manual do professor biologi
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ENSINO MÉDIOBIOLOGI
A 2º- ANO
Volume
Os Seres Vivos
Biologia
Vivian L. Mendonça
2MANUAL DO PROFESSOR
capítulo
Fungos51 Introdução
Os fungos são eucariontes heterótrofos e incorporam os ali- mentos por absorção. Em sua maioria são multicelulares, mas existem unicelulares, como as leveduras.
Quando se fala em fungos, logo pensamos em cogumelos, como os da fotografia abaixo. Cogumelos e orelhas-de-pau (mos- tradas na foto ao lado) correspondem às estruturas de reprodu- ção de determinados fungos multicelulares, mas existem outros grupos de fungos, com tipos diferentes de estrutura reprodutiva.A maioria das espécies conhecidas de fungos é terrestre, mas existem algumas espécies aquáticas.
Muitas espécies de fungos são saprófagas . O prefixo sapro, que significa po- dre, é usado no sentido de em decomposição . Assim, a palavra saprófago denota ser que se alimenta (fago) de material podre, ou em decomposição.
Os fungos e as bactérias saprófagos ocupam o nível de decompositores em um ecossistema. Sem a atividade desses seres, o equilíbrio ecológico estaria seria- mente comprometido, pois a decomposição repõe ao ambiente alguns materiais necessários à sobrevivência das plantas. Em biomas como a Amazônia e a Mata Atlântica, cujo solo é pobre em nutrientes, apresentam rápida reposição destes, consumidos pela densa vegetação, realizada pelos organismos decompositores.
Nem todos os fungos são saprófagos – alguns são parasitas, alimentando-se, nesse caso, de substâncias retiradas de seres vivos. Os fungos parasitas provocam doenças, como as micoses que ocorrem na pele humana. A ferrugem do cafeeiro é um exemplo de parasitose causada por fungo em plantas.
Orelha-de-pau, fungo multicelular quecomumente cresce sobre troncos de árvores.
PENSE E RESPONDA
Em alguns livros, você poderá encontrar o termo “saprófita” para se referir aos fungos saprófagos e também a bactérias decomposito- ras. Consulte o glossário etimológico e explique o significado de sapró- fita. Explique também por que este termo não é adequado, do ponto de vista da classificação dos fungos.
Cogumelos, estruturas reprodutivas de um fungo multicelular.
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Fabio Colombini/Acervo do fotógrafo
Marcos Peron/kino
6,5 cm
A ferrugem do cafeeiro é um exemplo de doença provocada por fungos em plantas.
1,2 cm
2 cm
As figuras estão representadas em diferentes escalas. 71
Resposta de Pense e responda: Planta (fita) que cresce sobre material em decomposição (sapro). Os fungos não são mais classificados como plantas.
COMENTÁRIOSGERAIS
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2 Estrutura básica de um fungo multicelular
Os fungos mais conhecidos popu- larmente são os que formam cogu- melos como estruturas reprodutivas. A maioria dos cogumelos tem o aspec- to de uma pequena haste sustentando uma expansão mais ou menos espessa.
O cogumelo é o corpo de frutifi- cação ou esporocarpo , no qual se de- senvolvem os esporos, elementos de reprodução desses seres vivos. Existem fungos que formam outros tipos de esporocarpo.
Grande parte do corpo do fungo localiza-se dentro do substrato, como você pode ver no desenho esquemá- tico a seguir. O corpo de um fungo multicelular é formado por um ema- ranhado de hifas, chamado micélio.As hifas são estruturas filamentosas
e podem ser formadas por células com um ou dois núcleos. Há, no entanto, hifas sem individualização das células, de modo que existem vários núcleos imersos em um citoplasma comum. Os fungos não apresentam tecidos verdadeiros.
O micélio distribui-se dentro do substrato, de onde emerge e forma o espo-rocarpo, produtor dos esporos. Um
esporo é uma célula capaz de origi- nar um novo indivíduo, e está prote- gida por uma parede que lhe confere resistência.
Os esporos dão origem diretamen- te a um novo micélio e, portanto, a um novo fungo. A reprodução espó- rica constitui a reprodução assexuada do fungo. Entretanto, também ocor- re reprodução sexuada, que apresen- ta variações nos diversos grupos de fungos, podendo envolver gametas ou hifas especiais.
