mapa dos baobÁs do brasil

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Conheça os Baobás do Brasil

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Copyright by c

2011 Gilberto J. S. Vasconcelos

Todos os direitos desta edição reservados ao autor:

Gilberto J. S. Vasconcelos

Projeto Gráfi co / Capa / Diagramação:Aluísio Ricardo

Revisão:Ernesto José de Souza Ferreira

Fotos:Leonardo Miguel Silva Martins.

Baobá do Passeio Publico do Rio de Janeiro, baobá da Lagoa Rodrigues de Freitas,

baobá do Jardim Botânico do Rio, baobá da Ilha de Paquetá.

Maria Elizabete Maciel Almeida Foto, Passeio Público, Fortaleza – CE

Demais fotos:Gilberto J. S. Vasconcelos, o autor do Mapa dos Baobás do Brasil.

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A G R A D E C I M E N T O S

A Alexandre Calos Leimig de Albuquerque Nascimento, Recife - PEA Aurélio Márcio Nogueira, Recife - PEA Daniel Calos Leimig de Albuquerque Nascimento, Recife - PEA Edio Lotufo, Cuiabá – MTA Leonardo Miguel Silva Martins,Rio de Janeiro - RJA Márcio de Albuquerque Nascimento, Recife - PEA Márcio Mendes Biasoli, Rio de Janeiro - RJA Maria da Conceição Melo de Oliveira Moreira, Recife - PEA Maria Elizabete Maciel Almeida, Fortaleza - CEAo Museu Casa Quissamã - RJA Pedro Calos Leimig de Albuquerque Nascimento, Recife - PEA Rômulo Barbosa da Silva, Recife - PEA Samuel Fonseca de Assis, Assú - RN A Usha Marli Araújo Ervatti, Rio de Janeiro - RJA Wigaman Gomes da Silva, Olinda - PE

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A P R E S E N T A Ç Ã O

Os temas ambientais, da sustentabilidade, da sobrevivência da espécie humana em longo prazo ainda são marginais entre nós

e muito pouco incorporados no dia a dia da sociedade brasileira. Este livro apresenta os resultados de pesquisas históricas e

trabalhos de campo, com registros precisos da ocorrência de baobás em Pernambuco.

É oportuno e emblemático, pois nos ajuda a perceber a importância de uma espécie vegetal no seu contexto social, cultural e

histórico.

É uma boa chance para refl etirmos acerca dos benefícios da diversidade biológica e captarmos a dependência da espécie humana

desta diversidade.

A presente obra revela como um indivíduo pode contribuir no processo para a conservação do meio ambiente, usando princípios

básicos de educação ambiental, com enfoque humanista e holístico. É sabido que a maioria dos pernambucanos se encontra ainda mal

informada sobre temas relacionados com a ecologia e o meio ambiente.

A proteção dos recursos naturais ainda é um procedimento de pouca importância em nosso estado, quando deveria estar incorpo-

rada de forma transversal em políticas públicas, ações do setor privado e de cada cidadão, dada a nossa singular especifi cidade, em

que 80% do nosso território é de clima semiárido, com um índice muito baixo de mata atlântica remanescente, convivendo com um

processo perverso de desertifi cação, da perda da biodiversidade e do avanço do mar.

Em contraste com este descaso, vemos a iniciativa salutar de Gilberto Vasconcelos neste trabalho, o Mapa dos Baobás do Brasil,

mostrando a importância de uma árvore da savana africana, denotativa da exuberância de sua presença marcante, que serve de

exemplo para todos nós, da importância da preservação e valorização das riquezas naturais.

Vemos a signifi cação do baobá por ter sido trazido ao Brasil pelos escravos africanos,representando o frondoso e largo espírito da

rica cultura africana, onde é tida como a árvore da vida e uma fonte de fertilidade.

O baobá também é uma árvore mito, que toca várias gerações, as quais aprenderam com Saint-Exupéry a admirar esta espécie

presente no seu asteróide B 612 , que nos cativou com suas raízes de inspiração e nos fi ncou nos sonhos do Pequeno Príncipe.

Com o baobá frondoso, vemos como o homem é diminuto dentro da criação da natureza, não só por sua menor dimensão e,

também, pelo seu curto período de vida.

Devemos valorizar este importante trabalho de catalogação e monitoramento dos baobás fi ncados nos torrões brasileiros, não só

pelo seu denso conteúdo, pela história que lhe serve de seiva, como exemplo com vistas a induzir outras iniciativas na valorização das

espécies nativas ou não, que prestam relevantes serviços ambientais para nossa sociedade.

Mostrando a importância da preservação de espécies vegetais como forma de conservação da biodiversidade e manutenção equi-

librada da vida, este também um dos objetivos deste trabalho deste abnegado cidadão Gilberto Vasconcelos.

Na certeza que este livro-semente estimule práticas de valorização fl orestal e novas abordagens venham trazer o reconhecimento

dos serviços ambientais, que esta obra crie um baobá de alegria e felicidade no coração de cada leitor.

Anísio Bezerra Coelho Engenheiro Químico, empresário.Presidente do Conselho Temático de Meio Ambiente da FIEPE

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S O B R E O A U T O R

Gilberto J. S. Vasconcelos, Viveirista Florestal, natural de São José da Laje – Al. Filho de um operador de máquinas da Usina

Serra Grande e uma doméstica, nascido em 04 de Julho de 1966, trabalhou no canavial, de menino até aos 18 anos, onde

viveu entre duas reservas de mata atlântica. Passou a morar em Recife de primeiro de janeiro de 1985 a maio de 1988. Morou

em Belém do Pará, retornando a Pernambuco em primeiro de janeiro de 1997 para, defi nitivamente, morar na cidade de Olinda.

Insatisfeito com o pouco verde, nativo, que encontrou, resolveu cultivar mudas nativas da mata atlântica para doação. A procura

foi tanta que resolveu criar o Projeto Adote Uma Árvore, determinado a plantar 100 mil mudas em Pernambuco. Essa iniciativa teve

início em 2006, quando começou a produzir as primeiras mudas em garrafas pet encontradas no lixo. Daí surgiu a oportunidade de

conhecer a FELICIDADE, pois a insatisfação o acompanhou por quatro décadas e só teve fi m quando - em oração - pediu a Jesus

que lhe desse uma oportunidade de encontrar-se com a tal felicidade, que só ouvira falar sem nunca acreditar na sua existência.

Diz um adágio popular : “a vida começa aos 40”. Aconteceu exatamente assim com ele e, desta forma, segue muito feliz com suas

realizações.

Mensagens de incentivo à continuidade deste projeto não faltaram, a exemplo da matéria publicada pelo Diário de Pernambuco

em 7 de junho de 2009, intitulada Ele tem “um dedo verde”, da Jornalista Aline Moura.

Participou de vários eventos com o objetivo de doar mudas, dentre eles, a VII Bienal do Livro – PE, com a doação de 1300 mudas,

Feira do Verde, em Santa Cruz do Capibaribe, Semana do Meio Ambiente, da Faculdade Guararapes, com a doação de 500 mudas e

Expoideia Recife.

Sempre que solicitado, atendeu a inúmeros pedidos para apresentações em colégios públicos e privados. Mesmo desprovido,

inclusive de divulgação visual, com toda boa vontade, levou ao conhecimento de milhares de pessoas frutos, sementes, mudas e

plantio de baobá. Nenhum valor foi cobrado por essas ações.

Não satisfeito, resolveu publicar, em um único endereço, uma infi nidade de informações sobre a Mata Atlântica. Realizando mais

um sonho, criou o PORTAL MATA ATLÂNTICA, com o slogan “tudo sobre a mata atlântica num só clique .̈ www.portaleco.org.

