manual de integração pedagógica - site docente · o aluno deverá pesquisar e não “ganhar”...
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CONCEITOS BÁSICOS
Qual é o interesse que o aluno tem sobre a língua?
Como temos visto nas últimas enquetes, os alunos têm diversos interesses. Veem a língua como a porta de entrada para o estudo de uma nova cultura (1° lugar), como uma ferramenta profissional (2° lugar), como um hobby (3° lugar) ou como uma ponte para objetivos turísticos (4° lugar).
Como ajudar o aluno a atingir seus objetivos e ensinar o que ele necessita?
Gradativamente. Não esquecendo que a língua é como a construção de uma casa, tijolo por tijolo. Portanto, se esquecermos de colocar um só tijolo que seja, isto causará um buraco no processo de ensino-aprendizagem do aluno que lhe poderá afetar ao longo do curso.
Quais são nossos objetivos?
Que o aluno consiga manejar o idioma de acordo com os objetivos específicos do nível que está cursando e, que continue aperfeiçoando-se no próximo nível. Lembrar sempre que a aprendizagem realiza-se em espiral; o novo que foi visto em cada nível será reforçado novamente no próximo nível cursado pelo aluno.
Como posso alcançar estes objetivos?
Não pulando ou omitindo partes do programa, dando aulas organizadas e planejadas, fazendo que suas aulas sejam dinâmicas, isto nos levará a um único resultado: um aluno em perfeitas condições para encarar o próximo nível. É importante para o processo ensino-aprendizagem do aluno que ele esteja em contato com o idioma fora da sala de aula, por isso uma boa dica é indicar endereços de sites interessantes (jornais, revistas, etc.). Para reforçar e fixar os conhecimentos dados em sala de aula o professor sempre deve dar TAREFAS
PARA CASA.
Estou sozinho ou alguém me acompanhará neste caminho?
De maneira nenhuma estará sozinho neste caminho. Sua supervisora pedagógica sempre lhe estará acompanhando e disposta a atendê-lo em qualquer dificuldade que, porventura, surja. Portanto, perante qualquer dúvida de origem pedagógica, saiba que sempre poderá contar com ela.
RECOMENDAÇÕES PEDAGÓGICAS GERAIS
Uso de dicionário
Nossa tarefa é iniciar o aluno na busca do conhecimento e colocá-lo em contato com as diferentes maneiras de internalizá-lo, experimentando todos os tipos de ferramentas que possam ser úteis em todas as fases de seu aprendizado. O professor deve estimular o aluno na prática do uso do dicionário, provocando neste uma série de questionamentos, demonstrando a importância de buscar a resposta nestas obras de consulta e ensinando-lhe a transferir este aprendizado para outros contextos. O aluno deverá pesquisar e não “ganhar” a palavra do professor. Desta forma, estaremos contribuindo para que o aprendiz atinja gradativamente certa autonomia na busca por respostas e sinta-se um indivíduo pleno, ativo e responsável por seu processo de ensino-aprendizagem. * Recomendamos:
a) Para os alunos de níveis 1 a 4: dicionário bilíngue.
b) Para alunos de nível 5 em diante: dicionário bilíngue + dicionário monolíngue.
Aulas mais dinâmicas e interessantes
Aproveite a riqueza que dá cada tema das leituras do livro-texto, aproveite para ”dar pitadinhas e temperar” ainda mais o livro, introduzindo materiais complementares e/ou extras do departamento, tais como: banco de textos, banco de redações, banco de exercícios, banco de vocabulário, banco de dinâmicas, áudios, podcasts, vídeos on-line, filmes de longa-metragem, explorando nesta diversidade de recursos cada uma das destrezas comunicativas (ELFO: Escrever, Ler, Falar, Ouvir).
1°. dia de aula
Como nem sempre temos os mesmos alunos, se não os conhecemos devemos fazer uma apresentação formal. Mesmo conhecendo a metade do curso, a apresentação deve ser feita por uma questão de respeito com os novos alunos. De outra maneira, estes últimos poderiam sentir que não fazem parte desse grupo que já se conhece. Também convém, desde o primeiro dia, explicar para o curso o que se espera deles. As responsabilidades de cada um (docente e discente) estabelecem-se nesse dia.
* Consulte “Instrutivo Início Cursos”, disponível em nosso Blog no seguinte link: http://deptoportuguescui.files.wordpress.com/2011/09/instrutivo-inc3adcio-aulas.pdf
Como quebrar o clima ¨gélido¨ das primeiras aulas
Use e abuse das dicas dadas no “Instrutivo Início Cursos” e sempre trabalhe com as atividades de socialização sugeridas para criar um bom clima entre todos os que respiram o mesmo ar da sala de aula. Essas valiosas recomendações servirão para esta etapa e também para todo o curso.
