marco antonio s. vasconcellos manuel enriquez garcia 4º edição | 2012 | fundamentos de economia
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Marco Antonio S. VasconcellosManuel Enriquez Garcia
4º Edição | 2012 |
Fundamentos de Economia
CapítuloCapítulo 66
Produção e CustosProdução e Custos
I – Teoria da Produção
6.1 Introdução
A teoria da produção e a teoria dos custos de produção constituem a teoria da oferta da firma individual, seus princípios são importantes para a análise dos preços, do emprego dos fatores e de sua alocação. As teorias servem de base para a análise das relações entre produção e custo de produção.
Teoria da produção: preocupa-se com a relação técnica ou tecnológica entre a quantidade física de produtos (outputs) e de fatores de produção (inputs).
Teoria dos custos de produção: relaciona a quantidade física de produtos com os preços dos fatores de produção.
6.2 Conceitos básicos da teoria da produção
6.2.1 Produção: processo de transformação dos fatores adquiridos pela empresa em produtos para a venda no mercado.
• processos de produção: intensivos em mão-de-obra, intensivos em capital ou intensivos em terra.
• processo de produção simples: produção de um único produto.
• processo de produção múltiplo: quando é mais de um produto.
• eficiência do método: uso de menor quantidade de insumos para produzir uma quantidade equivalente de produtos.
• eficiência econômica: é associada ao método de produção mais barato para produzir uma determinada quantidade de produto.
6.2.2 Função de produção: relação que mostra quantidade física obtida do produto a partir da quantidade física utilizada dos fatores de produção em determinado período de tempo.
q= f (N, K)
N= quantidade utilizada de mão-de-obra;K= quantidade utilizada de capital.
6.2.3 Fatores fixos e fatores variáveis de produção > curto e longo prazos
• fatores de produção variáveis: quantidades utilizadas variam quando se altera o volume da produção.
• fatores de produção fixos: quantidades não muda quando a quantidade do produto varia.
Relações entre quantidade produzida e quantidade utilizada dos fatores:
• curto prazo: período em que pelo menos um fator de produção se mantém fixo, na função de produção.
• longo prazo: quando todos os fatores da função de produção são considerados variáveis.
6.3 Análise de curto prazo: a curto prazo, a quantidade produzida só depende de uma variação da quantidade usada do fator variável.
6.3.1 Conceitos de produto total, produtividade média e produtividade marginal
• produto total: quantidade de produto obtido da utilização do fator variável, mantendo-se fixa a quantidade dos demais fatores.
• produtividade média do fator: resultado do quociente da quantidade total produzida pela quantidade utilizada desse fator.
a) produtividade média da mão-de-obra= quantidade de produtos sobre/número de trabalhadores
b) produtividade média do capital= quantidade de produto/quantidade de máquinas
•produtividade marginal:
a)Produtividade marginal de mão-de-obra= variação de produto/acréscimo de 1 unidade de capital
b)Produtividade marginal do capital= variação de produto/acréscimo de 1 unidade de capital
No caso da agricultura:
c) produtividade média da terra= quantidade produzida/área cultivada
d) produtividade marginal da terra= variação de produto/acréscimo de 1 unidade de área cultivada
6.3.2 Lei dos rendimentos decrescentes: elevando-se a quantidade do fator variável, permanecendo fixa a quantidade dos demais fatores, a produção inicialmente aumentará a taxas crescentes;
• e depois de certa quantidade do fator variável, continuará a crescer, mas a taxas decrescentes;
• continuando o incremento da utilização do fator variável, a produção total chegará a um máximo, para então decrescer.
• A lei do rendimento crescente é um fenômeno de curto prazo, com pelo menos um insumo fixo.
• desemprego disfarçado: agricultura de subsistência.
6.4 Análise de longo prazo: hipótese de que todos os fatores são variáveis. A suposição de que todos os fatores de produção variam dá origem aos conceitos de economias ou deseconomias de escala.
q= f (N,K)
6.4.1 Economias de escala: resposta da quantidade produzida auma variação da quantidade utilizada de todos os fatores de produção.
a) rendimentos crescentes de escala: quanto a variação na quantidade do produto total é mais do que proporcional à variação da quantidade dos fatores de produção.
