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UFCD 0403 RELACIONAMENTO INTERPESSOAL

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Page 1: Manual Ufcd 0403 Relacionamento Interpessoal

UFCD 0403

RELACIONAMENTO INTERPESSOAL

Page 2: Manual Ufcd 0403 Relacionamento Interpessoal

Relacionamento interpessoal

Índice

1.Relacionamento

interpessoal………………………………………………………….3

1.1.Principais

interlocutores…………………………………………………………………….….3

1.1.1.Internos…………………………………………………………………

………………4

1.1.1.1.Marketing……………………………………………………

……………5

1.1.1.2.Vendas………………………………………………………

…………….5

1.1.1.3.Produção……………………………………………………

………….…6

1.1.1.4.Finanças……………………………………………………

…………..…6

1.1.1.5.Investigação &

Desenvolvimento…………………………………7

1.1.2.Externos………………………………………………………………

………………..7

1.1.2.1.Clientes………………………………………………………

…………….7

1.1.2.2.Fornecedores………………………………………………

…………….8

1.1.2.3.Transportadores…………………………………………

……………..8

1.2.Factores

pessoais…………………………………………………………………………………

9

1.2.1.Auto estima e

afiliação………………………………………………………….…9

1

Page 3: Manual Ufcd 0403 Relacionamento Interpessoal

Relacionamento interpessoal

1.2.2.Motivação………………………………………………………………

…………….10

1.2.2.Realização pessoal e

profissional…………………………………………….11

1.3.Factores

organizacionais……………………………………………………………………..1

2

1.3.1.Criação de ambientes propícios à colaboração e

entreajuda………12

1.3.2.Capacidade de influenciar decisões e melhorias nos

processos

internos…………………………………………………………………………

………….…13

1.3.3.Capacidade de melhorar o desempenho da empresa e dos

fornecedores, através de um melhor entendimento dos

objectivos e necessidades de cada

interlocutor…………………………………………………..14

1.4.Factores

relacionais……………………………………………………………………………

14

1.4.1.Rigor /

objectividade……………………………………………………………..14

1.4.2.Eficácia e

assertividade………………………………………………………….15

1.4.3.Empatia e

disponibilidade………………………………………………………17

1.4.4.Capacidade de partilhar, cooperar e

acompanhar…………………….18

1.4.5.Recolher contributos das entidades

envolvidas…………………………19

1.4.6.Capacidade de resolução de conflitos e de situações

geradoras de

2

Page 4: Manual Ufcd 0403 Relacionamento Interpessoal

Relacionamento interpessoal

ansiedade………………………………………………………………………

………….…21

2.Comunicação escrita e

oral…………………………………………………………..24

2.1.Conteúdos e

língua…………………………………………………………………………….24

2.2.Linguagem

corporal……………………………………………………………………………27

2.3.Estilos de

linguagem…………………………………………………………………………..32

2.4.Ajustar a linguagem ao objectivo da

informação……………………………………34

2.5.Clara selecção e identificação dos

destinatários…………………………………….38

2.6.Escolha do formato a

utilizar……………………………………………………………….40

2.7.Formas de

arquivo…………………………………………………………………………..…42

Bibliografia………………………………………………………………………………….4

5

3

Page 5: Manual Ufcd 0403 Relacionamento Interpessoal

Relacionamento interpessoal

1.Relacionamento interpessoal

1.1.Principais interlocutores

Podemos definir relacionamento interpessoal com a Relação estabelecida

entre dois ou mais intervenientes num processo de comunicação.

O processo de comunicação prevê, obrigatoriamente, a existência mínima

de um emissor e de um receptor. Uma vez transmitida a informação, o

receptor processa-a e, segundo os seus objectivos transforma-a em

conhecimento.

O importante na comunicação interpessoal é o cuidado e a preocupação dos

interlocutores na transmissão dos dados ou das informações em questão

para que se obtenha o sucesso no processo desejado.

Como o simples acto de receber a mensagem não garante que o receptor vá

interpretá-la correctamente (ou seja, como se pretendia), convém

considerar:

Quem comunica a quem, em termos de papéis que essas pessoas

desempenham (por exemplo, administração e funcionários, gerente e

subordinado).

A linguagem ou o(s) símbolo(s) usados para a comunicação, e a

respectiva capacidade de levar a informação e esta ser entendida por

ambas as partes.

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Page 6: Manual Ufcd 0403 Relacionamento Interpessoal

Relacionamento interpessoal

O canal de comunicação, ou o meio empregado e como as

informações são recebidas através dos diversos canais (tais como

comunicação falada ou escrita).

O conteúdo da comunicação (boas ou más notícias, relevantes ou

irrelevantes, familiares ou estranhas)

As características interpessoais do transmissor e as relações

interpessoais entre transmissor e o receptor (em termos de

confiança, influência etc.).

O contexto no qual a comunicação ocorre, em termos de estrutura

organizacional.

O crescimento e o desenvolvimento de qualquer instituição depende da

confiança que o seu público nela deposita. A manutenção deste clima de

confiança obriga a que se estabeleça entre ambos um diálogo permanente,

utilizando para tal diversos meios.

Qualquer entidade que deseje manter uma “imagem” favorável, junto do

seu público, terá de lhe dar conhecimento das suas actividades, do seu

trabalho e da sua organização, criando, para o efeito, um sistema

permanente de comunicação.

Cabe aos órgãos directivos da empresa, a iniciativa de informar o seu

público (clientes, pessoal, público em geral), sobre a actividade e a política

institucional, facilitando a livre circulação da informação, de modo a criar

um clima de diálogo entre a própria empresa e todos os públicos que lhe

estão adstritos.

Chama-se Comunicação Institucional a todo o sistema de comunicações no

interior e com o exterior da empresa.

As organizações, conhecendo os seus públicos internos e externos, as suas

expectativas, ambições e interesses, adaptam o conteúdo da mensagem às

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Page 7: Manual Ufcd 0403 Relacionamento Interpessoal

Relacionamento interpessoal

partes envolvidas, tendo contudo sempre em vista que a comunicação é,

por excelência, um cartão-de-visita nas organizações.

1.1.1.Internos

A Comunicação Interna visa a criação de um ambiente geral de motivação e

colaboração na empresa, de forma a melhorar os níveis de qualidade e

produtividade, em espírito de equipa e entreajuda.

Os públicos internos são desta forma todos os colaboradores da organização

no seu constante relacionamento inerente ao desenvolvimento das

actividades.

Neste campo há que criar e manter um fluxo de informações que abranja

todos os sectores da organização, procurando estabelecer mecanismos de

resposta adequados entre os dois pólos da empresa - administração /

administrados.

1.1.1.1.Marketing

Em cada empresa, esta função emprega um conjunto de profissionais

designados de modo diverso, a saber: director comercial, chefe de vendas,

delegado comercial, promotor comercial, gestor de marketing.

O principal objectivo do Marketing é a satisfação dos desejos e

necessidades dos clientes potenciais. Assim, as funções do departamento

de Marketing passam pela definição, elaboração, controlo da estratégia e

dos planos de Marketing que a organização deve seguir.

Cabe ao departamento e marketing controlar a própria estratégia de

comunicação interna da empresa, pois todas as informações recolhidas

sobre o consumidor têm influência na estratégia de planeamento global da

mesma.

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Page 8: Manual Ufcd 0403 Relacionamento Interpessoal

Relacionamento interpessoal

1.1.1.2.Vendas

Uma empresa só é rentável quando consegue obter receitas superiores às

suas despesas e o objectivo principal do departamento de vendas é

assegurar que, através das suas vendas, a empresa tenha o maior volume

possível de receitas.

O gestor de vendas estuda os resultados do programa de vendas da

empresa, avalia a capacidade produtiva e/ou de prestação de serviços

desta, observa as estratégias das empresas concorrentes, analisa estudos

de mercado e considera as directivas do conselho de administração ou da

gerência da empresa, entre outras acções.

