adubação orgânica (LIM A e t al.,

2004; GO NÇALVES, 2006) e cobe rtura m orta

com palh a de trigo (M AH AFFEY e t al., 2006).

Tam bém o us o de bordaduras com nabo

forrage iro, Raph anus s ativus L. var. ole ife rus

M e tz g., favore ce m a re dução populacional do

ins e to próxim o a e s tas bordaduras (DRIUTTI,

2000). Is to ocorre provave lm e nte pe lo incre m e nto

do controle biológico natural com s irfíde os

pre dadore s , porém o re s ultado e m áre as m ais

e xte ns as não é s ignificativo (GO NÇALVES,

2001). As s ubs tâncias alte rnativas avaliadas no

m ane jo do ins e to não têm apre s e ntado re dução

populacional s ignificativa, ou incre m e nto na

produtividade de ce bola (GO NÇALVES, 2006).

As s im , é ne ce s s ário s e de s e nvolve r m e didas

auxiliare s de m ane jo do ins e to, principalm e nte na

fas e de trans ição e cológica, e nq uanto as

condiçõe s fís icas , q uím icas e biológicas do s olo

re tornam ao e q uilíbrio.

O us o de te rra de diatom áce as é s uge rido

com o alte rnativa de m ane jo e cológico de tripe s

(K UEPPER, 2004; SPRING & DAY, 2006). Te rra

de diatom áce as é um pó obtido de de pós itos

fos s iliz ados de orige m m arinh a de algas

unice lulare s diatom áce as , rico e m s ilício, q ue

controla ins e tos por dano m e cânico nos te cidos

do e xoe s q ue le to e pos te rior de s idratação

(YEPSEN JR, 19 77; BUSS & PARK -BRO W N,

2002). A ação por inge s tão tam bém ocorre e m

ins e tos , e pode afe tar a re s piração, dige s tão e

re produção (YEPSEN JR, 19 77). A toxicidade

para m am ífe ros é cons ide rada baixa, porém e m

locais com altas q uantidade s de partículas no ar,

o us o de m ás caras é ne ce s s ário para s e e vitar a

intoxicação por via re s piratória e caus ar s ilicos e

(YEPSEN JR, 19 77). O produto controla ainda de

paras itas inte rnos e m anim ais . O us o com e rcial

agrícola é m ais com um para o controle de pragas

de grãos arm az e nados (YEPSEN JR, 19 77). No

Bras il é com e rcializ ado com o anti-e m pas tante e m

grãos , fare los e raçõe s para re tirar o e xce s s o de

um idade , e s uge rido o us o e m agricultura

orgânica para m ane jo fitos s anitário. O e m pre go

no controle de pragas de grãos arm az e nados é

re latado com o e ficaz por SM IDERLE & CÍCERO

(19 9 9 ) e LO RINI e t al. (2003).

O obje tivo de s te trabalh o foi ve rificar o e fe ito

de te rra de diatom áce as no m ane jo de tripe s , e

e fe ito na produtividade com e rcial e pe s o m édio

de bulbos de ce bola, be m com o ve rificar a

re lação da incidência do ins e to e produtividade da

cultura e m s is te m a de produção orgânico.

Mate rial e m étodos

O trabalh o foi conduz ido na Es tação

Expe rim e ntal de Ituporanga da Em pre s a de

Pe s q uis a e Exte ns ão Rural de Santa Catarina

(EPAGRI) durante os anos de 2004 e 2006. A

cultivar de ce bola utiliz ada foi a Epagri 362

Crioula Alto Vale . O trans plante foi re aliz ado,

re s pe ctivam e nte , e m 19 /08/04 e 21/08/06 e a

colh e ita e m 09 /12/04 e 04/12/06. O s is te m a de

plantio foi dire to s obre palh ada de ce vada (2004),

e palh ada de ave ia e nabo forrage iro (2006) com

m icrotrator adaptado para o s ulcam e nto. A

adubação foi, re s pe ctivam e nte , e m 2004 e 2006,

de 5 t/h a de e s te rco de pe ru, e 3 t/h a de s te

e s te rco as s ociado a 1,5 t/h a de fos fato natural

colocados no s ulco de plantio. O de line am e nto foi

de blocos ao acas o com q uatro re pe tiçõe s . As

parce las foram com pos tas por linh as de 20 m de

com prim e nto com as cinco plantas das

e xtre m idade s cons ide radas com o bordadura. O

e s paçam e nto utiliz ado foi de 40 cm x 10 cm .