* Consulte “Instrutivo Início Cursos”, disponível em nosso Blog no seguinte link: http://deptoportuguescui.files.wordpress.com/2011/09/instrutivo-inc3adcio-aulas.pdf
LIVRO-TEXTO “UM PORTUGUÊS BEM BRASILEIRO”
Considerações pedagógicas
1. Um livro didático nunca será autossuficiente e o professor deve vê-lo como uma ferramenta utilizada
para enriquecer suas aulas, dentre todas as outras oferecidas pelo departamento. 2. Cuidado! O livro-texto não deve ser sua tábua de salvação, pois terminará delineando seu trabalho
ou delimitando-o. Use e abuse do material que disponibilizamos em nosso Blog. 3. O uso somente do livro-texto como única ferramenta não garantirá o desenvolvimento do ELFO
(=Escrever, Ler, Falar, Ouvir). Temos muito material para este fim. 4. Sempre haverá a necessidade de suplementar o livro-texto com material extra, para isto o professor
também poderá contar com material fornecido pelas supervisoras e/ou disponibilizados em nosso Blog.
5. Tenha muito cuidado para não passar para o aluno a ideia de que o livro-texto é a única referência
da matéria a ser estudada. 6. Normalmente, o aluno espera que o livro-texto seja usado por completo, sem “pular” nenhuma
página, e às vezes, nem mesmo nenhum de seus exercícios. Portanto sugerimos 2 coisas:
a) Recicle o exercício usando sua criatividade;
b) Se tiver que pular um exercício, explique sua decisão ao aluno (já fizemos outro parecido, voltaremos nesse exercício na hora da revisão, etc.). 7. Cautela! Os alunos não aprenderão gramática lendo apenas o apêndice gramatical do livro-texto. Ele
é apenas uma referência e jamais substituirá a sistematização da gramática pelo professor em sala de aula; reforços com resumos; quadros impressos; exercícios vários; links para pesquisar, etc.
8. De nenhuma maneira baseie-se e/ou indique ao aluno que consulte um tema gramatical no
apêndice do livro-texto, ele apresenta várias irregularidades como: erros, informações incompletas, etc. Na dúvida, a melhor prática é consultar sua supervisora.
NÍVEL 1 – CICLO BÁSICO
OBJETIVOS FONOLÓGICOS Nas duas primeiras aulas, deverá introduzir as regras de fonética com sua respectiva introdução: conceito de fonema, letra e fonema, classificação dos fonemas (sensibilização), encontros vocálicos; consonantais e dígrafos (sensibilização), notações léxicas, o alfabeto, as regras fonéticas propriamente ditas. A ordem de exposição dos itens citados; permanece a critério de cada professor. Neste ciclo de aprendizagem, o ensino adequado das regras de fonética são sumamente importantes para o aluno, pois sua capacidade produtiva oral é imensamente inferior ou quase nula comparada a sua capacidade receptiva auditiva. É fundamental a dedicação apurada e primorosa no trabalho e desenvolvimento de cada aula das regras básicas de fonética, estabelecendo e marcando as dificuldades dos hispano-falantes na produção de determinados fonemas. Dê ênfase às vogais e suas variantes fonológicas nos ditongos orais e nasais e às consoantes com suas variantes de entonação e dicção, lembrando que o trabalho com as vogais é o responsável pela naturalização fonética na pronúncia do português; enquanto o trabalho com as consoantes é pela desnaturalização fonética do idioma espanhol. O desenvolvimento produtivo oral do aluno no seguinte nível dependerá em grande parte da compreensão e prática das regras de fonética neste nível, portanto o trabalho do professor com relação a isso é preponderante tanto para os alunos, como para o trabalho do próximo professor no seguinte nível. Lembre-se que, excetuando os alunos que já estudaram ou estudam outro idioma, quase a totalidade dos alunos está tendo contato pela primeira vez com o estudo do idioma de forma sistemática, ordenada e planificada. Neste sentido, durante todo o curso, deve haver momentos de sistematização de aspectos fonético-fonológicos. Desta forma o aprendiz vai, pouco a pouco, internalizando-os e incorporando-os em sua produção oral. Dê as regras de fonética utilizando o “Guia de Fonologia e Fonética” de nosso departamento para tal fim. Vale a pena recordar que existe uma versão deste guia para alunos, que pode ser enviada por e-mail ou entregue em mãos.
* Consulte “Categoria 14. Fonética”, disponível em nosso Blog no seguinte link: http://deptoportuguescui.wordpress.com/category/14-fonetica/
Devemos usar uma prática de gerenciamento e administração dos erros dos alunos nas aulas. Se os analisarmos como evidências ou ¨termômetros¨ de como se está dando o processo de aprendizagem, poderemos determinar as diferentes maneiras para corrigi-los. O professor tem que evidenciar e mostrar o erro que o aluno cometeu para que ele perceba sua falha e opere as mudanças necessárias para a correção. Para isto, use as sugestões do ”Instrutivo Início Cursos”.
