manual da rede de educação para a diversidade

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MANUAL OPERACIONAL REDE DE EDUCAÇÃO PARA A DIVERSIDADE

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MANUAL OPERACIONAL

REDE DE EDUCAÇÃO PARA A DIVERSIDADE

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Manual da Rede de Educação para a Diversidade

Presidência da República Ministério da Educação Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade

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Manual da Rede de Educação para a Diversidade

I REDE DE EDUCAÇÃO PARA A DIVERSIDADE................................................................... 6

1.1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 6 1.2. OBJETIVOS ....................................................................................................................... 6 1.3. PÚBLICO-BENEFICIÁRIO ..................................................................................................... 6

II PROGRAMA DE FORMAÇÃO PARA A DIVERSIDADE ....................................................... 7

2.1. EXECUÇÃO ....................................................................................................................... 8 2.2. OPORTUNIDADES DE FORMAÇÃO DA REDE ............................................................................ 8

III O PROGRAMA NO ÂMBITO DA UAB: ESTRATÉGIA DE EXECUÇÃO ............................. 10

3.1. DAS PROPOSTAS DE CURSOS ............................................................................................ 10 3.2. DAS DIRETRIZES BÁSICAS PARA ELABORAÇÃO E OFERTA DOS CURSOS .................................... 10 3.3. DAS PARCERIAS.............................................................................................................. 10 3.4. DA TUTORIA ................................................................................................................... 11 3.5. DA CONSTRUÇÃO DOS CONTEÚDOS .................................................................................... 11 3.6. DO MATERIAL DIDÁTICO .................................................................................................... 12 3.7. DA GESTÃO DOS CURSOS.................................................................................................. 12 3.8. DA AVALIAÇÃO E DO MONITORAMENTO .............................................................................. 12 3.9. DO PROJETO DE GESTÃO DO PORTAL DA REDE DE EDUCAÇÃO PARA A DIVERSIDADE .................. 13 3.10. ETAPAS PARA IMPLEMENTAÇÃO DOS PROJETOS ................................................................. 13

IV CURSO DE EDUCAÇÃO NA DIVERSIDADE E CIDADANIA ............................................. 15

4.1. APRESENTAÇÃO.............................................................................................................. 15 4.2. CONTEXTUALIZAÇÃO........................................................................................................ 15 4.3. OBJETIVOS ..................................................................................................................... 16 4.4. PÚBLICO-BENEFICIÁRIO ................................................................................................... 16 4.5. ESTRUTURA DO CURSO .................................................................................................... 16 4.5.1. METODOLOGIA ............................................................................................................. 16 4.5.2. CARGA-HORÁRIA.......................................................................................................... 16 4.5.3. MÓDULOS E CONTEÚDO................................................................................................. 17 4.5.4. CONSTRUÇÃO DOS CONTEÚDOS ..................................................................................... 19 4.5.5. CERTIFICAÇÃO ............................................................................................................. 19 4.5.6. MATERIAL DIDÁTICO IMPRESSO E OUTRAS MÍDIAS .............................................................. 19

V CURSO DE EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS NA DIVERSIDADE............................. 21

5.1. APRESENTAÇÃO.............................................................................................................. 21 5.2. CONTEXTUALIZAÇÃO........................................................................................................ 21

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Manual da Rede de Educação para a Diversidade

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5.3. OBJETIVOS ..................................................................................................................... 22 5.4. PÚBLICO-BENEFICIÁRIO ................................................................................................... 23 5.5. ABRANGÊNCIA ................................................................................................................ 23 5.6. ESTRUTURA DO CURSO .................................................................................................... 23 5.6.1. METODOLOGIA ............................................................................................................. 23 5.6.2. CARGA-HORÁRIA.......................................................................................................... 23 5.6.3. MÓDULOS E CONTEÚDO................................................................................................. 24 5.6.4. CERTIFICAÇÃO ............................................................................................................. 25 5.6.5. MATERIAL DIDÁTICO IMPRESSO E OUTRAS MÍDIAS .............................................................. 25

VI CURSO DE EDUCAÇÃO DO CAMPO .............................................................................. 27

6.1. APRESENTAÇÃO.............................................................................................................. 27 6.2. CONTEXTUALIZAÇÃO........................................................................................................ 27 6.3. OBJETIVOS ..................................................................................................................... 27 6.4. PÚBLICO-BENEFICIÁRIO ................................................................................................... 28 6.5. ABRANGÊNCIA ................................................................................................................ 28 6.6. ESTRUTURA DO CURSO .................................................................................................... 28 6.6.1. METODOLOGIA ............................................................................................................. 28 6.6.2. CARGA-HORÁRIA.......................................................................................................... 29 6.6.3. MÓDULOS E CONTEÚDO................................................................................................. 29 6.6.4. CERTIFICAÇÃO ............................................................................................................. 30 6.6.5. MATERIAL DIDÁTICO IMPRESSO E OUTRAS MÍDIAS .............................................................. 31

VII CURSO DE EDUCAÇÃO PARA AS RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS................................. 32

7.1. APRESENTAÇÃO.............................................................................................................. 32 7.2. CONTEXTUALIZAÇÃO........................................................................................................ 32 7.3. OBJETIVOS ..................................................................................................................... 33 7.4. PÚBLICO-BENEFICIÁRIO ................................................................................................... 33 7.5. ABRANGÊNCIA ................................................................................................................ 34 7.6. ESTRUTURA DO CURSO .................................................................................................... 34 7.6.1. CARGA HORÁRIA .......................................................................................................... 34 7.6.2. MÓDULOS E CONTEÚDO................................................................................................. 35 7.6.3. CONSTRUÇÃO DOS CONTEÚDOS ..................................................................................... 35 7.6.4. MATERIAL IMPRESSO E OUTRAS MÍDIAS ........................................................................... 36

VIII CURSO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL........................................................................... 37

8.1. APRESENTAÇÃO.............................................................................................................. 37 8.2. CONTEXTUALIZAÇÃO........................................................................................................ 37 8.3. OBJETIVOS ..................................................................................................................... 39 8.4. PÚBLICO-BENEFICIÁRIO ................................................................................................... 39 8.5. ABRANGÊNCIA ................................................................................................................ 39

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8.6. ESTRUTURA DO CURSO .................................................................................................... 40 8.6.1. CARGA HORÁRIA .......................................................................................................... 40 8.6.2. ESTRUTURA SUGESTIVA PARA OS MÓDULOS..................................................................... 41 8.6.3. CONSTRUÇÃO DOS CONTEÚDOS ...................................................................................... 41 8.6.4. MATERIAL IMPRESSO E OUTRAS MÍDIAS ............................................................................ 43 8.7. REFERÊNCIAS ................................................................................................................. 43

IX CURSO DE EDUCAÇÃO INTEGRAL E INTEGRADA ....................................................... 44

9.1. APRESENTAÇÃO.............................................................................................................. 44 9.2. CONTEXTUALIZAÇÃO........................................................................................................ 44 9.3. OBJETIVOS ..................................................................................................................... 45 9.4. PÚBLICO-BENEFICIÁRIO ................................................................................................... 46 9.5. ABRANGÊNCIA ................................................................................................................ 46 9.6. ESTRUTURA DO CURSO .................................................................................................... 46 9.6.1. METODOLOGIA ............................................................................................................. 46 9.6.2. CARGA HORÁRIA .......................................................................................................... 46 9.7. MÓDULOS E CONTEÚDO ................................................................................................... 47 9.8. CONSTRUÇÃO DOS CONTEÚDOS......................................................................................... 49 9.9. CERTIFICAÇÃO ................................................................................................................ 50 9.10. REFERÊNCIAS ............................................................................................................... 50

X CURSO DE GÊNERO E DIVERSIDADE NA ESCOLA........................................................ 52

10.1. APRESENTAÇÃO ............................................................................................................ 52 10.2. CONTEXTUALIZAÇÃO...................................................................................................... 52 10.3. PÚBLICO-BENEFICIÁRIO.................................................................................................. 54 10.4. OBJETIVOS ................................................................................................................... 54 10.5. ESTRUTURA DO CURSO .................................................................................................. 54 10.5.1. CARGA HORÁRIA ........................................................................................................ 54 10.5.2. ORGANIZAÇÃO DOS MÓDULOS ...................................................................................... 54

XI CURSO DE FORMAÇÃO DE TUTORES .......................................................................... 57

11.1. APRESENTAÇÃO ............................................................................................................ 57 11.2. CONTEXTUALIZAÇÃO...................................................................................................... 57 11.3. OBJETIVOS ................................................................................................................... 57 11.4. PÚBLICO-BENEFICIÁRIO.................................................................................................. 58 11.5. ESTRUTURA DO CURSO .................................................................................................. 58 11.5.1. METODOLOGIA ........................................................................................................... 58 11.5.2. CARGA-HORÁRIA ........................................................................................................ 59 11.5.3. MÓDULOS E CONTEÚDO............................................................................................... 59 11.5.4. MATERIAL DIDÁTICO IMPRESSO E OUTRAS MÍDIAS ............................................................ 59

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I REDE DE EDUCAÇÃO PARA A DIVERSIDADE 1.1. Introdução O Ministério da Educação (MEC), por meio da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad), em parceria com a Secretaria de Educação a Distância (Seed) e a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal do Ensino Superior (Capes), institui a Rede de Educação para a Diversidade (Rede) com ações a serem implementadas por instituições de educação superior públicas e confessionais. O objetivo da Rede de Educação para a Diversidade (Rede) é estabelecer grupo permanente de instituições de educação superior dedicadas (i) à formação inicial e continuada, presencial e semipresencial, de profissionais da educação básica; (ii) à produção de material didático-pedagógico específico; e (iii) à produção de pesquisa aplicada sobre gestão de ensino, metodologias e práticas pedagógicas de inserção dos temas da diversidade nos sistemas de ensino no País. A implementação da Rede articula os sistemas de ensino estaduais e municipais para inclusão dos temas da diversidade nas práticas de ensino das redes públicas e privadas de educação básica no Brasil. Promove, ainda, em parceria com as organizações não-governamentais nacionais e internacionais a produção de conteúdos e o desenvolvimento de metodologias educacionais que integram as temáticas da diversidade. As temáticas da diversidade contemplam a educação de jovens e adultos, a educação do campo, a educação integral, a educação escolar indígena, a educação ambiental, a educação patrimonial, a educação para os Direitos Humanos, a educação das relações étnico-raciais, de gênero e diversidade sexual, entre outros. O MEC, oferecendo suporte técnico e financeiro, atua como coordenador do Programa de Formação para a Diversidade, cuja implementação se dá pela adesão de instituições de educação superior, com a participação de organizações governamentais e não-governamentais e das Secretarias de Educação dos Estados, Municípios e Distrito Federal. 1.2. Objetivos São atribuições da Rede de Educação para a Diversidade: • ampliar as oportunidades de formação de educadores e gestores educacionais para a educação básica; • ofertar cursos nas modalidades de extensão, aperfeiçoamento e especialização no âmbito do Programa de Formação para a Diversidade; • elaborar metodologias e conteúdos específicos; • fomentar o desenvolvimento de projetos pelos núcleos de pesquisa das instituições de educação superior nos temas e áreas da diversidade; • fomentar e avaliar a inserção dos temas da diversidade nos programas de educação e sistemas de ensino; • estabelecer normas para o funcionamento e certificação dos cursos ofertados. 1.3. Público-Beneficiário • Professores de Educação Básica e outros profissionais da educação dos sistemas de ensino; • Pesquisadores nas áreas da diversidade; • Gestores dos sistemas de ensino federal, estaduais e municipais.

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II PROGRAMA DE FORMAÇÃO PARA A DIVERSIDADE Destinados a professores, outros profissionais da educação básica, e educadores, em geral, os programas de formação têm como objetivo auxiliar os educadores a vencer os desafios de inserção das temáticas da diversidade no cotidiano da sala de aula. Os programas de formação são oferecidos nas seguintes modalidades: • Formação Inicial

a. Modalidade presencial (Licenciaturas) b. Modalidade semipresencial (Licenciaturas – UAB)

• Formação Continuada a. Modalidade presencial b. Modalidade semipresencial

Os cursos de formação continuada podem ser desenvolvidos nas modalidades de cursos de extensão, com carga horária de 30 a 120h; cursos de aperfeiçoamento, com carga horária mínima de 180h; e cursos de especialização, com carga horária igual ou superior à 360h.

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2.1. Execução Os programas de formação são implementados por meio de parcerias da Secad com outras secretarias e estruturas do Governo Federal. Para a formação a distância, destaca-se a parceria com o Sistema Universidade Aberta do Brasil (UAB), a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Ensino Superior (Capes), a Secretaria de Educação à Distância (Seed) e a Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM). As instituições interessadas em participar de propostas para o Programa de Formação para a Diversidade deverão seguir os seguintes trâmites: • Inscrever-se na Rede de Educação para a Diversidade via internet pelo acesso http://portal.mec.gov.br/secad/ ou http://uab.mec.gov.br/ • Apresentar proposta para os editais da Rede de Educação para a Diversidade, cujos objetos podem ser para:

a. produção de conteúdos para cursos e materiais didático-pedagógicos; b. oferta de cursos de formação; c. elaboração de estudos e pesquisas; d. apoio aos centros ou núcleos de estudos nos temas da diversidade.

2.2. Oportunidades de Formação da Rede As instituições de educação superior poderão participar de um ou mais editais da Rede de Educação para a Diversidade, obedecendo aos critérios estabelecidos nos editais. Tabela 1, abaixo, apresenta as oportunidades de propostas para o Programa de Formação para a Diversidade por áreas temáticas e tipos de formação que estarão disponíveis em 2008.

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Tabela 1 – Programa de Formação para a Diversidade

Formação Inicial Formação Continuada

Semi-Presencial Presencial Semi-Presencial Presencial Áreas

UAB Outros UAB Outros

Educação de Jovens e Adultos

Edital para Curso de Extensão de Alfabetizadores

Edital N. 1 Secad/UAB

Edital para Cursos de Educação de Jovens e Adultos

Educação do Campo

Edital N. 1 Secad/UAB

Edital N.2 Secad/ ProCampo/ Licenciatura

Edital N. 1 Secad/UAB

Saberes-da-Terra Curso de Extensão

Educação Integral Edital de

descentralização para IES

Edital N. 1 Secad/UAB

Edital Curso de Extensão para Escola Aberta

Educação Quilombola

Licenciatura à Distância via UAB

Edital de descentralização

para IES

Edital de descentralização

para IES

Educação Indígena

Edital do ProLind Licenciatura

Educação das Relações Étnico-

Raciais Edital N. 1

Secad/UAB

Resolução UniAfro

Curso de Extensão

Educação Ambiental

Edital N. 1 Secad/UAB

Edital N. 1 Secad/UAB

Gênero e Diversidade na

Escola Edital N. 1

Secad/UAB

Educação na Diversidade e

Cidadania Edital N. 1

Secad/UAB

Edital de descentralização

para IES

Educação para os Direitos Humanos

Edital de

descentralização para IES

Edital de descentralização

para IES

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Manual da Rede de Educação para a Diversidade

III O PROGRAMA NO ÂMBITO DA UAB: ESTRATÉGIA DE EXECUÇÃO 3.1. Das propostas de cursos As propostas de cursos de formação continuada a distância nas modalidades de extensão, aperfeiçoamento e especialização a serem ofertados por instituições de educação superior nos pólos municipais de apoio presencial da UAB devem obedecer às diretrizes do Sistema Universidade Aberta do Brasil e às diretrizes dos cursos. Serão ofertados os seguintes cursos: • Curso de Educação na Diversidade e Cidadania, carga-horária 180h; • Curso de Educação de Jovens e Adultos na Diversidade, carga-horária 180h; • Curso de Educação do Campo, carga-horária 360 h (3 módulos de 120h); • Curso de Educação para as Relações Étnico-Raciais, carga-horária 180h; • Curso de Educação Ambiental, carga-horária 180h. • Curso de Educação Integral e Integrada, carga-horária 180h. • Curso de Gênero e Diversidade na Escola, carga-horária 200h. • Curso de Formação de Tutores, carga-horária 40h. 3.2. Das diretrizes básicas para elaboração e oferta dos cursos

Os projetos de curso devem seguir as diretrizes estabelecidas para cada curso, disponível neste documento. Os projetos podem apresentar propostas para a oferta de cursos já elaborados, como é o caso do Curso Gênero e Diversidade Sexual, ou para a elaboração e oferta de cursos. Os requisitos e critérios para cada projeto de curso são específicos de cada área, entretanto, como todos os cursos fazem parte da Rede de Educação para a Diversidade (Rede), propõe-se que as IES articulem-se entre si, por intermédio da Rede, para otimizar a oferta, ampliar a capacidade de implementação a nível nacional dos cursos, e estabelecer regras e procedimentos para reconhecimento de módulos e certificação dos cursos. A Rede propõe o desenvolvimento de um sistema integrado de oferta onde um Curso Básico — o Curso Educação na Diversidade e Cidadania, de 180h —, possa ser considerado e reconhecido como pré-requisito para a certificação em nível de especialização para todas as áreas específicas. Assim, a proposta de um curso de Especialização deve indicar a implementação do Curso Básico (180h) mais um Curso Específico (Educação Ambiental, Educação de Jovens e Adultos, etc). Um cursista poderá concluir o curso de aperfeiçoamento em Educação na Diversidade e Cidadania (180h), e uma vez concluído um curso de aperfeiçoamento em outra área (180h) poderá receber um certificado de Especialização em Educação na Diversidade com ênfase em uma área específica. Devem ser incorporadas aos projetos, adequações de carga-horária e de conteúdo necessárias para atender aos requisitos legais da certificação em nível de especialização. As IES selecionadas serão convidadas a compor um Comitê Acadêmico da Rede para estabelecer o regimento e normas para reconhecimento e certificação no âmbito da Rede. 3.3. Das Parcerias O Programa de Formação para a Diversidade no âmbito do Sistema da Universidade Aberta do Brasil conta com os seguintes parceiros:

