manual avaliaÇÃo da apredizagem

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    A Aval iao da Aprendizagem

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    111... NNNDDDIIICCCEEE

    2. ndice ................................................................................................................ 2

    3. Objectivos do Mdulo ....................................................................................... 3

    4. Introduo ......................................................................................................... 3

    5. Avaliao da Aprendizagem ............................................................................. 5

    5.1 O que Avaliar ................................................................................................... 5

    5.2 O que a Avaliao de Aprendizagem ............................................................... 6

    5.3 O que se Avalia .................................................................................................. 6

    5.4 Quando Avaliar ................................................................................................... 6

    5.5 Quais os tipos de Avaliao ................................................................................ 6

    6. A Avaliao como Processo e como Sistema .................................................. 9

    7. Princpios Orientadores da Avaliao ............................................................. 10

    8. Tcnicas de Avaliao .................................................................................... 11

    9. O Dispositivo de Avaliao ............................................................................. 15

    10. Causas de Subjectividade na Avaliao ....................................................... 16

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    333... OOObbbjjj eeeccc ttt iii vvvooosss dddooo MMMddduuu lll ooo

    Pretende-se que cada formando, aps a frequncia do mdulo, esteja apto a:

    Distinguir diferentes nveis de avaliao dos resultados de aprendizagem;

    Construir e aplicar instrumentos de avaliao em funo dos objectivos previamente

    definidos, que permitam verificar e controlar os resultados da aprendizagem, a

    eficincia e eficcia da aprendizagem;

    Identificar causas de subjectividade na avaliao.

    444... IIInnnttt rrroooddduuuooo

    A avaliao assume-se como uma temtica bastante importante no campo das Cincias da

    Educao, sendo a investigao nesta rea bastante extensa.

    A avaliao no algo de exgeno ao processo de ensino - aprendizagem, nem

    independente das diversas componentes que envolvem o mesmo processo.

    Quando falamos de avaliao no estamos a falar de um facto pontual ou de um acto

    singular, mas de um conjunto de fases que se condicionam mutuamente. Esses conjuntos de

    fases ordenam-se sequencialmente (so um processo) e actuam integradamente (so um

    sistema).

    Por sua vez a avaliao no (no deveria ser) algo separado do processo de ensino -

    aprendizagem, no um apndice independente do referido processo (est nesse processo)

    e joga um papel especfico em relao ao conjunto de componentes que integram o ensino

    como um todo (est num sistema).

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    este o acento tnico que a literatura mais relevante tem referido, ou seja, a necessidade

    de se conceptualizar a avaliao como parte integrante no processo do ensino -

    aprendizagem, e no como algo que lhe alheio, e que apenas serve para julgar osformandos.

    , pois, necessrio ver a avaliao como parte integrante do processo ensino -

    aprendizagem.

    Alm disso, a avaliao no pode reduzir-se apenas anlise das pessoas, e, neste mbito,

    essencialmente dos alunos/formandos.

    Assim, pretende-se que o formando, com o correcto uso deste manual consiga:

    1. Ser capaz de compreender e integrar-se no contexto tcnico em que exerce a sua

    actividade: a populao activa, o mundo do trabalho e os sistemas de formao, o

    domnio tcnico - cientfico e ou tecnolgico, objecto de formao; os processos de

    aprendizagem e a relao pedaggica;

    2. Ser capaz de gerir a progresso na aprendizagem dos formandos, o que envolve:a. Ser capaz de efectuar a avaliao formativa informal;

    b. Ser capaz de efectuar a avaliao formativa formal;

    c. Ser capaz de efectuar a avaliao final ou sumativa.

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    555... AAAvvvaaalll iii aaaooo dddaaa AAAppprrreeennndddiii zzzaaagggeeemmm

    555...111 OOO qqquuueee AAAvvvaaalll iii aaarrr???

    Avaliar pode significar, entre outras coisas:

    VERIFICAR .... ESTIMAR ....

    ..... J ULGAR ..... DETERMINAR

    Para poder dar uma opinio respeitante ao valor de um trabalho, temos em primeiro lugar,

    de ter os meios para apreender esse valor. nisso que consiste em sentido restrito, a

    avaliao. Trs palavras-chave emergem ento:

    VERIFICAR SITUAR J ULGAR

    VERIFICAR a presena de qualquer coisa que se espera (conhecimento ou

    competncia);

    SITUAR (um indivduo, uma produo) em relao a um nvel, a um alvo;

    J ULGAR o valor de...

