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Podas, plantas adequadas para exterior

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  • SUMRIO1INTRODUO ................................................................................................................................ 4

    2 - OBJETIVO ...................................................................................................................................... 5

    3 - ASPECTOS FUNDAMENTAIS DA ARBORIZAO URBANA ................................................ 5

    3.1 - Introduo ................................................................................................................................. 5

    3.2 - Qual o valor de uma rvore ........................................................................................................ 6

    3.3 - Parmetros para a Arborizao de Vias Pblicas ....................................................................... 7

    3.4 - Posicionamento das rvores ...................................................................................................... 8

    3.5 - Definio das Espcies adequadas para Arborizao ................................................................. 9

    4 - PROCEDIMENTOS PARA O PLANTIO .................................................................................... 15

    4.1 - Preparo do local ....................................................................................................................... 15

    4.2 - Plantio da muda em local definitivo ......................................................................................... 16

    4.3 - tutores e grades para as mudas ................................................................................................ 16

    5 MANEJO DA ARBORIZAO: ................................................................................................. 17

    5.1 - Irrigao: ................................................................................................................................. 17

    5.2 - Condies fitossanitrias ......................................................................................................... 17

    5.3 - rvores com Leses/Escoriaes .............................................................................................. 19

    5.4 - Avaliao de risco das rvores ................................................................................................. 20

    6 - CONVIVNCIA ENTRE RVORES E REDES DE DISTRIBUIO DE ENERGIA ELTRICA......................................................................................................................................... 21

    6.1 - Medidas para minimizar a necessidade de poda ....................................................................... 22

    7 - LEGISLAO .............................................................................................................................. 23

    8 - TIPOS E TCNICAS DE PODA .................................................................................................. 24

    8.1 - Introduo ............................................................................................................................... 24

    8.2 - Procedimentos de poda ............................................................................................................ 25

    8.3 - Material e Equipamento........................................................................................................... 29

    9 REFERENCIAS............................................................................................................................ 30

    10 - ANEXOS ...................................................................................................................................... 32

  • 1INTRODUO

    Em uma cidade como Aracruz, que a urbanizao crescente est sempre em queda

    de brao com a arborizao, o plantio e a poda de rvores no permetro urbano merece

    ateno especial. Nesse sentido, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Aracruz

    lanou este Manual de Recomendaes Tcnicas para Projetos de Arborizao Urbana e

    Procedimentos de Poda de rvores, cujo objetivo adequar e padronizar os

    procedimentos de poda e projetos urbansticos em logradouros pblicos.

    A arborizao urbana caracterizada principalmente pelo plantio de rvores em

    praas, parques, caladas de vias pblicas e alamedas, o qual se constitui hoje, uma das

    mais relevantes atividades da gesto urbana, devendo fazer parte dos planos, projetos e

    programas urbansticos das cidades. Todo o complexo arbreo de uma cidade plantada ou

    natural compe, em termos globais, a sua rea verde.

    A importncia da publicao de um manual tcnico de poda para cidade de

    Aracruz, devido existncia de vrios problemas envolvendo as rvores em logradouros

    pblicos e os diversos componentes urbanos, tais como: postes de iluminao pblica,

    redes eltricas, telefones pblicos, placas de sinalizao, dentre outros, os quais convivem

    em desarmonia, devido ausncia de planejamento, j que a tendncia das rvores

    competir pelo mesmo espao. Constantemente vemos a nvel nacional problemas de

    conflitos entre rvores e redes eltricas, nos quais, a arborizao e os demais componentes

    urbanos de uma cidade, disputam espao fsico e recurso para manuteno (Yamamoto et

    al., 2004).

    Estes conflitos podem ser amenizados atravs do artifcio de poda. Entretanto,

    segundo Oliveira (2012), uma das dificuldades na implantao da arborizao urbana

    concili-las com os componentes urbanos, pois a eletricidade confere altos riscos s

    pessoas, mesmo em baixas tenses, pois podem acarretar choques eltricos, ocasionar

    quedas, queimaduras e outras consequncias mais agravantes, principalmente em dias

    tempestuosos.

    Constantemente so verificadas algumas aes preocupantes para amenizar os

    problemas entre a arborizao e os diversos componentes urbanos, tais como: poda de raiz,

  • podas drsticas (mutilao da rvore), danos mecnicos, anelamento do tronco, aplicao

    de produtos qumicos e outros.

    Visando aes inovadoras e sustentabilidade urbana, a Secretaria Municipal de

    Meio Ambiente de Aracruz, lana um Manual de Recomendaes Tcnicas para Projetos

    de Arborizao Urbana e Procedimentos de Poda de rvores, que consta de orientaes

    que subsidiaro os profissionais que atuam diretamente no trato com a arborizao,

    realizando podas de limpeza, emergncia ou adequao e ainda elaborao de projetos

    paisagsticos. Este Manual composto por textos tcnicos e ilustraes esquemticas sobre

    os principais tipos de poda, tcnicas de cortes e espcies adequadas para arborizao. Alm

    disso, contm as principais Leis e Decretos referentes poda de rvores na cidade de

    Aracruz e no mbito Estadual e Federal.

    2 - OBJETIVO

    O objetivo desta publicao orientar e auxiliar os gestores da arborizao urbana

    no planejamento e manejo da arborizao da cidade. A nfase principal discutir os

    principais elementos e etapas para a elaborao de um novo Plano Diretor da Arborizao

    Urbana (PDAU). Esse Manual deve ser o documento balizador das aes para que a

    arborizao urbana, seguido das especificaes do Decreto ou Lei de Arborizao

    Municipal, no qual contribuiro efetivamente para a melhoria da qualidade de vida da

    populao de Aracruz, mantendo bem estar, conforto, esttica e dentre outros.

    3 - ASPECTOS FUNDAMENTAIS DA ARBORIZAO URBANA

    3.1 - INTRODUO

    Qualquer projeto de arborizao deve respeitar os valores culturais, ambientais e

    histricos do municpio. Conjuntamente, deve proporcionar conforto para as moradias,

    abrigo e alimento para fauna, compatibilidade florstica com a vegetao remanescente,

    diversidade biolgica, diminuio da poluio (sonora e atmosfrica), condies de

    permeabilidade do solo e valorizao da paisagem urbana. Para que no haja nenhum

    conflito futuro de rvore plantada em via pblica, deve-se considerar alguns critrios antes

    da elaborao do projeto.