• Fundo Nacional da Educação (FNDE), • Instituições de Educação Superior (IES), • Organismos Internacionais, • Secretaria de Educação a Distância (Seed), • Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad), • Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM),

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• Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), • Secretarias de Educação Estaduais e Municipais

Cabe ao FNDE o auxílio financeiro para pagamento das bolsas aos professores pesquisadores, supervisores e tutores e para o desenvolvimento dos projetos. As IES são responsáveis pela elaboração dos conteúdos, seleção e formação dos tutores, implementação e supervisão dos cursos. Os organismos internacionais contribuem com apoio para elaboração de material didático-pedagógico e assistência técnica aos projetos. Cabe à Secad e à Seed, juntamente com a Diretoria da UAB/Capes, a inserção dos cursos da Rede de Educação para a Diversidade no Sistema Universidade Aberta (UAB). Cabe às Secretarias estaduais e municipais a identificação da demanda de formação inicial e continuada dos profissionais de educação dos sistemas de ensino e sua articulação com as instituições de educação superior na realização dos projetos de formação. 3.4. Da Tutoria Entre os profissionais necessários em um curso que utiliza a modalidade de EaD, destaca-se o papel do tutor. Cabe ao tutor estimular a autoconfiança, a independência na tomada de decisões, a iniciativa, a inovação e a criatividade para organizar a aprendizagem. No papel de mediador, o tutor procura manter as discussões focadas no assunto proposto para o grupo de alunos, usando diferentes ferramentas (fórum, chat, lista de discussão etc). Ele deve mediar os alunos para que possam resolver seus problemas de aprendizagem. Cabe à instituição proponente realizar chamada pública e contratar tutores para o acompanhamento e implementação dos cursos, mantendo uma média de 1 (um) tutor para cada 35 (trinta e cinco) cursistas. O número de tutores varia em função do número de cursistas. Entre as características essenciais do tutor, estão o domínio do conteúdo técnico-científico e a habilidade para estimular o interesse e iniciativa do cursista como agente de seu próprio aprendizado. A escolha dos tutores deve considerar a capacidade técnica do candidato, seu conhecimento sobre o tema do curso e seu domínio de informática. A instituição deve estabelecer carga horária semanal de trabalho para a dedicação das atividades de tutoria, sem prejuízo das atividades presenciais a serem realizadas excepcionalmente aos finais de semana, conforme o cronograma de cada curso. Além disso, cabe às IES, por meio dos professores-pesquisadores e supervisores, promover a formação dos tutores em seminários regionais presenciais com o objetivo de introduzir o ambiente virtual de aprendizagem do curso e orientá-los em suas atividades. 3.5. Da construção dos conteúdos Para a construção dos conteúdos dos cursos pelas IES está prevista a realização de um Seminário da Rede de Educação para a Diversidade, que contará com a participação da Secad, Seed, UAB e outras Secretarias. Neste seminário, pretende-se:

• abordar os parâmetros para elaboração dos conteúdos: conceitos e temas geradores (comum para todo o território nacional) e temas específicos por região;

• definir o formato das apostilas EaD; • conhecer a plataforma Moodle e os instrumentos pedagógicos que podem ser inseridos; • discutir os critérios de seleção de tutores e coordenadores; • planejar o seminário de formação dos tutores; • validar os municípios escolhidos e planejar uma comunicação oficial para os gestores

municipais; • definir os critérios para escolha dos cursistas específicos para cada curso; • definir um sistema de monitoramento e avaliação único para todas as IES;

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Manual da Rede de Educação para a Diversidade

• discutir processos de certificação e reconhecimento dos cursos. 3.6. Do material didático O material didático em EAD deve ser concebido com base nos princípios da interação, da problematização, da resolução de problemas e da cooperação. Na elaboração do material didático devem ser considerados os objetivos a serem alcançados pelos cursistas. Esses objetivos devem orientar a construção do texto e das atividades e possibilitar a avaliação da aprendizagem. A partir dos objetivos, o texto deverá ser estruturado de forma que conceitos sejam desenvolvidos, paulatinamente. Recomenda-se considerar o objeto da aprendizagem e os conhecimentos prévios do público-beneficiário dos cursos para se produzir um texto básico, que possibilite a relação autônoma do cursista com esse material. Esse processo pode ser facilitado com o uso de imagens, clips, links da internet, e outros recursos tecnológicos para salientar os pontos propostos no texto. O material didático-pedagógico em EAD deve apresentar como principais características: linguagem leve e acessível, linguagem dialógica, metodologia de estudo de resolução de problemas e linguagem recursiva. A apresentação do curso em moodle deve incluir outras mídias, tais como, vídeo, links da internet, clips, etc, e proporcionar uma visualização agradável, atrativa e leve. A Rede de Educação para a Diversidade fornecerá um layout padrão para os módulos dos cursos a ser utilizado pelas instituições de educação superior na produção do material didático-pedagógico.

3.7. Da gestão dos cursos A equipe gestora central do curso é composta pela Secad, Seed e Capes-UAB. O FNDE será responsável pelo pagamento direto dos tutores e será também o responsável pela descentralização dos recursos para as IFES responsáveis. Cabe à IFES responsável o desenvolvimento do curso na plataforma Moodle. A Secad realizará dois seminários nacionais: • Seminário da Rede de Educação para a Diversidade: Criação Temática e Tutorial. • Seminário da Rede de Educação para a Diversidade: Ambiente Virtual. As instituições proponentes deverão realizar Seminário Regional de formação dos tutores para o curso, focalizando nos conteúdos específicos e nas atividades de coordenação e tutoria EAD. Os tutores poderão, também, ser qualificados para a tutoria pelo Curso de Formação de Tutores: Orientação Pedagógica em Educação a Distância do Programa Anual de Capacitação Continuada do Sistema UAB e será coordenado pela Capes-UAB. Para os cursos de 180h, cada IES será responsável pela realização de três encontros presenciais estaduais/regionais com os cursistas: o primeiro, para a implementação do módulo introdutório à plataforma e ao curso; o segundo, para uma avaliação formativa da implantação do curso, e um encontro final para avaliação e conclusão do curso, a serem realizados, preferencialmente, nos pólos de apoio presencial da UAB. 3.8. Da Avaliação e do Monitoramento A avaliação dos projetos dar-se-á em duas instâncias: a primeira, pela avaliação institucional do Programa Formação para a Diversidade implementada pela Secad, em parceria com a Seed e a Capes-UAB, e a segunda, pela avaliação do projeto pela instituição ofertante. A avaliação institucional do Programa. É obrigatória a participação das instituições proponentes no sistema de avaliação e monitoramento do Programa de Formação para a Diversidade no âmbito

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da Rede de Educação para a Diversidade. O sistema de avaliação e monitoramento do Programa de Formação para a Diversidade estabelecerá referências de linha de base para os projetos. A avaliação abordará as características dos cursistas, tutores, supervisores e coordenadores de curso; seu conhecimento tecnológico e conhecimento prévio sobre as temáticas, o processo de implementação dos cursos, a eficiência dos cursos (retenção, conclusão), grau de satisfação dos cursistas, e o resultado final dos cursos (taxa de graduação). A avaliação também abordará uma avaliação de gestão e de processos, que inclui a forma de financiamento ou repasse de recursos, os procedimentos administrativos, a coordenação da Secad e sua relação com a instituição contratada. O sistema de acompanhamento dar-se-á mediante relatórios parciais sobre a implantação dos cursos contendo várias informações, por exemplo, quantidade de acesso à plataforma, nº de telefonemas, participação em fóruns, nº de solicitações de esclarecimentos de dúvidas, etc. Podem também ser acrescido de entrevistas com os supervisores, tutores e responsáveis pedagógicos da instituição contratada e com a equipe responsável da Secad. Avaliação do projeto. A instituição ofertante deverá elaborar plano de avaliação para o curso a ser aprovado pela Secad. Recomenda-se que a instituição aplique instrumentos para checar o grau de aprendizagem e absorção de conteúdo por parte dos alunos. Essa avaliação deverá analisar os resultados do projeto para saber a efetividade do curso, sendo essa de responsabilidade das instituições que participam desse. Toda a documentação e informação produzida para monitoramento e avaliação deve ser encaminhada formalmente à Secad, inclusive com a base cadastral de todos os envolvidos no processo (tutores, cursistas, supervisores, coordenadores, etc). 3.9. Do projeto de gestão do portal da rede de educação para a diversidade A Rede de Educação para a Diversidade prevê a implantação de um portal onde ficarão armazenados os arquivos de imagens, referências, dos cursos da diversidade. Esse ambiente virtual deve servir como uma comunidade virtual para a discussão das questões da Rede e da diversidade, em geral. O projeto deve contemplar proposta para os seguintes itens: • Gestão do Portal; • Manutenção dos conteúdos do Portal; • Manutenção das Atividades do Portal; • Coordenação das Comunidades de Aprendizagem para os Cursos oferecidos; • Manutenção de central de atendimento aos cursistas da rede da diversidade; 3.10. Etapas para implementação dos projetos 1. Cadastramento na Rede • As instituições proponentes cadastram seus núcleos de pesquisa na Rede de Educação para a Diversidade no sítio eletrônico http://portal.mec.gov.br/secad/ 2. Apresentação de Projeto • As instituições proponentes cadastram seus projetos na Rede de Educação para a Diversidade no sítio eletrônico http://portal.mec.gov.br/secad/ • Os projetos são selecionados, conforme edital, e os resultados publicados no D.O.U. convocando as IES a apresentarem a documentação ao FNDE para contratação.

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3. Apresentação de Documentação ao FNDE • As instituições selecionadas encaminham documentação ao FNDE para firmar os convênios dos projetos. 4. Participação no Seminário da Rede de Educação para a Diversidade • As instituições selecionadas participam de Seminário em Brasília com o objetivo de esclarecer dúvidas, conhecer os procedimentos da Rede, estabelecer Comissão Acadêmica da Rede, entre outros. 5. Cadastramento no Sistema de Bolsas do FNDE - SGB • As instituições selecionadas cadastram os professores-pesquisadores e supervisores no SGB 6. Preparação do Projeto de Curso • As instituições selecionadas elaboram os cursos propostos. 7. Seleção de Tutores e outros colaboradores • As instituições selecionadas elaboram edital para seleção de tutores, e compõem equipe para implementação do curso. 8. Cadastramento no Sistema de Bolsas do FNDE - SGB • As instituições selecionadas cadastram os tutores no SGB 9. Preparação do ambiente do curso • As instituições selecionadas preparam o curso no ambiente virtual (moodle, ou outro) 10. Participação no Seminário da Rede de Educação para a Diversidade: Ambiente Virtual • As instituições selecionadas participam em Seminário para apresentarem o curso em ambiente virtual (moodle, ou outro) 11. Revisão final dos conteúdos, do ambiente do curso, e do material impresso • As instituições selecionadas fazem os últimos ajustes do curso em ambiente virtual e no material a ser impresso (papel e CD/DVD). 12. Publicação do material impresso • As instituições selecionadas encaminham as matrizes do material para a publicação e distribuição do material pelo MEC. 13. Apresentação de declaração das Instâncias Superiores da IES autorizando a oferta e certificação do curso • As instituições selecionadas encaminham documento atestando a oferta e certificação curso. 14. Matrícula • As instituições selecionadas matriculam os prospectivos alunos nos cursos. 15. Oferecimento do Curso • As instituições selecionadas confirmam a matrícula dos cursistas e oferta do curso. Durante a implementação do curso, para os cursos de 180h, as instituições promoverão os seminários presenciais do curso:

a. 1o Seminário Presencial do Curso: Introdução ao Curso, normas e funcionamento; b. 2o Seminário Presencial do Curso: Avaliação Formativa; c. 3o Seminário Presencial do Curso: Avaliação Final do curso.

16. Avaliação do projeto • As instituições selecionadas avaliam o projeto e elaboram relatório final à Secad.

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IV CURSO DE EDUCAÇÃO NA DIVERSIDADE E CIDADANIA 4.1. Apresentação O Curso de Educação na Diversidade e Cidadania é um curso de formação continuada de professores de educação básica, com carga horária de 180h distribuído em módulos. Ofertado na modalidade semipresencial, por meio do sistema da Universidade Aberta do Brasil, o curso visa formar professores e profissionais da educação capazes de compreender os temas da diversidade e introduzi-los transversalmente na prática pedagógica da escola. 4.2. Contextualização A educação é um direito humano fundamental. O acesso ou não a esse direito atua ora como causa ora como conseqüência da pobreza e exclusão social. O Brasil apresenta uma elevada desigualdade social, com um padrão de desenvolvimento excludente histórico. Até o final do século do século XX, as políticas de desenvolvimento social do país, em particular aquelas da área da educação, eram direcionadas ao atendimento da maioria da população. Esta se concentra nas áreas urbanas, onde também se encontram, predominantemente, as indústrias, escolas, postos de saúde e outros equipamentos sociais. Essa concentração de serviços públicos tem favorecido a exclusão social, o acesso restrito à educação, saúde e trabalho. Outros fatores determinantes da exclusão social de grande importância estão associados ao padrão cultural da sociedade brasileira onde prevalecem discriminações de natureza racial, étnica, de gênero e tantas outras, configurando verdadeiros obstáculos aos processos de mobilidade social. A Educação, como mecanismo de transmissão e reprodução do conhecimento tem um papel fundamental na disseminação de informação sobre as questões tratadas pelos temas da diversidade cujo eixo fundador baseia-se na garantia dos direitos fundamentais e na dignidade humana, condições essenciais para o enfrentamento das desigualdades e para a promoção da mobilidade social. Por isso, o Ministério da Educação tem orientado suas políticas de estado para incidir nos excluídos a partir de uma ótica da promoção dos direitos humanos e no reconhecimento dos diversos saberes das diferentes populações. A proposta do curso de formação “Educação na Diversidade” visa promover o debate sobre a educação como um direito fundamental, que precisa ser garantido a todos e todas sem qualquer distinção, promovendo a cidadania, a igualdade de direitos e o respeito à diversidade sociocultural, étnico-racial, etária e geracional, de gênero e orientação afetivo-sexual e às pessoas com necessidades especiais. A formação e a qualificação de professores para a inserção dos temas da diversidade têm como uma de suas atribuições promover, transversalmente ao currículo escolar, temas como os direitos humanos, a educação ambiental, a diversidade étnico-racial e a demandas específicas de indígenas, afro-brasileiros, pessoas com necessidades especiais, questões de gênero e diversidade de orientação afetivo-sexual. Esses professores e profissionais da educação têm como principal desafio garantir a efetividade do direito à educação a todos e cada um dos brasileiros, estabelecendo políticas e mecanismos de participação e controle social que assegurem aos grupos historicamente desfavorecidos condições para sua emancipação e afirmação cidadã. O curso de formação continuada a distância, objeto dessa proposta, envolve 240h de formação distribuídas em módulos temáticos que abrangem um largo espectro dos temas da diversidade e visa formar professores e outros profissionais da educação da rede de ensino de educação básica para a promoção e compreensão da educação como direito fundamental e estratégia para a promoção do desenvolvimento humano das diversas populações, para a inclusão de saberes diversos e enfrentamento de todo o tipo de discriminação e preconceito. O curso visa também proporcionar o estabelecimento de uma rede de colaboração virtual para a discussão e compartilhamento de informações e aprendizagem sobre práticas pedagógicas inclusivas na escola.

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4.3. Objetivos • Introduzir a abordagem da Educação na diversidade com o reconhecimento das diversas populações e temáticas a serem tratadas; • Apresentar conceitos sobre as diversas populações e temáticas da diversidade; • Desenvolver processos e metodologias de introdução desses conceitos na educação básica; • Desenvolver e manter uma rede de colaboração virtual para a discussão e compartilhamento de informações sobre práticas pedagógicas inclusivas na escola; • Oferecer seminários e palestras virtuais sobre os temas da diversidade. • Possibilitar a formação continuada por meio das redes de discussão dos diversos cursos de formação para a diversidade oferecidos no âmbito da Rede de Educação para a Diversidade. 4.4. Público-Beneficiário O perfil desejado é amplo, mas focaliza nos profissionais da educação que atuam diretamente ou indiretamente com a prática educacional da escola, inclusive: • Professores atuando na educação básica com formação mínima em nível médio; • Outros profissionais da educação básica atuando na escola com formação mínima em nível médio. • Gestores educacionais responsáveis por coordenação de currículos pedagógicos, formação de professores e diretores, avaliação educacional, e • outros públicos interessados. As instituições públicas devem observar o princípio constitucional de gratuidade e de igualdade de condições de acesso ao ensino (Art. 206, CF). 4.5. Estrutura do Curso 4.5.1. Metodologia A metodologia será desenvolvida de forma semipresencial com encontros presenciais e a distância a partir da interatividade do tutor com os cursistas, via internet, por meio de ambiente colaborativo Moodle, tendo o Portal da Rede de Formação para a Diversidade e o Portal do Professor como referências para o desenvolvimento das atividades do curso. O curso deve ser desenvolvido no formato modular para possibilitar a flexibilização de sua oferta em vários estados e por várias instituições, assim como, a integração de seus conteúdos com outros cursos ofertados no âmbito da Rede de Educação para a Diversidade. O curso deve propor o desenvolvimento de uma Comunidade de Trabalho e Aprendizagem em Rede – CTAR. Essa comunidade deve ser gerenciada por meio da liderança e motivação dos tutores e/ou coordenadores de curso. Os tutores acompanharão os cursistas que poderão formar grupos de estudo a fim de facilitar a leitura, a compreensão e a elaboração de novos textos de maneira virtual na Comunidade de Trabalho e Aprendizagem em Rede. O curso deve propor uma metodologia fundamentada na proposta de desenvolvimento de um percurso de aprendizagem. Este percurso se inicia com um diagnóstico da realidade onde os cursistas vivem; seguindo de aprofundamento teórico-conceitual das temáticas mencionadas até a conclusão com um projeto de intervenção local ou trabalho de final de curso desenvolvido pelo cursista durante o curso. Os trabalhos selecionados poderão ser disseminados por meio do Portal da Rede de Formação para a Diversidade e o Portal do Professor. 4.5.2. Carga-Horária

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O curso poderá compor um total de 180 horas com duração média de 6 meses, sendo no mínimo de 25% da carga horária presencial. 4.5.3. Módulos e Conteúdo O quadro abaixo apresenta uma distribuição sugestiva de módulos, carga-horária e conteúdos a serem tratados no curso, seguido de lista de tópicos por módulo a serem abordados pelo curso.