Como o conhecimento do produtos e dos seus atributos é fulcral para ao

cumprimento destes pressupostos, a comunicação interna entre a equipa de

vendas e os outros sectores da organização deve ser regular, objectiva e

constantemente monitorizada.

1.1.1.3.Produção

A gestão da produção ou gestão de operações é a função administrativa

responsável pela produção de bens e serviços.

É uma actividade que atinge a todos os ramos de organizações (indústria,

comércio e serviços); ela está em todos os sectores da organização.

A sua dinâmica de operacionalização ocorre através da utilização das

funções básicas da gestão (Planear, Organizar, Comandar, Controlar e

Coordenar), com o objectivo de promover com êxito as actividades

inerentes à empresa.

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Page 9: Manual Ufcd 0403 Relacionamento Interpessoal

Relacionamento interpessoal

Ainda que seja uma área de operações, depende do planeamento e da

estratégia definidas para a organização, pelo que a informação produzida

pelos outros departamentos lhe é fundamental.

Neste sentido, tanto a estratégia de comunicação como os conteúdos

veiculados devem adaptar-se à sua natureza.

1.1.1.4.Finanças

A gestão financeira de uma empresa envolve um conjunto de acções e

procedimentos administrativos que visam maximizar os resultados

económico-financeiros, através da eficiência operacional e do controlo das

actividades financeiras.

O estudo financeiro é um processo interactivo, que progressivamente

possibilitará adequar as necessidades financeiras da empresa em criação

aos meios correspondentes.

A informação produzida é da máxima importância para o desempenho

organizacional e para a tomada de decisão em equipa, constituindo grande

parte do volume de comunicações produzidas na empresa.

1.1.1.5.Investigação & Desenvolvimento

O departamento de investigação e desenvolvimento dedica-se à criação e

aperfeiçoamento de produtos e serviços, ao encontro da evolução dos

mercados e das preferências dos clientes.

A inovação, independentemente do tipo e natureza da mesma, constitui um

factor-chave na manutenção dos actuais clientes e atracão de clientes

futuros.

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Relacionamento interpessoal

A interligação entre este sector da empresa com as áreas de produção,

marketing e vendas revela-se essencial para a concretização deste

objectivo.

1.1.2.Externos

A comunicação externa compreende toda a informação que esteja

relacionada com as actividades que esta empresa desenvolve. Essa

informação vai no sentido de promover a imagem da empresa,

nomeadamente através da divulgação na imprensa dos acontecimentos que

esta realiza.

Neste sentido, os públicos externos serão todos aqueles que contactam uma

organização, quer sejam clientes potenciais, quer efectivos, bem como os

fornecedores e outros elementos da cadeia de distribuição dos produtos/

serviços.

Esta estratégia de comunicação visa atingir o sistema competitivo, na

medida em que a maioria das empresas depende de outras. E, ao mesmo

tempo, eventualmente, concorrentes.

1.1.2.1.Clientes

O cliente é uma pessoa que recebe de alguém especializado, o

fornecimento de bens e serviços para satisfazer as suas necessidades e sua

procura, mediante um pagamento.

Qualquer funcionário da empresa/instituição é em si o Relações Públicas da

mesma. É a primeira cara, é o front office, é quem o cliente, no momento do

contacto, identifica como representante da empresa e da equipa que nela

trabalha.

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Relacionamento interpessoal

No acolhimento e atendimento ao visitante é fundamental utilizar um

conjunto de normas que permita orientar uma conduta e um

comportamento positivo face ao cliente, fazendo com que ele volte sempre.

O consumidor tem cada vez mais direitos, sabe que tem direitos e conhece

a forma de exercer esses direitos. Neste sentido, a aproximação da empresa

aos Clientes exige o conhecimento dos Clientes e que lhes seja dada “voz”,

o que pode ser feito através dos seguintes meios:

Caixa de reclamações

Caixa de sugestões dos Clientes

Inquéritos de satisfação dos Clientes

Consulta no ponto de venda

Estudos de mercado

Estudos de imagem (internos ou externos)

1.1.2.2.Fornecedores

Os públicos mais familiarizados e, portanto, mais próximos da empresa, em

termos externos são os Fornecedores de matérias-primas, já que os

fornecedores obtêm em primeira mão a “imagem” da empresa, conhecendo

a fundo os problemas com que a mesma se depara.

É, normalmente, através do responsável pelo departamento de compras

que o fornecedor se familiariza com a empresa.

A ideia que o fornecedor tem da empresa é o reflexo da maneira como a

empresa se comporta perante o mercado (se compra “boa” matéria-prima,

venderá um “bom” produto, mas também se comprar matéria-prima ruim, o

produto será de fraca qualidade).

1.1.2.3.Transportadores

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Relacionamento interpessoal

Os transportadores estão posicionados na cadeia logística de abastecimento

de produtos, situando-se no processo final de fornecimento e,

consequentemente, muito directamente ligados aos clientes/ consumidores.

Se dentro desse processo os transportadores não tiverem uma boa

prestação de serviços por parte dos seus fornecedores internos, que se

encontram na cadeia de produção ou prestação de serviços a montante, a

resposta e a imagem que irão dar para os clientes poderá estar

comprometida.

1.2.Factores pessoais

1.2.1.Auto estima e afiliação

Todas as pessoas de nossa sociedade (com algumas excepções patológicas)

apresentam a necessidade ou o desejo de uma (geralmente) alta avaliação

estável, firmemente baseada em si mesmos, para seu respeito próprio, e

para a estima dos outros.

Tais necessidades aparecem como que em dois estágios: primeiro como

desejo de autoconfiança, independência, liberdade e, em segundo, como

desejo de reputação ou prestígio, reconhecimento, atenção, importância

(status).

Nas organizações onde o indivíduo trabalha, elas podem aparecer como

necessidade de estima (auto-imagem); de valorização e posição na

organização (valorização pessoal); de reconhecimento pelo bom trabalho

(promoções); de orgulho pessoal e de responsabilidade por resultados.

1.2.2.Motivação

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Page 13: Manual Ufcd 0403 Relacionamento Interpessoal

Relacionamento interpessoal

Por vezes, relacionamo-nos com as outras pessoas tendo em conta apenas

as nossas características pessoais e pouco as da outra pessoa em particular.

Tendemos a lidar com diferentes pessoas da mesma forma.

O objectivo é desenvolver um repertório comportamental rico e

diversificado com diferentes soluções de comunicação e, por outro lado,

escolher uma alternativa adequada à outra pessoa (com base na empatia).

O nosso repertório comportamental, para além de incluir técnicas para

desenvolver uma relação personalizada com a outra pessoa, deve incluir

outras soluções essenciais para a motivar:

Saber elogiar

Os elogios devem ir além de dizer "Estiveste bem" ou "Gostei do teu

trabalho", e concretizar aspectos específicos do trabalho, iniciativas,

capacidade de empenho / esforço, ou a forma de estar da pessoa;

Pedir a opinião ou a ajuda à outra pessoa

De forma a mostrar que ela é importante e útil;

Mostrar que teve em conta na sua forma de agir

Valorizar a opinião, interesses ou sentimentos do outro;

Dar as instruções / ordens em tom colaborativo.

É mais provável que alguém nos "obedeça" quando formulamos uma

ordem sob a forma de um pedido pois, quando se impõe uma forma

de agir, o outro tende a resistir e a escolher a alternativa contrária.

Criticar de forma construtiva.

Deve-se criticar quando já existe uma relação de confiança entre as

duas partes. A crítica construtiva implica:

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Relacionamento interpessoal

a) Começar por dizer quais os aspectos a manter e depois

aqueles a melhorar no desempenho da pessoa (ex.: "Acho que

a tua apresentação foi muito completa e fundamentada, mas

podias ser mais objectivo.");

b) Dar sugestões concretas para a pessoa melhorar o seu

desempenho no futuro (ex.: "Podias fazer um resumo de ideias

por tópicos.").