Outra atividade de uma riqueza ainda maior teve início em janeiro de 2010 – um levantamento fl orístico das espécies da fl ora

atlântica pernambucana, que será disponibilizada online quando fi nalizado.

Nota

Nós, brasileiros, temos uma dívida incalculável pelos serviços prestados pela mão de obra dos escravos, que construíram o nosso

Brasil - um dos mais ricos países do mundo.

Fica registrada a minha singela contribuição ao povo moçambicano – toda a renda por ocasião do lançamento deste livro será

usada para construir reservatórios de água nos baobás encontrados em Moçambique.

Em resumo : ¨ SER FELIZ É TER UM BOM OBJETIVO PARA VIVER .̈

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I N T R O D U Ç Ã O

O idealizador do Projeto Baobá, Gilberto J. S. Vasconcelos deu início - em dezembro de 2008 - a um levantamento dos baobás de

Pernambuco, no intuito de quantifi car os exemplares adultos. Tarefa quase impossível afi rmar o número exato. Em quase três

anos de pesquisas, não foi encontrado nenhum registro com a localização de todos os baobás existente no país.

Para materialização deste projeto, foram percorridos mais de 7.000km nos estados de: Alagoas, Pernambuco e Rio Grande do Nor-

te, para localizar, monitorar, coletar frutos e fotografar os baobás nas quatro estações e, também, este mesmo período foi dedicado a

experimentos e técnicas de germinação e produção de mudas.

O estado de Pernambuco é, defi nitivamente, o reduto dos baobás no Brasil, com mais de noventa baobás plantados.

Entretanto, não se pode negar que o município de Assú - RN é a capital nacional dos baobás centenários, com nove exemplares

catalogados.

O mapa dos baobás do Brasil tem, como objetivo principal, mostrar a localização dos baobás centenários e os demais exemplares

recentemente plantados. Tem, também, o objetivo de difundir no Brasil, como produzir mudas deste gigantesco vegetal, sua impor-

tância para os nativos da savana africana, seu valor nutricional e o evidente elo ente o tráfi co de escravos e sua introdução em nosso

país.

É notório que os baobás centenários que aqui se encontram têm, como personagem principal, os escravos, (é comum entre os

nativos africanos o uso dos frutos do baobá como alimento). Uma infi nidade de informações foi encontrada, todavia não há registros

que comprovem quem - de fato - introduziu o baobá – Adansonia digitata no Brasil.

CONHECENDO OS BAOBÁS

O baobá é uma árvore de grande porte, originária das savanas africanas, da ilha de Madagascar e nordeste da Austrália.

Apesar de milenar, foi espargido - a partir do século XX - através do escritor francês Antoine de Saint-Exupery.

Em 1444, conduzidos por Gomes Piers, os navegantes portugueses chegaram à ilha africana de Gorée (pertencente hoje ao Sene-

gal) e permaneceram no local até 1595, período em que a ilha se tornou propriedade dos holandeses. Os navegantes registraram que,

lá, ainda se podia apreciar o brasão de Dom Henrique gravado em árvores. Por sua vez, na metade do século XV, o cronista Gomes de

Eanes Zurara assim descreveu as árvores encontradas, na obra Chronica dos Feitos de Guiné (Lisboa, 1453):

“Árvores muito grandes e de aparência estranha; entre elas, algumas tinham desenvolvido um cinturão de 108 palmos a seu pé (

cerca de 25 metros). O tronco de um baobá não é mais alto do que o tronco de uma árvore de noz; rende uma fi bra forte usada para

cordas e pano; queima da mesma maneira como linho”.

Segundo o cineasta Licínio Azevedo, na savana africana o tronco do baobá é escavado por curandeiros ou feiticeiros e usados como

reservatório para armazenar água durante o período chuvoso, visando o período de seca. Quem se propuser a 12 fazer esse trabalho

de escavação interna da árvore não poderá ingerir alimento com sal, nem ter relações sexuais enquanto durar o serviço, segundo eles,

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para preservar os baobás que, apesar de oco,, não morrem. Ainda segundo o cineasta, essa atividade, remunerada, é necessária pelo

fato de só haver água a mais de 60m de profundidade.

Diferentemente dos baobás existentes no Brasil, cujas sementes podem germinar em apenas 10 dias e atingir uma altura de 10

metros em 10 anos, em Moçambique, os da mesma espécie, segundo o botânico Salomão Bandeira, da Universidade de Moçambique,

um exemplar plantado no Horto Botânico de Maputo levou 15 anos apenas para germinar e atingir uma altura de 2m em 10 anos, e

outro exemplar, com cerca de 4m, levou mais de 50 anos.

Em 2011, foi plantado um baobá no município de Gravatá, em Pernambuco, por Gilberto J. S. Vasconcelos. Um exemplar com idade

de apenas 5 meses, medindo 1,5m. Comumente, as mudas produzidas pelo Projeto Baobá em Olinda atingem uma altura de 1m em

apenas 8 meses.

As folhas brotam entre os meses de julho e janeiro, mas, se a árvore conseguir fi car umedecida, elas podem se manter fi rmes

durante todo o ano. Em geral, o baobá fl oresce durante uma única noite, apenas, entre maio a agosto. Durante as poucas horas em

que as fl ores permanecem abertas, os consumidores de néctares noturnos - particularmente, os morcegos - asseguram a polinização

da planta. Um outro polinizador é a abelha Aripuá, esta, de hábito diurno, que podemos observar na foto de uma fl or, neste livro.

Vale lembrar que os praticantes do candomblé consideram o baobá uma árvore sagrada, e dizem que não se deve cortá-la ou

arrancá-la.

Em 1749, o pesquisador francês Michel Adanson, voltando da viagem para São-Louis, no Senegal, elaborou desenhos e descreveu

o seguinte, em seus registros:

Chamou-me à atenção uma árvore, cujo tamanho era incrível. Era uma árvore que tinha frutos com formatos de abóboras, de

nome “pão de macaco”, no qual os Wolots diziam ”goui” no idioma deles. Provavelmente, a árvore mais útil em toda a África... a árvore

universal, para os nativos.

A partir de então, os pesquisadores Bernard de Jussieu e Charles de Linné creditaram, para Michel Adanson, o nome científi co do

baobá, chamando-o Adansonia digitata. E, na França, desde 1791, a Enciclopédia de Diderot e d’Alembert adotou essa denominação.

O nome digitata é devido o formato da folha, que se parece com os cinco dedos da mão.

ESPÉCIES DE BAOBÁS:

Adansonia digitata - (na África Central & no Sul da África)

Adansonia grandidieri - (em Madagascar)

Adansonia gregorii (ou Adansonia gibbosa) (no Nordeste da Austrália)

Adansonia madagascariensis - (em Madagascar)

Adansonia perrieri - (em Madagascar)

Adansonia rubrostipa (ou Adansonia fony) - (em Madagascar)

Adansonia suarezensis - (em Madagascar)

Adansonia za - (em Madagascar).

BAOBÁ EM DIALETOS

MOÇAMBICANOS

Imbondeiro – em Português (língua ofi cial)

Ximuo – no dialeto Changana.

ximuio - no dialeto Machope

Nonde – no dialeto Makonde.