Módulo Qtde Horas Sub-Módulos/Conteúdos

Módulo 1 - Conceitual EAD e Ferramenta Moodle

20 horas

• 8 horas – Presencial (Moodle e Comunidade Virtual de Aprendizagem)

• 8 horas – Presenciais (EAD + A diversidade na educação brasileira)

• 4 horas – A distância (EAD + A diversidade na educação brasileira)

Módulo 2 - Introdução Conceitual para a Educação na Diversidade e Cidadania

48 horas

• 16 horas – Educação como Direito Fundamental

• 16 horas – Educação na diversidade e as diferentes populações

• 16 horas – Educação na diversidade e os temas da diversidade

Módulo 3 – Educação para Populações Específicas

48 horas

• 10 horas – Educação de Jovens e Adultos

• 10 horas – Educação do Campo • 10 horas – Educação Indígena • 10 horas – Educação Quilombola • 8 horas – Encontro presencial

Módulo 4 – Educação de Temas Específicos

48 horas

• 10 horas – Educação Ambiental na prática educacional

• 10 horas – Educação para o reconhecimento do Gênero e a Diversidade Sexual

• 10 horas – Educação das Relações Étnico-Raciais

• 10 horas – Educação Especial na perspectiva da Educação Inclusiva

• 8 horas – Encontro presencial

Módulo 5 – Avaliação (Presencial) 24 horas • Seminários Locais

TOTAL 180 horas (48 h presenciais e 136 horas a distância)

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Tópicos por módulo: • Módulo 1: Introdução do curso (40h) – Encontro Presencial I

a. Conceito de EAD b. Ferramenta Moodle e Portais do Curso. c. Comunidade de Trabalho- Aprendizagem em Rede – CTAR, Instituições e Redes. d. Avaliação do módulo

• Módulo 2 - Introdução Conceitual para a Educação na Diversidade e Cidadania e. Conceitos de diversidade f. O direito de aprender de todos e de cada um: os sujeitos. g. Dignidade humana e cidadania. h. Inclusão e qualidade da educação

• Módulo 3 – Educação para Populações Específicas a. Unidade 1: Sujeitos e saberes da Educação de Jovens e Adultos

i. Educação de Jovens e Adultos na Diversidade. ii. Direito de Aprender de todos e de cada um: Gênero, Raça, Etnia, Diversidade

Sexual em EJA. iii. Temas da Atualidade: Educação Ambiental, Educação de Idosos, Educação

Especial, Educação Patrimonial, Cultura da Paz. iv. EJA como espaço facilitador de múltiplas aprendizagens.

b. Unidade 2: Sujeitos e Saberes da Educação do Campo i. Políticas de Educação do Campo (Histórico dos movimentos sociais;

Heterogeneidade e as características sócio-político-economicas do campo) ii. Abordagens teórico-pedagógicas da educação do campo iii. Concepções didático-pedagógicas da educação do campo iv. Organização curricular e prática pedagógica da educação do campo.

c. Unidade 3: Sujeitos e Saberes da Educação Indígena d. Unidade 4: Sujeitos e Saberes da Educação Quilombola e. Unidade 5: Encontro Presencial II: Seminário de Avaliação Formativa

• Módulo 4 – Educação de Temas Específicos a. Unidade 1: Educação Ambiental na prática educacional

i. Patrimônio Material e Imaterial da Humanidade ii. Educação Ambiental e suas políticas no Brasil (Políticas Estruturantes; A

prática da Educação Ambiental no Brasil) iii. Questões Ambientais da atualidade (Biomas e Culturas: Contextualização

Regional e Local das questões ambientais) b. Unidade 2: Educação para as questões de Gênero e Diversidade Sexual

i. Gênero e Orientação Sexual (Conceitos e definições, Sexo, Gênero e Identidade: problematizações)

ii. Práticas e Normas de Gênero (Gênero e Identidade de Gênero, Gênero e hierarquizações sociais)

iii. Orientação Sexual e Identidade de Gênero (Heteronormatividade, Violências de Gênero: Sexismo e Homofobia)

iv. Pedagogias da Sexualidade no ambiente escolar (Escola e produção de corpos, sujeitos e identidades, Práticas e Normas de Gênero na escola: Sexismo e Homofobia nas rotinas, currículos, materiais e outras práticas escolares, Experiência de enfrentamento do Sexismo e da Homofobia nas escolas)

c. Unidade 3: Educação das Relações Étnico Raciais – Os afrodescendentes, os indígenas, os ciganos

i. Discriminação, preconceito racial e comportamento social. ii. Histórico das questões do Movimento Negro e dos Quilombolas no Brasil;

Histórico da educação indígena; Outros grupos étnicos; A migração dos grupos hispânicos e a inclusão nos sistemas educacionais brasileiros.

iii. Relações Raciais na Escola: Currículo e responsabilidades; Fiscalizando a tv, o livro didático e escola: a mensagem oculta do racismo.

d. Unidade 4: Educação Especial na perspectiva da Educação Inclusiva

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i. Princípios e marcos legais da educação inclusiva ii. Contextualização histórica da Educação Especial iii. Estratégias de ensino inclusivas para alunos com deficiência, transtornos

globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação. iv. Acessibilidade como fator de inclusão

• Módulo 5 – Avaliação a. Unidade 1: Elaboração de Trabalho Final do Curso (a distância) b. Unidade 2: Encontro Presencial II: Seminário de Avaliação

4.5.4. Construção dos Conteúdos

A construção curricular deve ter como eixo estruturante o “Direito de Aprender de todos e de cada um”, concepção originária da discussão do campo da educação para os Direitos Humanos, mas sem perder a perspectiva do desenvolvimento humano do campo da Educação. Esse direito à educação, que engloba os conceitos de dignidade humana, respeito às diferenças, e reconhecimento dos saberes distintos, deve ser discutido tendo como base os temas da diversidade organizados em “os saberes das populações” (EJA, Campesina, Quilombola, Indígena, etc) e temas da atualidade (educação ambiental, gênero e diversidade sexual, a inclusão das pessoas com necessidades especiais, etc), contempladas nas diretrizes curriculares e legislação educacional e profissional pertinentes, tendo em vista a formação científica e considerando, ainda, o desenvolvimento de habilidades e atividades formativas. A organização de um currículo, além de relacionar disciplinas acadêmicas, deve articular temas decisivos para a formação. É fundamental que a construção curricular seja compatível com os princípios de flexibilidade (abertura para a atualização de paradigmas científicos, diversificação de formas de produção de conhecimento, e desenvolvimento da autonomia do aluno) e interdisciplinaridade (estabelecimento de conexões entre diferentes disciplinas e diferentes áreas de conhecimento). O currículo deve incluir atividades inerentes a educação da distância (chats, trabalhos asincronicos e encontros sincronizados, trabalho individual, sítios da web, clips) e promover o seu uso. Na composição do currículo, a seguinte composição dever ser considerada como diretriz para elaboração do currículo do curso: 4.5.5. Certificação Curso de Extensão. Para que o cursista obtenha o certificado do curso no nível de extensão, este deverá cursar o Módulo I obrigatoriamente, e outros módulos que somem um total de 60 horas, no mínimo. Curso de Aperfeiçoamento. Para que o cursista obtenha o certificado do Curso no nível de aperfeiçoamento deverá cursar todos os módulos previstos no curso, totalizando no mínimo 180 horas. Devem ser feitas as adequações de carga-horária e de conteúdo necessárias para atender aos requisitos legais da certificação em nível de aperfeiçoamento. O Curso Básico é pré-requisito para a certificação em nível de especialização em outras áreas. 4.5.6. Material Didático impresso e outras mídias

O material proposto será composto de 5 (cinco) apostilas (módulos de 1 a 5), seu conteúdo e formatação deverão ser específicos para linguagem EaD e irão relacionar teoria e prática de maneira integrada à plataforma utilizada. A linguagem e o projeto gráfico deverão ser concebidos para atrair e motivar os cursistas na utilização de diferentes mídias, o material permitirá interagir numa seqüência didática dos módulos. Em relação a outras mídias, seu detalhamento e integração no curso se darão simultaneamente à elaboração dos conteúdos e às possibilidades tecnológicas do ambiente virtual de aprendizagem.

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As apostilas serão enviadas por correio para os tutores e estes farão a distribuição aos participantes. Além das apostilas poderão ser distribuídas outras publicações da SECAD aos tutores e às bibliotecas das redes de ensino locais envolvidas.

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V CURSO DE EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS NA DIVERSIDADE 5.1. Apresentação

O Curso de Educação de Jovens e Adultos na Diversidade é um curso de formação continuada de professores de educação básica, com carga horária de 180h. Ofertado na modalidade a distância por meio do sistema da Universidade Aberta do Brasil, o curso possui 40h presenciais, e visa formar professores e profissionais da educação capazes de compreender os saberes e as estratégias metodológicas da educação de jovens e adultos, assim como os temas da diversidade para introduzi-los transversalmente na prática pedagógica da escola.

5.2. Contextualização

O curso de Educação de Jovens e Adultos na Diversidade, consideradas as especificidades da realidade brasileira, em particular no que se refere às políticas públicas educacionais de educação de jovens e adultos (EJA), propõe desenvolver um programa de formação continuada para professores e outros profissionais da educação que atuam na EJA, com o objetivo de garantir oferta qualificada de educação de jovens e adultos para atender ao preceito constitucional da educação como um direito de todo cidadão e dever do Estado (Constituição da República Federativa do Brasil). A inscrição desse direito na Constituição foi produto dos movimentos políticos e sociais que lutaram por essa garantia constitucional e dos que entendem sua importância e necessidade no mundo contemporâneo ao considerar os impactos negativos subjetivos da educação sobre os indivíduos, quando esse direito não é garantido ou o é de modo incompleto ou irregular. Os números da exclusão educacional de jovens e adultos demonstram que 67 milhões de brasileiros (Censo IBGE 2000) acima de 15 anos tem menos de oito anos de estudo e que destes - cerca de 14 milhões - sequer sabem ler e escrever. Entre os que se incluem na faixa etária de15 a 24 anos de idade temos 11 milhões que possuem menos de oito anos de estudos e 839 mil que não são alfabetizados. Tendo essa realidade como pano de fundo, para o desenvolvimento de um processo educacional sistêmico e universal, é fundamental que o MEC identifique oportunidades de melhoria do ensino da EJA nas redes estaduais e municipais de educação e proponha medidas preventivas e corretivas, com vistas à consecução das metas educacionais estabelecidas no Plano Plurianual de Educação (2008-2011). Um dos problemas já detectados é a falta de formação ou a formação precária dos quadros de profissionais que atuam diretamente na educação formal, particularmente na alfabetização e na educação de jovens e adultos. Nesse sentido, essas diretrizes para o curso de Educação de Jovens e Adultos na Diversidade, a ser oferecido nos níveis de Aperfeiçoamento e Extensão, marcam uma iniciativa da SECAD, por meio da Diretoria de Políticas de Educação de Jovens e Adultos, de promover a formação continuada de professores e gestores da educação da rede pública que atuam na modalidade de EJA e de alfabetizadores populares que atuam no Programa Brasil Alfabetizado, por meio da constituição de uma Comunidade de Trabalho/Aprendizagem em Rede na Diversidade - CTARD a partir da matrícula em grupos de 2, 3 ou de 4 cursistas por escola, secretaria de educação ou instituição formadora. O curso oportunizará aos cursistas tomar conhecimento da localidade onde vivem e a partir daí elaborar um projeto de intervenção local com base nos diagnósticos produzidos em preparação à VI CONFINTEA. O projeto de intervenção local deverá também, de acordo com o nível cursado, auxiliar no aprofundamento dos conceitos pertinentes à diversidade e a interlocução pedagógica com os diversos parceiros: Secretarias Municipais de Educação; Secretarias Estaduais de Educação; Universidades; Fóruns de EJA, movimentos sociais e demais parceiros nessa demanda.

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Sobre o conteúdo do curso, essas diretrizes propõem uma organização modular de conteúdos para fortalecer o conhecimento dos professores e outros profissionais de educação sobre as questões de EJA. Pretende-se, também, levar em conta as discussões relativas à economia solidária; ao desenvolvimento sustentável; aos direitos humanos; à orientação sexual e gênero, bem como às políticas voltadas às pessoas com necessidades educacionais especiais; à juventude, às políticas de leitura e inclusão digital, uma vez que essas temáticas estão transversalmente ligadas à política para educação de jovens e adultos desenvolvida pela SECAD. O Curso de Educação de Jovens e Adultos na Diversidade será a distância e conterá 180 horas de formação distribuídas em módulos temáticos referentes à Educação de Jovens e Adultos. O curso visa contribuir para a demanda de formação continuada de professores e gestores da educação das redes pública e particular que atuam no sistema de EJA municipal ou Estadual e/ou alfabetização de jovens, adultos e idosos, e alfabetizadores populares que atuam no Programa Brasil Alfabetizado. Contemplará questões relevantes que, em muitos casos, não estão previstas no currículo da formação inicial. Para o ingresso no curso de Educação de Jovens e Adultos na Diversidade, em nível de Aperfeiçoamento, será exigida conclusão de nível superior e cumprimento de 180 horas programadas. A universidade ofertante poderá apresentar proposta para a oferta do Curso de Educação na Diversidade e Cidadania, em articulação com o Curso de Educação de Jovens e Adultos na Diversidade, ou outro. Nesse caso, a universidade poderá propor um Curso de Especialização em Educação na Diversidade e Cidadania com ênfase em Educação de Jovens e Adultos. Caso o cursista conclua mais 180 horas em outros módulos poderá solicitar certificado de Especialização. Para professores e profissionais de educação sem curso superior completo o curso de Educação de Jovens e Adultos na Diversidade concederá certificado de Extensão. Para o ingresso nesse nível será necessário que o cursista tenha concluído o ensino fundamental. Para execução do curso de Educação de Jovens e Adultos na Diversidade em todos os níveis, será utilizada a plataforma MOODLE, a qual proporcionará um espaço de orientação acadêmica e interatividade entre cursistas-tutores-professores. A plataforma moodle utiliza a tecnologia Internet e permite a concepção, administração e desenvolvimento de cursos a distância, projetos colaborativos e outras formas de apoio a distância e ao processo ensino-aprendizagem, o que atende às especificidades propostas pelos cursos. Concomitantemente, o Portal Fóruns EJA Brasil será também referência para o acervo multimídia virtual da produção existente nas temáticas, acrescida da produção de conhecimento coletivo gerado ao longo dos cursos. 5.3. Objetivos

O Curso Educação de Jovens e Adultos na Diversidade tem como objetivo principal a formação continuada de professores e outros profissionais da educação das redes pública e particular que atuam na Educação de Jovens e Adultos e de alfabetizadores populares que atuam no Programa Brasil Alfabetizado e criar condições para a construção local de uma educação contextualizada de acordo com suas especificidades e constituição da Comunidade de Trabalho/Aprendizagem em rede na Diversidade -CTARD. Essa formação visa:

• Ampliar os fundamentos teóricos e práticos que permeiam os conceitos de diversidade na Educação de Jovens e Adultos;

• Debater a Intersetorialidade da EJA • Promover a discussão acerca das especificidades dos sujeitos da EJA; • Discutir a EJA no Brasil e no mundo partindo do contexto histórico; • Apresentar e discutir a legislação em vigor que normatiza a EJA;

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• Discutir aspectos pedagógicos específicos da EJA no exercício da diversidade; • Discutir as estratégias didático-pedagógicas para a EJA • Conceber a EJA como espaço facilitador de múltiplas aprendizagens; • Articular o debate acerca da relação EJA e o mundo do trabalho; • Discutir o processo de desenvolvimento da leitura e da construção da escrita pelos sujeitos • da EJA e das linguagens multimídia; • Entender a EJA no Sistema Nacional de Educação: gestão, recursos e financiamento • Apresentar e discutir os instrumentos de avaliação das políticas públicas de EJA; • Constituir grupos permanentes de intervenção local como elos da CTARD