As hifas e os esporos dos fungos possuem parede celular constituída de quitina, substância encontrada em alguns animais. Não há semelhança com a parede celular dos vegetais, que é constituída de celulose. O ma- terial de reserva energética dos fun- gos é o glicogênio , outra semelhança com os animais.
Cogumelo: corpo de frutificação de fungo de determinado grupo. O cogumelo da foto mede cerca de 3,5 cm de altura.
Esquema representando um fungo cujo corpo de frutificação é um cogumelo. Os elementos da figura estão fora de proporção.
ATENÇÃO
Os fungos eram tradi- cionalmente estudados pelos botânicos, junto com as plantas. Atual- mente, muitas evidên- cias científicas indicam que os fungos formam um reino distinto e evo- lutivamente mais próxi- mo dos animais do que das plantas. No entanto, alguns termos permane- cem, consagrados pelo uso, caso de “corpo de frutificação”. Recente- mente, alguns cientistas têm preferido a denomi- nação “corpo produtor de esporos”, uma vez que os fungos não pro- duzem sementes nem frutos.
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micélio reprodutor (corpo de frutificação)
esporos
micélio vegetativo
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Estrutura de umfungo multicelular
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O termo “corpo produtor de esporos” está proposto na obra Cinco reinos: um guia ilustrado dos filos da vida na Terra, de Lynn Margulis e Karlene Schwartz. 3. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2001.
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Exemplos de liquens:1 Líquen esverdeado
em tronco de árvore.2 Líquen amarelado na
superfície de rochas.3 Líquen vermelho em
tronco de árvore.
Micorrizas: as hifas do fungo são os filamentos brancos associados às raízes de uma planta.
3
3 Fungos e mutualismoAlém dos fungos saprófagos e dos parasitas existem ainda aqueles que vivem
em associação mutualística, como a maioria dos liquens, associações entre fungos e algas. Os liquens podem ser observados em vários lugares na natureza: caules de árvore, muros, telhados etc.
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Existem espécies de liquens que são extremamente sensíveis à poluição atmosférica, de tal forma que a presença deles em quantidade significativa pode indicar baixa poluição ambiental.
Nos liquens, a associação entre alga e fungo é tão íntima que até a reprodução assexuada frequentemente é feita em con- junto, por meio de estruturas chamadas sorédios .
De maneira semelhante às associações entre bactérias e raízes de plantas (bac- teriorrizas), os fungos podem formar as- sociações mutualísticas com raízes, cons- tituindo as micorrizas .
O interessante é que, em plantas que apresentam micorrizas, a água e os sais minerais podem entrar na raiz pelas hifas do fungo; em alguns casos, o fungo cresce dentro das células da raiz e as hifas atraves- sam a parede celular, atingindo o solo, do qual absorvem água e sais minerais, que passam para a planta.
Entre as plantas em cujas raízes fre- quentemente se desenvolvem micorrizas estão o morangueiro, o tomateiro e as gramíneas em geral.
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fungo
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Esquema de sorédio, estrutura de reprodução assexuada dos liquens.
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4 Fungos e ser humano
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A fermentação recebe nomes que dependem da substância obtida no processo. Na fermentação alcoólica, por exemplo, a glicose (C 6H12O6) é desdobrada em álcool comum ou etanol (C 2H5OH) e gás carbônico (CO 2).
Um dos seres capazes de promover o desdobramento da glicose em etanol é o fun- go Saccharomyces cerevisiae , conhecido como levedura da cerveja, porque é utilizado para fermentar o açúcar do malte no processo de fabricação dessa bebida. É também empre- gado na produção de vinho, fermentando o açúcar da uva.
Apesar de reforçarmos aqui as utilidades da fermen- tação realizada pelos fungos, a maioria deles realiza res- piração aeróbia.
Além da importância na alimentação humana, os fun- gos são utilizados para obtenção de diversas substâncias, inclusive medicamentos. Os mais importantes medica- mentos obtidos a partir de fungos são os antibióticos ,
Queijo gorgonzola . As
Saccharomyces cerevisiae, fungo unicelular. Cada célula mede cerca de 10 µm de comprimento.
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ShimejiShiitake
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Muitos fungos formam cogumelos que são comestíveis, destacando-se entre eles o champinhom ( champignon ), o shiitake e o shimeji. A trufa também é um fungo comestível, embora não seja um cogumelo.