  • Tornam-se necessrios antes da execuo de quaisquer projetos urbansticos e

    paisagsticos, levantarem a situao existente dos logradouros envolvidos, incluindo

    informaes como a qualidade (espcies) da vegetao arbrea, caractersticas da via

    (expressa, local, secundria, principal), as instalaes, equipamentos e mobilirios urbanos

    subterrneos e areos (como rede de gua, de esgoto, de eletricidade, cabos, fibras ticas,

    telefones pblicos, placas de sinalizao viria/trnsito, entre outros) e o recuo das

    edificaes.

    3.2 - QUAL O VALOR DE UMA RVORE

    Considerando os valores e potencias da arborizao em mitigar os efeitos negativos

    ocorrentes no complexo urbano, necessrio tomar decises e aes prioritrias,

    determinando os benefcios e vantagens ao muncipe, visando sustentabilidade do meio

    urbano, tanto no ponto de vista econmico e ambiental.

    As rvores contribuem para o processo fotossinttico (produo de glicose),

    purificao do ar, fixao de poeiras e de gases txicos, reteno de umidade do solo,

    evapo-transpirao e reduo de rudos (Oliveira, 2012 apud Pedrosa, 1983). Outra funo

    das rvores servir de corredor ecolgico, interligando as reas verdes da cidade, como

    ruas, praas, parques e at mesmo o meio rural. (Figuras 01 e 02)

    Figura 1: Rua sem Arborizao

    Figura 2: Rua ps Arborizao

  • Oliveira (2012) menciona que a arborizao urbana promove populao grandes

    benefcios, tais como: conforto ambiental, bem-estar psicolgico, alm da melhoria de

    aspectos estticos urbanos, melhoria da qualidade de vida de seus habitantes.

    Ao considerar a rvore como vegetal (ser vivo), pode-se denominar esta como um

    elemento pertencente aos componentes urbanos, no qual, cabe avali-la em sua

    importncia e seu valor monetrio. De acordo com CEMIG (2012), a determinao do

    valor monetrio das rvores pode ser permitida por vrios critrios:

    Avaliar o patrimnio que a cidade possui relativo arborizao;

    Estabelecer multas por danos causados s arvores;

    Estabelecer indenizaes, dedues e/ou isenes de impostos e taxas, e

    resultados de aes punitivas ou compensatrias;

    Estimar um seguro seja da prpria rvore ou da propriedade relacionada com a

    presena da rvore no imvel;

    Mensurar os benefcios e custos dos programas de arborizao na busca de

    recursos oramentrios;

    Valorizar o imvel, com consequente aumento do patrimnio real de seu

    proprietrio, do corretor e de outros envolvidos.

    3.3 - PARMETROS PARA A ARBORIZAO DE VIAS PBLICAS

    Com o intuito de evitar prejuzos e transtornos nas cidades, o plantio de rvores deve

    obedecer a critrios tcnicos, como os descritos a seguir:

    O plantio de rvores deve ser feito, preferencialmente, em caladas (passeios)

    com largura mnima de 1,50 m;

    Em locais j edificados, sem recuo do muro e com caladas de larguras

    inferiores a 1,50m, recomendado o plantio de arbustos;

    Em calamentos com largura igual ou superior a 1,50 m e inferior a 2,00 m,

    recomenda-se o plantio de rvores de pequeno porte;

    Em calamentos com largura igual ou superior a 2,00 m e inferior a 2,40 m,

    podero ser plantadas rvores de pequeno e mdio porte com altura at 8,00 m.

  • Em calamentos com largura igual ou superior a 2,40 m podero ser plantadas

    rvores de pequeno, mdio ou grande porte, com altura at 12,00 m.

    Obs: No recomendvel o plantio de rvores em calamentos com largura inferior a 1,50

    m e sob rede eltrica, nestas situaes recomenda-se o plantio de arbusto. importante

    frisar que as rvores devem ser projetadas de forma a no atrapalhar o transito de pessoas

    com deficincias.

    As rvores plantadas nas cidades, devero ter o entorno permevel, seja na forma

    de canteiro, faixa ou piso drenante, permitindo a infiltrao de gua e aerao do solo. As

    dimenses desta rea permevel, quando a largura do calamento permitir, devero ser no

    mnimo 2,0 m para rvores de copa com dimetro mdio de 4,0m e de 3,0 m para rvores

    de copa com dimetro em torno de 8,0m (Oliveira, 2012).

    3.4 - POSICIONAMENTO DAS RVORES

    De acordo com Oliveira (2012) as rvores devero ser plantadas de forma que suas

    copas no venham a interferir na iluminao pblica. O posicionamento das rvores nos

    calamentos fundamental para evitar transtorno no dia a dia dos muncipes. Desta forma,

    devem obedecer aos seguintes critrios:

    As caladas com largura igual ou superior a 1,50m e inferior 2,40m, as rvores

    devero estar a uma distncia mnima de 0,30cm, sendo esta medida entre o eixo

    central do tronco e o meio fio (guia do calamento);

    O posicionamento da rvore em calamentos com largura igual ou superior a

    2,40m, devero estar a uma distncia de 0,60cm, sendo esta medida entre o eixo

    central do tronco e o meio fio (guia do calamento);

    Nos locais arborizados, o projeto luminotcnico deve respeitar as rvores,

    adequando postes e luminrias s condies locais. Nos locais no arborizados e sem

    iluminao, dever ser elaborado o projeto luminotcnico pelos rgos envolvidos,

    juntamente com os projetos integrados.

  • Tabela 1. O distanciamento mnimo do local do plantio (cova) em relao aos diversos

    componentes urbanos em vias pblicas.

    Distncia mnima em relao : Caractersticas Mximas da Espcie

    Pequeno Mdio Grande

    Esquina 5m 5m 5m

    Edificaes 3m 4m 5m Iluminao pblica 3m 4m 5m Postes 3m 4m 5m Placas de identificao e sinalizao 3m 3m 3m Caixas de inspeo (boca-de-lobo, bueiros, etc.). 1m 2m 3m Abastecimento de gua Residencial 1m 1,5m 2m Fachadas de edificaes 2,4m 2,4m 3,5m Altura do fuste 1,8m 1,8m 2m Sinalizao de trnsito (Semforo) 04m 06m 08m Da sarjeta (meio feio) 0,50m 0,80m 1,2m Muros 01m 1,5m 2m

    Jardineira (rea Livre de Infiltrao) 1m 1m 1,5

    * Dados baseados na tabela de Revitalizao da Arborizao Urbana de Governador Valadares- Minas Gerais. Oliveira (2012).