Mulapa - no dialeto Makua

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S U M Á R I OApresentação............................................................................................................................................................................................7Sobre o Autor............................................................................................................................................................................................9Introdução.................................................................................................................................................................................................11O Tráfi co Negreiro...............................................................................................................................................................................14História de Pernambuco.................................................................................................................................................................15Recife, a Veneza Brasileira reduto dos Baobás................................................................................................................16Palácio do Governo / Palácio da Justiça..............................................................................................................................17Antiga Estação Ponte D´Uchoa................................................................................................................................................ 18Museu da Abolição.............................................................................................................................................................................19Árvore da Vida.......................................................................................................................................................................................20Poço da Panela..............................................................................................................................................................................21/22Rua Coronel Urbano Ribeiro de Sena...................................................................................................................................23Futuros Gigantes..................................................................................................................................................................24/25/26Este exemplar merece uma atenção especial................................................................................................................27Buenos Aires – PE................................................................................................................................................................................28Cabo de Santo Agostinho – PE ...............................................................................................................................................29Ipojuca – PE......................................................................................................................................................................................30/31Limoeiro – PE..........................................................................................................................................................................................32Ribeirão – PE...........................................................................................................................................................................................33Vicência – PE...........................................................................................................................................................................................34Frutos do Baobá...................................................................................................................................................................................35Produção de mudas..........................................................................................................................................................................36Como produzir mudas de Baobá............................................................................................................................................37Alagoas.......................................................................................................................................................................................................38Fortaleza....................................................................................................................................................................................................39Matogrosso..............................................................................................................................................................................................40Rio de Janeiro..................................................................................................................................................................................41/42Quissamã-RJ............................................................................................................................................................................................43Macaíba – RN.........................................................................................................................................................................................44Natal – RN.................................................................................................................................................................................................45Assú – RN....................................................................................................................................................................................46/47/48Nísia Floresta - RN...............................................................................................................................................................................49Estação de Papary..............................................................................................................................................................................50Município de Ipanguaçu – RN ...................................................................................................................................................51Bibliografi a...............................................................................................................................................................................................52

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O T R Á F I C O N E G R E I R O

Os negros trazidos para o Brasil pertenciam, principalmente, a dois grandes grupos étnicos: os sudaneses, originários da Nigéria, Daomé e Costa do Marfi m, e os bantos, capturados no Congo, Angola e Moçambique. Estes foram de-sembarcados, em sua maioria, em Pernambuco, Minas Gerais e no Rio de Janeiro. Os sudaneses fi caram na Bahia.

Calcula-se que entre 1550 e 1855 entraram nos portos brasileiros cerca de quatro milhões de africanos, na sua maioria jovens do sexo masculino.

Os navios negreiros que transportavam africanos até o Brasil eram chamados de tumbeiros, porque grande parte dos ne-gros, amontoados nos porões, morria durante a viagem. O banzo os levava à morte. Os sobreviventes eram desembarcados e vendidos nos principais portos da Colônia, como Salvador, Recife e Rio de Janeiro. Os escravos africanos eram, de forma geral, bastante explorados e maltratados e, em média, não aguentavam trabalhar mais do que dez anos. Como reação a essa situação, durante todo o período colonial foram constantes os atos de resistência, desde fugas, tentativas de assassinatos do senhor e do feitor, até suicídios.

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Angola Moçambique Nigéria Congo Costa do Marfi m Benin

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H I S TÓR IA D E P E RNAMBUCO

Pernambuco foi uma das primeiras áreas brasileiras ocupadas pelos portugueses. Em 1535, Duarte Coelho torna-se o donatário da Capitania, fundando a vila de Olinda e espalhando os primeiros engenhos da região.

No período colonial, Pernambuco torna-se um grande produtor de açúcar e, durante muitos anos, é responsável por mais da metade das exportações brasileiras. Essa riqueza atrai novos colonos europeus, que constroem no estado um dos mais ricos patrimônios arquitetônicos da América Colonial.

A riqueza de Pernambuco foi alvo do interesse de outras nações. No século XVII, os holandeses se estabelecem no estado. Entre 1630 e 1654, Pernambuco é administrado pela Companhia das Índias Ocidentais. Um dos seus representantes, o príncipe João Maurício de Nassau, traz para Pernambuco uma forma de administrar renovadora e tolerante. Realiza inúmeras obras de urbanização no Recife, amplia a lavoura da cana, assegura a liberdade de culto.

No período holandês, é fundada no Recife a primeira sinagoga das Américas. Amante das artes, Nassau tem, na sua equipe, inúmeros artistas, como Frans Post e Albert Eckhrout, pioneiros na documentação visual da paisagem brasileira e do cotidiano dos seus habitantes.

Os pernambucanos se orgulham de sua participação altiva na História do Brasil, sempre mantendo altos ideais libertários, como na Guerra dos Mascates, entre 1710 e 1712; a Revolução Pernambucana, em 1817; a Confederação do Equador, em 1824; a Revolta Praieira, em 1848.

Com o advento da República, Pernambuco procura ampliar sua rede industrial, mas continua marcado pela tradicional exploração do açúcar.O Estado moderniza suas relações trabalhistas e lidera movimentos para o desenvolvimento do Nordeste, como no momento da cria-

ção da SUDENE. A partir de meados da década de 60, Pernambuco começa a reestruturar sua economia, ampliando a rede rodoviária até o sertão e investindo em polos de investimento no interior do estado. Na última década, consolidam-se os setores de ponta da economia pernambucana,sobretudos aqueles atrelados ao setor de serviços (turismo, informática, medicina) e estabelece-se uma tendência constante de modernização da administração pública.

Após a proclamação da independência, o Coronel José Cerqueira de Aguiar Lima foi a primeira pessoa a governar Per nambuco. Ficou no cargo provisoriamente em 1889, deixando-o ainda no mesmo ano, após as eleições que elegeram o Brigadeiro José Simeão de Oliveira para o Governo do Estado.

B R A SÃO D E P ER NAMBUCO

O brasão de Pernambuco foi ofi cializado pelo governador Alexandre Barbosa Lima, em 1895.O leão representa a bravura do povo pernambucano; os ramos de algodão e de cana-de-açúcar simbolizam nossas riquezas; o sol é a luz

cintilante do equador; as estrelas são os municípios. Ainda estão no brasão o mar e o farol de Olinda.Na faixa, aparecem as datas históricas mais importantes do estado: 1710 (guerra dos Mascates), 1817 (Revolução Pernambucana), 1824

(Confederação do Equador) e 1889.

BANDE I R A D E P E RNAMBUCO

Nossa bandeira foi idealizada pelos revolucionários de 1817 e ofi cializada, anos depois, pelo governador Manoel Antonio Pereira Borba.A cor azul do retângulo superior simboliza a grandeza do céu pernambucano; a cor branca representa a paz; o arco-íris em três cores (verde,

amarelo, vermelho) representa a união de todos os pernambucanos; a estrela caracteriza o nosso estado no conjunto da Federação; o sol é a força e a energia de Pernambuco; e, fi nalmente, a cruz representa a fé na justiça e no entendimento.

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RECIFE, A VENEZA BRASILEIRA

REDUTO DOS BAOBÁS

Cidade plantada à beira-mar e cortada por extensos rios e pontes.A mais antiga referência sobre o Recife é de 1537, no documento Foral de Olinda, no qual está determinado o estatuto

jurídico da propriedade da terra. Um pequeno mundo, um povoado, não muito distante de Olinda (apenas 6 km ao Norte), que era o lugar central do poder e da riqueza da capitania de Pernambuco, governada - nos primeiros tempos - por Duarte Coelho. Nesta época, o Recife era apenas parte do território de Olinda, o que durou até 1709.

Impulsionada pela ascensão econômica dos portugueses, chamados com desprezo de ‘mascates’, é vista com desconfi -ança pelos olindenses, senhores de engenhos arruinados pelas dívidas. O confl ito entre a nobreza açucareira pernambucana e os novos burgueses desencadeia a Guerra dos Mascates. Os novos moradores do povoado saem vitoriosos e elevam Recife à categoria de vila independente, em 1710, com um governo municipal instalado.

De uma vila de pescadores, o Recife tornou-se uma cidade rica em história, cultura e monumentos. São igrejas seculares,pontes, fortifi cações, ruas antigas e estreitas que convivem, atualmente, com amplas avenidas. Hoje é uma metrópole, com cerca de 1,5 milhão de habitantes, ocupando um território de 221km2.