P. Gonçalve s

Re v. Bras . de Agroe cologia. 2(3):69 -74 (2007)

70

Page 3: Manejo de Th rips tabaci em cebola orgânica com terra de diatom … · Manejo de Th rips tabaci em cebola orgânica com terra de diatom áceas Th rips tabaci m anage m e nt in organic

Em 2004 os tratam e ntos avaliados cons taram

de pulve riz ação de te rra de diatom áce as 1% , 2%

e 3% e te s te m unh a s e m aplicação. A te rra de

diatom áce as utiliz ada foi o produto com e rcial

Bugran

®

da Em pre s a Rio De s e rto de Criciúm a,

SC, com 9 4,58% de SiO 2 (s ílica ne utra). O

produto foi m is turado e m água e coado para

pos te rior aplicação. Em 2006 os tratam e ntos

com pus e ram -s e de te rra de diatom áce as

pulve riz ada a 0,5% e 1% e aplicação do produto

no s ulco de plantio nas dos e s de 40 k g/h a aos 30

dias após trans plante (DAT) e 45 DAT; 60 k g/h a

aos 30 e 45 DAT; 20 k g/h a aos 30 e 45 DAT; 30

k g/h a aos 30 e 45 DAT e te s te m unh a s e m

aplicação. O pulve riz ador utiliz ado foi m anual de

alta pre s s ão (100 ps i) m arca Guarany (100 ps i de

trabalh o) tipo pe t m arca Guarany

®

, adaptado e m

garrafas plás ticas de água m ine ral de 5 L.

A avaliação do ins e to foi re aliz ada

s e m analm e nte 24 h oras após a pulve riz ação pe la

contage m a cam po do núm e ro de ninfas de T.

tabaci e m todas as folh as de cinco plantas por

parce la com auxílio de lupa m anual de 3x de

aum e nto,. Em 2004, as avaliaçõe s foram

re aliz adas e m 20/10/04, 62 dias após o

trans plante (DAT); 27/10/04, 69 DAT; 04/11/04,

77 DAT; 10/11/2004, 83 DAT; 18/11/2004, 9 1

DAT; 24/11/2004, 9 7 DAT. Em 2006, as

avaliaçõe s foram nas datas de 11/10/06, 51 DAT;

18/10/06, 58 DAT; 25/10/06, 65 DAT; 01/11/06,

72 DAT; 08/11/06, 79 DAT; 16/11/06, 87 DAT;

22/11/06, 9 3 DAT. A produtividade com e rcial e o

pe s o m édio de bulbos foram de te rm inados com

bulbos acim a de 3 cm de diâm e tro de acordo com

a ace itação pe lo m e rcado.

A anális e de variância foi re aliz ada s obre o

núm e ro m édio de ninfas do ins e to durante as

s e m anas , utiliz ando o e s q ue m a de blocos ao

acas o, e para avaliação ge ral de todas as

s e m anas foi utiliz ado o e s q ue m a de parce la

s ubdividida no te m po, com os tratam e ntos com o

parce las e as datas de avaliação com o

s ubparce las . O núm e ro m édio de ninfas foi

trans form ado para log(x+ 10) para anális e . As

m édias foram com paradas pe lo te s te de Tuk e y ao

níve l de 5% de probabilidade . As corre laçõe s do

núm e ro de ninfas do ins e to com a produtividade e

com o pe s o m édio de bulbos foi tam bém

analis ada.