    Nota 01: Salienta-se que as caladas antigas de Aracruz, possuem largura igual ou inferior

    a 1,50 metros. De acordo com a Lei Municipal n 3513/11, os tamanhos permitidos para as

    caladas no municpio devem respeitar tamanhos entre 2,0 e 2,5 metros.

    Nota 02: Para os casos no aplicveis as recomendaes da Tabela 1, fica definida a

    necessidade de anlise preliminar e a emisso de parecer tcnico do rgo competente.

    3.5 - DEFINIO DAS ESPCIES ADEQUADAS PARA ARBORIZAO

    Na escolha de espcies a serem plantadas em vias urbanas, em frente de residncias

    ou de estabelecimentos comerciais, o aspecto mais importante e indispensvel quanto ao

    espao disponvel. Deve-se analisar ainda, a presena e/ou a ausncia de redes eltricas, as

    larguras das caladas e ruas, o recuo predial, a rede de drenagem pluvial e hidrulica.

  • De acordo com Guzzo (1993), as caractersticas do espao disponvel, a escolha do

    vegetal, a ser utilizada nas ruas e avenidas, ficar vinculada ao conhecimento do porte da

    espcie (pequeno, mdio e grande), conforme Tabela 2 (anexo).

    Sendo assim, recomenda-se priorizar o uso de espcies de mdio porte, pois as

    rvores de pequeno porte podem atrapalhar a circulao de veculos e pedestres, j que a

    copa baixa restringe o espao lateral nas vias pblicas. Alm disso, importante conhecer

    as caractersticas das rvores quando adultas, os aspectos de dimenso e o seu formato de

    copas (Oliveira, 2012).

    Em canteiros centrais e avenidas, recomenda-se utilizar rvores de mdio a grande

    porte, caso possuam grandes dimenses, superiores a 4 metros de largura (Batista, 1988).

    Por outro lado, Gonalves e Paiva (1995) mencionam sobre a altura e porte das rvores na

    fase adulta; de pequeno, mdio e grande porte, contradizendo Guzzo (1993).

    Oliveira (2012) salienta que ao escolher a espcie, necessrio conhecer a estrutura

    da rvore no que se refere a: tolerncia de poluentes, resistncia a pragas e doenas,

    condio de aerao do solo, tempo de crescimento e de longevidade, frutificao,

    tamanho e cor das flores e frutos, poca/durao do florescimento, presena de frutos,

    rusticidade, espinhos/acleos, formato da copa, tipo de folhas (verde-caduciflia), tamanho

    (porte) e sistema radicular. O mesmo autor relata que muitos problemas de conflitos de

    redes eltricas com rvores, so dados devido m escolha das espcies para o plantio,

    relatando que sob redes areas devem ser plantadas espcies de pequeno e mdio porte.

    Alm disso, necessrio observar altura dos condutores eltricos (baixa e mdia tenso),

    pois espcies de pequeno porte, no devem ultrapassar a altura dos condutores eltricos,

    que variam entre 07 metros na baixa tenso (BT) e 11 metros na mdia tenso (MT),

    conforme as figuras 3 a 14.

  • 3.

    4.

    5.

    6.

  • 7.

    8.

    9.

    10.

  • 13.

    11.

    12.

    14.

  • Recomenda-se utilizar espcies com sistema radicular pivotante profundo, ao

    invs de espcies com razes fasciculadas e folhagem perene. Sendo assim, a escolha

    das espcies um fator de grande importncia no planejamento urbanstico.

    Atravs do sistema radicular possvel determinar a forma da copa das rvores.

    As rvores que apresentam copas de carter horizontal, por exemplo Capitata,

    Umbelifirme, tendem a ter razes superficiais (Figura 15). J as rvores com copa de

    carter vertical, por exemplo a cnica e a piramidal, apresentam razes pivotantes

    (Gonalves e Paiva, 1995). Alm disso, Oliveira (2012) menciona que o sistema

    radicular pode ser observado de acordo com a classe de cada vegetal. Desse modo, as

    plantas monocotiledneas tendem a possuir razes fasciculadas, enquanto as

    eudicotiledneas razes pivotantes.

    Figura 15: Formato de copa das rvores.

    Alm da importncia de escolher as espcies, Milano (1987) afirma que as

    caractersticas do solo tambm devem ser observadas, pois podem constituir limitaes

    ao desenvolvimento das rvores. As espcies devem ser analisadas quanto ao tipo de

    solo apropriado ao seu desenvolvimento.

  • Na definio das espcies, as mudas destinadas ao plantio em vias pblicas,

    devero obedecer a critrios tcnicos, tais como:

    Altura: 2,5m;

    DAP (dimetro a altura do peito): 03 cm;

    Altura da primeira bifurcao: 1,80 m;

    Ter boa qualidade fitossanitria;

    Ter sistema radicular bem formado e consolidado nas embalagens;

    Ter copa formada por 03 (trs) pernadas (ramos) alternadas;

    O volume do torro, na embalagem, dever conter de 10 a 20 litros de

    substrato.

    Outro fato relevante a diversidade de espcies a serem utilizadas na arborizao,

    no qual recomenda-se como regra bsica procurar o mximo de diversidade gentica das

    plantas, adotando-se como critrio 30% de uma nica famlia botnica, 20% de um

    nico gnero e 10% de uma nica espcie, em anexo (Tabela 3).

    A diversidade de grupos vegetais fundamental para manuteno do verde na

    cidade, evitando aparecimento de pragas e doenas, fase de senescncias precoce,

    diversidade paisagstica, diversidade de idade das rvores, e dentre outros benefcios ao

    muncipe.

    4 - PROCEDIMENTOS PARA O PLANTIO

    4.1 - PREPARO DO LOCAL

    As dimenses mnimas da cova devem ser de 0,40m x 0,40m x 0,40m (0,064m),

    para receber com folga o torro, sendo que seu espao excedente deve ser preenchido

    com substrato adubado livre de patgenos. Recomenda-se antes do plantio, aplicao de

    calcrio para correo do pH do solo e o uso de Gel Hidratado para manter a umidade

    do solo. Outra tecnologia que poder ser utilizada o uso do Gel Hidratado ps plantio.