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A ideia da construção de um novo edi-fício para os governadores da província de Pernambuco, no local onde existia o antigo Palácio de Friburgo, erguido por Maurício de Nassau, surgiu no tempo do governador José César de Menezes, em 1786.

Porém, somente em 1841, no governo de Francisco do Rego Barros, depois Conde da Boa Vista, foi construído um novo palácio para os governadores de Pernambuco, em substituição ao edifício do Erário Régio.

No governo de Estácio Coimbra, de 1926

a 1930, o palácio foi remodelado, decorado e mobiliado e, em 1967, serviu de sede para o governo da República, na época do presi-dente Arthur da Costa e Silva e do governa-dor Nilo de Sousa Coelho.

Palco de grandes acontecimentos e testemunha de encontros políticos impor-tantes, o Palácio do Campo das Princesas conservou-se no mesmo local que o conde Maurício de Nassau escolheu para sede do governo de Pernambuco, desde o século XVII.

P A L Á C I O D O G O V E R N O

P A L Á C I O D A J U S T I Ç A

O Palácio da Justiça é o edifício-sede do Poder Judiciário de Pernambuco e abriga, em suas instalações, o Tribunal de Justiça do Es-tado.

Registra a história que o Tribunal de Justiça de Pernambuco passou a existir mediante o al-vará de D. João VI, de 6 de fevereiro de 1821. À

época, foi denominado Tribunal da Relação de Pernambuco e instalou-se num espaço dentro do antigo Colégio dos Jesuítas do Recife, em 13 de agosto de 1822.

Foi no governo de Sérgio Loreto que a construção do Palácio da Justiça recebeu atenção especial, cuja pedra fundamental foi lançada no dia 2 de julho de 1924, em comemoração ao primeiro centenário da Confederação do Equador.

O projeto para a construção do Palácio da Justiça, em estilo eclético, aprovado em 1924 pelo engenheiro-chefe das Obras Com-plementares do Porto, é do arquiteto italia-no, formado pela Escola de Belas Artes de Paris, Giácomo Palumbo (1891- 1966), com a colaboração de Evaristo de Sá. Baobá centenário - Praça da República, Recife - PE

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ANTIGA ESTAÇÃO

PONTE D’ UCHOA .

Construída em 1865, é um dos exemplos da arquitetura de ferro no Recife. Funcionou como uma das paradas da maxambomba – bonde que circulou de 1867 a 1915.

A expressão Ponte D’Uchoa, por outro lado, se deve ao apelido de um capitão que, no século XVII, foi senhor de engenho na Torre. Ele se chamava Antônio Borges Uchoa e havia lutado contra os ho-landeses.

O baobá com maior circunferência no Brasil (17,40m), localizado na margem

norte do Rio Capibaribe, na Avenida Rui Barbosa – Graças – Recife - PE.

Resistente o bastante pra sobreviver a várias enchentes do Rio Capibaribe.

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MUSEU DA ABOLIÇÃO

A criação do Museu da Abolição Surge, na década de 50, a proposta elabo-rada pelo professor Martiniano Fernandes e encaminhada ao Senado Federal, através do Senador Joaquim Pires, como Projeto de Lei Nº39 de 14.05.1954, para

criar o Museu da Abolição, sediado no Recife, em honra aos abolicionistas João Alfredo e Joaquim Nabuco.

Consta do texto do projeto que “se solicite a abertura de crédito necessário à aquisição do prédio onde residiu o Conselheiro João Alfredo,conhecido como Palacete da Madalena, para fazer adaptações e a instalação, nele, da Sede do Museu da Abolição”.

O Sobrado Grande da Madalena como Sede do Museu da Abolição Em 1960, a Câmara Municipal do Recife aprova o Projeto de Lei Nº 103, que estabelece como de utilidade pública a desapropriação do Sobrado Grande da Madalena, com a fi nalidade de ser ali instalado, o Museu da Abolição.

Conquista do Sobrado Grande da Madalena Em janeiro de 2010, após uma grande mobilização iniciada em 2005, fi nalmente o Museu conquista o espaço integral do Sobrado Grande da Madalena e, agora, conta com a participação de todos para elaborar e defi nir a sua exposição permanente com base no macror-roteiro elaborado em 2008.

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E S T R A D A D O B O N G I - R E C I F E - P E

Este é um exemplo que justifi ca o título.

Segundo informações de antigos comerciantes da vizinhança, há - pelo menos - 30 anos esses gigantes exemplares foram executados.

As fotos acima comprovam o fato, e o inesperado aconteceu. Agora, estão saudáveis e com 15m de altura. O exemplar da esquerda é o

quinto maior do Brasil em circunferência, com 14,5m. Medindo 15m de altura.

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P O Ç O D A P A N E L A – R E C I F E - P E

Ainda abriga o seu casario e a Igreja de Nossa Senhora da Saúde (séc. XVIII).No Poço da Panela, o viajante inglês Henry Koster registrou a mais antiga no-

tícia da presença de um piano em terras pernambucanas. Chama ele a atenção para a utilização deste instrumento durante o novenário de Nossa Senhora da Saúde, em janeiro de 1810, sendo executado por uma senhora de um negocian-te e alguns instrumentos de sopro tocados por pessoas respeitáveis.

A música vocal foi executada pelas mesmas pessoas, auxiliadas por alguns mulatos, escravos da senhora.

Neste local, viveu o abolicionista e fundador do Clube do Cupim (que se destinava “à libertação dos escravos por todos os meios”), em 8 de outubro de 1884, o Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfi co Pernambucano fez erguer, em 18 de maio de 1938, um monumento em bronze em sua memória, com o busto de José Mariano e um escravo com grilhões rompidos, um notável trabalho moldado pelo escultor Bibiano Silva.

Por Leonardo Dantas Silva (Portal FUNDAJ).

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B A O B Á S – P O Ç O

D A P A N E L A

Rua Marquês de Tamandaré

Rua Eng. Bandeira de Melo

Este gigante Baobá vive uma disputa sem fi m pelo direito de es-

paço, onde um muro, divide um estabelecimento comercial e duas

residências.

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Rua Coronel Urbano Ribeiro de Sena - Fundão - Recife

Com 12, 15m de circunferência.

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F U T U R O S G I G A N T E S

1 – Av. Fagundes Varela , Olinda – PE

2 – Av. Hélio falcão, Recife - PE

3 – Bosque Ebenezer – Recife – PE

4 – Caxangá Golf & Country Club – Recife – PE

5 – Centro Mariápolis – Igarassu – PE

6 – Encruzilhada – Recife

7 – Lagoa do Araçá – Recife – PE

8 – Carpina – PE

9 – Carpina – PE

10 – IPA – Itambé – PE

11 – Parque da Jaqueira – Recife – PE

12 – Praça Farias Neves – Recife – PE

13 – Rua 41 – Rio Doce – Olinda – PE

14 – Ponte Joana Bezerra - Recife - PE

15 – Praça Arnaldo Assunção – Recife – PE

16 – Praça Chora Menino – Recife – PE

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17 – UFPE – Recife – PE

18 – Rua Paulo Afonso – Recife – PE

19 – UFPE – Recife – PE

20 – Sítio da Trindade – Recife – PE

21 – Av. Beira Rio, Torre, Recife – PE

22 – Faculdade de Direito, Recife - PE

23 – Rua Cap. Felipe Ferreira – Recife – PE

24 – Estrada do Bom Sucesso – Olinda – PE

25 – Parque da Jaqueira – Recife – PE

26 – Av. Gov. Agamenon Magalhães – Espinheiro – Recife – PE

27 – Praça 10 Gravatá – PE

28 – Aeroporto

29 – Praça do Campo Santo – Recife –PE

30 – Praça Professor Fleming, Recife - Pe

31 – Estacionamento da SUDENE – Recife – PE

32 – Jardim Botânico – Recife – PE

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33 – São José do Belmonte - PE

34 – Rua João Manuel de Oliveira, Carpina - PE

35 – IPA, Caruaru - PE

36 – IPA, Araripina - PE

37 – Fazenda Paquevira, Vitória de Santo Antão - PE

38 – IPA, Serra Talhada - PE

39 – IPA, Arcoverde - PE

40 – Praça Doutor Vitoriano Regueira, Olinda - PE

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ESTE EXEMPLAR MERECE UMA ATENÇÃO ESPECIAL.Acredite, se quiser!Com apenas dois anos e seis meses já atingiu oito metros de altura.À direita, o pequenino baobá foi plantado no mesmo dia, afi rmou Jailta Erlândia de Albuquerque, comerciante, há sete anos no local.A “mãe das árvores” não é mesmo surpreendente?