Causas dos rendimentos crescentes de escala:
• maior especialização no trabalho;
• existência de indivisibilidades entre os fatores de produção.
b) rendimentos constantes de escala: quando a variação do produto total é proporcional à variação da quantidade utilizada dos fatores de produção.
c) rendimentos decrescentes de escala: quando a variação do produto é menos do que proporcional à variação da utilização dos fatores.
Pode ocorrer uma descentralização das decisões que faça com que o aumento de produção não compense o investimento feito.
I – Custos de Produção
6.5 Introdução
O objetivo básico de uma firma é maximizar os resultados quanto da realização da atividade produtiva, podendo ser conseguida quando for alcançada a:
• maximização da produção para um dado custo total; ou• maximização do custo total para um dado nível de produção.
Equilíbrio da firma: situação de maximização dos resultados.
6.6 Custos totais de produção: total das despesas realizadas pela firma a partir da combinação mais econômica dos fatores que resultará em determinada quantidade de produto.
• custos variáveis totais (CVT): parcela dos custos totais, que dependem da produção e por isso muda com a variação do volume de produção. Representam as despesas realizadas com os fatores variáveis de produção (custos diretos).
• custos fixos totais (CFT): parcela dos custos totais que independe da produção, decorrentes dos gastos com fatores fixos de produção (custos indiretos).
Divisão da análise dos custos de produção:
• custos totais de curto prazo: compostos por parcelas de custos fixos e de custos variáveis;
• custos totais de longo prazo: formados somente por custos variáveis.
6.6.1 Custos de curto prazo
Custos Médios e Marginais:
• custo total médio: é obtido por meio do quociente entre o custo total e a quantidade produzida.
• custo variável médio: é o quociente entre o custo variável total e quantidadeproduzida.
• custo fixo médio: é o quociente entre o custo fixo total e a quantidade produzida.
• custo marginal: é dado pela variação do custo total em resposta a uma variação da quantidade produzida.
Lei dos custos crescentes: lei da teoria dos rendimentos decrescentes, da teoria da produção, aplicada à teoria dos custos da produção.
6.6.2 Custos de longo prazo: o comportamento do custo total e do custo médio de longo prazo está ligado ao tamanho ou dimensão da planta escolhida para operar em longo prazo.
6.7 Diferenças entre a visão econômica e a visão contábil-financeira dos custos de produção:
6.7.1 Custos de oportunidade versus custos contábeis:
• custos contábeis: custos explícitos, que envolvem dispêndio monetário;
• custos de oportunidade: custos implícitos, relativos aos insumos que pertencem à empresa e que não envolvem desembolso monetário.
6.7.2 Custos privados e custos sociais: as externalidades ou economias externas
• Externalidades: alterações de custos e benefícios para a sociedade derivadas da produção das empresas ou das alterações de custos e receitas de fatores externos.
• Externalidade positiva: quando uma unidade econômica cria benefícios para outras, sem receber pagamento por isso.
• Externalidade negativa: quando uma unidade econômica cria custos para outras, sem pagar por isso.
• Ótica privada: custos efetivos como mão-de-obra, materiais, etc.
• Ótica social: externalidades provocadas pelo empreendimento.
6.7 Custos versus despesas
Custos: gastos associados ao processo de fabricação de produtos.
• custos diretos: custos variáveis;• custos indiretos: custos fixos.
Despesas: associadas ao exercício social e alocadas para o resulta do geral do período.
Conceito fixos também engloba as despesas financeiras, comerciais e administrativas.
Exceção: teoria da organização industrial.
III – Maximização dos Lucros
6.8 Maximização do lucro total: no curto ou no médio prazo.
Lucro total= receita total de vendas – custo total de produção
Maximização do lucro em um nível de produção que:
• RMg da última unidade produzida = CMg da última unidade produzida
6.9 Conceitos de lucro normal e lucro extraordinário: ganho alternativo que os proprietários aufeririam se empregassem o capital em outra atividade ou aplicação.
Conceitos:
• lucro contábil: diferença entre receita e custos efetivamente incorridos;
• lucro normal: custo de oportunidade de capital;
• lucro extraordinário: diferença entre receita e total dos custos contábeis e custos de oportunidade.
6.10 O conceito de break-even point: ponto de equilíbrio representa o nível de produção em que a receita total é igual ao custo total e a partir do qual a empresa passa a gerar lucros.