5.4. Público-Beneficiário

Professores, alfabetizadores, gestores e outros profissionais da educação dos sistemas de ensino, que atuam na alfabetização de jovens e adultos e na Educação de Jovens e adultos. As instituições públicas devem observar o princípio constitucional de gratuidade e de igualdade de condições de acesso ao ensino (Art. 206, CF). Consideramos como prioritário o público-beneficiário localizado nos estados da Região Nordeste, nos estados do Acre, Pará e Tocantins (Região Norte) e no Vale do Jequitinhonha, Vale do Mucuri, norte e nordeste do estado de Minas Gerais (Região Sudeste), quando possível. 5.5. Abrangência

Prioritariamente os municípios que apresentem taxa de analfabetismo igual ou superior a 25% localizados em todos os estados da Região Nordeste, nos estados do Acre, Pará e Tocantins (Região Norte); e no Vale do Jequitinhonha, Vale do Mucuri, norte e nordeste de Minas Gerais (Região Sudeste). 5.6. Estrutura do Curso 5.6.1. Metodologia A metodologia será desenvolvida de forma semipresencial com encontros presenciais e a distância a partir da interatividade do tutor com os cursistas, via internet, por meio de ambiente colaborativo Moodle, tendo o Portal Fóruns EJA Brasil, o Portal da Rede de Formação para a Diversidade e o Portal do Professor como referências para o desenvolvimento das atividades do curso. Os tutores acompanharão os cursistas que poderão formar grupos de estudo a fim de facilitar a leitura, a compreensão e a elaboração de novos textos de maneira virtual na Comunidade de Trabalho e Aprendizagem em Rede na Diversidade - CTARD, buscando concretizar uma proposta de educação apoiada na pedagogia da autonomia, como defendia o educador Paulo Freire. O curso deve propor uma metodologia fundamentada na proposta de desenvolvimento de um “per-curso” de aprendizagem. Este “per-curso“ se inicia com um diagnóstico da realidade onde os cursistas vivem; seguindo de aprofundamento teórico-conceitual das temáticas mencionadas até a conclusão com um projeto de intervenção local desenvolvido pelo cursista durante o curso. 5.6.2. Carga-Horária Nível de Aperfeiçoamento: 180 horas Nível de Extensão: Mínimo de 60 horas

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5.6.3. Módulos e Conteúdo

Sugestão de Módulo Conteúdos

Módulo 1 -Conceito de EAD -Ferramenta Moodle -Comunidade de Trabalho-Aprendizagem em Rede (CTAR)

• Ferramenta Moodle e Portais do Curso • CTAR • Ferramenta Moodle e CTAR • Avaliação do módulo

Módulo 2 - Sujeitos da EJA

• Educação de Jovens e Adultos na Diversidade • Direito de Aprender de todos e de cada um: Gênero, Raça,

Etnia, Diversidade Sexual • Temas da Atualidade: Educação Ambiental, Educação de

Idosos, Educação Especial, Educação Patrimonial • EJA como espaço facilitador de múltiplas aprendizagens

Módulo 3 - EJA

• Intersetorialidade da EJA • EJA no Brasil e no mundo a partir do contexto histórico; • A identidade do educador e do educando de Educação de

Jovens e Adultos; • Cidadania; • As relações entre sociedade/educação/escola/trabalho; • As relações fundamentais do processo de trabalho docente:

sujeito/objeto/construção de conhecimento; teoria/prática; conteúdo/forma; ensino/aprendizagem; educador/educando; educando/educando;

• Processo de construção da língua oral e escrita na alfabetização de jovens e adultos (como os alfabetizadores e alfabetizandos ensinam e aprendem);

• Mudança na vida dos sujeitos após o processo de alfabetização; Experiências em EJA

• Avaliação do Módulo

Módulo 4 - Legislação e Políticas Públicas em Educação; - Instrumentos de - Avaliação das políticas públicas de EJA

• Legislação Federal; • Desenvolvimento histórico das políticas públicas e

educacionais no Brasil;.

• A educação na ordem constitucional brasileira. • A LDB e as políticas para a EJA • A estrutura curricular didática e administrativa da EJA; • PCNs nacionais para EJA, Resoluções do CNE • EJA no Sistema Nacional de Educação: gestão, recursos e

financiamento • A formação dos profissionais da educação em EJA • Avaliação do Módulo.

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Módulo 5 - Aspectos pedagógicos da EJA;

• estratégias didático-pedagógicas para a EJA • O currículo de EJA: a proposta de ensino e aprendizagem e

registro/ avaliação da aprendizagem. • Concepções sobre alfabetização/EJA e suas respectivas

metodologias; • A prática pedagógica escolar enquanto prática social. • A organização da dinâmica da prática pedagógica: o

processo do planejamento e a formação continuada em grupo. Metodologias de formação de leitores e práticas sociais de leitura e linguagens multimídia

• Função social da leitura e da escrita da matemática e outros campos do conhecimento;

• Metodologias de formação de escritores e práticas sociais da escrita e linguagens multimídia

• Avaliação do Módulo.

Módulo 6 - EJA e o mundo do trabalho;

• Economia Solidária articulada com outras políticas públicas que tenham foco na elevação da escolaridade, alfabetização e educação de jovens e adultos;

• Mundo do trabalho e currículo de EJA • Mundo do trabalho como eixo gerador da produção de outros

conhecimentos; • Avaliação do Módulo.

Módulo 7 • Construção de um Projeto de Intervenção Local – PIL pelos

participantes, como síntese de suas aprendizagens ao longo do Curso.

- Transformando a realidade: Projeto Integrado e Participativo em Educação na Diversidade.

• Avaliação do módulo

5.6.4. Certificação Curso de Extensão. Para que o cursista obtenha o certificado do curso no nível de Extensão, deverá cursar os Módulo I, mais outro módulo que some 60 horas. Curso de Aperfeiçoamento. Para que o cursista obtenha o certificado do Curso no nível de Aperfeiçoamento poderá optar por módulos que somem 180 horas, sendo obrigatório cursar o Módulo 1, que é introdutório e se destina a apresentar o conceito de EAD; a Ferramenta Moodle; e a CTAR. O total mínimo de horas exigido será de 180 horas. Serão realizados ao menos dois seminários nos pólos, onde os participantes se reunirão para a avaliação do ”per-curso”, orientação para elaboração dos Projetos de Intervenção Local (PIL) e apresentação dos projetos, possibilitando, assim, troca de informações entre os cursistas. Curso de Especialização. Para o cursista que conclua o curso de Aperfeiçoamento e mais outros módulos, por exemplo, do Curso Básico de Educação na Diversidade e Cidadania, totalizando 360 horas, poderá solicitar certificado de Especialização. 5.6.5. Material Didático impresso e outras mídias

Os professores responsáveis pela elaboração do material didático serão denominados Professores Pesquisadores. O material proposto será composto de 7 (sete) apostilas (módulos de 1 a 7), seu conteúdo e formatação deverão ser específicos para linguagem EaD e irão relacionar teoria e prática de

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maneira integrada à plataforma utilizada. A linguagem e o projeto gráfico deverão ser concebidos para atrair e motivar os cursistas na utilização de diferentes mídias, o material permitirá interagir numa seqüência didática dos módulos. Em relação a outras mídias, seu detalhamento e integração no curso se darão simultaneamente à elaboração dos conteúdos e às possibilidades tecnológicas do ambiente virtual de aprendizagem. As apostilas serão enviadas por correio para os tutores e estes farão a distribuição aos participantes. Além das apostilas poderão ser distribuídas outras publicações da SECAD aos tutores e às bibliotecas das redes de ensino locais envolvidas.

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VI CURSO DE EDUCAÇÃO DO CAMPO 6.1. Apresentação

O Curso de Formação em Educação do Campo no âmbito do Sistema Universidade Aberta do Brasil – UAB - é um curso de formação continuada para professores, gestores e técnicos que atuam em escolas rurais, com carga horária total de 420 horas, distribuídas em 6 módulos, nesta não computado o tempo de estudo individual ou em grupo, sem assistência docente.

6.2. Contextualização

As Diretrizes Operacionais para a Educação Básica das Escolas do Campo1 foram aprovadas em 2001 pelo Conselho Nacional de Educação, e refletem um conjunto de preocupações conceituais e estruturais presentes historicamente nas reivindicações dos movimentos sociais do campo. Dentre elas, o reconhecimento e valorização da diversidade das populações do campo, a formação diferenciada de professores, a possibilidade de diferentes formas de organização da escola, a adequação dos conteúdos às peculiaridades locais, a utilização de práticas pedagógicas contextualizadas, da gestão democrática, de tempos pedagógicos diferenciados e a promoção, através da escola, do desenvolvimento sustentável e do acesso aos bens econômicos, sociais e culturais. Faz-se necessário formar profissionais para responder às especificidades do campo e atender à demanda de educação básica. Segundo dados do IBGE, em 2006, existiam 31.294 milhões de pessoas vivendo no campo. No que se refere à escolaridade, enquanto na zona urbana a população de 15 anos ou mais apresenta uma escolaridade média de 7,3 anos, na zona rural esta média corresponde a 4 anos. Esta situação requer, além de política de expansão da rede de escolas públicas que ofertem todas as etapas da educação básica no campo, a correspondente oferta de trabalho docente com formação adequada.

Desta forma, o Ministério da Educação, por intermédio da Secretaria de Educação Continuada Alfabetização e Diversidade, ao considerar as questões relativas à educação do campo e a situação desigual a que a população do campo historicamente tem sido submetida, propõe o desenvolvimento de um curso de formação continuada para os profissionais com atuação em educação do campo. O curso busca contribuir para a melhoria da qualidade do ensino oferecido nas áreas rurais brasileiras, em consonância às necessidades culturais, aos direitos sociais e à formação integral das crianças, jovens e adultos do campo - agricultores familiares, ribeirinhos, extrativistas, pescadores artesanais, assentados da reforma agrária, acampados, caiçaras, quilombolas, dentre outros.

6.3. Objetivos O objetivo é ampliar o acesso à formação continuada para profissionais com atuação na educação do campo, visando contribuir para a oferta de uma educação do campo contextualizada às realidades de suas populações, de qualidade e em conformidade com as diretrizes para as escolas do campo. A formação visa:

Promover formação teórica e prática sobre educação do campo; Oferecer formação continuada em educação do campo para o conjunto de professores,

técnicos e gestores que atuam nos sistemas públicos e nas escolas do campo;

1 Parecer 36/2001, da Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação, aprovado em 04/12/2001, e

Resolução CNE/CEB n° 1, de 3 de abril de 2002.

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Ampliar, por intermédio da EAD, o acesso às tecnologias educacionais no campo. 6.4. Público-Beneficiário

Preferencialmente professores, técnicos e gestores dos sistemas de ensino, que atuam na educação do campo. As instituições públicas devem observar o princípio constitucional de gratuidade e de igualdade de condições de acesso ao ensino (Art. 206, CF). Os projetos podem responder a toda a demanda ou a demanda regional/estadual dependendo da capacidade institucional da instituição proponente. O público a ser considerado está descrito no quadro abaixo:

. Número Descrição Cursistas Tutores

(em média 30 alunos por tutor)

Municípios Rurais

4.475 3 Gestores 13.425 447

Estados 27 Unidades Federativas

10 Técnicos 270 9

Conselhos Estaduais

27 1 Representante 27 1

Conselhos Municipais

3.000 1 Representante 3.000 100

Total 16.722 557

6.5. Abrangência

O curso pretende atingir: 1. Todas as prefeituras municipais que possuem escolas do campo que possibilitarem

algum tipo de acesso à internet banda larga, seja na própria Secretaria de Educação, em Pólos da Universidade Aberta do Brasil (UAB), Núcleos Tecnológicos de Educação (NTE) ou Pontos de Cultura com computadores disponíveis para usuários da rede de ensino durante cerca de 90 (noventa) minutos/dia;

2. Prioritariamente, em municípios de baixo IDEB e de Territórios da Cidadania; 3. Os professores, gestores e técnicos selecionados deverão estar em exercício nos

sistemas públicos estaduais ou municipais com atuação nas escolas do campo.

6.6. Estrutura do Curso

6.6.1. Metodologia

A metodologia será desenvolvida de forma semipresencial com encontros presenciais e a distância a partir da interatividade do tutor com os cursistas, via internet, na plataforma Moodle. O curso terá como portais de referência para o desenvolvimento das atividades, o portal da Rede de Educação para a Diversidade e o portal do Professor. Os tutores acompanharão os cursistas que poderão formar grupos de estudo a fim de facilitar a leitura, a compreensão e a elaboração de novos textos de maneira virtual na Comunidade de Trabalho e Aprendizagem em Rede.

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O curso estará disponível também offline via material impresso e multimídia. A metodologia do curso contemplará o desenvolvimento de um percurso individual de aprendizagem, no qual o aluno compõe a sua trajetória mediante opção pelos módulos da formação. Dessa forma, o aluno poderá qualificar-se em nível de extensão (mínimo de 60h), aperfeiçoamento (mínimo de 180h) ou especialização (360h ou mais).

6.6.2. Carga-Horária O curso poderá compor um total de 420 horas com duração média de 12 meses, sendo no mínimo 30% da carga horária de cada módulo presencial.

6.6.3. Módulos e Conteúdo A estrutura do curso compõe-se pelos seguintes módulos e sugestão de conteúdos:

Módulo Qtde Horas Sub-Módulos

*16 horas – Presenciais (EAD + Introdução à Educação do Campo)

Módulo 1 - Conceitual EAD e Ferramenta Moodle

20h

4 horas – A distância (Moodle)

Concepções e conceitos de Educação do Campo. Educação do Campo. Desenvolvimento Sustentável. Trabalho e Educação.

Características sociais, políticas e econômicas do campo brasileiro. Heterogeneidade e características sociais, políticas, econômicas e culturais das populações do campo.

Educação do Campo como direito humano no contexto da política de desenvolvimento com igualdade social.

Módulo 2 – Introdução à Educação do Campo

120h

Movimentos sociais do campo. História e lutas pela Educação do Campo (Encontros e Conferências)

Políticas de Educação do Campo (Diretrizes e Programas em andamento).

Fundamento e princípio da Educação do Campo. Trabalho como princípio educativo. Pesquisa como princípio formativo. Escola formadora do ser humano articulada com um projeto de emancipação humana.

Concepções de desenvolvimento e aprendizagem que subsidiam a educação do campo.

Organização do trabalho pedagógico, práticas pedagógicas em sala de aula e na comunidade. Práticas pedagógicas em classes multisseriadas. Planejamento e Avaliação.

Módulo 3 – Práticas Pedagógicas em Educação do Campo

120h

Organização curricular da Educação do Campo: formação por área de conhecimento e interdisciplinaridade.

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Organização da Educação Nacional. Competências e responsabilidades dos entes federados com a Educação do Campo. Conselho de Educação no âmbito dos sistemas.

Políticas de Educação do Campo (Diretrizes e Programas em andamento).

Gestão educacional: Financiamento e gestão orçamentária da educação do campo; Gestão de recursos materiais (relação da infraestrutura escolar e condições de funcionamento das escolas para a qualidade do ensino); gestão democrática; gestão pedagógica da educação escolar no campo.

Gestão de pessoas nos sistemas de ensino e nas escolas do campo: formação e valorização dos profissionais da educação na LDB e nas diretrizes e metas do PNE.

Módulo 4 – Gestão Educacional no Campo

120h

Avaliação de políticas educacionais no campo. Sistemas de Avaliação e Monitoramento da Educação do Campo.

Módulo 5 – Transformando a realidade: Projeto Integrado e Participativo da Educação no Campo

20h Construção de um projeto de intervenção local pelos participantes, trabalho de final de curso.

Módulo 6 (Presencial) 20h Seminários Locais de avaliação ao longo do curso

Total 360h

O módulo 2 é pré-requisito para os outros módulos. Os tempos presenciais deverão ocorrer durante todo o curso, como espaço de reflexão sobre os conteúdos e elaboração de projetos de pesquisa a serem desenvolvidos nas escolas. Os módulos 5 e 6 serão realizados com o objetivo de orientar os projetos de intervenção local (trabalho de final de curso) e a avaliação dos educandos. 6.6.4. Certificação

O cursista deverá se qualificar para a formação em nível de extensão, aperfeiçoamento ou especialização, segundo a legislação e normas vigentes. O cursista poderá compor a sua trajetória individual de aprendizagem escolhendo os módulos de focalização—Introdução à Educação do Campo; Práticas Pedagógicas ou Gestão Educacional—, de 100 h, complementando a carga-horária com os módulos obrigatórios 1, 5 e 6. Desse modo, o cursista poderá qualificar-se para o recebimento de certificados de aperfeiçoamento em Educação do Campo nas áreas de Introdução à Educação do Campo; Práticas Pedagógicas ou Gestão Educacional.

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O cursista poderá completar a carga-horária mínima de 360h de modo a, se portador de curso superior, pleitear certificado de especialização em Educação do Campo. Para os cursistas sem formação superior que concluírem com sucesso o mínimo de 60h de formação, deverá ser concebido certificado de extensão.

6.6.5. Material Didático Impresso e outras mídias

Os professores responsáveis pela elaboração do material didático serão denominados Professores-Pesquisadores. O material proposto será composto de 7 (sete) apostilas (módulos 1 a 7). Seu conteúdo e formatação deverão ser específicos para linguagem EaD e relacionar teoria e prática de maneira integrada à plataforma utilizada. A linguagem e o projeto gráfico deverão ser concebidos para atrair e motivar os cursistas na utilização de diferentes mídias, seguindo o padrão da Rede de Educação para a Diversidade. Em relação a outras mídias, o material deve integrar os recursos das tecnologias educacionais (imagens, sons, clips, etc) e seu detalhamento e integração no curso se darão simultaneamente à elaboração dos conteúdos e às possibilidades tecnológicas do ambiente virtual de aprendizagem.