Localização, Praça da Várzea - Recife - PE

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B U E N O S A I R E S - P E

Figura 01 Figura 02

Figura 03

Figura 04

fi gura 05 fi gura 06

Figura 01 - Casa GrandeFigura 02 - Capela – Conserva vá-rios registros, dentre eles o mais remoto, datando de 19 - 09 - 1857.Figura 03 - Ruínas do antigo en-genho.Figura 04 - Mostra claramente que este centenário baobá conti-nua oco, servindo de abrigo para pequenos animais e insetos.Figura 05 - Ferida causada pela água fervente, descartada sem nenhum controle pela antigafábrica de cordas de sisal - que an-tes era um engenho. Outro exem-plo da capacidade de sobrevivên-cia desta magnífi ca árvore.Figura 06 - O baobá que mais se assemelha aos da África.

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C A B O D E S A N T O A G O S T I N H O - P E

Engenho Massangana PE - 60

Dois jovens baobás, plantados há vinte anos

Com aproximadamente 23 anos, dois belos baobás

localizados na PE - 60 - Km1

As primeiras povoações chamadas de Arraial do Cabo surgiram na segunda metade do século XVI. Formado pelas Igrejas Matriz de Sto Antônio, de Sto Amaro, Nossa Se-nhora do Livramento e antiga Capela do Rosário dos Pretos (hoje Praça Théo Silva), e casario escasso representado por antigos prédios nas ruas da Matriz (Rua Vigário João Batista) e Dr. Antonio de Souza Leão.

As fachadas são protegidas por lei municipal, porém, a maioria encontra-se des-caracterizadas.

Em 1560 João Paes Barreto já instituía o Morgado de Nossa Senhora da Madre de Deus do Cabo de Sto Agostinho, vinculando o Engenho Madre de Deus, depois chama-do de Engenho Velho. A escritura foi redigida em 28 de outubro de 1580.

Segundo afi rma Sebastião de Vasconcelos Galvão, autor do Dicionário Iconográfi co, Histórico e Estatístico de Pernambuco, o povoamento sede do Município vem de 1618; antes dessa data compunha-se de algumas casas esparsas, distantes uma das outras.

Transcorridos mais de duzentos anos de ter sido a Povoação de Sto Agostinho eleva-da à predicação de Paróquia é que foi criada a Vila do Cabo de Sto Agostinho, por força

do alvará de 27 de julho de 1811 e Provisão Régia de 15 de fevereiro de 1812, enviada ao então governador da Província, o General Caetano Pinto de Miranda Montenegro.

Sua instalação, no entanto, ocorreu em 18 de fevereiro de 1812, pelo ouvidor e corregedor-geral da Comarca de Recife, o Doutor Clemente Ferreira de França. Foi ele-vada a categoria de cidade a então Vila do Cabo de Sto Agostinho em 09 de julho de 1877, pela lei provincial nº. 1.269, para a denominação de Cidade de Santo Agostinho do Cabo.

O Cabo teve sua economia centrada no desenvolvimento da monocultura da cana-de-açúcar, a partir de 1570, com a doação de sesmarias ao longo do Rio Pirapama. Tendo João Paes ocupado as terras a ele concedida em 1571, ao sul do Rio Araçuagipe (Pirapama), funda o primeiro engenho bangüê que denominou Madre de Deus (hoje, Engenho Velho), o mais antigo centro açucareiro da Região. Mais tarde, com a criação de novos engenhos, o Cabo passa a representar o poderio econômico de Província de Pernambuco, época em que a cana-de-açúcar representava a força de crescimento do país.

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P O R T O D E G A L I N H A S – I P O J U C A - P E

Quando os holandeses invadiram Pernambuco, já haviam diversos engenhos estabelecidos na região. Este local partici-pou da resistência aos holandeses, sob a liderança do Capitão-mor Amador de Araújo, em uma luta iniciada em 17 de julho de 1645. A derrota holandesa deu-se em 23 de julho de 1645.

Dessa forma Ipojuca consolidou-se como uma das mais importantes regiões do Sistema Colonial. Com dois portos - Sua-pe e Porto de Galinhas - além da maior várzea de massapê do Nordeste, Ipojuca fazia parte do triangular comércio colonial; Galinhas ganhou esse nome porque era assim que se se referia aos escravos chegados da África, naquele período.

Porto de Galinhas tem o mais extenso litoral no Estado de Pernambuco com 32 km.

Uma sentinela no meio do canavial, situado na parte mais alta de

Porto de Galinhas ( PE )

Este centenário baobá está localizado na Av. Beira-Mar

Nele, tem uma inscrição no caule, datada de 24-10-1928, a três

metros de altura.

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I P O J U C A - P E

Engenho Mercês – Acesso ao Porto de SUAPE

Localizado na Praça do Baobá, em Nossa Senhora do Ó ( PE ).

Este gigante - com mais de vinte metros de altura - é o mais alto

do Brasil e o 4º em circunferência, medindo 15,5m.

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L I M O E I R O - P E

Pela Carta Régia de 16 de junho de 1786, Limoeiro tornou-se Distrito e, 26 anos depois, tornou-se Vila. Pela Lei Municipal nº 2, de 19 de dezembro de 1892, Limoei-ro passou a ser cidade. Só em 6 de abril de 1893 Limoeiro tornou-se município au-tônomo, data da sua emancipação política. Teve, como primeiro prefeito, o Coronel Antônio José Pestana, o primeiro juiz, o Dr. Firmino Monteiro e o primeiro vigário, o Pe. Bartolomeu Monteiro da Rocha.

Fazenda Espinho Preto – Ribeiro do Mel - Município de Limoeiro - PE.

Quem passa por este bucólico lugarejo se deslumbra com estes exóticos e centenários baobás.

Igreja Matriz de NossaSenhora da Apresentação.Centro da cidade

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O município de Ribeirão está localizado na mesorregião Mata e na Microrregião Meridional do Estado de Pernambuco, limitando-se a norte com Amaraji, Primavera e Escada, a sul com Gameleira, a leste com Sirinhaém e a oeste com água Preta, Joaquim Nabuco e Cortês.

A área municipal ocupa 286,8 km2 e representa 0,29% do Estado de Pernambuco.O município foi criado em 11 de setembro de1928, pela Lei Estadual No 1.931, sendo formado pelos distritos Sede, José

Mariano e Aripibu.

E N G E N H O A R I P I B U , R I B E I R Ã O - P E

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V I C Ê N C I A - P E

O Engenho Poço Comprido,abriga 2 baobás centenários. Estão tomados por parasitas, sem qualquertrato cultural. Uma verdadeira luta pela sobrevivência.

Casa Grande

Senzala

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F R U T O S D O B A O B Á – A D A N S O N I A D I G I T A T A

Apesar de ter sido identifi cado apenas uma espécie de Baobá em Pernambuco,seus frutos têm sete diferentes formas, e dimensões entre, 10 e 50 cm.