Fungos comestíveis
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Fungos comestíveis. A parte consumida na alimentação é o corpo de frutificação desses fungos. As imagens estão aproximadamente em tamanho natural.
Embora muitos cogumelos sejam bons alimentos, de ótimo valor nutritivo, é preciso muito cuidado com a identificação, pois
existem espécies venenosas, podendo causar intoxicações severas. A distin- ção entre um cogumelo comestível e um
venenoso nem sempre é f cil para o não especialista. Assim, é muito importante adquirir
cogumelos em fontes confiáveis.Na fabricação de alguns queijos especiais são utilizadas
enzi- mas produzidas por fungos. É o caso, por exemplo, dos queijos gorgonzola, roquefort e camembert .
Muitas substâncias de grande importância produzidas pela atividade de fungos são as obtidas por fermentação .Queijo gorgonzola As
manchas esverdeadas são fungos.
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capítulo5
dos quais o primeiro, a penicilina, foi descoberto em 1928 por Alexander Fleming.
A fermentação é um tema abordado em maior profundidade no volume 1 desta coleção.
SUGESTÃODE ATIVIDADE
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Os antibióticos são medicamentos indicados para tratamento de doenças causa- das por bactérias. A prescrição, no entanto, é de exclusiva responsabilidade médica.
A ação de enzimas produzidas por fungos pode, muitas vezes, provocar o apo- drecimento de alimentos. É o que mostra a foto ao lado: morangos apodrecidos pelo fungo conhecido como mofo-cinzento ( Botrytis cinerea ). Quando vemos ali- mentos nesse estado, comumente dizemos que estão mofados ou embolorados. Esses alimentos não devem ser consumidos, pois podem causar sérios prejuízos à saúde. Comprar produtos frescos e sempre observar a data de validade de ali- mentos industrializados é essencial para evitar esses prejuízos.
4.1 MicosesAs doenças animais causadas por fungos têm o nome geral de micoses .As mais comuns ocorrem na pele, em qualquer parte da superfície do corpo.
No ser humano, são bem conhecidas as micoses do rosto (da barba), as do couro cabeludo, as das unhas e a conhecida por pé de atleta.
As micoses podem afetar as mucosas, como é o caso da candidíase , causada por um fungo do gênero Candida , que se manifesta por numerosos pontos bran- cos nas mucosas, principalmente as da boca e as da vagina. Na mucosa bucal a candidíase é conhecida popularmente por “sapinho”.
Existem fungos patogênicos que se instalam dentro do organismo. Uma des- sas micoses profundas é a histoplasmose , que afeta os pulmões e é causada pelo fungo Histoplasma capsulatum , que se desenvolve principalmente nos excremen- tos de aves e de morcegos. Estes últimos são os principais responsáveis pela alta incidência do fungo em cavernas, refúgio natural dos quirópteros. A poeira le- vantada em solos contaminados contém esporos do Histoplasma e se constitui na principal forma de contágio da doença.
CURIOSIDADE
Os morcegos são mamí- feros voadores, classifica- dos como quirópteros em função de suas “mãos transformadas em asas”: quiro = mão; ptero = asa.
REÚNA-SE COM OS COLEGAS
Leia os dois trechos a seguir, selecionados da literatura brasileira. Em seguida, faça as atividades propostas com sua equipe.
“No Pantanal ninguém pode passar régua. Sobremuito quando chove. A régua é existidura de limite. E o Pantanal não tem limites.
Nos pátios amanhecidos de chuva, sobre excremen- tos meio derretidos, a surpresa dos cogumelos! Na beira dos ranchos, nos canteiros da horta, no meio das árvores do pomar, seus branquíssimos corpos sem raízes se multiplicam.
O mundo foi renovado, durante a noite, com as chu- vas. [...] “
Manoel de Barros. Mundo renovado. Livro de pré-coisas. 4. ed.São Paulo: Record, 2003.
“Sem que eu soubesse, as coisas não ditas haviam crescido como cogumelos venenosos nas paredes do silêncio, enquanto ele ficava acordado na cama, fitan- do o teto, com o branco dos olhos reluzindo na pe- numbra. Se eu interrogava, o que você tem amor? Ele respondia que não era nada, estava pensando no tra- balho. A gente sabia que era mentira, ele sabia que eu sabia, mas nenhum de nós rompeu aquele acor- do sem palavras. Nunca imaginei o mal que o roía.”