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    555...222 OOO qqquuueee aaa AAAvvvaaalll iii aaaooo dddeee AAAppp rrreeennnddd iii zzzaaagggeeemmm???

    AVALIAR proceder a uma anlise da situao e a uma apreciao das consequncias provveis doseu acto numa determinada situao, i.e., verificar o que foi apreendido, retido, verificar as aquisies

    no quadro de uma progresso.

    555...333 OOO qqquuueee ssseee AAAvvvaaalll iii aaa???

    PROGRAMA, i.e., o contedo do ensino;

    METODOLOGIA, i.e., o modo de funcionamento do sistema o que se faz e como;

    FORMADORES, i.e., a forma como aplicam os mtodos e as tcnicas, e o uso que

    fazem dos equipamentos;

    INSTITUIO, i.e., a sua flexibilidade na adaptao de respostas s dificuldades

    surgidas;

    RESULTADOS, i.e., tudo aquilo que foi conseguido com a formao;

    AVALIAO, i.e., de meios e de instrumentos.

    555...444 QQQuuuaaannndddooo AAAvvvaaalll iii aaarrr???

    ANTES Estabelece o perfil de entrada

    DURANTE Avalia o processo e o desenvolvimento da aprendizagem

    DEPOIS Estabelece o perfil de sada

    555...555 QQQuuuaaaiii sss ooosss ttt iii pppooosss dddeee AAAvvvaaalll iii aaaooo???

    1. QUANTO REGULARIDADE:

    CONTNUA, a que acontece de uma forma regular, continuamente;

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    PONTUAL, efectua-se apenas num determinado momento, normalmente no

    fim do processo de aprendizagem.

    2. QUANTO AO AVALIADOR:

    INTERNA, quando o prprio formador a aplicar a avaliao;

    EXTERNA, quando o processo de aprendizagem avaliado avaliado por

    algum de fora do mesmo processo.

    3.

    QUANTO AO MOMENTO:

    DIAGNSTICA / INICIAL, quando faz um prognstico sobre as capacidades

    de um determinado formando em relao a um novo contedo a ser

    abordado; trata-se de identificar algumas caractersticas de um formando

    objectivando algumas sequncias de trabalho mais bem adaptadas a tais

    caractersticas; o diagnstico o momento de situar aptides iniciais,

    necessidades, interesses de um indivduo, de verificar pr-requisitos;

    SUMATIVA normalmente uma avaliao pontual, j que, normalmente,acontece no final de cada unidade de ensino, tratando sempre de determinar

    o grau de domnio de alguns objectivos previamente estabelecidos; prope

    fazer um balano somatrio de uma ou vrias sequncias de trabalho de

    formao; s vezes pode ser realizada num processo cumulativo, quando o

    balano final tem em considerao vrios balanos parciais; faz um inventrio

    com um objectivo social de classificar e a sua principal funo dar

    certificado, titular;

    FORMATIVA tem a finalidade de proporcionar informaes acerca do

    desenvolvimento de um processo de ensino e aprendizagem, para que o

    formador possa ajust-lo s caractersticas do pblico-alvo da formao; este

    tipo de avaliao tem como principais funes inventariar, harmonizar, apoiar,

    orientar, corrigir, etc.; uma avaliao incorporada no processo de formao

    e que contribui para melhorar a aprendizagem, pois informa o formador sobre

    o desenvolvimento da aprendizagem, e o formando sobre os seus sucessos e

    fracassos; alm disso, este tipo de avaliao assume uma funo reguladora

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    quando permite tanto a formandos como a formadores ajustarem estratgias

    e dispositivos: ela permite reforar positivamente qualquer competncia que

    esteja de acordo com alguns dos objectivos previamente estabelecidos epermite ao prprio formando analisar situaes, reconhecer e corrigir os seus

    eventuais erros nas diferentes tarefas.