1.2.2.Realização pessoal e profissional

As necessidades de realização são as necessidades humanas mais elevadas,

e que se encontram no topo da hierarquia. São as necessidades que levam

cada pessoa a tentar realizar o seu próprio potencial e a se desenvolver

continuamente como criatura humana ao longo de toda a vida.

O que um homem pode fazer, ele deve fazer. A esta necessidade podemos

chamar de auto-realização, ou seja, a tendência de se tornar

verdadeiramente o que ele é potencialmente: de se tornar tudo que alguém

pode se tornar.

Uma real realização significava realizar uma tarefa válida e ao mesmo

tempo virtuosa. as necessidades de auto-realização, somente podem ser

satisfeitas por recompensas que são dadas intrinsecamente pelas pessoas a

si próprias (como o sentimento de realização).

As pessoas que procuram a auto-realização são independentes, criadoras,

resistem ao conformismo, aceitam-se a si próprias e aos outros. As pessoas

que não concretizam a necessidade de auto-realização são as que

manifestam reacções de apatia e indiferença.

1.3.Factores organizacionais

13

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Relacionamento interpessoal

1.3.1.Criação de ambientes propícios à colaboração e

entreajuda

Para que a interacção pessoal seja realmente eficaz no ambiente

organizacional, será necessário que cada colaborador que integra a

organização consiga ter o controlo sobre as suas emoções e atitudes.

Conhecendo-se a si próprio, nomeadamente no que diz respeito ao seu

comportamento, atitudes e postura permite antever como estes poderão

afectar o ambiente de trabalho, a imagem da organização e do próprio

profissional.

As relações com os colegas são muito próximas, sendo muito importante

conhecê-los e adoptar condutas e comportamentos que conduzam a uma

boa convivência com os mesmos.

Assim, e dentro destes princípios, convém adoptar as seguintes atitudes:

Dirigir-se às pessoas de forma cordial, respeitando as diferenças

individuais;

Utilizar uma linguagem afirmativa e esclarecedora;

Ser prestável e agir com lealdade para com os colegas;

Preocupar-se com a opinião dos outros;

Ser discreto, não entrando em detalhes da sua vida pessoal nem da

de ninguém;

Respeitar a individualidade de cada um;

Evitar discutir e irritar-se com os colegas;

Não discutir temas polémicos;

Não criticar as hierarquias nem os colegas;

Não “puxar o tapete” aos colegas.

1.3.2.Capacidade de influenciar decisões e melhorias nos

processos internos

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Relacionamento interpessoal

A necessidade de tomar decisões é uma constante na vida e nas

organizações. O problema prende-se quase sempre com as alternativas que

temos pela frente, que tanto podem ser claras, como confusas, as melhores

ou as piores.

As decisões nas organizações podem afectar um indivíduo, a liderança, o

desempenho de um grupo ou de toda a organização.

Todos os dias, os líderes necessitam de tomar decisões e resolver

problemas, pelo que o conhecimento do processo de tomada de decisão e

de técnicas para o melhorar podem fazer a diferença entre uma boa ou má

decisão.

Para o líder, enquanto elemento e guia dos “outros” na direcção dos

objectivos, a tomada de decisões é um assunto incontornável. Surge, então,

a questão: como decidir?

Para ultrapassar a limitação do processamento de informação individual há

uma acção simples que é usualmente adoptada nas organizações: decidir

em grupo. No entanto, dependendo da situação, pode ser mais adequado

tomar decisões em grupo ou ser mais adequado tomar decisões

individualmente.

1.3.3.Capacidade de melhorar o desempenho da empresa e

dos fornecedores, através de um melhor entendimento dos

objectivos e necessidades de cada interlocutor.

As organizações são constituídas por grupos de vários indivíduos, onde cada

um tem as suas próprias percepções, opiniões e experiências de vida,

existindo, entre eles, a necessidade de cooperarem e interagirem, o que

implica conviver, dividir espaços, vivenciar situações e tarefas.

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Page 17: Manual Ufcd 0403 Relacionamento Interpessoal

Relacionamento interpessoal

Como tal, será necessário ter a capacidade de compreender e saber reagir

de forma correcta perante as mais diversas situações, facilitando essa

interacção com os outros.

No local de trabalho, onde as pessoas passam a maior parte da sua vida, o

relacionamento interpessoal desempenha um papel primordial que se irá

reflectir na relação entre o desenvolvimento do trabalho e o ambiente

vivenciado na organização.

Um dos principais factores neste relacionamento interpessoal é o de se

saber quem é quem e procurar conhecer as pessoas que nos rodeiam para

uma melhor interacção com elas, porque quando a organização enfrenta

problemas de relacionamento, o clima de trabalho pode ficar afectado e

tanto os clientes internos como os externos podem não ter o atendimento

que seria desejável.

1.4.Factores relacionais

1.4.1.Rigor / objectividade

A realização de qualquer tarefa no exercício da actividade normal de uma

empresa gera fluxos reais, documentais e de informação.

O exercício da actividade de cada um dos órgãos funcionais da organização

e a movimentação da documentação de suporte aos fluxos reais gerados

interna e externamente, proporciona troca de informações e

esclarecimentos, obrigando ao estabelecimento permanente de

comunicação entre os intervenientes.

Releva então que a comunicação é peça chave na engrenagem da empresa

e, entre esta e o seu meio envolvente. Será tão mais relevante quanto mais

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Relacionamento interpessoal

simples e objectiva os interlocutores a praticarem, quer oralmente, quer por

escrito.

1.4.2.Eficácia e assertividade

Factores que Contribuem para a Eficácia da Comunicação:

Ter calma;

Prestar atenção.

Prestar informações claras;

Congruência da informação nos diferentes canais pelas quais ela é

transmitida;

Conhecimento do código linguístico.

Rigor no conteúdo da mensagem, oral ou escrita;

Corrigir erros;

Não fazer suposições;

Utilizar a comunicação assertiva.

A palavra assertividade vem de “assero”, afirmar. Diferente de acertar,

afirmar não tem relação com o certo ou errado e sim com a exposição

positiva do que se deseja transmitir.

Uma pessoa assertiva é capaz de expressar o mais directamente possível o

que pensa, o que deseja, escolhendo um conjunto de atitudes adequadas

para cada situação, de acordo com o local e o momento.

A assertividade permite uma comunicação directa por meio de um

comportamento que habilita o indivíduo a agir no seu interesse, defender-se

sem ansiedade excessiva, expressar os seus sentimentos de forma honesta

e adequada, fazendo valer os seus direitos sem negar os dos outros.

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Page 19: Manual Ufcd 0403 Relacionamento Interpessoal

Relacionamento interpessoal

Portanto, a assertividade pode ser entendida como uma forma

comportamental de comunicar que significa afirmar o que eu quero, sinto e

penso, dando simultaneamente espaço de afirmação ao outro.

A assertividade é um treino sistemático, em que o indivíduo tem de

reaprender a autenticidade através de uma prática gradual e regular. Ser

verdadeiro não consiste em "dizer tudo o que me vem à cabeça", mas sim

em exprimir-me eficazmente, tendo como objectivo a evolução satisfatória e

realista da situação.

É necessário, então:

Saber que tipo de comportamento provoca esta reacção;

Evitar a mímica e a entoação contrária às palavras;

Tentar descrever as próprias reacções, em vez de avaliar as acções

dos outros;

Exprimir-se de forma positiva em vez de desvalorizar, julgar, criticar,

ridicularizar ou fazer interpretações, facilitando a expressão dos

sentimentos dos outros.

O comportamento assertivo resulta na fusão de quatro factores:

• Bom contacto visual

• Tom de voz neutro

• Atenção à linguagem, e

• Postura aberta.

As pessoas assertivas sabem ouvir os outros, admitem os seus pontos de

vista e procuram de forma construtiva cooperar com estes.

Um líder assertivo não pressiona, manipula ou culpabiliza os elementos da

equipa, aceita que estes possam ter reacções positivas ou negativas e sabe

dar feedback construtivo, porque tem autoconfiança em si próprio.

