manual de formaÇÃo · 2020. 5. 24. · alterações dl n.º 141/2012 de 11/07 e dl n.º 10/2015...

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CENTRO DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL Autorização nº 47 da DN PSP MANUAL DE FORMAÇÃO UFCD: SPR01 Regime legal dos estabelecimentos de restauração e de bebidas Edição: Abril 2020

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  • CENTRO DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL Autorização nº 47 da DN PSP

    MANUAL DE FORMAÇÃO

    UFCD: SPR01

    Regime legal dos estabelecimentos de restauração e de bebidas

    Edição: Abril 2020

  • 1 | P á g i n a

    Conteúdo I – Objetivos Gerais ....................................................................................................................... 2

    II – Objetivos Específicos ............................................................................................................... 2

    III – Licenciamento Zero ................................................................................................................ 2

    V - Processo de Licenciamento.................................................................................................... 17

    VI - Acesso ao estabelecimento .................................................................................................. 18

    VII - Livro de reclamações ........................................................................................................... 19

    VIII – Fiscalização ......................................................................................................................... 20

    IX - Requisitos Funcionais ............................................................................................................ 21

    9.1. Higiene Pessoal................................................................................................................. 21

    X - Gestão de Resíduos ................................................................................................................ 22

    10.1. Certificado Verdoreca .................................................................................................... 22

    10.2. Reciclagem de óleos de cozinha ..................................................................................... 23

    10.3. Gorduras e Óleos de fritar .............................................................................................. 24

    Conclusão .................................................................................................................................... 26

    Legislação .................................................................................................................................... 27

    Acesso e Exercício no Licenciamento Zero .............................................................................. 27

    Direito de acesso das pessoas com deficiência acompanhadas de cães de assistência a locais,

    transportes e estabelecimentos de acesso público ................................................................ 27

    Livro de reclamações ............................................................................................................... 27

    Portaria nº 1135/95 de 15 de setembro ................................................................................. 27

    Regime da Gestão de Fluxos Específicos de Resíduos ............................................................ 27

    Regime Jurídico de Acesso e Exercício de Atividades de Comércio, Serviços E Restauração . 27

    Regime Jurídico de Urbanização e Edificação ......................................................................... 27

    Regime jurídico da gestão de óleos alimentares usados ........................................................ 27

    Sistema de Informação de Animais de Companhia ................................................................ 27

    Abreviaturas ................................................................................................................................ 28

    Bibliografia .................................................................................................................................. 29

  • 2 | P á g i n a

    I – Objetivos Gerais - Conhecer o Regime Jurídico dos estabelecimentos de restauração e de bebidas

    II – Objetivos Específicos - Identificar as várias características do Licenciamento Zero;

    - Conhecer e analisar o Regime Jurídico de Urbanização e Edificação;

    - Analisar a Portaria n.º 215/2011 de 31 de Maio;

    - Identificar o processo de Licenciamento;

    - Identificar o acesso ao estabelecimento;

    - Conhecer a entidade fiscalizadora;

    - Identificar o livro de reclamações;

    - Conhecer os requisitos funcionais;

    - Identificar e analisar a gestão de resíduos.

    III – Licenciamento Zero (Decreto-Lei n.º 48/2011, de 1 de abril com as

    alterações DL n.º 141/2012 de 11/07 e DL n.º 10/2015 de 16/01)

    Simplifica o regime de acesso e de exercício de diversas atividades

    económicas no âmbito da iniciativa «Licenciamento zero»

    Simplifica o regime de ocupação do espaço público, da afixação e da

    inscrição de mensagens publicitárias de natureza comercial, no âmbito da

    iniciativa «Licenciamento zero», destinada a reduzir encargos administrativos

    sobre as empresas.

    É simplificado o regime da ocupação do espaço público, substituindo-se

    o licenciamento por uma mera comunicação prévia para determinados fins

    habitualmente conexos com estabelecimentos de restauração ou de bebidas, de

    comércio de bens, de prestação de serviços ou de armazenagem.

    É, também, simplificado o regime da afixação e da inscrição de

    mensagens publicitárias de natureza comercial, designadamente mediante a

  • 3 | P á g i n a

    eliminação do licenciamento da afixação e da inscrição de mensagens

    publicitárias de natureza comercial em determinadas situações.

    É eliminado o licenciamento da atividade das agências de venda de

    bilhetes para espetáculos públicos.

    É eliminado o licenciamento do exercício da atividade de realização de

    leilões, sem prejuízo da legislação especial que regula determinados leilões.

    É criado um balcão único eletrónico, designado «Balcão do

    empreendedor», acessível através do Portal da Empresa, nos termos a definir

    por portaria dos membros do Governo responsáveis pelas áreas da

    modernização administrativa, das autarquias locais e da economia.

    O «Balcão do empreendedor» está igualmente acessível nas Lojas da

    Empresa e nos municípios que o pretendam disponibilizar, bem como em outros

    balcões públicos ou privados, nos termos a definir por protocolo com a Agência

    para a Modernização Administrativa, I. P. (AMA, I. P.).

    O interessado na exploração de um estabelecimento deve usar o «Balcão

    do empreendedor» para declarar que pretende ocupar o espaço público,

    entendido como a área de acesso livre e de uso coletivo afeta ao domínio público

    das autarquias locais, para algum ou alguns dos seguintes fins:

    a) Instalação de toldo e respetiva sanefa;

    b) Instalação de esplanada aberta;

    c) Instalação de estrado e guarda-ventos;

    d) Instalação de vitrina e expositor;

    e) Instalação de suporte publicitário, nos casos em que é

    dispensado o licenciamento da afixação ou da inscrição de mensagens

    publicitárias de natureza comercial;

    f) Instalação de arcas e máquinas de gelados;

    g) Instalação de brinquedos mecânicos e equipamentos

    similares;

    h) Instalação de floreira;

    i) Instalação de contentor para resíduos.

    O interessado na exploração de um estabelecimento deve igualmente

    usar o «Balcão do empreendedor» para comunicar a cessação da ocupação do

    espaço público para os fins anteriormente declarados.

  • 4 | P á g i n a

    O comprovativo eletrónico de entrega no «Balcão do empreendedor» das

    meras comunicações prévias, acompanhado do comprovativo do pagamento

    das quantias eventualmente devidas, dos pedidos de autorização e das demais

    comunicações previstas no presente decreto-lei é, para todos os efeitos, prova

    única admissível do cumprimento dessas obrigações, sem prejuízo das

    situações de indisponibilidade da tramitação eletrónica dos procedimentos no

    «Balcão do empreendedor» ou de inacessibilidade deste.

    As taxas devidas pelo procedimento ou a fórmula do seu cálculo são

    determinadas por cada município e divulgadas pelos mesmos no «Balcão do

    empreendedor».