O S U P E R F R U T O

A Baobab Fruit Company Senegal foi fundada em 1999 por Mauro Ottaviani,um italiano engenheiro de alimentos - que fi cou fascinado com a fruta, durante uma viagem através da África Ocidental. Com a ajuda de seu fi lho Pascal, ele foi pioneiro na sua transformação em uma gama de materiais semiprocessados para uso em indústrias de cosméticos, alimentos e bebidas. Nenhuma parte da fruta vai para o lixo.

Em julho de 2008, a União Europeia aprovou o seu uso como ingrediente alimentar para os fabricantes europeus.

FRUTOS DO BAOBÁ – Adansoniadigitata

A massa branca do interior do fruto do baobá pode ser utilizada como ingre-diente em muitos alimentos, compotas e molhos, um edulcorante para bebidas de fruta ou uma adição de sabor picante a molhos.

Seu fruto contém seis vezes mais vitamina C que uma laranja, duas vezes mais cálcio que o leite e abundância de vitaminas B, magnésio, ferro, fósforo e antioxidantes.

Agora, o baobá é dirigido às lojas na Europa e nos Estados Unidos como um ingrediente de compotas e molhos de pimenta e, eventualmente, barras de cereais e smoothies. A União Europeia aprovou, em 2008, a venda de produtos derivados do baobá. Já as mulheres no Malawi estão colhendo os frutos para uso comercial e ganhar dinheiro o sufi ciente para pagar as taxas da escola das crianças. O baobá é tão popular quanto o açaí. Especialistas estimam o potencialdo mercado internacional em um bilhão de dólares por ano. “O baobá está se movendo de indústria caseira para o “mainstream”, diz Malcolm Riley, da em-presa Jam Yozuna, na Inglaterra. Ele agora conta com uma grande cadeia de lojas.

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P R O D U Ç Ã O D E M U D A S

Sementes

Semeadura Germinação

Repicagem Rustifi cação Sementes

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C O M O P R O D U Z I R M U D A S D E B A O B Á

SEMEADUR A

Para que as sementes estejam prontas para serem seme-adas é necessário deixá-las de molho em agua natural e es-fregar, até que a massa que envolve as sementes se dissolva. A semeadura é feita assim que as sementes são benefi ciadas, pois desidratam muito rápido.

Para obter um bom percentual na germinação é preciso se-guir algumas orientações:

1. Usar substrato de casca de coco peneirado ou terra;2. Regar uma vez ao dia e expor a pleno sol;3. É fundamental observar que o pó de coco retém a água

por mais tempo que a terra, assim, redobrar o cuidado com o excesso de umidade para que não haja a proliferação de fun-gos.

GERMINAÇ ÃO

As sementes de baobá Adansonia digitata, que aqui se en-contram, precisam apenas de cinco a dez dias para germina-rem, quando expostas à luz solar.

REPICAGEM

A repicagem pode ser feita logo após o início da germina-

ção ou, se preferir, após 10 dias, quando as plântulas já estão enraizadas o sufi ciente pra que, no momento do transplante, o substrato usado esteja protegendo as raízes.

RUSTIFICAÇÃO

A rustifi cação é uma etapa da produção que determina o desenvolvimento das mudas e, assim, deverão permanecer em meia sombra por, no mínimo, 15 dias e só após este período, poderão ser expostas à pleno sol.

PLANTIO

É preciso observar que só deverá ser transplantado em defi nitivo quando as mudas apresentarem um caule lenhoso, ape-sar de viver mais de mil anos, é muito frágil enquanto é apenas uma muda.

PLANTIO CONSCINT E

Como o baobá é uma árvore de longevidade e grande porte, faz-se necessário escolher bem o local a ser plantada, no míni-mo 20m de qualquer construção.

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M A C E I Ó - A L

HISTÓRIA DE MACEIÓ

O povoado que deu origem a Maceió surgiu num engenho de açúcar. Antes de sua fundação, em 1609, morava em Pajuçara Ma-noel Antônio Duro, que havia recebido uma sesmaria de Diogo Soa-res, alcaide-mor de Santa Maria Madalena.

As terras foram transferidas depois para outros donos e, em 1673, o rei de Portugal determinou ao Visconde de Barbacena a construção de um forte no porto de Jaraguá, para evitar o comércio ilegal do pau-brasil.

O nome Maceió vem da denominação tupi “Maçayó” ou “Ma-çaio-k”, que signifi ca “o que tapa o alagadiço”. O povoado tinha uma capelinha em homenagem a Nossa Senhora dos Prazeres, construída onde hoje está a igreja matriz, na Praça Dom Pedro II. O desenvolvimento do povoado foi impulsionado pelo porto de Jara-guá, sendo desmembrado da Vila das Alagoas em 05 de dezembro de 1815, quando D. João VI assinou o alvará régio.

Com a emancipação política de Alagoas, em 1817, o governador da nova Capitania, Sebastião de Mélo e Póvoas iniciou o processo de transferência da capital para Maceió, um processo tumultuado, que encontrou resistência de homens públicos e da Câmara Municipal. Uma expedição militar de Pernambuco e outra da Bahia chegaram a Maceió, para garantir a ordem e, no dia 16 de dezembro de 1839, foi instalada a sede do governo em Maceió. A partir daí, Maceió conso-lidou seu desenvolvimento administrativo e político. Teve início uma nova fase no comércio e começou a industrialização. Baobá, localizado na Praça do Skate

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P A S S E I O P Ú B L I C O - F O R T A L E Z A - C E

A construção do Passeio Público, em 1864, representou um marco para a cidade, já que este era o local da primeira praça da povoação, na época conhecida como Largo da Fortaleza ou Campo da Pólvora. A praça, cujo nome ofi cial é Praça dos Mártires e homenageia os líderes da Confederação do Equador, executados no local, esteve por - muitos anos - abandonada.

As obras do Passeio Público incluíram a recuperação do quiosque, dos monumentos, do gradil, dos bancos, das fontes, um novo projeto de iluminação e a recuperação do jardim. Hoje, o Passeio Público voltou a ser ponto de encontro e da valorização da cultura, com uma programação cultural permanente e gratuita.

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HISTÓRIA DE CUIABÁ

A cidade de Cuiabá foi fundada ofi cialmente no dia 08 de abril de 1719. A história registra que os primeiros indícios de bandeirantes paulistas na região, onde hoje fi ca a cidade, datam de 1673 e 1682, quando da passagem do bandeirante Manoel de Campos Bicudo pela região. Ele fundou o primeiro povoado da região, no ponto onde o rio Coxipó deságua no rio Cuiabá, localidade batizada de São Gonçalo.

Em 1718, chega ao local, já abandonado, a bandeira do paulista de Sorocaba, Pas-coal Moreira Cabral que, depois de uma batalha perdida para os índios coxiponés, viu-se compensado pela descoberta de ouro, passando a se dedicar ao garimpo.

Em 08 de abril de 1719, Pascoal Moreira Cabral assina a ata da fundação de Cuiabá, no local conhecido como Forquilha, às margens do rio Coxipó. Foi a forma encontrada para garantir os direitos pela descoberta à Capitania de São Paulo. Em 1726, chega à região o capitão-general governador da Capitania de São Paulo, Rodrigo César de Menezes, como representante do Reino de Portugal.

No dia 1º de janeiro de 1727, Cuiabá é elevada à categoria de vila, com o nome de Vila Real do Senhor Bom Jesus de Cuiabá.

Rapidamente, contudo, as lavras de ouro se mostraram menores que o esperado, o que acarretou o abandono do local por parte da população. Mas, um século depois de sua fundação, Cuiabá foi alçada à condição de cidade, em 17 de setembro de 1818, e tornou-se a capital da então província de Mato Grosso no dia 28 de agosto de 1835 (antes, a capital da província era Vila Bela da Santíssima Trindade).