As apostilas serão enviadas por correio para os tutores e estes farão a distribuição aos participantes. Além das apostilas poderão ser distribuídas outras publicações da Secad aos tutores e às bibliotecas das redes de ensino locais envolvidas.

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VII CURSO DE EDUCAÇÃO PARA AS RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS 7.1. Apresentação O Curso de Educação para as Relações Étnico-Raciais visa qualificar os profissionais da educação para atender às determinações das Leis N. 11.645/2008, Lei N. 10639/2003 e Lei N. 9394/1996 para incluir no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena”. É um curso de formação continuada de professores de educação básica, com carga horária de 180h distribuído em módulos. Ofertado na modalidade a distância por meio do sistema da Universidade Aberta do Brasil, o curso possui 40h presenciais e 140h a distância, e visa formar professores e profissionais da educação capazes de compreender os temas da educação ambiental e introduzi-los transversalmente na prática pedagógica da escola. A duração média prevista é de 5 (cinco) meses.

7.2. Contextualização Na última década, o debate sobre a dinâmica das relações raciais na sociedade brasileira e as ações afirmativas tem se ampliado na esfera pública. Nesse sentido, o momento atual mostra-se promissor para redimensionar as ações voltadas à superação das desigualdades entre negros/as e brancos/as e potencializar um comprometimento manifesto do Estado brasileiro, que é signatário, desde 1968, de vários tratados e convenções internacionais voltadas para o enfrentamento e a eliminação da discriminação racial.12

Os indicadores educacionais, em particular, expõem com nitidez a intensidade e o caráter estrutural do padrão de discriminação racial no Brasil. Ao longo do século XX observa-se um contínuo aumento dos níveis de escolaridade média dos brasileiros(as), no entanto a diferença de escolaridade média entre brancos/as e negros/as se mantem perversamente estável entre as gerações. De acordo com os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (IBGE, 2000), a escolaridade média de um jovem negro com 25 anos de idade gira em torno de 6,1 anos de estudo; um jovem branco da mesma idade tem cerca de 8,4 anos de estudo. O diferencial é de 2,3 anos. Apesar da escolaridade de brancos e negros crescer de forma contínua ao longo do século, a diferença de 2,3 anos de estudo entre jovens brancos e negros de 25 anos de idade é a mesma observada entre os pais desses jovens. E, de forma assustadoramente natural, 2,3 anos de estudo é a diferença entre os avós desses jovens. A ausência da cultura afro-brasileira, africana e indígena nos currículos escolares marca seu comprometimento com uma cultura e ideologia homogeinizadora, que tem historicamente negado e/ou reprimido os valores e as tradições dos afro-brasileiros e dos demais grupos discriminados da sociedade brasileira. É uma engrenagem a serviço da manutenção das estruturas vigentes, constituindo-se, desse modo, em um terreno fértil para que os/as estudantes brancos/as, negros/as e indígenas, homens e mulheres, adultos e crianças reforcem preconceitos e ideologias racistas adquiridos na escola e em outras instituições socializadoras, como a família. No intuito de trabalhar para a concretização de ações voltadas à superação das desigualdades entre negros e brancos, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB 9394/96) foi alterada pela Lei 10.639/2003 e Lei N. 9394/1996 que instituiu como obrigatórios o ensino da história e cultura

2 Os Tratados de Direitos Humanos garantem direitos aos indivíduos; estabelecem as obrigações do Estado em relação

aos direitos; criam mecanismos para monitorar a observância dos Estados em relação às suas obrigações e permitem que os indivíduos busquem compensações pela violação dos seus direitos. O Brasil é signatário da Declaração Universal dos Direitos Humanos, Convenção da ONU sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial (l968), Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos (1966), Convenção III da OIT sobre Discriminação no Emprego e na Profissão (1968) e, mais recentemente, da Carta da III Conferência Mundial Contra o Racismo, a Discriminação Racial, Xenofobia e Intolerâncias Correlatas (2001).

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da África, dos afro-brasileiros e dos indígenas, reforçando a função da escola de promover o respeito e a valorização da diversidade brasileira. A formação continuada, objeto dessa proposta, visa capacitar professores e gestores da rede de ensino de educação básica brasileira para atender as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o ensino de História e Cultura Afro-Brasileira, contidos no Parecer 003/2004 elaborados pelo CNE, que regulamenta a alteração trazida pela Lei 10639/2003 à Lei 9394/1996, nos seus artigos 26, 26A e 79B. O citado Parecer 003/2004 buscou traçar orientações curriculares nacionais para os diversos níveis da educação brasileira. A pluralidade cultural é um dos temas transversais sugeridos por esse material, que representou, à época, uma tentativa de evidenciar as diferenças culturais e raciais, com a perspectiva de integrá-las ao currículo, dialogando com as antigas reivindicações do movimento negro. Segundo o decreto 2494/98 a Educação a distância é uma forma de ensino que possibilita a auto-aprendizagem, com a mediação de recursos didáticos sistematicamente organizados, apresentados em diferentes suportes de informação, utilizados isoladamente ou combinados, e veiculados pelos diversos meios de comunicação. O aprendizado em EaD envolve comprometimento, argumentação e busca. Vale ressaltar que é preciso ter continuidade nesse tipo de aperfeiçoamento, ocorrendo dessa forma a agregação de novos conteúdos, o que leva a uma atualização dos professores. A EaD apresenta algumas vantagens organizacionais, tais como:

• o aumento da capacidade de vagas para atender a um número muito maior de pessoas, • rapidez na atualização de currículos para atender a uma demanda crescente de novos

conhecimentos e tecnologias, • redução na alocação de recursos financeiros.

Para os cursistas também existem algumas vantagens em oferecer cursos de formação de professores na modalidade EaD, pois este possui um processo de aprendizagem mais flexível, onde o cursista pode estudar em sua própria casa ou na própria escola que leciona. O curso EaD também possibilita maior interação com colegas de outras cidades e estados do país por meio da viabilização de redes de professores que discutem os temas estudados. Devemos levar ainda em consideração, o tamanho da demanda por esse tipo de formação que só poderá ser atendida com a conjunção de várias metodologias e estratégias de formação. A modalidade EaD apresenta um potencial enorme estimado de atendimento à 70% da demanda nacional.

7.3. Objetivos Realizar formação continuada a distância para capacitação de professores e gestores em educação da rede de educação básica brasileira, para atendimento das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o ensino de História e Cultura Afro-Brasileira. Essa formação visa:

• Introduzir e aprofundar a discussão da temática da Educação para as Relações Étnico-Raciais (ERER);

• Capacitar gestores e professores nos conteúdos das Diretrizes Curriculares Nacionais para o ensino de História e Cultura Afro-Brasileira.

• Qualificar gestores para incluir a temática das relações étnico-raciais (cultura afro-brasileira e indígena) nos programas de formação da educação estadual;

• Qualificar gestores e professores para inclusão da temática nos projetos político-pedagógicos das escolas;

• Proporcionar a inclusão digital de gestores, professores e jovens.

7.4. Público-Beneficiário

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Preferencialmente, 2000 gestores e potencialmente 160 mil (cento e sessenta mil) professores do Ensino Fundamental (1a a 9a séries e ensino médio) das redes de ensino, e outros públicos interessados. As instituições públicas devem observar o princípio constitucional de gratuidade e de igualdade de condições de acesso ao ensino (Art. 206, CF).

7.5. Abrangência O curso pretende atingir gestores das secretarias estaduais e municipais (109 maiores municípios brasileiros e os prioritários do IDEB) e de no mínimo 3 (três) professores de cada escola selecionada de acordo com as seguintes condições: • Escolas cujos entes federados tenham manifestado adesão ao “Compromisso Todos pela Educação”. • 60% do total das escolas devem estar localizadas na capital e 40% no interior, prioritariamente, em municípios de baixo IDEB (olhar Quadro 2). Os professores selecionados deverão ter algum tipo de acesso à internet banda larga, seja na própria escola, em Pólos da Universidade Aberta do Brasil (UAB), Núcleos Tecnológicos de Educação (NTE) ou Pontos de Cultura com computadores disponíveis para usuários da rede de ensino durante cerca de 90 (noventa) minutos/dia (ver Quadro 2). Essas condições foram colocadas para que se pudessem priorizar aquelas escolas que estão participando do Plano de Ações Articuladas. A definição de matrícula de três profissionais da educação por escola visa criar um grupo de trabalho em cada escola que possa ativamente participar da Comunidade de Aprendizagem do curso e estabelecer mecanismos para disseminação e integração da escola como um todo no processo de aprendizagem das temáticas da ERER. 7.6. Estrutura do Curso

7.6.1. Carga horária O curso está planejado para ter um total de 180 horas, sendo 40 horas presencias e 140 horas na modalidade EaD com duração média de 5 meses numa distribuição de 36 horas-aula/mês que resulta numa dedicação média de 90 minutos/dia. A estrutura do curso é divida com os seguintes módulos:

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7.6.2. Módulos e Conteúdo

Módulo Qtde Horas Sub-Módulos/Conteúdos

Módulo 1 - Conceitual EAD e

Ferramenta Moodle 20 horas

• 8 horas – Presencial (Moodle) • 8 horas – Presenciais (EAD + ERER-A Lei 10639

e a diversidade na escola brasileira) • 4 horas – A distância EAD + ERER-A Lei 10639 e

a diversidade na escola brasileira)

Módulo 2 - Introdução

Conceitual para a ERER

48 horas

• 16 horas - A LDB, Lei 10639/03, a Lei N. 9394/1996, o Parecer 03/2004 e a Resolução 01/2004 do CNE; Discriminação, preconceito racial e comportamento social;

• 16 horas – Histórico do Movimento Negro no Brasil; Da declaração de Durban até a Lei 10639/03; A divida social do Brasil para com o Negro após o 13 de maio;

• 16 horas - Relações Raciais na Escola: Currículo e responsabilidades; Fiscalizando a tv, o livro didático e escola: a mensagem oculta do racismo;

Módulo 3 – O Ensino da

História da África em debate.

48 horas

• 12 horas – A África como berço da humanidade. • 12 horas – A Geografia Africana: diversidade

regional e correntes migratórias. • 12 horas – A presença mulçumana e européia no

continente: aspectos gerais. • 12 horas – Presencial (Avaliação Formativa)

Módulo 4 – História e Cultura

Afro-brasileira 48 horas

• 16 horas - A participação africana e indígena na formação cultural brasileira.

• 16 horas - A escravidão brasileira e a resistência negra: os quilombos e a regionalidade;

• 16 horas -: O papel dos africanos e indígenas na construção socioeconômica do Brasil;

Módulo 5 – Avaliação

(Presencial) • Seminários Locais presenciais realizados nos

pólos regionais. 16 horas

TOTAL 180 horas (48 h presenciais e 136 horas a distância)

Os Seminários Locais para Avaliação – Módulo 5 – serão realizados nos pólos onde os participantes se reunirão para a apresentação de projetos desenvolvidos nas escolas, que devem ser em forma de planos de curso, atividades interdisciplinares, os planos de unidades temáticas. Esses seminários devem possibilitar a troca de informações entre os projetos desenvolvidos. Além da avaliação dos participantes, será realizada uma avaliação de resultado, quando será aplicado um questionário para verificar o grau de satisfação e aceitabilidade do cursista em relação ao curso. 7.6.3. Construção dos Conteúdos Os conteúdos dos blocos serão discutidos juntamente com Instituições Superiores de Ensino parceiras, a Seed e a Secad em um seminário de desenvolvimento do curso a distância que

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chamaremos de Seminário da Rede de Educação para a Diversidade com número de participantes definidos a partir de:

• 02 profissionais da IES selecionada; • 01 profissional da área de Educação para as relações étnico-raciais de cada uma das IES

parceiras, 1 (um) profissional da área tecnológica e os demais integrantes da equipe de coordenação da SECAD.

A proposta é trabalhar com as IES parceiras, sendo prioritariamente selecionadas IES para representar as regiões do país, quando possível. Nesse seminário, pretende-se:

• Abordar os parâmetros conceituais e temas geradores (comum para todo o território nacional) para elaboração dos conteúdos, assim como os temas específicos por região;

• Definir o formato das apostilas EaD; • Conhecer a plataforma Moodle e os instrumentos pedagógicos que podem ser inseridos; • Discutir os critérios de seleção de tutores e coordenadores; • Planejar o seminário de formação dos tutores; • Validar os municípios escolhidos, a escola como unidade de análise e planejar uma

comunicação oficial para todos os diretores; • Definir os critérios para escolha dos cursistas (professores e gestores); • Definir um sistema de monitoramento e avaliação único para todos os estados.

7.6.4. Material Impresso e Outras Mídias

Os professores responsáveis pela elaboração do material didático serão denominados de Professores Pesquisadores. Num total de 5 (cinco) apostilas (módulos de 1 a 5 ), seu conteúdo e formatação são específicos para linguagem EaD e irão relacionar teoria e prática de maneira integrada à plataforma utilizada. A linguagem e o projeto gráfico serão concebidos para atrair e motivar o aluno e, na utilização de diferentes mídias, o material permite interagir numa seqüência didática dos módulos. Em relação a outras mídias, seu detalhamento e integração no curso se darão simultaneamente à elaboração dos conteúdos e às possibilidades tecnológicas do ambiente virtual de aprendizagem. As apostilas serão enviadas por correio para os tutores e estes farão a distribuição aos participantes. Além das apostilas, poderão ser distribuídas outras publicações da SECAD, aos tutores e às bibliotecas das escolas envolvidas, funcionando como complementares ao curso e servindo de referências para trabalhar os conteúdos.

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VIII CURSO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL 8.1. Apresentação O Curso de Educação Ambiental é um curso de formação continuada de professores de educação básica, com carga horária de 180h distribuído em módulos. Ofertado na modalidade a distância por meio do sistema da Universidade Aberta do Brasil, o curso possui 40h presenciais, e visa formar professores e profissionais da educação capazes de compreender os temas da educação ambiental e introduzi-los transversalmente na prática pedagógica da escola. 8.2. Contextualização O programa Vamos Cuidar do Brasil com as Escolas é a política de Educação Ambiental do Ministério da Educação implementada pela Coordenação-Geral de Educação Ambiental da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (CGEA/DEDC/SECAD). Iniciada em 2004, essa política parte de uma visão sistêmica baseada em um círculo virtuoso que contém quatro ações estruturantes para Educação Ambiental numa perspectiva de prática pedagógica integrada, contínua, permanente e transversal a todas as disciplinas, nas diversas modalidades de ensino, conforme figura abaixo.

Coletivos Jovens Ações transformadoras Protagonismo juvenil Com-Vidas

Tecnologias Inclusão Digital

Iniciação Científica

Presencial: Formação Continuada Material didático

Difusa: II CNIJMA Conferências na Escolas Mobilização

Esse processo começou em 2003 com a I Conferência Nacional Infanto-Juvenil para o Meio Ambiente (CNIJMA) coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente em parceria com o Ministério da Educação, considerado o início das ações dessa política. Como ação difusa, a I CNJMA teve como público preferencial alunos do segundo ciclo do Ensino Fundamental e jovens de movimentos sociais de meio ambiente. Em 2004, a nova gestão da CGEA deu continuidade a este percurso retribuindo às escolas que participaram da I CNIJMA um curso de formação continuada para professores e alunos, numa abordagem de Educação Formativa na modalidade presencial. Nesses cursos, foram focadas as estratégias estrurantes dessa política como a formação de Comissões de

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Meio Ambiente e Qualidade de Vida (Com-Vidas) nas escolas, exercícios de elaboração de projetos de trabalho com temas socioambientais nas escolas que agreguem a comunidade e uma linha de fomento para implantar projetos com estas características denominado Projeto Chico Mendes. Além de adensar conteúdos, o sistema de Educação Ambiental prevê a inserção tecnológica de alunos e professores, sendo designado aos primeiros o programa Ciências de Pés no Chão e aos segundos, a formação na modalidade de Educação a Distância (EaD). Entre 2004 e 2005, O Processo Formativo do Programa Vamos Cuidar do Brasil com as Escolas, formou cerca de 2.686 (dois mil seiscentos e oitenta e seis) profissionais de secretarias de Educação estaduais (SEDUCs) e municipais (SEMEDs), ONGs, universidades, coletivos jovens (CJ) e do Sistema Nacional de Meio Ambiente (SISNAMA). Para trabalhar com professores de 4.000 (quatro mil) municípios de todos os estados, regiões, biomas e estratos sociais do País, foi adotado o livro Consumo Sustentável: manual de educação3, sendo um programa interdisciplinar e transversal em relação ao currículo escolar. Para trabalhar com os alunos, os jovens formadores dos coletivos jovens (CJ) utilizaram a publicação Formando Com-vida e Construindo a Agenda 214, praticando a metodologia de Oficinas de Futuro para a construção da Comissão de Meio Ambiente e Qualidade de Vida (Com-Vida). Em 2005, estas escolas foram estimuladas a participar do processo da II CNIJMA e do Projeto Chico Mendes. Neste ano, dando continuidade ao percurso do círculo virtuoso, foi introduzida uma nova edição da formação continuada de professores e alunos, ao mesmo tempo em que se prepara a III CNIJMA de 2008, agora no âmbito da Rede de Educação para a Diversidade. A Rede de Educação para a Diversidade é uma iniciativa do Ministério da Educação que visa criar uma rede nacional de instituições de educação superior dedicadas à disseminação dos temas da diversidade nas redes de ensino públicas e privadas de educação básica no País por meio de formação inicial e continuada pelos cursos do Sistema Universidade Aberta do Brasil – UAB. A Formação Continuada de Professores, quando proposta regional e desenvolvida conjuntamente por grupos diversificados da sociedade, como Organizações Não-Governamentais (ONGs), universidades e secretarias de educação, empodera os atores sociais, fortalecendo, assim, políticas locais de educação ambiental (Trajber, R. & Sorrentino, M, 2007). Com o apoio de uma educação ambiental crítica, participativa e emancipatória, possibilitamos o empoderamento das comunidades locais e propiciamos também subsídios para o sempre falado, mas tão difícil, exercício da transversalidade, da inter e transdisciplinaridade, das questões ambientais nas disciplinas escolares. Pode-se assim gerar uma atitude responsável e comprometida da comunidade escolar com as questões socioambientais locais e globais, bem como enfatizar a melhoria da relação ensino-aprendizagem. Com esse processo em mente é que se detalha neste documento as diretrizes do curso de formação em Educação Ambiental para professores e outros profissionais da educação que nesse ano será na modalidade à distância (EaD). Segundo Wickert (2004), a EaD apresenta maneiras próprias de execução, porém obedece à concepção geral de educação que se transforma à medida que se modificam as visões humanas no mundo. Com esse tipo de metodologia educacional, atende-se um maior número de professores que se encontram distantes geográfica e temporalmente, além de também responder às demandas de um novo perfil de professor que exige modificações no ambiente educacional. Segundo o decreto n. 2494/98, a Educação a distância é uma forma de ensino que possibilita a auto-aprendizagem, com a mediação de recursos didáticos sistematicamente organizados, apresentados em diferentes suportes de informação, utilizados isoladamente ou combinados, e veiculados pelos diversos meios de comunicação. O aprendizado em EaD envolve comprometimento, argumentação e busca. Vale ressaltar que é preciso ter continuidade nesse tipo

3 Consumo Sustentável: Manual de Educação. Brasília: Consumers International/ MEC/MMA/Idec. 2005, 160p. 4 Maiores informações acesse o sítio do Ministério da Educação – www.mec.gov.br – Seção de Educação Ambiental.