    Ambos processos, utilizam-se 02 a 04 gramas de Gel Hidratado por planta. Como citado

    anteriormente, deve ser mantida uma rea permevel, no mnimo, 1m ao redor da

    muda.

  • 4.2 - PLANTIO DA MUDA EM LOCAL DEFINITIVO A muda deve ser retirada da embalagem, apenas no momento do plantio, de

    forma a no prejudicar o seu sistema radicular. A regio de transio entre caule e raiz

    (colo) deve ficar no nvel da superfcie do solo, de forma que a muda seja aplicada no

    centro da rea permevel.

    4.3 - TUTORES E GRADES PARA AS MUDAS

    O tutoramento dever ser realizado com madeira de 2,5 metros de altura e 08

    cm de dimetros, fixadas por presilhas ou por amarrio, em forma de oito deitado

    conforme figura 16, afim de conduzir as mudas de forma ereta, sem prejudicar o torro

    da planta. Em seguida dever ser inserida uma grade para proteo das mudas, no qual,

    indispensvel em reas urbanas, principalmente em locais com grande trnsito de

    pedestres.

    Figura 16: Amarrio da planta.

    As grades de proteo que devero atender as seguintes especificaes:

    A altura mnima de 1,60m, acima do nvel do solo;

    A rea interna deve permitir inscrever um crculo com dimetro igual ou

    superior a 0,38m;

  • As laterais devem permitir os tratos culturais;

    Os protetores devem permanecer, no mnimo 06 (seis) meses, sendo

    conservado em perfeitas condies;

    Projetos de veiculao de propaganda nos protetores devem ser submetidos

    apreciao dos rgos competentes.

    5 MANEJO DA ARBORIZAO

    5.1 - IRRIGAO

    A vegetao deve ser irrigada logo aps o plantio e nos perodos de estiagem,

    quando necessrio, torna-se recomendvel o plantio de mudas durante o perodo de

    chuvas regionais (setembro a maro). Em caso de uso de Gel Hidratado para preservar a

    umidade do solo, necessrio realizar irrigao mecnica manual no intervalo de 06 em

    06 dias.

    5.2 - CONDIES FITOSSANITRIAS

    Em relao sanidade dos vegetais em rea urbana, Guzzo (1993) enfatiza que

    os problemas mais frequentes so: formigas, cochonilhas, pulges, lagartas, fungos,

    cupins, dentre outros. Sempre que houver problemas dessa natureza com as rvores

    prximas s residncias, recomendvel procurar orientao de tcnicos habilitados, os

    quais indicaro o procedimento adequado para cada situao. O autor relata ainda que

    comum constatar rvores podadas drasticamente com esses problemas fitossanitrios,

    ou at mesmo com agresses fsicas, como anelamento.

    Na arborizao urbana, um dos ataques mais constantes nas rvores, so

    ocasionados por cupins, tanto na base quanto na interseo do tronco. A ocorrncia de

    cupins geralmente acontecem nos perodos de poda das rvores, devido a entrada de

    patgenos atravs das reas expostas, rachaduras dos troncos e por outros malefcios

    advindos da poda realizada de forma inadequada (Figura 17).

  • Figura 17: Ataque de Cupim avanado na insero de corte, na base e colo, (rvore de risco), A - Rua Marechal Floriano Esquina com a Rua Peanha, B - Rua Belo Horizonte

    Nos estudos realizados na cidade de Luiziana-PR, para verificar a relao entre

    poda versus aspectos fitossanitrios em rvores urbanas, foram identificados altos

    percentuais de ataques por pragas e doenas na arborizao urbana daquela cidade, fato

    este podendo estar relacionado alta incidncia de podas drsticas. As informaes

    obtidos no estudo indicaram que quanto ao tipo de praga, foram registrados sinais de

    cupins, formigas e brocas de madeira, j quanto ao ataque de doenas, foram

    constatados fungos e cancro do tronco e at mesmo espcies com incidncia combinada

    de fungos e pragas (Martins et al., 2010).

    Outro fato relevante a ocorrncia de cancros associados a outras pragas e doenas esto presentes na arborizao e levaram a resultados de frequncia alta de rvores com condies gerais ruins. Em primeira instncia, a infestao ocasionada pelo cancro e simultaneamente h o ataque de cupins, devido exposio do lenho dos vegetais. O processo necrtico notado de forma isolada em rvores antigas, com fissuras na rea basal, tronco e galhos. H uma estreita relao entre poda e sanidade das rvores, uma vez que indivduos infestados por pragas e doenas em sua maioria apresentaram leses ou escoriaes provenientes de poda, fissuras antrpicas e por conflitos de caladas, como mostra a figura 18 (Oliveira, 2012).

  • Figura18: Ataque de fungos (Cancro na Base), A - Rua Marechal Deodoro, B - Rua Afonso Pena

    5.3 - RVORES COM LESES/ESCORIAES Na realizao de atividades de poda de rvores, geralmente as prticas trazem

    reaes negativas, ocasionando leses ou escoriaes sobre o caule, galhos e troncos.

    Sendo assim, os indivduos no podem ser considerados sadios e tambm no podem

    ser doentes, pois apenas esto susceptveis ao ataque de pragas e doenas, devido

    exposio do lenho e aos ferimentos sobre o caule. Esses problemas podem ser

    provenientes dos equipamentos utilizados na poda, como escada, cordas, motosserra,

    motopoda, brao do caminho, dentre outros (Figuras 19).

    Figura 19: Galhos leses/Escoriaes, A - Rua Marechal Deodoro, B Rua So Paulo.

  • 5.4 - AVALIAO DE RISCO DAS RVORES Oliveira (2012) salienta que uma avaliao de risco um ato ou efeito de

    avaliar/analisar o perigo ou a possibilidade de perigo, perda ou danos causados atravs

    das rvores. rvore de risco aquela que apresenta defeitos estruturais, pode provocar

    acidentes ou danos por quebra parcial ou total, acarretados por motivos naturais ou por

    intervenes antrpicas.

