maria gracinda greco - nehtenehte.com.br/simposio/anais/anais-hipertexto-2017/anais hipertext… ·...
TRANSCRIPT
ISSN: 1984-‐1175 – ANAIS ELETRÔNICOS
Universidade Federal de Pernambuco NEHTE / Programa de Pós Graduação em Letras
533
O uso dos MOOC para o desenvolvimento do Letramento Informacional
Maria Gracinda Vieira de Almeida Greco Giselle Martins dos Santos Ferreira
(UNESA)
Resumo: As Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) marcam o mundo moderno, fomentando mudanças nos modos como as pessoas se comunicam e interagem. Segundo Castells, estabeleceu-‐se uma nova lógica espacial na sociedade global. Nesse cenário, novos espaços de formação, como os Massive Open Online Courses (MOOC), estão afetando o processo de aprendizagem, a maneira como as pessoas atribuem sentido à informação selecionada na rede e como a reutilizam. Os MOOC têm sido oferecidos para possibilitar o acesso global à Educação Superior, a partir de recursos elaborados por instituições reconhecidas. A participação nesses ambientes requer o desenvolvimento do letramento informacional, para encarar universos complexos e em constante mudança, bem como ajudar na tomada de decisão e na resolução de problemas. A presente proposta constitui um recorte de uma pesquisa que objetiva analisar MOOC focalizados no desenvolvimento de competências informacionais. Trata-‐se de um estudo documental no âmbito de uma pesquisa exploratória, cujo referencial teórico está ancorado em dois eixos: MOOC no contexto da sociedade da informação e concepções de letramento e competências informacionais. Foram coletados materiais empíricos em MOOC, focalizados no letramento informacional e oferecidos nas plataformas Coursera e Miríada X. Para a análise das competências relacionadas ao letramento informacional, tomou-‐se como base um conjunto de cinco padrões, definidos pela Association of College and Research Libraries, que determinam os níveis de letramento informacional: necessidade de informação, acesso, avaliação, uso e ética. Esta apresentação focaliza achados preliminares obtidos a partir da experiência da primeira autora como participante em dois MOOC. A discussão destaca, em particular, três aspectos: as competências que os cursos se propõem a desenvolver, os tipos de atividades propostas e a distribuição de informações em mídias abertas.
Palavras-‐chave: MOOC, Letramento Informacional, E-‐learning.
Abstract: Information and Communication Technology (ICT) characterises the modern world, fostering changes in the ways people communicate and interact. According to Castells, a new spatial logic has been established in the global society. In this scenario, new educational spaces, such as Massive Open Online Courses (MOOC), are affecting the learning process, how people attribute meaning to the information selected on the net,
ISSN: 1984-‐1175 – ANAIS ELETRÔNICOS
Universidade Federal de Pernambuco NEHTE / Programa de Pós Graduação em Letras
534
and how they reuse it. MOOCs have been offered to enable global access to Higher Education, based on resources developed by recognized institutions. Participation in these environments requires the development of information literacy to enable facing complex and ever-‐changing universes, as well as to assist in decision-‐making and problem-‐solving. The present proposal draws upon a research project that aims to analyze MOOC focused on the development of informational competences. The project consists in a documental study within the scope of piece of exploratory research, that takes a theoretical background two axes: MOOC in the context of the information society and conceptions of literacy and informational skills. Empirical data has been collected from MOOC, focused on information literacy and offered on the Coursera and Miríada X platforms. The analysis of competencies related to informational literacy is based on the set of five standards defined by the Association of College and Research Libraries, which determine the levels of information literacy: need for information, access, evaluation, use and ethics. This presentation focuses on preliminary findings obtained from the experience of the first author as participant in two MOOCs. The discussion highlights, in particular, three aspects: the skills that the courses propose to develop, the types of activities proposed and the distribution of information in open media. Key words: MOOC, Information Literacy, E-‐learning. .
Introdução
No contexto da sociedade da informação (CASTELLS, 1999), o compartilhamento em rede
demanda o desenvolvimento de competências para encarar ambientes informacionais complexos
e em constante mudança. Consequentemente, parece clara a necessidade de novas formas de
pensar e agir voltadas para esse cenário, pois, nesses ambientes, novos espaços de formação
estão mudando o processo de aprendizagem, a maneira como as pessoas atribuem sentido à
informação selecionada na rede e como a reutilizam.
A entrada dessas tecnologias no campo educacional contribui para estabelecer novos
parâmetros no ensino para atender a inserção do indivíduo/trabalhador no enredo da
globalização, qualificando-‐o para o conhecimento em rede. Assim os espaços e os níveis de
letramento são ampliados, reconfigurando a realidade de seus usuários. Entretanto, o propósito
de inclusão na sociedade do conhecimento traz para o trabalhador novos desafios: como fazer uso
ISSN: 1984-‐1175 – ANAIS ELETRÔNICOS
Universidade Federal de Pernambuco NEHTE / Programa de Pós Graduação em Letras
535
das habilidades de leitura e escrita na sociedade em rede? Como buscar a informação e apropriar-‐
se dela?
Nesse contexto, encontra-‐se uma classe de novos ambientes de aprendizagem, os Massive
Open Online Courses ‒ Cursos on-‐line abertos em massa (MOOC). Trata-‐se de um modelo de curso
on-‐line, criado para possibilitar o acesso ao ensino superior de qualidade, com alcance global, por
intermédio de conteúdos elaborados pelas instituições que estes representam.