    Quando esteja em causa a utilização do espaço público, as taxas podem

    ser devidas pela utilização durante um determinado período de tempo.

    A falta de introdução por um município da informação referida nos

    números anteriores determina que não seja devida qualquer taxa.

    A liquidação do valor das taxas é efetuada automaticamente no «Balcão

    do empreendedor», salvo nos seguintes casos em que os elementos

    necessários à realização do pagamento por via eletrónica podem ser

    disponibilizados pelo município nesse balcão, no prazo de cinco dias após a

    comunicação ou o pedido:

    a) Taxas devidas pelos procedimentos respeitantes a

    operações urbanísticas;

    b) Taxas devidas pela ocupação do espaço público cuja forma

    de determinação não resulta automaticamente do «Balcão do

    empreendedor».

    Os municípios podem, notificado o infrator, remover ou por qualquer forma

    inutilizar os elementos que ocupem o espaço público quando estão a violar as

    normas do presente diploma.

    Os municípios, notificado o infrator, são igualmente competentes para

    embargar ou demolir obras quando contrariem o presente diploma.

    Os encargos com a remoção de elementos que ocupem o espaço público,

    ainda que efetuada por serviços públicos, são suportados pela entidade

    responsável pela ocupação ilícita.

  • 5 | P á g i n a

    Sem prejuízo da punição pela prática de crime de falsas declarações e do

    disposto noutras disposições legais, constitui contraordenação:

    a) A emissão de uma declaração a atestar o cumprimento das obrigações

    legais e regulamentares, ao abrigo do disposto na alínea f) do n.º 3 do

    artigo 12.º do presente diploma, que não corresponda à verdade, punível

    com coima de (euro) 1 000,00 a (euro) 7 000,00, tratando-se de uma

    pessoa singular, ou de (euro) 3 000,00 a (euro) 25 000,00, no caso de se

    tratar de uma pessoa coletiva;

    b) A não realização da comunicação prévia prevista n.º 1 do artigo 10.º do

    presente diploma, punível com coima de (euro) 700,00 a (euro) 5 000,00,

    tratando-se de uma pessoa singular, ou de (euro) 2 000,00 a (euro) 15

    000,00, no caso de se tratar de uma pessoa coletiva;

    c) A falta, não suprida em 10 dias após notificação eletrónica, de algum

    elemento essencial da mera comunicação prévia prevista no n.º 1 do

    artigo 10.º do presente diploma, punível com coima de (euro) 400,00 a

    (euro) 2 000,00, tratando-se de uma pessoa singular, ou de (euro) 1

    000,00 a (euro) 5 000,00, no caso de se tratar de uma pessoa coletiva;

    d) A não atualização dos dados prevista no n.º 7 do artigo 12.º, punível com

    coima de (euro) 300,00 a (euro) 1 500,00, tratando-se de uma pessoa

    singular, ou de (euro) 800,00 a (euro) 4 000,00, no caso de se tratar de

    uma pessoa coletiva;

    e) O cumprimento fora do prazo do disposto no n.º 7 do artigo 12.º, punível

    com coima de (euro) 100,00 a (euro) 500,00, tratando-se de uma pessoa

    singular, ou de (euro) 400,00 a (euro) 2 000,00, no caso de se tratar de

    uma pessoa coletiva.

    A negligência é sempre punível nos termos gerais.

    A instrução dos processos cabe aos municípios, cabendo a aplicação da

    coima ao presidente da câmara municipal.

    Como sanções acessórias e em função da gravidade da infração e da

    culpa do agente, simultaneamente com a coima, podem ser aplicadas as

    sanções acessórias de encerramento de estabelecimento e de interdição do

    exercício de atividade, com os seguintes pressupostos de aplicação:

  • 6 | P á g i n a

    a) A interdição do exercício de atividade apenas pode ser decretada se o

    agente praticar a contraordenação com flagrante e grave abuso da

    função que exerce ou com manifesta e grave violação dos deveres que

    lhe são inerentes;

    b) O encerramento do estabelecimento apenas pode ser decretado

    quando a contraordenação tenha sido praticada por causa do

    funcionamento do estabelecimento.

    A duração da interdição do exercício de atividade e do encerramento do

    estabelecimento não pode exceder o período de dois anos.

    IV – Regime Jurídico de Urbanização e Edificação (RJUE) – DL n.º

    555/99, de 16/12, com as seguintes alterações Declaração n.º 5-B/2000, de

    29/02, DL n.º 177/2001, de 4/06, Declaração n.º 13-T/2001, de 30/06, Lei n.º

    15/2002, de 22/02, Lei n.º 4-A/2003, de 19/02, DL n.º 157/2006, de 08/08, Lei n.º

    60/2007, de 04/09, DL n.º 18/2008, de 29/01, DL n.º 116/2008, de 04/07, DL n.º

    26/2010, de 30/03, Lei n.º 28/2010, de 02/09, DL n.º 266-B/2012, de 31/12, DL

    n.º 136/2014, de 09/09, Retificação n.º 46-A/2014, de 10/11, DL n.º 214-G/2015,

    de 02/10, DL n.º 97/2017, de 10/08, Lei n.º 79/2017, de 18/08, DL n.º 121/2018,

    de 28/12, DL n.º 66/2019, de 21/05 e Lei n.º 118/2019, de 17/09.

    Para efeitos deste diploma, entende-se por:

    a) «Edificação», a atividade ou o resultado da construção, reconstrução,

    ampliação, alteração ou conservação de um imóvel destinado a utilização

    humana, bem como de qualquer outra construção que se incorpore no

    solo com caráter de permanência;

    b) «Obras de construção», as obras de criação de novas edificações;

    c) «Obras de reconstrução», as obras de construção subsequentes à

    demolição, total ou parcial, de uma edificação existente, das quais resulte

    a reconstituição da estrutura das fachadas;

    d) «Obras de alteração», as obras de que resulte a modificação das

    características físicas de uma edificação existente, ou sua fração,

    designadamente a respetiva estrutura resistente, o número de fogos ou

  • 7 | P á g i n a

    divisões interiores, ou a natureza e cor dos materiais de revestimento

    exterior, sem aumento da área total de construção, da área de

    implantação ou da altura da fachada;

    e) «Obras de ampliação», as obras de que resulte o aumento da área de

    implantação, da área total de construção, da altura da fachada ou do

    volume de uma edificação existente;

    f) «Obras de conservação», as obras destinadas a manter uma edificação

    nas condições existentes à data da sua construção, reconstrução,

    ampliação ou alteração, designadamente as obras de restauro, reparação

    ou limpeza;

    g) «Obras de demolição», as obras de destruição, total ou parcial, de uma

    edificação existente;