    A avaliao de risco pode ser feita de forma visual, iniciando-se pelas rvores de

    grande porte, que podem trazer ou acarretar grandes problemas e riscos populao

    urbana, seja por alteraes antrpicas e/ou naturais. As rvores de grande porte podem

    provocar acidentes fatais, acarretar danos materiais, causar transtorno no fornecimento

    de energia, no trnsito, em edificaes, leses corporais, dentre outros prejuzos

    (Gonalves et al., 2005). A qualificao do avaliador uma caracterstica fundamental

    para a anlise do risco, pois este profissional dever ter conhecimento em manejo da

    arborizao, experincia com padro de crescimento e de acidente arbreo. Isto se deve

    ao fato de que muitos dos problemas de rvores de risco esto relacionados a problemas

    de enraizamento, presena de insetos/fungos, cavidade, copa, tronco, base do tronco,

    bifurcao e/ou galhos com rachaduras, galhos secos e ocos, leses de cascas, poda de

    rebaixamento e rvores inclinadas, tornando-as incapazes de resistirem a fortes ventos

    em dias chuvosos figura 20 (Gonalves et al., 2005).

    Figura 20: Rachadura na insero do tronco e ataque de cupim, (rvore de Risco), A - Rua Marechal Deodoro, B - Rua Marechal Floriano.

  • 6 - CONVIVNCIA ENTRE RVORES E REDES DE DISTRIBUIO DE

    ENERGIA ELTRICA

    Tendo em vista a importncia da arborizao urbana e redes eltricas, sobretudo

    por seus benefcios sociais, ecolgicos, ambientais e econmicos, imprescindvel que

    os agentes envolvidos com as questes estejam em permanente interao para que, de

    forma participativa, criativa e equitativa, sejam encontradas alternativas e solues de

    convivncia harmoniosa entre os diversos equipamentos urbanos.

    Neste sentido, as aes devem ser conduzidas tanto pelo manejo da arborizao

    quanto por outros servios pblicos, que envolvem os componentes urbanos, sejam no

    complexo das redes de distribuio de energia eltrica, iluminao pblica, placas de

    sinalizaes, telecomunicao, redes hidrulicas e entre outros.

    A convivncia entre redes de distribuio de energia eltrica e arborizao deve

    ser planejada, caso contrrio, a manuteno deles pode apresentar custo oneroso para o

    municpio e companhia energtica local. Alm disso, a falta de planejamento pode

    ocorrer acidentes, rompimento de cabos condutores, interrupo no fornecimento de

    energia, queima de eletrodomstico e comprometimento da iluminao pblica.

    Umas das alternativas para implementao de um projeto que visa boa

    convivncia entre arborizao e energia eltrica conhecimento dos tipos redes de

    distribuio, no qual pode caracterizado por condutores convencional ou nua, isolado

    ou multiplexada e protegida ou compacta (Figuras 21, 22 e 23).

    Figura 21: Redes de mdia Tenso Convencional ou Nua, Rua Belo Horizonte, Gov. Valadares - Minas Gerais.

  • Figura 22: Rede Isolada ou Multiplexada, Rua Afonso Pena, Gov. Valadares - Minas Gerais.

    Figura 23: Rede Protegida ou Compacta, Rua Sete Setembro, Gov. Valadares - Minas Gerais.

    6.1 - MEDIDAS PARA MINIMIZAR A NECESSIDADE DE PODA A fim de minimizar a necessidade de poda nas rvores urbanas, imprescindvel

    o planejamento adequado da arborizao, assim como das intervenes nos espaos

    areos ou terrestres das vias pblicas. No planejamento da arborizao, uma das

    propostas mais defendidas a utilizao de rvores pequenas. Esta uma soluo

    polmica, considerando-se que as rvores de grande porte apresentam um maior

    potencial para influenciar positivamente as caractersticas climticas do ambiente

    urbano. Desta forma, no Manual Tcnico de Recomendaes Tcnicas para Projetos

    de Arborizao Urbana e Procedimentos de Poda da Secretaria Municipal de Meio

    Ambiente, recomendado o uso de rvores de pequeno, mdio ou grande porte, desde

    que a muda no seja plantada no alinhamento da rede eltrica e que a copa das rvores

    seja conduzida precocemente, atravs de tratos culturais adequados, acima desta rede,

    ao que no venha conflitar com as redes eltricas.

    Respeitar as distncias mnimas dos elementos presentes nas vias pblicas

    muito importante para evitar danos vegetao. Quanto iluminao pblica,

    importante considerar a posio das copas das rvores em relao ao cone de luz, de

    forma que a folhagem no interfira na rea iluminada. Onde existir arborizao, o

    projeto de iluminao dever respeitar as rvores, adequando postes e luminrias s

    condies locais. J onde no existir arborizao nem iluminao, o projeto dever ser

    elaborado de forma integrada entre os rgos envolvidos. Outras tecnologias como a

  • utilizao de redes subterrneas e luminrias projetadas de vrias alturas tm sido

    ajustadas a necessidades da arborizao, podendo destacar a criao de braos para

    luminrias (curto, mdio e longo), no sentido horizontal, variando de 1,0 a 5,3 metros e

    de luminrias de segundo nvel, como complementao da iluminao que fica

    localizada abaixo das rvores, proporcionando mais segurana populao (Oliveira

    2012, apud Gonalves et al., 2005 ).

    7 - LEGISLAO

    De acordo com a Lei Federal n 6.766/79, que dispe sobre o Parcelamento do

    Solo Urbano e d outras providncias, existem zoneamentos urbanos identificando

    setores com vocaes, destinaes e regras de ocupao especficas. Os zoneamentos

    determinam as regras de ocupao especficas, que por sua vez, geram facilidades e/ou

    dificuldades para a existncia da arborizao urbana.

    Conforme a Constituio Federal (Lei 10.257/01), as diretrizes gerais da poltica

    urbana so estabelecidas. Segundo essas diretrizes, toda cidade com mais de 20 mil

    habitantes deve obrigatoriamente contar com Plano Diretor aprovado pela Cmara

    Municipal. De fato, os Planos Diretores Municipais devem dispor de regras para

    preservar e proteger as reas verdes da cidade e as plantas de logradouros pblicos,

    alm de disciplinar as atividades de poda das rvores das cidades.

    A seguir Legislao referente ao assunto abordado:

    Lei Federal 9.605, de 12 de fevereiro de 1998 - Dispe sobre as sanes penais e

    administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e d outras

    providncias. Art. 4 Poder ser desconsiderada a pessoa jurdica sempre que sua personalidade for obstculo ao ressarcimento de prejuzos causados qualidade do meio ambiente. Art. 49. Destruir, danificar, lesar ou maltratar, por qualquer modo ou meio, plantas de ornamentao de logradouros pblicos ou em propriedade privada alheia: Pena - deteno, de trs meses a um ano, ou multa, ou ambas as penas cumulativamente. Pargrafo nico. No crime culposo, a pena de um a seis meses, ou multa (IBAMA, 2011).