Re s ultados e dis cus s ão

O núm e ro m édio de ninfas do ins e to e m 2004

dife riu e ntre os tratam e ntos ape nas aos 77 DAT,

q uando a te rra de diatom áce as 3% apre s e ntou

re dução populacional e m re lação à te s te m unh a e

não dife riu dos de m ais (Tabe la 1). Em 2006 não

h ouve dife re nça e ntre os tratam e ntos e a

te s te m unh a ao longo do e xpe rim e nto (Tabe la 2).

Portanto, o e fe ito da te rra de diatom áce as não foi

Re v. Bras . de Agroe cologia. 2(3):69 -74 (2007)

M ane jo de Th rips tabaci e m ce bola orgânica...

71

Page 4: Manejo de Th rips tabaci em cebola orgânica com terra de diatom … · Manejo de Th rips tabaci em cebola orgânica com terra de diatom áceas Th rips tabaci m anage m e nt in organic

h om ogêne o durante a re aliz ação dos

e xpe rim e ntos , e não re duz iu a população do

ins e to (Tabe las 1 e 2). ALSTO N (2005) e

JENSEN (2005) tam bém não ve rificaram re dução

na população de ninfas de tripe s e m ce bola com

o us o de ins e ticida natural à bas e de pire trina e

te rra de diatom áce as (Diate c

®

) as s ociado a óle o

o utiliz ado is oladam e nte . Entre tanto, ALSTO N

(2005) obs e rvou e fe tividade de Diate ct

®

ao

analis ar o núm e ro acum ulado de ninfas por planta

durante o ciclo da cultura.

A produtividade com e rcial e o pe s o m édio de

bulbos não dife riram e ntre tratam e ntos (Tabe las 3

e 4). Com o a te rra de diatom áce as utiliz ada ne s te

e xpe rim e nto apre s e nta e m s ua com pos ição

0,42% de CaO e 0,11% de K 2O , e o K e Ca,

juntam e nte com o nitrogênio, s ão os

m acronutrie nte s abs orvidos e m m aiore s

q uantidade s pe la planta (VIDIGAL e t al., 2002),

foi ve rificada a pos s ibilidade do e fe ito nutricional

alte rar o re ndim e nto da e s pécie . Provave lm e nte ,

pe la baixa conce ntração de Ca e K pre s e nte na

te rra de diatom áce as não h ouve e fe ito nutricional

s ignificativo s obre a produtividade com e rcial e

pe s o m édio de bulbos . A utiliz ação de ins e ticidas

com o única e s tratégia de m ane jo do ins e to para

incre m e ntar produtividade e m ce bola, é

q ue s tionada, tanto e m s is te m a conve ncional

(GO NÇALVES, 19 9 6; CIO CIO LA Jr. e t al., 2002),

com o e m s is te m a e cológico (GO NÇALVES,

2006). O m ane jo e cológico do s olo com a

utiliz ação de s is te m a de plantio dire to favore ce a

tole rância aos danos caus ados pe lo ins e to

(GO NÇALVES, 2006). Tam bém a utiliz ação de

cultivare s pre coce s favore ce m no m ane jo do

ins e to, pois e s capam naturalm e nte de altas

de ns idade s populacionais durante a fas e de

form ação do bulbo, pe ríodo crítico para o

re ndim e nto da cultura (GO NÇALVES, 2006). A

corre lação e ntre a m édia da de ns idade

populacional de ninfas e a produtividade

com e rcial e pe s o m édio de bulbos foi não

s ignificativa e m 2004, r= -0,03 (P= 0,9 1) e r=

0,11 (P=0,68), re s pe ctivam e nte , e ne m e m 2006

para produtividade com e rcial, r= 0,24 (P=0,16), e

s ignificativa pos itiva para pe s o m édio de bulbos ,

r= 0,40 (P=0,02). Portanto, a população do ins e to

não alte rou a produtividade . Pe lo contrário, foi

re lacionada a plantas com bulbos de m aior pe s o.