    h) «Obras de urbanização», as obras de criação e remodelação de

    infraestruturas destinadas a servir diretamente os espaços urbanos ou as

    edificações, designadamente arruamentos viários e pedonais, redes de

    esgotos e de abastecimento de água, eletricidade, gás e

    telecomunicações, e ainda espaços verdes e outros espaços de utilização

    coletiva;

    i) «Operações de loteamento», as ações que tenham por objeto ou por

    efeito a constituição de um ou mais lotes destinados, imediata ou

    subsequentemente, à edificação urbana e que resulte da divisão de um

    ou vários prédios ou do seu reparcelamento;

    j) «Operações urbanísticas», as operações materiais de urbanização, de

    edificação, utilização dos edifícios ou do solo desde que, neste último

    caso, para fins não exclusivamente agrícolas, pecuários, florestais,

    mineiros ou de abastecimento público de água;

    k) «Obras de escassa relevância urbanística», as obras de edificação ou

    demolição que, pela sua natureza, dimensão ou localização tenham

    escasso impacte urbanístico;

    l) «Trabalhos de remodelação dos terrenos», as operações urbanísticas

    não compreendidas nas alíneas anteriores que impliquem a destruição do

    revestimento vegetal, a alteração do relevo natural e das camadas de solo

    arável ou o derrube de árvores de alto porte ou em maciço para fins não

    exclusivamente agrícolas, pecuários, florestais ou mineiros;

  • 8 | P á g i n a

    m) «Zona urbana consolidada», a zona caracterizada por uma densidade de

    ocupação que permite identificar uma malha ou estrutura urbana já

    definida, onde existem as infraestruturas essenciais e onde se encontram

    definidos os alinhamentos dos planos marginais por edificações em

    continuidade;

    n) «Arrendamento forçado», o arrendamento de edifícios ou frações

    autónomas, assumido por uma entidade administrativa, pelo prazo

    estritamente necessário para o efeito, com o objetivo de garantir o

    ressarcimento das despesas incorridas com a realização de obras

    coercivas, através do recebimento das rendas relativas a contrato

    previamente existente à intervenção que se mantenha em vigor ou,

    quando este não exista ou tenha cessado a sua vigência, pela celebração

    de novo contrato.

    No exercício do seu poder regulamentar próprio, os municípios aprovam

    regulamentos municipais de urbanização e ou de edificação, bem como

    regulamentos relativos ao lançamento e liquidação das taxas e prestação de

    caução que, nos termos da lei, sejam devidas pela realização de operações

    urbanísticas.

    Os regulamentos devem ter como objetivo a concretização e execução do

    presente diploma, designadamente:

    a) Concretizar quais as obras de escassa relevância urbanística para efeitos

    de delimitação das situações isentas de controlo prévio;

    b) Pormenorizar, sempre que possível, os aspetos que envolvam a

    formulação de valorações próprias do exercício da função administrativa,

    em especial os aspetos morfológicos e estéticos a que devem obedecer

    os projetos de urbanização e edificação, assim como as condições

    exigíveis para avaliar a idoneidade da utilização dos edifícios e suas

    frações;

    c) Disciplinar os aspetos relativos ao projeto, execução, receção e

    conservação das obras e serviços de urbanização, podendo, em

    particular, estabelecer normas para o controlo da qualidade da execução

  • 9 | P á g i n a

    e fixar critérios morfológicos e estéticos a que os projetos devam

    conformar-se;

    d) Disciplinar os aspetos relativos à segurança, funcionalidade, economia,

    harmonia e equilíbrio socio ambiental, estética, qualidade, conservação e

    utilização dos edifícios, suas frações e demais construções e instalações;

    e) Fixar os critérios e trâmites do reconhecimento de que as edificações

    construídas se conformam com as regras em vigor à data da sua

    construção, assim como do licenciamento ou comunicação prévia de

    obras de reconstrução ou de alteração das edificações para efeitos da

    aplicação do regime da garantia das edificações existentes;

    f) Fixar os montantes das taxas a cobrar;

    g) Indicar a instituição e o número da conta bancária do município onde é

    possível efetuar o depósito dos montantes das taxas devidas,

    identificando o órgão à ordem do qual é efetuado o pagamento;

    h) Condições a observar na execução de operações urbanísticas objeto de

    comunicação prévia;

    i) Determinar quais os atos e operações que devem estar submetidos a

    discussão pública, designadamente, concretizar as operações de

    loteamento com significativa relevância urbanística e definir os termos do

    procedimento da sua discussão;

    j) Regular outros aspetos relativos à urbanização e edificação cuja disciplina

    não esteja reservada por lei a instrumentos de gestão territorial.

    Os projetos dos regulamentos são submetidos a discussão pública, por

    prazo não inferior a 30 dias, antes da sua aprovação pelos órgãos municipais.

    A realização de operações urbanísticas depende de licença, comunicação

    prévia com prazo, adiante designada abreviadamente por comunicação prévia

    ou comunicação, ou autorização de utilização.

    Estão sujeitas a licença administrativa:

    a) As operações de loteamento;

    b) As obras de urbanização e os trabalhos de remodelação de terrenos

    em área não abrangida por operação de loteamento;

  • 10 | P á g i n a

    c) As obras de construção, de alteração ou de ampliação em área não

    abrangida por operação de loteamento ou por plano de pormenor;

    d) As obras de conservação, reconstrução, ampliação, alteração ou

    demolição de imóveis classificados ou em vias de classificação, bem

    como de imóveis integrados em conjuntos ou sítios classificados ou

    em vias de classificação, e as obras de construção, reconstrução,

    ampliação, alteração exterior ou demolição de imóveis situados em

    zonas de proteção de imóveis classificados ou em vias de

    classificação;

    e) Obras de reconstrução das quais resulte um aumento da altura da

    fachada ou do número de pisos;

    f) As obras de demolição das edificações que não se encontrem

    previstas em licença de obras de reconstrução;

    g) As obras de construção, reconstrução, ampliação, alteração ou

    demolição de imóveis em áreas sujeitas a servidão administrativa ou

    restrição de utilidade pública, sem prejuízo do disposto em legislação

    especial;

    h) Operações urbanísticas das quais resulte a remoção de azulejos de

    fachada, independentemente da sua confrontação com a via pública

    ou logradouros;

    i) As demais operações urbanísticas que não estejam sujeitas a

    comunicação prévia ou isentas de controlo prévio, nos termos do

    presente diploma.

    A sujeição a licenciamento dos atos de reparcelamento da propriedade de que

    resultem parcelas não destinadas imediatamente a urbanização ou edificação

    depende da vontade dos proprietários.