A ORIGEM

Há várias versões para a origem do nome Cuiabá.Uma delas é a de que o nome tem origem na palavra bororo IKUIAPÁ, que signifi ca

“lugar da IKUIA” (ikuia: fl echa - arpão, fl echa para pescar, feita de uma espécie de cana brava; pá: lugar). O nome designa uma localidade onde os índios bororos costumavam caçar e pescar, no córrego da Prainha (que corta a área central de Cuiabá).

Outra explicação possível é a de que Cuiabá seria uma aglutinação de KYYAVERÁ (que, em guarani, signifi ca”rio de lontra brilhante”). Uma terceira hipótese conta que a origem da palavra está no fato de existirem árvores produtoras de cuia à beira do rio e que Cuiabá signifi caria “rio criador de vasilha”. Há ainda outras versões menos embasadas historicamente, que mais se aproximam de lenda do que de fatos. O certo é que, até hoje, não se sabe com certeza a origem do nome e cada cuiabano gosta de adotar uma versão ou lenda.

C U I A B Á - M T

Baobá da Fazenda são Pedro do Arica a 50 km de Cuiabá

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R I O D E J A N E I R O

HISTÓRIA DO RIO

A cidade é mencionada ofi cialmente pela primeira vez quando a segunda expe-

dição exploratória portuguesa, comandada por Gaspar lemos, chegou em Janeiro de

1502, à baía, que o navegador supôs, compreensivelmente, ser a foz de um rio, por

conseguinte, dando o nome à região do Rio de Janeiro.

Porém só em 1530 a corte portuguesa mandou uma expedição para colonizar a

área, em vez de continuar usando-a simplesmente como uma parada em suas aventu-

ras marítimas. Os franceses, por outro lado, tinham estado no Rio de Janeiro e arredo-

res desde o começo do século e estavam dispostos a lutar pelo domínio

da região. Em 1560, depois de uma série de escaramuças, os portugueses expulsaram

os franceses.

O começo da cidade como tal foi no Morro de São Januário, mais tarde conhecido

como Morro do Castelo, e depois na Praça Quinze até hoje centro vital do Rio.

O Rio de Janeiro desenvolveu-se graças à sua vocação natural como porto. Na mes-

ma época em que ouro foi descoberto no Estado de Minas Gerais, no fi nal do século

XVII, o Governador do Brasil foi feito Vice-rei. Salvador era capital da colônia, mas a

importância crescente do porto do Rio garantiu a transferência da sede do poder para

o sul, para a cidade que se tornaria, e ainda é, o centro intelectual e cultural do país.

Em 1808 a família real portuguesa veio para o Rio de Janeiro, refúgio escolhido

diante da ameaça de invasão napoleônica. Quando a família real voltou para Portugal

e a independência do Brasil foi declarada em 1822, as minas de ouro já haviam sido

exauridas e dado lugar a uma outra riqueza: o café.

O crescimento continuou durante quase todo o século XIX, inicialmente na direção

norte, para São Cristóvão e Tijuca, e depois na direção da zona sul, passando pela Gló-

ria, pelo Flamengo e por Botafogo. No entanto, em 1889, a abolição da escravatura e

colheitas escassas interromperam o progresso. Esse período de agitação social e políti-

ca levou à Proclamação da República. O Rio, então chamado Distrito Federal, continuou

sendo o centro político e a capital do país.

No começo do século XX surgiram as ruas largas e construções imponentes, a

maioria no estilo francês fi n-de-siècle. O Rio de Janeiro manteve sua posição até a

inauguração de Brasília como capital da república em 1960. Capital do Estado do Rio

de Janeiro, a cidade continua sendo o centro social e cultural do país.

O baobá com a terceira maior circunferência no Brasil (16,62m),

com mais de 20m de altura, localizado no Passeio Público – Rio de

Janeiro.

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Lagoa Rodrigo de Freitas Jardim Botânico Av. Brasil, três jovens e vigorosos baobás

Trazidos da África e plantados pelo Sr. Acir Luz. Localizado na

Fazenda Castelo, no munícipio de Cantagalo - RJ Ilha de Paquetá

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Q U I S S A M Ã - R J

MUSEU CASA QUISSAMÃ

O Museu Casa Quissamã está sediado na antiga sede da Fazenda de Quissamã, símbolo nobiliário da região e de seus antigos donos, foi residência de um dos mais infl uentes homens de seu tempo, José Carneiro da Silva, Barão e Visconde com Honras de Grandeza de Araruama.

Centro produtor, base econômica e política da capital do Império, a Casa Quissamã integra um dos registros iconográfi cos mais importantes sobre o século XIX: o livro “Brazil pittoresco”, primeira obra de viajantes publicada na América Latina, em 1861. As litografi as que compõem a obra foram feitas a partir de fotografi as tiradas por Victor Frond, hóspede em Quissamã, com texto de Chales Ribeyrolles.

Na inauguração do Museu, em 2006, a memória desse passado foi lembrada pela encenação teatral da visita feita pelo Imperador D. Pedro II, em 1847, assim como por dramatizações ligadas à memória dos escravos, em torno de um centenário Baobá.

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M A C A Í B A - R N

Parte interior do tronco - Medindo 14,03m de circunferência e

15,5m de altura, tem o tronco oco, servindo como lixeira.

Pude constatar a presença de garrafas e sacos plásticos bem ao

fundo do tronco.

Localizado na Av. Jundiaí

Em meados do século XVII, Macaíba ainda não existia como unidade político-ad-

ministrativa. Somente os sítios do Ferreiro Torto, Uruaçú e Jundiaí eram habitados por

portugueses, mestiços e índios que trabalhavam na agricultura rudimentar, exploração

de engenho e pecuária.

No século XVIII, entre 1780 e 1795, surgiu o primeiro nome da vila emergente: Coi-

té. Este nome foi dado pelo Coronel Manoel Teixeira Casado.

Árvore de grande fruto não comestível, que servia para fazer vasilhas, era muito

vista em toda a vila. O proprietário do povoado era o português Francisco Pedro Ban-

deira, que se instalou no fl uorescente Engenho.

No fi nal do século XIX, precisamente no dia 27 de outubro de 1877, através da

Lei 801, a Vila foi elevada à categoria de Município, denominando-se Município de

Macaíba, ganhando, portanto autonomia político-administrativa. Somente em 1882

foi conhecido seu primeiro administrador, o senhor Vicente de Andrade Lima.

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N A T A L – R N

H I S T Ó R I A D E N A T A L

Tudo começou com as Capitanias Hereditárias, quando o rei de Portugal Dom

João III, em 1530, dividiu o Brasil em lotes. As terras que hoje compreendem o Rio

Grande do Norte couberam a João de Barros e Aires da Cunha. A primeira expedição

portuguesa aconteceu cinco anos depois, com o objetivo de colonizar as terras. Antes

disso, os franceses já aportavam por aqui, para contrabandear o pau-brasil. E esse foi o

principal motivo do fracasso da primeira tentativa de colonização. Os índios potiguares

ajudavam os franceses a combater os colonizadores, impedindo a fi xação dos portu-

gueses em terras potiguares.

Passados 62 anos, em 25 de dezembro de 1597, uma nova expedição portuguesa,

desta vez comandada por Mascarenhas Homem e Jerônimo de Albuquerque, chegou

para expulsar os franceses e reconquistar a capitania. Como estratégia de defesa, con-

tra o ataque dos índios e dos corsários franceses, doze dias depois, os portugueses co-

meçam a construir um forte que foi chamado de Fortaleza dos Reis Magos, por ter sido

iniciada no dia dos Santos Reis. O forte foi projetado pelo Padre Gaspar de Samperes,

o mesmo arquiteto que projetou a Igreja Matriz de Nossa Senhora da Apresentação.