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Relacionamento interpessoal

Vantagens da Comunicação Assertiva

Está na base de relacionamentos honestos e saudáveis;

É o comportamento requerido para resultados “ganhar-ganhar” numa

negociação, na resolução de conflitos, na vida profissional e familiar

diária;

Produz a sensação de bem-estar no ambiente profissional e familiar;

Traduz-se em melhores resultados para o próprio e para o grupo;

Evita os conflitos e o desgaste nas relações.

1.4.3.Empatia e disponibilidade

A empatia é a capacidade para se colocar na "pele" da outra pessoa e

identificar e compreender os seus sentimentos.

Se reconhecemos sempre motivos para nós termos agido de uma dada

forma, os outros também devem beneficiar da mesma premissa - por muito

que o seu comportamento nos pareça criticável ou sem sentido.

Neste sentido, a empatia é o oposto do juízo de valor: em vez de se julgar o

comportamento de alguém com base num traço negativo de personalidade,

procura-se compreender o comportamento da pessoa.

A empatia é um "ingrediente" fundamental para estabelecermos relações de

proximidade e intimidade com alguém. Vejamos as vantagens da empatia:

1- A comunicação torna-se mais clara, pois diminuem as

interpretações incorrectas dos comportamentos e os conflitos são

menos frequentes e melhor resolvidos.

2- Ao compreendermos o outro e "vermos o seu interior", também

nos descobrimos muitas vezes a nós próprios (percebemos que

muitos dos nossos medos e inseguranças são partilhados pelos outros

3- Ajuda o outro a sentir-se compreendido e motivado para colaborar

connosco; sobretudo, é útil em situações como acalmar alguém à

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Relacionamento interpessoal

beira de uma situação de descontrolo ou numa situação de elevada

desmotivação

Por vezes, a empatia é confundida com concordar, desculpar ou dar razão à

outra pessoa. Este é um equívoco: quando empatizamos com alguém,

compreendemos o seu comportamento, mas não implica que concordemos

com ele.

A empatia não implica uma perspectiva passiva face ao comportamento do

outro; pelo contrário, depois de empatizarmos com alguém e

compreendermos a sua perspectiva, estamos em melhores condições de

fazer a nossa avaliação do seu comportamento.

É nesta altura que podemos emitir a nossa opinião e/ou crítica. Por isso,

muitas vezes, devemos ser primeiro empáticos e depois assertivos.

1.4.4.Capacidade de partilhar, cooperar e acompanhar

Tal como todos os grupos, as equipas desenvolvem-se enquanto trabalham

juntas. A transformação numa equipa eficaz exige esforço e tempo. A

orientação, a consciencialização dos membros da equipa e o estado da

equipa estão num processo contínuo.

De forma a ser eficaz, os grupos devem crescer através deste processo.

Para uma equipa é fundamental saber que, como equipa, terão de passar

por esse processo, ter consciência do processo e saber onde estão

exactamente localizados.

No princípio, a maioria das equipas estão quase exclusivamente

concentradas na tarefa, no resultado ou no objectivo. Toda a gente quer

contribuir com as suas ideias, tornando assim a cooperação quase caótica.

Os membros da equipa estão dispostos a viver nesse caos durante um

20

Page 22: Manual Ufcd 0403 Relacionamento Interpessoal

Relacionamento interpessoal

tempo, mas, brevemente, crescerá uma necessidade de restabelecer a

ordem.

A equipa precisa de estruturar um pouco mais o processo de cooperação, de

procurar uma clareza nos papéis que cada um desempenha: “Quem tentará

coordenar as reuniões? Quem gerirá o tempo?

A orientação da equipa passará então por procedimentos capazes de

estruturar o caos: Como é que canalizamos todas estas ideias,

contribuições, etc.?

A cooperação torna-se mais formal, as pessoas falam quando têm

permissão para o fazer, os processos de tomada de decisão são mais

rígidos, etc.

A partir do momento em que os membros da equipa sentem que são

capazes de trabalhar de forma flexível com estes procedimentos, estão

prontos a avançar para a nova fase: dar feedback sobre o comportamento

de todos e falar abertamente sobre emoções e sentimentos.

1.4.5.Recolher contributos das entidades envolvidas

As reuniões de equipa são um método de comunicação eficaz que podem

ter diferentes objectivos:

• Transmitir informação;

• Consulta;

• Tomada de decisões.

A eficácia de qualquer reunião depende de três processos:

• Uma preparação adequada;

• Uma liderança adequada;

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Page 23: Manual Ufcd 0403 Relacionamento Interpessoal

Relacionamento interpessoal

• Uma avaliação de como decorreu a reunião e de quais as lições que

podem ser retiradas e usadas em reuniões futuras.

Uma boa preparação de uma reunião depende de um conjunto de princípios

básicos. Uma reunião só será bem-sucedida se:

• Todas as pessoas que participarem na reunião receberem toda a

informação necessária a tempo;

• Todas as pessoas trouxerem consigo essa informação para poder

contribuir de forma construtiva;

• No início da reunião todos os participantes acordarem sobre o

objectivo da mesma.

Isto significa, em particular, que:

• O objectivo da reunião tem de ser definido;

• Os métodos de atingir este objectivo têm de ser identificados;

• Têm de se tomar em consideração, nesta fase de preparação, as

diferenças entre reuniões envolvendo participantes internos e

externos (as reuniões internas poderão, por exemplo, ser menos

formais).

O sucesso de uma reunião depende, em grande medida, da qualidade das

contribuições dos participantes.

Para fazer contribuições de qualidade, cada participante necessita de:

• Ser claro acerca do objectivo da sua contribuição, em relação à sua

função e/ou responsabilidades;

• Respeitar os outros participantes e valorizar as suas contribuições;

• Ser capaz de participar em discussões objectivas com outros, no

sentido de implementar alterações construtivas;

• Ser capaz de articular factos de forma que sejam compreensíveis

para os outros;

• Compreender e cumprir as regras das reuniões.

22

Page 24: Manual Ufcd 0403 Relacionamento Interpessoal

Relacionamento interpessoal

Para além destas competências gerais, fazer contribuições de qualidade

também exige que:

• Quaisquer contribuições estejam claramente relacionados com o

assunto em discussão;

• Os participantes falem uns com os outros e não uns dos outros;

• As contribuições sejam curtas e precisas;

• As contribuições estejam relacionadas, se possível, apenas com um

assunto;

• As contribuições clarifiquem o assunto em discussão, sendo claras,

concisas e relevantes;

• As contribuições incorporem os pontos feitos pelas contribuições

anteriores.

Se todas as contribuições cumprirem estes requisitos, é possível criar uma

atitude construtiva, permitindo que a reunião atinja os seus objectivos sem

incidentes.

1.4.6.Capacidade de resolução de conflitos e de situações

geradoras de ansiedade

No dia-a-dia das organizações e até mesmo de nossas vidas vivemos o

conflito de diferentes maneiras: quantas vezes as pessoas não atravessam o

nosso caminho, dificultando ou mesmo impedindo o alcance dos nossos

objetivos?

Assim, o conflito não deve ser visto apenas como impulsionador de

agressões, disputas ou ataques físicos, mas como um processo que começa

na nossa percepção e termina com a adopção de uma acção adequada e

positiva.

23

Page 25: Manual Ufcd 0403 Relacionamento Interpessoal

Relacionamento interpessoal

Os conflitos têm origem na existência de tensões: o nosso dever é estar

situado quanto às causas das mesmas, como por exemplo:

Pela experiência de frustração de uma ou ambas as partes,

A incapacidade de atingir uma ou mais metas ou realizar os seus

desejos, por algum tipo de interferência ou limitação pessoal, técnica

ou comportamental.