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de aperfeiçoamento, ocorrendo dessa forma a agregação de novos conteúdos, o que leva a uma atualização dos professores. A EaD apresenta algumas vantagens organizacionais, tais como: • o aumento da capacidade de vagas para atender a um número muito maior de pessoas; • rapidez na atualização de currículos para atender a uma demanda crescente de novos conhecimentos e tecnologias; • redução na alocação de recursos financeiros; • Já para os cursistas existem algumas vantagens em oferecer cursos de formação de professores na modalidade EaD; • processo de aprendizagem é mais flexível; • o cursista pode estudar em sua própria casa ou na própria escola que leciona; • maior interação com colegas de outras cidades e estados do país. Mesmo sendo um curso a distância, não será possível atingir todos os professores do quadro, sendo dessa forma interessante que o curso de educação ambiental constitua parte dos cursos da Rede de Formação para a Diversidade possibilitanto, assim, sua replicação em outras oportunidades para que mais professores possam estar participando desse tipo de formação em Educação Ambiental. 8.3. Objetivos

Realizar uma formação continuada em Educação Ambiental para professores do segundo ciclo do Ensino Fundamental (5a a 8a séries) e outros profissionais de educação. Essa formação visa:

• Adensar conteúdos de Educação Ambiental; • Proporcionar a inclusão digital de professores e jovens; • Estimular as escolas para participar das estratégias estruturantes das políticas de

educação ambiental do MEC (III CNIJMA e Projeto Chico Mendes). 8.4. Público-Beneficiário

• Formação de 10.800 (dez mil e oitocentos) professores do segundo ciclo do Ensino Fundamental (5a a 8a séries) da rede pública estadual e municipal em 4.000 (quatro mil) escolas e 1200 (hum mil e duzentos) outros professores e profissionais da educação da demanda social; • outros públicos interessados. As instituições públicas devem observar o princípio constitucional de gratuidade e de igualdade de condições de acesso ao ensino (Art. 206, CF). 8.5. Abrangência O curso pretende atingir entre 2 (dois) e 3 (três) professores de cada uma das 4.000 (quatro mil) escolas que tenham o segundo ciclo do Ensino Fundamental completo de acordo com as seguintes condições: • Escolas cujos entes federados tenham manifestado adesão ao “Compromisso Todos pela Educação”; • 40% do total das escolas devem estar localizadas na capital e 60% no interior, prioritariamente, em municípios de baixo IDEB (olhar Quadro 2); Os professores selecionados deverão ter algum tipo de acesso à internet banda larga, seja na própria escola, em Pólos da Universidade Aberta do Brasil (UAB), Núcleos Tecnológicos de Educação (NTE) ou Pontos de Cultura com computadores disponíveis para usuários da rede de ensino durante cerca de 90 (noventa) minutos/dia (olhar Quadro 2).

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Essas condições foram colocadas para que se pudesse priorizar aquelas escolas que estão participando do Plano de Ações Articuladas do Ministério da Educação. 8.6. Estrutura do Curso 8.6.1. Carga horária O curso está planejado para ter um total de 180 horas, sendo 40 horas presencias e 140 horas na modalidade EaD com duração média de 5 meses numa distribuição de 36 horas-aula/mês que resulta numa dedicação média de 90 minutos/dia. O curso deverá conferir um certificado de aperfeiçoamento em educação ambiental para participantes portadores de diploma de ensino superior, e certificado de extensão para participantes com nível médio completo. A estrutura do curso é divida com os seguintes módulos:

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8.6.2. Estrutura Sugestiva para os Módulos

Módulo Quantidade de Horas

Sub-Módulos

16 horas – Presenciais (EAD + EA) Módulo 1 - Conceitual EAD e Ferramenta Moodle

24 horas

8 horas – A distância (Moodle)

16 horas – Políticas estruturantes de Educação Ambiental

16 horas – Um olhar sobre a Educação Ambiental no Brasil

Módulo 2 - Educação Ambiental

48 horas

16 horas – Biomas e Bacias e Cultura: Contextualização Regional em Educação Ambiental

12 horas – Água

12 horas – Mudanças climáticas

12 horas – Biodiversidade

Módulo 3 - Temas Geradores Mudanças Ambientais Globais

48 horas

12 horas – Energia e Mobilidade

Módulo 4 44 horas Módulo 4 – A Módulo 4 – B Projetos de Pesquisa Coletivos Jovens

Módulo 5 – Avaliação (Presencial)

Seminários Locais 16 horas

Os Seminários Locais para Avaliação – Módulo 5 serão realizados nos pólos onde os participantes se reunirão para a apresentação dos projetos desenvolvidos nas escolas. Esses seminários devem possibilitar a troca de informações, por exemplo, entre os projetos de Conferência na Escola. Além da avaliação dos participantes, será realizada uma avaliação de resultado, quando será aplicado um questionário para verificar o grau de satisfação e aceitabilidade do cursista em relação ao curso. 8.6.3. Construção dos conteúdos Os conteúdos dos blocos serão construídos juntamente com Instituições Superiores de Ensino Federais (IFES) parceiras e a SECAD em um seminário que chamaremos de Seminário da Rede de Educação: Criação Temática e Tutorial com 40 (quarenta) participantes, sendo 3 (três) profissionais da área de Educação Ambiental de cada uma das IES parceiras, 1 (um) profissional da área tecnológica e os demais integrantes da equipe de coordenação da SECAD. A proposta é trabalhar com 7 (sete) IES parceiras, sendo duas delas responsáveis pela região Norte, duas pela região Nordeste e uma IES responsável por cada uma das demais regiões do país . A distribuição das IES pelos estados conforme pode ser observado no quadro a seguir:

Neste item, prevê-se que cada universidade desenvolverá um conteúdo específico tratando da problemática ambiental em sua região. Dessa forma, serão 7 tópicos onde o cursista poderá se matricular na sua região e ainda escolher uma outra no Ambiente Virtual de Aprendizagem. Os Seminários Locais serão presenciais e divididos por pólos regionais.

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Quadro 2. Divisão dos estados, número de escolas, cursistas e tutores.

IES Estados

Nº de Escolas

por Estado

Nº de escola

nas capitais (40%)

Nº de escola no

interior (60%)

Nº de cursistas

Nº de Tutores

AC 39 11 17

RR 22 7 11

RO 46 18 27 651 22

AP 17 7 10

IFES Norte

AM 109 44 65 MA 300 120 180 PA 195 78 117 IFES Norte

PI 128 51 77

1869 63

CE 332 132 200

RN 77 31 46 IFES Nordeste

PB 80 32 48

1467 49

PE 143 57 86 AL 53 32 21 SE 45 18 27 BA 300 120 180

1623 54 IFES Nordeste

ES 60 20 40 MG 364 145 219

IFES Sudeste SP 429 172 257

RJ 183 73 110

3108 104

GO 137 55 82

DF 17 17 0

MT 122 49 73 IFES

TO 56 22 34

996 33 Centro-oeste

MS 57 22 35

IFES Sul PR 159 63 96 SC 145 58 87 RS 392 157 235

2259 75

3991 1611 2380 11.973 400

Nesse seminário pretende-se:

• abordar os parâmetros para elaboração dos conteúdos: o conceituais e temas geradores (comum para todo o território nacional) o temas específicos por região onde entram as discussões dos biomas, bacias

hidrográficas e culturas. • definir o formato das apostilas EaD;

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• conhecer a plataforma Moodle e os instrumentos pedagógicos que podem ser inseridos; • discutir os critérios de seleção de tutores; • planejar o seminário de formação dos tutores; • validar os municípios escolhidos, a escola como unidade de análise e planejar uma

comunicação oficial para todos os diretores; • definir os critérios para escolha dos cursistas (professores e jovens); • definir um sistema de monitoramento e avaliação único para todos os estados.

8.6.4. Material impresso e outras mídias As IES serão responsáveis pela elaboração do material didático.Num total de 4 (quatro) apostilas (módulos de 1 a 4 ), seu conteúdo e formatação são específicos para linguagem EaD e irão relacionar teoria e prática de maneira integrada à plataforma utilizada. A linguagem e o projeto gráfico foram concebidos para atrair e motivar o aluno e, na utilização de diferentes mídias, o material permite interagir numa seqüência didática dos módulos. Em relação a outras mídias, seu detalhamento e integração no curso se darão simultaneamente à elaboração dos conteúdos e às possibilidades tecnológicas do ambiente virtual de aprendizagem. As apostilas serão enviadas pelo correio para os tutores e estes farão a distribuição aos participantes (professores da rede pública e membros dos Coletivos Jovens). Além das apostilas, poderão ser distribuídas outras publicações da SECAD, aos tutores e às bibliotecas das escolas envolvidas, como:

• Formando Com-Vida - Construindo Agenda 21 na Escola. • Passo a Passo para a Conferência de Meio Ambiente na Escola: vivendo a diversidade na

escola. • Mudanças ambientais globais.

Estas publicações serão complementares ao curso e servirão de referências bibliográficas para trabalhar os conteúdos. 8.7. Referências Brasil, Decreto N. 2.494, de 10 de fevereiro de 1998. Mello. S. S. & Mendonça, P. R. Avaliação final das ações de educação ambiental na Floresta

Nacional dos Tapajós. Programa piloto para a proteção das florestas tropicais do Brasil. Projeto de apoio ao manejo florestal sustentável na Amazônia – Promanejo Cooperação técnica alemã – GTZ Componente IV/ IBAMA 2007.

Trajber R. & Sorrentino, M. Políticas de Educação Ambiental do Órgão Gestor Vamos cuidar do

Brasil : conceitos e práticas em educação ambiental. Coordenação: Soraia Silva de Mello, Rachel Trajber. – Brasília: Ministério da Educação, Coordenação Geral de Educação Ambiental: Ministério do Meio Ambiente, Diretoria de Educação Ambiental: UNESCO, 2007.

Wickert, M. L. S. o Futuro da Educação a Distância no Brasil. Pós-graduação em Educação a

Distância. CEAD/UnB. 2004 Universidade Aberta do Brasil - UAB. Disponível em: http://www.uab.mec.gov.br/cursopiloto.php.

Acesso em: 15 de outubro de 2007.

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IX CURSO DE EDUCAÇÃO INTEGRAL E INTEGRADA 9.1. Apresentação O Curso de Educação Integral e Integrada é um curso de formação continuada de professores de educação básica, composto de dois ciclos de formação, com carga horária total de 220h. O ciclo principal é composto de 180h e abrange a temática da educação integral e integrada. O ciclo complementar opcional de 80h proporciona uma formação específica para os conteúdos e instrumentos de políticas dos Programas Mais Educação e Programa Saúde na Escola, ambos parte integrante da concepção de educação integral e integrada. Ofertado na modalidade a distância por meio do sistema da Universidade Aberta do Brasil, o curso é semipresencial com atividades desenvolvidas nos pólos de apoio presenciais da UAB, visa formar professores e profissionais da educação capazes de compreender e implementar programas de educação integral e integrada nas práticas pedagógicas das escolas de educação básica no País. 9.2. Contextualização Um dos desafios contemporâneos da educação brasileira é a ampliação do tempo, dos territórios e das oportunidades educacionais nas escolas para garantir e qualificar a aprendizagem dos alunos na perspectiva da Educação Integral/Integrada. Neste sentido, as atividades para além das 4 horas diárias previstas no ensino regular devem articular com o projeto pedagógico das escolas e atender aos múltiplos aspectos da educação integral, tais como as ações complementares à escola, ações comunitárias, arte e educação, esporte e educação, atendimento individualizado a cada aluno, atendimento a crianças em situação de risco, entre outras. A Constituição Federal (Art. 208, Art. 227 e Art. 228) assegura a obrigatoriedade do ensino fundamental e gratuito e a Lei 9.394/96, Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), determina a obrigatoriedade do ensino fundamental gratuito e o aumento progressivo da jornada escolar para o regime de tempo integral (artigos 34 e 87): “A jornada escolar no ensino fundamental incluirá pelo menos quatro horas de trabalho efetivo em sala de aula, sendo progressivamente ampliado o período de permanência na escola. [...] § 2º. O ensino fundamental será ministrado progressivamente em tempo integral, a critério dos sistemas de ensino”; ao mesmo tempo que reconhece e valoriza iniciativas de instituições que desenvolvem, em conjunto com as escolas, experiências extra-escolares (LDB, art. 3, item 10) e também o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA, julho de 1990) que enfatiza de forma exemplar o direito da criança e do adolescente à proteção e desenvolvimento integral. O ensino em dois turnos também integra as ações previstas no Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), o qual prevê que a formação do estudante seja feita, além da escola, com a participação da família e da comunidade. O PDE tem cerca de 30 ações, que se subdividem em mais de 72 atividades, todas voltadas à melhoria da qualidade da educação básica. O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, sancionou, em junho, a Lei nº 11.494/2007, que regulamenta o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb). O novo fundo atende toda a educação básica, da creche ao ensino médio. Está em vigor desde janeiro de 2007 e se estenderá até 2021. O Fundeb substitui o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do ensino fundamental e de Valorização do Magistério (Fundef), que vigorou durante dez anos (1997-2006). Esse Fundo garante um aporte de recursos para sistemas de ensino que implementem a educação em tempo integral. Para o ensino fundamental em tempo integral, o sistema receberá 25% a mais de recursos do que receberia para o ensino fundamental regular, e 30% a mais para o ensino médio em tempo integral.