* Consulte “Instrutivo Início Cursos”, disponível em nosso Blog no seguinte link: http://deptoportuguescui.files.wordpress.com/2011/09/instrutivo-inc3adcio-aulas.pdf
PONTOS FRACOS DO LIVRO-TEXTO
Lembre-se que TODOS OS TEMAS SERÃO AVALIADOS NO EXAME FINAL. Portanto, devem ser sistematizados pelo professor e exercitados pelos alunos. Considere que pode acontecer que um tema gramatical que esteja no caderno de exercícios, não esteja no apêndice gramatical do livro-texto ou esteja incompleto, como os que observaremos abaixo:
a) O alfabeto.
b) Flexão de gênero do substantivo.
c) Flexão de número do substantivo (regras completas e atenção com as exceções).
d) Pronomes interrogativos.
e) Países, cidades e continentes que levam ou não levam artigo.
f) Vocabulário: países lusófonos, família, escola, animais, comidas.
RECOMENDAÇÕES PEDAGÓGICAS
Com relação ao processo de ensino-aprendizagem, o aluno apresenta um caráter de subordinação e dependência ao professor.
O professor é o guia e o provedor de conhecimento, portanto deve sistematizar, explicando artesanalmente todos os temas que apresenta para depois dar a exercitação ao aluno. Os meios disponíveis para isto são diversos, tais como: lousa, reforço com resumos e quadros impressos, exercícios vários, links para pesquisar, textos, vídeos, etc. Como material complementar, o professor poderá utilizar tudo o que o departamento disponibiliza em nosso Blog.
* Consulte o Blog, através do seguinte link: http://deptoportuguescui.wordpress.com/
OBSERVAÇÕES Considere que neste nível devemos explorar as habilidades comunicativas básicas da vida quotidiana. Também que já no primeiro nível podemos e devemos falar de “Conectivos” e de “Paralelismo Verbal”, lembrando sempre de que a “Preposição” também é um CONECTIVO (para palavras subordinadas), da mesma forma que as “Conjunções Coordenativas” (para orações independentes). Ainda, de que o trabalho com a formação de orações, utilizando-se de diferentes tempos do “Modo Indicativo”; também se trata de “Paralelismo Verbal”. Conectivos e Paralelismo Verbal; os alunos têm que estar familiarizados com este vocabulário para que não tenham inconvenientes no próximo nível com os “Conectivos Subordinativos” e o “Consecutio Temporum” (Paralelismo Verbal subordinativo). Neste nível devemos explorar as habilidades comunicativas básicas da vida cotidiana, tais como: cumprimentar; indicar preferências e emitir opiniões; descrever figuras; responder perguntas diretas; relatar atividades; elaborar pequenos diálogos; expressar um desejo. Como apoio o professor pode buscar material disponível no Blog do departamento.
* Consulte o Blog, através do seguinte link: http://deptoportuguescui.wordpress.com/
OBJETIVOS COMUNICATIVOS
― Apresentar o curso, o professor e os alunos. ― Cumprimentar utilizando expressões e diferentes níveis de linguagem (formal e informal). ― Indicar preferências, emitir opiniões e apreciações. ― Descrever figuras e realizar comentários. ― Elaborar questões e responder perguntas (afirmativamente ou negativamente). ― Relatar atividades. ― Responder informações sobre textos. ― Elaborar pequenos diálogos, em duplas, empregando adequadamente as formas de tratamento. ― Expressar um desejo. ― Argumentar, responder, exigir, pedir, descrever, caracterizar.