  • Lei n 4.717, de 29 de junho de 1965 (Faltou informao... Dispe sobre...)

    Art. 1 Qualquer cidado ser parte legtima para pleitear a anulao ou a declarao de nulidade de atos lesivos ao patrimnio da Unio, do Distrito Federal, dos Estados, dos Municpios, de entidades autrquicas, de sociedades de economia mista. Art. 6 no 5 facultado a qualquer cidado habilitar-se como litisconsorte ou assistente do autor da ao popular.

    Decreto Federal n 3.179, de 21 de setembro de 1999 -Dispe sobre a especificao

    das sanes aplicveis s condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e d outras

    providncias. Art. 34. Destruir, danificar, lesar ou maltratar, por qualquer modo ou meio, plantas de ornamentao de logradouros pblicos ou em propriedade privada alheia: Multa de R$ 500,00 (quinhentos reais) por rvore (IBAMA, 2011).

    8 - TIPOS E TCNICAS DE PODA

    8.1 - INTRODUO

    Os procedimentos de poda de rvores devem ser realizados quando

    extremamente necessrio, j que tal atividade uma agresso a estes indivduos

    vegetais, pois despendem energia para adaptarem-se a um ambiente completamente

    adverso. Para tanto, tais aes devem respeitar alguns passos que devem ser

    tecnicamente avaliados um a um, para que possam evitar resultados indesejveis, como

    a morte do indivduo rboreo e os outros transtornos que tal situao pode acarretar.

    O primeiro fator que deve ser levado em considerao, baseia-se no princpio da

    preveno. A melhor forma de atender a esta exigncia se d atravs da elaborao de

    um projeto de arborizao que cumpra com todas as recomendaes necessrias. Desta

    forma, os procedimentos de poda tornam-se limitados e muitas vezes desnecessrios

    durante a vida da rvore. Com isso, cria-se uma relao saudvel entre homem e rvore,

    fato pouco comum devido sensao de que, de alguma forma, as rvores atrapalham a

    populao.

    A execuo do projeto de arborizao urbana deve obedecer aos critrios

    necessrios para a implantao, pois com o decorrer do desenvolvimento da muda,

    ocorre a segunda fase, que a de manuteno. A partir da muda at o indivduo adulto,

    os processos de poda podero ser aplicados segundo a necessidade.

  • Para suprir estas necessidades, este manual apresenta tcnicas, equipamentos e

    mtodos para a execuo da poda de rvores em reas livres e vias pblicas.

    8.2 - PROCEDIMENTOS DE PODA

    A poda significa a retirada de galhos, ou pores de um organismo vivo

    (vegetal), portanto a poda possui varias funes; eliminar galhos mortos por ineficincia

    ou processo natural da rvore, infestaes de fungos, bactrias e insetos,

    enfraquecimento lenhoso, quebra de galhos por condies do tempo e aumento do peso

    em dias de chuva, vento e tambm controlar o crescimento da copa atravs da poda

    direcional, evitando- se assim a ocupao do espao e conflitos etc.

    Ao realizar o processo de poda, deve-se ficar atento para algumas caractersticas

    importantes na estrutura da rvore, a comear pelos galhos e suas caractersticas

    dinmicas em relao ao resto do conjunto. importante analisar a morfologia da base

    do galho, avaliar a atividade metablica das folhas deste galho, definindo o ponto mais

    correto para o seu corte.

    Antes de efetuar os cortes, necessrio conhecer trs elementos bsicos da base

    do galho: a crista de casca, o colar e a fossa basal. Em primeira instncia a crista de

    casca, que originada do acmulo de casca na parte superior da base do galho, na

    insero no tronco. Em segunda instncia o colar, que a poro inferior da base do

    galho, na insero do tronco, pouco perceptvel e harmnica passagem do tronco para

    o galho. Quando o colar se destaca do tronco, sendo claramente visvel, o galho est em

    processo de rejeio, embora ainda possa ter folhas verdes e brotaes novas, este

    intumescimento do colar consequncia do aumento do metabolismo na regio e dos

    mecanismos de defesa para compartimentalizar a leso que fatalmente ocorrer com a

    morte do galho e sua quebra. E por fim, a fossa basal, que o colar inverso, ou seja,

    uma depresso no tronco abaixo da base do galho. Quando presente indica uma falta de

    fluxo de seiva elaborada do galho para o tronco, mesmo com folhas vivas realizando

    fotossntese, o galho j no contribui mais nada para o crescimento da rvore, estando

    prestes a secar.

    O local mais apropriado para o corte na base do galho, ou seja, onde ele est

    inserido no tronco ou em ramos mais grossos. A base do galho possui duas regies de

  • intensa atividade metablica, que apresentam rpida multiplicao de clulas: a crista,

    que fica na parte superior e o colar, que fica na parte inferior do galho Figura 24

    (Guzzo, 1993).

    Figura 24: Corte dos galhos.

    A poda provoca um desequilbrio entre a superfcie assimilatria da copa

    (folhas) e a superfcie de absoro de gua e nutrientes (razes finas), como resposta

    e/ou reao o vegetal procurar recompor a folhagem, a partir das gemas epicrmicas. J

    em casos de podas mais severas estimulam-se a produzirem uma grande poro de

    brotos epicrmicos, que no aconselhado em arborizao urbana, pois estes ramos

    causam transtornos, sendo ideal apenas cercas vivas. Ramos epicrmicos sempre devem

    ser removidos, para minimizarem problemas no futuro, pois com podas menos severas,

    evitam-se a brotao desses ramos - Figura 25. Assim, este tipo de poda ocasiona boa

    capacidade de desenvolvimento das gemas na parte externa da copa, no desenvolvendo

    os ramos epicrmicos (Ehsen, 1987).

    Estudos feitos na cidade de Luiziana-PR, relatam que as prticas de podas mais

    severas, tais como as podas drsticas, favorecem posteriormente o aparecimento das

    brotaes epicrmicas (Martins et al., 2010). Desta forma, tambm salientado que a

    realizao dessa poda pode fazer que os ramos epicrmicos atinjam as eventuais fiaes

    eltricas prximas mais rapidamente (Ftima, 2005).

  • Figura 25: Brotos epicrmicos. Planta A- Rua Peanha; Planta B- Rua Marechal Deodoro.

