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Revista Marcha News DigitalTRANSCRIPT
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ndicePor: Nonononononnononono
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Entrevista 00
Galeria de Notáveis 00
Figuras do Marchador 00
Você se Lembra? 00
Celeiro de Campeões 00
De Olho Neles 00
Attualità News 00
News do Marchador 00
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AR Esperança
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ditorial
60 anos de história...
Em 1949, no sul de Minas Gerais, mais especifi camente em Caxam-
bu, um grupo de criadores selou o ínicio de nossa Associação. Hoje
ostentamos o título de maior raça de equinos da América Latina.
Além disso temos com certeza, o melhor cavalo de sela do mundo.
Nosso cavalo sem fronteiras, vêm ao longo dos anos, conquistando
adeptos, admiradores e apaixonados por onde passa.
Sua marcha, comodidade, temperamento, docilidade, beleza,
rusticidade e expressão encantam e apaixonam quem o conhece.
Tamanha sua força e a capacidade dessa paixão podemos ver no
atual estágio que nossa raça se encontra.
Nós da Marcha News, esperamos poder comemorar muitos e muitos
anos junto dos amigos que enaltecem e proporcionam a continuidade
e o crescimento da nossa raça.
Parabéns Mangalarga Marchador !
Henrique Viana Ribeiro Pena
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Um alucinado por cavalos,
assim podemos descrever
esse brilhante cavaleiro. Do
marchador para as Olimpíadas,
a trajetória de Vicente teve iní-
cio com a nossa raça, migrando
depois para os cavalos de salto,
onde representou o país no CCE
em sua melhor participação na
história das Olimpíadas. Numa
conversa agradável, Vicente
fala um pouco de suas experiên-
cias com os cavalos, a emoção
das Olimpíadas, o Mangalarga
Marchador e sua necessidade
de estar sempre montando.
Vicente de Araújo NetoPor: Nonononononnononono
ntrevista
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Qual é a realidade brasileira atual? Hoje o Brasil está
em um bom nível em relação aos demais países? Como
crescer ainda mais?
O esporte sofreu um processo de esvaziamento. Isso
ocorreu devido a um planejamento pouco sustentá-
vel. Os atletas tiveram como foco apenas chegar as
Olimpíadas. Isso foi muito prejudicial, pois praticamente
ninguém conseguiu isso. Dessa forma houve uma re-
gressão do esporte. Além disso, perdemos nosso maior
patrocinador, o Banco Rural. Hoje, estamos estabilizan-
do, o nível vem melhorando e ainda contrataram um
técnico inglês, trazendo um know-how e experiência
que julgo ser muito importante para o CCE brasileiro.
Quais as diferenças do Mangalarga Marchador para
animais que disputam este tipo de competição?
As diferenças realmente são enormes. Primeiro temos
a diferença básica do trote e da marcha. Os cavalos
de salto a busca são por animais de 1,66 metros, cuja
força é algo muito maior que o marchador, além de
uma velocidade e explosão superior. Por exemplo, meu
cavalo que disputei a Olimpíadas chegava a saltar 07
metros de largura.
Se compararmos a esses animais, o Mangalarga
Marchador está em qual estágio de evolução? Como
evoluir mais?
Essa comparação é muito difícil, visto que os objetivos
dessas raças são totalmente distintos. O cavalo de
CCE é voltado para correr, saltar. Já o marchador é
um animal de lazer, passeio, voltado para a sela. As
diferenças são enormes, fi ca complicado colocar isso,
Há quase 10 anos, você estava representando o país
nas Olimpíadas de Sidney, em 2000. O que você guarda
na memória? Qual foi a sua impressão do evento? E a
sua avaliação sobre a participação da equipe brasilei-
ra de CCE na competição?
Olimpíadas é algo inesquecível, certamente depois
do nascimento das minhas fi lhas a maior emoção da
minha vida. A sensação é algo monstruoso, representar
o país o faz tornar patriota ate o último fi o de cabelo. O
evento é algo muito bacana, a interação com atletas
de outros países, a vibração do público, admiração, in-
clusive eu, que era um atleta pouco conhecido era so-
licitado para autógrafos, até mesmo, minha esposa. Em
2000 o Brasil obteve sua melhor participação em todos
os tempos no Cross Country, fi camos na sexta coloca-
ção. Acredito que poderíamos ter obtido um resultado
ainda melhor, faltou um pouco mais de experiência e
confi ança por parte de nossa equipe. A festa foi mara-
vilhosa, uma alegria enorme, confesso que até hoje
quando assisto às fi tas daquela abertura eu choro.