    4. QUANTO AO PROCESSO:

    NORMATIVA, quando compara o rendimento de um determinado formando

    com o rendimento alcanado pelos demais colegas do grupo; procura-se

    informar sobre as possibilidades de um formando saber ou poder fazer maisou menos do que os restantes membros do grupo.

    CRITERIAL procura situar cada formando em relao ao objectivo a ser

    alcanado, informando sobre o que o formando sabe ou no sabe, pode ou

    no fazer; tem como objectivo apreciar um formando para situ-lo em relao

    a critrios alvo; corresponde a descrever o SER luz de um DEVER-SER

    previamente determinado.

    A utilizao das designaes criterial e normativa poder levar a pensar que estamos

    perante mais dois tipos de avaliao, a juntar a todos os outros. preciso clarificar que, mais

    do que dois tipos de avaliao, trata-se de duas interpretaes que tm como base

    referentes distintos. Trata-se de perspectivar diferentemente o processo avaliativo.

    As perspectivas criterial e normativa no so, pois, mutuamente exclusivas. Pelo contrrio

    interpenetram-se. So abordagens alternativas, por vezes, complementares. As vantagens e

    desvantagens de cada uma delas dependem das finalidades que se tm em vista, sendo

    ainda em funo dessas finalidades que o avaliador se orienta numa ou noutra direco.

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    AVALIAO NORMATIVA AVALIAO CRITERIAL

    Normas. O desempenho de cada formando

    comparado com o desempenho mdio do grupo

    de que faz parte.

    Critrios. O desempenho do formando

    analisado por referncia a objectivos de

    aprendizagem.

    REFERENCIAS

    Classificar, comparando os alunos entre si.Avaliar as aprendizagens de cada formando,

    tornando-o consciente do que se lhe pede.FINALIDADES

    Atribuir nveis, notas numa classificao ordenada,

    tendo em vista seleccionar.

    Reorganizar a formao e a aprendizagem num

    processo interactivo. Permitir a atribuio a cada

    formando de nveis que traduzam o domnio dos

    objectivos.

    UTILIZAO DA INFORMAO (DECISES)

    Identificar quem necessita de medidas de apoiopara atingir o sucesso.

    Identificar os pontos fortes e fracos de cada

    formando potencializando-os na concepo das

    medidas de apoio.

    IMPLICAES PARA OS FORMANDOS

    Competio entre os formandos.Progresso possvel de todos os formandos.

    Competio do aluno consigo prprio.

    666... AAA AAAvvvaaalll iii aaaooo cccooommmooo PPPrrroooccceeessssssooo eee cccooommmooo SSSiii sss ttteeemmmaaa

    Quando falamos de avaliao no estamos a falar de um facto pontual, mas de um

    conjunto de passos que se condicionam mutuamente. Este conjunto de fases ordenam-se

    sequencialmente (so um processo) e actuam integramente (so um sistema).

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    Toda a avaliao contm:

    PROPSITO: cada avaliao responde a vrias intenes (para saber como vo os

    formandos, para organizar um novo curso, para subir notas, para analisar o clima

    relacional, etc.).

    TCNICA: em funo do propsito selecciona-se a tcnica.

    QUESTES COLOCADAS: escolhido o tipo de tcnica, seleccionam-se as questes,

    problemas ou aspectos que vo estar includos na prova;

    APLICAO: preparado o protocolo aplica-se, recolhe-se a informao.

    RESPOSTA OU CONDUTA DOS FORMANDOS: os formandos do as suas

    respostas ou realizam a conduta solicitada.

    CORRECO: o professor ou o avaliador mede os resultados.

    CLASSIFICAO: o professor ou o avaliador valoriza os resultados.

    CONSEQUNCIAS DERIVADAS DA AVALIAO: podem ser de tipo pessoal,

    administrativo (aprovar - promover, suspender, repetir), familiar (prmios - castigosem casa), didctico (feedback sobre o processo de ensino, etc.).

    777... PPPrrriii nnnccc pppiii ooosss OOOrrriii eeennntttaaadddooorrreeesss dddaaa AAAvvvaaalll iii aaaooo

    COERNCIA, com os contedos, estratgias e metodologias;

    POSITIVIDADE deve dirigir-se preferencialmente, ao que os formandos sabem;

    DIVERSIDADE, na utilizao de diversas formas e tcnicas de avaliao;

    INFORMALIDADE deve realizar-se em simultneo com o processo de ensino

    aprendizagem;

    GLOBALIDADE deve considerar-se o formando como um todo, evitando

    comparaes.