DESENVOLVIMENTO CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS
PLANIFICAÇÃO GERAL
PLANIFICAÇÃO ELFO
AULA 01 AULA 02
Ensino e Prática das “Regras de Fonética” (utilizar “Guia de Fonologia e Fonética”)
Laboratório de fonética
AULA 03 AULA 04
Apostila de Gramática Introdutória
+ Exercícios passivos
Audição + Oralidade
AULA 05
Leitura + Oralidade AULA 06
AULA 07 Escritura + Oralidade
AULA 08
AULA 09 Audição + Oralidade
AULA 10
AULA 11 Leitura + Oralidade
AULA 12
AULA 13 Escritura + Oralidade
AULA 14
AULA 15 1° Exame: Exame Final de Lecto-compreensão com Gramática 2° Exame: Exame Final de Produção Escrita
AULA 16 1° Exame: Exame Final de Compreensão Auditiva 2° Exame: Exame Final de Produção Oral
Início do trabalho com o livro-texto
(começar da página 21)
Início do trabalho com o caderno de exercícios
(começar da página 00)
APRECIAÇÕES SOBRE A APOSTILA
O objetivo desta apostila é o de proporcionar elementos básicos ao aluno hispano-falante iniciante para que ele possa começar a desenvolver em curtíssimo prazo uma mínima autonomia linguística inicial com relação a sua capacidade produtiva, já que com relação à capacidade receptiva, majoritariamente os alunos apresentam um nível linguístico semi-desenvolvido. A meta é evitar a tradicional rota gramatical determinada pelo livro texto utilizado para este nível, onde a aprendizagem de elementos básicos somente ocorre depois de dois ou três após o início do curso. Esta planificação pedagógica retarda em grande parte a autonomia linguística inicial do aluno, causando uma percepção de estagnação e perda de tempo com a consequente frustração linguística. Este quadro toma ainda mais sentido ao considerarmos o perfil do aluno hispano-falante iniciante que é ao principio do curso de português, tipicamente ansioso e impaciente. Ao longo do tempo, observou-se em vários cursos de nível 01 do Ciclo básico, que o estudante deste nível, motiva-se enormemente quando se sente seguro linguisticamente ainda que possua e/ou conheça elementos linguísticos rudimentares. Com poucas semanas de estudo do idioma, sua percepção motivacional altera-se radicalmente, em seu sentido positivo, ao possuir e/ou conhecer elementos básicos ou primários que lhe possibilitem construir semi-frases ou frases, ainda que sejam rudimentares ou incorretas.
PRONOMES PESSOAIS São palavras que substituem os nomes e representam as pessoas do discurso. As pessoas do discurso (ou pessoas gramaticais) são três:
a) 1ª. pessoa = o falante: eu, nós b) 2ª. pessoa = o ouvinte: tu, você a) 1ª. pessoa = a pessoa de quem se fala: ele, ela, eles, elas
tabela comparativa ajustada às variações
*¹ Pronome pessoal “tu”
No português europeu normal, o pronome “tu” é empregado como forma própria da intimidade. Use-se de pais para filhos, de avós ou tios para netos ou sobrinhos, entre irmãos ou amigos, entre marido e mulher, entre colegas de faixa etária igual ou próxima. O seu emprego tem-se alargado, nos últimos tempos, ente colegas de estudo ou da mesma profissão, entre membros de um partido político e até, em certas famílias, de filhos para pais, tendendo a ultrapassar os limites da intimidade propriamente dita, em consonância com uma intenção igualitária ou, simplesmente, aproximativa. No português do Brasil, o uso do “tu” restringe-se ao extremo Sul do país e a alguns pontos da região Norte, ainda não suficientemente delimitados. Em quase todo o território brasileiro, foi ele substituído por “você” como forma de intimidade ou informalidade.
*² Pronome “você”
É um pronome de tratamento pessoal, empregado como forma de intimidade ou infomalidade. Também se emprega, fora do campo da intimidade, como tratamento de igual para igual ou de superior para inferior. Seu uso verbal se dá na segunda pessoa (substituição do pronome “tu”), porém, é conjugado como a terceira pessoa (ele) por tratar-se de um pronome de tratamento. No português de Portugal, "você" é utilizado em situação formal, enquanto "tu" é usado em situação informal. Sua origem etimológica encontra-se na expressão de tratamento de deferência "vossa mercê", que evoluiu sucessivamente a "vossemecê", "vosmecê", "vancê" e “você”. "Vossa mercê" (mercê significa graça, concessão) era um tratamento dado a pessoas às quais não era possível se dirigir pelo pronome tu. Em galego a expressão evoluiu para o termo vostede.
Espanhol (variação argentina)
Português (variação brasileira)
SINGULAR 1ª. pessoa yo eu 2ª. pessoa vos tu *¹, você *² o senhor *³, a senhora *³ 3ª. pessoa él, ella ele, ela
PLURAL 1ª. pessoa nosotros nós a gente *⁴ 2ª. pessoa ustedes vós *⁵, vocês *² 3ª. pessoa ellos, ellas eles, elas os senhores *³, as senhoras *³
*³ Pronomes de tratamento “o(s) senhor(es)”, “a(s) senhora(s)”
O senhor, a senhora são, nas variantes europeia e americana do português, formas de respeito ou de cortesia e, como tais, opõem-se a “tu” e “você” que exprimem intimidade ou informalidade. Seu uso verbal se dá na 3ª. pessoa do singular ou plural por tratarem-se de pronomes de tratamento.
