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MARCOS TAVARES DA ROSA O PADRÃO SS7 E O SIGTRAN NAS REDES DE TELECOMUNICAÇÕES CANOAS, 2011

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MARCOS TAVARES DA ROSA

O PADRÃO SS7 E O SIGTRAN NAS REDES DE TELECOMUNICAÇ ÕES

CANOAS, 2011

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MARCOS TAVARES DA ROSA

O PADRÃO SS7 E O SIGTRAN NAS REDES DE TELECOMUNICAÇ ÕES

Trabalho de Conclusão apresentado ao Curso de Engenharia de Telecomunicações do Centro Universitário La Salle – Unilasalle, como exigência parcial para a obtenção do grau de Bacharel em Engenharia de Telecomunicações

Orientador: Prof. Me. Artur Cardoso Severo

CANOAS, 2011

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MARCOS TAVARES DA ROSA

O PADRÃO SS7 E O SIGTRAN NAS REDES DE TELECOMUNICAÇ ÕES

Trabalho de conclusão aprovado como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Engenharia de Telecomunicações pelo Centro Universitário La Salle – Unilasalle.

Aprovado pela banca examinadora em 10 de dezembro de 2011.

BANCA EXAMINADORA:

___________________________________

Prof. Alexandre Haupt

Unilasalle

___________________________________

Prof. Artur Cardoso Severo

Unilasalle

___________________________________

Prof. Diogo Scolari

Unilasalle

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Aos meus pais, José e Ivone, eternos e

incansáveis incentivadores, pelo que sou

e realizo, simplesmente. E acima de tudo

agradeço a Deus, origem, razão e fim de

todas as coisas, por ter me dado forças,

sabedoria e um destino a ser cumprido.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a todos que colaboram de forma direta ou indireta para que este

trabalho pudesse ser concluído, em especial ao meu amigo Luciano Batista, pela

compreensão e dedicação e a professora Elaine Schmitz pela revisão e correção

deste trabalho.

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“...Procure ser uma pessoa de valor, em vez de ser uma pessoa de sucesso. O sucesso é conseqüência...”

Albert Einstein

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Rede de sinalização SS7 ......................................................................... 21

Figura 2 – Troca de sinalização SS7 ......................................................................... 25

Figura 3 - Comparativo modelo de referência OSI versus estrutura do SS7 ............. 26

Figura 4 – Principais funções de camada da pilha SS7 ............................................ 27

Figura 5 – Diagrama funcional da MTP ..................................................................... 28

Figura 6 – Formato de mensagens SS7 .................................................................... 29

Figura 7 – Formatos de MSU .................................................................................... 31

Figura 8 – Estabelecimento de uma conexão SS7 usando SCCP ............................ 33

Figura 9 – Estrutura de uma MSU/SCCP .................................................................. 34

Figura 10 – Estabelecimento de uma chamada - ISUP ............................................. 35

Figura 11 – Pilha de protocolos SIGTRAN ................................................................ 37

Figura 12 – SS7 com a pilha do protocolo SIGTRAN ................................................ 39

Figura 13 – Media Gateway (MG) ............................................................................. 42

Figura 14 – Pilha de protocolo M2UA ........................................................................ 44

Figura 15 – Visão lógica mostrando a associação de um link SS7 para um ASP ..... 45

Figura 16 – Pilha de protocolo M3UA ........................................................................ 47

Figura 17 – Pilha de protocolo IUA ............................................................................ 49

Figura 18 – Associações entre os servidores de aplicação (ASs) e processos dos

servidores de aplicação (ASPs). ........................................................................ 51

Figura 19 – Estabelecimento de uma conexão na camada SUA .............................. 54

Figura 20 – Algoritmo de planejamento de uma rede de sinalização SS7 ................ 59

Figura 21 – Fluxograma para a criação de uma tabela de roteamento da MTP ....... 62

Figura 22 – Uma rede de sinalização SS7 com seis nós .......................................... 63

Figura 23 – Gráfico de roteamento tendo o nó B como referência na rede de

sinalização da Figura 22 .................................................................................... 64

Figura 24 – Modelo funcional SIGTRAN ................................................................... 67

Figura 25 – Arquitetura SIGTRAN ............................................................................. 68

Figura 26 – SIGTRAN em redes móveis ................................................................... 69

Figura 27 – Esquema funcional da transmissão de sinalização de mensagens sobre

IP, usando M3UA ............................................................................................... 70

Figura 28 – Fila de serviço de larga escala do SCTP ............................................... 71

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Figura 29 - Média de atraso nos links de saída para mensagens de sinalização

SIGTRAN sobre IP, conforme estudo de (Chukarin, Pershakov e Samouylov,

2007) .................................................................................................................. 73

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Serviços de usuário da rede de sinalização SS7 .................................... 24

Quadro 2 - Significado mensagens de sinalização SS7 ............................................ 25

Quadro 3 - Classes de Mensagens suportadas pelo SIGTRAN ................................ 40

Quadro 4 - Recursos para chamadas locais e nacionais (DDD) ............................... 58

Quadro 5 - Tabela de roteamento de uma rede de sinalização................................. 61

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 14

2 FUNDAMENTOS DE TELEFONIA ........................ ................................................ 16

2.1 Sinalização telefônica ........................ ............................................................... 17

3 SINALIZAÇÃO POR CANAL COMUM Nº. 7 (SS7) ......... ...................................... 20

3.1 Rede de sinalização ........................... ............................................................... 20

3.2 Distribuição de tráfego nas redes de sinalizaçã o .......................................... 22

3.3 Serviços Providos pela Sinalização nº 7 ....... .................................................. 23

3.3.1 Mensagens de sinalização ............................................................................... 24

3.2 Níveis e Camadas de uma Rede SS7 .............. ................................................. 26

3.2.1 Nível 1 – Nível físico ......................................................................................... 26

3.2.2 Nível 2: enlace de dados .................................................................................. 26

3.2.3 Nível 3: rede ..................................................................................................... 27

3.2.4 Nível 4: user parts ............................................................................................ 27

3.2.6 Signaling connection control part(SCCP) ......................................................... 32

3.2.7 Application Service Part (ASP) ......................................................................... 34

3.2.8 Transaction Capabilities Application Part (TCAP) ............................................ 34

3.2.9 ISDN User Part (ISUP) ..................................................................................... 34

3.2.10 Broadband ISDN User Part (BISUP) ............................................................. 35

4 SIGTRAN – SIGNALING TRANSPORT ................... ............................................. 37

4. 1 Gateway de Sinalização (SG) .................. ........................................................ 41

4. 2 Media Gateway (MG) ........................... ............................................................. 42

4. 3 Controlador de Media Gateway (MGC) ........... ................................................ 43

4. 4 Camadas e Protocolos ......................... ............................................................ 43

4.4.1 Camada Adaptação do Usuário MTP2 (M2UA) ................................................ 44

4.4.2 Camada Adaptação do Usuário MTP3 (M3UA) ................................................ 46

4.4.3 Camada de Adaptação do Usuário ISDN (IUA) ................................................ 49

4.4.4 Camada Adaptação do Usuário SCCP (SUA) .................................................. 50

4.4.4.1 Gerenciamento de rede e roteamento de mensagens .................................. 52

4.4.5 SCTP ................................................................................................................ 54

5 IMPLEMENTAÇÃO DE REDES SS7 & SIGTRAN ............ .................................... 57

5.1 Arquitetura de uma rede SS7 ................... ........................................................ 57

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4.1.1 Definindo a topologia e estrutura de uma rede SS7 ......................................... 58

5.1.2 Tabelas de roateamento................................................................................... 61

5.1.3 Dimensionamento, rotas, links e matrizes de tráfego ....................................... 64

5.2 Arquitetura de uma rede SIGTRAN ............... ................................................... 67

5.2.1 Esquema funcional do SCTP ........................................................................... 69

6 CONCLUSÃO ....................................... ................................................................. 74

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 79

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RESUMO

Atualmente, o protocolo de Sinalização Número 7 define toda a sinalização dos

serviços telefônicos. Ele é o sistema de sinalização telefônica mais importante e

poderoso do mundo, sendo seu propósito prover uma rede de sinalização de padrão

internacional. Hoje em dia, a operação completa da rede telefônica baseia-se em

SS7, e todos os novos serviços de transporte e processamento de dados são

implementados através dele. Com a evolução das aplicações, o avanço das redes

IPs e o surgimento das Redes Inteligentes, surgiu a necessidade de uma nova

estrutura de sinalização, muito mais robusta e que suporta as crescentes

necessidades de sinalização, e também, novas aplicações futuras. Essa estrutura de

sinalização chama-se SIGTRAN - Signalling Transport. Neste trabalho é feita uma

análise de cada um dos protocolos, mostrando os principais elementos que

compõem cada um, seu funcionamento e características.

Palavras-Chave: Sinalização. SIGTRAN. Redes.

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ABSTRACT

Nowadays, the Signaling System #7 protocol defines all the telephone signaling

services. It’s the most important and powerful signaling system in the world, whose

purpose is to provide an international standard signaling network. Today, the

complete operation of a telephone network is based on SS7, and all the new

transport services and data processing are implemented through it. With the

evolution of the application, the advancement of IP networks and the emergence of

Intelligent Networks, came the necessity of a new signaling structure, which is much

more robust and supports the growing need for signaling, as well as the new future

applications. This signaling structure is called SIGTRAN - Signaling Transport. This

paper is an analysis of each of the protocols, showing the main elements that

compose each one, its functions and characteristics.

Keywords: Signalling. SIGTRAN. Networks.

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1 INTRODUÇÃO

As redes de telecomunicações dependem da integração homem-máquina para

poderem desempenhar todas as suas funções. Desta forma, foram desenvolvidos,

ao longo dos anos, vários tipos de sinalizações: sinalizações utilizadas pelos

usuários e sinalizações entre as centrais, sendo estas as que mais evoluíram.

Sinalização telefônica é basicamente uma troca de informações de controle,

supervisão e gerenciamento entre as centrais telefônicas e os demais componentes

das redes de telecomunicações, como por exemplo, o Serviço de Caixa Postal. Em

virtude da evolução tecnológica nas áreas da informática e das telecomunicações,

tem ocorrido uma grande expansão de aplicações sobre as redes de

telecomunicação e conseqüentemente a modernização dos sistemas de sinalização.

Tal necessidade levou à especificação de um padrão internacional de sinalização, o

qual visa prover uma moderna rede digital de controle e transporte de dados,

conhecido como Sistema de Sinalização por Canal Comum nº 7 (SS7).

O SS7 é um subsistema da rede de telecomunicações, o qual faz a

comunicação entre os diversos elementos que compõem esta rede, definido nas

normas de recomendação de organizações internacionais de normatização.

A evolução tecnológica nos campos da informática e telecomunicações é muito

rápida e isso causa uma verdadeira revolução nas aplicações telefônicas. Por um

lado, há o avanço na tecnologia e na aplicação da computação em rede e do

processamento distribuído. Do outro, tem-se a crescente utilização de sistemas

computacionais (hardware e software) controlando todo tipo de funções nas centrais

telefônicas, sejam elas de telefonia fixa ou celular. Somando-se a isso, temos o

advento da digitalização dos sinais, bem como do áudio e da voz transportados

através das centrais telefônicas. Esses fatores produzem cada vez mais

possibilidades para as aplicações telefônicas, promovendo uma demanda por novas

facilidades e serviços. São exemplos de serviços que exigem a modernização dos

sistemas de sinalização: portabilidade numérica, caixa postal, conferência, chamada

em espera, etc. Esses exemplos ilustram a importância e a versatilidade de um bom

sistema de sinalização. Devemos ressaltar ainda que uma característica de um bom

sistema de sinalização é que ele seja flexível e adaptável de forma a permitir o

desenvolvimento de novas aplicações.

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A evolução das aplicações, o avanço das redes Internet Protocol (IP’s), o

surgimento das Redes Inteligentes Intelligent Network (IN), levaram ao surgimento

de uma nova estrutura de sinalização, muito mais poderosa, que suporte as

crescentes necessidades para a sinalização e novas aplicações futuras.

Com este objetivo, formou-se em 1999 um grupo de trabalho do Internet

Engineering Task Force (IETF), o qual criou o Signaling Transport (SIGTRAN)

Protocolo de telefonia IP para transportar sinalização SS7 sobre redes IP.

Para muitos especialistas no assunto, o SS7 sobre IP é a convergência natural

da rede de telecomunicações, pois há novas tecnologias e serviços sendo

desenvolvidos. Comunicação sem fio (wireless), o sistema de telefonia VoIP (Voz

sobre IP) são exemplos do uso do SIGTRAN. Do ponto de vista das operadoras, o

SS7 sobre IP é usado na sinalização entre centrais telefônicas e demais elementos,

permitindo dessa forma, a economia de grandes quantidades de meios de

transmissão usados no SS7 padrão, o qual realiza comutação por circuitos.

Os métodos para a elaboração deste trabalho são de estudo de caso e

pesquisa exploratória, que envolve levantamento bibliográfico, publicações, artigos,

jornal, revistas e entrevista com pessoas que se envolveram com a sinalização SS7

e SIGTRAN.

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2 FUNDAMENTOS DE TELEFONIA

Antes de detalhar a Sinalização por Canal Comum nº 7 e SIGTRAN, é

importante introduzir e formalizar alguns conceitos fundamentais da telefonia e de

sinalização telefônica.

Telefonia é a comunicação de voz e sons à distância usando redes telefônicas,

as quais podem ser fixas ou móveis. Podemos dizer que o princípio operacional da

transmissão telefônica surgiu com a invenção do telefone em 1876, por Alexander

Graham Bell. O telefone é o aparelho que permite estabelecer uma conexão ou

chamada telefônica bidirecional entre um ou mais usuários,os quais são chamados

de assinantes.

Cada assinante é possuidor de um terminal telefônico ou terminal de assinante.

Assim é necessário definir um meio de conexão entre eles, de forma que cada

assinante possa estabelecer uma chamada telefônica com qualquer um dos demais

assinantes. Uma maneira seria conectá-los diretamente. Porém isso é tecnicamente

inviável, pois exigiria uma grande extensão de linhas, e a inserção de um novo

assinante seria muito difícil, pois este deve ser ligado a todos os demais assinantes.