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    888... TTTcccnnniii cccaaasss dddeee AAAvvvaaalll iii aaaooo

    EXAMES CONVENCIONAIS: orais, escritos, prticos;

    PROVAS OBJ ECTIVAS: resposta breve e de completamento, seleco de

    alternativas (binrias ou mltiplas), de correspondncia, de ordenamento;

    OBSERVAO: casual (recolhem-se factos soltos significativos), sistemtica

    (atravs de instrumentos para o efeito, como, registo de incidentes ocasionais, listas

    de controle, etc.), escalas de atitudes (questionrios dirigidos a explorar as atitudes

    dos sujeitos), escalas de produo (para valorao dos produtos dos formandos por

    comparao com os modelos que oferece a escala);

    ENTREVISTA: variando segundo o tipo de estrutura (estruturada, semi-estruturada,

    aberta), segundo o propsito (interrogadora, transaccional, orientadora);

    TCNICAS SOCIOMTRICAS: sociogramas (anlise das relaes intragrupais que

    se expressam por uma srie de ndices e esquemas grficos), escalas de distncia

    social (em que o sujeito se situa face aos seus colegas), listas de participao

    (instrumentos para observar, analisar e caracterizar as intervenes de cada

    participante durante uma sesso grupal).

    A combinao de diferentes procedimentos pode ser benfica se se quiser que os

    indicadores recolhidos sejam mais explcitos ou relacionando diferentes aspectos e

    situaes.

    A opo por uns ou outros instrumentos traz, naturalmente consequncias ao nvel do

    grau de preciso dos indicadores emergentes da informao recolhida. Assim, instrumentos

    pouco formalizados como a observao ocasional, o questionrio aberto, a entrevista no

    directiva ou a recolha exaustiva de dados preexistentes podem conduzir a indicadores pouco

    explcitos, pouco precisos ou pouco evolutivos.A opo por procedimentos mais formalizados como a observao sistemtica, o

    questionrio fechado, a entrevista semi - directiva ou directiva ou a recolha selectiva de

    dados pr - existentes podem originar indicadores relativamente precisos e fixos. Sem

    entrar na discusso do carcter quantitativo ou qualitativo das tcnicas, achamos, no

    obstante, que a riqueza de informaes provenientes de instrumentos menos formalizados

    pode compensar o seu menor grau de preciso.

    Neste caso, a combinao de instrumentos poder reduzir o dficit de preciso dos

    indicadores provenientes deste tipo de instrumentos.

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    No tocante natureza dos procedimentos propriamente ditos, aconselhvel haver

    momentos de observao. Ela, alm de levar em considerao interaces, permite

    apreender o que os indivduos realmente fazem e no o que julgam fazer ou o que esperamque se faa. Paralelamente, a observao privilegia o que manifesto e expressivo, em

    detrimento do que implcito e no directamente observvel, alm do secular problema

    entre o observador e o observado. A opo mais vantajosa ser por procedimentos que

    produzam discursos. A sua utilizao transforma os actores ou outras partes interessadas

    em verdadeiras fontes de informao relativamente a aspectos de um processo em que eles

    prprios participaram.

    Questionrios e entrevistas apresentam algumas vantagens. Em primeiro lugar so

    menos dispendiosos em tempo e dinheiro e mais ricos em informaes. Apenas supem areserva de um espao relativamente curto, podendo-se produzir um conjunto de dados

    considervel. Por outro lado, conduzem a uma maior implicao: associam o processo aos

    participantes nele. Estas tcnicas permitem associar ao conjunto do percurso os

    participantes da aco j que a expresso dos participantes no se limita constituio do

    referido [processo de formao] mas alarga-se o referente [expectativas, juzos de valor,

    aces correctivas, etc.].

    Simultaneamente so as nicas tcnicas para abordar certos fenmenos que outros

    instrumentos no conseguem recolher tais como o vivido, repercusses psicolgicas, histriados inquiridos, motivaes pessoais, etc., ou tambm para recolher informaes passveis

    de esclarecer outras.