Esta pesquisa buscou investigar como o Letramento Informacional (LI) está sendo
promovido em MOOC, quais concepções de LI e de competência estão sendo concretizadas nas
atividades propostas. Para tal, a primeira autora participou e analisou documentos produzidos em
dois MOOC, cujos objetivos visavam a promover estratégias e ferramentas para atuar em um
mundo conectado.
1 Fundamentação teórica
A ampliação dos espaços de aprendizagem provocou mudanças decisivas. A internet
expandiu o espaço virtual de instrução, impulsionando as possibilidades de formação: a formação
no trabalho, a educação para o desenvolvimento profissional, a busca de novos conhecimentos
por interesse pessoal. Os MOOC, desenvolvidos quase sempre por Instituições de Ensino Superior
(IES), têm como princípio prover o acesso à educação para um grande número de pessoas,
principalmente, no campo da educação superior.
O termo MOOC foi inventado por Dave Cormier em 2008 para descrever um curso aberto,
oferecido pelos professores George Siemens e Stephen Downes a pouco mais de duas dezenas de
estudantes da Universidade de Manitoba no Canadá (MEHAFFY, 2012). Os professores
desenvolveram tal experiência para promover uma nova teoria de aprendizagem chamada de
ISSN: 1984-‐1175 – ANAIS ELETRÔNICOS
Universidade Federal de Pernambuco NEHTE / Programa de Pós Graduação em Letras
536
Conectivismo1, um método de aprendizagem desenvolvido para a era digital, baseado na
construção e manutenção de conexões em rede, que sejam atuais e flexíveis o suficiente para
serem aplicadas a problemas existentes e emergentes.
Desmembrando o acrônimo, no entendimento de Moe (2015) temos: Massive: o curso
além de estar aberto a um número significante de estudantes também precisa proporcionar a
todos os alunos a mesma experiência. Em seguida, Open, refere-‐se à oportunidade de inscrição
em um curso gratuito, aberto. O terceiro elemento, Online, está relacionado ao modo e ao
método de acesso e atividade do curso. O último, Course, é um termo usado para nomear o
registro e a associação de em um grupo instrucional, bem como a existência do curso no espaço e
no tempo.
Definidos os aspectos estruturais, seguem os tipos, apontados por Rodriguez (2012):
cMOOC e xMOOC. O primeiro modelo (cMOOC), desenvolvido originalmente por Siemens e
Downes, é participativo por natureza e tem claramente definidos seus princípios (aprendizagem
colaborativa e alta interatividade). Nesses MOOC, o ambiente de aprendizagem é moldado de
acordo com a interação do grupo e o conteúdo é dinâmico, podendo ser alterado pelos
participantes. Quanto às atividades, os cMOOC integram quase sempre quatro tipos de atividades
(aggregation, remixing, repurposing e feeding forward), conforme Kop et al. (2011): agregação,
que caracteriza-‐se por uma ampla variedade de recursos para ler, assistir ou jogar, acompanhada
de um boletim para registrar essas atividades; recombinação, na qual após a leitura ou acesso a
material de vídeo ou apenas de áudio, é possível, usando qualquer outro serviço na Internet, que
o estudante possa criar uma nova entrada, participar de uma discussão ou da criação de um blog;
reconfiguração, nessa atividade os participantes são incentivados pelos facilitadores a criar algo
por sua própria conta, estes também sugerem ferramentas, que podem ser usadas para a
produção de conteúdo próprio pelos cursistas; alavancagem, nessa atividade os participantes são
1http://www.itdl.org
ISSN: 1984-‐1175 – ANAIS ELETRÔNICOS
Universidade Federal de Pernambuco NEHTE / Programa de Pós Graduação em Letras
537
incentivados a partilhar seus trabalhos com outros integrantes do curso ou com pessoas fora
desse ambiente.
O segundo modelo (xMOOC) existe em grande variedade e abrange diferentes atividades
que exigem diferentes níveis de competência de informação e possui caráter instrucionista. Nos
Estados Unidos, a primeira produção de um xMOOC (BOND, 2015) foi elaborada por um consórcio
sem fins lucrativos denominado edX, o qual empresta “X” ao termo, e por duas startups2 Coursera
e Udacity com fins lucrativos.
Nesse tipo de MOOC, os recursos de aprendizagem utilizados são de autoria de
professores, que guiam os caminhos acessados pelos participantes e disponibilizam exercícios.
Praticamente, caracteriza-‐se por apresentar palestras gravadas em vídeos e avaliações de múltipla
escolha, alojadas em um sistema de gestão de aprendizagem (learning managment system –
LMS3). Quanto à interação, é promovida em fóruns de discussão, nos quais o cursista é incentivado
a participar, todavia o direcionamento é dado pelo professor, nesse ambiente pode haver
atribuição de tarefas para todos os participantes.
Nesse cenário, a aprendizagem alcança novos espaços, que vão além do sistema de
educação formal, proporcionando a milhares de pessoas o acesso à educação. Apesar de números
expressivos de ingresso nesses cursos, os MOOC possuem altas taxas de evasão. Bond (2015)
associa o problema ao conceito de letramento informacional, argumentando que o envolvimento
em um MOOC contribui para o aperfeiçoamento de habilidades informacionais por meio de
exercício e aplicação.