Outro fator a ser observado é o financeiro, pois a maioria das telefônicas fica ociosa

a maior parte do tempo, considerando que cada assinante geralmente faz ligações a

intervalos aleatórios, para assinantes variados, e estabelece conexão com apenas

um outro assinante por vez.

Surge então a necessidade de um elemento que faça o controle de toda esta

estrutura, o qual seja responsável por estabelecer, tarifar e gerenciar a conexão

entre cada dois pontos que desejem se conectar. Este elemento é a central

telefônica.

A operação de estabelecimento de interligações entre assinantes é chamada

de comutação. As centrais telefônicas também são chamadas centrais de

comutação. No início, as centrais telefônicas eram manuais, uma telefonista fazia

manualmente (fisicamente) a conexão dos assinantes. Depois evoluíram para

centrais mecânicas, eletromecânicas, até chegarem à comutação digital. Chamamos

de rede telefônica o conjunto de terminais de assinantes, centrais telefônicas e suas

interconexões por meios de transmissão telefônica, dispostos de forma que cada

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assinante possa se conectar a qualquer outro dentro da rede. Existem dois tipos de

interconexão telefônica:

a) o canal entre um assinante e a central telefônica que o serve,

denominada linha de assinante ou simplesmente linha e;

b) as conexões entre uma central telefônica e outra, que são denominadas

troncos.

A partir desta estrutura derivaram-se as duas principais áreas da engenharia de

telecomunicações: a transmissão, a qual trata do transporte dos sinais nas

interconexões, e a comutação, cuja tarefa básica é o estabelecimento de chamada

entre os assinantes. Hoje em dia, estas áreas estão cada vez mais integradas.

2.1 Sinalização telefônica

Dentro de uma rede telefônica, existem informações que precisam ser trocadas

entre o assinante e a central, bem como entre as centrais. Tais informações são

necessárias para que possa haver o estabelecimento de chamadas telefônicas,

controle de tarifação, supervisão, gerenciamento de rede e gerência do sistema

telefônico como um todo. Os protocolos utilizados para esta troca de informações

são conhecidos como sistemas de sinalização telefônica.

Ao longo dos anos, várias gerações de tecnologia foram criadas, aumentando a

diversidade na área de padronização, com um grande número de variações locais.

Atualmente, caminha-se para a padronização internacional.

Os fatores que contribuem para essa padronização, pode-se dizer, são: o desejo

das operadoras de telefonia poderem escolher entre vários fornecedores, a

necessidade de reduzir o time-to-market e, por último, a cooperação que precisa

haver entre vários setores de todas operadoras, como por exemplo, a interconexão.

De um modo geral, a sinalização evoluiu se tornando uma comunicação entre os

processadores dos elementos de rede que interagem. A sinalização entre o

assinante e sua central é chamada de sinalização do assinante, e a que interliga as

centrais é definida como sinalização intercentrais.

Os primeiros sistemas de sinalização utilizados nas centrais automatizadas se

valeram da codificação de informações simples em sinais (pulsos) elétricos,

sinalização Ear&Mouth (E&M) e depois em combinações de tons audíveis,

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sinalização Multi Freqüência Compelida (MFC). Ambas são transportadas pelo

próprio canal de voz, isto é, pelo mesmo caminho da conversação.

Sinalização do Assinante são os sinais que o assinante usa para informar à

central a qual está conectado de sua intenção de iniciar ou finalizar uma ligação com

outro assinante. Basicamente, compreende os sinais gerados pelo telefone, como

fone fora do gancho, fone no gancho e os dígitos discados identificando o assinante

desejado.

Sinalização Acústica são os sinais audíveis emitidos da central para o

assinante, referentes ao estado da conexão. Consiste na corrente de toque de

chamada de telefone e tons de: discar, controle de chamada, ocupado e número

inacessível.

Sinalização intercentrais ocorre quando mais de uma central está envolvida no

estabelecimento de uma chamada telefônica, sendo que estas precisam se

comunicar, trocar informações.

Existem algumas centenas de sistemas de sinalização intercentrais. A maioria

deles é desenvolvida para uso nacional, porém, há uns poucos que foram aceitos e

definidos pelo ITU-T como sistemas de sinalização padronizados.

Muitos dos sistemas para sinalização intercentrais são baseados no princípio

de Channel Associated Signaling (CAS) (Sinalização por Canal Associado), como,

por exemplo, o sistema de sinalização N.º5, R1 e R2. Além da sinalização CAS, hoje

em dia há um sistema mais moderno que é a sinalização baseada em comutação de

circuito Common Channel Signaling (CCS) (Sinalização por Canal Comum). O

sistema de sinalização número #7 pertence a essa categoria e é predominante.

Canal Associado é a sinalização de linha que faz o controle do canal e de

registro, a qual permite estabelecer o caminho da chamada na central. Está

diretamente associado ao canal que transporta a informação, ou seja, a voz trafega

pelos mesmos canais onde trafega a sinalização.

A divisão da sinalização CAS em sinalização de linha e registradores gera

funções distintas dentro da central. A sinalização de linha trata a troca de

informação, mostrando o estado da linha dos troncos entre duas centrais, como por

exemplo, linha tomada para comunicação, resposta em andamento, entre outros.

Essa informação de rotina é usada da mesma maneira para todas as conexões.

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Já a sinalização entre registradores trata da troca de informações de

roteamento, como número de B, categoria de A, status de B, etc. Tais informações

são únicas para cada chamada.

Canal Comum: a sinalização de todos os canais trafega por um único canal

específico, pré-determinado, dentre os disponíveis. Vários canais de informação se

combinam com os de sinalização dentro de um meio de transmissão comum, para

os quais, distintos sinais se codificam na transmissão e são decodificados na

recepção, recuperando o sinal original.

No sistema de sinalização por canal associado, a sinalização viaja junto com a

voz enquanto que na sinalização por canal comum os sinais têm seu próprio

caminho, constituindo assim uma rede de sinalização que transporta a informação

entre as centrais.

A sinalização por canal comum, cujo exemplo mais significativo é o Sistema de

Sinalização número 7, apresenta muitas vantagens, como por exemplo, a

possibilidade de compartilhar um dispositivo de sinalização comum com capacidade

de atender milhares de chamadas, economizando-se em equipamentos. Desta

forma permite transmitir muito mais informações e de maneira mais rápida do que

com uma sinalização multifreqüêncial no mesmo canal de tráfego de voz, por

exemplo.

Além da velocidade com que os sinais são transmitidos e da maior quantidade de

informação, a sinalização CCS apresenta uma outra vantagem. Como ela exige uma

rede de sinalização separada, isso permite que a rede de sinalização seja acessada

por outros usuários como a rede de telefonia pública comutada Public Switched

Telephone Network (PSTN). Além da PSTN, existem outros usuários como a rede

digital de serviços integrados e a rede pública de telefonia móvel.

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3 SINALIZAÇÃO POR CANAL COMUM Nº. 7 (SS7)

Sinalização por canal comum significa que as informações de sinalização

possuem um trajeto próprio, distinto do das informações de usuário. A

transportadora do sinal, nesse caso, é a própria rede (HELLMAN, 1997).

A rede de sinalização tem a tarefa de transferir a informação de sinalização entre

as diversas centrais que compõem o sistema telefônico. Pode-se dizer que as

centrais são “assinantes” da rede de sinalização. Isso porque os processadores das

centrais estão sempre se intercomunicando, enviando mensagens digitais de dados,

ao passo que a função de sinalização pertence ao domínio de comunicação de

dados. O “canal comum” pertence à rede de dados bem como os processadores.

Várias são as vantagens que a sinalização por canal comum oferece além

daquela relacionada à capacidade. O tempo total de sinalização para cada chamada

telefônica é muito curto. Essa é a razão pela qual um único canal comum de

sinalização pode tratar toda a sinalização entre duas centrais para aproximadamente

duas mil janelas de tempo de voz, o que representa cerca de 60 enlaces (Pulce

Code Modulation - PCM) (JESZENSKY, 2004).

Outro fator importante é que a sinalização por canal comum suporta os

serviços da PSTN, Integrated Services Digital Network (ISDN) e Public Land Mobile

Network (PLMN), os quais tem uma gama extensa de sinais para n tarefas.

Resumidamente, as características da sinalização por canal comum são:

flexibilidade, confiabilidade, alta capacidade, alta velocidade e excelente relação

custo-benefício.

3.1 Rede de sinalização

Esta é uma idéia, um conceito que só é usado na sinalização por canal comum,

pois é a única sinalização que tem sua própria rede para sinalizar entre as centrais

do sistema telefônico.

Como a capacidade de transmissão do SS7 é muito alta, nem todas as centrais

da rede precisam estar interconectadas com enlaces de sinalização. Pode-se fazer

roteamento da sinalização por outra central.

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Uma rede de sinalização SS7, conforme pode ser vista na Figura 1, é

composta por enlaces de sinalização e centrais, as quais são denominadas pontos

de sinalização, (PS).

Numa rede de sinalização, o tráfego consiste do fluxo de mensagens

transportado entre os pontos de sinalização e os pontos de transferência de

sinalização, (PTS).

Figura 1 - Rede de sinalização SS7

Fonte: RUSSEL, 2006.

O PS faz a comutação da voz, pois este nada mais é do que uma central

telefônica

O PTS atua na rede de sinalização como uma espécie de “central de

comutação”, garantindo que as mensagens de sinalização cheguem ao destino

correto, isto é, faz o roteamento da sinalização SS7 entre os SSPs e os SCPs, os

quais formam a base de dados de assinantes. O PTS não interfere na mensagem

de sinalização, ele apenas lê os endereços dos pontos de sinalização de origem e

destino e encaminha as mensagens através da rede de sinalização.

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Os PTS podem ser integrados ou stand-alone.

Um PTS integrado além de encaminhar as mensagens através da rede de

sinalização, pode ser também o transmissor e receptor de mensagens de

sinalização, enquanto que o PTS stand-alone é apenas um nó na rede, transferindo

as mensagens de sinalização entre os diversos pontos de sinalização. Sua maior

vantagem é o processamento muito mais rápido das mensagens de sinalização, pois

seu processador é dedicado a essa função.

Cada ponto de sinalização pode originar e receber mensagens e se esse ponto

de sinalização tiver a função PTS, poderá também transferir mensagens.

Os modos de sinalização são definidos de acordo com o caminho seguido por

uma relação de sinalização (PS/PS) e pelo caminho seguido pelas mensagens de

sinalização referentes à relação de sinalização (SANTOS, 2000).

Os modos de sinalização são o associado, não associado e o quase associado.

No inicio, quando as operadoras começaram a usar a Sinalização Nº. 7, os três

modos eram usados. Entretanto nos dias de hoje é usado somente o modo

associado, no qual um canal de um E1 é atribuído para trocar as mensagens de

sinalização entre dois pontos de sinalização.

3.2 Distribuição de tráfego nas redes de sinalizaçã o

O roteamento das mensagens entre um PS ou PTS não é feito de maneira

aleatória, mas conforme indicado pelo endereço de seus pontos de sinalização em

direção ao grupo de enlaces de sinalização conectados ao nó receptor correto. Essa

escolha do enlace de sinalização é feita de maneira programada com o intuito de

distribuir a carga entre os enlaces, evitando, dessa forma, sobrecargas de um

determinado enlace.

Devido à elevada capacidade de transmissão, é possível concentrar todo o

tráfego em cima de poucos enlaces, uma vez que as centrais necessitam apenas de

um enlace para se comunicar. Entretanto, por razões de confiabilidade, isso não é

feito na prática, pois se esse enlace for interrompido, a central a qual ele conecta

ficaria isolada. As operadoras costumam implementar pelo menos dois enlaces

separados, ligados preferencialmente a dois PTS diferentes.

Outra questão a ser observada na distribuição do tráfego é a hierarquia na rede

de sinalização. Em teoria, temos n estruturas diferentes de rede que podem atender

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aos requisitos de sinalização entre os pontos de sinalização conectados. Os

modelos usados são: malha e estrela. No modelo malha todos os pontos de

sinalização tem função de PTS, enquanto no modelo estrela há poucos pontos de

sinalização fazendo a função de PTS para a sinalização do tráfego entre os

conjuntos de pontos de sinalização conectados. Na prática é usada uma

combinação dos dois modelos.

Normalmente, a rede de sinalização é divida em três áreas de sinalização as

quais são servidas por um par de PTS. Assim a sinalização destinada a centrais em

outras áreas de sinalização é transportada por uma rede de sinalização hierárquica

composta de três níveis de PTS: PTS nacional, PTS regional e pontos terminais de

sinalização, PS.

3.3 Serviços Providos pela Sinalização nº 7

De acordo com Hellmann (1997) e Russel (2006) a rede SS7 é uma rede de

comutação de pacotes não orientada a conexões, o que significa que todos os

pacotes (datagramas) são individuais, uma vez que independem de outros pacotes.

A rede SS7 transporta pacotes com mensagens de sinalização, denominados

unidades de sinais de mensagens MSU (Message Signaling Units), entre

processadores da rede de telecomunicações. Os protocolos para comunicação dos

processadores são chamados user parts (UP) e application parts (AP).

Um nó na rede de sinalização é chamado de ponto de transferência de

sinalização, o qual processa o tráfego de pacotes na PSTN, na rede digital de

serviços integrados de faixa estreita (Narrowband Integrated Services Digital

Network – N- ISDN), na rede pública de serviços móveis (Public Land Mobile

Network – PLMN) e nas redes privativas virtuais (Virtual Private Networks – VPN),

além de direcionar o tráfego de e para os nós da rede inteligente (Intelligent Network

– IN), notadamente nos pontos de controle de serviço (Service Control Points –

SCP).

O quadro 1 mostra os serviços de usuário da rede de sinalização SS7.