O s danos caus ados por tripe s não s ão um dos

principais fatore s na de te rm inação de

produtividade e m ce bola; h á outros fatore s com o

m ane jo do s olo, cultivare s , clim a, doe nças ,

adubação, e dis ponibilidade de água q ue

inte rfe re m no re ndim e nto (GO NÇALVES, 19 9 6;

CIO CIO LA Jr. e t al., 2002).

P. Gonçalve s

Re v. Bras . de Agroe cologia. 2(3):69 -74 (2007)

72

Page 5: Manejo de Th rips tabaci em cebola orgânica com terra de diatom … · Manejo de Th rips tabaci em cebola orgânica com terra de diatom áceas Th rips tabaci m anage m e nt in organic

Conclus õe s

A te rra de diatom áce as não re duz a incidência

de tripe s e m ce bola de m ane ira cons is te nte , ne m

o re ndim e nto de s ta h ortaliça.

Re fe rências Bibliográficas

ALSTO N, D. Onion th rips control – 2005. O n

line . Capturado e m : 24/04/2007.Dis poníve l e m :

h ttp://utah pe s ts .us u.e du/ipm /file s /uploads /

PDFDocs /re s 05-onion-th rips -control.pdf

BUSS, E. A.; PARK -BRO W N, S. G. Natural

products for ins e ct pe s t m anage m e nt. 2002.

O n line . Capturado e m : 13/04/2007. Dis poníve l

e m : h ttp://coop.co.pine llas .fl.us /Com m h ort/IPM /

pine llas /naturalproducts .pdf

CIO CIO LA JR., A. I. e t al. Inform e

Agrope cuário, Be lo H oriz onte , v.23, n.218,

p.68-74, 2002.

DRIUTTI, A. A. Control biologico natural de trips ,

Th rips tabaci Linde m an 1888 (Th ys anopte ra:

Th ripidae ) por s írfidos pre dadore s e n cultivo de

ce bolla (Allium ce pa L.) por e l cultivo de

bordaduras y/o e ntre line as . O n line . Capturado

e m : 12/04/2006. Dis poníve l na Inte rne t:

h ttp://w w w .unne .e du.ar/cyt/2000/6_ biologicas /

b_ pdf/b_ 038.pdf

GO NÇALVES, P. A. S. Im pacto de adubaçõe s

m ine ral e orgânica s obre a incidência de

tripe s , Th rips tabaci Lind., e m íldio,

Pe ronos pora de s tructor Be rk . Cas p., e da

dive rs idade ve ge tal s obre tripe s e s irfíde os

pre dadore s e m ce bola, Allium ce pa L. 2001.

123 p. Te s e (Doutorado) - Unive rs idade

Fe de ral de São Carlos , São Carlos , SP.

Re v. Bras . de Agroe cologia. 2(3):69 -74 (2007)

M ane jo de Th rips tabaci e m ce bola orgânica...

73

Page 6: Manejo de Th rips tabaci em cebola orgânica com terra de diatom … · Manejo de Th rips tabaci em cebola orgânica com terra de diatom áceas Th rips tabaci m anage m e nt in organic

GO NÇALVES, P. A. S. De te rm inação de danos

de Th rips tabaci Lind. e m cultivare s de ce bola.

Pe s q uis a Agrope cuária Bras ile ira. v.31, n.3,

p. 173-179 , 19 9 6.

GO NÇALVES, P. A. S. M ane jo e cológico das

principais pragas da ce bola. In: W O RDELL

FILH O , J. A. e t al. Mane jo fitos s anitário na

cultura da ce bola. Florianópolis : Epagri, 2006.

226p. Cap. 4, p.168-189 .

JENSEN, L. Ins e cticide trials for onion th rips

(Th rips tabaci) control - 2005. O nline .

Capturado e m : 24/04/2007. Dis poníve l na

Inte rne t: h ttp://w w w .cropinfo.ne t/

AnnualRe ports /2005/Th rips ins e ct05.h tm l

P. Gonçalve s

Re v. Bras . de Agroe cologia. 2(3):pgin-pgfin (2007)

74