    Estão sujeitas a comunicação prévia as seguintes operações urbanísticas:

    a) As obras de reconstrução das quais não resulte um aumento da altura da

    fachada ou do número de pisos;

    b) As obras de urbanização e os trabalhos de remodelação de terrenos em

    área abrangida por operação de loteamento;

  • 11 | P á g i n a

    c) As obras de construção, de alteração ou de ampliação em área abrangida

    por operação de loteamento ou plano de pormenor;

    d) As obras de construção, de alteração ou de ampliação em zona urbana

    consolidada que respeitem os planos municipais ou intermunicipais e das

    quais não resulte edificação com cércea superior à altura mais frequente

    das fachadas da frente edificada do lado do arruamento onde se integra

    a nova edificação, no troço de rua compreendido entre as duas

    transversais mais próximas, para um e para outro lado;

    e) A edificação de piscinas associadas a edificação principal;

    f) As operações urbanísticas precedidas de informação prévia favorável;

    g) As obras resultantes de uma intimação da câmara municipal, nos termos

    previsto no artigo 90.º-A.

    Está sujeita a autorização a utilização dos edifícios ou suas frações, bem

    como as alterações da utilização dos mesmos.

    Nas operações urbanísticas sujeitas a comunicação prévia pode o

    interessado, no requerimento inicial, optar pelo regime de licenciamento.

    A concessão da licença é da competência da câmara municipal, com

    faculdade de delegação no presidente e de subdelegação deste nos

    vereadores.

    Estão isentas de controlo prévio:

    a) As obras de conservação;

    b) As obras de alteração no interior de edifícios ou suas frações que não

    impliquem modificações na estrutura de estabilidade, das cérceas, da

    forma das fachadas e da forma dos telhados ou coberturas;

    c) As obras de escassa relevância urbanística;

    d) Os atos que tenham por efeito o destaque de uma única parcela de

    prédio com descrição predial que se situe em perímetro urbano estão

    isentos de licença desde que as duas parcelas resultantes do

    destaque confrontem com arruamentos públicos;

    e) Nas áreas situadas fora dos perímetros urbanos, estão isentos de

    licença quando, cumulativamente, se mostrem cumpridas as seguintes

    condições:

    i) Na parcela destacada só seja construído edifício que se destine

  • 12 | P á g i n a

    exclusivamente a fins habitacionais e que não tenha mais de dois

    fogos;

    ii) Na parcela restante se respeite a área mínima fixada no projeto de

    intervenção em espaço rural em vigor ou, quando aquele não exista, a

    área de unidade de cultura fixada nos termos da lei geral para a região

    respetiva.

    Sem prejuízo das competências do gestor de procedimento, a direção da

    instrução do procedimento compete ao presidente da câmara municipal,

    podendo ser delegada nos vereadores, com faculdade de subdelegação nos

    dirigentes dos serviços municipais.

    Cada procedimento é acompanhado por gestor de procedimento, a quem

    compete assegurar o normal desenvolvimento da tramitação processual,

    acompanhando, nomeadamente, a instrução, o cumprimento de prazos, a

    prestação de informação e os esclarecimentos aos interessados.

    O comprovativo eletrónico de apresentação do requerimento de

    licenciamento, informação prévia ou comunicação prévia contém a identificação

    do gestor do procedimento, bem como a indicação do local, do horário e da forma

    pelo qual pode ser contactado.

    Em caso de substituição do gestor de procedimento, é notificada ao

    interessado a identidade do novo gestor.

    O pedido de licenciamento ou a comunicação prévia de operação

    urbanística devem ser publicitados sob forma de aviso, segundo o modelo

    aprovado por portaria do membro do Governo responsável pelo ordenamento do

    território, a colocar no local de execução da operação de forma visível da via

    pública, no prazo de 10 dias a contar da apresentação do requerimento inicial ou

    comunicação.

    Qualquer interessado pode pedir à câmara municipal, a título prévio,

    informação sobre a viabilidade de realizar determinada operação urbanística ou

    conjunto de operações urbanísticas diretamente relacionadas, bem como sobre

    os respetivos condicionamentos legais ou regulamentares, nomeadamente

    relativos a infraestruturas, servidões administrativas e restrições de utilidade

    pública, índices urbanísticos, cérceas, afastamentos e demais condicionantes

    aplicáveis à pretensão.

  • 13 | P á g i n a

    O interessado pode, em qualquer circunstância, designadamente quando

    o pedido respeite a operação de loteamento em área não abrangida por plano

    de pormenor, ou a obra de construção, ampliação ou alteração em área não

    abrangida por plano de pormenor ou operação de loteamento, requerer que a

    informação prévia contemple especificamente os seguintes aspetos, em função

    da informação pretendida e dos elementos apresentados:

    a) A volumetria, alinhamento, cércea e implantação da edificação e dos

    muros de vedação;

    b) Projeto de arquitetura e memória descritiva;

    c) Programa de utilização das edificações, incluindo a área total de

    construção a afetar aos diversos usos e o número de fogos e outras

    unidades de utilização, com identificação das áreas acessórias, técnicas

    e de serviço;

    d) Infraestruturas locais e ligação às infraestruturas gerais;

    e) Estimativa de encargos urbanísticos devidos;

    f) Áreas de cedência destinadas à implantação de espaços verdes,

    equipamentos de utilização coletiva e infraestruturas viárias.

    Quando o interessado não seja o proprietário do prédio, o pedido de

    informação prévia inclui a identificação daquele bem como dos titulares de

    qualquer outro direito real sobre o prédio, através de certidão emitida pela

    conservatória do registo predial.

    A câmara municipal deve notificar o proprietário e os demais titulares de

    qualquer outro direito real sobre o prédio da abertura do procedimento.

    A câmara municipal delibera sobre o pedido de informação prévia no

    prazo de 20 dias ou, no caso previsto no n.º 2 do artigo 14.º do presente diploma,

    no prazo de 30 dias contados a partir:

    a) Da data da receção do pedido ou dos elementos solicitados nos termos

    do n.º 3 do artigo 11.º; ou

    b) Da data da receção do último dos pareceres, autorizações ou aprovações

    emitidos pelas entidades exteriores ao município, quando tenha havido

    lugar a consultas; ou ainda

    c) Do termo do prazo para a receção dos pareceres, autorizações ou

    aprovações, sempre que alguma das entidades consultadas não se

    pronuncie até essa data.

  • 14 | P á g i n a

    Os pareceres, autorizações ou aprovações emitidos pelas entidades

    exteriores ao município são obrigatoriamente notificados ao requerente

    juntamente com a informação prévia aprovada pela câmara municipal, dela

    fazendo parte integrante.

    A informação prévia favorável vincula as entidades competentes na

    decisão sobre um eventual pedido de licenciamento e no controlo sucessivo de

    operações urbanísticas sujeitas a comunicação prévia.

    Quando a execução de obras de urbanização envolva, em virtude de

    disposição legal ou regulamentar ou por força de convenção, mais de um

    responsável, a realização das mesmas pode ser objeto de contrato de

    urbanização.