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Quadro 1 - Serviços de usuário da rede de sinalização SS7

User part / Aplication Part Aplicação

Telephony user part –TUP Sinalização na PSTN

ISDN user part – ISUP Sinalização na N-ISDN e na PSTN

Mobile application part –

MPART

Sinalização e comunicação com base de

dados na PLMN

Transaction cababilities part

– TCAP

Suporte para comunicação com bases de

dados da IN e para sinalização na PLMN

Intelligent network application

part – INAP

Comunicação com base de dados da IN

Operation and maintenance

application part – OMAP

Comunicação nas redes de gerenciamento

Fonte: JESZENSKY, 2004.

As informações de usuários como o estabelecimento e liberação de conexões

de voz e de dados são tratadas pela User part e application parts, assim como os

serviços suplementares, isto é, os serviços IN.

Os enlaces mais usados em uma rede SS7 são de 64kbits/s na rede de

transporte. Algumas centrais mais novas já possuem enlaces de 2Mbits/s devido ao

aumento de comunicação entre os processadores, velocidade e capacidade

aumentada destes e também porque os UPs e APs exigem que todas as mensagens

sejam transmitidas de maneira segura, isto é, nenhuma mensagem pode ser perdida

ou duplicada. Na rede SS7 qualquer mensagem com erro é corrigida antes de ser

repassada e há também uma ordem de entrega das mensagens ao destinatário.

3.3.1 Mensagens de sinalização

É o pacote com as mensagens trocadas entre duas ou mais centrais,

permitindo o estabelecimento de uma chamada. A Figura 2 mostra um exemplo de

troca de sinalização entre duas centrais.

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Figura 2 – Troca de sinalização SS7

Fonte: SILVA, 1997.

O quadro 2, abaixo, lista o significado das mensagens de sinalização SS7,

usadas no exemplo acima.

Quadro 2 - Significado mensagens de sinalização SS7

MENSAGEM SIGNIFICADO CONTEÚDO

IAI

Mensagem inicial de

endereçamento com

informações adicionais

Número de A,Número de B e

Categoria do assinante A

ACM

Mensagem de endereçamento

completo Informação do estado de B

ANC Mensagem de atendimento Com tarifação

ANN Mensagem de atendimento Sem tarifação

CLF Mensagem de desligar Pra frente

CBK Mensagem de desligar Pra trás

RLG

Mensagem de confirmação de

desconexão

Fonte: SILVA,1997.

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3.2 Níveis e Camadas de uma Rede SS7

Para os protocolos SS7, utiliza-se o termo nível para designar o que é

chamado de camada na terminologia Open Systems Interconnection (OSI). De uma

maneira geral, as camadas 1 a 3 do modelo OSI correspondem aos níveis MTP 1 a

3, incluindo o SCCP e a. MTP que é a sigla de Message Transfer Part e SCCP

indica Signaling Connection Control Part. As camadas 4 a 7 do modelo OSI

correspondem aos Ups e APs. A Figura 3 ilustra o comparativo entre os dois

modelos.(JESZENSKY, 2004)

Figura 3 - Comparativo modelo de referência OSI versus estrutura do SS7

Fonte:RUSSEL, 2006

As camadas 1,2 e 3 do modelo OSI, são chamadas de Network Service Part –

(NSP) e as camadas 4,5,6 e 7 correspondem ao nível 4 na estrutura do SS7.

3.2.1 Nível 1 – Nível físico

Nível do enlace de dados de sinalização define os requisitos a serem

obedecidos pelo circuito físico, em geral um enlace PCM de 64 kbits em modo full

duplex.

3.2.2 Nível 2: enlace de dados

Executa as funções de enlace de sinalização, permitindo estabelecer, manter e

desconectar conexões de enlaces de dados na rede. Permite a transferência

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confiável de mensagens sobre um circuito físico, fazendo a separação de

mensagens, detecção e correção de erros.

3.2.3 Nível 3: rede

Essa camada executa as funções de manuseio da mensagem da sinalização,

ou seja, faz a separação, distribuição e roteamento.Informa às camadas superiores

sobre notificação de erro, controle de fluxo, qualidade da transmissão e outras

informações importantes para permitir o gerenciamento de rede. Todas estas

funções são feitas pelo Signaling Connection Control Part (SCCP), cujo

funcionamento será detalhado mais adiante.

3.2.4 Nível 4: user parts

Este nível consiste de diferentes protocolos chamados de user parts e

application parts. UPs e APs, os quais, respectivamente, manuseiam os protocolos

de comunicação dos usuários conectados, pois o SS7 permite que vários usuários

enviem sinais na mesma rede de sinalização.

Figura 4 – Principais funções de camada da pilha SS7

Fonte: JESZENSKY, 2004

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3.2.5 Network Services Part (NSP)

O NSP corresponde às três primeiras camadas do modelo de referência OSI

(física,enlace e rede). É formado pela Message Transfer Part (MTP) e pelo Signaling

Connection Control Part (SCCP). A Figura 4 mostra como está relacionado a MTP e

o SCCP dentro da estrutura do SS7. A MTP consiste dos níveis 1 a 3 do protocolo

SS7, os quais são chamados sinalização de enlace de dados, sinalização de rede, e

funções de sinalização de rede. A principal função da MTP é garantir uma

transferência confiável, entregando as mensagens de sinalização em toda a rede. A

Figura 5 mostra o diagrama funcional da MTP.

Possui a capacidade de reagir e tomar as medidas necessárias em resposta

às falhas que por ventura venham ocorrer na rede com o objetivo de sempre manter

uma confiável transferência das mensagens de sinalização.

Figura 5 – Diagrama funcional da MTP

Fonte: Modaressi e Ronald,1990

As funções do enlace de sinalização gerem o tráfego no enlace de

sinalização assegurando a transferência confiável de mensagens no enlace. Tais

mensagens são chamadas Message Signal Units ( MSU).

No enlace de sinalização não são enviadas somente as mensagens “úteis”

de sinalização as MSUs, mas também as mensagens do tipo Fill-In Signal Units

(FISU), cuja, a principal função é de manter o sincronismo da rede de sinalização.

Também há um terceiro tipo de mensagem, Link Status Signal Unit (LSSU). Esta

mensagem é trocada logo após um link ter entrado em operação em seqüência a

uma falha qualquer ou ainda para a transmissão de informação de controle.

A Figura 6 mostra que uma mensagem é divida em campos, os quais

servem como um “pacote” para facilitar uma transmissão livre de erros.

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Figura 6 – Formato de mensagens SS7

Fonte: JESZENSKY 2004

As funções de enlace sinalização (funções da camada 2) estão representadas

pelos campos escuros da Figura 7. Abaixo, aparecem listadas as funções dos

campos da camada 2.

Flag (F) indica o início e o fim da mensagem. O flag de abertura usualmente

serve como flag de fechamento da mensagem anterior. (Padrão de bits do flag =

0111 1110)

Corr: error correction, inicia a retransmissão pelo lado transmissor quando um

erro de transmissão foi detectado pelo lado receptor.

Lengh Indicator (LI), indica o número de octetos que vêm após o campo LI e

até o campo CK, assim indicando qual dos três tipos básicos de mensagem está

sendo transmitido. O LI consiste em um valor binário entre 0 e 63; 63 indica 63

octetos ou mais.

LI = 0: FISU

LI = 1 ou 2: LSSU

LI > 2: MSU

Service information octet (SIO), que é encontrado apenas nas MSUs, é dividido

em duas partes: o service indicator (SI) e o subservice Field (SSF). O SSF é

composto por quarto bits,sendo os dois mais significativos denominados network

indicators – NI. O SSF indica a rede envolvida, mostrando, por exemplo, se um TUP

pertence à rede nacional ou internacional. O SI indica o tipo de usuário, como, por

exemplo, TUP.

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CK: checksum, é usado para detectar erros de bit durante a transmissão.

SF: status field, é uma mensagem LSSU, indica o estado que um enlace de

sinalização assume após uma mudança, como, por exemplo, de enlace com falha

para enlace em teste. Um SF é composto por 1 ou 2 octetctos. (JESZENSKY, 2004)

As funções de sinalização de rede são importantes para que possa ser feito o

roteamento das mensagens para o ponto de sinalização e usuário corretos na rede.

Conforme Jeszensky (2004), as funções de sinalização distribuem-se em duas

categorias: manuseio de mensagens de sinalização e gerenciamento da rede de

sinalização.

Manuseio de mensagens de sinalização significa assegurar que os dados de

usuário das MSUs recebidas cheguem ao usuário correto (UP ou AP, via SCCP) em

um ponto de sinalização terminal ou encaminhada ao próximo ponto de sinalização.

Este roteamento é feito de acordo com as instruções do gerenciamento da rede de

sinalização. Assim, o manuseio de mensagens de sinalização significa que uma

MSU é distribuída, discriminada e roteada para um enlace de sinalização o qual faz

parte de um conjunto de enlaces de sinalização. A seleção do conjunto de enlaces

de sinalização baseia-se no código do ponto de destino da MSU, isto é, o

Destination Point Code (DPC) (JESZENSKY, 2004).

O gerenciamento da rede de sinalização faz uma contínua supervisão da rede,

para detectar erros, falhas em links ou qualquer situação anormal. Para tanto pode-

se fazer uso de funções de controle manual ou automáticas, garantindo um perfeito

uso dos recursos de sinalização.

Desta forma, se uma rede apresenta um desempenho afetado por algum ponto

de sinalização ou enlace com falha, o tráfego de sinalização pode ser re-roteado

para rotas alternativas. E se o re-roteamento não for possível o tráfego de

mensagens de sinalização deve ser interrompido ou limitado na fonte.

Há três formatos de MSUs, cada uma com seu conteúdo específico, conforme

Figura 7: (JESZENSKY, 2004):

a) MSUs com informação de sinalização de e para usuários, como, por

exemplo, TUPs;

b) MSUs com informação de sinalização para o gerenciamento da rede de

sinalização, Signaling Network Management (SNM);

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c) MSUs com informação de sinalização para o teste e manutenção da rede de

sinalização, Signaling Network Testing (SNT).

Figura 7 – Formatos de MSU

Fonte: JESZENSKY, 2004

Signaling Information Field (SIF) contém um rótulo, um cabeçalho (UP ou AP) e

dados. O SIF, que é encontrado somente nas MSUs, é transmitido para o usuário

(UP ou AP) nas camadas 4-7. O SIF na MSU-SNM ou MSU-SNT é enviado ao

gerenciamento da rede de sinalização na camada 3.

Numa rede de sinalização, o rótulo é a parte mais importante porque contém

informações do número do assinante originador (número de A), assinante

destinatário (número de B).

Destination Point Code (DPC) – identifica o destino, isto é, o nó da rede de

sinalização para o qual a mensagem é endereçada. Essa é uma informação chave

para o roteamento.

Originating Point Code (OPC) identifica o transmissor , isto é, o nó da rede de

sinalização do qual a mensagem é enviada.

Circuit Identification Code (CIC) informa a seleção do enlace de sinalização,

Signaling Link Selection (SLS).

Signaling Link Code (SLC) é o número do enlace de sinalização ao qual uma

MSU-SNM ou uma MSU-SNT está relacionada.

H0,H1: esses dois cabeçalhos juntos formam os códigos que indicam o tipo de

informação no SIF, tal como uma mensagem de endereço inicial, Initial Address

Message (IAM).

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Data: a informação transportada no SIF pode ter até 256 octetos. Essa

informação destina-se a usuários, gerenciamento ou teste. (JESZENSKY, 2004)

3.2.6 Signaling connection control part(SCCP)

A função SCCP realiza as seguintes principais tarefas de acordo com

Jeszensky (2004). São elas:

a) controle SCCP orientado à conexão;

b) controle SCCP não orientado à conexão;

c) roteamento SCCP;

d) gerenciamento de rede SCCP.

As três primeiras funções podem ser adicionadas à funcionalidade MTP.

Quando isso é feito gera um poderoso manuseio de mensagem de sinalização na

rede SS7, o qual pode ser feito de maneira independente da parte do trafego. Os

encaminhamentos do SCPP e MTP são diferentes. Quando a TUP envia

mensagens, por exemplo, uma chamada telefônica, usa pra tal o encaminhamento

MTP. Desta forma, todas as mensagens seguirão pelo mesmo caminho, passando

por todas as centrais de comutação entre central de origem e de destino. Porém se

a central de destino solicitar a identidade do assinante originador, será enviada uma

mensagem pedindo tal informação, a qual chegará a central de origem. Este

caminho percorrido por essa mensagem pode não ser o mesmo das outras

mensagens, pois a informação solicitada encontra-se na central de origem. Em uma

rede SS7 com PTS interligando as centrais, a mensagem com o número do

assinante originador pode pegar um “atalho”, através de um PTS.

O “atalho” acima citado é uma forma de encaminhamento que o SCCP oferece

aos usuários. Essa possibilidade de encaminhamento é feita somente através da

rede de sinalização. Assim uma rede de sinalização é criada distintamente da rede

de comutação.

O SCCP tem uma importante função de roteamento que é a de determinar o

DPC. Na aplicação SCCP, os valores de DPC compreendem todos os valores dos

nós de inteligência da rede, como por exemplo, SCP, HLR, entre outros.

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Por exemplo, podem-se combinar aplicações PLMN e IN. O destino completo

consistirá numa plataforma e numa aplicação de rede específicas. Para aplicação

de rede, o SCCP tem um número de subsistema, Subsystem Number ( SSN), o qual,

para o HLR, é “6” ou o octeto “00000110”. A aplicação de rede pode ser

representada por uma UP ou AP (MAP, OMAP, TUP, ISUP) ou por uma função

(HLR, VLR, MSC, EIR, AUC). (JESZENSKY, 2004)

O SCCP consegue determinar um DPC, usando um título global, Global Title –

GT, como informação de entrada, o qual pode ser um número discado na PSTN,

ISDN, ou o número de um assinante móvel em roaming.

O SCCP tem toda a informação de roteamento e de rede para analisar um

título global e traduzi-lo em um ponteiro que fornece um valor de DPC para toda ou

parte da conexão de sinalização a ser estabelecida. (JESZENSKY, 2004)

A Figura 8 mostra o estabelecimento de uma conexão SS7 por meio do SCCP e a

Figura 9 apresenta a estrutura da MSU/SCP.