*⁴ Forma de tratamento “a gente”
A alternância das formas “nós” e ”a gente”, representando a primeira pessoa do plural, é de uso comum entre os falantes no Brasil “A gente” é uma forma popular de se referir à primeira pessoa do plural: “nós”. Neste caso, as outras palavras devem seguir a concordância para o singular, mesmo que "a gente" expresse uma ideia coletiva e seja equivalente à primeira pessoa do plural: "nós". O plural será usado, é óbvio, se você usar a forma “nós”. Portanto, a concordância verbal deve prevalecer sempre: use “nós” com o verbo na 1ª pessoa do plural; use “a gente” com o verbo na 3ª pessoa do singular. “Agente”, sem espaço entre o "a" e o "gente", é um substantivo, uma palavra que designa uma pessoa que exerce determinada atividade: agente de viagem, agente de serviço, etc. Se você estiver num contexto formal, não há dúvida de que “nós” é palavra mais adequada; no entanto, nada impedirá a utilização de ”a gente” num ambiente descontraído e informal. Convém dizer que não há nenhuma impropriedade no uso de “a gente” desde que seja num ambiente apropriado.
Forma doméstica de tratamento
Sem flexão de gênero
Conjuga-se na 3ª. pessoa do singular ou plural
Equivale ao pronome pessoal “nós”
Sentido de inclusão ou de participação
Origem gramatical no pronome coletivo “gente”
“a gente”; em português não é “la gente”; em espanhol
*⁵ Pronome pessoal “vós”
O pronome “vós” praticamente desapareceu da linguagem corrente do Brasil e de Portugal. Mas em discursos enfáticos alguns oradores ainda se servem da 2ª. pessoa do plural para se dirigirem cerimoniosamente a um auditório qualificado, também é empregado cerimonialmente na comunicação escrita em âmbitos específicos.
PRONOMES POSSESSIVOS São palavras que se referem às pessoas do discurso, atribuindo-lhes a posse de alguma coisa.
GÊNERO *¹,*²
GRAU *¹,*² NÚMERO *¹,*² Masculino Feminino
SINGULAR
1ª. PESSOA eu meu(s) minha(s)
2ª. PESSOA você seu (s) sua (s)
3ª. PESSOA ele, ela seu (s) dele(s) *³ sua (s) dela(s) *³
PLURAL 1ª. PESSOA nós nosso(s) nossa(s)
2ª. PESSOA vocês seu (s) sua (s)
3ª. PESSOA eles, elas seu (s) dele(s) *³ sua (s) dela(s) *³
*¹ Concordância de grau, número e gênero
O gênero do pronome possessivo concorda com o gênero da posse.
O grau e o número do pronome possessivo concordam com o dono da posse.
*² Colocação dos pronomes
Os pronomes possessivos, com exceção dos *³, sempre são colocados antes do substantivo (posse).
*³ Pronome possessivo “dele(s)”, “dela(s)”
Utilizados na diferenciação de discurso entre a 3ª. pessoa do singular ou plural.
Concordância somente com o dono da posse, ou seja, somente concorda em grau e número.
Sempre são colocados depois do substantivo (posse).
PRONOMES DEMONSTRATIVOS São palavras que indicam o lugar ou a posição dos seres; coisas ou situações, relacionados às pessoas do discurso.
VARIÁVEIS *¹, *²
INVARIÁVEIS *¹, *³ MASCULINO FEMININO
NÚMERO SINGULAR PLURAL SINGULAR PLURAL 1ª. PESSOA o falante este estes esta estas isto
2ª. PESSOA o ouvinte esse esses essa essas isso
3ª. PESSOA de quem se fala aquele aqueles aquela aquelas aquilo
*¹ Utilização dos pronomes
Os pronomes demonstrativos “este(s)”, “esta(s)”, “isto” indicam o que está perto do falante.
Os pronomes demonstrativos “esse(s)”, “essa(s)”, “isso” indicam o que está perto do ouvinte.
Os pronomes demonstrativos “aquele(s)”, “aquela(s)”, “aquilo” indicam o que está perto da pessoa de quem se fala.
*² Concordância de número, gênero e grau:demonstrativos variáveis
Concordam em gênero (masculino, feminino) e grau (singular, plural) com o que se indica; seres ou coisas.
Concordam em número com as pessoas do discurso (falante, ouvinte ou a pessoa de quem se fala).
*³ Concordância de número, gênero e grau: demonstrativos invariáveis
Concordam somente em gênero (masculino, feminino) com o que se indica; situações, eventos ou acontecimentos.
Concordam em número com as pessoas do discurso (falante, ouvinte ou a pessoa de quem se fala).
ARTIGO É uma palavra que antepomos ao substantivo para determiná-lo, indicando o gênero e o número do substantivo ao qual se antepõe.