2 Startup, de acordo com o dicionário Merriam-‐Webster, significa uma empresa principiante, novata. 3Os Learning Management Systems, conhecido como LMS, ou Sistema de Gestão da Aprendizagem (SGA), são softwares desenvolvidos sobre uma metodologia pedagógica para auxiliar a promoção de ensino e aprendizagem virtual ou semipresencial. Em nosso país, a literatura utiliza o acrônimo do inglês.
ISSN: 1984-‐1175 – ANAIS ELETRÔNICOS
Universidade Federal de Pernambuco NEHTE / Programa de Pós Graduação em Letras
538
A Association of College and Research Libraries (ACRL)4 define letramento informacional
como “o conjunto de habilidades necessárias ao indivíduo para reconhecer a relevância da
informação, sabendo localizá-‐la, avalia-‐la e usá-‐la eficazmente” (ACRL, 2000). De fato, o
letramento é um conceito inserido no vocabulário das Ciências Linguísticas nas últimas décadas do
séc. XX (SOARES, 2010). A ACRL acredita que o desenvolvimento de habilidades relacionadas a
esses padrões é útil para que os alunos percebam as etapas das quais precisam se apropriar na
interação com a informação.
Fonte: Teixeira; Greco, 2015 (s.p.).
No Brasil, o uso deste termo não implica substituição da palavra alfabetização, pois
alfabetizar e letrar são vistos como ações diferentes, mas não excludentes; pelo contrário, são
termos que se associam no contexto educacional. Soares (2010, p.49) afirma que “há diferentes
tipos e níveis de letramento, dependendo das necessidades, das demandas do indivíduo e de seu
4ACRL é a associação do ensino superior para bibliotecários, que desenvolve programas, produtos e serviços para ajudar a acadêmica e bibliotecários de investigação a aprender, a inovar e liderar dentro da comunidade acadêmica. Disponível em: http://www.ala.org/acrl/aboutacrl. Acesso em 22 jun 2015.
Letramento Informacional
Figura 1: Padrões que formam a base para o letramento informacional
ISSN: 1984-‐1175 – ANAIS ELETRÔNICOS
Universidade Federal de Pernambuco NEHTE / Programa de Pós Graduação em Letras
539
meio, do contexto social e cultural”. Em estudos acerca do tema (GASQUE, 2010; CAMPELLO,
2009; CARVALHO, 2011), verificou-‐se sua utilização estritamente para fazer referência à
capacidade de ler e escrever; entretanto, em função da percepção das múltiplas formas de
letramento praticadas no novo milênio, o conceito foi reformulado e passou a contemplar novas
práticas sociais.
Dentre essas práticas, observa-‐se o compartilhamento da informação em rede, que vem
sendo acompanhado por estudiosos (CAMPELLO, 2009; DUDZIAK, 2003; BELLUZZO, 2005;
GASQUE, 2010) e interessados em compreender como esses novos espaços de formação estão
mudando a maneira como as pessoas aprendem e como atribuem sentido à informação
selecionada na rede e de que formas a reutilizam.
Não parece existir, porém uma definição consensual de letramento, tampouco
uniformidade na terminologia utilizada na área. Segundo Gasque (2012), o conceito corresponde a
uma estruturação sistêmica de um conjunto de competências, que integra diferentes ações,
como: localizar, selecionar, acessar, organizar e usar a informação, transformando-‐a em
conhecimento, o que irá ajudar na tomada de decisão e na resolução de problemas. Tal
letramento promove a capacidade de aprender a aprender e, portanto, constitui uma prática
essencial na formação de cidadãos.
A American Library Association (ALA)5, definiu as bases da competência informacional, que,
ainda hoje, é um das definições mais citadas:
Para ser competente em informação, uma pessoa deve ser capaz de reconhecer quando uma informação é necessária e deve ter a habilidade de localizar, avaliar e usar efetivamente a informação. (....) Resumindo, as pessoas competentes em informação são aquelas que aprenderam a aprender. Elas sabem como aprender, pois sabem como o conhecimento é organizado, como encontrar a informação e como usá-‐la de modo que outras pessoas aprendam a partir dela. (ALA, 1989, p.1)
5ALA é um grupo baseado nos Estados Unidos que promove internacionalmente as bibliotecas e a educação literária. É a maior e mais antiga organização do gênero no mundo inteiro, com mais de 64.600 membros. Disponível em: http://www.ala.org/aboutala/. Acesso em 23 jun 2015.
ISSN: 1984-‐1175 – ANAIS ELETRÔNICOS
Universidade Federal de Pernambuco NEHTE / Programa de Pós Graduação em Letras
540
Neste relatório, a ALA ressaltava a importância da competência informacional tanto para o
meio profissional quanto para o cidadão comum e a necessidade de mudanças no ensino
tradicional. A instituição reforçava a urgência de implantação de novas formas de aprendizado,
partindo de uma reestruturação curricular, a fim de priorizar a utilização dos recursos
informacionais de maneira contextualizada.
Com o propósito de promover mudanças nos governos e instituições com vistas a reajustar
políticas para um desenvolvimento sustentável, a Organização das Nações Unidas para a
Educação, Ciência e Cultura (United Nations Educational, Scientific and Cultural Organization –
UNESCO6) juntamente com a Commonwealth of Learning (COL)7 publicaram em 2015 um guia8
para orientar e conscientizar os países em desenvolvimento acerca do enorme potencial dos
MOOC e da aprendizagem on-‐line. Estas organizações defendem a ideia de que a educação aberta
e on-‐line é um motor de inovação para a valorização da educação e para a aprendizagem ao longo
da vida.