Figura 8 – Estabelecimento de uma conexão SS7 usando SCCP

Fonte: JESZENSKY, 2004

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Figura 9 – Estrutura de uma MSU/SCCP

Fonte: JESZENSKY, 2004

3.2.7 Application Service Part (ASP)

O ASP consiste das camadas acima do SCCP e abaixo da TCAP. Provê as

funções das camadas 4 a 6 do modelo de referência OSI. Estas funções,

atualmente, não são mais implementadas nas redes SS7. Entretanto o ITU-T e a

ANSI referem-se a estas funções como viáveis. A falta de serviços com conexão

orientada nas redes de hoje explica o motivo do ASP não ser mais implementado.

Entretanto à medida que as redes amadurecem e novas tecnologias surgem, os

serviços com conexão orientada se tornarão uma realidade para certas aplicações.

Isto certamente forçará a necessidade das funções das camadas intermediárias.

3.2.8 Transaction Capabilities Application Part (TCAP)

A TCAP prove funções e protocolos para uma vasta variedade de aplicações

distribuídas em centrais. Representa as camadas 4 a 7 do modelo de referência OSI

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e é composta pelo subsistema de serviços intermediários – ISP e pelo subsistema

de aplicação de capacitação de transação (TCAP).

3.2.9 ISDN User Part (ISUP)

É um subsistema usado em redes telefônicas, o qual substituiu o subsistema

TUP. O ISUP tem todas as funções executadas pelo subsistema TUP.

A função básica da ISDN no sistema SS7 é controlar a configuração, conexão

e desligamento dos circuitos comutados de rede entre o assinante e a central,

incluindo voz, serviços de dados e serviços suplementares.

As mensagens ISUP têm parâmetros mandatórios e outros opcionais, os quais

são incluídos quando necessário. O número de parâmetros opcionais e mensagens

que podem ser incluídas são muito maiores que em TUP. Isso dá as mensagens

ISUPs muito mais flexibilidade, permitindo acomodar os requerimentos da

sinalização ISDN. A Figura 10 mostra o estabelecimento de uma chamada ISUP.

O rótulo usado pela ISUP é mesmo que foi apresentado no MTP. Tem-se DPC

– 14 bits, OPC – 14 bits e SLS – 4bits. O próximo campo tem o código de

identificação de circuito – CIC – 12 bits. Em seguida vem o campo “titulo de

mensagem” 8 bits, o qual contém a mensagem que será transmitida.(RUSSEL,

2006)

Figura 10 – Estabelecimento de uma chamada - ISUP

Fonte: HARTE, 2003

3.2.10 Broadband ISDN User Part (BISUP)

Para suportar a banda larga ISDN e a arquitetura ATM, o protocolo ISUO foi

modificado. A nova versão de ISUP prevê parâmetros e mensagens adicionais, os

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quais suportam as redes de banda larga. O endereçamento neste protocolo de rede

é muito diferente do padrão telefônico, impondo mudança para estabelecer

conexões destas novas facilidades.

A mais importante diferença entre o ISUP e o BISUP está nos procedimentos

de atribuição de circuitos e nos tipos de circuito suportado. Os circuitos ATM e

BISUP são circuitos virtuais ao invés de circuitos físicos.

As redes de banda larga também suportam também suportam alocação de

largura de banda dinâmica por chamada. Agora quando uma chamada de dados é

estabelecida, a largura de banda disponível para esta chamada é negociada entre

as centrais de origem e de destino. (RUSSEL, 2006)

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4 SIGTRAN – SIGNALING TRANSPORT

A evolução das aplicações, o avanço das redes IPs, o surgimento das Redes

Inteligentes (Redes IN – Intelligent Network) levaram ao surgimento de uma nova

estrutura de sinalização, muito mais poderosa, que suporte as crescentes

necessidades para a sinalização e novas aplicações futuras. Tornou-se uma

necessidade primordial transportar a ISDN e a TCAP sobre redes TCP/IP.

Assim com este objetivo formou-se em 1999 um grupo de trabalho o Internet

Engineering Task Force (IETF), que criou o Signaling Transport (SIGTRAN)

Protocolo de telefonia IP para transportar sinalização SS7 sobre IP.

O IETF começou a trabalhar em um substituto para a MTP, que funciona bem em

um ambiente com multiplexação por divisão de tempo, mas não é adequado para

redes TCP / IP.

A principal diferença entre a MTP e o SIGTRAN reside nos procedimentos e

gerenciamento de conexão. Além disso, o protocolo SIGTRAN fornece um nível

adicional de segurança não encontrado no transporte IP existente. A Figura 11

mostra a pilha de protocolos SIGTRAN.

Figura 11 – Pilha de protocolos SIGTRAN

Fonte: HARTE et al, 2003

As operadoras de redes fixas e móveis cada vez mais adotam arquiteturas “all-

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IP”. Com esta adoção, emerge a necessidade de inter-operação das redes que

utilizam sinalização SS7 para o estabelecimento de chamadas, ou seja, as redes IPs

precisam funcionar como uma rede de comutação de circuitos, transportando

mensagens de sinalização entre elementos de rede como o Signaling Gateways(SG)

e a Media Gateway Controller (MGC) sem perdas e com atraso mínimo.

De uma maneira resumida, o principal objetivo é permitir o transporte de

mensagens de sinalização com a rede SS7, considerando todos os requisitos

funcionais e de desempenho das redes de comutação de circuitos.

Em redes VoIP, o SIGTRAN faz a interface entre a PSTN através do signaling

gateway e Media Gateway Controller (MGC). O signaling gateway converte as

mensagens ISUP e cria as mensagens equivalentes usadas na rede VoIP, as

chamadas mensagens SIP, Session Initiation Protocol (SIP).

No Subsistema de Multimídia IP (IP Multimedia Subsystem – IMS), o SIGTRAN

desempenha um papel como interface para a rede PSTN, da mesma forma como

tem sido implementado para VoIP. Na verdade os elementos de uma rede VoIP são

usados para converter voz em pacotes, fazendo uma interface entre o mundo IP e a

PSTN

O ITU-T impõe especificações de segurança e qualidade de serviço nos

sistemas de sinalização. Os blocos de funcionalidades equivalentes nas redes IP

Transmission Control Protocol( TCP) e User Datagram Protocol (UDP) não atendiam

tais especificações, por isso novos blocos foram criados.

Segundo Russell (2006), o TCP tem limitações na segurança, pois é vulnerável

a fraude e mecanismos de seqüenciamento de pacotes empregados em alto tráfego.

O TCP possui um mecanismo de transferência confiável de dados, mas este é

inviável para aplicações em tempo real.

Desta necessidade, surgiram os novos blocos funcionais, os quais foram

chamados de SIGTRAN. São eles, Streaming Control Transmission Protocol – SCTP,

IP Signaling Point ( IPSP) e os Protocolos xUA, xPA.

A arquitetura SIGTRAN define um conjunto de protocolos que visam adaptar as

mensagens nativas do SS7, como por exemplo, MTP2, MTP3, SCCP, entre outras,

adequando estas mensagens para as características de tráfego na rede de pacotes

IP. A proposta do SIGTRAN prevê o encapsulamento destas mensagens adaptadas

no protocolo SCTP que, por sua vez, será encapsulado em um datagrama IP.

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Olhando a Figura 12, vemos que o SIGTRAN é usado no lugar das camadas

MTP, quando o transporte físico é IP.

Deve-se notar aqui que nem todos os protocolos SIGTRAN são usados. O uso

de qualquer um dos protocolos SIGTRAN depende dos serviços prestados no

transporte IP. Quando se conecta uma MGC e gateway de sinalização com o

domínio SS7, a MTP2 é substituída pela M2UA. O protocolo M2UA fornece os

serviços encontrados na MTP2 os quais seriam executados por um PTS na rede

SS7. Entretanto, quando se conecta um Home Location Register(HLR) usando uma

interface IP, M2UA não é usado e nem é necessário. Neste caso, são usados a

M3UA e SUA junto com o Stream Control Transmission Protocol( SCTP) no lugar da

MTP3 e do Signaling Connection Control Part ( SCCP).

Figura 12 – SS7 com a pilha do protocolo SIGTRAN

Fonte: RUSSEL, 2006

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Esta é também a razão pela qual vemos algumas mensagens replicadas entre

os protocolos. Embora pareçam ser as mesmas, há na maioria dos casos sutis

diferenças entre os conjuntos de parâmetros que compõem qualquer mensagem

dentro dos protocolos SIGTRAN. É por isso que estas mensagens, ainda que fiquem

com o mesmo nome, são definidas em cada seção do protocolo. A Quadro 3 mostra

todas as classes de mensagens que são suportadas dentro do SIGTRAN e quais os

protocolos SIGTRAN que usam cada classe dessas mensagens.

Em toda a documentação SIGTRAN, a associação do termo é usado para se

referir a uma conexão lógica entre duas entidades. Uma associação é uma conexão

lógica entre duas entidades no domínio IP. Em cada associação, pode haver muitas

filas. As filas podem ser consideradas os diálogos reais entre as duas entidades.

Tanto a associação e as filas são identificadas para cada mensagem enviada.

Quadro 3 - Classes de Mensagens suportadas pelo SIGTRAN

Classe de

Mensagem Descrição IUA M2UA M3UA SUA

0

Gerenciamento de mensagens

(MGMT) X X X X

1 Mensagens de transferências X

2

Mensagens para gerenciar a rede

de sinalização SS7 (SSNM) X X

3

Mensagens para gerenciar os

estados do ASP (ASPSM) X X X X

4

Mensagens para gerenciar o

tráfego nos ASP (ASPTM) X X X X

5

Q.921/Q.931 Boundary Primitives

Transport (QPTM) X

6

Mensagens da MTP2 User

Adaptation (MAUP) X

7

Mensagens não-orientada à

conexão X

8 Mensagens orientada à conexão X

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41

9

Mensagens de gerenciamento do

roteamento principal (RKM) X

10

Mensagens de gerenciamento do

identificador de interface (IIM) X

11 a 127 Reservado IETF

128 a 255 Reservado IETF

Fonte: RUSSEL, 2006

O SIGTRAN também faz referência a outra duas entidades, o gateway de

sinalização e o servidor de aplicativos. O gateway de sinalização funciona como um

link terminal o qual encerra o circuito SS7 e todo o tráfego baseado em circuitos com

destino a rede IP. Evidentemente, o SG também funciona no sentido inverso, ou

seja, permite o encaminhamento do domínio IP para a rede SS7.

Um servidor de aplicativos pode ser qualquer entidade física incluindo um HLR

baseado em IP ou uma MGC. Cada servidor de aplicação tem um ou mais

processos de aplicação que tratam o tráfego proveniente do gateway de sinalização.

As mensagens no SIGTRAN começam com um cabeçalho comum, seguido da

mensagem real. Cada mensagem tem também seu próprio cabeçalho, composto por

uma tag (com um identificador único para a mensagem), o comprimento (em octetos)

de toda a mensagem, e o valor de mensagem que consistem de um ou mais

parâmetros. Esses parâmetros também começam com uma tag e seu comprimento

é seguido pelo valor real do parâmetro. Isto é conhecido como o tag, comprimento e

formato de valor (TLV). (RUSSEL, 2006)

4. 1 Gateway de Sinalização (SG)

O gateway de sinalização (SG) é usado como uma interface de um sistema de

controle de sinalização (por exemplo, como SS7) e um dispositivo de rede (por

exemplo, um ponto de transferência, banco de dados, ou outro tipo de sistema de

sinalização). O gateway de sinalização pode converter formatos de mensagem,

traduzir endereços e permite, também, que diferentes tipos de protocolos de

sinalização possam interagir.

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42

4. 2 Media Gateway (MG)

A media gateway (MG) faz a interface da PSTN com os sistemas de

comunicação multimídia de dados, como os protocolos SIP e MGCP, ou seja, ela é

responsável por fazer a interface dos diferentes tipos de formatos de mídia entre as

redes pública e de dados.

A Figura 13 mostra a estrutura funcional de uma media gateway. Este

diagrama mostra que este gateway é uma interface entre uma conexão de rede

pública telefônica (analógica) com uma rede de pacotes de dados. O funcionamento

global do gateway de voz é controlado por um controlador de media gateway (MGC.)

A MGC recebe e insere mensagens de controle e de sinalização na entrada (linha

telefônica) e na saída (porta de dados). A MGC pode, ainda, utilizar canais de

comunicação separados (out-of-band) para gerenciar a conexão-desconexão de

chamada.

Figura 13 – Media Gateway (MG)

Fonte: HARTE et al, 2003

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Os sinais da rede telefônica pública passam através do cartão de linha que

adapta as informações para uso dentro da media gateway. O cartão de linha separa

(extrai) e combina (insere) sinais de controle da linha no sinal de áudio de entrada.

Como o sinal de áudio tem formato analógico (outra opção poderia ser uma conexão

de uma linha digital ISDN), a media gateway converte o sinal de áudio para o

formato digital usando um conversor analógico-digital. O sinal de áudio digital passa

por uma compressão de dados (codificação de fala), dispositivo que reduz a taxa de

dados, permitindo assim, uma comunicação mais eficiente. A Figura 13 também

mostra que existem várias opções de codificador de voz que podem ser

selecionadas. A seleção do codificador de voz é negociada na configuração de

chamada com base nas preferências e capacidade de comunicação das medias

gateway de origem e de destino. Após o sinal de voz ser comprimido, o sinal digital é

formatado pelo protocolo usado para comunicação de dados (IP packet). A Figura

13 mostra ainda, que a seção de processamento de chamadas da media gateway

não faz parte do gateway. É um controlador separado que comanda a porta de

entrada para inserir mensagens no fluxo de mídia, ou também, pode se comunicar

com o outro gateway por meio do controlador de media gateway (MGC). (HARTE,

2003)

4. 3 Controlador de Media Gateway (MGC)

O controlador da media gateway faz processamento de chamadas vindas da

PSTN, o qual atua como um sistema que gerencia as chamadas. A MGC controla o

gateway de sinalização e a media gateway (MG). Os protocolos entre a MGC e MG

incluem o protocolo de controle da media gateway (MGCP), o protocolo IETF/ITU

Media Gateway Control (MEGACO)/H.248 e o protocolo H.323 do ITU. A MGC atua

como um agente de chamada coordenando as sessões entre dispositivos. A

sinalização entre as MGCs (agentes) podem usar os protocolos SIP ou H.323.