MASCULINO FEMININO
SINGULAR PLURAL SINGULAR PLURAL
DEFINIDOS o *¹,*²,*³ os *¹,*²,*³ a *¹,*²,*³ as *¹,*²,*³
INDEFINIDOS um uns uma umas
*¹ Uso opcional dos artigos definidos
Com pronomes possessivos
Com vocábulos de anatomia
*² Uso como indicador de diferenciação dos artigos definidos
Indicador de afetividade ou familiaridade antes de nomes próprios.
Indicador de respeitabilidade antes de títulos acadêmicos ou honoríficos.
*³ Emprego dos artigos definidos
a) Emprega-se para países, excetuando os países de Angola, Moçambique, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Andorra, Portugal, Israel, Cuba, Aragão, Castela, São Salvador, Macau e Timor Leste.
b) Não se emprega para cidades, excetuando as cidades do Cairo, Haia, Recife, Rio de Janeiro, Porto, Silícia, Sardenha, Córsega e Madeira.
c) Não é uniforme o emprego com os nomes dos estados brasileiros. A maioria leva artigo, não se usam, porém, com artigo: Alagoas, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Pernambuco, Rondônia, Santa Catarina, São Paulo e Sergipe.
d) Emprega-se o artigo entre o numeral ambos e o elemento posterior, caso este exija o seu uso: ― Ambos os atletas foram declarados vencedores. (“atletas” é substantivo que exige artigo.) ― Ambas as leis estão obsoletas. (“leis” é substantivo que exige artigo.) ― Ambos vocês estão suspensos. (“vocês” é pronome de tratamento que não admite artigo.)
e) Só se usa artigo diante da palavra casa (lar, moradia), se a palavra estiver especificada. ― Saí de casa há pouco. ― Saí da casa do Gilberto há pouco.
f) Se a palavra terra significar "chão firme", só haverá artigo, quando estiver especificada. Se significar planeta, usa-se com artigo.
― Os marinheiros voltaram de terra, pois irão à terra do comandante. ― Os astronautas voltaram da Terra.
PREPOSIÇÃO*² É uma palavra invariável que liga um termo dependente a um termo principal, estabelecendo uma relação entre ambos.
CLASSIFICAÇÃO ESSENCIAIS *¹ a *³, ante, após, até, com, contra, de *³, desde, em *³, entre, para *⁴,
per *³, perante, por, sem, sob, sobre, trás
ACIDENTAIS *¹ afora, fora, como, conforme, consoante, durante, exceto, mediante, menos, salvante, salvo, segundo, visto, etc.
*¹ Preposições
Essenciais: são aquelas que sempre foram preposições.
Acidentais: são aquelas que passaram a ser preposições depois de exercerem na língua outras funções.
*² Emprego da Preposição (algumas particularidades)
a) O sujeito das orações reduzidas de infinitivo não deve vir contraído com uma preposição. ― A maneira dele estudar não é correta. [Inadequado]. ― A maneira de ele estudar não é correta. [Adequado]
b) A preposição "a" não deve ser utilizada após a preposição "perante". ― Quando o resultado das provas foi divulgado, ela chorou perante a todos. [Inadequado] ― Quando o resultado das provas foi divulgado, ela chorou perante todos. [Adequado]
c) Do mesmo modo, não podemos utilizar a preposição "a" depois da preposição "após". ― Todos nos reunimos após à reunião. [Inadequado] ― Todos nos reunimos após a reunião. [Adequado] ― O retorno dos alunos após ao intervalo é sempre tumultuado. [Inadequado] ― O retorno dos alunos após o intervalo é sempre tumultuado. [Adequado]
d) A preposição "desde" não admite em sua sequencia a preposição "de". ― Estamos esperando aqui desde das 12 h. [Inadequado] ― Estamos esperando aqui desde as 12 h. [Adequado]
e) Em vez de utilizar a preposição "após" antes de verbos no particípio, prefira a locução "depois de". ― O aluno partiu após difundida a notícia. [Inadequado] ― O aluno partiu depois de difundida a notícia. [Adequado]
*³ Contração e Combinação
As preposições “a”, “de”, “em” e “per” unem-se a certas palavras, formando um só vocábulo:
a) Contração: quando nessa união a preposição perde algum fonema. ― Não obrigatória: artigos e pronomes indefinidos. ― Obrigatória: todas as outras classes de palavras.
b) Combinação: quando nessa união a preposição não perde nenhum fonema; temos somente duas situações:
― “ao”: contração da preposição “a” + artigo definido “o” ― “à”: contração da preposição “a” + artigo definido “a”. Esta união é somente ortográfica,
indicando uma estrutura denominada “acento crase”.