Reconhecendo o potencial dos MOOC e a necessidade de se capacitar as pessoas para o
mundo com as tecnologias digitais, a UNESCO lançou em 2016 o programa de Alfabetização
Midiática e Informacional (Media and Information Literacy -‐ MIL9), no qual orienta seus Estados-‐
membros e organizações internacionais a “facilitar a aquisição de habilidades básicas no uso de
computadores para todos, popularizar a implementação do uso de tecnologia de informação e a
comunicação para o desenvolvimento sustentável e a paz” (2016, s.p).
6http://www.unesco.org/new/pt/brasilia/communication-‐and-‐information/access-‐to-‐knowledge/media-‐and information-‐literacy/ 7A Commonwealth of Learning (COL) é uma organização intergovernamental criada pelos Chefes de Governo da Commonwealth para promover o desenvolvimento e a partilha de conhecimentos, recursos e tecnologias de aprendizagem aberta e educação à distância. Disponível em: https://www.col.org/. Acesso em 24 fev. 2017. 8Making Sense of MOOCs: Um Guia para Formadores de Políticas em Países em Desenvolvimento. Disponível em: http://unesdoc.unesco.org/images/0024/002451/245122E.pdf. Acesso em 27 nov.2016. 9MIL é um pré-‐requisito importante para promover o acesso igualitário à informação e ao conhecimento e os sistemas de mídia e informação livres, independentes e plurais. Disponível em: http://www.unesco.org/new/en/communication-‐and-‐information/capacity-‐building-‐tools/media-‐and-‐information-‐literacy/. Acesso em: 27 nov. 2016.
ISSN: 1984-‐1175 – ANAIS ELETRÔNICOS
Universidade Federal de Pernambuco NEHTE / Programa de Pós Graduação em Letras
541
Diante desse contexto, parece urgente promover a inserção do indivíduo na sociedade em
rede, por meio do desenvolvimento de competências que de fato proporcionem uma
aprendizagem independente e autodirigida, como apontam as orientações da UNESCO.
2 Procedimentos metodológicos
A presente pesquisa teve por objeto assuntos atuais, todavia, ainda, pouco explorados na
comunidade científica (a relação de MOOC e letramento informacional), de modo que optou-‐se
por um trabalho de natureza documental no âmbito de uma pesquisa exploratória.
Independente da forma de utilização dos documentos, é preciso conhecer algumas
informações sobre eles, como afirma Becker (1997, apud ALVES-‐MAZZOTTI; GEWANDSZNAJDER,
2004, p. 169): “por qual instituição ou por quem foram criados, que procedimentos e/ou fontes
utilizaram e com que propósitos foram elaborados. A interpretação de seu conteúdo não pode
prescindir dessas informações”. Os documentos contêm em si um alto de índice de informações,
logo este uso é justificado em várias áreas do conhecimento, como das Ciências Humanas e
Sociais, pois a partir deles é possível ampliar a compreensão de objetos, cujo entendimento carece
de contextualização histórica e sociocultural.
A metodologia utilizada baseou-‐se em análise de documentos obtidos a partir da
experiência da primeira autora como participante em dois MOOC, que apresentavam relação
direta com a temática do letramento informacional. Para a análise das competências, tomou-‐se
como base um conjunto de cinco padrões, definidos pela Association of College and Research
Libraries (ACRL), que determinam o nível de letramento informacional. Esses padrões foram
mapeados pela associação em atividades de aprendizagem em MOOC (BOND, 2015) e baseiam-‐se
em quatro ideias principais: agregar, remixar, reutilizar e alimentar. Os objetivos definidos para
cada semana, de acordo com as atividades propostas e desenvolvidas pelos participantes nos
MOOC, foram comparados aos padrões estabelecidos pela ACRL. Partiu-‐se do pressuposto que o
ISSN: 1984-‐1175 – ANAIS ELETRÔNICOS
Universidade Federal de Pernambuco NEHTE / Programa de Pós Graduação em Letras
542
conjunto de habilidades e competências necessárias ao letramento informacional é realmente
relevante para a participação em um MOOC.
2.1 Sobre os MOOC pesquisados
O primeiro MOOC (1), Metaliteracy: Empowering Yourself in a Connected World10,
doravante MOOC 1, foi oferecido na plataforma Coursera e desenvolvido pela Universidade
Estadual de Nova York (SUNY). Este curso tinha como objetivo principal, como definido em seu
título, empoderar as pessoas no mundo conectado por meio do metaletramento.
Figura 2: a homepage do MOOC 1
10Ver: https://www.coursera.org/learn/metaliteracy. O curso ainda é oferecido pela plataforma com início previsto para 13 de novembro de 2017.
ISSN: 1984-‐1175 – ANAIS ELETRÔNICOS
Universidade Federal de Pernambuco NEHTE / Programa de Pós Graduação em Letras
543
Fonte: www.coursera.org/learn/metaliteracy
A partir de sua página inicial foi possível ter acesso à visão geral do curso, bem como ao
programa, perguntas frequentes, desenvolvedores, classificações e avaliações. De acordo com a
plataforma Coursera, este curso apoia estudantes universitários que querem expandir suas
capacidades de pensamento crítico por meio de pesquisa, escrita e adaptação às tecnologias
emergentes.