    São partes no contrato de urbanização, obrigatoriamente, o município e o

    proprietário e outros titulares de direitos reais sobre o prédio e, facultativamente,

    as empresas que prestem serviços públicos, bem como outras entidades

    envolvidas na operação de loteamento ou na urbanização dela resultante,

    designadamente interessadas na aquisição dos lotes.

    O contrato de urbanização estabelece as obrigações das partes

    contratantes relativamente à execução das obras de urbanização e as

    responsabilidades a que ficam sujeitas, bem como o prazo para cumprimento

    daquelas.

    Quando haja lugar à celebração de contrato de urbanização, a ele se fará

    menção no alvará ou comunicação.

    Juntamente com o requerimento inicial, comunicação e a qualquer

    momento do procedimento até à aprovação das obras de urbanização, o

    interessado pode apresentar proposta de contrato de urbanização.

    O interessado pode requerer a execução por fases das obras de

    urbanização, identificando as obras incluídas em cada fase, o orçamento

    correspondente e os prazos dentro dos quais se propõe requerer a respetiva

    licença.

    O requerimento deve ser preferencialmente apresentado com o pedido de

    licenciamento de loteamento ou, quando as obras de urbanização não se

    integrem em operação de loteamento, com o pedido de licenciamento das

  • 15 | P á g i n a

    mesmas, podendo, contudo, ser apresentado em qualquer momento do

    procedimento, desde que não tenha ainda sido proferida decisão final.

    Cada fase deve ter coerência interna e corresponder a uma zona da área a lotear

    ou a urbanizar que possa funcionar autonomamente.

    O requerimento é decidido no prazo de 30 dias a contar da data da sua

    apresentação.

    Admitida a execução por fases, o alvará abrange apenas a primeira fase

    das obras de urbanização, implicando cada fase subsequente um aditamento ao

    alvará.

    Quando se trate de operação efetuada ao abrigo de comunicação prévia, o

    interessado identifica na comunicação as fases em que pretende proceder à

    execução das obras de urbanização.

    O requerente pode optar pela execução faseada da obra, devendo para o

    efeito, em caso de operação urbanística sujeita a licenciamento, identificar no

    projeto de arquitetura os trabalhos incluídos em cada uma das fases e indicar os

    prazos, a contar da data de aprovação daquele projeto, em que se propõe

    requerer a aprovação dos projetos das especialidades e outros estudos relativos

    a cada uma dessas fases, podendo a câmara municipal fixar diferentes prazos

    por motivo de interesse público devidamente fundamentado.

    Cada fase deve corresponder a uma parte da edificação passível de

    utilização autónoma.

    São nulas as licenças, as autorizações de utilização e as decisões

    relativas a pedidos de informação prévia que:

    a) Violem o disposto em plano municipal ou intermunicipal de ordenamento

    do território, plano especial de ordenamento do território, medidas

    preventivas ou licença ou comunicação prévia de loteamento em vigor;

    b) Não tenham sido precedidas de consulta das entidades cujos pareceres,

    autorizações ou aprovações sejam legalmente exigíveis, bem como

    quando não estejam em conformidade com esses pareceres,

    autorizações ou aprovações.

    A realização de quaisquer operações urbanísticas está sujeita a

    fiscalização administrativa, independentemente de estarem isentas de controlo

  • 16 | P á g i n a

    prévio ou da sua sujeição a prévio licenciamento, comunicação prévia ou

    autorização de utilização.

    A fiscalização administrativa destina-se a assegurar a conformidade

    daquelas operações com as disposições legais e regulamentares aplicáveis e a

    prevenir os perigos que da sua realização possam resultar para a saúde e

    segurança das pessoas.

    Os funcionários municipais responsáveis pela fiscalização de obras ou as

    empresas privadas podem realizar inspeções aos locais onde se desenvolvam

    atividades sujeitas a fiscalização nos termos do presente diploma, sem

    dependência de prévia notificação.

    Todos os factos relevantes relativos à execução de obras licenciadas ou

    objeto de comunicação prévia devem ser registados pelo respetivo diretor de

    obra no livro de obra, a conservar no local da sua realização para consulta pelos

    funcionários municipais responsáveis pela fiscalização de obras.

    São obrigatoriamente registados no livro de obra, para além das

    respetivas datas de início e conclusão, todos os factos que impliquem a sua

    paragem ou suspensão, bem como todas as alterações feitas ao projeto

    licenciado ou comunicado.

    O modelo e demais registos a inscrever no livro de obra são definidos por

    portaria dos membros do Governo responsáveis pelas obras públicas e pelo

    ordenamento do território, a qual fixa igualmente as características do livro de

    obra eletrónico.

    Qualquer interessado tem o direito de ser informado pela respetiva

    câmara municipal:

    a) Sobre os instrumentos de desenvolvimento e de gestão territorial em

    vigor para determinada área do município, bem como das demais

    condições gerais a que devem obedecer as operações urbanísticas a

    que se refere o presente diploma;

    b) Sobre o estado e andamento dos processos que lhes digam

    diretamente respeito, com especificação dos atos já praticados e do

    respetivo conteúdo, e daqueles que ainda devam sê-lo, bem como dos

    prazos aplicáveis a estes últimos.

  • 17 | P á g i n a

    As informações devem ser prestadas independentemente de despacho e

    no prazo de 15 dias.

    Os interessados têm o direito de consultar os processos que lhes digam

    diretamente respeito, nomeadamente por via eletrónica, e de obter as certidões

    ou reproduções autenticadas dos documentos que os integram, mediante o

    pagamento das importâncias que forem devidas.

    O acesso aos processos e passagem de certidões deve ser requerido por

    escrito, salvo consulta por via eletrónica, e é facultado independentemente de

    despacho e no prazo de 10 dias a contar da data da apresentação do respetivo

    requerimento.

    A câmara municipal fixa, no mínimo, um dia por semana para que os

    serviços municipais competentes estejam especificadamente à disposição dos

    cidadãos para a apresentação de eventuais pedidos de esclarecimento ou de

    informação ou reclamações.

    V - Processo de Licenciamento

    O requerente deve em primeiro lugar dirigir-se à entidade licenciadora

    - Câmara Municipal - da área de instalação do estabelecimento. Aqui deverá

    verificar se o edifício/fração tem uma licença de utilização compatível com a

    atividade que pretende desenvolver. A maioria dos municípios exige que o título

    constitutivo tenha atribuído o uso para “restauração e/ou bebidas”.

    Não sendo o caso, provavelmente será obrigado a efetuar um processo

    de alteração da licença de utilização com a entrega de plantas de localização,

    projeto de arquitetura, projetos de especialidade, entre outros.