Pelas diferenças de personalidades,

São invocadas como explicação para as desavenças tanto no

ambiente familiar como no ambiente de trabalho, e reveladas no

relacionamento diário através de algumas características indesejáveis

na outra parte envolvida;

Metas diferentes

é comum estabelecermos ou recebermos metas a serem atingidas e

que podem ser diferentes dos de outras pessoas e de outros

departamentos, o que nos leva à geração de tensões em busca de

seu alcance;

Diferenças em termos de informações e percepções

Tendemos a obter informações e analisá-las à luz dos nossos

conhecimentos e referenciais, sem levar em conta que isto ocorre

também com o outro lado com quem temos de conversar ou

apresentar as nossas ideias, e que este outro lado pode ter uma

forma diferente de ver as coisas.

A utilização do comportamento assertivo pode preparar os líderes e

gestores para enfrentar situações de tensão e choque emocional. Este tipo

de comportamento opõe-se à visão tradicional do autoritarismo do chefe,

que negligencia as necessidades, e muitas vezes os direitos, dos seus

24

Page 26: Manual Ufcd 0403 Relacionamento Interpessoal

Relacionamento interpessoal

colaboradores, fornecendo directrizes para a gestão equilibrada e lúcida das

relações interpessoais.

Para lidar com as situações de conflito, o que está subjacente à

assertividade é a procura de lucidez na forma de lidar com o “choque”

emocional, percebendo-o como um problema e não tanto como uma “guerra

entre pessoas”.

Se a cooperação e a assertividade se sobrepuserem à competição e à

agressividade, os conflitos vão diminuir e as soluções encontradas terão

qualidade para a organização e para as relações interpessoais.

25

Page 27: Manual Ufcd 0403 Relacionamento Interpessoal

Relacionamento interpessoal

2.Comunicação escrita e oral

2.1.Conteúdos e língua

Qualquer tipo de comunicação é servido por uma determinada linguagem,

conceito entendido, de um modo geral, enquanto comunicação de ideias,

experiências e sentimentos.

As linguagens dão inúmeras formas às mensagens, funcionam ao nível da

emissão e da recepção, exercem-se por referência a um código social e são

o instrumento de adaptação do indivíduo ao grupo.

Devemos adaptar a linguagem às diversas situações sociais com que nos

confrontamos.

A linguagem pode ser formal ou informal. Na vida profissional, emprega-se a

linguagem formal, mais neutra e adequada ao contexto. Atenção: utilizar a

linguagem formal não significa falar de modo elaborado, ao contrário, deve-

se falar de modo educado, mas simples.

Quanto ao vocabulário, deve-se ter o cuidado de empregar as palavras com

exactidão. A linguagem ideal no atendimento deve ser simples, aquela que

emprega o termo mais conhecido e o sinónimo mais comum.

Devem-se evitar os termos técnicos, restritos aos profissionais da área,

mas, se sua utilização for inevitável, deve-se explicar o sentido em seguida.

Também não se usam gírias, siglas ou termos afectuosos.

Observe algumas recomendações que tornam a comunicação oral mais

eficiente:

Preste atenção ao utilizar

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Page 28: Manual Ufcd 0403 Relacionamento Interpessoal

Relacionamento interpessoal

Verbos no condicional: Eu poderia ajudá-lo? (Diga: Eu posso ajudá-lo?)

- Quem gostaria de falar? (Diga: Quem deseja falar?)

Verbos no gerúndio: Vou estar verificando a situação. (Diga: Vou

verificar a situação.)

Expressões que demonstrem insegurança: Eu acho / eu penso / talvez

/ não tenho certeza / etc.

Expressões e termos negativos: Não é possível / problema / difícil /

dificuldade / etc.

Tratamento íntimo: Querida / minha filha / etc.

Diminutivos: Perguntinha / reuniãozinha / Um minutinho (Diga: Um

momento).

Deve-se procurar utilizar

Expressões que transmitem confiança: Tenho certeza de... / Posso

afirmar que...

Expressões que demonstrem empatia: Entendo / Compreendo / O

senhor tem razão.

O princípio em que assenta a correcção da linguagem é o rigor. A correcção

obtém-se quando o uso da língua obedece às regras gramaticais dessa

mesma língua

Saber atender por telefone é saber descodificar o tom de voz dos

interlocutores, e é também saber escolher o tom adequado para responder:

É preciso conhecer a linguagem dos tons de voz.

É preciso educar o ouvido.

É preciso conhecer e contrastar o tom natural da nossa voz.

É preciso educar a voz para os diferentes interlocutores, para as

diferentes situações

É preciso aprender a escolher o tom adequado para a resposta

correcta no momento apropriado.

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Page 29: Manual Ufcd 0403 Relacionamento Interpessoal

Relacionamento interpessoal

O processo, segundo o qual as ideias e a informação são convertidas em

mensagens para serem transmitidas, deverá ser devidamente analisado.

Existem duas situações que podem prejudicar uma boa comunicação:

A inabilidade de pensar clara e logicamente, no que vai ser comunicado,

como por exemplo, dizer: “Os envelopes estão a acabar.”, quando o que

pretendia dizer era: “Precisamos de mais envelopes.”

A inabilidade para compreender os interesses e características do

interlocutor e moldar a mensagem, de modo a ganhar toda a sua atenção e

compreensão.

Se não conseguiu que percebessem o que pretendia, provavelmente,

construiu uma mensagem para só você receber. Se não apresentar a

informação, de forma suficientemente clara e adequada ao público, este

poderá ter dificuldades em seguir a sua linha de pensamento.

Por isso, manter em mente:

Procurar clarificar as ideias antes de comunicar;

Definir o verdadeiro objectivo de cada comunicação;

Analisar antes de comunicar todos os aspectos materiais e humanos

envolvidos;

Ao planear as comunicações, e quando conveniente consultar os

outros;

Ao comunicar, ter muito cuidado com eventuais duplos significados e

com o conteúdo básico da mensagem.

Controlar a comunicação:

Estruturando-a logicamente;

Prendendo a atenção do interlocutor;

Estando ele próprio, permanentemente atento às informações de

retorno (“feedback”);

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Page 30: Manual Ufcd 0403 Relacionamento Interpessoal

Relacionamento interpessoal

Acompanhando e confirmando o que for dito.

2.2.Linguagem corporal

A Comunicação não-verbal realiza-se através de códigos apresentativos (os

códigos usados para produzir textos são os códigos representativos).

É a comunicação que não é feita com sinais verbais, nem com a fala ou com

a escrita e é possível na medida em que as pessoas não se comunicam

apenas por palavras. Os movimentos faciais e corporais, os gestos, os

olhares, as entoações são também importantes: são os elementos não-

verbais da comunicação.

Esta limitada à comunicação “frente-a-frente”, sendo que os significados de

determinados gestos e comportamentos variam muito de uma cultura para

outra e de época para época.

Podemos identificar dez códigos como sendo os mais importantes:

1. Contacto corporal

2. Proximidade

3. Orientação

4. Aparência

5. Movimentos da cabeça

6. Expressão facial

7. Gestos (ou quinese)

8. Postura

9. Movimento dos olhos e contacto visual

10.Aspectos não-verbais do discurso

Contacto corporal

O contacto corporal é a forma mais primitiva de acção social e pode traduzir

os mais diversos gestos; abraços, carícias, beijos, apertos, pancadas, etc.

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Page 31: Manual Ufcd 0403 Relacionamento Interpessoal

Relacionamento interpessoal

Tem duas vertentes: o acto de tocar e o acto de ser tocado. No acto activo

predomina a dimensão exploratória, ao passo que no acto passivo

predomina a recepção dos sinais provenientes de um agente exterior.

Este sinal não-verbal assume usos e significados diversos consoante as

diferenças interculturais: por exemplo, na cultura inglesa e japonesa o

contacto corporal é escasso, ao passo que nas culturas africanas e árabe o

vemos muito mais amplamente utilizado.

Em termos gerais, poder-se-á considerar que a frequência do contacto físico

transmite, habitualmente, um sentido de intimidade, uma vez que em

grande parte das culturas ele é usado nas mais diversas efusões de afecto

entre membros de uma família.