A estrutura de apresentação deste curso sugere que seja do tipo conectivista, por apoiar-‐se
em vários dos princípios conectivistas apresentados por Siemens (2005), como: aprender é um
processo de ligação de “nós” específicos ou fontes de informação, nutrir e manter elos é
necessário para possibilitar a aprendizagem contínua, a capacidade de perceber conexões entre
campos, ideias e conceitos é uma habilidade fundamental, o conhecimento preciso e atualizado é
o propósito de todas as ações de aprendizagem conectivista, o processo de tomada de decisões é
em si um processo de aprendizagem.
O segundo MOOC, Profesionales ecompetentes. Claves, estrategias y herramientas para
innovar en red11, doravante MOOC 2, foi oferecido na plataforma MiríadaX e desenvolvido pela
rede de cooperação acadêmica Grupo Tordesilhas em parceria com a Universidade de Málaga
(UMA), na Espanha e a Universidade Nova de Lisboa (UNL), em Portugal.
11Ver: https://miriadax.net/web/profesionales-‐ecompetentes-‐claves-‐estrategias-‐y-‐herramientas-‐para-‐innovar-‐en-‐red
ISSN: 1984-‐1175 – ANAIS ELETRÔNICOS
Universidade Federal de Pernambuco NEHTE / Programa de Pós Graduação em Letras
544
Figura 3: a homepage do MOOC 2
Fonte: https://miriadax.net/web/profesionales-‐ecompetentes-‐claves-‐estrategias-‐y-‐herramientas-‐para-‐
innovar-‐en-‐red O curso tinha como objetivo principal promover o desenvolvimento de estratégias e
ferramentas para a inovação em rede, aprimorando as competências digitais de seus
participantes, entendendo-‐as amplamente, além do instrumental. O MOOC foi projetado com uma
abordagem ampla, transversal, prática, informativa e atual e estava em sua segunda edição.
A página inicial apresenta uma descrição geral do curso, o cronograma, os módulos, os
professores, bem como informações sobre certificados. Este MOOC tem como emblema: o
treinamento em conceitos, chaves e estratégias gerais para o uso profissional de mídias sociais e
outras ferramentas on-‐line; competências digitais em gestão de informação e conhecimento on-‐
line, criação e publicação de conteúdos digitais ou de redes; e ferramentas, histórias de sucesso e
ideias para apropriá-‐los e inovar.
ISSN: 1984-‐1175 – ANAIS ELETRÔNICOS
Universidade Federal de Pernambuco NEHTE / Programa de Pós Graduação em Letras
545
De acordo com o Guia prático do MOOC, este direciona-‐se a qualquer pessoa interessada
no tema (Profissionais e-‐competentes), uma vez que o enfoque é abrangente e engloba diferentes
perfis: estudantes, empregados, desempregados, profissionais interessados em melhorar suas
competências digitais, entre outros. A abordagem prática e colaborativa, a sua curta duração e a
inclusão de recursos complementares de níveis distintos, fazem este curso acessível para estes
grupos, ainda que tenham escassa experiência prévia no uso de ferramentas digitais.
4. Achados preliminares
As atividades propostas nos dois MOOC tinham em comum o propósito de promover a
utilização de informação em rede, de forma crítica e consciente, respeitando o direito intelectual e
priorizando a ética no ambiente on-‐line. Com temas e subtemas definidos, cada semana possuía
objetivos específicos, que deveriam ser alcançados por meio dos exercícios recomendados,
levando o participante a desempenhar as competências necessárias para esta tarefa. O
levantamento de dados feito a partir dos verbos identificados em cada conjunto de atividades
semanais orientou a comparação com os padrões estabelecidos pela ACRL, que formam a base
para o letramento informacional. O resultado desta triangulação forneceu informações que
assinalaram quais as competências desenvolvidas neste MOOC e como o conteúdo produzido pelo
participante foi distribuído em mídias abertas.
No quadro a seguir são apresentados os temas, as atividades e os objetivos identificados
no MOOC1 e a relação destes com os padrões da ACRL.
ISSN: 1984-‐1175 – ANAIS ELETRÔNICOS
Universidade Federal de Pernambuco NEHTE / Programa de Pós Graduação em Letras
546
Quadro 1: Semanas, temas, objetivos e padrões – MOOC 1 Semanas
Temas Objetivos Padrões ACRL
Semana 1
Seu papel como um aprendiz de metaletramento
Pensar sobre seu papel como pensador crítico e cidadão digital colaborativo capaz de navegar, criar e compartilhar informações relevantes de maneira efetiva.
Padrão 1 Identificar a necessidade de pesquisa sobre a informação.
Semana 2
Tornando-‐se um cidadão digital: criando e compartilhando uma identidade social
Demonstrar sua própria presença e identidade na web; Explicar as configurações de privacidade pessoal nas mídias sociais e outros sites baseados na web; Distinguir e articular as implicações dessas configurações de privacidade; Explicar as implicações de usar as mídias sociais para formar uma identidade pública; Demonstrar como os outros usam redes sociais para formar uma identidade pública para nós.
Padrão 1 Identificar a necessidade de pesquisa sobre a informação. Padrão 2 Localizar de modo eficiente a informação necessária.
