mário

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Mário

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Caderno de ilustrações a partir da obra de Mário de Andrade, parte do TFG São São Paulo, de Luisa Amoroso (FAU USP junho 2012)

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Page 1: Mário

Mário

Page 2: Mário
Page 3: Mário

Paulicea - a grande bocca de mil dentesMário de Andrade

Page 4: Mário

ofetadas líricas no Trianon... Algodoal ! ...

os meus amores são flores

feitas do original...

Arlequinal !... traje de losangos... Cinza e ouro...

Luz e bruma... Forno e

Elegáncias sutis sem escándalos,

Perfumes de Paris... Arys !

inverno morno...

sem ciumes...

INSPIRAÇÃO

Page 5: Mário

São Paulo! comoção de minha vida...

Galicismos a berrar nos

desertos da América!

Page 6: Mário

São Paulo! comoção de minha vida...

FR. LUIS DE SOUSA

e frios de crudélissimo inverno”

“Onde até na fôrça do verão havia tempestade de ventos

Bofetadas líricas no Trianon... Algodoal ! ...

Os meus amores são flores

feitas do original...

Arlequinal !... Traje de losangos... Cinza e ouro...

Luz e bruma... Forno e

Elegáncias sutis sem escándalos,

Perfumes de Paris... Arys !

inverno morno...

sem ciumes...

Page 7: Mário

São Paulo! comoção de minha vida...

Galicismo a berrar nos

desertos da América!

Page 8: Mário

Sentimentos em mim do asperamente

dos homens das primeiras eras...

As primaveras de sarcasmo

intermitentemente no meu coração arlequinal...

intermitentemente...

O TROVADOR

Page 9: Mário

Outras vezes é um doente, um frio

na minha alma doente como um longo

som redondo...

Cantabona ! Cantabona !

Dlorom...

Sou um tupi tangendo um alaúde !

Page 10: Mário

Sentimentos em mim do asperamente

dos homens das primeiras eras...

As primaveras de sarcasmo

intermitentemente no meu coração arlequinal...

Intermitentemente...

O TROVADOR

Page 11: Mário

Sou um tupi tangendo um alaúde !

Outras vezes é um doente, um frio

na minha alma doente como um longo

som redondo...

Cantabona ! Cantabona !

Dlorom...

Page 12: Mário

OS CORTEJOS

Monotonias das minhas retinas...

Serpentinas de entes frementes a se desenrolar...

Todos os sempres da minha visão! “Bom giorno, caro.”

Horríveis as cidades !

Vaidades e mais vaidades...

Nada de asas ! Nada de poesia ! Nada de alegria !

Oh ! os tumultuários das ausências !

Paulicéa – a grande bocca de mil dentes;

e os jôrros dentre a língua trissulca

de pús e de mais pús de distinção...

Page 13: Mário

Giram homens fracos, baixos, magros...

Serpentinas de entes fre-mentes a se desenrolar...

Page 14: Mário

OS CORTEJOS

Monotonias das minhas retinas...

Serpentinas de entes frementes a se desenrolar...

Todos os sempres da minha visão! “Bom giorno, caro.”

Horríveis as cidades !

Vaidades e mais vaidades...

Nada de asas ! Nada de poesia ! Nada de alegria !

Oh ! os tumultuários das auséncias !

Paulicea – a grande bocca de mil dentes ;

e os jôrros dentre a língua trissulca

de pús e de mais pús de distinção...

Page 15: Mário

Estes homens de São Paulo

todos iguais e desiguais,

quando vivem dentro dos meus olhos tão ricos,

parecem-me uns macacos, uns macacos

Giram homens fracos, baixos, magros...

Serpentinas de entes fre-mentes a se desenrolar...

Page 16: Mário
Page 17: Mário

Este caderno de ilustrações a partir da obra de Mário de Andrade é parte integrante do TFG São São Paulo, de Luisa Amoroso Guar-dado (FAUUSP, junho 2012). Esta versão digital é uma simulação do caderno impresso: os triângulos são abas das páginas do livro, assim cada dupla tem uma visualização com a aba aberta e outra com a aba fechada. 15,3x14,8cm.