*⁴ Formas sincopadas da preposição “para” Pra, pro, pras e pros são formas sincopadas das contrações de “para” + “a(s)”; “para” + “o(s)”. Em uma linguagem dissertativa, deve ser evitada. Estas formas sincopadas são usadas somente em situações coloquiais ou domésticas, devendo somente ser utilizadas para representar a pronúncia popular. É normal que se utilize na linguagem falada/escrita coloquial, mas se deve evitar na linguagem falada/escrita formal. É bom ressaltar, entretanto, que o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (VOLPE) registra a existência da forma sincopada "pra", atribuindo-lhe a equivalência de preposição. Esse registro também existe nos principais dicionários da Língua Portuguesa que são editados no Brasil. Há, porém, quase que um consenso quanto à não conveniência de sua utilização na linguagem falada/escrita formal.
QUADRO GERAL CONTRAÇÕES E COMBINAÇÕES
OBRIGATÓRIO NÃO
OBRIGATÓRIO
UNIÕES PREPOSIÇÕES
ANÁLISE DAS UNIÕES
CONTRASTE ESPANHOL
à a + a a la
ao a + o al da de + a de la do de + o del dum de + um de uno
duma de + uma de una
dele de + ele de él
dela de + ela de ella
daqui de + aqui de aqui, de acá
daí de + aí de ahí dali de + ali de allá
deste de + este de este
desta de + esta de esta
disto de + isto de esto
desse de + esse de ese
dessa de + essa de esa
disso de + isso de eso
daquele de + aquele de aquel daquela de + aquela de aquella
daquilo de + aquilo de aquello
doutro de + outro de otro
doutra de + outra de otra àquele a + aquele a aquel
àquela a + aquela a aquella
àquilo a + aquilo a aquello
na em + a en la no em + o en el num em + um en un
numa em + uma en una
nele em + ele en él
nela em + ela en ella
nesse em + esse en ese
nessa em + essa en esa
nisso em + isso en eso
neste em + este en este
nesta em + esta en esta
nisto em + isto en esto
naquele em + aquele en aquel naquela em + aquela en aquella
naquilo em + aquilo en aquello
noutro em + outro en otro
noutra em + outra en otra
pelo per + o por el
pela per + a por la
DIAS DA SEMANA Os dias da semana têm seus nomes na língua portuguesa devido à liturgia católica por iniciativa de Martinho de Dume *¹, que denominava os dias da semana da Páscoa com dias santos em que não se deveria trabalhar, originando nomes litúrgicos.
NÚMERO LATIM SIGNIFICADO LATIM LITÚRGICO EVOLUÇÃO ATUAL
1°. dia Solis Dies Dia do Sol Prima Feria *² Dominicus Dies *³ Domingo
2°. dia Lunae Dies Dia da Lua Secunda Feria
Segunda-feira
3°. dia Martis Dies Dia de Marte Tertia Feria Terça-feira
4°. dia Mercurii Dies
Dia de Mercúrio
Quarta Feria Quarta-feira
5°. dia Iovis Dies Dia de Júpiter Quinta Feria Quinta-feira
6°. dia Veneris Dies Dia de Vênus Sexta Feria Sexta-feira
7°. dia Saturni Dies Dia de Saturno Septima Feria Sabatum *⁴ Sábado
*¹ Martinho de Dume
Foi um bispo de Braga e de Dume, considerado santo pela Igreja Católica. Nasceu na Panónia, atual Hungria, no século VI. É tido como o apóstolo dos Suevos, responsável maior por sua conversão do arianismo ao catolicismo. É também uma figura de capital importância para a história da cultura e língua portuguesas. Considerando indigno de bons cristãos que se continuasse a chamar os dias da semana pelos nomes latinos pagãos, foi o primeiro a usar a terminologia eclesiástica para designá-los. Isto explica o fato de os mais antigos documentos redigidos em português, fortemente influenciados por este latim eclesiástico, não terem qualquer vestígio da velha designação romana dos dias da semana, prova da forte ação desenvolvida por Martinho e seus sucessores na substituição dos nomes.
*² Feira:
Uma feira é um evento em um local público em que as pessoas, em dias e épocas predeterminados, expõem e vendem mercadorias. Também é uma designação complementar dos cinco dias úteis da semana: segunda-feira, terça-feira, quarta-feira, quinta-feira e sexta-feira. A etimologia da palavra "feira" demonstra que a religião andou de mãos dadas com o comércio. A palavra latina feria, que significa "dia santo ou feriado", é a palavra que deu origem à portuguesa "feira" e à espanhola feria. As referências a feiras na Idade Antiga e na Idade Média aparecem correlacionadas a festividades religiosas e a dias santos. Nelas reuniam-se mercadores de terras distantes, trazendo seus produtos autóctones para a troca por outros. Durante a realização das feiras medievais, interrompiam-se guerras; a paz era garantida para que os vendedores, dispostos lado a lado, pudessem trabalhar com segurança.