(HARTE, 2003)

4. 4 Camadas e Protocolos

As camadas de adaptação de usuário são nomeadas de acordo com os

serviços que estas estão substituindo. As camadas adaptadas pelo SIGTRAN

servem aos propósitos de transportar os protocolos de sinalização de camadas

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superiores sobre uma rede confiável baseada em transporte IP, prover a mesma

classe de serviço oferecida pela rede SS7, como, por exemplo, o M3UA deve

parecer e se comportar como o MTP3, para seus usuários, em termos de serviços e

de forma transparente. Ou seja, o usuário do serviço não deve perceber, no

comportamento do seu serviço, se houve alguma substituição de algum protocolo

original.

4.4.1 Camada Adaptação do Usuário MTP2 (M2UA)

A pilha de protocolo M2UA, a qual mostrada na Figura 14, é usada como uma

interface entre a MGC e com o gateway de sinalização utilizando os serviços de

SCTP e M2UA. É importante, notar que quando há ligação entre dois PTSs usando

IP,a M2UA não é usada. Esta é substituída pelo usuário MTP2 Peer-to-Peer

protocolo (M2PA). M2UA é definida na RFC-3331. (RUSSEL, 2006)

A M2UA é responsável pelo roteamento das mensagens. Uma das tarefas mais

importantes da M2UA é manter o mapeamento entre as associações SCTP e

interfaces físicas ou portas do domínio SS7. Como os links SS7 terminam no

gateway de sinalização, as mensagens, entrante da rede SS7, são mapeadas pela

M2UA para associações SCTP e streams apropriados. Isto é feito através do uso de

um identificador de interface.

Figura 14 – Pilha de protocolo M2UA

Fonte: HARTE et al, 2003

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O identificador de interface (IID) é atribuído quando um processo de servidor de

aplicativos (ASP) envia a parte do usuário (UP) uma mensagem para o gateway de

sinalização, o que significa que este está agora ativo, e é capaz de iniciar o

processamento de tráfego para o seu servidor de aplicativo associado (AS). Como o

estado de um ASP pode ser dinâmico, o gateway de sinalização também é

responsável por manter o estado de cada um dos ASPs registrados e gerenciar o

fluxo de tráfego com base nesses estados. A Figura 15 descreve a associação de

um link SS7 para um ASP.

Figura 15 – Visão lógica mostrando a associação de um link SS7 para um ASP

Fonte: RUSSEL, 2006

O gerenciamento do tráfego é outra função da M2UA.Esta faz a gestão do

tráfego entre a rede SS7 e a MGC ou ASP. Isso significa gerir o tráfego entre a

interface SS7 e os fluxos de dados do SCTP. Para fazer isso,a M2UA precisa

conhecer o estado de todos os ASPs e MGCs, e também ser capaz de gerenciar o

tráfego que flui para essas entidades.

Por exemplo, se o gateway de sinalização mostra dois ASPs disponíveis, e o

modo de tipo de tráfego é ativo manual, então M2UA é responsável por determinar

qual ASP será o ativo e qual ficará em standby. Não existe nenhuma função que

informe o ASP sobre qual é o ativo ou standby, simplesmente, a M2UA determina

qual ASP irá rotear o tráfego. (RUSSEL, 2006)

A M2UA também pode gerenciar o controle de fluxo entre os domínios IP e

SS7. Existem dispositivos para permitir que a M2UA receba o status de

congestionamento IP do SCTP e use esta informação para informar as entidades

dentro do domínio SS7, e assim,invocar o controle de fluxo na nos links

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SS7.Entretanto isso, ainda está em fase de especificação e ainda não foi definido

em RFC. (RUSSEL, 2006)

Apenas cinco classes de mensagens são usadas pela M2UA, as quais são

Mensagens da MTP2 User Adaptation (MAUP), Mensagens para gerenciar os estados

do ASP (ASPSM),Mensagens para gerenciar o tráfego nos ASP (ASPTM),

Gerenciamento de mensagens (MGMT) e Mensagens de gerenciamento do

identificador de interface (IIM). Cada mensagem possui um cabeçalho identificando

a classe e o tipo da mensagem, seguido do conteúdo específico da mensagem.

4.4.2 Camada Adaptação do Usuário MTP3 (M3UA)

A camada Adaptação do Usuário MTP3 (M3UA) (RFC-3332) é usada entre o

gateway de sinalização e a MGC ou quando se deseja conectar um gateway de

sinalização com um servidor de aplicativos baseado em IP dentro do domínio IP. É

utilizada para o transporte de ISUP, SCCP ou TUP. A pilha de protocolo M3UA, a

qual é mostrada na Figura 16, fornece o mesmo conjunto de primitivas para as

camadas superiores, exatamente como a MTP3 faz. Portanto, ISUP e SCCP, são

transparentes para M3UA. Até porque essas camadas não têm visibilidade uma vez

que eles realmente estão sendo enviados no domínio IP. A M3UA é usada para

estender alguns serviços de MTP3 para entidades dentro do domínio IP, mas a

intenção não é transportar MTP3 usando M3UA. Em outras palavras, a informação

real do MTP3 é entregue, bem como algumas das mensagens de gerenciamento de

rede da MTP3, mas não toda a mensagem MTP3.

O gateway de sinalização tem a responsabilidade de interpretar essas

mensagens e determinar se uma mensagem da M3UA equivalente deve ser gerada.

É também a critério do gateway de sinalização determinar como interagir com a

camada MTP3 do lado SS7 e quais mensagens equivalentes devem ou não ser

comunicadas no lado da rede IP.

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Figura 16 – Pilha de protocolo M3UA

Fonte: HARTE et al, 2003

A camada M3UA também é diferente de sua contraparte MTP3 em muitos

aspectos. Uma diferença chave é que M3UA não está vinculada pela mesma

limitação de 252 octetos de comprimento encontrada no SS7. No entanto, quando

há interligação com uma rede SS7, a M3UA tem que manter o tamanho da

mensagem em 272 octetos para impedir que estas mensagens sejam fragmentadas.

Quando os links de banda larga são usados no domínio SS7, esta limitação de

"fronteira" entre as duas redes pode ser relaxada desde que a rede suporte

mensagens com tamanhos maiores. Em uma rede totalmente IP (all IP), não há essa

limitação.

Para que haja um roteamento básico dentro do domínio IP, dois fatores devem

ser levados em conta. A identificação da rede é um número atribuído pelo gateway

de sinalização e os ASP que, quando, usado juntamente com o código do ponto de

sinalização, identifica um nó SS7 no domínio SS7.

Isto é usado quando um gateway de sinalização está conectado a várias redes, e

essas redes estão em países diferentes, por exemplo. Quando isso ocorre, os

códigos de pontos SS7 atribuídos podem estar duplicados. Por exemplo, um nó

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pode ter a mesma identificação na França e também no Reino Unido, portanto

duplicados. Isso ocorre porque códigos de pontos nacionais não têm importância

local.Por esta razão, muitos PTSs usam a função código de pontos múltiplos, o que

lhes permite ter mais de um código de ponto atribuído. Também suportam códigos

de ponto de duplicados, permitindo a co-existência de uma rede multinacional. A

função de código de ponto duplicado leva em conta o tráfego recebido nos links de

sinalização. (RUSSEL, 2006)

No caso do gateway de sinalização, uma vez que este é uma entidade lógica, ele

pode facilmente ter múltiplos códigos de pontos representando várias redes,

especialmente quando se trata-se de uma rede multinacional. Esses códigos de

ponto correm o risco de serem duplicados.Para evitar esse problema, o gateway de

sinalização usa uma combinação de identificação de rede com um roteamento

chave, criando assim, uma única identificação para cada rede.A identificação da

rede, informa o protocolo, sua versão(isto é, ANSI.ITU), enquanto o roteamento

chave identifica o nó em si.

A chave de roteamento descreve um conjunto de parâmetros SS7 e seus

respectivos valores,os quais são usados para identificar o que é sinalização de

tráfego a ser enviada para um servidor de aplicação específico.É um conjunto de

parâmetros utilizados para filtrar as mensagens SS7 entrantes para fins de

roteamento. O roteamento chave pode ser feito utilizando diferentes combinações,

todas com implementação específica.

Tais combinações podem ser OPC e DPC, DPC e SSN, ou até mesmo

OPC/DPC/ISUP CIC. Assim, cria-se uma chave de roteamento, a qual pode ser vista

como um índice, cujo tamanho é de um número inteiro de 4 bytes

Para auxiliar no encaminhamento de mensagens de gerenciamento, a M3UA

usa um ponto de gerenciamento de sinalização em cluster (SPMC) que identifica os

servidores de aplicativos associados. Isto alivia a exigência de ter que atribuir

endereços individuais para cada um dos servidores e ajuda a eliminar mensagens

de gerenciamento múltiplo ao se comunicar com a rede SS7. Por exemplo, a M3UA

pode usar o mecanismo do SPMC para o envio de status de disponibilidade,

congestionamento e informações de estado para um conjunto de servidores de

aplicativos em vez de enviar várias mensagens individuais para cada um dos

servidores.

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4.4.3 Camada de Adaptação do Usuário ISDN (IUA)

A camada de adaptação do usuário ISDN (IUA) é usada para transportar

sinalização do usuário ISDN (Q.931) sobre IP, entre dois pontos de sinalização. O

uso do protocolo IUA elimina o uso do protocolo MTP em um sistema de sinalização.

A Figura 17 mostra o funcionamento básico do protocolo de adaptação do

usuário ISDN (IUA). O diagrama mostra que o protocolo IUA permite que aplicações

de sinalização da camada superior, comuniquem-se diretamente com o protocolo de

transporte de sinalização baseado em IP, o SCTP. Mostra, também, que o protocolo

SCTP mantém o controle de conexão através da rede, enquanto o protocolo SUA

mapeia o canal de comunicação da aplicação da camada superior para o canal de

transporte através da rede IP.

Figura 17 – Pilha de protocolo IUA

Fonte: HARTE et al, 2003

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4.4.4 Camada Adaptação do Usuário SCCP (SUA)

SUA é o protocolo usado para entregar SS7 CCPC ou ISUP em uma rede IP. Embora a sua utilização com o ISUP não foi implementada, ele é amplamente utilizado hoje para interligar servidores com aplicativos baseados em IP para atender o legado da rede SS7. A

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Figura 18 mostra que a camada SUA é usada para entregar mensagens para o

ASP, o que, por sua vez, gerencia as conexões entre os ASs e outros elementos da

rede. Em geral múltiplos ASPs são associados a qualquer AS, como mostrado na

figura, de modo a aumentar a redundância e também a disponibilidade do aplicativo.

Da mesma forma, um ASP pode ser conectado a múltiplos gateways de

sinalização, aumentando a diversidade da rede. Isto permite múltiplas rotas para um

único destino qualquer, como é praticado na rede SS7.

Como no SCCP, a camada SUA suporta chamadas orientadas e não-

orientadas à conexão. Na verdade, muitos dos processos e procedimentos definidos

nas especificações do SCCP são encontrados também na camada SUA. A camada

SUA suporta quatro classes de serviços:

a) Classe 0 - transferência não-ordenada de mensagens do SCCP em modo

sem conexão;

b) Classe 1 - entrega seqüenciada em modo sem conexão;

c) Classe 2 - transferência bidirecional do SCCP através de uma conexão

temporária ou permanente (conexão orientada);

d) Classe 3 - transferência bidirecional do SCCP através de uma conexão

temporária ou permanente, com controle de fluxo (conexão orientada).

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Figura 18 – Associações entre os servidores de aplicação (ASs) e processos dos

servidores de aplicação (ASPs).

Fonte: RUSSEL, 2006

Dois métodos podem ser usados para fazer a interface com a rede SS7. Para o

serviço de conexão orientada com um gateway de sinalização como um ponto final,

o SCCP e SUA contam com o gateway de sinalização para agir como uma interface

entre os dois protocolos. O gateway de sinalização é um ponto de terminação da

rede SS7, o que significa que a rede SS7 não tem visibilidade no domínio IP. O

gateway de sinalização é então responsável pelo tráfego SS7 terminado e também

por estabelecer a associação SCTP no domínio IP. A mensagem então é roteada

por código de ponto e número de subsistema. (RUSSEL, 2006)

Se o gateway de sinalização está atuando como um ponto de transmissão,

então, as rotas do gateway de sinalização são baseadas em global title. O destino

da mensagem é transparente para a rede SS7 e será baseado nos resultados de

global title. Este é um meio de interconexão de redes estrangeiras, onde o operador

de rede não está disposto a compartilhar endereçamento interno com redes

externas.

À medida que a rede evolui para uma rede totalmente IP, a necessidade de

interface com a rede SS7 deixará de existir. A camada SUA ainda pode operar em

um domínio totalmente IP, permitindo que as operadoras continuem usando o

protocolo mesmo depois de terem desativado a rede SS7 por completo. (RUSSEL,

2006)

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4.4.4.1 Gerenciamento de rede e roteamento de mensagens

Os procedimentos de gerenciamento de rede definidos no SCCP são

replicados também no protocolo SUA. Existem múltiplas associações entre ASPs e

os ASs, que prevêem maior disponibilidade na rede.

Os ASs podem ser identificados nas listas de roteamento como disponível ou

ativo, ativo ou inativo mas disponível para suportar o roteamento nos casos de

failover. Se um AS não pode ser alcançado por qualquer motivo, as mensagens

podem ser encaminhadas para outro AS disponível e ativo. Os ASPs mantêm os

estados de suas associações e os ASs e gerenciam o roteamento entre as

aplicações.