Lya Luft. O silêncio dos amantes. 1. ed. São Paulo: Record, 2008.
Daniel Sambraus/Getty Images
Morangosapodrecidos por ação de um fungo.
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a. Qual (ou quais) aspecto(s) da biologia dos fungos é abordado em cada texto?b. Comparem os dois textos. Que impressão é transmitida sobre os cogumelos em cada um deles?c. Do ponto de vista antropocêntrico, é comum considerar seres vivos como “benéficos” ou “nocivos”. Em qual
dessas “categorias” vocês encaixariam os fungos? Qual é a imagem dos fungos na cultura popular e no folclore? Discutam a respeito desse tema. Vocês podem entrevistar moradores de sua região, registrar histórias, lendas e curiosidades en- volvendo fungos. Após a coleta de informações, vocês podem produzir uma reportagem na forma de texto jornalístico ou videodocumentário. Veja comentários no Manual.
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5 Classificação e reprodução dos fungos
Dentro do reino dos fungos, não se chegou ainda a uma classificação que pos- sa ser considerada ideal, mas de modo geral as classificações estão relacionadas com os mecanismos de reprodução.
Os chamados fungos verdadeiros são aqueles cuja reprodução é feita por dois tipos de esporos, todos imóveis:
› esporos assexuados – formados por mitose;
› esporos sexuados – formados por meiose.
Os esporos sexuados são importantes variáveis na classificação dos fungos verdadeiros. Eles são formados a partir de uma célula diploide, que sofre meiose. Nos diferentes grupos de fungos, a es- trutura produtora dos esporos sexuados apresenta características próprias, sendo, por isso, um critério de classificação.
No grupo dos zigomicetos , embora os fungos produzam espo- ros sexuados, não desenvolvem corpos de frutificação. O zigomi- ceto mais conhecido popularmente é o bolor (mofo) preto do pão (Rhizopus stolonifer ).
Revendo o que já foi estudado, na meiose ocorrem duas divisões sucessivas, das quais a primeira é reducional e a segunda é semelhante à mitose comum. Assim, uma célula diploide (2n) dá origem a quatro células haploides (n).
No grupo mais diversificado de fungos, os ascomicetos , cada uma dessas qua- tro células haploides sofre mitose, originando oito células, todas haploides. Cada uma dessas oito células é um esporo sexuado conhecido por ascósporo , uma vez que a estrutura na qual se desenvolve é denominada asco.
Na maioria dos ascomicetos, os ascos reúnem-se em corpos de frutificação cha- mados ascocarpos .
Entre os ascomicetos estão alguns fungos comestíveis, como a trufa e a morchella ; estão também o Saccharomyces cerevisiae , que é unicelular, e o Penicillium notatum . Ambas as espécies não formam corpo de frutificação.
CURIOSIDADE
Os deuteromicetos são fungos que não desenvolvem corpos de frutificação nem produzem esporos se- xuados. Um exemplo de deuteromiceto é a Candida albicans , cau- sadora da candidíase.
núcleos (n)ascocarpo
ascos
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Esquema mostrando estrutura e formação de ascósporos em ascomiceto, feito com base em imagens de microscopia.
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Ascocarpos de ascomiceto sobre tronco de árvore, na Floresta Amazônica. Cada ascocarpo mede cerca de 2,5 cm de altura.
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meiose e formação de
projeções apicais
fusão de núcleos
núcleo (n) basídio maduro
liberação dos basi- diósporos
migração dos núcleos para o
interior das projeções
basidiósporosmicélio
vegetativo
germinação dos esporos
basídiosbasidiocarpo
No grupo dos basidiomicetos , os esporos sexuados formam-se a partir de uma célula diploide que, por meiose, origina quatro esporos haploides conhecidos por basidiósporos , uma vez que a estrutura na qual se desenvolvem é conhecida por basídio, reunidos em corpos de frutificação chamados basidiocarpos . São exem- plos de basidiocarpos o champignon e as orelhas-de-pau.
ATIVIDADE PRÁTICA
Análise de um fungoEsta atividade exige organização, limpeza e cuidado, pois envolve o uso de um delicado equipamento: o micros-
cópio óptico. Siga as orientações do professor e use equipamentos de proteção pessoal: avental, luvas, máscara.