    Antes mesmo de realizar ou definir o tipo de poda a ser aplicada, necessrio

    observa os modelos arquitetnicos das espcies, devido s suas exigncias ecolgicas

    serem distintas e diferenciados. A arquitetura da copa representa uma estratgia

    ocupacional de espao, sendo fundamental aproveitar melhor as caractersticas

    arquitetnicas de cada espcie, reduzindo os custos de manuteno e melhorando a

    vitalidade das rvores. A seguir, alguns tipos de poda utilizada na arborizao:

    Poda de conduo: usada sobre as mudas e/ou rvores enquanto jovens, com

    o objetivo de adequ-las s condies ao local de plantio, com tronco em haste

    nica, livres de brotos e copa elevada, com altura superior a 1,80 metros.

    Poda de manuteno: realizada tanto em rvores jovens em adultas, visando a

    manuteno da rede viria.

    Poda de limpeza: executada em rvores jovens e adultas, tem como objetivo a

    remoo de galhos secos, doentes e ramos ladres.

    Poda drstica: a remoo total da copa, permanecendo acima do tronco nos

    ramos principais com menos de 1,0 metro de comprimento nas rvores adultas,

    realizando a remoo total de um ou mais ramos principais da copa de rvores

    jovens e adultas, resultando no desequilbrio irreversvel da rvore. As podas

    drsticas devem ser evitadas, sendo utilizada e permitida em situaes

    emergentes.

  • Poda de emergncia: a mais traumtica para a rvore e para a vida urbana

    empregada para remover partes da rvore que colocam em risco a integridade

    fsica das pessoas ou do patrimnio pblico ou particular.

    Poda de raiz: a poda de raiz s indicada quando h a exposio das razes em

    espcies, fato no comum. Isto pode ser motivado devido a compactao do solo

    ou pela presena de lenol fretico superficial. As recomendaes para

    arborizao mitigam este tipo de procedimento quando seguidos corretamente.

    Poda topiaria: a poda topiaria uma arte de esculpir as plantas em formas

    ornamentais, dando a elas diversas formas rticas, como: formatos geomtricos,

    animais e entre outros. Geralmente utilizado em arbusto semi-lenhosos e

    trepadeiras.

    Poda de conformao: para retirada de galhos e ramos que interferem em

    edificaes, telhados, iluminao pblica, derivaes de rede eltrica e

    telefnica, sinalizao de trnsito, levando-se em considerao o equilbrio e a

    esttica da rvore.

    Poda para livrar fiao area: recomenda-se para rvores de mdio e grande

    porte sob fiao, visando evitar a interferncia dos galhos com a mesma. O ideal

    a formao da rvore desde jovem. Dependendo de cada situao e da espcie,

    a poda poder ser efetuada de quatro maneiras diferentes:

    1. Poda em "V": remover os galhos internos da copa, que alcanam a

    fiao secundria energizada ou telefnica, direcionando aos ramos

    principais a forma de V, permitindo assim o desenvolvimento da copa

    acima e ao redor da rede eltrica.

    2. Poda em "furo": remoo dos brotos desenvolvidos ao redor da fiao.

    3. Poda de formao de copa alta: direcionar e formar a copa acima da

    rede eltrica, que consiste em remover os ramos principais e/ou

    secundrios que atingem a fiao.

    4. Poda de conteno de copa: consiste em reduzir a altura da copa da

    rvore, e tem o objetivo de mant-la abaixo da fiao area, sendo

  • utilizada principalmente em rvores plantadas sob fiao primria

    energizada.

    8.3 - MATERIAL E EQUIPAMENTO

    Cada instrumento utilizado na poda tem uma finalidade, garantindo um trabalho

    mais eficiente e seguro. Dependendo do tipo de poda e caractersticas anatmicas do

    indivduo arbreo, ser possvel escolher as ferramentas mais apropriadas para as

    atividades.

    Motosserra;

    Motopodador;

    Cone sinalizador de segurana;

    EPI's;

    Foice;

    Corda;

    Escadas;

    Veculo de apoio operacional;

    Caminho Muk com cesto;

    Caminho caamba ou galheiro.

  • 9 REFERENCIAS

    Batista,J.L.F. Apontamentos de silvicultura urbana. Piracicaba: ESALQ/DCF, 1988. CEMIG, Companhia Energtica de Minas Gerais. Manual de Arborizao, Belo Horizonte, 2012. Decreto n 3.179, de 21 de setembro de 1999, disponvel em; Acesso em: 05 maio, 2011, 11:00:35. Ehsen, H. Pruning of street trees: cause, objective and execution. Arboricultural Journal 11, 1987. Ftima, M. Estudo dos impactos ambientais da interao da rede de distribuio de energia eltrica com a arborizao urbana nos municpios da regio metropolitana do Recife. Recife, 2005. 173 p. Dissertao de mestrado, Gesto e Polticas Ambientais, Universidade Federal de Pernambuco. Gonalves e Paiva. Seleo de espcies para arborizao urbana. Viosa, MG, 1995. Gonalves, W.; Pinto, F.Q.B.; PAIVA, H.N. Desafios da arborizao urbana no Brasil. Revista Ao Ambiental, n33, set/out. ano VIII, 2005. Guzzo, P. Alteraes ambientais em reas urbanas, planejamento e legislao ambiental. Campo Grande, MS. Anais, 1993. (In: Seminrio Latino Americano de Planejamento Urbano). LEI N 4.717, DE 29 DE JUNHO DE 1965. Disponvel em: . Acesso em: 05 maio, 2011, 13:00:35. LEI N 6.766, DE 19 DE DEZEMBRO DE 1979. Disponvel em: . Acesso em: 24 maio, 2011. LEI N 9.605 - DE 12 DE FEVEREIRO DE 1998. Disponvel em: . Acesso em: 24 maio, 2011, 17:34:55. Lorenzi, H., 1949 rvores Brasileiras: manual de identificao e cultivo de plantas arbreas nativas do Brasil, vol.1/ Harri Lorenzi- 3 ed. - Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2000. Lorenzi, H., 1949 Arvores brasileiras: manual de Identificao e cultivo de plantas arbreas nativas do Brasil/ Harri Lorenzi 2. ed. Obra em 2 volume. Nova Odessa, SP: Editora Plantarum, 1998. Martins, L. F. V; Andrade, H. H. B. de; Angelis, B. L. D. de. Relao Entre Podas E Aspectos Fitossanitrios Em rvores Urbanas Na Cidade De Luiziana, Paran, 2010. Milano, M. S. O planejamento da arborizao, as necessidades de manejo e tratamentos culturais das rvores de ruas de Curitiba-PR. v.17, n.1/2, Floresta. Curitiba, 1987. p 15-21. Pedrosa, J.B. Arborizao de cidades e rodovias. Belo Horizonte: IEF, 1983.