Semana 3
Tornando-‐se um cidadão digital: entendendo a propriedade intelectual
Interpretar e definir direitos autorais; Comparar e distinguir entre direitos autorais, licenciamento Creative Commons e domínio público; Descrever acesso aberto; Explicar e definir open washing; Classificar os conceitos de "aberto” e “livre"; Aplicar o licenciamento Creative Commons ao trabalho da semana; Explicar o nível de “abertura” em uma obra original e decidir qual deles utilizar.
Padrão 3 Avaliar criticamente a informação e sua fonte. Padrão 5 Reconhecer os aspectos éticos e legais do uso da informação.
Semana 4
Tornando-‐se um cidadão digital: uso ético da informação
Interpretar e identificar criações / conteúdo que possam ser remixados legalmente; Determinar e discutir as considerações éticas de compartilhar informações; Aplicar nova licença a uma criação remixada; Desenvolver considerações éticas de
Padrão 3 Avaliar criticamente a informação e sua fonte. Padrão 5 Reconhecer os aspectos éticos e legais do uso da informação.
ISSN: 1984-‐1175 – ANAIS ELETRÔNICOS
Universidade Federal de Pernambuco NEHTE / Programa de Pós Graduação em Letras
547
como partilhar esta criação remixada. Semana 5
Entendendo como a informação é formatada e compartilhada
Preparar e colocar uma fonte de informação no seu contexto (por exemplo, formato da informação e modo de entrega), a fim de determinar o valor do material para essa situação específica; Analisar e apreciar, criticamente, a importância de avaliar o conteúdo de diferentes fontes, incluindo o conteúdo dinâmico das mídias sociais.
Padrão 1 Identificar a necessidade de pesquisa sobre a informação. Padrão 3 Avaliar criticamente a informação e sua fonte. Padrão 4 Utilizar a informação para alcançar um propósito.
Semana 6
Criando a informação
Criticar e avaliar o conteúdo gerado pelos participantes e as contribuições feitas por outros, de fora do grupo; Demonstrar a capacidade de utilizar eficazmente fontes de informação e mecanismos de feedback para o desenvolvimento de conteúdo original; Avaliar e refletir sobre a participação consciente em ambientes colaborativos; Reconhecer que a criação de informações é um intercâmbio colaborativo contínuo; Criar conteúdo original para expressar uma perspectiva única para uma audiência.
Padrão 1 Identificar a necessidade de pesquisa sobre a informação. Padrão 2 Localizar de modo eficiente a informação necessária. Padrão 3 Avaliar criticamente a informação e sua fonte.
Semana 7
Participando como um contribuidor global
Explicar a importância de ser capaz de se comunicar com uma audiência global; Analisar um texto existente para sua capacidade de comunicação em um contexto global; Discriminar e refletir sobre a criação e reutilização de recursos educacionais abertos em escala global.
Padrão 2 Localizar de modo eficiente a informação necessária. Padrão 3 Avaliar criticamente a informação e sua fonte.
Semana 8
Criação e curadoria Avaliar e integrar informações de múltiplas fontes em novas formas coerentes; Avaliar e explicar seus processos de
Padrão 3 Avaliar criticamente a informação e sua fonte.
ISSN: 1984-‐1175 – ANAIS ELETRÔNICOS
Universidade Federal de Pernambuco NEHTE / Programa de Pós Graduação em Letras
548
tomada de decisão envolvidos com a curadoria de conteúdo.
Padrão 5 Reconhecer os aspectos éticos e legais do uso da informação.
Semana 9
Reflexão metacognitiva
Reconhecer que a aprendizagem é um processo; Selecionar e aplicar uma estratégia para melhorar sua aprendizagem; Rever e valorizar o conhecimento que o faz refletir sobre seus erros ou sobre erros que levam a novos insights e descobertas sobre seus processos de pensamento.
Padrão 3 Avaliar criticamente a informação e sua fonte. Padrão 4 Utilizar a informação para alcançar um propósito.
Semana 10
Aprendizagem empoderadora: de aprendiz a professor
Demonstrar a capacidade de traduzir informações apresentadas de uma forma para outra, com o propósito de melhor atender às necessidades de públicos específicos; Explicar e comunicar eficazmente experiências pessoais e profissionais para informar e ajudar os outros; Concluir e demonstrar que os alunos também podem ser professores.
Padrão 2 Localizar de modo eficiente a informação necessária. Padrão 3 Avaliar criticamente a informação e sua fonte.
Fonte: www.cousera.org (com adaptações da autora)
A seguir, o quadro em relação ao MOOC 2.
Quadro 2: Módulos, temas, objetivos e padrões – MOOC 2 Módulo Temas Objetivos Padrões
Módulo 1 UMA
Conceitos – chave
Conhecer e compreender os conceitos chave da sociedade e cultura digitais. Refletir sobre a importância de ter uma identidade digital cuidada. Analisar, de diferentes perspectivas, as características da web social assim como as competências e ferramentas necessárias para se movimentar neste ambiente.
Padrão 1 Identificar a necessidade de pesquisa sobre a informação. Padrão 2 Localizar de modo eficiente a informação necessária.