Concluído o forte, logo se formou um povoado que, segundo alguns historiadores,

foi chamado de Cidade dos Reis. Depois, Cidade do Natal. O nome da cidade é expli-

cado em duas versões: refere-se ao dia que a esquadra entrou na barra do Potengi ou

a data da demarcação do sítio, realizada por Jerônimo de Albuquerque no dia 25 de

dezembro de 1599.

Com o domínio holandês, em 1633, a rotina do povoado que começa a evoluir foi

totalmente mudada. Durante 21 anos, o forte passou a se chamar Forte de Kenlen e

Natal Nova Amsterdã. Com a saída dos holandeses, a cidade volta á normalidade. Nos

primeiros 100 anos de sua existência, Natal apresentou crescimento lento. Porém, no

fi nal do século XIX, a cidade já possuia uma população de mais de 16 mil habitantes.

A partir de 1922, o desenvolvimento de Natal ganhou rítmo acelerado, com o apa-

recimento das primeiras atividades urbanas. Pela sua posição geográfi ca privilegiada,

é o ponto das Américas mais próximo da Europa. Na IIº. Grande Guerra Mundial, já no

século XX, serviu de base militar para os norte-americanos, ganhando ares de me-

trópole internacional, transformando defi nitivamente Natal e a cidade teve seu nome

conhecido por milhões de cidadãos pelo mundo.

O Baobá com a maior circunferência que se tem registro no Brasil.

Medindo 19,45cm e 17m de altura.

Localizado na Rua São José - Bairro de Lagoa Seca

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A S S Ú – R N

CAPITAL DOS BAOBÁS CENTENÁRIOS NO BRASIL

H I S T Ó R I C O

Em meados do século XVII era o território habitado pelos índios chamados Janduís – nome do chefe, que se estendeu à tribo.

A 6 de fevereiro de 1696, Bernardo Vieira de Melo, então governador da Capi-tania do Rio Grande do Norte, colocou-se à frente de uma pequena expedição e demandou à ribeira do Açu, onde fundou, ao que tudo indica, no dia 24 de abril, o arraial de N. S.ª dos Prazeres, ponto de reforço para a conquista do sertão que, até então, vinha sendo agitado pela revolta dos indígenas. Foi iniciado, assim, o aldeamento dos índios e assegurado o estabelecimento de colonos.

Começou a desenvolver-se na ribeira do Açu a criação de gado, determinan-do a fi xação de curraleiros. Como consequência do crescimento da pecuária e das riquezas dos terrenos salíferos, foram estabelecidas ofi cinas de carnes secas

que, no século XVIII, chegaram a constituir-se em importante fator comercial.No início do primeiro quartel do século XVIII, constituía-se já a extração da

cera de carnaúba - importante fator econômico naquela região da Capitania.A 22 de julho de 1766, por Ordem Régia, foi criado o município, instalado no

dia 11 de agosto de 1788. Recebeu, então, o nome de Vila Nova da Princesa. A princesa homenageada era Dona Carlota Joaquina de Bourbon, que se casara, em abril de 1785, com o futuro D. João VI.

A Lei Provincial n.° 124, de 16 de outubro de 1845, concedeu à Vila Nova da Princesa foros de cidade, com o nome de Açu.

O nome Açu tem origem na “Taba-açu” (Aldeia Grande), então ponto de reu-nião dos selvagens da região, guerreiros, valentes, sem lei nem crença religiosa.

A comarca de Açu foi criada por Deliberação do Conselho da Província, de 11 de abril de 1833, e aprovada pela Lei Provincial n.° 13, de 11 de março de 1835.

Assú - um pedacinho da África

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FAZENDA CHIQUE CHIQUE – ASSÚ - RN

TRÊS BAOBÁS CENTENÁRIOS

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FA Z E N DA C U R R A L I N H O

A S S Ú - R N

SEIS BAOBÁS CENTENÁRIOS

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M U N I C Í P I O D E N Í S I A

F LO R E S TA - R N

H I S T Ó R I A

Os primeiros habitantes da região de Papary, conhecida desde os idos de 1600, foram os índios Tupis. O nome Papary vem da lagoa de pesca abundante existente no território, ao lado de várias outras.

Durante o domínio holandês, nada de signifi cativo aconteceu na povoação.O tempo passou e os holandeses foram embora. Já em 1703, com a presença

portuguesa, o povoado de Papary tomava forma de arruado e a igreja de Nossa Senhora do Ó“ começava a ser erguida, concluída somente 52 anos depois. O progresso econômico da povoação foi impulsionado pela pesca farta nas várias lagoas das redondezas e terras de boa qualidade para o plantio de várias lavou-ras, especialmente a de Papary, chamada Paraguaçu no século XVII.

Pela Lei número 242, de 18 de fevereiro de 1852, o povoado desmembrou-se de São José de Mipibu, tornando-se município com o nome de Vila Impe-

rial de Papary e, em 1º de fevereiro de 1890, passou a ter a denominação de Vila de Papary. Em 1948, a comunidade de Papary, em homenagem à sua fi lha mais ilustre, mudou seu nome para Nísia Floresta.

A homenageada nasceu em Papary, mais precisamente no Sítio Floresta, no ano de 1810. Nísia Floresta começou sua vida literária em 1831, publicando em jornal de Pernambuco artigos defendendo o ideal republicano, igualdade políti-ca dos sexos e liberdade aos escravos.

A escritora de Papary passou a ser admirada por uitos e questionada por ou-tros. Foi chamada - ao mesmo tempo - de extraordinária, de notável, de mes-tiça, de indecorosa e de monstro sagrado. Devido à saúde de sua fi lha, Nísia foi morar na Europa em 1849 e, entre idas e vindas ao Brasil, 28 anos se passaram.

Baobá plantado em 1877 por Manoel Moura Junior - com 13,87m de

circunferência.

Tombado em 1979 pela Prefeitura Municipal de Nísia Floresta

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ESTAÇÃO DE PAPARY ( antigo nome da cidade )

Segundo o empresário e escritor Elísio Augusto de Medeiros e Silva, o tremda Lloyd fazia a linha do Recife para Natal, só saía de 15 em 15 dias.Hoje, a antiga estação está em perfeito estado de conservação, ondefunciona um Restaurante.

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MUNICÍPIO DE IPANGUAÇU – RN

Seu primeiro nome, SACRAMENTO, provém de uma fa-zenda de gado de propriedade, na época, do Cel. Antonio da Rocha Pita e que em 1845 foi vendida a Manoel de Melo Montenegro.

Esta terra que anos depois com a chegada do Cel. Ovídio Montenegro passou a ser vila, povoado e distrito foi, segun-do seus ancestrais, habitada pelos índios das tribos janduís e potiguares.

Seu nome atual – IPANGUAÇU foi escolhido pelo histo-

riador Nestor dos Santos Lima, que atendendo ao pedido do Sr. Manuel de Melo Montenegro deu o nome à nova cidade. “Este, em resposta ao mesmo, disse:” Major, o seu Sacramento é uma grande ilha, que em tupi guarani signi-fi ca Ipanguaçu. IPAN = ilha + GUAÇU = grande” Este era também o nome de um pajé, chefe das tribos janduís, com muito prestígio junto aos colonizadores, e que colaborou com a fi xação dos portugueses nos fi ns do século XVI.

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B I B L I O G R AF IA

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A P O I O C U L T U R A L :

R E A L I Z A Ç Ã O

Este livro foi composto

e editado eletronicamente em fontes Myriad Pro, sendo a tiragem de

1.000 exemplares, capa impressa em triplex 250g/m2 e o miolo em couchê fosco de 90 g/m2(costurado).

Produzido no Parque Gráfi co da Provisual, em outubro de 2011.

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