Material necessário• Pão mofado, com manchas pretas;• lâminas de vidro;• microscópio óptico;
• fita adesiva transparente;• tesoura sem ponta;• pinça.
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do professor.
Esquema representando a reprodução de um basidiomiceto, cujo basidiocarpo é um cogumelo.
ALERTAA atividade deve ser feita apenas sob a supervisão
10 µm
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Procedimentos1. Corte um pequeno pedaço de fita adesiva (cerca de 2 cm). Utilizando a pinça, coloque o lado adesivo da fita
sobre uma das manchas de bolor que está sobre o pão e pressione delicadamente.
2. Retire a fita adesiva, com o auxílio da pinça. Coloque-a sobre uma lâmina limpa, com o lado adesivo voltado para baixo.
3. Observe a imagem do material aumentado pelas lentes do microscópio. Inicie a observação com a lente de menor aumento. Registre esquematicamente o que você observar.
Interpretando os resultadosa. O bolor preto do pão é um zigomiceto. Você consegue identificar as estruturas observadas? Quais são elas?b. Mesmo em uma cozinha considerada limpa, o bolor pode se desenvolver em pães e outros alimentos. Explique
qual das estruturas observadas “coloniza” uma fatia de pão e por que é tão comum o apare- cimento de bolores.c. Quais condições interferem na taxa de desenvolvimento do bolor preto do pão? Com seus colegas, escolham
uma dessas condições e elaborem um teste experimental para verificar. Se possível, realizem o teste, sob a
supervisão do professor. Veja sugestões de respostas e comentários no Manual.
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Fungos verdadeiros, fungos imperfeitos e fungos flagelados
Cogumelos do gênero Amanita, produtores de toxinas potentes, que são capazes de levar uma pessoa à morte em caso de ingestão (medem cerca de 7 cm de comprimento).
deram a capacidade de formar ascos ou basídios e apresentam apenas reprodução assexuada. Por isso, grande revisão tem sido feita na classificação dos fungos.
Os quitridiomicetos são fungos aquáticos que possuem esporos móveis com flagelos, mas essa classificação é muito debatida. Para alguns pesquisadores, os fungos verdadeiros não pos- suem centríolos e, assim, não desenvolvem flage- los. Além disso, a parede celular dos fungos é for- mada por quitina e os quitridiomicetos possuem parede celular com quitina e celulose. Por essas razões, em algumas classificações são tratados como um grupo de protistas e, em outras, dentro do reino dos fungos.
Nas classificações mais tradicionais, os quitri- diomicetos e os zigomicetos eram reunidos em um grupo chamado ficomicetos , tendo como característica comum o fato de formarem espo- ros sexuais, mas não desenvolverem corpos de frutificação. O termo ficomiceto está em desuso.
No texto, afirmou-se que os fungos verda- deiros possuem dois tipos de esporos, sexuados e assexuados, sendo todos imóveis.
No entanto, o grupo dos deuteromicetos faz exceção quanto ao tipo de esporo, pois é forma- do por indivíduos que não desenvolvem esporos sexuados, razão pela qual eram considerados fungos imperfeitos . O uso desta expressão se deve ao fato de que o termo “perfeito” era anti- gamente utilizado pelos botânicos para designar o organismo que possui o conjunto completo de estruturas sexuais reprodutivas.
Os deuteromicetos não correspondem a uma categoria taxonômica (filo), ou seja, não consti- tuem um grupo monofilético. Tradicionalmente, estão ali agrupados os fungos de classificação duvidosa por causa da ausência de estágios meió- ticos em seu ciclo de vida. Alguns pesquisadores, no entanto, baseando-se em análises moleculares e morfológicas, concluíram que muitos “fungos imperfeitos” são na verdade ascomicetos ou ba- sidiomicetos que, ao longo de sua evolução, per-
Fungos venenososNeste capítulo, comentamos a respeito do
cuidado na identificação de cogumelos comes- tíveis, pois diversas espécies de fungos possuem cogumelos venenosos. Mas o que é um veneno?
Os seres vivos produzem naturalmente di- versas substâncias como produto de seu meta- bolismo e algumas dessas substâncias podem ser tóxicas para outras espécies. É o caso, por exem- plo, da
penicilina, produzida pelos fungos do gênero Penicillium ; essa substância é um veneno, ou uma
toxina, para bactérias, que morrem emsua presença.