    Outro aspeto importante e que pode dificultar o licenciamento acontece

    quando o edifício está sujeito ao regime de propriedade horizontal1, em que

    necessitará de autorização de todos os condóminos para proceder à alteração

    da licença de utilização.

    1 Diz-se que um prédio está constituído em PROPRIEDADE HORIZONTAL, quando está dividido em fracções autónomas, nomeadamente apartamentos ou andares e garagens, desde que registadas separadamente, devendo ter saída própria para uma parte comum do prédio ou para a via pública. Assim, um simples lugar de garagem como tal assinalado no solo com traços delimitadores não constitui fracção autónoma, embora o seu uso possa estar reservado a uma fracção autónoma.

  • 18 | P á g i n a

    Ainda no município, poderá obter informações sobre a necessidade de

    juntar elementos para a adequação à legislação entretanto publicada e que

    sejam requeridos. Como a iniciativa licenciamento zero pressupõe uma vistoria

    posterior para verificação da veracidade da declaração prévia e da conformidade

    com a legislação, será provável que nesta fase estes elementos lhe sejam

    exigidos, nomeadamente novo layout da instalação, planta de equipamento,

    termos de responsabilidade (água, gás), etc.

    Nas câmaras que tenham já em funcionamento o balcão único eletrónico,

    pode efetuar ali o preenchimento eletrónico da declaração prévia de abertura ou

    modificação (ex: alteração do nome do titular/explorador) do estabelecimento.

    Vários municípios facultam o formulário em papel que poderá preencher e

    entregar desta forma.

    A outra modalidade de obter a autorização de abertura é através da

    internet no Portal da Empresa, o que implica um leitor do cartão do cidadão e a

    credenciação digital no sistema com o PIN de autenticação.

    VI - Acesso ao estabelecimento

    É livre o acesso e a permanência de público nos estabelecimentos de

    restauração ou bebidas. O proprietário poderá, no entanto, recusar o acesso

    ou a permanência de pessoas quando existir perturbação ao normal

    funcionamento do estabelecimento, designadamente por:

    • Não manifestarem intenção de utilizar os serviços prestados;

    • Recusarem-se a cumprir as normas de funcionamento impostas

    por disposições legais ou privativas do estabelecimento, desde que estas

    restrições sejam devidamente publicitadas;

    • Entrar nas áreas de acesso reservado.

    Pode ser recusado o acesso a pessoas que se façam acompanhar por

    animais, salvo quando se tratar de cães guia, em concordância com o Decreto-

  • 19 | P á g i n a

    Lei nº 74/2007 de 27 de Março2, e desde que essa restrição esteja devidamente

    publicitada.

    VII - Livro de reclamações

    Em todos os estabelecimentos de restauração ou de bebidas deve

    existir livro de reclamações, nos termos do Decreto-Lei nº 156/2005 de 15 de

    setembro (alterado pelo DL n.º 9/2020, de 10/03).

    O estabelecimento deverá ter afixado, em local bem visível e com caracteres

    facilmente legíveis, um letreiro com a seguinte informação:

    • "Este estabelecimento dispõe de livro de reclamações";

    • Entidade competente para apreciar a reclamação: [identificação e

    morada completas da entidade].

    Este livro será facultado imediata e gratuitamente ao cliente sempre que

    este o solicitar. O fornecedor de bens ou prestador de serviços não pode, em

    caso algum, justificar a falta de livro de reclamações no estabelecimento onde o

    consumidor ou utente o solicita pelo facto de o mesmo se encontrar disponível

    noutros estabelecimentos, dependências ou sucursais, ou pelo facto de

    disponibilizar o formato eletrónico do livro de reclamações. O fornecedor de bens

    ou o prestador de serviços não pode impor qualquer meio alternativo de

    formalização da reclamação antes de ter disponibilizado o livro de reclamações,

    nem condicionar a apresentação da reclamação, designadamente, à

    necessidade de identificação do consumidor ou utente.

    Quando o livro de reclamações não for imediatamente facultado ao

    cliente, este pode requerer a presença a autoridade policial a fim de remover

    essa recusa ou de que essa autoridade tome nota da ocorrência e a faça chegar

    à entidade competente para fiscalizar o estabelecimento.

    2 Direito de acesso das pessoas com deficiência acompanhadas de cães de assistência a locais, transportes e estabelecimentos de acesso público. É de ter em atenção a lei do sistema de informação dos animais de companhia.

  • 20 | P á g i n a

    Sempre que ocorra uma reclamação, deverá ser enviada uma cópia

    à ASAE (Autoridade de Segurança Alimentar e Económica), entidade

    competente para fiscalizar e instruir eventuais processos de contraordenação.

    Após o preenchimento da folha de reclamação, o fornecedor do bem, o

    prestador de serviços ou o funcionário do estabelecimento, deve, no prazo de 15

    dias úteis, salvo se for estabelecido prazo distinto em lei especial, remeter o

    original da folha do livro de reclamações, consoante o caso:

    a) À entidade de controlo de mercado competente ou à entidade

    reguladora do setor identificada no artigo 11.º;

    b) À entidade de controlo de mercado competente ou à entidade

    reguladora do setor, tratando-se de fornecedor de bens ou de

    prestador de serviços não identificado no anexo ao presente

    decreto-lei;

    c) À entidade que, nos termos da lei, emite a respetiva acreditação, na

    ausência de entidade reguladora do setor ou de entidade de controlo

    de mercado competente, tratando-se de fornecedor de bens ou de

    prestador de serviços não identificado no anexo ao presente decreto-

    lei e sujeito a processo de acreditação;

    d) À Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE), caso não

    exista entidade competente nos termos das alíneas anteriores.

    A remessa do original da folha de reclamação deve ser acompanhada dos

    seguintes elementos:

    a) A resposta já enviada ao consumidor ou utente em virtude

    da reclamação formulada, quando aplicável;

    b) O exemplar da mensagem publicitária, através de suporte

    físico ou digital, quando o objeto da reclamação incidir sobre

    publicidade.

    VIII – Fiscalização

    Atualmente o principal órgão fiscalizador do cumprimento das obrigações

    previstas nas normas que disciplinam a instalação e o funcionamento dos

    estabelecimentos de restauração ou de bebidas é a ASAE.

    http://www.asae.pt/

  • 21 | P á g i n a

    Têm ainda competência fiscalizadora os médicos que desempenham as

    funções de autoridades de saúde (vulgo Delegados de Saúde) de maneira a

    evitar situações de grave risco para a saúde pública.

    Os municípios têm competências fiscalizadoras no cumprimento do RJUE -

    Regime Jurídico da Urbanização e da Edificação.

    Outras entidades poderão exercer fiscalização em regulamentos sectoriais

    (exemplos: Ministério do Ambiente na gestão de resíduos; Autoridade para as

    Condições de Trabalho em matérias de segurança higiene e saúde no trabalho;

    Inspeção Geral das Atividades Culturais na utilização de conteúdos protegidos

    por direitos de autor).