A camada SUA também interage com o subsistema de gerenciamento do

SCCP. Quando o gateway de sinalização recebe uma mensagem de gerenciamento

da rede SS7, este verifica se a mensagem afeta qualquer um dos ASs no domínio

IP. O gateway de sinalização é responsável pelo gerenciamento das mensagens

entre os dois domínios. Se um ponto final da rede SS7 não está acessível, ou está

congestionado, ou muda de status de qualquer forma, o gateway de sinalização

informa essas mudanças de estado para as entidades no domínio IP. (RUSSEL,

2006)

Se um AS ou uma associação de ASP(s) muda de estado(s), o gateway de

sinalização reporta essas mudanças de estado de volta para a rede SS7 via

subsistema de gerenciamento. Por exemplo, se um ASP não está disponível, o

gateway de sinalização armazena temporariamente todas as mensagens recebidas

por um tempo especifico, determinado pelo temporizador. Após a expiração desse

tempo, as mensagens que estavam armazenadas são descartadas, e o gateway de

sinalização retorna uma mensagem de erro para o ponto de origem na rede SS7.

(RUSSEL, 2006)

O roteamento é realizado através da função de mapeamento de endereços

(AMF). A AMF é parte da camada SUA, mas ainda dependente de implementação.

As operadoras podem utilizar servidores de Domain Name Server (DNS), tabelas

locais, ou outros meios que lhes permita fazer o roteamento no domínio IP. A Figura

19 mostra como ocorre o estabelecimento de uma conexão na camada SUA.

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Se não houver correspondência na AMF para um endereço SCCP particular, a

rede pode escolher um padrão ASP para rotear a mensagem ou descartá-la

totalmente e enviar uma mensagem de erro de volta para o originador. Isso também

depende de implementação das operadoras de rede. (RUSSEL, 2006)

O AMF resolve as mensagens recebidas do SCCP e da camada SUA para uma

associação SCTP. A associação SCTP é realizada dentro do ASP. O roteamento é

baseado em chaves de roteamentos, as mensagens são encaminhadas apenas por

uma chave de roteamento (as mensagens nunca poderão ser enviadas para várias

chaves de roteamento). A chave de roteamento pode consistir de um número de

subsistema, de um código ponto de origem (OPC), de um código de ponto de

destino (DPC), de um octeto indicador de serviço (SIO), ou de um identificador de

transação (TID). Endereços IP e hostnames também são suportados em todas as

redes IP. Uma chave de roteamento pode ser administrada utilizando uma Base de

Gerenciamento da Informação (MIB) ou ainda, utilizando os procedimentos

dinâmicos de registro da camada SUA. As mensagens destinadas à rede SS7 são

roteadas com base no mapeamento do ASP e no código DPC, no status da rota

SS7, na disponibilidade do gateway de sinalização e nas tabelas de configuração de

roteamento. (RUSSEL, 2006)

Não há nenhuma função na camada SUA para gerenciar o status da rede SS7

ou dos gateways de sinalização. Se houver uma associação SCTP, então assume-

se que o gateway de sinalização está disponível e acessível. Se uma falha está

impedindo o acesso ao gateway de sinalização, a associação SCTP seria perdida,

evitando assim o tráfego para o nó.

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Figura 19 – Estabelecimento de uma conexão na camada SUA

Fonte: RUSSEL, 2006

Há a oportunidade para o encaminhamento circular na rede. Por esta razão,

um contador de salto (hop) SS7 é usado para impedir que mensagens fiquem em

loop na rede. O contador é definido pelo ponto de extremidade (no domínio SS7 ou

IP) para um valor máximo de 15. Cada vez que a mensagem passa pelo global title,

o contador é decrementado de 1, até atingir um valor 0. A mensagem é então

descartada, e uma mensagem de "erro de violação hop" é devolvida para a origem.

A Figura 20 retrata o fluxo de tráfego, o qual estabelece uma associação antes de

qualquer fluxo de mensagens. (RUSSEL, 2006)

4.4.5 SCTP

O Protocolo de Controle de Fluxo de Transmissão (Stream Control

Transmission Protocol - SCTP) foi desenvolvido como uma alternativa ao Protocolo

de Controle de Transmissão (Transmission Control Protocol - TCP). O TCP existente

não atende aplicações em tempo real muito bem e está sujeito a várias formas de

ataques de rede. Quando usado para aplicações como voz, os atrasos são de tal

forma que os usuários acham-o mais do que irritante. Em muitos casos, o TCP é

praticamente impossível de ser usado. Por esta razão, o IETF criou um protocolo

mais amigável que o TCP, o SCTP.

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SCTP é um protocolo orientado a conexão e é usado para estabelecer

associações com outras entidades SCTP, bem como derrubá-las. SCTP também

fornece:

a) Entrega reconhecida;

b) Segmentação e remontagem;

c) Entrega seqüenciada;

d) Agrupamento de várias mensagens em uma mensagem SCTP;

e) O controle de congestionamento;

f) Resistência à transbordos /ataques de hackers.

Um benefício exclusivo do SCTP é sua capacidade de estar de acordo com a

largura de banda disponível para qualquer caminho dado por meio de fragmentação.

Ele também pode agrupar várias mensagens em um único pacote como mais um

passo no sentido de eliminar congestionamentos usando a largura de banda

disponível. O SCTP usa pacotes, sendo capaz de receber fluxos de bits, suportando

o multi-homing, ou seja, mais de uma fonte pode enviar a mesma informação a um

único destino, para uma conexão mais robusta, possibilitando redundância completa.

O SCTP também utiliza um mecanismo conhecido como heartbeat message para

verificar a disponibilidade do outro lado em receber novas associações SCTP.

Por segurança, O SCTP usa um mecanismo de handshake de quatro vias que

incorpora o uso de um cookie durante o handshake Este método evita ataques de

alguém injetar mensagens na rede em direção a uma associação já estabelecida.

Uma etiqueta de verificação é adicionada no início do processo, a qual é usada

para evitar que os pacotes arbitrários entrem na rede. Essa etiqueta de verificação é

um tipo de número serial que é atribuído para ambas as partes durante o início da

associação e deve ser encontrado corretamente em todos os pacotes recebidos nas

associações. Como esta etiqueta só é conhecida pelos dois terminais, não é

possível inserir pacotes adicionais arbitrariamente em direção a uma associação já

estabelecida.

O SCTP particiona os dados do usuário em partes e então os transmite na

forma de fluxos dentro de um pacote SCTP. Cada pacote SCTP pode ter várias

partes, e essas partes podem ser de vários tipos, conforme definido abaixo. Nem

todas as partes são dados do usuário. O particionamento permite que as mensagens

do usuário possam ser enviadas em vários pacotes SCTP, juntamente com outros

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dados do usuário. Podemos pensar que os dados de usuário são segmentos

numerados dentro do pacote SCTP para identificação.

O SCTP faz um gerenciamento de caminhos, o que lhe permite SCTP

manipular a rota de transmissão com base em instruções do usuário SCTP, bem

como a disponibilidade do destino. Quando não há mensagens a serem recebidas, o

heartbeat é enviado para determinar o status de caminho e disponibilidade. O

caminho principal é determinado no inicio da associação e é usado em toda a

associação até que essa seja liberada. O gerenciamento de caminho feito pelo

SCTP, também é responsável por verificar se as mensagens recebidas pertencem a

uma associação ou conexão válida.

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5 IMPLEMENTAÇÃO DE REDES SS7 & SIGTRAN

O Sistema de Sinalização N º 7 foi introduzido no início dos anos 80,

possibilitando a implementação da Sinalização por Canal Comum na rede telefônica

pública. Graças a sua alta confiabilidade e capacidade de suporte o uso do SS7 foi

ampliado estendendo-se a ISDN, banda larga ISDN, telefonia móvel, etc. Já o

SIGTRAN é um novo conjunto de padrões definidos pelo Internet Engineering Task

Force (IETF). Este conjunto de padrões foi projetado para fornecer um modelo de

arquitetura para o transporte de sinalização sobre redes IP, mantendo a mesma

qualidade da rede de sinalização SS7.

5.1 Arquitetura de uma rede SS7

Uma rede SS7 é uma rede de pacotes, que consiste em pontos de sinalização

conectados por links de sinalização. Um link set é um conjunto de links paralelos que

fornece um caminho bi-direcional lógico entre dois pontos de sinalização,o que

permite trocar informações sobre estes pontos de sinalização, usando mensagens

de sinalização de comprimento variável.

O planejamento da rede deve satisfazer os requisitos de desempenho dos

serviços de redes já existentes, e no início, quando começou a se implantar as

primeiras redes SS7, outra, preocupação, que havia na época era a questão de

atraso, pois a rede SS7 tinha que conviver com centrais analógicas eletromecânicas

cujo, o tempo de resposta a sinalização é muito maior que uma central digital. As

entradas necessárias para o planejamento são a topologia da rede de serviços

existentes e os grupos de parâmetros que compõem uma chamada. Já a base da

transmissão é definida de acordo com a disponibilidade de links, sejam eles

analógicos ou digitais.

Cada tentativa de estabelecer uma chamada de telefone pertence a um grupo

de chamada, que é distinguido pelo tipo de chamada (I=local,nacional ou

internacional), e o estado da chamada (J=bem sucedida,ocupado ou não atende).

Cada grupo de chamada é caracterizado pelo tempo médio de retenção (Tm(I,J), a

razão entre tentativas previstas para uma chamada e todas as tentativas (X(I,J)), o

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número de mensagens transferidas por chamada ,e a média do comprimento

de uma mensagem .RAFIK,1997)

A rede de sinalização SS7 é uma rede de pacotes que se distingue pelo estrito

cumprimento dos seus objetivos. A Conexão de Referência Hipotética de

Sinalização (HSRC), definida na norma Q.709, enumera os objetivos para os

componentes de uma conexão de sinalização. Esses componentes são os numeros

máximos de nós, a máxima indisponibilidade e o atraso total fim-a-fim da sinalização

em uma conexão. Estes objetivos são derivadas do atraso e disponibilidade da MTP

e parte do usuário ISDN definida nas normas Q.706 e 4,766, respectivamente. Para

aplicações em telefonia, cada chamada dá origem a uma conexão de sinalização. A

Quadro 4 apresenta os objetivos de HSRC para as componentes das chamadas

locais e nacionais.

Quadro 4 - Recursos para chamadas locais e nacionais (DDD)

% de

conexões

Número de

PTS

Número de

PS

Indisponibilidade

min/ano

Tempo

Transferência

(IAM)

(ms)

Tempo

Transferência

(ANM)

(ms)

50%

90%

3

5

4

6

30

50

780

1180

510

760

Fonte:Rafik e El-Haad,1997

4.1.1 Definindo a topologia e estrutura de uma rede SS7

A Figura 20 ilustra o procedimento de planejamento de uma rede SS7. O

algoritmo sugerido por RAFIK (1997) consiste de uma série de módulos os quais

fornecem a estrutura de rede, roteamento de dados, recursos e custos necessários

para o planejamento correto de uma rede. Se a rede planejada não cumprir os

objetivos de desempenho necessários, esta deve ser modificada e o processo

repetido. Mais a frente será descrito os procedimentos que definem a topologia da

rede e sua estrutura, a construção de tabelas de roteamento e dimensionamento de

conjuntos de link.

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Figura 20 – Algoritmo de planejamento de uma rede de sinalização SS7

Fonte: Rafik e El-Haad,1997

A topologia de uma rede de sinalização SS7 é definida pelos pontos de

sinalização, pontos de transferência de sinalização (PSs e PTSs), as relações de

sinalização e o modo de sinalização. Os nós da rede(centrais) são os PSs, onde a

matriz tronco define as relações de sinalização entre eles, enquanto os PTSs são

definidos após a definição da estrutura de rede. Por outro lado, o modo de

sinalização é o associado ou quase-associado de modo.

A escolha da estrutura da rede é influenciada pelo modo de sinalização. Por

exemplo, o modo plenamente associado leva uma estrutura não-hierárquica,

enquanto o modo quase-associado tem uma estrutura estritamente hierarquizada.

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Conseqüentemente, para uma rede hierarquizada, devemos determinar o

número de níveis hierárquicos. Desta forma define-se o número de PTSs

necessários, aloca-se cada PTS em seu nível hierárquico, e por fim atribui-se os PSs

a cada PTS, ou seja, os PS são o nível hierárquico mais baixo da rede.

Rafik (1997) aponta alguns passos que devem ser seguidos,de acordo com:

a) Minimizar o número de níveis hierárquicos, a fim de reduzir o atraso de

mensagens, indisponibilidade de rotas e o número de PTSs envolvido na

troca de sinalização.Assim,a preferência é dada a redes com um nível de

PTS do que aquelas com dois níveis;

b) Aumentar o grau de interligação dos PTSs, como por exemplo, aumentar os

níveis hierárquicos, fazendo com que os PTs tenham o mais alto nível de

entrosamento. Isto garante rotas alternativas adicionais, algo extremamente

útil para os casos de indisponibilidade de uma ou mais rotas;

c) Localize o PTSs nos pontos em que há convergência de meios de

transmissão (centrais de trânsito, por exemplo);

d) Antes de decidir por usar uma central integrada com PTS ou PS, deve-se

garantir que esta tenha condições de absorver o tráfego originado e

terminado de um PS, bem como o tráfego gerado pela central transito de um

PTS. Além disso, tem que garantir também que a central tenha capacidade

de absorver eventuais novos links (ampliações);

e) Conecte o nó principal a pelo menos dois PTSs de nível superior.

Além disso, um dos seguintes critérios de numeração pode ser utilizado na

atribuição de um endereço (código de ponto de sinalização)para cada ponto de

sinalização:

a) Numeração com base em um plano nacional de numeração que sirva as

redes, de modo que haja correlação entre elas, facilitando a

administração dos endereços;

b) Considerar a estrutura regional das redes;

c) Observar a estrutura hierárquica da rede;

d) Flexibilidade no plano de numeração.

