manuel bandeira

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Profª. Ms. Daniele Onodera

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Page 1: Manuel Bandeira

Profª. Ms. Daniele Onodera

Page 2: Manuel Bandeira

Manuel Carneiro de Sousa Bandeira

(Recife,1886 - Rio de Janeiro,1968)

Page 3: Manuel Bandeira

Juntamente com Oswald e Mário de

Andrade, compõe o grupo que solidifica e

divulga o Modernismo no

Brasil.

Page 4: Manuel Bandeira

Bandeira conhece entre 1913 e 1914, na Suíça Paul Éluard (que mais tarde virá a ser um famoso escritor dadaísta e surrealista)

OBRA BIOGRAFIARELAÇÃO

Page 5: Manuel Bandeira

Uns tomam éter, outros cocaína.Eu já tomei tristeza, hoje tomo alegria.Tenho todos os motivos menos um de ser triste

(...)

Sim, já perdi pai, mãe, irmãosPerdi a saúde tambémÉ por isso que sinto como ninguém o ritmo do

jazz-band

(BANDEIRA, Manuel. Não sei dançar. In Libertinagem)

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Page 7: Manuel Bandeira
Page 8: Manuel Bandeira
Page 9: Manuel Bandeira

Sua obra é vasta abrangendo desde o

pós-Parnasianismo e pós- Simbolismo às

experiências concretistas de 1950 –1960.

Page 10: Manuel Bandeira

“Na minha experiência pessoal fui verificando que o meu esforço consciente

só resultava em insatisfação, ao passo que o me saía do subconsciente, numa espécie de transe ou alumbramento, tinha ao menos

a virtude de me deixar aliviado de minhas angústias.”

(Manuel Bandeira, Intinerário de Pasárgada)

Page 11: Manuel Bandeira

DESENCANTO  Eu faço versos como quem chora

De desalento... de desencanto...Fecha meu livro se por agoraNão tens motivo algum de pranto

Meu verso é sangue. Volúpia ardente...Tristeza esparsa... remorso vão...Dói-me nas veias. Amargo e quenteCai gota à gota do coração.

E nesses versos de angústia roucaAssim dos lábios a vida corre,Deixando um acre sabor na boca.

- Eu faço versos como quem morre!

(BANDEIRA, Manuel. Desencanto. In: As Cinzas das Horas)

Page 12: Manuel Bandeira

CONSOADA  Quando a Indesejada das gentes chegar

(Não sei se dura ou caroável), talvez eu tenha medo. Talvez sorria, ou diga: - Alô, iniludível! O meu dia foi bom, pode a noite descer. (A noite com os seus sortilégios.) Encontrará lavrado o campo, a casa limpa, A mesa posta, Com cada coisa em seu lugar.

 (BANDEIRA, Manuel. Consoada. In: Opus 10

Page 13: Manuel Bandeira

CONFIDÊNCIA Tudo o que existe em mim de grave e carinhosoTe digo aqui como se fosse ao teu ouvido...Só tu mesma ouvirás o que aos outros não ousoContar do meu tormento obscuro e impressentido. Em tuas mãos de morte, ó minha Noite escura!Aperta as minhas mãos geladas. E em repousoEu te direi no ouvido a minha desventuraE tudo o que em mim há de grave e carinhoso. 

(BANDEIRA, Manuel. Confidência. In: Carnaval)

Page 14: Manuel Bandeira

MULHERES Como as mulheres são lindas! Inútil pensar que é do vestido...E depois não há só as bonitas:Há também as simpáticas.E as feias, certas feias em cujos olhos vejo isto:Uma menininha que é batida e pisada e nunca sai da cozinha. Como deve ser bom gostar de uma feia!O meu amor porém não tem bondade alguma.É fraco! É fraco!Meu Deus, eu amo como as criancinhas... És linda como uma história da caronchinhaE eu preciso de ti como precisava de mamãe e papai(No tempo em que pensava que os ladrões moravam no morro atrás da casa e tinham cara de pau).  

(BANDEIRA, Manuel. Mulheres. In: Libertinagem)

Page 15: Manuel Bandeira

IRENE NO CÉU

Irene pretaIrene boaIrene sempre de bom humor.

Imagino Irene entrando no céu:— Licença, meu branco!E São Pedro bonachão:— Entra, Irene. Você não precisa pedir licença.

(BANDEIRA, Manuel. Irene no céu. In: Libertinagem)

Page 16: Manuel Bandeira

POEMA TIRADO DE UMA NOTÍCIA DE JORNAL  João Gostoso era carregador de feira livre e morava no morro

da Babilônia num barracão sem númeroUma noite ele chegou no bar Vinte de NovembroBebeuCantouDançouDepois se atirou na lagoa Rodrigo de Freitas e morreu afogado.

(BANDEIRA, Manuel. Poema tirado de uma notícia de jornal. In: Libertinagem)

Page 17: Manuel Bandeira

O BICHO

Vi ontem um bichoNa imundície do pátioCatando comida entre os detritos.

Quando achava alguma coisa,Não examinava nem cheirava:Engolia com voracidade.

O bicho não era um cão,Não era um gato,Não era um rato.

O bicho, meu Deus, era um homem.(BANDEIRA, Manuel. O bicho. In: Belo Belo)

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Homenagem de Carlos Drummond de Andrade ao amigo Manuel Bandeira

DECLARAÇÕES A MANUEL Teu verso límpido, libertode todo sentimento falso;teu verso em que Amor, soluçante,se retesa e contempla a mortecom a mesma forte lucidezde quem soube enfrentar a vida;teu verso em que deslizam sombrasque de fantasmas se tornaramnossos amigos sorridentes.

(Carlos Drummond de Andrade)

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Page 20: Manuel Bandeira

PRINCIPAIS TEMAS:•A paixão pela vida

“Tenho todos os motivos menos um de ser triste “

Page 21: Manuel Bandeira

PRINCIPAIS TEMAS:• A morte e a solidão

“Talvez sorria, ou diga: - Alô, iniludível!”

Page 22: Manuel Bandeira

PRINCIPAIS TEMAS:• O amor e o erotismo;

“Como deve ser bom gostar de uma feia!O meu amor porém não tem bondade alguma.”

Page 23: Manuel Bandeira

PRINCIPAIS TEMAS:• A angústia existencial

“Só tu mesma ouvirás o que aos outros não ousoContar do meu tormento obscuro e impressentido.”

Page 24: Manuel Bandeira

PRINCIPAIS TEMAS:• O cotidiano

“O bicho, meu Deus, era um homem.”

Page 25: Manuel Bandeira

PRINCIPAIS TEMAS:• A infância

Page 26: Manuel Bandeira

O ÚLTIMO POEMA Assim eu quereria o meu último poemaQue fosse terno dizendo as coisas mais simples e

menos intencionaisQue fosse ardente como um soluço sem lágrimasQue tivesse a beleza das flores quase sem perfumeA pureza da chama em que se consomem os

diamantes mais límpidosA paixão dos suicidas que se matam sem explicação.