    IX - Requisitos Funcionais

    9.1. Higiene Pessoal

    Em relação a outras atividades profissionais, o trabalho no ramo alimentar

    reveste-se de maior importância na medida em que essa prática poderá

    condicionar a saúde de quem vier a consumir aqueles géneros alimentícios. A

    primeira regra essencial será incutir aos manipuladores de alimentos, enquanto

    profissionais, esse grau de responsabilidade acrescido, através de rotinas

    saudáveis de limpeza do corpo e das roupas. Todas as pessoas em contacto

    com os alimentos devem entender a higiene como uma forma de proteger a sua

    saúde e a dos consumidores.

    O ambiente da empresa tende a ser seguido pelos funcionários.

    Geralmente instalações limpas incentivam a práticas de limpeza por parte de

    todos os que nelas trabalham.

    As regras de higiene pessoal e alimentar devem estar perfeitamente

    definidas pelo proprietário ou responsável e dadas a conhecer a todos os

    colaboradores. Devem estar expostas em locais estratégicos do estabelecimento

    (cozinha, copas, instalações sanitárias e junto aos lavatórios.

    http://dre.pt/util/getpdf.asp?s=dip&serie=1&iddr=2010.62&iddip=20100560http://dre.pt/util/getpdf.asp?s=dip&serie=1&iddr=2010.62&iddip=20100560http://www.portaldolicenciamento.com/

  • 22 | P á g i n a

    X - Gestão de Resíduos

    10.1. Certificado Verdoreca

    Desde 1 de Janeiro de 1999 que os estabelecimentos de

    hotelaria, restauração e bebidas só podem comercializar bebidas refrigerantes,

    cervejas e águas minerais naturais, de nascente ou outras águas embaladas

    destinadas a consumo no estabelecimento, se acondicionadas em embalagens

    reutilizáveis, ou seja, embaladas com tara recuperável. Excetuam-se os

    concentrados destinados à preparação de bebidas refrigerantes por diluição no

    próprio local de consumo. Esta obrigação resulta da legislação em vigor, no

    âmbito da gestão de resíduos de embalagens - DL n.º 152-D/2017, de 11/12

    (alterado pela Lei n.º 41/2019, de 21/06). Este diploma prevê, contudo, a

    possibilidade de venda daqueles produtos em embalagens não-

    reutilizáveis (de tara perdida), desde que estas sejam encaminhadas para um

    sistema de recolha seletiva que garanta a reciclagem dos resíduos em que

    aquelas embalagens se tornam após consumo.

    Com o intuito do cumprimento da legislação foi criado o

    subsistema VERDORECA no âmbito da actividade da SPV - Sociedade Ponto

    Verde, que promove o encaminhamento e a reciclagem de embalagens

    http://www.portaldolicenciamento.com/restauracao-e-bebidas/all/

  • 23 | P á g i n a

    consumidas nos estabelecimentos de hotelaria, restauração e similares,

    conhecido como canal HORECA.

    Como pré-requisito para a adesão a este sistema deverão

    existir ecopontos nas imediações do estabelecimento (3 contentores: amarelo

    para plástico e metal; azul para papel e cartão; verde para vidro). A outra

    alternativa é existir recolha porta-a-porta por parte da entidade gestora dos

    resíduos sólidos urbanos.

    Os responsáveis dos estabelecimentos VERDORECA deverão assegurar

    a separação das embalagens vazias que produzem, por tipo de material, e

    depositá-las nos recipientes adequados e nos horários (se os houver)

    determinados pela entidade municipal responsável pela recolha seletiva na área

    em que se encontram.

    A adesão ao sistema é gratuita pelo telefone 808 10 20 21 e os

    estabelecimentos aderentes passam a poder utilizar o CERTIFICADO

    VERDORECA.

    10.2. Reciclagem de óleos de cozinha

    Embora muitos estabelecimentos de hotelaria e restauração já separem

    os óleos usados na cozinha e os encaminhem através de empresas licenciadas

    para o efeito e alguns cidadãos com maior consciência ecológica procedam da

    mesma maneira em suas casas, a prática comum é o despejo dos óleos usados

    para a rede de saneamento básico com a consequente poluição das águas e

    solos.

    A produção de óleos alimentares nas nossas casas e no sector Horeca

    não tinha, até recentemente, um sistema de gestão integrado que permitisse a

    recolha seletiva desses resíduos para posterior valorização, por exemplo, para

    a produção de biocombustíveis, onde se inclui o biodiesel.

    Foi, entretanto, publicada legislação sobre Óleos Alimentares

    Usados (OAU), constante no Decreto-Lei nº 267/2009, de 29 de setembro

    (alterado pelo DL n.º 102/2017, de 23 de agosto), que estabelece o regime

    jurídico da gestão destes resíduos, produzidos pelos sectores industrial, da

    hotelaria e restauração e doméstico.

    http://www.portaldolicenciamento.com/restauracao-e-bebidas/all/

  • 24 | P á g i n a

    Embora o decreto tenha um especial enfoque na recolha de óleos de

    cozinha no sector doméstico, visto ser este no seu conjunto o maior produtor,

    poderemos aplicar parte das suas regras aos estabelecimentos de restauração

    e bebidas. Neste sentido, os municípios ou entidades gestoras de resíduos, são

    responsáveis pela recolha dos óleos alimentares provenientes de produtores

    cuja produção diária de resíduos urbanos não exceda 1100 litro, volume onde se

    enquadram a esmagadora maioria dos estabelecimentos de restauração e de

    bebidas.

    Os municípios e algumas grandes superfícies do sector de distribuição

    têm vindo a montar uma rede de recolha seletiva para óleos alimentares usados

    – cujos contentores são conhecidos por Oleões, à semelhança do que se passa

    com papel, vidro e embalagens nos ecopontos.

    Os estabelecimentos de restauração e bebidas, nomeadamente aqueles

    com maior produção, poderão preferir encaminhar os óleos para um operador

    devidamente licenciado (ver listagem da Agência Portuguesa do Ambiente) e

    porventura até retirar proveito económico dessa opção.

    Os estabelecimentos do sector HORECA devem divulgar ao público o

    encaminhamento dos óleos alimentares usados produzidos, mediante a afixação

    em local visível de um certificado emitido pelo município ou pelo operador de

    gestão de resíduos cuja validade é de um ano.

    Para uma correta prática, armazene o óleo alimentar usado depois de frio

    numa embalagem de plástico (garrafas de 1,5L ou garrafões de 5L, consoante a

    sua produção e dependendo do diâmetro de abertura do Oleão). Quando estiver

    cheia, feche-a bem para evitar derrames e deposite-a no Oleão mais próximo.