    Eles podem conferir significado a material demasiado objectivo, bruto, obtido por outras

    vias. No obstante, tambm tm as suas desvantagens. Alm de eventuais problemas

    decorrentes da relao inquirido/inquiridor, os questionrios podero no permitir um acesso

    directo aos factos por via de subjectividades individuais ou colectivas dos respondentes j

    que pem em presena actores que podero no mostrar forosamente as mesmas

    caractersticas e que no atribuem o mesmo significado a determinadas situaes.

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    Por vezes pode fazer-se face resistncia ou passividade por parte do inquirido. Neste

    sentido, a aplicao de questionrios (e de outros instrumentos de avaliao) ser tanto

    mais facilmente aceite quanto mais estreitamente eles forem associados ao conjunto dopercurso dos respondentes e quanto mais garantias forem fornecidas sobre o uso das

    informaes ou o anonimato do instrumento para assegurar, por parte do respondente, um

    bem-estar psicolgico durante a formulao das respostas evitando (as pessoas tm de

    sentir-se livres para exprimir a sua opinio), deste modo, eventuais recusas, resistncias ou

    passividade.

    Interessa, ento, no recorrer a um s questionrio (ou no s a estes exclusivamente) e

    menos ainda se for directivo. Mais rico em informaes se tornar se deixar espao para

    questes abertas (semi - directivo) ou ento enveredar por entrevistas que, embora maistrabalhosas no tratamento das respostas, providenciam uma informao mais rica e mais

    fina. Neste caso, as entrevistas, se orientadas por um roteiro ou guio, podero facilitar as

    operaes de quantificao, sntese ou anlise no tratamento da informao recolhida por

    via delas (em entrevistas, a anlise de contedo impera como instrumento de tratamento da

    informao).

    Das tcnicas apresentadas, apresentamos um quadro sntese que pretende analisar as

    vantagens e desvantagens das duas mais comummente utilizadas em termos de avaliao:

    a observao e a formulao de perguntas.

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    TCNICAS DE

    AVALIAO VANTAGENS

    DESVANTAGENS

    OBSERVAO

    Permite captar

    importantes elementos

    no momento em que

    acontecem, de uma

    forma real e credvel.

    uma actividade extremamente

    exigente e cansativa para o

    formador, principalmente se o

    nmero de formandos for

    elevado e a durao temporal da

    aco longa;

    Requer uma ateno e cuidado

    constantes.

    FORMULAO

    DE

    PERGUNTAS

    ORAL

    Facilita o dilogo

    directo formador

    formando;

    Permite o treino da

    expresso oral.

    A avaliao oral individual um

    processo moroso;

    Dificuldade em criar condies

    de igualdade e uniformidade na

    avaliao

    D vantagem aos formandos

    com maior capacidade de

    expresso oral, bem como aosmais desinibidos.

    ESCRITO

    H uma maior

    economia de tempo;

    Facilidade na sua

    aplicao

    generalidade dos

    formandos, a par da

    hiptese de estudar

    mais

    pormenorizadamente

    as respostas.

    Tempo dispendido na sua

    concepo;

    Vantagem que confere aos

    formandos dotados de maiores

    facilidades em termos de

    interpretao e expresso escrita

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    A Aval iao da Aprendizagem

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    999... OOO DDDiii ssspppooosss iii ttt iii vvvooo dddeee AAAvvvaaalll iii aaaooo

    Qualquer que seja a nossa concepo de avaliao, e qualquer que seja a sua funo

    principal devemos, para poder avaliar, considerar um certo nmero de requisitos na

    elaborao desses dispositivos.

    fundamental precisar as circunstncias (quem vai ser avaliado, quais os objectivos da

    avaliao, qual a finalidade da avaliao...), prever os instrumentos a utilizar, etc. Assim,

    dispositivo pode ser definido como:

    Assim, na elaborao de um dispositivo devemos ter em considerao as seguintes fases:

    TIPO DE AVALIAO: identificar o tipo de identificao pretendida;

    QUESTES, criando todo o tipo de questes que se ajustam ao que se pretende

    avaliar;

    Criar CORRECES a essas questes;

    Criar TABELAS DE COTAO OU NOTAO, para padronizar as respostas,

    reduzindo a subjectividade da correco;

    Prever a DECISO, i.e., qual o limite mnimo de conhecimentos;

    Prever a REMEDIAO, criando alternativas.