Além da composição química, a concen- tração de uma substância também pode de- terminar sua toxicidade. Alguns compostos são letais mesmo em pequenas doses, caso da toxina presente nos fungos mostrados na foto ao lado, que pode ser fatal para seres humanos e outros mamíferos.
Existem basidiomicetos cujos cogumelos pos- suem toxinas de efeito alucinógeno em animais, o que pode ser interpretado como uma forma
de defesa do fungo contra predação. Em seres humanos, as substâncias alucinógenas de cogu- melos podem levar à morte. Apenas especialistas são capazes de identificar, em um ambiente na- tural, quais são os fungos comestíveis e quais são aqueles tóxicos e prejudiciais para a nossa saúde.
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VAMOS CRITICAR O QUE ESTUDAMOS?
Veja no Manual mais informações a respeito da classificação dos fungos e dos quitridiomicetos.
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A descoberta da penicilinaUma importante característica dos cientistas
é estar preparado para observar os fatos, ques- tionando-os e investigando as possíveis causas. Assim, o que poderia passar despercebido para
muitas pessoas, pode ser objeto de estudo para um cientista. Muitos são os exemplos registrados
na história da Ciência e um deles é o que ocor- reu com a descoberta acidental da penicilina, em 1928, por Alexander Fleming, bacteriologista nas-
cido na Escócia (1881) e falecido em Londres (1955). Fleming dedicava-se ao estudo de certas in- fecções bacterianas. Ele descobriu a lisozima,
enzi- ma naturalmente presente em algumas secreções do corpo humano, como lágrimas e
saliva. Por destruir bactérias, a lisozima tem ação antibiótica.
O pesquisador trabalhava com uma cultura de bactérias do grupo dos estafilococos quando notou o desenvolvimento inesperado de um fun- go, junto às bactérias.
Preparado para analisar ocorrências, Fleming teve a curiosidade aguçada e observou cuidadosa- mente a relação entre as colônias de bactérias e as colônias do fungo. Notou, então, que as colônias
de bactérias não se desenvolveram próximas ao fungo, o que o levou a concluir que o fungo liberava uma substância que inibia o desenvolvimento das bactérias. Esse fungo foi identificado como sendo da espécie Penicillium notatum e a substância an- tibiótica produzida por ele foi chamada penicilina .
Em pouco tempo iniciou-se a produção da penicilina em grande escala, pela indústria farma- cêutica, causando redução significativa do número de mortes por infecções bacterianas. Até hoje, é um dos medicamentos mais utilizados no combate a diversas doenças causadas por bactérias.
Como não era químico, Fleming não isolou quimicamente a penicilina, o que permitiria a produção industrial. Isso foi feito 11 anos depois, por H. W. Forey e E. B. Chain, dois pesquisadores de Oxford.
Os trabalhos de Forey e Chain, somados aos de Fleming, valeram aos três o prêmio Nobel de Medicina de 1945.
Fonte: Site do Prêmio Nobel (em inglês). Disponível em:<http://www.nobelprize.org/nobel_prizes/medicine/laureates/1945/>.
Acesso em: 01 abr. 2016.
Alexander Fleming em seu laboratório, em Londres, 1943.
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Placa de cultura de bactérias onde se desenvolveu uma colônia de Penicillium notatum. No detalhe, a região produtora de esporos (bolinhas amarelas) desse fungo.
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LEITURA
DEPOIS DA LEITURA...a) Tuberculose, coqueluche, sífilis, tétano são doenças causadas por bactérias e podem ser tratadas com antibióticos. A hepatite, a gripe e o sarampo
a. Indique, entre as doenças a seguir, aquelas que podem ser tratadas com antibióticos: tuberculose, coqueluche,hepatite, sífilis, gripe, tétano, sarampo e candidíase. Anote no caderno, não esquecendo de justificar a resposta.
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são doenças virais e a candidíase é causada por fungo. Esta questão permite rever o que foi aprendido em capítulos anteriores.b. Relembre o que você estudou a respeito de interações ecológicas e explique qual é a relação entre
Penicillium e bactérias. b) Antibiose: a presença do fungo Penicillium prejudica a sobrevivência de bactérias.
c. Fleming, Forey e Chain foram agraciados com o prêmio Nobel de Medicina. Que prêmio é esse? Quem o instituiu e com qual objetivo? Consulte revistas e sites para descobrir. c) Consulte o Manual.
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