Proximidade ou Distância interpessoal

Algumas teorias defendem que existe um grau óptimo de distância física

entre as pessoas. É o caso da teoria do equilíbrio, que defende que o espaço

pessoal varia com a intimidade entre os indivíduos e que quanto mais

íntimos, mais os indivíduos tendem a aproximar-se.

Considerando esta variação "territorial", de distância pessoal, podemos

falar, em quatro tipos de distâncias: intima, pessoal, social e pública.

Distância íntima

Refere-se a uma relação de compromisso com outra pessoa. A presença do

outro causa um impacto sobre o sistema perceptivo, estendendo-se até

cerca dos cinquenta centímetros para lá do corpo físico e "é uma verdadeira

zona interdita”, onde o nosso odor e a nossa temperatura estabelecem os

limites.

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Page 32: Manual Ufcd 0403 Relacionamento Interpessoal

Relacionamento interpessoal

Nessa zona "perigosa" deixamos entrar os seres dos nossos afectos e

defendemo-nos das ofensivas por uma rigidez muscular e um olhar vago e

longínquo.

Distância pessoal

Varia até aos cento e cinquenta centímetros. É uma distância não esférica,

que exige maior comprimento para a frente do que para os lados ou para

trás. Talvez porque, inconscientemente, a distância "cara a cara" seja mais

inibidora e potencialmente mais perigosa que a "lado a lado".

Distância social

Rege sobretudo o nosso comportamento profissional e varia entre os cento

e vinte e os trezentos e sessenta centímetros. Pode situar-se na distância

das negociações impessoais e no carácter formal das relações sociais.

Inconscientemente, gerimos esta distância segundo a cultura do local de

trabalho, segundo o estatuto social dos interlocutores. Essa distância social

pode variar.

Distância pública

Situa-se fora do circuito imediato de referência do indivíduo e implica

diversas transformações sociais. Para além dos três metros e meio. Usa-se

um estilo formal no vocabulário. Muito frequente nas personalidades oficiais

importantes, tom de voz elevado e muitos gestos. Revela igualmente o

nosso medo das multidões.

Orientação

O ângulo em que nos colocamos relativamente aos outros é uma forma de

emitir mensagens sobre o relacionamento. Olhar alguém de frente pode ser

indicador de intimidade ou intimidação.

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Page 33: Manual Ufcd 0403 Relacionamento Interpessoal

Relacionamento interpessoal

Em relação à orientação, podemos explicar que é o ângulo em que as

pessoas se situam no espaço uma em relação à outra, e comunicam assim

as suas atitudes interpessoais.

A orientação “cara a cara” e “lado a lado” são as mais utilizadas no decurso

de uma interacção. Numa relação íntima haverá uma orientação “lado a

lado” enquanto que numa relação hierarquizada a orientação será “cara a

cara”.

Aparência

Este código é dividido em duas partes: os aspectos de controlo voluntário

(cabelo, vestuário, pele) e os menos controláveis (altura, peso). A aparência

é utilizada para enviar mensagens sobre a personalidade e o estatuto social.

Movimentos da cabeça

Estes têm a ver, principalmente, com a gestão da interacção.

Um assentimento pode dar licença para se continuar a falar enquanto

movimentos rápidos da cabeça podem significar desejo de falar.

Expressão facial

Esta pode dividir-se em subcódigos de posição das sobrancelhas, formato

dos olhos, formato da boca e tamanho das narinas.

Estes elementos, em diferentes combinações, determinam a expressão do

rosto. A expressão facial revela menos variações interculturais do que a

maioria dos códigos apresentativos.

Comportamento mímico do rosto

O rosto é o canal privilegiado da comunicação e da expressão das emoções.

A mímica facial desempenha, por isso, diversas funções:

Expressa as emoções e as atitudes interpessoais;

Envia sinais inerentes à interacção em curso;

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Page 34: Manual Ufcd 0403 Relacionamento Interpessoal

Relacionamento interpessoal

Manifesta aspectos típicos da personalidade do indivíduo.

Durante a interacção social, o rosto participa activamente nas tocas

interpessoais em estreita combinação com a linguagem: aquele que fala

acompanha as palavras com expressões faciais que têm o fim de sublinhar,

acentuar e modular os significados; o ouvinte, por sua vez, exprime as suas

reacções por meio de pequenos e rápidos movimentos dos lábios, dos

sobrolhos, etc.  

As seis emoções básicas serão a felicidade, a surpresa, a tristeza, o receio,

o desgosto e a raiva que se associam aos movimentos musculares do rosto,

constituindo os sinais inatos, e compreendidos universalmente.

Gestos (ou quinese)

A comunicação gestual é responsável pela primeira impressão de uma

pessoa. Estudos concluem que 55% da mensagem é transmitida via

linguagem corporal, a voz é responsável por 38% e as palavras apenas por

7%.

A linguagem corporal corresponde a todos os movimentos gestuais e de

postura que fazem com que a comunicação seja mais efectiva. A

gesticulação foi a primeira forma de comunicação.

Com o aparecimento da palavra falada os gestos foram tornando-se

secundários, contudo eles constituem o complemento da expressão,

devendo ser coerentes com o conteúdo da mensagem.

A mão e o braço são os principais transmissores do gesto, sendo os gestos

dos pés e cabeça também importantes.

O gesto intermitente, enfático, para cima e para baixo, indica

frequentemente uma tentativa de domínio, enquanto gestos mais fluidos,

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Page 35: Manual Ufcd 0403 Relacionamento Interpessoal

Relacionamento interpessoal

contínuos e circulares indicam o desejo de explicar ou de conquistar

simpatia.

Postura

A postura é um sinal que participa no processo comunicativo. Vários tipos

de posturas existem nas diversas culturas, havendo determinadas posturas

que estão ligadas a situações específicas de interacção. Por exemplo, numa

cerimónia religiosa as pessoas ajoelham-se.

Uma boa postura é fundamental para uma boa produção vocal. Para

conseguir uma boa postura devemos fazer com que a sustentação e o

equilíbrio do nosso corpo estejam de acordo com as leis da gravidade.

Devemos procurar manter um equilíbrio de forma a sentir "o peso do nosso

corpo entre os dois pés.

Movimento dos olhos e contacto visual - O comportamento visual

O poder do olhar pode assumir diversas formas e sugestões:

Inicia o estabelecimento de relações;

Comunica atitudes interpessoais,

Complementa a comunicação verbal.

Neste contexto destacam-se três peculiaridades do olhar: a sua evidência, o

seu poder activante e a sua capacidade de envolver o interlocutor.

Além da proximidade física, do tom de voz, da expressão sorridente do rosto

e do carácter pessoal do tema da conversação, a comunicação visual é

também uma componente da intimidade.

Há, por outro lado, a experiência de ser olhado: tal experiência pode ser

agradável se durar pouco, ou incómoda e susceptível de provocar ansiedade

quando se prolonga.

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Page 36: Manual Ufcd 0403 Relacionamento Interpessoal

Relacionamento interpessoal

2.3.Estilos de linguagem

Para que a comunicação possa efectivar-se de facto é preciso utilizar um

tipo de linguagem adequada ao interlocutor. A linguagem deve ser

adequada tanto na forma como no vocabulário.

Consoante o contexto de utilização e os destinatários da mensagem,

podemos adoptar diferentes estilos de linguagem, os quais se traduzem nos

seguintes registos:

Estilo cuidado

Registo utilizado em situações formais, em que os interlocutores são

considerados falantes social e culturalmente bem posicionados.

São exemplos de situações formais as que estão associadas à

realização de conferências, de discursos políticos, etc.

Trata-se de um registo que se actualiza frequentemente na escrita,

pelo que se caracteriza pelo rigor sintáctico, pela riqueza do

vocabulário de tipo erudito e pelo uso de formas de tratamento

adequadas ao contexto.

Estilo corrente

Registo que se pretende acessível a todos os falantes,

independentemente do seu nível sociocultural, pelo que se adequa,

entre outros, aos meios de comunicação, nomeadamente aos

contextos informativos.