ISSN: 1984-‐1175 – ANAIS ELETRÔNICOS
Universidade Federal de Pernambuco NEHTE / Programa de Pós Graduação em Letras
549
Módulo 2 UNL
Questões éticas e legais
Refletir sobre a importância dos aspectos éticos e jurídicos, para além do instrumental, essenciais para se estar on-‐line. Conhecer e compreender questões relacionadas com a licença de publicação de conteúdos em rede, básicos, também no momento de publicar conteúdos próprios e no respeito pelos direitos de autor on-‐line, essenciais ao escolher conteúdos de terceiros. Analisar caso de boas e más práticas sobre estas questões.
Padrão 3 Avaliar criticamente a informação e sua fonte. Padrão 5 Reconhecer os aspectos éticos e legais do uso da informação.
Módulo 3 UMA
Planejamento e estratégias
Refletir sobre a importância de desenvolver e incentivar marcas digitais profissionais pessoais segundo uma perspectiva estratégica. Conhecer e compreender os principais passos do processo de planejamento e de colocação em marcha de marcas digitais profissionais pessoais trazendo estratégias e ideias práticas. Partilhar casos de sucesso de profissionais em rede e conselhos de especialistas relatados na primeira pessoa, assim como refletir a partir de alguns exemplos reais de boas e más práticas on-‐line.
Padrão 2 Localizar de modo eficiente a informação necessária. Padrão 3 Avaliar criticamente a informação e sua fonte. Padrão 4 Utilizar a informação para alcançar um propósito.
Módulo 4 UNL
Edição e publicação de conteúdos (I)
Conhecer as chaves de gestão das redes sociais e outras ferramentas da web social para a edição / publicação de conteúdos online, como os blogs ou microblogs. Dispor de algumas estratégicas-‐chave e de exemplos de boas práticas de uso profissional neste contexto.
Padrão 4 Utilizar a informação para alcançar um propósito.
Módulo 5 UMA
Edição e publicação de conteúdos (II)
Conhecer o potencial e o funcionamento, a traços largos, das redes sociais orientadas para a publicação de conteúdos visuais, de gráficos e infografias às apresentações, tutoriais vídeo etc. Dispor de um catálogo de ferramentas úteis, desta tipologia, para seu uso
Padrão 2 Localizar de modo eficiente a informação necessária. Padrão 4 Utilizar a informação para alcançar um propósito.
ISSN: 1984-‐1175 – ANAIS ELETRÔNICOS
Universidade Federal de Pernambuco NEHTE / Programa de Pós Graduação em Letras
550
profissional.
Módulo 6 UNL
Networking e rede de comunicação
Descobrir outros possíveis usos da web social, para além da publicação de conteúdo: colaboração, comunicação, gestão da informação ou vigilância do ambiente. Dispor de um catálogo de ferramentas úteis para o efeito. Refletir a partir de exemplos, sobre boas e más práticas neste contexto.
Padrão 2 Localizar de modo eficiente a informação necessária. Padrão 3 Avaliar criticamente a informação e sua fonte.
Fonte: https://miriadax.net/web/profesionales-‐ecompetentes-‐claves-‐estrategias-‐y-‐herramientas-‐para-‐innovar-‐en-‐red (com adaptações da autora)
A análise dos padrões relacionados às atividades propostas sugere que, em ambos os
MOOC, seus desenvolvedores buscaram preparar e treinar os participantes para atuar em
diferentes ambientes on-‐line, profissionalmente ou não, de forma segura e ética. Em cada tarefa
designada para as primeiras semanas dos cursos, o aprendiz era motivado a buscar informações,
selecioná-‐las, reusá-‐las, criá-‐las, como parte da produção de conhecimento. Estas atitudes e as
competências necessárias para desenvolvê-‐las estão caracterizadas no padrão 1: o estudante de LI
determina a natureza e a extensão da informação necessária, identificando uma variedade de
tipos e formatos de potenciais fontes de informação.
O módulo 2 do MOOC 2 e as semanas 3 e 4 do MOOC 1 (ver quadros) enfatizaram mais
especificamente as questões éticas e legais, promovendo informações acerca dos tipos de licenças
mais comuns, bem como das atribuições, do uso comercial autorizado ou não, das adaptações e
partilha posterior. Relacionados a estas atividades, encontram-‐se os padrões 3 e 5. O primeiro
define que o estudante de LI avalia a informação e sua fonte criticamente e incorpora a
informação selecionada em sua base de conhecimento e sistema de valores, enquanto no
segundo, o aprendiz compreende muitas das questões econômicas, legais e sociais que envolvem
o uso da informação e dos acessos e utiliza a informação eticamente e legalmente.
ISSN: 1984-‐1175 – ANAIS ELETRÔNICOS
Universidade Federal de Pernambuco NEHTE / Programa de Pós Graduação em Letras
551
As atividades que levam à identificação do padrão 2 estão presentes com a mesma
frequência nos dois MOOC: semanas 2, 6, 7 e 10 no MOOC 1 e módulos 1, 3 ,5 e 6 do MOOC 2.
São tarefas nas quais o estudante de LI acessa a informação necessária de forma efetiva e
eficiente, selecionando o método de investigação mais apropriado ou o sistema de recuperação de
acesso à informação essencial. Ele é capaz de extrair, gravar e gerenciar a informação e suas
fontes.
Destacando-‐se nos módulo 3, 4 e 5 do MOOC 2 e nas semanas 5 e 9 do MOOC 1, o padrão
4 tipifica o estudante de LI como alguém que usa a informação de forma efetiva para realizar um
propósito específico. Este aprendiz aplica informações novas e prévias ao planejamento de criação
de um determinado produto ou desempenho, bem como revisa este processo, comunicando-‐o
efetivamente a outros.