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Outro marco legal para a implementação de ações no âmbito da educação integral encontra-se na Portaria Normativa Interministerial nº 17 (abril, 2007), a qual instituiu o Programa Mais Educação com o objetivo de fomentar a educação integral de crianças, adolescentes e jovens, por meio de atividades articuladas ao projeto de aprendizagem desenvolvido pela escola nas áreas de educação ambiental, esportes, cultura e lazer, congregando ações conjuntas dos ministérios da Educação (MEC), Cultura (MinC), Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), Esporte (ME) e Ciência e Tecnologia (MCT). No panorama internacional, pode-se dizer que, até o momento, não há um consenso formado em torno do conceito e da noção de “educação integral”. A nomenclatura “educação integral” é pouco utilizada para se referir a uma nova concepção educacional. Comumente utilizada por pensadores (educadores, filósofos, psicólogos, sociólogos e antropólogos) de uma maneira generalizada, a “educação integral” ora se refere à integração dos saberes em seus diferentes aspectos e abordagens, destacando a questão política e social da educação, ora compreendendo as concepções morais e filosóficas da integralidade holística do ser humano. A idéia de “integralidade” na educação em seus aspectos políticos, sociais e culturais talvez seja a de maior influência nos países da América Latina. No Brasil, a formulação de uma concepção sobre a educação integral acontece desde o início do século XX, como conseqüência de uma reestruturação da escola para responder aos desafios da sociedade moderna e democrática. A esperada reformulação da escola está associada à valorização de atividades e experiências voltadas para a reflexão sobre a estrutura política, econômica e social de sua comunidade local e, ao mesmo tempo, cada vez mais globalizada. A idéia de escola integral está intimamente associada à formulação de uma escola de tempo integral. As primeiras propostas de escola de tempo integral foram aquelas de Anísio Teixeira e de outros educadores de sua geração, especialmente nas décadas de 1950 e 1960. Na década de 1980 a discussão em torno do tema é reacendida a partir da implantação dos CIEPs (Centros Integrados de Educação Pública) no estado do Rio de Janeiro. O conceito tradicional encontrado para a educação integral considera o sujeito em sua condição multidimensional, não apenas na sua dimensão cognitiva, como também na compreensão de um sujeito em sua dimensão biopsicossocial, isto é, que é um ser corpóreo e está inserido num contexto de relações político-sociais e ambientais. A aprendizagem acontece ao longo de toda a vida em diferentes contextos: na família, na escola, na cidade; em espaços formais e informais. Falar sobre uma escola de tempo integral implica considerar a questão da variável tempo, com relação à ampliação da jornada escolar, e a variável espaço, na perspectiva da relação da escola com outras instituições, equipamentos públicos e políticas sociais para a construção de territórios educadores para além dos muros escolares. No entanto, é preciso entender, também, que tempo e espaços escolares devem ser pensados com novas oportunidades para a aprendizagem e a reapropriação de espaços de sociabilidade e comunicação com a comunidade local, regional e global. Dessa forma, a educação integral também responde aos objetivos gerais da Educação para os Direitos Humanos e Cidadania, estes voltados à melhoria da qualidade de ensino visando a preparação dos jovens para a inclusão social e o respeito à diversidade e à democracia. 9.3. Objetivos O curso objetiva formar gestores e professores do Ensino Básico nos pressupostos teóricos e práticos da Educação integral/Integrada, alunos dos cursos de graduação e outros profissionais de educação, para o desenvolvimento e implementação de programas de educação integral nas escolas. A formação visa: • promover a discussão sobre Educação Integral/Integrada nos ambientes escolares; • incorporar conteúdos de Educação Integral/Integrada nos currículos universitários;

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• estimular as escolas e demais profissionais da educação para participar da construção de estratégias pedagógicas e de gestão intersetorial para a implementação da Educação Integral/Integrada; • promover e estimular pesquisas e produção de novas tecnologias e materiais didáticos para a implementação da Educação Integral/Integrada; • preparar os profissionais da educação nos conteúdos e instrumentos de execução dos Programas Mais Educação e Programa Saúde na Escola. 9.4. Público-Beneficiário Preferencialmente, dez mil professores do Ensino Básico das redes públicas estaduais e municipais atuando em 5.000 (cinco mil) escolas, 7.000 (sete mil) alunos de graduação na área de educação, 2.000 (dois mil) gestores (municipais e estaduais) da área de educação e outras áreas afins e 1.000 (um mil) profissionais da educação (diretores, coordenadores, agentes sociais não governamentais, voluntários, etc.), perfazendo um total de 20.000 (vinte mil) alunos, e outros públicos interessados. As instituições públicas devem observar o princípio constitucional de gratuidade e de igualdade de condições de acesso ao ensino (Art. 206, CF). 9.5. Abrangência O curso pretende atingir, pelo menos, 2 (dois) professores de cada uma das 5.000 (cinco mil) escolas da rede pública de ensino (estadual ou municipal) e, pelo menos, 3 (três) gestores das áreas de educação, assistência social, esporte, cultura, planejamento e outras secretarias afins em todas as regiões do País, com ênfase nas áreas de vulnerabilidade e baixo IDEB, os quais respondam aos seguintes condições:

• escolas cujos entes federados tenham pactuado com o “Compromisso Todos pela Educação”; • 40% do total das escolas devem estar localizadas na capital e 60% no interior, prioritariamente,

em municípios de baixo IDEB. Todos os candidatos deverão ter algum acesso à internet banda larga, seja na própria escola, em Pólos da Universidade Aberta do Brasil (UAB), Núcleos Tecnológicos de Educação (NTE) ou Pontos de Cultura com computadores disponíveis para usuários da rede de ensino durante cerca de 60 (sessenta) minutos/dia. 9.6. Estrutura do Curso

9.6.1. Metodologia

A metodologia será desenvolvida de forma semipresencial com encontros presenciais e a distância a partir da interatividade do tutor com os cursistas, via internet, na plataforma Moodle. O curso terá como portais de referência para o desenvolvimento das atividades, o portal da Rede de Educação para a Diversidade e o portal do Professor. Os tutores acompanharão os cursistas que poderão formar grupos de estudo a fim de facilitar a leitura, a compreensão e a elaboração de novos textos de maneira virtual na Comunidade de Trabalho e Aprendizagem em Rede. O curso estará disponível também offline via material impresso e multimídia. A metodologia do curso contemplará o desenvolvimento de um percurso individual de aprendizagem, no qual o aluno compõe a sua trajetória mediante opção pelos módulos da formação. Dessa forma, o aluno poderá qualificar-se em nível de extensão (mínimo de 40h), aperfeiçoamento (mínimo de 180h) ou especialização (360h ou mais).

9.6.2. Carga horária O curso de educação integral e integrada está planejado para ter um total de 220 (duzentas e vinte) horas, sendo que o ciclo obrigatório apresenta 180 (cento e oitenta) horas e o ciclo

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complementar é composto por 2 (dois) módulos opcionais de 40 (quarenta) horas cada um, a saber: Programa Mais Educação e o Programa Saúde na Escola. O ciclo obrigatório está sub-dividido em 8 (oito) módulos de 20 a 36 horas de trabalho a distancia ou presencial nos pólos de apoio presencial, que proporcionam uma formação em nível de aperfeiçoamento. A implementação desse ciclo terá uma duração média de 6 meses, sugerindo-se uma distribuição de 30 horas-aula/mês que resulta numa dedicação média de 60 minutos/dia. O ciclo complementar é composto de dois módulos de formação, Programa Mais Educação e o Programa Saúde na Escola. O módulo Programa Mais Educação está planejado para 40 horas de carga-horária, sendo que 36 (trinta e seis) horas a distancia e 4 (quatro) horas presenciais. A conclusão do módulo Programa Mais Educação deverá proporcionar uma certificação em nível de extensão com carga-horária de 64 horas. (Ciclo Obrigatório, Módulo I, com 24h mais Ciclo Complementar, Programa Mais Educação, 40h, totalizando 64h). Recomenda-se que a implantação desse módulo ocorra durante três meses, com aproximadamente 20 (vinte) horas mensais distribuídas em torno de 1 hora e 30 minutos/dia. O módulo Programa Saúde na Escola está planejado para 40 (quarenta) horas, sendo que 32 (trinta e duas) horas deverão ser implementadas na modalidade presencial e 8(oito) horas na modalidade a distância. Este módulo deverá ser implementado durante quatro dias consecutivos, com aulas presenciais, seguidos de (8) oito horas para acompanhamento da formação durante até duas semanas após a conclusão da parte presencial do módulo. O curso deverá conferir um certificado de aperfeiçoamento em educação integral para participantes portadores de diploma de ensino superior que completarem a carga horária total do curso (ciclo obrigatório) de 180h, e certificados de extensão para participantes, com nível médio completo. Além dessa certificação, os participantes que finalizarem apenas ciclo complementar de 40 (quarenta) horas acrescidas de mais 24 horas do 1º módulo do ciclo básico, completarão um total de 64 (sessenta e quatro) horas e receberão um certificado de Extensão. 9.7. Módulos e Conteúdo

Os quadros a seguir apresentam a sugestão de distribuição de módulos, carga-horária e conteúdo a ser trabalhado por ciclo:

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Quadro 1 Estrutura do Curso

Ciclo Obrigatório

Módulo Carga Horária

Sub-Módulos

16 horas – Presenciais (EaD + E Integral)

4 horas – Comunidades Virtuais

I - Conceitual: Educação Aberta e a Distância e Ferramenta Moodle

24 h/a

4 horas – A distância (Moodle)

10 horas – Contextualização Histórica

8 horas – Marcos Legais

II – Desenvolvimento da Educação Integral no Brasil

20 h/a

2 horas – Avaliação on line

10 horas – Educação Integral Conceitos e Definições

8 horas – Experiências, Programas e Políticas da Educação Básica Brasileira

III - Educação Integral e Integrada: Reflexões e Apontamentos

20 h/a

2 horas – Avaliação on line

10 horas – Educação Integral e a Escola

8 horas – Novos Saberes

IV - Políticas Pedagógicas 20 h/a

2 horas – Avaliação on line

10 horas – Gestão de Políticas Públicas e Intersetorialidade

8 horas – Gestão compartilhada

V - Políticas Públicas 20 h/a

2 horas – Avaliação on line

18 horas. – As possibilidades das Cidades Educadoras

VI – A Escola e a Cidade 20 h/a

2 horas – Avaliação on line

VII - Educação Integral como Arranjo Educativo Local

20 h/a 10 horas – A Formação de Redes Sociais em Função dos Processos Educativos

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8 horas – Experiências Exitosas

2 horas – Avaliação on line

20 horas – Elaboração de Projetos de P i

8 horas – Atendimento (orientação) individual – Presencial

VIII – Projeto de Pesquisa 36 h/a

8 horas – Relatório – Avaliação Final do Curso (Presencial)

TOTAL 180 h/a

Quadro 2 Estrutura do Curso Ciclo Complementar

Módulo Carga Horária Sub-Módulos

Programa Mais Educação 40 h 36 horas – Apresentação do Programa Mais Educação e os projetos e ações interministeriais do Programa. 4 horas – Presenciais

Programa Saúde na Escola 40 h 32 horas – Apresentação do Programa Saúde na Escola e os projetos e ações interministeriais do Programa – (presencial) 8 horas – acompanhamento online

Os encontros presenciais locais serão realizados nos pólos da Universidade Aberta onde os participantes se reunirão para a apresentação do curso, para a orientação de elaboração de projetos de pesquisa nas escolas e/ou comunidades locais, para os Seminários Regionais dos Programas Mais Educação e Saúde na Escola e também para a apresentação do relatório final (Avaliação Final do Curso), quando será aplicado um questionário para verificar o grau de satisfação e aceitabilidade do cursista em relação ao curso. 9.8. Construção dos conteúdos Caberá a cada proponente a construção específica dos conteúdos de cada módulo. Para tanto, os proponentes de três seminários: de desenvolvimento de conteúdos a distância, para o desenho dos cursos para professores e gestores das redes de ensino (Rede de Formação para a Diversidade) e de um seminário de capacitação de coordenadores para o curso a ser ofertado. Uma vez elaborado o curso, as instituições de educação superior participantes do processo de elaboração ofertarão o curso para atender a demanda de formação nos temas da diversidade. A Descrição do curso que poderá ser ofertado com base na diretriz do curso proposto (com todos os componentes curriculares, respectivos ementários e demais componentes pedagógicos do curso), bem como a indicação do quantitativo de vagas a serem oferecidas. Caberá, também, um cronograma completo de execução do curso proposto prevendo, em particular, as etapas de aprovação interna na instituição de ensino, realização da seleção de alunos e início do curso.

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9.9. Certificação O módulo I do ciclo obrigatório é pré-requisito para todos os outros módulos da formação, pois é módulo introdutório que se destina a apresentar o conceito de EAD, a ferramenta Moodle, a Comunidade Virtual de Aprendizagem, e o programa dos cursos a serem desenvolvidos. Curso de Extensão. Para que o cursista obtenha o certificado do curso no nível de Extensão, deverá cursar os Módulo I do ciclo obrigatório (24h), mais outros módulos de no mínimo 40h perfazendo um total de 64h, nesta não computado o tempo de estudo individual ou em grupo, sem assistência docente. Curso de Aperfeiçoamento. Para que o cursista obtenha o certificado do Curso no nível de aperfeiçoamento poderá optar pelo ciclo obrigatório de 180 horas, sendo optativo a conclusão dos módulos do ciclo complementar. O total mínimo de horas exigido será de 180 horas, nesta não computado o tempo de estudo individual ou em grupo, sem assistência docente. Serão realizados ao menos dois seminários nos pólos, onde os participantes se reunirão para a avaliação do percurso do aluno, orientação para elaboração dos Projetos de Intervenção Local ou Trabalho de Final de Curso e apresentação dos projetos, possibilitando, assim, troca de informações entre os cursistas. Curso de Especialização. Para o cursista que conclua o curso de Aperfeiçoamento e mais outros módulos ou Cursos da Rede de Educação para a Diversidade, totalizando 360 horas e os requisitos da legislação pertinente, poderá solicitar certificado de Especialização. 9.10. Referências ALMEIDA, L.R.S. Pierre Bordieu: A transformação social no contexto de “A Reprodução”. INTER-

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X CURSO DE GÊNERO E DIVERSIDADE NA ESCOLA 10.1. Apresentação O Curso de Gênero e Diversidade na Escola foi ofertado em um projeto piloto em 2006, resultado de uma articulação entre diversos ministérios (Secretaria Especial de Políticas para Mulheres, Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial e o Ministério da Educação), o British Council (órgão do Reino Unido atuante na área de Direitos Humanos, Educação e Cultura) e o Centro Latino-Americano em Sexualidade e Direitos Humanos (CLAM/IMS/UERJ). O Ministério da Educação está recebendo propostas de instituições para a oferta de novas turmas para o Curso de Gênero e Diversidade na Escola. O material do curso está disponível no sítio eletrônico < http://www.presidencia.gov.br/spmulheres/ > O curso apresenta uma carga horária de 180h distribuída em cinco módulos. Para efeito de determinação de carga-horária, o Módulo I equivale a 25 horas-aula; os Módulos II, III e IV, a 30 horas-aula cada; e o Módulo V a 25 horas-aula. Além do total dessas 140 horas aula on-line, serão considerandos também 40 horas de atividades presenciais, que serão desenvolvidas em três etapas. Os módulos, com exceção do último são subdivididos em unidades. 10.2. Contextualização A Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres - PR e o Ministério da Educação através das Secretarias de Educação a Distância e a Secretaria de Educação Continuada Alfabetização e Diversidade têm como principal objetivo ao apresentar o curso Gênero e Diversidade na Escola oferecer aos educadores e às educadoras da rede pública do Ensino Básico uma noção de respeito e valorização da diversidade, que conduza ao respeito aos direitos humanos. A escolha dos temas específicos a serem trabalhados - gênero, orientação sexual e relações étnico-raciais, bem como a decisão de seu tratamento conjunto, parte do entendimento de que os fenômenos se relacionam de maneira complexa, e que é necessária a formação de profissionais de educação preparados/as para lidar com esta complexidade e com novas formas de vivências culturais. De modo mais geral, as metas que orientam este curso estão expressas nos seguintes documentos:

i. Política Nacional de Promoção da Igualdade Racial, de 2003. ii. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB (Lei 9.294, de 20 de dezembro

de 1996), em específico seu artigo 26-A, que determina a obrigatoriedade do ensino da História e Cultura Afro-brasileira e Africana nos currículos da Educação Básica (Lei 10.639, de 09 de janeiro de 2003);

iii. Plano Nacional de Política para as Mulheres. iv. Programa Brasil sem Homofobia, Programa de Combate à Violência e à Discriminação

contra GLTTB e Promoção da Cidadania Homossexual, de março de 2004.

O Ministério da Educação e a Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, parceiros neste projeto atuam também em parceria com estados, municípios e a sociedade civil na implementação de políticas públicas em educação para: • a valorização da diversidade étnico-racial e o combate ao racismo; • a promoção da eqüidade de gênero; • o combate a qualquer forma de discriminação social.

A oferta do curso enquadra-se numa ação de política pública mais geral, neste caso, voltada para a formação de professores de Educação Básica. Com esta ação, as Secretarias envolvidas atendem ao que estabelece a Constituição Federal em seus artigos 1º, 3°, 4º e 5º. Além do que é determinado constitucionalmente, o Brasil é signatário de inúmeras declarações internacionais, como a Declaração Universal dos Direitos Humanos, de 1948, da Declaração e do Programa de Ação da Conferência Mundial contra o Racismo, Discriminação Racial, Xenofobia e

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Discriminações Correlatas (Durban, África do Sul, 8/9/2001) da Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher – CEDAW, entre outras. Todos estes documentos partem da concepção de que não bastam normas que visem à garantia de direitos sem que haja a educação das pessoas para isso, a formação em valores e conceitos. Portanto, definem ações necessárias no campo da educação formal e informal. A promoção de políticas educacionais públicas de enfrentamento ao preconceito e à discriminação demanda, de um lado, medidas de ampliação do acesso e melhoria da qualidade do atendimento aos grupos historicamente discriminados – negros, indígenas, mulheres, homossexuais, entre outros. De outro, são necessárias ações que visem educar a sociedade para o respeito e a valorização da diversidade e para o combate à discriminação. Historicamente, tanto a formação acadêmica como a formação de educadores/as em exercício não têm incorporado a diversidade, tampouco contemplado o debate dos temas. Ao participarem deste curso de formação nas temáticas de gênero, relações étnico-raciais e orientação sexual, os/as profissionais obterão instrumentos para refletir a respeito desses temas e incorporar em suas práticas pedagógicas ações que também levem a comunidade escolar a uma reflexão a cerca da diversidade, bem como constituir possibilidades para o enfrentamento da discriminação. Nos últimos anos, o Estado brasileiro tem promovido uma série de medidas visando ao enfrentamento, por meio da educação, de todas as formas de discriminação e à constituição de uma cultura dos direitos humanos. Educar para a diversidade não significa apenas reconhecer as diferenças, mas refletir sobre as relações e os direitos de todos/as. A escola é o espaço sócio cultural em que as diferentes identidades se encontram, se constituem, se formam e se produzem, portanto, é um dos lugares mais importantes para se educar com vias ao respeito à diferença. Daí a importância de se formarem professores e professoras, orientadores/as pedagógicos/as, gestores/as e demais profissionais da educação básica quanto aos conteúdos específicos das relações de gênero, étnico-raciais e da diversidade de orientação-sexual, para que saibam trabalhar com seus alunos e alunas o tema da diversidade em suas variadas formas e transversalmente. No ano de 2006 o Governo Federal ofereceu o curso Gênero e Diversidade em um projeto piloto, resultado de uma articulação entre diversos ministérios (Secretaria Especial de Políticas para Mulheres, Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial e o Ministério da Educação), o British Council (órgão do Reino Unido atuante na área de Direitos Humanos, Educação e Cultura) e o Centro Latino-Americano em Sexualidade e Direitos Humanos (CLAM/IMS/UERJ). Do projeto piloto participaram seis municípios: Niterói e Nova Iguaçu – RJ, Maringá – PR, Dourados – MS, Porto Velho – RO e Salvador – BA, municípios que foram selecionadas obedecendo a diversos critérios como: territorialidade, municípios com diferentes perfis, tamanhos e localização. Foi considerada também a articulação político-institucional previamente existente com agentes locais, tanto do poder público como da sociedade civil, coordenadorias de mulheres e organismos executivos de promoção da igualdade racial. Participaram do curso 1.200 profissionais de educação, sendo duzentos em cada município. Além de professores/as também participaram gestores/as, equipes diretivas da escola, orientação e coordenação pedagógica. Os/as professores/as on-line ou tutores foram selecionados/as entre profissionais com bom domínio prévio na área de conhecimento dos módulos e com alguma familiaridade com as tecnologias de trabalho virtual. Foram convocados pós-graduandos/as e/ou pós-graduados/as nas áreas afins de conhecimento. A tutoria recebeu uma capacitação realizada em duas etapas: uma presencial e uma à distância sendo esta última com a utilização do ambiente e-Proinfo, ambiente também utilizado para a realização do curso Gênero e Diversidade na Escola.