Em termos linguísticos, caracteriza-se pela correcção

morfossintáctica e pelo uso de um vocabulário do conhecimento

geral.

Estilo familiar

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Page 37: Manual Ufcd 0403 Relacionamento Interpessoal

Relacionamento interpessoal

Registo que se adequa às situações informais, entre amigos e

familiares, em que a preocupação com a correcção linguística é

menor e o vocabulário utilizado é simples, incluindo frequentemente

palavras e expressões familiares, bem como calão.

Estilo popular

Reflecte frequentemente, um nível de escolarização pouco elevado.

Caracteriza-se pela ocorrência de incorrecções sintácticas e de

pronúncia, deturpando-se muitas vezes as palavras, bem como a

utilização de arcaísmos.

É frequente a utilização de uma linguagem sugestiva, recorrendo-se a

expressões proverbiais.

O registo de língua popular constitui essencialmente uma variedade

social, pelo que está associado a camadas populares da sociedade.

Gíria:

Linguagem utilizada por determinados grupos socioprofissionais,

caracterizando-se pelo recurso a termos de uso e significação

restritos ao conhecimento dos membros do respectivo grupo.

Deste modo, é possível falar da gíria estudantil, dos surfistas, dos

pescadores, etc.

Note-se que, linguisticamente, o que particulariza cada uma delas é

a especificidade do vocabulário criado e usado por cada grupo para

dar resposta às suas necessidades específicas, representando este

um factor de identificação e de coesão do grupo.

Calão:

Variedade que se caracteriza por reunir um conjunto de termos e

expressões considerados grosseiros e obscenos, ocorrendo

normalmente noutro registo.

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Page 38: Manual Ufcd 0403 Relacionamento Interpessoal

Relacionamento interpessoal

O uso de calão está frequentemente associado à linguagem de

grupos marginais, pelo que pode representar a própria gíria de

marginais.

Linguagem técnica e científica:

Designa a linguagem específica de técnicos de cada especialidade ou

técnica.

2.4.Ajustar a linguagem ao objectivo da informação

A comunicação escrita é um instrumento indispensável porque se mantém,

explicando-nos percursos das ideias e da História; porque é mais precisa

que a oralidade, sendo cada palavra uma unidade significativa.

Pesquisa e selecção da informação

Conhecer, compreender e avaliar a mensagem faz parte do processo de

pesquisa e recolha da informação.

Consultar os sítios adequados na Internet, as publicações técnicas

específicas, outros documentos anteriormente escritos, ouvir a opinião de

outros indivíduos e ver as nossas próprias anotações é pesquisar e recolher

informação que enriquecerá o texto que pretendemos elaborar.

Neste processo, importa registar todos os dados informativos para possível

utilização futura. Após realizada a pesquisa e recolha de informação,

devemos identificar as ideias-chave que iremos considerar para o texto que

pretendemos produzir.

A fórmula LOREC

Um primeiro conjunto de regras a ter em conta está contido na fórmula

LOREC, que significa:

Listar todas as ideias a comunicar;

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Page 39: Manual Ufcd 0403 Relacionamento Interpessoal

Relacionamento interpessoal

Ordenar por ordem de importância;

Redigir um projecto;

Examinar colectivamente,

Corrigir e emendar.

A existência de ideias e a capacidade de desenvolver raciocínios não são

suficientes para escrever. É necessário dominar as regras do discurso

escrito, atender ao fio condutor que interliga as diferentes partes, planear a

introdução, o desenvolvimento e a conclusão do discurso.

Temos de traduzir o que pretendemos comunicar, adquirindo competências

para que tal aconteça e, na comunicação escrita, privilegiar os textos de

estrutura simples, curtos e concisos.

Organizar as ideias

Há que organizar as ideias, dando-lhes uma ordem que permita a

adequação das partes ao todo e estabelecer prioridades. Deve-se combater

a tentação de escrever tudo no mesmo texto.

Argumentação e persuasão

Utilizar a técnica da argumentação – servirmo-nos de raciocínios para daí

tirarmos consequências – para chegar a uma conclusão precisa, permitindo

a melhor aceitação dos outros, faz com que o discurso escrito seja mais

persuasivo.

Informar para levar á acção

Devemos utilizar duas estratégias para convencer alguém e influenciar a

sua vontade:

Informar, fornecendo à pessoa que pretendemos persuadir dados que

possam ser confirmados;

Levar à acção, convencendo o interlocutor que, só agindo, poderá

defender os seus interesses e necessidades.

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Page 40: Manual Ufcd 0403 Relacionamento Interpessoal

Relacionamento interpessoal

Privilegiar a assertividade

Na comunicação escrita, tal como para a comunicação oral, deve privilegiar-

se um estilo assertivo. Relembremos que a assertividade ou auto-afirmação

é, sinteticamente, a capacidade de nos expressarmos aberta e

honestamente, sem negarmos os direitos de outrem.

Regras para redigir

O texto deve ter títulos, subtítulos e/ou antetítulos, com tamanhos e tipos

de letra diferenciados. Deve dizer-se o fundamental num resumo efectuado,

no 1º parágrafo (lead).

A estrutura do texto deve ser simples, evitando palavras difíceis e utilizando

frases curtas, incisivas e simples. Incluir gravuras, fotos, gráficos, de forma

equilibrada.

É importante dar o texto a ler a outras pessoas, privilegiando o trabalho em

equipa, e corrigir o que estiver pouco claro.

Reflectir, em primeiro lugar, sobre o que pretendemos escrever e a quem se

destina, “desembrulhando” ideias, anotando tudo o que nos vier à cabeça,

delineando linhas de argumentação e unificando o fio condutor do texto.

Seguidamente, devemos reunir os materiais necessários e detectar as

ideias-chave, estabelecer prioridades e ver formas de destacar as ideias

principais.

Estamos, agora, em condições de redigir um primeiro projecto, de acordo

com o plano previamente elaborado.

Para aumentar a leitura ter em atenção:

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Page 41: Manual Ufcd 0403 Relacionamento Interpessoal

Relacionamento interpessoal

O título:

É o resumo do texto, deve incitar à leitura; ter entre seis a doze palavras;

fazê-lo no final; apelar à acção.

Os subtítulos:

Destacarem-se no meio do texto; escolhê-los depois do texto; articularem-

se entre si, dando uma perspectiva do conjunto do texto; em cada folha A4

utilizar dois ou três subtítulos.

O texto:

Começar com um parágrafo destacado (lead); utilizar colunas para permitir

melhor e mais rápida leitura; salientar palavras, frases ou parágrafos com

caixas, sublinhados, etc.

Os parágrafos:

Deixar espaço dobrado entre parágrafos; Utilizar espaçamento para melhor

leitura; o primeiro parágrafo não deve ultrapassar cerca de dez linhas.

As frases:

Cerca de quinze palavras por frase; estrutura gramatical simples.

As palavras:

Evitar palavras difíceis, muito grandes ou demasiado técnicas; descodificar

siglas; utilizar os tempos verbais no presente, por estimular a acção; usar a

primeira pessoa do plural para implicar o leitor.

As letras:

Usar letras de corpo doze.

A apresentação:

Ilustrar sempre que possível; a página deve ser agradável ao olhar; não

“encher” em excesso para que o texto respire; utilizar a cor.

40

Page 42: Manual Ufcd 0403 Relacionamento Interpessoal

Relacionamento interpessoal

2.5.Clara selecção e identificação dos destinatários

Quem escreve precisa de dominar o texto e de responder, para cada

documento, a quatro perguntas de partida:

Para quem escrevo?

Que problemas e necessidades têm essas pessoas?

Qual é o objectivo da estrutura?

Que linguagem devo usar?

Ao escrever devemos assumir a nossa condição, utilizando conteúdos ricos

na mensagem que queremos propagar, mas não esquecendo que devemos

igualmente escrever textos atraentes, com imagens que ajudem à leitura do

receptor.