    Construir um dispositivo , pois, organizar meios de acordo com um plano que ser

    estruturado em funo:

    Da natureza do projecto de avaliao, em particular:

    Do modelo de avaliao privilegiado;

    Do modelo de funcionamento que domina a realidade avaliada;

    Da natureza do projecto de formao:

    Finalidades gerais;

    O conjunto de procedimentos previstos para levantamento e

    tratamento de informao.

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    A Aval iao da Aprendizagem

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    Intenes dominantes de mudana;

    Modelo de formao privilegiado.

    Das particularidades concretas do sistema de formao no seio do qual o objecto de

    observao ser recortado.

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    A Aval iao da Aprendizagem

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    111000... CCCaaauuusssaaasss dddeee SSSuuubbbjjj eeeccc ttt iii vvv iii dddaaadddeee nnnaaa AAAvvvaaalll iii aaaooo

    Cada avaliador tem a sua maneira muito prpria de avaliar, baseada em muitos factores,alguns dos quais escapam conscincia do prprio avaliador:

    A avaliao est dependente de factores pessoais como o estado de sade fsico e

    mental do avaliador; o mesmo avaliador pode ter variaes de comportamento e de humor

    durante o processo de avaliao, alteraes provocadas pelo cansao que podem interferir

    no grau de exigncia e objectividade do processo de avaliao.

    Esteretipos e Efeitos de Halo

    Esteretipos face a um preconceito criado acerca de um formando, levando o avaliador a

    desenvolver uma tendncia a avali-lo sempre da mesma forma independentemente de uma

    possvel evoluo ou retrocesso do prprio formando.

    O efeito de halo leva o avaliador a tomar o todo pela parte e vice-versa, i.e., mais um

    preconceito formado relativo aos formandos, motivado pela impresso geral que este causa

    ao avaliador, podendo esta ser positiva ou negativa, e podendo influenciar da mesma forma

    a avaliao.

    Efeito de Ordem de Correco

    Tambm conhecido pelo efeito de contraste, a ordem pela qual se avalia, tambm pode

    interferir no resultado final. Um exemplo muito corrente desta situao o que acontece

    quando, aps a avaliao de um formando brilhante se segue uma avaliao de um

    formando normal, tendo este ltimo alguma dificuldade em criar uma boa imagem, tendo

    em conta a comparao que inconscientemente o avaliador efectua.

    O mesmo no acontece quando o inverso se verifica, i.e., quando a seguir a um formando

    mau se segue um formando razovel.

    Ausncia de Critrios Comuns

    uma das principais causas de subjectividade na avaliao, que resulta em grande

    medida de no serem formulados objectivos de formao nem de avaliao muito

    especficos, objectivos e bem definidos. Assim, a avaliao no incide sobre os mesmos

    critrios, nem incide sobre itens especficos de verificao dos mesmos critrios, tornando-

    se invlida e infrutfera.

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    Efeito de Informao Prvia

    O facto de o avaliador possuir informaes sobre determinado formando antes do

    momento de avaliao, pode influenciar essa mesma avaliao, ou seja, essas informaesvo condicionar o desenvolvimento e resultado da avaliao. Essas informaes podem

    incidir sobre as capacidades intelectuais, capacidades de trabalho, dedicao,

    comportamento em contexto formativo, as suas crenas religiosas, polticas ou outras,

    origem social, etc., podendo desenvolver preconceitos ou esteretipos, que influenciaro a

    avaliao.

    essencial que se tenhaconscincia que, sendo a

    avaliao efectuada por sereshumanos, devem ser criados

    mecanismos que anulem ou pelomenos reduzam ao mnimo a

    subjectividade inerente condio humana, para assimtermos uma avaliao vlida e

    fivel, seja qual for o avaliador aefectuar o processo.

  • 7/28/2019 MANUAL AVALIAO DA APREDIZAGEM

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    A Aval iao da Aprendizagem

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    O material bibliogrfico utilizado para adaptao deste Mdulo, teve como

    fonte trabalhos similares desenvolvidos pela Formaconde e Finenterprise.