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A coordenação acadêmica foi realizada pelo Centro Latino-Americano em Sexualidade e Direitos Humanos - CLAM/UERJ 10.3. Público-Beneficiário • Professores e outros profissionais dos sistemas de ensino, e outros públicos interessados. As instituições públicas devem observar o princípio constitucional de gratuidade e de igualdade de condições de acesso ao ensino (Art. 206, CF). 10.4. Objetivos

• Realizar uma formação continuada em Gênero Raça/Etnia e Orientação Sexual para professores/as da Educação Básica e outros profissionais de educação. O curso visa também: • Contribuir para a promoção da inclusão digital através de conteúdos transformadores das culturas discriminatórias de gênero, racial étnica e de orientação sexual no país. • Desenvolver a capacidade dos/as professores/as da Educação Básica da rede pública de compreender e posicionar-se diante das transformações políticas, econômicas e socioculturais que requerem o reconhecimento e o respeito à diversidade sociocultural do povo brasileiro e dos povos de todo o mundo – o reconhecimento de que negros e negras, índios e índias, mulheres e homossexuais, dentre outros grupos discriminados, devem ser respeitados/as em suas identidades, diferenças e especificidades, porque tal respeito é um direito social inalienável. • Contribuir para a formação de profissionais em educação, em especial professores/as da Educação Básica, capazes de produzir e estimular a produção dos alunos e de alunas nas diferentes situações do cotidiano escolar, de forma articulada à proposta pedagógica e a uma concepção interacionista de aprendizagem. • Elaborar propostas concretas para utilização dos acervos culturais existentes nos diferentes contextos escolares no desenvolvimento de atividades curriculares nas diferentes áreas do conhecimento; • Desenvolver estratégias de formação do/a professor/a pesquisador/a, de autoria e de leitura crítica no aproveitamento dos diferentes recursos pedagógicos, das diferentes mídias. • Incentivar a produção de materiais didáticos de apoio pelos próprios alunos/as dos cursos e o intercâmbio de tais materiais e experiências bem sucedidas, (bem como dificuldades enfrentadas) entre os cursistas.

10.5. Estrutura do Curso

10.5.1. Carga Horária

O curso está desenvolvido para 180 horas sendo dividido em cinco módulos. Para efeito de determinação de carga-horária, o Módulo I equivale a 25 horas-aula; os Módulos II, III e IV, a 30 horas-aula cada; e o Módulo V a 25 horas-aula. Além do total dessas 140 horas aula on-line, serão considerandos também 40 horas de atividades presenciais, que serão desenvolvidas em três etapas. Os módulos, com exceção do último são subdivididos em unidades. 10.5.2. Organização dos módulos

O curso Gênero e Diversidade na Escola foi desenvolvido de modo a permitir o debate transversal sobre as temáticas de gênero, sexualidade e orientação sexual e relações étnico-raciais. Para tanto, foi estruturado em cinco módulos, quatro deles temáticos.O primeiro faz concomitantemente a iniciação na metodologia de aprendizagem a distância e a iniciação no tema. Importa observar aqui a intenção de promover o debate articulado dos diversos fenômenos estudados – a discriminação de gênero, étnico-racial e por orientação sexual. A correlação entre os assuntos,

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feita no texto, foi facilitada por meio de referências textuais e hyperlinks, permitindo que o/a cursista transitasse entre os temas. O curso foi estruturado nos Módulos e Unidades a seguir destacadas:

Módulo Sub-Módulos/Conteúdos

Módulo 1 - Abertura

UNIDADE 1: ORIENTAÇÕES

• Projeto

• Metodologia

• Cronograma

• Avaliação

• Ambiente e-ProInfo UNIDADE 2: DIVERSIDADE

• Apresentação

• Uma definição de cultura

• A diversidade cultural

• Etnocentrismo, estereótipo e preconceito

• Dinâmica cultural e respeito e valorização da diversidade

• O ambiente escolar em face dos temas tratados

Módulo 2 - Gênero

UNIDADE 1: GÊNERO: UM CONCEITO IMPORTANTE PARA O CONHECIMENTO DO MUNDO SOCIAL

• Apropriação cultural da diferença sexual

• Importância da socialização na família e na escola

• Construção social da identidade adolescente/juvenil e suas marcas de gênero

• Diferenças de gênero na organização social da vida pública e privada

UNIDADE 2: A IMPORTÂNCIA DOS MOVIMENTOS SOCIAIS NA LUTA CONTRA AS DESIGUALDADES DE GÊNERO

• Discriminação de gênero no contexto da desigualdade social e étnico-racial

• A importância dos movimentos sociais

• A contribuição dos estudos de gênero

• A permanência da violência de gênero

• Participação feminina no mercado de trabalho: indicador preciso da desigualdade de gênero

UNIDADE 3: GÊNERO NO COTIDIANO ESCOLAR

• Escola como espaço de eqüidade de gênero

• O gênero na docência

• Diferenças de gênero no cotidiano escolar

• Sucesso e fracasso escolar através de um enfoque de gênero

• Práticas esportivas construindo o gênero

• Gênero no currículo escolar

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Módulo 3 Sexualidade e Orientação Sexual

UNIDADE 1: SEXUALIDADE: DIMENSÃO CONCEITUAL, DIVERSIDADE, DISCRIMINAÇÃO

• Sexualidade, sociedade e política

• A noção moderna de sexualidade

• O corpo e a sexualidade

• Identidade de gênero e orientação sexual

• Orientação sexual: desejos, comportamentos e identidades sexuais

• O combate à discriminação sexual

UNIDADE 2: SAÚDE, SEXUALIDADE E REPRODUÇÂO

• As experiências e as visões dos/as jovens sobre saúde, sexualidade e temas afins, como diversidade sexual, direitos sexuais e reprodutivos, gravidez, desejo, prazer, afeto, Aids e drogas, a partir do recorte de gênero, étnico-racial e de classe.

• Os limites e as possibilidades das propostas educativas no âmbito escolar focadas na saúde, na reprodução e na sexualidade

• A importância de ações conjuntas de diferentes instituições do governo, de empresas e da sociedade civil na construção de ações educativas e assistenciais relativas à saúde, à sexualidade e à reprodução

UNIDADE 3: SEXUALIDADE NO COTIDIANO ESCOLAR

• Diversidade sexual na escola

• Controle sobre o gênero e a sexualidade a partir de jogos e brincadeiras

• Espaços formais de educação sexual na escola

• Diferentes fontes de informação sobre sexualidade

Módulo 4 Relações Étnico-Raciais

UNIDADE 1: NOÇÕES DE RAÇA, RACISMO E ETNICIDADE

• Os conceitos de raça, racismo e etnicidade

• Sistemas de classificação de cor e raça em uma perspectiva comparada: as diferenças nas classificações raciais entre Brasil e Estados Unidos

• A relação entre as classificações raciais e as formas de racismo

• A inter-relação entre raça, sexualidade, etnia e gênero

UNIDADE 2: DESIGUALDADE RACIAL

• Raça, gênero e desigualdades: alguns dados

• As especificidades da desigualdade étnico-racial no cenário das desigualdades no Brasil

• Estereótipos, preconceito e discriminação racial

UNIDADE 3: IGUALDADE ÉTNICO-RACIAL TAMBÉM SE APRENDE NA ESCOLA

• “Escola Sem Cor” em um país de diferentes raças e etnias

• Estereótipos e preconceitos étnico-raciais no currículo escolar

• Do combate ao racismo à promoção da igualdade étnico-racial

• O que muda com a Lei n° 10.639/2003

• As Diretrizes Curriculares para a educação das relações étnico-raciais

• Elaboração do Memorial

• Produção e apresentação do trabalho final Módulo 5 Avaliação • Realização da auto-avaliação

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XI CURSO DE FORMAÇÃO DE TUTORES 11.1. Apresentação O Curso Formação de Tutores: Orientação Pedagógica em Educação a Distância faz parte do Programa Anual de Capacitação Continuada do Sistema UAB e será coordenado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior. É um curso de formação continuada de profissionais de educação básica, na modalidade de Curso de Extensão, com carga horária de 40h, para profissionais da educação que queiram atuar na educação a distância, na função de tutores ou coordenadores de cursos. O objetivo do curso é proporcionar o desenvolvimento das habilidades associadas à função de tutoria, tais como, familiaridade com as ferramentas tecnológicas, habilidades de motivação e desenvolvimento de trabalho asincrônico, via chats, acompanhamento de cursistas a distância e supervisão do desenvolvimento do trabalho do curso. 11.2. Contextualização

A implementação de programas federais demanda formação específica de profissionais da educação a nível estadual e municipal em todo o País. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, nº 9.394/96 (LDB) ao estabelecer que no prazo máximo de dez anos "somente serão admitidos professores habilitados em nível superior ou formados por treinamento em serviço" (art.87, parágrafo 4º), e posteriormente o Plano Nacional de Educação (PNE) indicam a necessidade de formação também de professores para possibilitar o atendimento das metas do plano. Resposta à enorme demanda de formação só poderá ser oportunizada com a utilização de tecnologias educacionais e formação na modalidade a distância.

Desta forma, faz-se necessário a formação de corpo de profissionais com habilidades específicas da Educação à Distância (EAD) para atuarem como tutores e coordenadores de cursos, contribuindo, também, para o próprio desenvolvimento educacional, social e político desses profissionais que poderão atuar com qualidade nas formações na modalidade de EAD. Face à demanda e à preocupação, não somente com o aspecto quantitativo, mas, principalmente, com o aspecto qualitativo dessa formação, evidencia-se a necessidade de ampliação dessa iniciativa, elaborando-se projetos para a criação de cursos que sejam oferecidos na modalidade de Educação à Distância (EAD). A EAD amplia a dimensão espaço - temporal do ensino presencial, possibilitando que mais pessoas tenham acesso ao ensino superior público e à formação continuada, importante, formação para a atualização dos professores e profissionais de gestão em exercício. 11.3. Objetivos

O Curso Formação de Tutores: Orientação Pedagógica em Educação a Distância tem como objetivo principal a formação continuada de profissionais da educação para atuarem como tutores de cursos de EAD e criar condições para a ampliação de formação continuada a nível nacional por meio do Sistema Universidade Aberta do Brasil. Essa formação visa: • Promover a discussão acerca das especificidades da EAD, de seus modelos de gestão e aprendizagem; • Discutir a atividade de tutoria e a formação e consolidação de comunidades virtuais; • Criar uma comunidade virtual para troca de experiências de tutores da Rede de Educação para a Diversidade

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11.4. Público-Beneficiário

Preferencialmente, professores e técnicos em assuntos educacionais, coordenadores de pólos, tutores presenciais e a distância, participantes do Sistema UAB, e outros públicos interessados. As instituições públicas devem observar o princípio constitucional de gratuidade e de igualdade de condições de acesso ao ensino (Art. 206, CF). 11.5. Estrutura do Curso

11.5.1. Metodologia Os conteúdos das disciplinas estarão disponíveis aos alunos no sitio da Rede de Educação para a Diversidade. O curso deve possibilitar aos cursistas uma preparação básica para atuarem como tutores em EAD. O curso será acompanhado por uma coordenação pedagógica, tutores na proporção de 1 para cada 25 alunos, e supervisor da ferramenta online. Durante o curso haverá encontros presenciais, para que os alunos possam tirar dúvidas diretamente com o professor da disciplina, para realização das avaliações presenciais e um seminário final, para a socialização dos trabalhos de conclusão do curso. Para a realização do curso serão preparados ambientes virtuais onde serão previstas a realização de atividades síncronas e assíncronas, assim como serão disponibilizadas informações pertinentes ao curso, literatura para aprofundamento entre outros e atendendo as especificidades de cada disciplina. A coordenação pedagógica do curso orientará os professores e alunos para que o material disponibilizado na página atenda, da melhor forma, os requisitos para uma pedagogia de um trabalho a distância através da Internet. Também caberá ao Coordenador manter intercâmbio com os alunos e professores, de modo a avaliar continuamente o curso. Os tutores colaborarão para que as atividades propostas pelos professores sejam realizadas e também subsidiarão os professores no que se refere às dificuldades encontradas pelos alunos no decorrer da disciplina. Eles colaborarão para que os alunos tirar dúvidas sobre a navegação no ambiente do curso e colaborarão com a equipe de desenvolvimento tecnológico no que diz respeito a problemas de navegação e/ou acesso que porventura surgirem durante a realização do curso. Os tutores deverão ser Especialistas em Orientação Pedagógica em EAD ou Mestrando em Educação. O professor receberá da coordenação pedagógica do curso as orientações necessárias para elaborar seus seminários, bem como sobre a dinâmica do curso e sobre as possibilidades pedagógicas que o ambiente oferece. As avaliações serão realizadas de acordo com os Planos de Ensino de cada um dos professores responsáveis pelas disciplinas. Estes serão submetidos á aprovação do Colegiado do Curso de acordo com as normas vigentes na IES e deverão atender aos critérios de no mínimo uma avaliação presencial e cada professor deverá apresentar, no Plano, estratégia para recuperação dos conteúdos por parte dos alunos que não conseguiram acompanhar as atividades de acordo com o cronograma, base, fixado para o Curso. Os tutores, assim como a secretaria do Curso, subsidiarão a coordenação pedagógica do curso no sentido de informar continuamente a situação dos alunos visando uma ação para que se evite a evasão.

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11.5.2. Carga-horária

O Curso de Formação de Tutores: Orientação Pedagógica em Educação a Distância será organizado em 5 (cinco) unidades de 8h perfazendo um total de 40h de formação.

11.5.3. Módulos e Conteúdo

O Curso está organizado nas seguintes unidades: 1 - Gestão e Processos de Aprendizagem e Avaliação em EAD (8h); 2 – Produção de Material Didático e o uso das Mídias em EAD (8h); 3 – Construção de Comunidades Virtuais na EAD (8h); 4 - Tutoria em Educação a Distância (8h); 5 – Prática de Tutoria (8h), perfazendo um total de 40h de formação.

Curso Carga-horária Conteúdo

8h

Gestão e Processos de Aprendizagem e Avaliação em EAD Política de educação a distância no Brasil, a construção de

projetos, como espaço político de aprendizagem, e seu gerenciamento.

Processos de aprendizagem por meio da utilização das tecnologias de comunicação e informação. Ação pedagógica e duas determinações. Avaliação na modalidade a distância: tendências teórico-metodológicas.

8h

Produção de Material Didático e o uso das Mídias em EAD Tecnologias de comunicação, suas possibilidades para o

processo ensino-aprendizagem, e a produção e avaliação de material didático para EAD.

Objetos de aprendizagem: conceitos e possibilidades.

8h

Construção de Comunidades Virtuais na EAD Liderança e participação na construção de comunidades

virtuais de EAD. Gestão de comunidades virtuais, questões éticas e de

direitos autorais.

8h

Tutoria em Educação a Distância A mediação pedagógica entre o professor e o aluno da

Educação a Distância.

Módulo Formação de Tutores EAD

8h Trabalho Final de Curso

Relatório de Prática de Tutoria

Total 40h

11.5.4. Material Didático Impresso e outras mídias As IES elaboração material didático para o curso. O material proposto será composto de 1 (uma) apostila (unidades 1 a 5). Seu conteúdo e formatação deverão ser específicos para linguagem EaD e relacionar teoria e prática de maneira integrada à plataforma utilizada. A linguagem e o projeto gráfico deverão ser concebidos para atrair e motivar os cursistas na utilização de diferentes mídias, seguindo o padrão da Rede de Educação para a Diversidade. Em relação a outras mídias, o material deve integrar os recursos das tecnologias educacionais (imagens, sons, clips, etc).

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