Como sempre, a maior preocupação está centrada na eficácia, que só

poderá acontecer se se pensarem nos objectivos e no tipo de público a

quem se destina.

Os conteúdos das mensagens que caracterizam a Comunicação Interna nas

empresas são mais ou menos especializados, consoante a natureza das

funções que são exercidas pelos seus colaboradores.

Informação Administrativa

É constituída por todas as informações que irão ser seleccionadas e

organizadas para poderem conduzir à tomada de decisões pela gestão,

como por exemplo, a informação contabilística.

Informação Técnico Comercial

É o conjunto de informações que dizem respeito às características

tecnológicas dos produtos, os seus preços, margens, segmentos de

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Page 43: Manual Ufcd 0403 Relacionamento Interpessoal

Relacionamento interpessoal

mercado e procedimentos utilizáveis pelo departamento comercial nos seus

contactos com os clientes.

Informação de Gestão

São todos os dados constituídos por indicadores de natureza financeira,

económica, técnica e comercial que permitem a tomada de decisões pela

Administração da empresa.

Informação de Integração

É o conjunto das informações técnico-comerciais, financeiras e de gestão,

que tendo um carácter necessariamente geral, não parcelar, permitem

fornecer aos públicos da empresa uma “imagem” da situação actual e da

sua evolução no futuro próximo e remoto.

2.6.Escolha do formato a utilizar

Comunicação interna

Para efectuar a comunicação interna poderão ser utilizados diversos

formatos:

Cartas

Elemento postal mais importante, constituída por folhas de papel inseridas

num envelope, selado e enviado ao destinatário através dos Correios.

E-mail

Método que permite enviar e receber mensagens através da internet.

Acessível a cada vez um maior numero de pessoas, tornou-se o método

mais usual, económico e rápido de transmitir, enviar ou receber informação.

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Page 44: Manual Ufcd 0403 Relacionamento Interpessoal

Relacionamento interpessoal

Notas internas escritas

Comunicação escrita que circula por entre os funcionários, colaboradores,

ou outros interessados ou envolvidos na organização.

Telefone

Instrumento de comunicação oral amplamente utilizado, que permite a

transmissão de informações rápidas e económicas. Como permite a

conversa “directa” entre vários intervenientes, tem a vantagem de ter um

retorno imediato.

Memorandos

Forma de comunicação escrita entre unidades de uma empresa, sendo

utilizada como um instrumento que agiliza a transmissão de informação.

Newsletter

Termo que designa “Jornal Interno” ou “Boletim informativo” é um tipo de

documento (em suporte papel ou digital) que transmite informações,

geralmente sobre um tema ou assunto específico. Algumas empresas usam-

no para fornecer novidades e informações sobre produtos, serviços,

clientes, funcionários, etc.

Ordens de serviço

São comunicações internas que transmitem directrizes para o

funcionamento de empresa, sendo normalmente assinadas pelos

funcionários a quem se destinam, de modo a comprovar que os mesmos

tomaram conhecimento.

Comunicações orais

São muitas vezes designadas por “briefings”, e consistem na transmissão

oral de informações para orientar a actuação dos colaboradores da

empresa.

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Page 45: Manual Ufcd 0403 Relacionamento Interpessoal

Relacionamento interpessoal

Cartazes (gráficos, indicações, sinalética, etc.)

O “cartaz” é um suporte, normalmente em papel, afixado de forma que seja

visível em locais públicos. A sua função principal é a de divulgar informação

visualmente. É usado para propaganda, publicidade ou simplesmente para a

comunicação.

Comunicação externa

A comunicação externa de uma empresa pode ser feita de várias formas,

com recursos escritos, orais ou visuais. Entre os mais usuais referem-se:

Cartas

Fax

Newsletter

E-mail

Internet

Filmes

Telefone

Cartazes

Fóruns de discussão, teleconferências e videoconferências

Inquéritos

Eventos sociais

2.7.Formas de arquivo

Em termos empresariais, o arquivo designa:

O conjunto de tarefas que a nível individual, de grupo ou de sector,

asseguram a organização sistematizada da

informação/documentação, a sua conservação, o seu acesso e

consulta;

O conjunto de documentos que são conservados pela empresa

segundo métodos de classificação e durante períodos de tempo

predeterminados pela lei ou pelas suas conveniências.

O local onde esses documentos são conservados.

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Page 46: Manual Ufcd 0403 Relacionamento Interpessoal

Relacionamento interpessoal

O circuito documental é o percurso que os documentos fazem dentro da

instituição desde a sua entrada (quando são documentos produzidos no

exterior) ou desde a sua produção (quando são documentos produzidos pela

própria instituição).

O desenhar do circuito documental exige um conhecimento profundo da

instituição porque o seu principal objectivo é racionalizar e reduzir o

percurso dos documentos dentro da organização.

De um modo geral o circuito documental é constituído pelas seguintes

fases:

Abertura dos documentos e verificação do destinatário;

Carimbagem e registo dos documentos;

Identificação dos assuntos;

Verificação de antecedentes ou identificação como assunto novo;

Classificação;

Decisão - resposta;

Arquivo

Depois de entrados no circuito documental, é fundamental a existência de

instrumentos de descrição e pesquisa que deverão ser concebidos em

sintonia com a classificação, de maneira a permitirem pesquisas

diferenciadas e complementares umas das outras.

Uma vez que todo o sistema de arquivo tem que se adaptar às variadas

condições em que opera a empresa, começando por apreciar os seguintes

elementos:

Os tipos de material a arquivar;

A finalidade com que é efectuado o arquivo; 

A quantidade de material a arquivar;

As aparelhagens disponíveis

Onde se efectua o arquivo

45

Page 47: Manual Ufcd 0403 Relacionamento Interpessoal

Relacionamento interpessoal

Quando deve ser efectuado e de quanto tempo se dispõe para cada

operação;

As futuras ampliações previstas para o trabalho de arquivo;

Para organizar um arquivo é necessário:

Identificar a actividade da instituição ou empresa e da área onde

trabalha;

Relacionar e organizar os diferentes documentos;

Identificar os documentos que são criados no decorrer da actividade

da empresa.

Ter em conta o custo de manutenção do arquivo;

Dimensão da empresa;

Recursos humanos e financeiros.

Os dossiês formam-se quando interessa juntar informação sobre um assunto

específico. Na maioria dos serviços a sua conservação é efémera, embora

existam algumas excepções, como por exemplo os dossiês de imprensa

num gabinete de relações públicas.

O melhor sistema de arquivo para os dossiês, será a sua conservação num

disco óptico. Os documentos seleccionados (que procedem de processos

administrativos, recortes de imprensa, notas manuscritas, etc.) podem ser

digitalizados com o scanner e conservados em disco o tempo necessário

para utilizar a informação.

Se não existe equipamento informático adequado, ou se o volume de

documentação não justifica a alteração de suporte, os dossiês em suporte

papel devem ordenar-se pelo assunto de que tratam. Mas para tal, há que

estabelecer um índice que permita a sua rápida recuperação ou a inclusão

de um novo dossiê.

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Relacionamento interpessoal

Não é aconselhável dar uma ordem alfabética, sem a existência de um

índice prévio, já que a denominação do dossiê nunca é muito clara no

momento da sua criação e pode ser chamado de formas diferentes com o

passar do tempo.

Na arrumação física dos dossiês é aconselhável utilizar ficheiros suspensos,

prevendo a incorporação de folhetos informativos, catálogos, fotografias ou

outro material que não seja conveniente perfurar.

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Relacionamento interpessoal

Bibliografia

Dias, J.M., A Comunicação Pedagógica, 3ª ed., Colecção Formar

Pedagogicamente, I.E.F.P, 1993

Fachada, M. O., Psicologia das relações interpessoais, Edições Sílabo, 2010

Leite, A. G., Relações interpessoais e comunicação, Ed. CECOA, 2008

Moreira, I., A Excelência no Atendimento, Lidel, 2010

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