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92fi xo Jatobá. Dessa forma, ele me mantinha na fazenda,
e ao longo dos anos eu fazia a preparação e seleção
dos nossos animais. Inclusive fi zemos alguns campeões
nacionais. Naquela época, o que mais me entusiasma-
va eram as provas funcionais do marchador, onde ob-
tive várias vitórias, inclusive competindo em provas con-
tra cavalos de outras raças. Infelizmente cessaram com
essas provas e parti para o Hipismo Rural, felizmente
ganhei tudo que disputei. Dali em diante me foquei no
CCE e busquei chegar a um grande sonho, as Olimpía-
das. O cavalo nessa história toda é um pouco diferente
para mim, sou um “horsemanship”. Meu pai participa,
minha esposa participa, minha irmã treinava comigo,
minhas fi lhas foram Campeãs Brasileiras de Salto e CCE,
ou seja, minha família toda é voltada para o cavalo,
todos montam. Inclusive hoje estou tendo difi culdade
em trazer minhas famílias para o Marchador, pois a raça
não propicia para elas esse tipo de competição e mo-
tivação. Minha indagação é saber quem irá me suce-
der no nosso criatório.
seria como comparar uma Mercedes Benz com um
Land Rover. Quanto a evoluir mais no Marchador,
acredito que seja montando mais. Nosso julgamento
é muito subjetivo, passaremos a ter uma raça melhor
quando nossos criadores deixarem de serem somente
expositores, eles precisam usar mais o cavalo.
Você mesmo monta seus animais que estão em julga-
mento. A sua experiência traz alguma vantagem para
essas competições?
Saí do CCE e resolvi apresentar meus animais no
Marchador. Peguei todas minhas potras, domei, treinei,
vim para as pistas e perdi tudo! (risos). No início achei
que deveria adequar meus animais a forma como os
juízes da raça exigiam, porém, após um certo tempo,
verifi quei que eu não conseguia fazer. A apresentação
do marchador é muito artifi cial, a atitude que eles que-
rem hoje é muito desconfortável, tanto para o cava-
lo como para o cavaleiro. Muita pressão, um cavalo
agarrado na boca. Ou seja, você faz mais força traba-
lhando um cavalo para uma exposição de marchador,
do que eu fazia para as Olimpíadas. Como monto por
prazer, optei por parar, e agora contratei um peão para
apresentar meus animais na pista.
Como surgiu a sua paixão pelo Mangalarga Marchador?
Conte um pouco da sua relação com o ambiente de
eqüinos.
Minha paixão vem desde quando nasci. Sempre fui um
alucinado por cavalos. Meu pai sempre foi um homem
muito sabido, quando ele percebeu essa minha paixão
por cavalos, logo ele se associou a ABCCMM, sob o su-
ntrevista
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tem uma cultura eqüestre, ele não vai se satisfazer com
esse tipo de doma e adestramento que temos hoje.
O cavalo faz parte da cultura deles, os usuários que
cuidam de seus próprios animais, não existe a fi gura do
peão para eles.
Aos 42 anos de idade, quais são seus planos de vida,
principalmente em relação a este ambiente de eqüi-
nos?
Meu plano inicial era fi car exclusivamente no Marchador.
Investir na minha criação, selecionar animais que tenho
prazer em montar. Em virtude da raça não ter esse es-
paço para que eu possa montar, estou voltando para o
Hipismo, pois não consigo fi car sem montar. Estou trei-
nando novamente e preparando cavalos. Claro que
não estou com o intuito de voltar as Olimpíadas, pois
ser um atleta de alta performance é algo muito sacrifi -
cante, além de ter que conciliar com o trabalho. Essa
é a grande vantagem do hipismo, pois posso competir
em uma categoria com atletas que estão fora do peso,
porém possuem um espírito competitivo. Como exem-
plo, busquei um cavalo a um ano e meio parado e uma
égua a 03 anos no pasto. Em 15 dias de treinamento,
participamos do Campeonato Mineiro e obtivemos a
quarta colocação no Campeonato Mineiro, Categoria
Amador.
A sua formação profi ssional é de administrador de em-
presas. Como empreendedor, você avalia que o Man-
galarga Marchador pode atrair novos investimentos?
Eu que vivo outras raças, assusto com a magnitude do
marchador, principalmente com a paixão que o cria-
dor tem com o cavalo. Nossa raça tem um potencial
enorme para atrair o usuário, que representa 70% do
consumidor dos nossos produtos. Temos que investir
nele, nossa raça não é somente a elite. Precisamos
trazer eles para dentro. Acho que a Associação tem to-
mado medidas para buscar isso. Nós criadores temos
que conscientizar que eles usuários são essenciais para
a raça, esse mercado é importantíssimo para o Man-
galarga Marchador.
Com a sua bagagem internacional, como que você
observa o posicionamento do Mangalarga Marchador
no mercado mundial? Ainda está engatinhando, ou
está amadurecido?
Estamos engatinhado. Pudemos ver agora na Equita-
na, com a fundação dessa Associação Européia, é um
passo importante. Porém acho que a raça tem uma
série de difi culdades para atingir esse mercado interna-
cional. Primeiro, a altura do nosso cavalo. Precisamos
efetivamente crescer um pouco mais. Na Europa, os
animais abaixo de 1,54 metros são considerados pôneis.
Esse é um dos fatores que difi cultam nosso acesso, até
mesmo para nós brasileiros, acho que podemos chegar
nosso cavalo ao 1,55 metros. Isso claro, sem miscigena-
ção de outras raças, temos que passar esse limite de al-
tura que temos hoje para 1,61 metros. Outro ponto é o
adestramento do marchador. O europeu sabe montar,
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