*³ O dia de Domingo
Também conhecido como Prima Feria era o dia em que os cristãos reuniam-se para fazer sua reunião de culto em memória a Ressurreição de Cristo, dia de descanso para os cristãos. A Tradição Apostólica fixa o dia de descanso dos cristãos no Domingo, em homenagem à ressurreição de Cristo.[1] Em 325 D.C., as orientações decididas no Primeiro Concílio de Niceia,confirmam a Tradição Apostólica. Durante a Reforma do Calendário Romano a cargo de Constantino I, o Grande - substitui-se o nome de Solis Dies, que significa Dia do Sol - forma como os pagãos se referiam ao Domingo - para Dominicus Dies que, em português, significa Dia do Senhor, tendo evoluído para Domingo.
*⁴ O Sabbatum Era originado diretamente do hebreu Shabbat, de conotação religiosa, em uma época em que os hebreus formavam um só povo e uma só cultura. O dia Shabbat, era o dia de descanso dos israelitas que por essa razão afluíam com mais frequência a sinagoga, hoje é o sábado, último dia de seu calendário semanal, sendo este o dia de descanso para os judeus. Durante a Reforma do Calendário Romano a cargo de Constantino I, o Grande - substitui-se o nome de " Saturni Dies " que significa "Dia de Saturno" - forma como os pagãos referiam-se ao sábado - para "Sabatum" introduzindo devido a influência cristã o dia de Sábado no calendário ocidental.
MESES DO ANO É uma palavra invariável que liga um termo dependente a um termo principal, estabelecendo uma relação entre ambos.
1°. mês JANEIRO
Homenagem a Jano, deus de duas faces, uma voltada para frente e outra para trás. Protetor das entradas e saídas, ele era considerado também deus dos princípios e começos - como a primeira hora do dia e o primeiro mês do ano.
2°. mês FEVEREIRO
Referência ao festival celebrado nessa época do ano, em Roma, chamado Februália, ou Purificação - ocasião em que eram oferecidos sacrifícios aos mortos, para apaziguá-los.
3°. mês MARÇO
Dedicado a Marte, deus da guerra. Nesse mês - o primeiro do ano antes da reforma feita por Pompílio -, escudos sagrados eram levados pelos sacerdotes em volta da cidade, em homenagem à divindade.
4°. mês ABRIL
Existem duas hipóteses. A primeira diz que o nome seria uma homenagem a Afrodite, deusa do amor, a quem o mês é consagrado. A segunda afirma que ele seria derivado da palavra latina aperire, referência à abertura das flores, já que, nesse período, é primavera no hemisfério norte.
5°. mês MAIO
Deusa responsável pelo crescimento das plantas e mãe de Mercúrio, Maia era a divindade celebrada nessa época do ano.
6°. mês JUNHO
Deusa do casamento e do parto, Juno era considerada a protetora das mulheres, especialmente das esposas legítimas.
7°. mês JULHO
Inicialmente chamado de Quintilis, por ser o quinto mês, foi rebatizado em homenagem ao imperador Júlio César, em 44 a.C.
8°. mês AGOSTO
O nome original Sextilis foi substituído, em 8 D.C., para homenagear o imperador César Augusto, que reformou a estrutura de governo do Império Romano, além de somar a ele novos territórios.
9°. mês SETEMBRO
O nome vem do latim septem, ou sete. Esse era o sétimo mês do primeiro calendário romano, antes da reforma de Pompílio.
10°. mês OUTUBRO
Vem do latim octo, ou oito. Era o oitavo mês antes da reforma de Pompílio.
11°. mês NOVEMBRO
Vem do latim novem.
12°. mês DEZEMBRO
Vem do latim decem.
NÚMEROS É uma palavra invariável que designa uma quantidade determinada de seres ou coisas.
ARÁBICOS CARDINAIS 1 um 2 dois 3 três 4 quatro 5 cinco 6 seis 7 sete 8 oito 9 nove 10 dez 11 onze 12 doze 13 treze 14 quatorze (Brasil) 15 quinze 16 dezesseis 17 dezessete 18 dezoito 19 dezenove 20 vinte 21 vinte e um 30 trinta 40 quarenta 50 cinquenta 60 sessenta 70 setenta 80 oitenta 90 noventa 100 cem 200 duzentos 300 trezentos 400 quatrocentos 500 quinhentos 600 seiscentos 700 setecentos 800 oitocentos 900 novecentos 1000 mil
10. 000 dez mil 100. 000 cem mil
1 .000. 000 um milhão
MILHAR CENTENA DEZENA UNIDADE
1 2 3 6
0 4 6 8
0 0 7 9
1 5 0 0
1 5 0 1
1 5 1 0
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