    Nunca deposite óleos lubrificantes de motores e resíduos da utilização das

    gorduras alimentares, das margarinas, dos cremes para barrar e do azeite.

    10.3. Gorduras e Óleos de fritar

    As gorduras e os óleos utilizados na fritura dos alimentos sofrem, ao longo

    da sua utilização, um processo de degradação com a formação de compostos

    nocivos (compostos polares). Este processo é tanto mais acelerado quanto

    maior forem as temperaturas na fritura.

  • 25 | P á g i n a

    A qualidade das gorduras e óleos utilizados na fritura está regulamentada

    através da Portaria nº 1135/95 de 15 de setembro estando o fabricante ou

    vendedor do género alimentício frito obrigado a garantir o cumprimento deste

    diploma.

    Existem dois conselhos a seguir. O primeiro prende-se com o controlo da

    temperatura; as fritadeiras devem estar equipadas com termostato de forma a

    limitar a temperatura máxima do óleo aos 180º C. Outro conselho é a renovação

    periódica do óleo e o controlo da sua qualidade através de kits apropriados que

    existem no mercado.

    Após a sua utilização, estes óleos da cozinha devem ser recolhidos num

    recipiente próprio e encaminhados para reciclagem. Existe já legislação sobre a

    recolha de óleos alimentares usados e muitas empresas gestoras de resíduos

    têm também uma fileira de recolha para os grandes produtores (cantinas,

    escolas, lares de idosos). Para pequenas quantidades já vão existindo entidades

    que promovem também essa recolha como por exemplo a AMI e proximamente

    as câmaras municipais.

  • 26 | P á g i n a

    Conclusão

  • 27 | P á g i n a

    Legislação

    Acesso e Exercício no Licenciamento Zero

    http://www.pgdlisboa.pt/leis/lei_mostra_articulado.php?artigo_id=1337A0012&nid=1337&ta

    bela=leis&pagina=1&ficha=1&so_miolo=&nversao=

    Direito de acesso das pessoas com deficiência acompanhadas de cães de

    assistência a locais, transportes e estabelecimentos de acesso público – em anexo

    Livro de reclamações

    http://www.pgdlisboa.pt/leis/lei_mostra_articulado.php?nid=737&tabela=leis

    Portaria nº 1135/95 de 15 de setembro - Regras na utilização de gorduras e óleos utilizados na preparação e fabrico de géneros alimentícios fritos – em anexo

    Regime da Gestão de Fluxos Específicos de Resíduos

    http://www.pgdlisboa.pt/leis/lei_mostra_articulado.php?artigo_id=2953A0099&nid=2953&ta

    bela=leis&pagina=1&ficha=1&so_miolo=&nversao=

    Regime Jurídico de Acesso e Exercício de Atividades de Comércio, Serviços E Restauração

    http://www.pgdlisboa.pt/leis/lei_mostra_articulado.php?nid=2261&tabela=leis&so_miolo=

    Regime Jurídico de Urbanização e Edificação

    http://www.pgdlisboa.pt/leis/lei_mostra_articulado.php?nid=625&tabela=leis

    Regime jurídico da gestão de óleos alimentares usados – em anexo

    Sistema de Informação de Animais de Companhia

    http://www.pgdlisboa.pt/leis/lei_mostra_articulado.php?nid=3093&tabela=leis&ficha=1&pagi

    na=1&so_miolo=

    Nota: O site da procuradoria geral distrital de lisboa encontra-se atualizado ao dia. Daí que sempre que acedam ao site ele irá mostrar a lei em vigor. Já as outras leis terão de ter o cuidado de ver se as mesmas se encontram atualizadas.

    http://www.pgdlisboa.pt/leis/lei_mostra_articulado.php?artigo_id=1337A0012&nid=1337&tabela=leis&pagina=1&ficha=1&so_miolo=&nversao=http://www.pgdlisboa.pt/leis/lei_mostra_articulado.php?artigo_id=1337A0012&nid=1337&tabela=leis&pagina=1&ficha=1&so_miolo=&nversao=http://www.pgdlisboa.pt/leis/lei_mostra_articulado.php?nid=737&tabela=leishttp://www.pgdlisboa.pt/leis/lei_mostra_articulado.php?artigo_id=2953A0099&nid=2953&tabela=leis&pagina=1&ficha=1&so_miolo=&nversao=http://www.pgdlisboa.pt/leis/lei_mostra_articulado.php?artigo_id=2953A0099&nid=2953&tabela=leis&pagina=1&ficha=1&so_miolo=&nversao=http://www.pgdlisboa.pt/leis/lei_mostra_articulado.php?nid=2261&tabela=leis&so_miolo=http://www.pgdlisboa.pt/leis/lei_mostra_articulado.php?nid=625&tabela=leishttp://www.pgdlisboa.pt/leis/lei_mostra_articulado.php?nid=3093&tabela=leis&ficha=1&pagina=1&so_miolo=http://www.pgdlisboa.pt/leis/lei_mostra_articulado.php?nid=3093&tabela=leis&ficha=1&pagina=1&so_miolo=

  • 28 | P á g i n a

    Abreviaturas

    RJUE - Regime Jurídico de Urbanização e Edificação

  • 29 | P á g i n a

    Bibliografia

    • CANOTILHO, Gomes; MOREIRA, Vital, “Constituição da República

    Portuguesa Anotada”, 3ª Edição Revista, 1993, Coimbra Editora;

    • CORREIA, Prof. Doutor Fernando Alves, “Direito do Urbanismo e

    Autarquias Locais”, 2005, Almedina Editora;

    • PRATA, Ana, “Dicionário Jurídico”, 1995, Livraria Almedina;

    • SILVA, Luís Filipe Dantas da; RODRIGUES, Mónica Landeiro, “Regime

    jurídico da actividade de segurança privada – coletânea de legislação

    comentada”, 2015, APSEI;

    • SILVA, Rui; DIAS, Álvaro Lopes, “Segurança Privada em Portugal”, 2015,

    Bnomics.

    I – Objetivos GeraisII – Objetivos EspecíficosV - Processo de LicenciamentoVI - Acesso ao estabelecimentoVII - Livro de reclamaçõesVIII – Fiscalização9.1. Higiene Pessoal

    X - Gestão de Resíduos10.1. Certificado Verdoreca10.2. Reciclagem de óleos de cozinha10.3. Gorduras e Óleos de fritar

    ConclusãoLegislaçãoAcesso e Exercício no Licenciamento ZeroLivro de reclamaçõesRegime da Gestão de Fluxos Específicos de ResíduosRegime Jurídico de Acesso e Exercício de Atividades de Comércio, Serviços E RestauraçãoRegime Jurídico de Urbanização e EdificaçãoSistema de Informação de Animais de Companhia

    AbreviaturasBibliografia