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5.1.2 Tabelas de roateamento

Para encaminhar uma MSU, a MTP usa a função de roteamento baseada em

uma tabela de roteamento para selecionar a sinalização de saída e também para

escolher um link por onde enviará a sinalização. O quadro 5 mostra que o

roteamento de um nó representa uma linha na tabela de roteamento da MTP a qual

define as regras de roteamento. Cada coluna na tabela especifica as rotas principais

e alternativas (link de saída) de mode que a célula designada no nó originador possa

encaminhar uma MSU para a célula do nó de destino.

Quadro 5 - Tabela de roteamento de uma rede de sinalização

Fonte: Rafik e El-Haad,1997

A tabela de roteamento da MTP deve garantir que cada mensagem será

encaminhada ao seu destino no caminho mais curto. Assim como, deve assegurar

que o roteamento circular de mensagens (loop) não ocorra na rede. Roteamento

circular ocorre devido às rotas mal definidas na tabela de roteamento da MTP, o que

resulta em uma mensagem circulando entre 3 ou PTSs sem alcançar seu destino.

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Além disso, mensagens de sinalização em loop podem gerar carga adicional sobre

os conjuntos de link e PTSs envolvidos, resultando em sobrecarga na rede.

A Figura 21 mostra um fluxograma para a criação da tabela de roteamento da

MTP. A tabela é criada coluna por coluna, onde vamos construir um roteamento

gráfico multi-nível para o nó da coluna designada como destino. Assim, definimos as

rotas padrão e alternativa que são selecionados por outros nós, a fim de transmitir

uma MSU para o nó de destino selecionado. Os link sets conectam um nó aos nós

de nível mais baixo, os quais constituem as rotas principais, enquanto que os nós

localizados nos PTSs estão no mesmo destes e constituem as rotas alternativas,

desde que estes tenham um ou mais nós de trânsito.

Figura 21 – Fluxograma para a criação de uma tabela de roteamento da MTP

Fonte: Rafik e El-Haad,1997

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Em seguida, identificar e resolver as rotas em loop,que existem entre três ou

mais PTSs interligados localizados no mesmo nível no gráfico de roteamento. O

número de rotas em loop (N,) provenientes de um nível que tem n PTSs totalmente

interligados é dado por:

Para resolver uma rota em loop, definimos os elementos da rota (nós e links

set),escolhemos o nó com o maior número de link sets em sua rota alternativa, e

então deletamos o link set que resulta em uma rota loop.

Figura 22 – Uma rede de sinalização SS7 com seis nós

Fonte: Rafik e El-Haad,1997

Para ilustrar o procedimento de criar o roteamento, vejamos a Figura 22, a qual

mostra uma rede de sinalização. Na Figura 23, é possível ver graficamente o

roteamento para o nó de destino, B, antes e depois de resolver a rota em

loop.Evidentemente, os links sets La e L devem ser excluídos, a fim de eliminar a as

rotas em circulo ACMA e A-M-C-A, respectivamente. A Tabela 5 mostra a tabela de

roteamento da MTP para a rede, incluindo as rotas principais e alternativas

deduzidas a partir do gráfico construído. (RAFIK,1997)

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Figura 23 – Gráfico de roteamento tendo o nó B como referência na rede de

sinalização da Figura 22

(a)rotas com loop (b) rotas com loop retirado

Rafik e El-Haad,1997

5.1.3 Dimensionamento, rotas, links e matrizes de tráfego

Um conjunto de rotas de sinalização é o conjunto de todas as rotas possíveis

que uma MSU pode tomar a partir do PS de origem para alcançar o PS de

destino.Para definir um conjunto de rotas entre dois PSs, devemos considerar o

gráfico de encaminhamento do PS de destino e definir todos os caminhos possíveis

a partir do PS de origem começando pelo caminho mais curto. Assim, podemos

identificar o mínimo, médio e número máximo de rotas em conjunto de rotas, bem

como o número de rotas separadas por conjunto de rotas, ou seja, as rotas que não

compartilham de elementos comuns.

O objetivo do dimensionamento é calcular a carga por conjunto link (βS

bytes/s), o número de links digitais e analógicos necessários por conjunto de link

(NLᴅ & NLᴅ) e a capacidade de manipulação de mensagem de cada nó. O

procedimento para o dimensionamento de um conjunto de links começa com a

construção das matrizes de tráfego, seguido pelo cálculo do tráfego de cada set link,

e assim o número de links necessários no conjunto link. Da mesma forma, tendo as

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matrizes de tráfego, podemos calcular a capacidade de manipulação das

mensagens de cada nó.

Portanto, as seguintes entradas são necessárias:

a) Matriz, e a média de tráfego por tronco em Erlangs (e);

b) O número disponível de links analógicos e digitais ( , ᴅ & , ᴅ) para

cada conjunto link;

c) ), ), para cada tipo de chamada;

d) O número mínimo e máximo de links por conjunto de links ( e );

e) A taxa de transmissão de um link (RL).Previsto a inserção de zero na

função, RL, = bytes/s 7757 para links digitais;

f) O tráfego máximo útil que pode ser transportado por um link de sinalização

(βLmax), e o dimensionamento da carga de sinalização do link é definido

por:

O tráfego que flui na rede é especificado em termos de números de MSU/s

(matriz de tráfego MSU), e o número de byte/s (matriz taxa de tráfego por byte).Para

a construção das matrizes de tráfego, devemos considerar o tipo de chamada, e

calcular o tráfego de sinalização de cada célula de sinalização (ou seja, grupo de

troncos), e alocá-la na respectiva célula das matriz de tráfego. Para cada tipo de

chamada, deve-se calcular o tráfego previsto para cada grupo de troncos de duas

maneiras:

a) Cálculo total do tráfego usando ( ) e ( );

b) Calcular o tráfego pra frente com os parâmetros de tráfego pra

frente ( ) & ), e usando os parâmetros de tráfego para trás

( ) e ( ),

Calcular o tráfego pra frente com os parâmetros de tráfego pra frente

( ) & ), e usando os parâmetros de tráfego para trás ( ) e

( )..

Portanto, para um grupo de troncos com troncos c, pode-se calcular o

número de tentativas de chamadas por segundo (CA), MSU/s, previsto para o grupo

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de troncos λT / / e os bytes/s previsto para o grupo de troncos ( T / /

), como segue:

(3)

(4)

(5)

(6)

(7)

Se calcularmos e , alocamos na célula da matriz MSU, onde inicia a

troca entre a central de origem e a central de destino e alocamos , na cela

oposta. Caso contrário, se calcular , dividimos a célula em duas. Da mesma

forma, é possível construir a matriz taxa de tráfego por byte de , e T.

(RAFIK,1997)

Durante a operação normal, cada direção dos canais de dados de um conjunto

de links transporta o trafego previsto usando suas rotas padrões. Além disso,

quando falhas ou sobrecargas ocorrem na rede, todo o tráfego é desviado para rotas

alternativas. Assim, um conjunto de links (link set) deve ser dimensionado de forma a

transportar o tráfego previsto usando as rotas principais (ou seja,

), onde o valor selecionado de k (0�k�1) depende a natureza do

conjunto de link. Um valor elevado de k é recomendado para conjuntos de link que

são utilizados como links de backup dos PSs para PTSs, enquanto um valor baixo é

recomendado para aqueles usados para o tráfego associados. Definitivamente, se

aumentarmos o valor de k, podemos aumentar a confiabilidade da rede e,

conseqüentemente, o custo.

Para dimensionar de um conjunto de links, usamos as matrizes de tráfego e em

seguida deduz-se o conjunto de rotas de sinalização para calcular o tráfego em cada

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direção dos canais de dados de um conjunto de links ( ). Então, calculamos

NL, de acordo com o maior valor βS, (ou seja βS = max ( ).

D (8)

Se > , então devemos dividir o link definido para dois link sets e re-

calcular para cada link.set.Por outro lado, se < , então deixamos

= .

Enquanto que, se > então, os links digitais não serão suficientes.

Desta forma, links analógicos adicionais serão necessários. Calcula-se o tráfego

transportado pelos links digitais e analógicos ( e ) conforme .

D (9)

D (10)

� D (11)

Se > , então devemos modificar a estrutura da rede, de modo a

diminuir o tráfego neste link set.

5.2 Arquitetura de uma rede SIGTRAN

A Figura 24 apresenta um modelo funcional definido que comumente separa as

funções de sinalização gateway (SG), media gateway (MG) e media gateway

controller (MGC).Este modelo pode ser usado de inúmeras maneiras, com funções

implementadas em dispositivos separados ou combinados em única unidade física.

Figura 24 – Modelo funcional SIGTRAN

Fonte: Chukarin e Pershakov, 2006.

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A pilha de protocolos SIGTRAN fornece transporte transparente de mensagem

baseado em protocolos de sinalização em redes IP Sua arquitetura, Figura 25, é

assumida como sendo uma adaptação das camadas SUA, M2UA, M2PA, M3UA e

SCTP. As camadas de adaptação fornecem interfaces para os protocolos da

sinalização SS7. O SCTP é especialmente configurado para atender aos requisitos

de desempenho de aplicações de telefonia.

Figura 25 – Arquitetura SIGTRAN

Fonte: Chukarin, Pershakov e Samouylov, 2007

O SCTP foi desenvolvido para atender as exigências de sinalização das redes

de telefonia de redes. Há uma necessidade de avaliar a qualidade de serviço do

SCTP, em particular, a questão do atraso nas mensagens de sinalização, parâmetro

chave do desempenho das redes SS7. Devemos ter atenção especial com as

funções e procedimentos do SCTP. Pois ele herda os mecanismos de controle e

fluxo de congestionamento do TCP, mas inclui uma série de melhorias com vista a

torná-lo mais eficiente no transporte de sinalização que o TCP. (CHUKARIN,2007)

Entre as melhorias incluídas estão:

a) entrega seqüenciada de mensagens de usuário dentro de múltiplos fluxos;

b) agregação de múltiplas mensagens do usuário em um único pacote SCTP;

c) rede de tolerância a falhas através do apoio a nível de multi-homing em um

ou ambos os lados de uma conexão SCTP.

Estas funções são utilizadas pelas camadas de adaptação.

O SIGTRAN por ser um protocolo novo, que foi primeiramente implantado pelas

operadoras de telefonia móvel. Assim como o protocolo SS7, o SIGTRAN pode ser

usado em redes telefônicas fixas. A seguir será detalhada uma arquitetura de rede

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SIGTRAN para telefonia móvel, a qual é muito parecida com a de telefonia fixa. O

que muda basicamente são os elementos de rede.

Em redes móveis de volume significativo de tráfego de sinalização são gerados

vários procedimentos, incluindo mobilidade, gestão local e serviços de valor

agregado. Esses procedimentos envolvem a interoperabilidade entre o Home

Location Register (HLR) e as centrais de comutação e controle (CCC). Na prática,

as CCCs estão diretamente integradas ao Visitor Location Registero (VLR) por

razões de desempenho. Assim, devido ao fluxo intenso de sinalização de tráfego, o

segmento de rede MSC / VLR - HLR pode se tornar um gargalo. Este é o lugar

recomendado para que seja implantada a pilha de protocolos Sigtran, conforme

pode ser visto na Figura 26.

Figura 26 – SIGTRAN em redes móveis

Fonte: Chukarin, Pershakov e Samouylov, 2007

5.2.1 Esquema funcional do SCTP

Durante a transmissão, uma mensagem de sinalização é processada

seqüencialmente por diferentes camadas da rede SS7, Sigtran e rede IP. A seguir

será detalhada a descrição do processo de transmissão do SCTP, o modelo de

serviço para tratamento de mensagens e enfileiramento e como este estima o atraso

de mensagens nos links de saída.

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A

Figura 27 mostra o esquema funcional da transmissão de mensagens de

sinalização sobre IP usando a camada de adaptação M3UA. O processo de

transmissão de mensagens de sinalização através de um SCCP/ISUP consiste em

três fases principais:

a) a recepção da mensagem de sinalização e a seleção de uma direção de

transmissão,ou seja, um fluxo adequado(stream), que é feito pela camada

M3UA;

b) agregação de vários chunks (“fatias”,mensagens) (cada mensagem contém

apenas uma mensagem de sinalização) em pacotes e esperar pela

transmissão (camada SCTP);

c) a entrega de pacotes com fluxos (stream) .

Figura 27 – Esquema funcional da transmissão de sinalização de mensagens

sobre IP, usando M3UA

Fonte: Chukarin, Pershakov e Samouylov, 2007

Segundo Chukarin, Pershakov e Samouylov (2007), para construir um modelo de fila

de serviço de chunks (“fatias”, mensagens) dever ser considerado o modelo analítico

do SCTP obedecendo as seguintes condições:

a) O número de fluxos é limitado em um;

b) Cada pacote SCTP consiste exatamente de blocos K;

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c) Em nível de rede, o erro é livre, ou seja, não há retransmissão.

A primeira declaração torna-se possível se o atraso na seleção do fluxo for

ignorado. Assume-se que a sinalização de fluxo de mensagens é Poisson com

parâmetro λ As mensagens são encapsuladas em blocos os quais são empacotados

em pacotes. Assim, consideramos a M | M | 1 | ∞ como um sistema de enfileiramento

com uma única entrada e serviço de larga escala, conforme pode ser visto na Figura

28. Jobs (blocos de mensagens SCTP),são executados em modo batch de tamanho

fixado por K, que equivale ao número de mensagens no pacote. Os jobs não iniciam,

a menos que o K de um deles estejam esperando na fila.

Figura 28 – Fila de serviço de larga escala do SCTP

Chukarin e Pershakov,2006

De acordo com (CHUKARIN-1, 2007), a partir das equações de equilíbrio,

segue-se que a probabilidade de gerar função P(z) do número de jobs estacionário

no sistema é dada pela equação abaixo:

(1)

a qual é assumida como sendo uma função analítica circulo | z | <1 + ᴅ

sendo ᴅ > 0, . Com o Teorema de Rouche e a condição de normalização

P(z) �1, z � 1, temos:

(2)

onde é a raiz

=0 (3)

A raiz está fora do círculo unitário e pode ser encontrada seqüencialmente ao

reduzirmos pela metade o segmento abaixo:

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. (4)

A condição de ergodicidade do sistema é dada por ρ <K. É fácil mostrar que o

número médio de jobs no sistema (N) e a probabilidade (P0) são da forma:

, (5)

. (6)

Onde o tempo médio no sistema para um job ser encontrado é dado pela

equação (5).