  • Oliveira, G.N. Revitalizao da Arborizao Urbana no Centro de Governador ValadaresMG. Lavras-MG,2012. Yamamoto, M.A.; Schimidt, R.O.L; Couto, H.T.Z. do; Silva Filho,D.F. da. rvores Urbanas. Piracicaba, 2004. Disponvel em: . Acesso em: 04 abril, 2011, 09:05:22.

  • 10 - ANEXOS Tabela 2. Lista de indicao de nomes de algumas espcies mais comuns de pequeno, mdio e grande

    porte.

    Espcies de Pequeno Porte

    Nome Comum Nome Cientifico Ip-de-jardim Stenolobium stans Flamboyantzinho, Flamboyant-mirim Caesalpinia pulcherrima Manac-de-jardim Brunfelsia uniflora Hibisco Hibiscus rosa-sinensis Resed ano, Extremosa, Julieta Lagerstroemia indica Grevlea an Grevillea forsterii Cssia-macrantera, manduirana Senna macranthera Rabo-de-cotia Stifftia crysantha Urucum Bixa orelana Espirradeira, Oleandro Nerium oleander Calistemon, Bucha-de-garrafa Callistemon citrinum Algodo-da-praia Hibiscus pernambucencis Chapu-de-Napoleo Thevetia peruviana

    Espcies de Mdio Porte Aroeira-salsa, Falso-choro Schinus molle Quaresmeira Tibouchina granulosa Ip-amarelo-do-cerrado Tabebuia sp Pata-de-vaca, unha-de-vaca Bauhiniasp Astrapia Dombeya wallichii Cssia imperial, cacho-de-ouro Cassia ferruginea Resed-gigante, Escumilha african Lagerstroemia speciosa Magnlia amarela Michaeliachampaca Eritrina, Suin, Mulungu Erytrina verna Ligustro, Alfeneiro-do-Japo Ligustrum lucidum Sabo-de-soldado Sapindus saponaria Canelinha Nectandram egapotamica

    Espcies de Grande Porte Sibipiruna Caesalpinia peltophoroides Jambolo Eugenia jambolona Monguba, Castanheira Pachira aquatica Pau-ferro Caesalpinia ferrea Sete-copas, Amendoeira Terminali acatappa Oiti Licania tomentosa Flamboyant Delonix regia Alecrim-de-Campinas Holocalix glaziovii Ip-roxo Tabebuia avellanedae

  • Ip-amarelo Tabebuia chrysotrica Ip-branco Tabebuia roseo-alba Cssia-grande, Cssia-rsea Senna grandis Cssia-de-Java Senna javanica Jacarand-mimoso Jacaranda mimosaefolia Figueiras em geral Ficussp OBS: Pequeno porte: altura entre 04 e 05 metros, raio de copa em torno de 02 a 03 metros, apropriadas para caladas estreitas (< 2,5m), presena de fiao area e ausncia de recuo predial. Mdio porte: altura de 05 a 08 metros, raio de copa em torno de 04 a 05 metros, apropriadas para caladas largas (> 2,5m), ausncia de fiao area e presena de recuo predial. Grande porte: altura ultrapassa 08 metros, raio de copa superior a 05 metros, apropriadas para plantio em caladas, recomendadas para praas, parques e quintais grandes.

  • abela 03. Lista comum para Governador Valadares.

    Nome cientfico Nome popular Famlia Florao Folhas Porte (Ms) Formato Copa/Ms Razes Perodo Cor

    Callistemon speciosus

    Calistemon Myrtaceae Primavera Vermelha Perenes 03-05 Pivotantes

    Lagerstroemia indica

    Resed Lithraceae Out/Maro Braca/Rosa/lilas Semi-permanentes

    04-06 Arredondada03 m. Pivotantes

    Tabebuia Ip Coceira Amarela Pivotantes Tibouchina mutabilis

    Manac da Serra Melastomataceae Nov/Fev. Branca e Rosa Perenes 03-07 Pivotantes

    Bauhinia variegata Pata de Vaca Set/Nov. Rosada/branca Perenes 05-08 Pivotantes Allophylus edulis ChalChal Sapindaceae Set/Nov. Branca Perenes 06-10 Pivotantes Crevilea banksii Grevilha An Protoceae Set/Abril Vermelha Persistentes 03-05 Arredondada03 m. Pivotantes Dambeya wllichil Astrapia Sterculiaceae Junho/Set. Branca/Rosada Persistentes 04-06 Arredondada04 m. Superficiais Erytrina speciosa Mulungu Fabaceae Junho/Set Vermelha Caducas 04-06 Arredondada05 m. Pivotantes Sternolobiumstans Ip Mirim Bignoniaceae Jan/Maio Amarela Persistentes 05-07 Arredondada04 m. Pivotantes Trinchilia catrtica Marinheiro Meliaceae Maio/Julho Branca Persistentes 04-06 Ovalada Pivotantes Lagerstroemias speciosa

    Escumilha Africana Litheraceae Out/Maro Rosa/Lilas Permanentes 07-09 Arredondada06 m. Pivotantes

    Tabebuia chrysotrichia

    Ip Cascudo/Cerrado Bignoniaceae Agos/Set. Amarela Caducas 05-08 Arredondada05 m. Pivotantes

    Schinusmolle Aroeira Salsa Anacardiaceae Agos/Nov Branca Permanentes 06- 08 Arredondada04 m. Pivotantes Callicarpare eversii Calicarpa Verbenaceae Fev/Abril Roxa Permanentes 06- 08 Globosa 05 m. Pivotantes Jacaranda brasiliana

    Jacaranda de Jardim Bignoniaceae Agos/Out. Roxa escura Caducas 05-07 Umbeliforme 4,0 m Pivotantes

    Tabebuia dura Ip Branco do Cerrado Bignoniaceae Julho/Set. Branca Caducas 05- 08 Arredondada05 m. Pivotantes Bauhinia fortificata Pata de Vaca Fabaceae Out/Jan. Branca 05-09