Considerações finais
Nas últimas décadas, novos ambientes de aprendizagem surgiram para atender às
mudanças da sociedade e às necessidades individuais e profissionais. Neste contexto, os MOOC
despontaram como espaços de formação on-‐line e o Letramento Informacional é parte
inseparável nesta aprendizagem. Diferentes MOOC exigem diferentes níveis e conjuntos de
competências (BOND, 2015), mas todos exigem algum nível de LI, por isso é relevante ter um nível
mais avançado deste letramento, a fim de participar e contribuir também para estes cursos.
As atividades desenvolvidas nestes dois MOOC promoveram reflexão e conscientização
acerca do consumo e da produção da informação, aspectos que estão interligados e exigem
pensamento crítico e a síntese de muitas fontes de informação. Seus participantes precisam de um
nível básico deste letramento e esta característica torna-‐se cada vez mais significativa para um
bom desempenho. Por outro lado, se o desenvolvimento destas competências não for um objetivo
ISSN: 1984-‐1175 – ANAIS ELETRÔNICOS
Universidade Federal de Pernambuco NEHTE / Programa de Pós Graduação em Letras
552
a ser alcançado em MOOC, é possível que estes cursos percam seu principal atributo: serem uma
forma de acesso a uma educação de qualidade por parte daqueles que não podem arcar com os
altos custos de um ensino superior.
Referências Bibliográficas American Library Association (ALA). Presidential Committee on Information Literacy: Final Report. 1989. Disponível em: <http://www.ala.org/acrl/publications/whitepapers/presidential >. Acesso em: 22 ago. 2016. ALVES-‐MAZZOTTI, A. J. & GEWANDSZNAJDER, F. O método nas ciências naturais e sociais. São Paulo: Pioneira /Thomson Learning, 2004. Association of College & Research Libraries. Information Literacy Competency Standards for Higher Education. Chicago: American Library Association, 2000. Disponível em: <http://www.ala.org/acrl/standards/informationliteracycompetency>. Acesso em 25 jun. 2015. BOND, P. Information Literacy in MOOCs. Current Issues in Emerging eLearning, v. 2, n. 1, article 6. Disponível em:<http://scholarworks.umb.edu/ciee/vol2/iss1/6>. Acesso em: 05 abr. 2016. CASTELLS, M. A Sociedade em Rede . A era da informação: economia, sociedade e cultura. Volume 1. São Paulo: Terra e Paz, 1999. GASQUE, K. C. G. D. Letramento Informacional: pesquisa, reflexão e aprendizagem. Brasília: Faculdade de Ciência da Informação / Universidade de Brasília, 2012. Disponível em: <http://repositorio.unb.br/bitstream/10482/13025/1/LIVRO_Letramento_Informacional.pdf>. Acesso em: 18 out.2015. KOP, R., FOURNIER, H., MAK, J. A pedagogy of abundance or a pedagogy to support human beings? Participant support on massive open online courses. The International Review of Research in Open & Distance Learning, v. 12, n. 7, p. 74-‐93, 2011. Disponível em: <http://www.irrodl.org/index.php/irrodl/article/view/1041/2025>. Acesso em: 11 jun. 2016. MEHAFFY, G.L. Challenge and Change. Educase Review, v. 47, n. 5, set./out., p. 19, 2012. Disponível em: <http://online.tarleton.edu/fdi/Documents/EDUCAUSE_Mehaffy.pdf>. Acesso em: 18 abr.2016.
ISSN: 1984-‐1175 – ANAIS ELETRÔNICOS
Universidade Federal de Pernambuco NEHTE / Programa de Pós Graduação em Letras
553
MOE, Rolin. The brief & expansive history (and future) of the MOOC: why two divergente models share the same name. In: Current Issues in Emerging eLearning, v. 2, n. 1, 2015. Disponível em: <http://scholarworks.umb.edu/cgi/viewcontent.cgi?article=1009&context=ciee>. Acesso em: 03 abr. 2016. RODRIGUEZ, C. MOOCs and the AI-‐Stanford like courses: two successful and distinct course formats for massive open online courses. European Journal of Open, Distance and E-‐Learning, 2012. Disponível em: <http:// http://eric.ed.gov/?id=EJ982976 > Acesso em: 12 set. 2016. SIEMENS, G. Connectivism: a learning theory for the digital age. International Journal of Instructional Technology and Distance Learning, 2005. Disponível em: <http://www.itdl.org/journal/jan_05/article01.htm> Acesso em: 18 out. 2016. SOARES, M. Letramento: um tema em três gêneros. 4.ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2010. TEIXEIRA, L. A.; GRECO, M.G.V.A. Letramento Informacional e cursos de graduação: um relacionamento necessário. In: Anais do 6º Simpósio Hipertexto e Tecnologias na Educação, 2015, Recife. Disponível em: <http://www.nehte.com.br/simposio/anais/Anais-‐Hipertexto-‐2015/Letramento%20informacional.pdf>. Acesso em: 26 maio 2015. UNESCO. Media and Information Literacy (MIL) in Brazil. 2007. Disponível em: <http://www.unesco.org/new/en/brasilia/communication-‐and-‐information/access-‐to-‐knowledge/media-‐and-‐information-‐literacy/>. Acesso em: 20 jun. 2015.