Há muitos estudos sobre o desempenho do SIGTRAN e todos mostram que a

configuração do SCTP (em particular,a retransmissão de mensagens e os

parâmetros de reconhecimentos de atraso) é muito importante para se alcançar os

requisitos de qualidade do serviço que a rede SS7 tem.

As equações apresentadas acima são válidas para o tempo de serviço

exponencial.

Para estimar o prazo de transmissão no caso de tempo de serviço constante,

deve-se estimar as características do tráfego entre a CCC/VLR e HLR, assumir que

a duração média de uma mensagem sinalização tenha o seu valor máximo - L = 279

bytes. Neste caso, o ITU-T recomenda a utilização de um processo de serviço

determinístico para modelagem da transmissão das mensagens de sinalização. E

também deve ser observado o meio físico, isto é, os tipos de Ethernet a serem

utilizados, 10BASE-T (10Mbit/s), 100BASE-T (100Mbits/s) e 1000BASE-T (1Gbit/s).

No caso de um processo de serviço determinístico ele é definido por:

.

Conforme (Chukarin, Pershakov e Samouylov, 2007) em seu artigo,

Performance of SIGTRAN-based Signaling Links, o desempenho do SIGTRAN

baseado em links de sinalização é maior quando comparado com os tradicionais.

Para Ethernets 1OBASE-T a carga de sinalização tende a p = 0,75 o atraso médio

no link de saída o que é a 2,5 ms. Sabe-se que a utilização de pico de Ethernet

deve ser abaixo do limiar de 60-70% para se ter uma melhor eficiência.

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A Figura 29 mostra que a carga de mensagens de sinalização SIGTRAN

baseada em link deve ser inferior a 0,23 pt. Neste caso o atraso médio nos links de

saída para uma mensagem sinalização, não pode exceder 0,4 ms.

Figura 29 - Média de atraso nos links de saída para mensagens de sinalização

SIGTRAN sobre IP, conforme estudo de (Chukarin, Pershakov e Samouylov, 2007)

Fonte: Chukarin, Pershakov e Samouylov, 2007

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6 CONCLUSÃO

A utilização do SS7 na sinalização telefônica apresenta pelo menos duas

grandes vantagens:

a) Racionalização dos recursos nas redes telefônicas, aumentando o

potencial da rede existente, sobre os mesmos canais de transmissão de voz. Isto é,

separa em uma rede própria os circuitos de sinalização, deixando os canais de voz

livres enquanto efetivamente não se iniciar uma nova chamada (conexão). Isso

aumenta a taxa de disponibilidade de canais de voz sem a instalação de canais de

transmissão adicionais.

b) Possibilidade de acesso a recursos centralizados, independentes das

próprias centrais telefônicas, possibilitando uma rápida atualização e expansão dos

serviços oferecidos sem depender de implementações proprietárias dos fabricantes

de cada central instalada.

A implantação da sinalização SS7 nas centrais telefônicas é também bastante

viável, pois as centrais telefônicas digitais CPA (Controle por Programa

Armazenado) possuem toda sua estrutura de comutação controlada por dispositivos

digitais. Isso, facilita a integração do SS7, o qual possui um sistema digital

permitindo a implementação de novos componentes) na estrutura existente de

hardware e software da central.

Além disso, a rede SS7 permite a utilização de elementos ou equipamentos

que operam especificamente dedicados à rede SS7, como por exemplo, o serviço de

caixa postal e o serviço de envio de mensagens de texto. Estes componentes, são

nós exclusivos da rede de sinalização SS7, uma vez que a rede de sinalização por

canal comum é independente da rede telefônica e seus canais de voz.

Vários serviços e aplicações existentes dependem do alto desempenho do

Sistema de Sinalização SS7, o qual dominou o controle de informação nas redes de

telecomunicações ao longo das últimas duas décadas. Tudo isso graças a sua

flexibilidade, a qual é considerada a maior vantagem da sinalização SS7.

A flexibilidade limita-se ao sistema de gerência e supervisão dos

equipamentos. O processo de estabelecimento de chamadas,o qual ocorre em

tempo real, não é afetado. Graças à sinalização SS7, a comunicação das centrais

não sofre com restrições de desempenho, as quais limitavam suas aplicações.

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Com a sinalização SS7, as centrais conseguem acessar instruções, localizadas

em centrais ou bases de dados, de como processar, em determinadas centrais,

determinados serviços, podem verificar a condição ou os serviços de assinantes

específicos, antes de ocupar os circuitos para lhes endereçar chamadas. Tudo isto

pode ser feito antes, durante ou depois do estabelecimento dos circuitos de

comunicação. O sistema passa a tomar decisões, digamos, assim, "inteligentes"

sobre uma chamada e sobre seu processamento ao longo da rede. O sistema de

sinalização SS7 suporta uma grande variedade de aplicações:

Uma das exigências que se coloca a uma rede de sinalização SS7, a qual já foi

citada neste trabalho, é sua elevada confiabilidade. Assim, numa rede SS7 qualquer

PS está sempre ligado a no mínimo dois PTS, que por sua vez são implementados

aos pares (PTSs gêmeos) e separados geograficamente. No caso do Brasil, temos

quatro PTSs nacionais, o PTS de Florianópolis, o PTS de Anchieta (SP), o PTS de

Brasília e o de Fortaleza. Todos eles estão interligados.

A rede é dimensionada para usar somente 40% da capacidade de cada PTS,

de modo que quando há uma falha de um elemento do par, a taxa de ocupação de

cada PTS não ultrapassa os 80% de ocupação.

Neste trabalho, foi basicamente, abordado o planejamento de uma rede SS7

para a PSTN/ISDN. Para uma rede telefônica móvel, por exemplo, é necessário

introduzir algumas mudanças na estrutura da rede SS7, de forma a incluir novos

pontos de sinalização, como os pontos de controle de sinalização (SCP).

Além disso, camadas adicionais de protocolos, também terão que ser

introduzidas nos PTSs, PSs e SCPs, incluindo o SCCP e TCAP. Tudo isto, trará

mudanças que afetarão de forma significativa o tráfego de sinalização na rede. No

caso do Brasil, os PTSs nacionais atendem tanto a PSTN quanto PLMN, portanto

tem sua estrutura adequada para atender ambas as redes.

Outro fato a ser levado em conta, é que no planejamento da rede SS7,

considerou-se sempre PTSs stand-alone, cujo processamento das mensagens de

sinalização é muito mais rápido, pois seu processador é dedicado a essa função. Em

um PTS integrado há um aumento de mensagens de sinalização, o que resulta em

maior tráfego na rede, que deve ser levado em conta na hora de planejar a rede.

A rede SS7 emergiu como uma rede em que não há atraso,ou quando há

atraso, este é pequeno. Algo comum, para uma infra-estrutura altamente segura e

confiável, que foi projetado para suportar transporte de voz e serviços através da

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rede de circuito comutado. O SS7 estabelece uma estrutura pela qual os dados são

trocados entre sistemas na rede via canais de sinalização dedicados. Os links de

sinalização são a base da arquitetura SS7. Permite a troca de informações entre

entidades dentro da rede, intercâmbio de informações os quais são essenciais para

a eficácia dos recursos de segurança que fazem a rede ser tão flexível.

Porém, o contínuo e elevado crescimento das telecomunicações, decorrente

em sua maioria de aplicações que utilizam à internet para envio e recebimento de

dados elevou a demanda pelo tráfego de informação exigindo a ampliação da

capacidade das redes de sinalização, gerando, conseqüentemente, um grande

número de novos desafios. Entre esses desafios, destaca-se o de prover uma infra-

estrutura, capaz de se adequar ao crescimento deste tráfego de dados e voz.

As operadoras de telefonia móvel perceberam essa evolução e começaram a

investir em suas redes móveis, principalmente da terceira geração, incluindo em

seus desenhos, redes IP que suportam protocolos de sinalização, disponibilizando

novos serviços para ambientes de rede IP, permitindo dessa forma o uso

diversificado de plataformas IP em suas soluções de acesso ou backbone.

Nesse contexto, o SIGTRAN surgiu como uma solução para o aumento da

capacidade das redes de sinalização, otimizando a utilização dos recursos já

instalados sem a necessidade de grandes mudanças na infra-estrutura.

Atualmente, é interessante para uma operadora investir em um backbone, pois

há uma demanda muito grande de aplicações que utilizam a internet para envio e

recebimento de dados e largura de banda para as operadoras de telefonia não é

problema, pois isso elas tem. O investimento maior é no backbone, o qual dá o

retorno do investimento, pois como já foi dito, a demanda por serviço ´de dados é

alta.

De acordo com (Chukarin, Pershakov e Samouylov, 2007), uma operadora ao

substituir os links SS7 por uma rede SIGTRAN, consegue reduzir os custos com o

transporte de sinalização entre 40 e 70%. Outra vantagem, que se tem ao implantar

uma rede SIGTRAN é a conservação dos códigos de ponto. Isso permite as

operadoras migrar suas redes baseadas em uma arquitetura de pacotes sem a

necessidade de adicionar novos códigos de pontos ou reconfigurar a rede existente,

cada vez que um novo elemento IP é inserido.

A arquitetura de rede SIGTRAN apresentada neste trabalho faz uma análise do

SCTP como componente de transporte de mensagens de sinalização entre uma

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MSC/VLR - HLR em redes móveis. É possível ter uma rede de sinalização baseada

em SIGTRAN com um alto desempenho, como se consegue com a arquitetura das

redes SS7.

A infra-estrutura de sinalização IP, permite que o protocolo SIP e a sinalização

SS7 possam ser processados no mesmo quadro de sinalização. Além disso, o SCTP

fornece várias características (por exemplo, reconhecimento seletivo de chunks

“fatias”, mensagens) o que é benéfico para o transporte de grande quantidade de

mensagens entre entidades SIP.

Uma preocupação dos desenvolvedores do SIGTRAN e das operadoras quando

implantam uma rede SIGTRAN é não desprezar o legado, e isto tem acontecido.

Nas redes SIGTRANs implantadas tem-se conseguido com sucesso fazer o controle

de fluxo e detecção de erro, a entrega de mensagens de sinalização em seqüência

dentro de stream (fluxos) controlados, recuperação de falhas dos componentes no

caminho da mensagem, retransmissão e outros métodos de correção de erro,

detecção de indisponibilidade de entidades pares, etc. Tudo isso, para atingir um

único objetivo, manter a qualidade que as redes SS7 têm, e ainda atender com a

mesma qualidade destas, as exigências das aplicações que utilizam à internet para

envio e recebimento de dados.

O desenvolvimento da rede de telecomunicações nos últimos anos é extenso e

arrojado, quando comparado com outras áreas. A telefonia fixa e a móvel

compartilham cada vez mais recursos de acesso a informação. Um exemplo disso é

a operadora Vivo, que até agosto do ano passado era uma Joint Venture formada

pela Telefónica Moviles de España e a Portugal Telecom S/A. Em agosto de 2010 a

Telefónica Moviles de España comprou a participação acionária da Portugal

Telecom S/A se tornando dona de 100% das ações da Vivo. O objetivo da

Telefónica é bem claro, unir a Vivo com a Telesp, sua operadora fixa em São Paulo.

ganhando dessa forma mais competitividade em um mercado cada dia concorrido.

Outro fato que devemos prestar a atenção é a capacidade das redes IP de se

adaptarem a novas mudanças, atendendo cada vez mais aos quesitos de qualidade

e segurança, características das redes de circuitos comutados. Isso não é puro

acaso, a comunicação de dados cresceu nos últimos anos exponencialmente. A

internet se popularizou de tal forma que forçou as operadoras móveis ou fixa, Anatel

e fabricantes de equipamentos a oferecer alternativas para absorver o tráfego de

dados, além de ser uma nova fonte de lucro para todos. A convergência de serviços

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e aplicações é algo real. Seja qual for o resultado dessa convergência as redes IPs e

de serviços comutados farão parte deste. Portanto, é algo natural que haja a

adequação do protocolo de sinalização SS7 às redes IPs. A sinalização SS7 tem a

seu favor o fator disponibilidade, pois a mesma trafega por canais diferentes, além

do que há redundância de meios e equipamentos. Desta forma, a possibilidade de

dois links de sinalização ficar inoperantes é muito pequena, quando comparada com

o SIGTRAN, o qual utiliza um backbone de dados que, em geral, é composto por um

enlace físico.

O SIGTRAN ganha na economia de meios físicos, um fator este muito

importante para os prestadores de serviços.

Muitas operadoras já utilizam o SIGTRAN. Citando como exemplo a Vivo, a

troca de sinalização entre os PTS, plataforma de assinante pré-pago e as centrais é

toda feita utilizando SIGTRAN, enquanto que a sinalização entre as Gateways e

HLRs continuam usando a sinalização SS7.

A convergência da sinalização SS7 para o SIGTRAN está diretamente

relacionada ao incremento da banda disponível ao usuário (maiores taxas de

transmissão, exige novos recursos de sinalização).

Outro fator que poderá acelerar a migração são novos equipamentos e

tecnologias oferecidos pelos fabricantes.

Independente dos novos serviços e aplicações que venham a surgir, os

protocolos IP e a sinalização ITU-T, farão parte deste resultado. A utilização de

soluções envolvendo a adequação das redes SS7 às redes IP, parece ser o caminho

mais natural para se avaliar os benefícios desse resultado.

Como trabalho futuro, gostaria de focar no desenvolvimento de um modelo de

avaliação dos parâmetros de QoS do SIGTRAN, principalmente, atrasos. Tal

modelo, levaria em conta as funcionalidades do SCTP, elemento vital para o

transporte de sinalização em uma rede SIGTRAN e também a quantidade de

recursos físicos disponíveis em uma rede baseada em IP, tais como CPU, tamanho

de memória, entre outros. Isso ajudaria a configuração do SCTP, melhorando seu

desempenho no tratamento da sinalização e aplicações.

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